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Disciplina: Ciência do Ambiente

Autor: Welington Kiffer de Freitas

Aula 5 – Conservação de Recursos Naturais: solos

Meta

 Apresentar os conceitos ligados à conservação do solo, estabelecendo as


possíveis correlações entre eles e diferenciando-os quanto aos seus
propósitos.

Objetivos

Após esta aula, você será capaz de:

 Identificar as principais características do solo no que diz respeito à sua


conservação;

 Correlacionar os conceitos ligados aos solos às questões ambientais mais


amplas.

1. Introdução

O solo é um corpo natural, presente na camada mais externa da


Terra, com uma espessura que pode variar entre poucos decímetros e cerca
de dois metros. Profundidades maiores do que 1,5 metros são incomuns.
Apresenta fases sólidas, líquidas e gasosas, e tem, na sua composição,
minerais intemperizados e bastante fragmentados, água, substâncias
químicas, material orgânico e matéria viva. Os componentes sólidos do solo
incluem Matéria Mineral e Matéria Orgânica. A primeira é representada pelos
minerais constituintes do material de origem do solo, e pelos minerais
formados na sua evolução. A matéria orgânica inclui restos de organismos,
em todos seus estágios de decomposição e é um fator importante nas
práticas de conservação. Em solos agrícolas o teor de matéria orgânica varia
de 2 a 3% em peso.

O solo constitui-se em um subsistema importante da paisagem.


Apresenta relações estreitas com diversos elementos naturais, como relevo,
hidrologia, microclima e organismos. É afetado e afeta parte significativa dos
elementos presentes na natureza.

A sua composição resulta em uma grande heterogeneidade espacial,


com mudanças químicas e/ou físicas substanciais em distâncias
relativamente curtas. É um sistema aberto, interagindo intensamente com
outros compartimentos como ar/atmosfera e ecossistemas aquáticos.

Esses fatores e processos de formação conferem ao solo


características e propriedades químicas e físicas próprias, de extrema
importância no fornecimento de água e minerais para o desenvolvimento das
plantas.

Pedologia é a ciência que estuda o solo como corpo natural. A


Edafologia aborda este corpo na sua relação (e utilização) pelas plantas. A
Mecânica do solo se atém as características do solo sob do ponto de vista da
engenharia civil, geotécnica e mecânica.

Nessa aula, será apresentada os principais conceitos relacionados ao


compartimento dos solos, bem como os principais efeitos que as atividades
antrópicas influenciam em sua dinâmica.

Vamos então dar início a mais uma etapa do nosso estudo!

2.Usos do solo

O solo é o suporte para a maior parte das atividades humanas; é


responsável pela sustentação da vida vegetal, pela manutenção dos
recursos naturais relacionados, sendo utilizado para fins econômicos, na
geração de produtos agropecuários e em muitas atividades ligadas a
construções de zonas industriais e urbanas. O solo é também um
compartimento fundamental dos ecossistemas e dos ciclos naturais, além de
um grande reservatório de água.

É o substrato onde se encontram as raízes, diversos organismos,


onde circula a água, matéria orgânica e nutrientes. Assim, se constitui num
elemento chave para a produção agrícola, florestal e zootécnica. É um dos
fatores mais relevantes para esta produção e se não for manejado de
maneira adequada, os resultados podem ser de perdas significativas na
produtividade e mesmo na viabilidade de áreas para a atividade agrícola.

Tem papel fundamental também em diversos ramos da engenharia


civil, mecânica e geotécnica, incluindo, por exemplo, a mineração, estrutura
de transporte, plantas residenciais, plantas industriais, barragens e outras.
Além disso, apresentam funções no setor de engenharia sanitária, podendo
ser utilizado, por exemplo, como filtro para o processo de tratamento da
água, superfície para a instalação de tanques ou mesmo superfícies para a
deposição de rejeitos. Para a engenharia da conservação, os solos
assumem papel importante, como indicador ambiental, depuração e filtragem
natural da água, regulação de bacias hidrográficas, bem como no suporte
para a manutenção da biodiversidade.

Início do BOXE CURIOSIDADE

Mais de 20% da população mundial, principalmente dos países do


hemisfério norte, utilizam cerca de 80% dos recursos naturais e energia do
planeta, responsáveis também por mais 80% da poluição e da degradação
dos ecossistemas mundiais. Diante desse quadro, hoje, para reduzirmos as
desigualdades de acesso aos recursos naturais, entre os habitantes dos
hemisférios norte e sul, necessitaríamos de, pelo menos, mais dois planetas
Terra.

Fim do BOXE CURIOSIDADE


Em nosso tipo de clima o solo é formado em uma razão de 0,3 – 1,5 mm a
cada ano. Portanto, considerando que a taxa de renovação do solo é um
processo muito lento, então, podemos considera-lo como um recurso não
renovável. Existe uma diferença no tempo médio de formação dos solos das
regiões tropicais e temperadas. Por exemplo, os solos tropicais são mais
jovens, pois nessa região não ocorreu muitas diferenciações no substrato por
ação das geleiras, tendo sua origem em ter algumas dezenas, até centenas
de milhares de anos. Nas regiões temperadas os solos possuem idades
entre 10 e 15 mil anos, enquanto nos trópicos os solos podem ter algumas
centenas de milhares até milhões de anos.

Início da ATIVIDADE 1

Atende ao Objetivo 1

Com base em outros materiais didáticos, como: livros, apostilas, sites


especializados, apresente um conceito para intemperismo.

O processo de formação do solo ou pedogênese se inicia com o


intemperismo do material de origem dos solos, ou seja, o intemperismo
ocorre devido a fenômenos físicos, químicos e biológicos (ação do sol,
chuva, ventos, temperatura, entre outros) que promovem a alteração dos
minerais e rochas ao longo de uma grande escala de tempo.

Ilustração: favor inserir 05 linhas para resposta.

Fim da ATIVIDADE 1

3. Formação e classificação do solo

Os solos formam-se a partir do processo de decomposição das rochas


de origem, chamadas de rochas mãe e da ação de outros fatores. O material
de origem pode apresentar consistências diversas e o processo de
mudanças e constituição dos solos é chamado de pedogênese, e ocorre em
razão da ação de processos de desgaste e alterações ao longo do tempo.
As características dos solos estão relacionadas com os fatores que
atuam nesse processo, que são: o material de origem, o relevo,
os organismos vivos, o clima e o tempo.

O material de origem corresponde às características da formação


rochosa original e que foi alterada para dar origem ao solo. O relevo
influencia bastante na dinâmica dos agentes responsáveis pelo
intemperismo, como a água. Os organismos agem permanentemente sobre
o solo, desde a sua origem alterando sua composição físico-química. Nessa
categoria, podemos incluir desde os micro-organismos até os seres
humanos. O clima está ligado diretamente aos processos de intemperismo,
da dinâmica da água, temperatura e outros que vão determinar forma e
velocidade de alterações. Regiões de clima mais quente apresentam
processos mais intensos. Para que estes processos ocorram é preciso
tempo, que também precisa ser considerado no processo de formação dos
solos.

Quatro processos ocorrem durante a formação do solo e, dependendo


do grau de cada um, serão geradas morfologias e característica físicas e
químicas distintas: a transformação, a translocação a perda e a adição.

A transformação dos constituintes dos solos pode ser química, física


ou biológica e através do processo de intemperismo, onde minerais primários
são transformados. A translocação se refere ao movimento de origem
mecânica ou química de material do horizonte mais superficial para o
horizonte mais profundo. A adição se refere ao material incorporado ao perfil
do solo, podendo ser de matéria orgânica, sais por capilaridade nos solos
salinos, ou de materiais trazidos pelo vento. A perda se refere à saída de
material do perfil do solo, como a colheita das plantas, queimadas, e
migrações laterais e em profundidade no perfil de solo.

As mudanças nas comunidades resultam em efeitos para o solo,


incluindo sua transformação e decomposição. A decomposição lenta da
rocha mãe pelos agentes do intemperismo abre caminho e com o tempo,
acumula-se uma maior presença de material orgânico sobre o solo recém-
formado. À medida que o material de origem se transforma, ele vai se
diferenciando em camadas, quase sempre paralelas à superfície, camadas
essas denominadas horizontes. Dependendo do conjunto de fatores a que
este o material esteja exposto, forma-se diferentes combinações de
horizontes O conjunto de horizontes, situados em uma seção vertical que vai
da superfície até o material originário, é o perfil do solo.

Foram convencionadas letras e números para distinguir os horizontes do solo,


como:
O - horizonte superficial, com acúmulo de matéria orgânica total ou
parcialmente
Decomposta; H – horizonte superficial ou não, de constituição orgânica pouco
ou não decomposta, típica de locais com estagnação de água;
A - horizonte superficial, constituído de material mineral escurecido por matéria
orgânica, podendo ser também o horizonte de perda de coloides minerais,
apresentando, então, textura mais grosseira (mais arenoso). O horizonte A, por
exemplo, pode ser dividido em: A1 - superficial, constituído de material mineral
e escurecido por matéria orgânica; E - subsuperficial, apresenta máxima perda
de colóides minerais; e AB- transição entre horizontes A e B, com mais
características do A. O horizonte B pode ser dividido em: BA- transição entre os
horizontes A e B, com mais características do B;
B - horizonte de subsuperfície, que ganha o material perdido pelo horizonte A,
textura mais fina (mais argiloso) que o horizonte A, mais colorido e mais
estruturado. B2 - apresenta ganho de material perdido pelo horizonte A, e
máxima expressão de cor e estrutura. Pode ser subdividido em BC - transição
entre os horizontes B e C, com mais características do B.
C - horizonte de subsuperfície, parcialmente intemperizado, constitui transição
do solo para a rocha (material de origem). R - rocha (material de origem).
Quando são registradas subdivisões desses horizontes, como: A11 , A12 , etc,
estas indicam sequência em profundidade.
4.Principais Propriedades ligadas à Conservação do solo

Um determinado volume de solo é constituído de partículas sólidas e


de espaços entre elas. Estes espaços são chamados de poros ou vazios.
Nos diferentes solos a distribuição dos sólidos e poros varia; da mesma
forma esta distribuição também varia em um mesmo solo, em função da
profundidade, práticas agrícolas, processos de formação, etc. Um solo
agrícola de boas características na sua camada arável, deve ser constituído
de cerca da metade de material sólido e o restante de poros. Seria desejável
que o material sólido representasse cerca de 45% de material mineral e a
matéria orgânica 5%. Os poros devem ser constituídos de 25% para
armazenamento de água e 25% para aeração.

O componente líquido do solo se refere a uma solução, com cátions e


ânions dissolvidos. Esta água pode ficar retida nos microporos e/ou estando
nos macroporos drenada para as camadas mais profundas do solo, pela
ação da gravidade. Macroporos são responsáveis pela aeração do solo. A
água do solo fica retida a tensões variáveis, e quando os valores de tensão
são muito elevados, ela fica indisponível para as plantas. O ar do solo tem a
mesma composição qualitativa do ar atmosférico, diferindo quanto aos teores
mais elevados de dióxido de carbono e teores mais baixos de oxigênio.

Um punhado de solo pode ser estudado sob diversos aspectos.


Laboratórios de solos podem realizar análises químicas, físicas e biológicas
que ajudam nas diferentes atividades da engenharia e atividades agrícolas.
Algumas destas características apresentam maior relevância para o estudo e
a conservação do solo, mencionados a seguir.

4.1 Textura do solo

Uma das mais importantes características do solo é a textura que


guarda relação direta com a utilização e proteção do solo. A textura refere-se
à proporção relativa das classes de tamanho de partículas de um solo. São
definidas quatro classes de tamanho de partículas, todas menores do que 2
mm: areia grossa – 2 a 0,2 mm, areia fina – 0,2 a 0,05 mm, silte – 0,05 a
0,002 mm e argila – menores do que 0,002 mm.
Um solo pode ter de 0 a 100% de areia, de silte e de argila, se não
consideramos a presença da matéria orgânica e das partículas maiores do
que 2 mm. Para a avaliação da textura existem métodos realizados
diretamente no campo, bem como em laboratório. No campo, a estimativa é
baseada na sensação ao tato ao manusear uma amostra de solo. No
laboratório, a determinação pode ser feita através da dispersão do solo numa
suspensão e determinação (por peso, por exemplo) da proporção de cada
fração.

A fração areia é constituída em grande parte de quartzo e é


responsável pelo aparecimento de macroporos. Assim, está ligada à aeração
do solo, e retém pouca água e poucos nutrientes. A areia apresenta
aspereza ao tato. O silte é constituído em sua maior parte por quartzo, retém
pouca água e poucos nutrientes, pois promove o aparecimento de poucos
poros, podendo causar adensamento do solo. Apresenta a sensação de
seda ao tato. A fração argila tem papel importante na física e química do
solo. É constituída em sua grande parte por minerais de argila, podendo
apresentar um alto volume de poros, principalmente de microporos. Em geral
está ligada à estruturação do solo, e confere maior retenção de água e
nutrientes. Apresenta sensação de plasticidade e pegajosidade ao tato.

Um solo é sempre constituído de mais de uma fração granulométrica,


o que resulta em classes de textura que combinam areia, silte e argila. Um
sistema de classificação gráfico e funcional para definição das classes de
textura dos solos foi desenvolvido de modo que se pudesse trabalhar com o
grande número possível de arranjos.

Apesar da grande importância desta característica para a


conservação, o uso e o manejo do solo afeta muito pouco a textura de um
solo.
4.2. Estrutura do solo

Está relacionada à distribuição das partículas e agregados num


volume de solo. Refere-se à organização das partículas do solo em
agregados, o arranjamento das partículas unitárias, unindo-se através forças
de adesão e coesão. Desta forma estes agregados acabam se constituindo
de partículas secundárias do solo, chamadas de unidades estruturais. Este
arranjo resulta também na formação de espaços livres, espaços porosos,
principalmente microporos. E quanto mais estruturado um solo, maior o
volume total de poros que ele possui, e maior a capacidade de
armazenamento de água.

A estruturação do solo afeta o suprimento de água, a aeração, a


disponibilidade de nutrientes, a atividade microbiana e a penetração de
raízes, dentre outros. Ela é promovida pelos minerais de argila, pelos óxidos
de ferro e alumínio e pela matéria orgânica coloidal, o que pode ser
aproveitado com grande vantagem na conservação e/ou recuperação do
solo.

Os agregados presentes num solo acabam determinando o tipo de


estrutura do solo. Os agregados apresentam formas e tamanhos definidos,
comportando-se como partes individualizadas que podem ser classificadas
quanto ao tipo, grau de desenvolvimento (sem estrutura; fraca; moderada;
forte e maciça) e classe de tamanho da estrutura (muito pequena; pequena;
média; grande; e muito grande).

Muitos tipos de agregados estruturais podem se formar. A granular e


grumosa se constitui de agregados arredondados formados
predominantemente na superfície do solo sob influência marcada da matéria
orgânica e atividade microbiológica. Na laminar os agregados apresentam
formato laminar, com influência do material de origem ou em horizontes
muito compactados. A prismática e colunar normalmente se apresenta como
agregados grandes e adensados e tem sua formação em ambientes mal
drenados e em horizontes subsuperficiais com pequena influência da matéria
orgânica. Por apresentar relações com processos pedogenéticos, a variação
do tipo de estrutura do solo é usada muitas vezes na classificação de solos.

4.3 Densidade do solo

É a relação entre a quantidade de massa de solo seco por unidade de


volume do solo. No volume do solo é incluído o volume de sólidos e o de poros do
solo. Havendo modificação do espaço poroso haverá alteração da Ds. O uso
principal da densidade do solo é como indicador da compactação, assim como de
alterações da estrutura e porosidade do solo. Os valores normais para solos
arenosos variam de 1,2 a 1,9 g cm-3, enquanto solos argilosos apresentam valores
mais baixos, de 0,9 a 1.7 g cm-3. Valores de Ds associados ao estado de
compactação com alta probabilidade de oferecer riscos de restrição ao crescimento
radicular situam-se em torno de 1,65 g cm-3 para solos arenosos e 1,45 g cm-3
para solos argilosos.

4.4 Porosidade do solo (Pt)

Se refere ao espaço do solo não ocupado por sólidos, mas sim pela água e
pelo ar. Compõe o espaço poroso, definido como sendo a proporção entre o
volume de poros e o volume total de um solo. É inversamente proporcional à
Densidade e de importância direta para o crescimento de raízes e movimento de
ar, água e solutos no solo. A textura e a estrutura dos solos explicam em grande
parte o tipo, tamanho, quantidade e continuidade dos poros. Os tipos de poros
estão associados à sua forma, que por sua vez tem relação direta com sua origem.
Os tipos de poros são de origem biológica, que são arredondados e formados por
morte e decomposição de raízes ou como resultado da atividade de animais ou
insetos do solo, como minhocas, térmitas, e outros, bem como tipos originados
pelo umedecimento e secagem, pressão, apresentando formas irregulares e de
fendas.

A classificação da porosidade refere-se à sua distribuição de tamanho, e a


mais usual é a classificação da porosidade em micro e macroporosidade. A
microporosidade é uma classe de tamanho de poros que, após ser saturada em
água, a retém contra a gravidade. Os macroporos, ao contrário, após serem
saturados em água não a retém, ou são esvaziados pela ação da gravidade.

Em solos arenosos há predominância de macroporos, enquanto em solos


argilosos a tendência é predominar microporos. Nesse aspecto, a origem do
tamanho de poros relaciona-se ao tamanho de partículas e são considerados de
natureza textural ou porosidade textural. Quando as partículas se organizam em
agregados, há a criação de poros no solo, geralmente poros grandes entre
agregados, sendo considerados como porosidade estrutural. Esta é especialmente
importante em solos argilosos onde os macroporos são formados como
consequência da estruturação.

4.5 Cor

A cor do solo é definida pela presença de diferentes componentes do


solo. Assim é que a cor vermelha ou amarela é devida à presença de óxidos
de ferro e a cor cinza ou preta é devida à presença de matéria orgânica. A
cor é uma característica tão importante que é utilizada na própria
nomenclatura dos solos.

Pela cor pode-se avaliar no solo: conteúdo de Matéria Orgânica;


conteúdo de compostos de Ferro; conteúdo de Sílica; drenagem, etc.

4.6. Matéria orgânica

Indica a porcentagem de matéria orgânica coloidal que ocorre no solo.


A matéria orgânica do solo funciona como “cimentante” entre partículas, está
ligada à formação e estabilidade agregados e é um fator importante para o
combate à erosão. Valores muito altos (acima de 30%) indicam solo
orgânico.
Início da ATIVIDADE 2

Atende ao Objetivo 1

Diferencie Textura de Estrutura do solo. Como as atividades


antrópicas podem influenciar nesses parâmetros do solo?

A Textura está relacionada a proporção relativa das frações argila,


silte ou areia no solo. Enquanto a Estrutura se refere aos agregados do solo,
ou seja, as diferentes formas e tamanhos: arredondados, blocos cúbicos,
lâminas, entre outras formas, com diferentes tamanhos. Práticas de manejo,
geralmente, não alteram a classe textural de um solo, a menos que seja
misturado tipos de solos com texturas diferentes, por exemplo, com a
incorporação de grandes quantidades de areia para melhorar sua drenagem.
Por outro lado, mudanças significativas na estrutura do solo podem ser
observadas após mecanismo de acomodação e rearranjo das partículas do
solo (compactação) após os ciclos de cultivos intensos.

Ilustração: favor inserir 15 linhas para resposta.

Fim da ATIVIDADE 2

5. Degradação e controle

A degradação do solo afeta a sua capacidade produtiva e o meio


ambiente, podendo gerar perdas e comprometimento de ecossistemas.
Degradação do solo é definida como o declínio da qualidade do solo através
do uso incorreto pelo homem. Refere-se ao declínio da produtividade através
de mudanças adversas no status dos nutrientes, atributos estruturais, e
concentração de eletrólitos e elementos tóxicos, bem como ao
comprometimento de suas características físicas. Em outras palavras, se
refere à diminuição da capacidade atual ou potencial do solo para produzir
bens ou servir como suporte para as diversas atividades que dependem de
sua ocupação.
Os processos que provocam a degradação de solos podem ser
físicos, químicos ou biológicos. Importante entre estes fatores está o declínio
da estrutura do solo, compactação, redução da capacidade de infiltração,
depleção de matéria orgânica e redução da biomassa de carbono,
desequilíbrio de sais, e o aumento de patógenos do solo. A taxa de
degradação do solo por diferentes processos esta acentuada pela má
utilização da terra e por métodos de manejo inviáveis do solo e das culturas.

5.1. Degradação Física do solo

Refere-se à deterioração das propriedades físicas do solo. Dentro


deste processo estão incluídos: serviços quantitativos ou qualitativos como
resultado de um ou mais processos degradativos. Erosão do solo e
sedimentação: erosão por água ou vento das camadas superficiais do solo
no mundo inteiro excede a formação do solo em taxas alarmantes. A
desertificação, ou seja, a expansão de condições desérticas, é uma
consequência direta da erosão pelo vento e salinização. O material
transportado pela erosão normalmente contém de duas a cinco vezes mais
matéria orgânica e frações coloidais que o solo original, causando severos
efeitos intrínsecos e extrínsecos.

A compactação refere-se ao adensamento do solo que é causado pela


eliminação da porosidade estrutural. O aumento na densidade do solo pode
ser causado por fatores naturais ou antrópicos. Solos mais compactação são
também mais susceptíveis a erosão e enxurradas aceleradas.

Os efeitos destes fatores podem ser acentuados por várias causas


naturais e antropogênicas. As principais causas da degradação do solo são o
desmatamento, métodos de manejo, sistemas de cultivo, uso de
agroquímicos, etc. Fatores sociais e políticos têm um papel importante, como
métodos de cultivo, rotações, Agroquímicos.

A erosão é classificada pelo agente atuante, podendo ser o vento ou a


água. Começa com o impacto do agente de encontro ao solo que
desintegram parcialmente os agregados naturais e libertam as partículas
finas, projetando-as para fora do maciço. A erosão hídrica pode manifestar-
se de três formas principais: erosão laminar ou em lençol; ravinamentos; e
sulcos ou voçorocas.

A erosão laminar caracteriza-se pelo desgaste e arraste uniforme e


suave em toda a extensão sujeita ao agente. A matéria orgânica e as
partículas de argila são as primeiras porções do solo a se desprenderem,
sendo as partes mais ricas e com maiores quantidades de nutrientes para as
plantas. Apesar de ser de difícil observação ela pode ser constatada pelo
decréscimo de produção das culturas, pelo aparecimento de raízes ou
mesmo marcas no caule das plantas, onde o solo tenha sido arrastado. Os
fatores relevantes para a ocorrência da erosão são o tipo de solo, o regime
de chuvas ou de vento, o relevo e a cobertura do solo.

O ravinamento corresponde ao canal de escoamento pluvial


concentrado, apresentando, feições erosionais com traçado bem definido. A
cada ano o canal se aprofunda devido à erosão das enxurradas. A voçoroca
consiste no desenvolvimento de canais nos quais o fluxo superficial se
concentra e é o estágio mais avançado de erosão por ravinamento.

Alguns elementos contribuem para a aceleração dos processos


erosivos, dentre eles as trilhas de gado e os locais submetidos ao manejo
agrícola impróprio, com remoção de cobertura vegetal.

O assoreamento é uma consequência da erosão, em que o material


deslocado das encostas será depositado nas calhas dos rios.

5.3. Poluição do Solo

Aos atuais padrões de uso do solo associam-se, geralmente,


descargas acidentais ou voluntárias de poluentes no solo e águas, deposição
não controlada de produtos que podem ser resíduos perigosos, lixões e/ou
aterros sanitários não controlados, deposições atmosféricas resultantes das
várias atividades, etc.
A poluição do solo e do subsolo consiste na deposição, disposição,
descarga, infiltração, acumulação, injeção ou aterramento no solo ou no
subsolo de substâncias ou produtos poluentes, em estado sólido, líquido e
gasoso.

Esta poluição pode ocorrer por urbanização e ocupação do solo;


atividades agropastoris, ligadas à agricultura e pecuária; atividades
extrativas: mineração; armazenamento de produtos e resíduos,
principalmente alguns mais perigosos; lançamento de águas residuárias
(esgotos sanitários e efluentes industriais); disposição de resíduos sólidos de
diversas origens, com destaque para os industriais em termos de
significância de poluição.

Para o combate a esta poluição é preciso tomar medidas preventivas,


como a redução e se possível a exclusão de agrotóxicos através de modelos
agrícolas menos dependentes de insumos, bem como o planejamento
adequado de resíduos urbano industriais como a implantação de aterros
sanitários.

Uma técnica que tem cada vez mais sido foco de pesquisas e mesmo
de aplicação se refere à biorremediação, que é o processo pelo qual
organismos vivos tais como, microrganismos, fungos, plantas, algas verdes
ou suas enzimas são utilizados para reduzir ou remover - remediar -
contaminações no ambiente. Utilizando processos biodegradáveis para
tratamento de resíduos este processo é capaz de regenerar o equilíbrio do
ecossistema original. A fitorremediação, por exemplo permite o uso de
algumas plantas capazes de absorver substancias nocivas do solo e serem
levadas para depósitos preparados e que não ofereçam riscos para as
populações locais.

5.2. Prevenção

Como mencionado, topografia, profundidade, permeabilidade, textura,


estrutura e fertilidade do solo influenciam o controle da erosão. Quanto à
topografia, o relevo mais suave é mais adequado. Quanto à profundidade,
solos profundos favorecem o armazenamento de água. Para a
permeabilidade, quanto mais próxima da superfície estiver a camada
impermeável, menos água será necessária para saturá-la, e o excedente
influenciará diretamente nos processos erosivos, através do escoamento
superficial. Quanto à textura e estrutura, são determinadas pelo tipo de
partículas (areia, silte, argila) distribuídas no solo, sua forma e agregação.
Quanto à fertilidade, a composição química influencia na cobertura vegetal
da superfície.

Nas áreas rurais, os diagnósticos baseiam-se em métodos que


estabelecem a capacidade de uso do solo, indicando manejos adequados,
além das orientações pertinentes ao tamanho da propriedade, rede de
estradas e outras formas de intervenção humana.

O plantio seguindo as curvas de nível reduz o carreamento do solo


pela água da chuva, inibindo a erosão. É possível também combater a perda
do solo através da construção de terraços, estruturas no terreno,
transversais ao caminho da água.

Diversas medidas visam aumentar o teor de matéria orgânica no solo


e com isso aumentar e dar estabilidade aos seus agregados, permitindo, ao
mesmo tempo uma maior porosidade.

Uma técnica usada é o plantio direto, quando restos de uma cultura


são gradeados no solo, onde a cobertura viva evita que o solo fique exposto
aos agentes erosivos. A adubação com esterco melhora a fertilidade e
estrutura do solo.

Para drenagem da água das chuvas nas proximidades das estradas e


rodovias pode-se usar canal com dissipadores de energia; cobertura do solo
com gramíneas.

A formação de florestas reduz a velocidade de avanço do processo da


voçoroca. Esta ajudará na estruturação do solo, na redução de velocidade
das águas superficiais e na regularização da infiltração.
Os adubos verdes, ou seja, plantas com características que
possibilitam a melhoria em médio e longo prazo de propriedades físico-
químicas do solo, também são importantes para controlara erosão acelerada,
pois são cultivados para utilização como cobertura morta em áreas com
histórico de manejo inadequado do solo.

Início do BOXE CURIOSIDADE

Estudos apontam que a soja (Glycine max (L) Merrill) tem se mostrado
eficiente para a fitorremediação de solo contaminado por petróleo a 3%.
Exemplares dessa cultivar foram mantidos em solos controle e contaminado
durante dois meses no ano de 2006. Quando se analisou a área foliar,
comprimentos de raiz e da parte aérea e biomassas radicular e aérea, foi
possível observar que, após 30 dias de cultivo, o crescimento da planta já
demostrava tolerância à presença do contaminante.

Fim do BOXE CURIOSIDADE

Início da ATIVIDADE 3

Atende ao Objetivo 2

Diferencie Fitorremediação de Biorremediação

A biorremediação consiste no uso de microrganismos capazes de


transformar contaminantes em substâncias menos tóxicas. A fitorremediação
é um método de descontaminação que depende de plantas que possuam
determinadas características, entre as quais, boa capacidade de absorção,
sistema radicular profundo, acelerada taxa de crescimento, facilidade de
colheita e ampla resistência ao poluente.

Ilustração: favor inserir 10 linhas para resposta.

Fim da ATIVIDADE 3
Referências Bibliográficas

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COELHO, M. R.; SANTOS, H. G.; SILVA, H. F; AGLIO, M. L. D. O recurso


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Textos, 2002. 178 p.

REINERT, D. J.; REICHERT, J. M. Propriedades física do solo.


Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais. Santa
Maria, Maio de 2006.18p.

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