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INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

FACULDADE DE DIREITO

EXAME DO MODULO DA ECONOMIA POLITICA

Politicas Sectorias e Desafios Economicos do Pais

Investigação Criminal

Trabalho de carácter Cientifico a entregar no curso de


Investigação criminal, na cadeira de Metodologia
Jurídica e Investigação Cientifica, recomendado pelo
docente da cadeira.

Docente: dr. Ancha Chitenze Inglone

Discente: Muanassa Mahando; Joanes


Benjamim Tomas e Hermenegildo Álvaro

Delegação de Pemba

2020
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INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

FACULDADE DE DIREITO

EXAME DO MODULO DA ECONOMIA POLITICA

Politicas Sectorias e Desafios Economicos do Pais

Investigação Criminal

Discente: Muanassa Muanama; Joanes


Benjamim Tomas e Hermenegildo Álvaro

Delegação de Pemba

2020
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Índice
Introdução..........................................................................................................................3

1.Politicas Sectorias e Desafios Economicos do Pais.......................................................4

1.1.Boas políticas setoriais................................................................................................5

1.1.2.Desafios Economicos do Pais...................................................................................7

1.2.A Política Monetária e a Estrutura da Economia........................................................8

1.2.1.Harmonização e priorização de Políticas Sectoriais.................................................9

1.3.Agricultura e Pescas..................................................................................................10

1.4.Indústria Transformadora..........................................................................................10

1.5.Recursos Minerais e Energia.....................................................................................11

1.6.Turismo......................................................................................................................11

Conclusão........................................................................................................................12

Referencias Bibliograficas...............................................................................................13
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Introdução

O presente trabalho tem como tema: Politicas Sectorias e Desafios Economicos do


Pais. O mesmo visa analisar as Politicas Sectorias e Desafios Economicos do Pais.
Pensa-se que, Políticas públicas, de modo geral, tratam de escolhas: escolhas sobre
setores econômicos, tecnologias, áreas geográficas ou público a ser beneficiado por
medidas específicas voltadas à solução de problemas, mudança ou aprimoramento de
determinada condição.

Este trabalho resulta de consultas bibliográficas feitas a diversos autores que


consistiram na recolha, analise critica e interpretação de diversas abordagens que
sustente o tema em análise, desde já importa destacar que o texto foi devidamente citado
e os referidos autores foram prontamente apresentados na referência bibliográfica. Este
trabalho tem três parte, a 1ª corresponde a nota introdutiva, onde são destacados
questões relativos ao tema, objectivo e em seguida a metodologia, segunda pela 2ª parte
onde tem a discussão de dados referente ao tema, e por fim a 3ª parte temos a nota
conclusiva seguida por referencias bibliográficas.
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1.Politicas Sectorias e Desafios Economicos do Pais

Políticas setoriais, como diz o nome, são dirigidas a um determinado setor, não
raramente dirigidas a uma indústria em particular. Elas distorcem as regras da
concorrência e as do ambiente de negócios ao criarem facilidades, proteção, benefícios
para apenas um punhado de felizes contemplados e introduzem um sentimento de
desigualdade e discriminação. (ABRAHAMSSON, 1994, p.88).

Políticas públicas, de modo geral, tratam de escolhas: escolhas sobre setores


econômicos, tecnologias, áreas geográficas ou público a ser beneficiado por medidas
específicas voltadas à solução de problemas, mudança ou aprimoramento de
determinada condição.

Espera-se, portanto, que a definição da agenda política baseie-se, inicialmente, em


diagnósticos que permitam aos policy makers a identificação do que precisa, de fato, ser
atacado. A elaboração de instrumentos, considerando disponibilidade de recursos,
urgência e outros aspectos relacionadas ao que é factível em determinado momento,
viria na sequência do conhecido ciclo de políticas. (BANCO DE MOÇAMBIQUE,
2012).

Por se tratar, em muitos casos, de investimentos de longo prazo e, portanto, de


grandes montantes; e por estarem baseadas em recursos públicos e, evidentemente,
escassos as políticas públicas exigem avaliação, desde sua implementação.
Desnecessário reforçar a importância do acompanhamento sistemático e da avaliação de
resultados e impactos após determinado período de implementação. Antes disso,
contudo, as políticas demandam boa fundamentação e desenho, muitas vezes
“atropelados” pelo timing e interesse políticos de outras naturezas. (ABRAHAMSSON,
1994, p.89).

Em ciência e tecnologia, fala-se muito sobre a importância da pesquisa e


desenvolvimento, inovação e, mais recentemente, sobre as iniciativas de
empreendedorismo como caminhos para melhoria de indicadores que se refletem –
espera-se em maior competitividade nacional.

De fato, a importância desses aspectos é consenso, no Brasil e internacionalmente.


Uma das armadilhas resultantes desse cenário, todavia, são políticas setoriais
generalistas. Em outras palavras, há o risco de que sejam levadas a cabo programas que
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procuram incentivar, inovação e empreendedorismo por meio de instrumentos genéricos


e horizontais e que, em seu formato, não levam em conta importantes especificidades
setoriais; ou fazem-no de forma limitada, com resultados igualmente limitados.

1.1.Boas políticas setoriais

O que seriam, então, boas políticas setoriais? Uma resposta única e assertiva estaria
sob o mesmo risco da generalização inadequada. Entende-se, como se procurou
argumentar anteriormente, as idiossincrasias associadas à dinâmica dos diversos setores
econômicos, e a importância de que tais especificidades sejam consideradas quando da
elaboração e implementação das políticas públicas. Ainda assim, alguns aspectos
parecem comumente importantes quando se trata de políticas setoriais: a importância de
que contribuam para a geração de valor e para que este valor seja apropriado, de
diferentes formas, pelo país.

Importa dizer que o conceito de valor aqui utilizado envolve aquele percebido pela
sociedade na forma dos esforços envolvidos em seu processo de criação, por um lado, e
dos resultados desse processo, de outro.

Deste modo, espera-se que o processo de geração do valor requeira, por exemplo, o
emprego de recursos humanos qualificados, aprendizado e desenvolvimento de
competências, com implicações para a esfera do trabalho; a articulação entre agentes e
instituições atuantes em temas afins, com implicações para a construção e intensificação
de redes; e, ainda, a geração produtos, processos, serviços e métodos de negócio e
organizacionais inovadores, intensivos em conhecimento, passíveis de monetização,
capazes de atender a demandas sociais e, portanto, com implicações socioeconômicas.
(ABRAHAMSSON, 1994, p.89-90).

Posto isso, entende-se que boas políticas setoriais são aquelas que induzem e
promovem a criação e apropriação de valor no país. Naturalmente, a forma de se fazer
isso é variável e, sendo assim, deve se refletir em diferentes instrumentos. Contudo, a
análise do desenho de uma política deve considerar sua capacidade de atuar nessa
direção.

A abordagem de cadeia de valor pode ser um importante meio para este fim. Ao
detalhar as etapas necessárias à produção e comercialização de um bem, permite, a
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partir de análise mais aprofundada, a identificação daquelas mais relevantes em termos


do valor gerado e das competências necessárias para tanto.

Entretanto, em diversos setores econômicos, os modelos de negócios sob os quais


as firmas podem se organizar para oferecer produtos e serviços podem ser infinitamente
variáveis, o que requer que uma combinação entre as duas abordagens para fins de
análise do fluxo de valor. Em outras palavras, o que se está propondo é que a análise do
valor a partir da abordagem de cadeia seja aplicada a alguns dos diferentes modelos de
negócio possíveis, para que se possa, deste modo, identificar as atividades mais
relevantes na criação de valor em cada modelo. (ABRAHAMSSON, 1994, p.90).

As tecnologias da informação e, mais especialmente, o software podem ser usadas


para ilustrar esta proposta, pela relevância que têm na economia global, crescentemente
digitalizada e que coloca o setor no centro da inovação e transformação dos sistemas
econômicos.

No caso de software, em função da miríade de produtos/serviços possíveis e em


constante evolução, a diversidade de modelos de negócios possíveis sob os quais as
empresas podem se organizar parece ser ainda maior. Por este motivo, pode-se fazer um
exercício de agrupar as características mais comuns aos diferentes modelos e, com isso,
chegar a grandes grupos de modelos de negócios em software: produto padrão, serviço
padrão, produto customizável e serviço por encomenda.

A partir disso, pode-se aplicar a análise das cadeias de valor a cada um desses
grandes grupos indicando o aspecto de competitividade presente em cada etapa que a
torna relevante em termos do valor gerado ou com potencial de apropriação. Como
resultado, tem-se um mapeamento do fluxo de valor em cada grupo de modelos de
negócio em software.

Seguindo a lógica que se procurou apresentar neste breve texto, tais etapas são
aquelas que deveriam ser fomentadas pelas políticas públicas, e de forma específica
para cada grupo, conforme sintentizado no quadro a seguir. (ABRAHAMSSON, 1994,
p.96).

Evidentemente, análises como essa devem estar associadas a diagnósticos do


contexto local: competências existentes, políticas setoriais anteriores, conjuntura e
política econômicas, dentre outros fatores. De toda forma, a análise das cadeias de
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valor, aplicada aos modelos de negócio de determinado setor econômico, pode ser um
passo importante na reflexão sobre o desenho das políticas públicas.

Por fim, cabe ressaltar a necessidade de se acompanhar, continuamente, e revisar,


periodicamente, os instrumentos de política implementados. Em setores como software,
com alto dinamismo, rápidos ciclos de inovação e organização crescentemente virtual e
global dos processos de concepção, desenvolvimento, comercialização e uso, o tema se
torna especialmente crítico.

1.1.2.Desafios Economicos do Pais

A actual crise económica evidencia as limitações que a estrutura da economia de


Moçambique impõe à eficácia e consistência da actuação da política monetária no que
respeita à expansão do acesso a capital a baixo custo.

O contexto mostra como a conjugação do objectivo principal da política monetária


com o carácter afunilado e poroso da economia não só limita a eficácia da própria
política como leva a que esta alimente as condições estruturais por detrás da sua
inconsistência. A gestão da política monetária em Moçambique tem como principal
objectivo o controlo do nível de preços. (BANCO DE MOÇAMBIQUE, 2012).

Este objectivo é estipulado num contexto em que a maior parte dos produtos que
fazem parte do cabaz básico de consumo são importados, a economia sofre de défice
crónico da balança de transacções correntes e as fontes de receitas de moeda externa da
economia são concentradas e voláteis (cerca de 90% das exportações provêm de nove
produtos primários e de recursos naturais cujos preços no mercado internacional são
voláteis).

Neste contexto, o enfoque da política monetária é sobre a gestão de liquidez com


vista a garantir o valor da moeda nacional em relação às principais moedas usadas na
importação de bens e serviços. Assim, as autoridades monetárias definem a direcção da
política monetária em função do nível da taxa de câmbio na economia e/ou o nível de
entrada de capitais ou ainda do nível de stock de reservas internacionais (que representa
a capacidade das autoridades de intervir para influenciar a taxa de câmbio).

Em períodos de apreciação da taxa de câmbio e de aumento do nível de reservas


internacionais, em resultado da entrada maciça de capitais, como, por exemplo, ocorreu
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entre 2012 e 2014, o banco central relaxou as suas taxas de juro de referência com vista
a expandir o acesso a capital com baixo custo para a economia. As taxas de referência
foram reduzidas em mais de 50% (Banco de Moçambique, vários). (MASSINGUE,
2015, P.23).

Entretanto, em cerca de um ano (a partir de finais de 2015), a tendência de redução


foi completamente invertida, as taxas de referência aumentaram em cerca de 200%,
portanto para níveis superiores aos de 2011, quando a política monetária estava numa
fase restritiva.

Esta mudança esteve ligada à derrapagem do metical em relação às principais


moedas de comércio internacional em resultado, de entre outros, da queda do influxo de
capitais externos, queda do preço das principais matérias-primas de exportação e
aumento do serviço da dívida externa.

Este cenário teve consequências imediatas sobre o nível de preços e, portanto, sobre
a direcção de intervenção da política monetária. Esta mudança brusca da política
monetária mostra questões que já vêm sendo discutidas no nosso trabalho.
(MASSINGUE, 2015, P.23).

Especificamente, (i) como a política monetária expansionista é limitada e muda de


direcção em curtos espaços de tempo devido ao padrão de acumulação da economia; o
que (ii) parcialmente explica a formação de expectativas adaptativas e consequente
resistência dos bancos comerciais em responder às taxas de juro de referência em
períodos em que estas reduzem; e (iii) como a gestão da política monetária choca com
as condições necessárias para melhorar os problemas da base produtiva interna que
estão por detrás do alto nível de dependência de importações e da instabilidade de
preços.

1.2.A Política Monetária e a Estrutura da Economia

A volatilidade da política monetária leva a que a mesma seja inconsistente com os


incentivos às mudanças estruturais que podem contribuir para melhorar a estabilidade
da economia através da redução da dependência externa.

Por outro lado, a estrutura da economia impõe limites à actuação da própria política
monetária. O entendimento da estrutura de crescimento da economia de Moçambique
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ajuda a entender como é que estes dois processos ocorrem, e uma forma de o fazer é
olhando para a estrutura dos principais agregados macroeconómicos. (MASSINGUE,
2015, P.23).

O consumo em Moçambique é de cerca de 70% da procura interna e 90% do


Produto Interno Bruto. Dado que a capacidade interna de produção é limitada por
questões estruturais, boa parte do consumo é alimentada por importações.

A economia não tem capacidade para satisfazer a crescente demanda por bens e
serviços em quantidade e/ou qualidade necessárias. As importações constituem cerca de
50% da procura interna da economia. A dependência de importações para consumo é
feita de duas formas principais: directa, em relação a um produto de consumo final; ou
indirecta, isto é, dependência de bens de capital ou bens intermédios essenciais para
determinados bens e serviços.

1.2.1.Harmonização e priorização de Políticas Sectoriais

Neste domínio pretende-se promover a harmonização das políticas sectoriais para


assegurar a criação de mais postos de trabalho, o aumento da empregabilidade e da
estabilidade do emprego.

As medidas imediatas visam responder à necessiadade de redução do nível elevado


de desemprego, adoptando programas de intervenção especial orientados para atrair
investimento intensivo em mão-de-obra, criar emprego nos sectores prioritários
(agricultura e pescas, indústria, turismo e recursos minerais e energia) e aumentando
substancialmente os orçamentos dos sectores prioritários.

MASSARONGO, (2014) elenca as principais linhas de acção:

a) Melhorar o diálogo multissectorial tendo em vista a análise das políticas e das


estratégias sectoriais existentes, as preocupações com a criação de emprego e a
maximização dos resultados do emprego na implementação destas políticas.

b) Estimular o sector privado que constitui o principal gerador de emprego, através da


melhoria do ambiente de negócios.
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c) Incluir nas políticas sectoriais os requisitos que integram os relevantes padrões


internacionais orientados para a criação de trabalho digno (não discriminação, justiça
salarial, inclusão, formação e transferência de conhecimento).

d) Orientar os sectores da (i) Agricultura, (ii) Pescas (iii) Indústria Transformadora, (iv)
Comércio, dos (v) Recursos minerais e Energia (vi) Turismo já identificados na
Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE) como apresentando grande potencial
para a criação da riqueza nacional, para um maior enfoque na criação de emprego.

1.3.Agricultura e Pescas

Neste domínio para MASSARONGO, (2014), pretende-se dinamizar o sector da


agricultura e das pescas, dado o seu potencial na geração de postos de trabalho.
Principais linhas de acção:

a) Manter e expandir o enfoque e os investimentos para o desenvolvimento da


agricultura e agro-negócios, bem como o desenvolvimento de infra-estruturas como a
base para uma economia moderna e competitiva.

b) Remover os obstáculos para a criação de emprego no sector agrícola e consolidar o


papel do Estado na protecção dos direitos de uso e aproveitamente da terra.

c) Aproveitar o potencial pesqueiro para promover o aumento da contribuição do sector


das pescas e aquacultura na criação de emprego.

1.4.Indústria Transformadora

Neste domínio, e de acordo com a Estratégia Nacional de Desenvolvimento,


Estratégia da Industrialização, pretende-se complementar o processo de industrialização
com a “formação massiva de quadros médios e superiores em áreas técnicas e cursos
profissionalizantes”, esperando-se maior absorção de jovens para o emprego digno e
produtivo neste sector. Principais linhas de acção:1

a) Operacionalizar a Estratégia Nacional de Desenvolvimento, assegurando a


implementação efectiva das medidas definidas para o aumento do emprego no sector da
indústria transformadora.

1
MASSARONGO, (2014)
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b) Encorajar as MPME a investirem no agro-processamento que contribua para o


aumento do valor acrescentado e o incremento dos conteúdos locais.

c) Incentivar as MPME a procederem à modernização dos seus processos de produção.


d) Estimular o desenvolvimento da indústria transformadora para o aumento do valor
acrescentado, da produtividade e da competitividade da economia nacional.

1.5.Recursos Minerais e Energia

CASTEL-BRANCO, (2013) diz que, neste domínio pretende-se potenciar as


empresas a treinarem os seus recursos humanos, a promoverem a transferência de
conhecimentos e capacidades para os moçambicanos, a inserirem-se nas cadeias de
valor, principalmente das áreas económicas prioritárias, e a acrescentarem valor aos
produtos locais. Principais linhas de acção:

a) Assegurar estímulos para a atracção de mais investimentos que sirvam de alavanca ao


surgimento de MPME na sua cadeia de valor.

b) Assegurar localmente a transformação primária dos recursos minerais. c) Instar os


investidores a comparticiparem na formação técnico-profissional dos candidatos a
emprego e dos trabalhadores.

d) Promover nas empresas que usam mão-de-obra estrangeira a transferência de know-


how para os moçambicanos.

e) Garantir a electrificação e segurança no fornecimento de energia visando facilitar a


criação de MPMEs nas comunidades e alargar as oportunidades de emprego.

1.6.Turismo

Neste domínio pretende-se expandir o investimento e diversificar a indústria do


turismo para o aumento da renda e para a promoção de emprego. Principais linhas de
acção:

a) Estender as medidas activas de promoção de emprego para o sector do turismo.

b) Melhorar a qualidade da mão-de-obra e desenvolver competências para aumentar a


produtividade e a competitividade no sector do turismo.
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Conclusão

Políticas setoriais, como diz o nome, são dirigidas a um determinado setor, não
raramente dirigidas a uma indústria em particular. Elas distorcem as regras da
concorrência e as do ambiente de negócios ao criarem facilidades, proteção, benefícios
para apenas um punhado de felizes contemplados e introduzem um sentimento de
desigualdade e discriminação.

Políticas públicas, de modo geral, tratam de escolhas: escolhas sobre setores


econômicos, tecnologias, áreas geográficas ou público a ser beneficiado por medidas
específicas voltadas à solução de problemas, mudança ou aprimoramento de
determinada condição. Espera-se, portanto, que a definição da agenda política baseie-se,
inicialmente, em diagnósticos que permitam aos policy makers a identificação do que
precisa, de fato, ser atacado. A elaboração de instrumentos, considerando
disponibilidade de recursos, urgência e outros aspectos relacionadas ao que é factível
em determinado momento, viria na sequência do conhecido ciclo de políticas.

Por se tratar, em muitos casos, de investimentos de longo prazo e, portanto, de


grandes montantes; e por estarem baseadas em recursos públicos e, evidentemente,
escassos as políticas públicas exigem avaliação, desde sua implementação.
Desnecessário reforçar a importância do acompanhamento sistemático e da avaliação de
resultados e impactos após determinado período de implementação. Antes disso,
contudo, as políticas demandam boa fundamentação e desenho, muitas vezes
“atropelados” pelo timing e interesse políticos de outras naturezas.

A actual crise económica evidencia as limitações que a estrutura da economia de


Moçambique impõe à eficácia e consistência da actuação da política monetária no que
respeita à expansão do acesso a capital a baixo custo.

O contexto mostra como a conjugação do objectivo principal da política monetária


com o carácter afunilado e poroso da economia não só limita a eficácia da própria
política como leva a que esta alimente as condições estruturais por detrás da sua
inconsistência. A gestão da política monetária em Moçambique tem como principal
objectivo o controlo do nível de preços.
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Referencias Bibliograficas

ABRAHAMSSON, H. Nilsson, A. (1994). Moçambique em Transição: Um estudo da


história de desenvolvimento durante o período 1974-1992, Maputo: Padrign CEEI-
ISRI.

BANCO DE MOÇAMBIQUE (2012). Relatório Anual. Maputo: Banco de


Moçambique.

CASTEL-BRANCO, C. N. (2013). Reflectindo sobre acumulação, porosidade e


industrialização em contexto de economia extractiva. In L. Brito, C. Castel-Branco, S.
Chichava & A. Francisco (orgs.), Desafios para Moçambique 2013. Maputo: IESE.

MASSARONGO, F. (2010). A Dívida Pública Interna Mobiliária em Moçambique:


Evolução, Causa e Implicações Económicas (1999-2007). Tese de Licenciatura não
publicada. Maputo: Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane.

MASSINGUE, N. (2015). Tendências do investimento privado em Moçambique:


questões para reflexão. In C. Castel-Branco, N. Massingue C. Muianga (orgs.),
Questões sobre Desenvolvimento Produtivo em Moçambique. Maputo: IESE.

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