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Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária
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Instituto Nacional de Colonização e Reforma


Agrária (INCRA) é uma autarquia federal da INCRA
Administração Pública brasileira. Foi criado pelo decreto
nº 1 110, de 9 de julho de 1970, com a missão prioritária
de realizar a reforma agrária, manter o cadastro nacional Razão social Instituto Nacional de
de imóveis rurais e administrar as terras públicas da Colonização e Reforma
União. Está implantado em todo o território nacional por Agrária
meio de 30 Superintendências Regionais. Tipo Autarquia
Gênero Reforma agrária
O objetivo é implantar modelos compatíveis com as
potencialidades e biomas de cada região do País e Fundação 9 de julho de 1970 (decreto nº
fomentar a integração espacial dos projetos. Outra tarefa 1.110)[1]
importante no trabalho da autarquia é o equacionamento Sede Brasília, DF
do passivo ambiental existente, a recuperação da Área(s) Brasil
infraestrutura e o desenvolvimento sustentável dos mais servida(s)
de oito mil assentamentos existentes no País. Locais 30 Superintendências
Regionais[1]
Sua sede está no Edifício Palácio do Desenvolvimento,
em Brasília, no Distrito Federal. Proprietário(s) Casa Civil da Presidência da
República
Presidente Geraldo José da Camara
Ferreira de Melo Filho
Índice Significado Instituto Nacional de
da sigla Colonização e Reforma
História Agrária
Lista de ex-presidentes Website incra.gov.br (http://www.incra.g
oficial ov.br/)
Superintendências Regionais
Módulo Rural
Aplicações do módulo rural
Módulo fiscal
Classificação dos Imóveis
Ver também
Referências
Ligações externas

História
A história do INCRA pode ser dividida em três períodos principais:
O primeiro vai da criação da autarquia ao fim do governo militar (1970–1984)
O segundo vai de José Sarney ao governo Itamar Franco (1985–1994)
O terceiro começa no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso e chega
até os dias de hoje

Em 1964, os militares brasileiros incluíram a reforma agrária entre suas prioridades. Em 30 de novembro de
1964, o governo de Castelo Branco, após aprovação pelo Congresso Nacional, sancionou a lei nº 4.504,[2]
que criava o "Estatuto da Terra", o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA) e o Instituto Nacional de
Desenvolvimento Agrário (INDA), em substituição à antiga Superintendência de Reforma Agrária (SUPRA),
criada em 1962,[3][4] durante o governo João Goulart. Em 9 de julho de 1970, o Decreto-lei nº 1.110[5] criou o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a partir da fusão do IBRA com o INDA.[1]

A partir de 1970, o governo federal criaria também vários programas especiais de desenvolvimento regional,
dentre os quais:

Programa de Integração Nacional - PIN (1970)


Programa de Redistribuição de Terras e de Estímulo à Agroindústria do Norte e Nordeste -
PROTERRA (1971)
Programa Especial para o Vale do São Francisco - PROVALE (1972)
Programa de Polos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia - POLAMAZÔNIA (1974)
Programa de Desenvolvimento de Áreas Integradas do Nordeste - POLONORDESTE (1974)

No início da década de 1980, o agravamento dos conflitos pela posse de terra na região Norte do Brasil
resultou na criação do Ministério Extraordinário para Assuntos Fundiários e dos Grupos Executivos de Terras
do Araguaia / Tocantins (GETAT) e do Baixo Amazonas (GEBAM).

Em 10 de outubro de 1985, o governo do presidente José Sarney elaborou o "Plano Nacional de Reforma
Agrária" (PNRA), previsto no Estatuto da Terra. Criou-se, para isso, o Ministério Extraordinário para o
Desenvolvimento e a Reforma Agrária (Mirad), mas, quatro anos depois, os resultados haviam sido pouco
expressivos.

Em 1987, o Incra foi extinto e o Mirad, extinto em 1989. A responsabilidade pela reforma agrária passou para
o Ministério da Agricultura. Em 29 de março de 1989, o Congresso Nacional recriou o Incra, rejeitando o
decreto-lei que o extinguira, mas o órgão permaneceu semiparalisado, por falta de verba e de apoio político. O
órgão ficou vinculado diretamente à Presidência da República, com a criação, em 29 de abril de 1996, do
Ministério Extraordinário de Política Fundiária, ao qual imediatamente se incorporou o Incra.

Em 14 de janeiro de 2000, o decreto nº 3.338 criou o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário teve sua estrutura regimental regulamentada conforme o decreto
5.033, de 5 de abril de 2004.[6]

Em maio de 2016, o então presidente Michel Temer transferiu o Incra e mais 5 secretarias responsáveis por
políticas de reforma agrária do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário para a estrutura da Casa
Civil.[7]

Lista de ex-presidentes

Lista a ser completada:

Marcelo Resende, 2003


Rolf Hackbart, 2003-2011
Celso Lacerda, 2011-2012
Carlos Mário Guedes de Guedes, 2012-2015
Maria Lúcia Fálcon, 2015-2016
Leonardo Góes Silva, 2016-2019[8]
Francisco José do Nascimento, 2018-2019[9][10]
João Carlos de Jesus Corrêa, 2019[11]
Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo Filho, 2019[11]

Superintendências Regionais
O Incra possui 30 Superintendências Regionais "SR"s nos estados:
SR Estado Região Cidade
SR-01 PA Belém Belém
SR-02 CE Ceará Fortaleza
SR-03 PE Pernambuco Recife
SR-04 GO Goiás Goiânia
SR-05 BA Bahia Salvador
SR-06 MG Minas Gerais Belo Horizonte
SR-07 RJ Rio de Janeiro Rio de Janeiro
SR-08 SP São Paulo São Paulo
SR-09 PR Paraná Curitiba
SR-10 SC Santa Catarina São José
SR-11 RS Rio Grande do Sul Porto Alegre
SR-12 MA Maranhão São Luís
SR-13 MT Mato Grosso Cuiabá
SR-14 AC Acre Rio Branco
SR-15 AM Amazonas Manaus
SR-16 MS Mato Grosso do Sul Campo Grande
SR-17 RO Rondônia Porto Velho
SR-18 PB Paraíba João Pessoa
SR-19 RN Rio Grande do Norte Natal
SR-20 ES Espírito Santo Vila Velha
SR-21 AP Amapá Macapá
SR-22 AL Alagoas Maceió
SR-23 SE Sergipe Aracaju
SR-24 PI Piauí Teresina
SR-25 RR Roraima Boa Vista
SR-26 TO Tocantins Palmas
SR-27 PA Marabá Marabá
SR-28 DF Distrito Federal e Entorno Brasília
SR-29 PE Médio São Francisco Petrolina
SR-30 PA Santarém Santarém

Módulo Rural
O conceito de módulo rural é importante nas atividades do INCRA, constituindo uma unidade de medida,
expressa em hectare, que busca refletir a interdependência entre a dimensão, a situação geográfica do imóvel
rural, a forma e as condições do seu aproveitamento econômico. Deriva do conceito de propriedade familiar,
que, nos termos do inciso II, do artigo 4º da Lei nº 4.504/64 (Estatuto da Terra), entende-se como: "o imóvel
rural que, direta e pessoalmente, explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda força de trabalho,
garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e
tipo de exploração, e eventualmente trabalhado com ajuda de terceiros".

O módulo rural, calculado para cada imóvel a partir dos dados constantes no cadastro de Imóveis Rurais no
SNCR - Sistema Nacional de Cadastro Rural - gerenciado pelo INCRA, desenvolvido e mantido pelo
SERPRO - é considerada uma unidade de medida que permite estabelecer uma comparação mais adequada
entre os imóveis rurais, pois leva em consideração outros atributos do imóvel, além de sua dimensão.

Aplicações do módulo rural

O módulo rural é utilizado para:

determinação da Fração Mínima de Parcelamento - FMP, que corresponde à área mínima que
uma área rural pode ser fracionada no Registro de Imóveis, para fins de transmissão.
enquadramento sindical rural dos proprietários, com base no número de módulos rurais
calculado;
limitação da aquisição de imóvel rural por estrangeiro, pessoa física ou jurídica;
definição do universo de beneficiários do antigo Banco da Terra, atual Crédito Fundiário;
parâmetro bancário de área penhorável.

Módulo fiscal
Não se deve confundir módulo rural com módulo fiscal. O módulo fiscal é uma unidade de medida, também
expressa em hectare, fixada para cada município, instituída pela Lei nº 6.746, de 10 de dezembro de 1979, que
leva em conta:

tipo de exploração predominante no município;


a renda obtida com a exploração predominante;
outras explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam
expressivas em função da renda ou da área utilizada;
conceito de propriedade familiar.

Classificação dos Imóveis

Atualmente, o módulo fiscal serve de parâmetro para a classificação fundiária do imóvel rural quanto a sua
dimensão, de conformidade com art. 4º da Lei nº 8.629/93, sendo:

Minifúndio: imóvel rural de área inferior a 1 (um) módulo rural;(Decreto n.º 55.891 de 31 de
março de 1965 em seu art. 13, I, c/c o art. 6º, II);
Pequena propriedade: imóvel rural de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos
fiscais;
Média propriedade: imóvel rural de área compreendida entre 4 (quatro) e 15 (quinze) módulos
fiscais;
Grande propriedade: imóvel rural de área superior a 15 (quinze) módulos fiscais.

Ver também
Capitanias hereditárias
Coronelismo
Grilagem
Latifúndio
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Sesmarias
Terras devolutas

Referências
1. «Histórico do Incra» (http://www.incra.gov.br/reformaagrariahistoria). Incra. 30 de novembro de
2011. Consultado em 16 de março de 2012
2. Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4504.htm)
Dispõe sobre o Estatuto da Terra, e dá outras providências.
3. Lei Delegada nº 11, de 11 de Outubro de 1962 (http://www2.camara.leg.br/legin/fed/leidel/1960
-1969/leidelegada-11-11-outubro-1962-364968-publicacaooriginal-1-pl.html). Cria a
Superintendência de Política Agrária (SUPRA) e dá outras providências.]
4. CPDOC-FGV. Superintendência de Política Agrária (SUPRA) (http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/d
icionarios/verbete-tematico/superintendencia-da-politica-agraria-supra)
5. Decreto-lei nº 1.110, de 9 de julho de 1970. (http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1970-1
979/decreto-lei-1110-9-julho-1970-375388-publicacaooriginal-1-pe.html) Cria o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), extingue o Instituto Brasileiro de
Reforma Agrária, o Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário e o Grupo Executivo da
Reforma Agrária e dá outras providências.
6. Decreto nº 5.033, de 5 de abril de 2004. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/20
04/decreto/d5033.htm) Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos
em Comissão e das Funções Gratificadas do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e dá
outras providências.
7. «Temer transfere Incra e secretarias da reforma agrária para a Casa Civil» (http://g1.globo.com/
politica/noticia/2016/05/temer-transfere-incra-e-secretarias-da-reforma-agraria-para-casa-civil.h
tml). G1. 30 de maio de 2016. Cópia arquivada em 31 de maio de 2016 (https://web.archive.org/
web/20160531112244/http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/05/temer-transfere-incra-e-secr
etarias-da-reforma-agraria-para-casa-civil.html)
8. «Estrutura do Incra» (https://web.archive.org/web/20160814092912/http://www.incra.gov.br/estr
utura_do_incra). Incra. Consultado em 1 de agosto de 2016. Arquivado do original (http://www.i
ncra.gov.br/estrutura_do_incra) em 14 de agosto de 2016
9. [1] (http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=20/11/2018&jornal=529&pa
gina=1&totalArquivos=44)
10. [2] (http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=20/11/2018&jornal=529&pa
gina=1&totalArquivos=44)
11. «Governo exonera general da presidência do Incra e nomeia pecuarista para o posto» (https://g
1.globo.com/politica/noticia/2019/10/17/governo-troca-presidencia-do-incra.ghtml). G1. 17 de
outubro de 2019. Cópia arquivada em 10 de dezembro de 2019 (https://web.archive.org/web/20
191210023138/https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/10/17/governo-troca-presidencia-do-i
ncra.ghtml)

Ligações externas
Sítio oficial (http://www.incra.gov.br)
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (https://www.facebook.com/incraoficial)
no Facebook
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