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INSTITUTO JOÃ O NEÓ RICO - IJN

FARO – FACULDADE DE RONDÔ NIA

Rosânia Novais Marques

Alisson Vinicius Avanço da Silva

EXERCÍCIOS

Porto Velho - RO
2020
INSTITUTO JOÃ O NEÓ RICO - IJN
FARO – FACULDADE DE RONDÔ NIA

ROSÂNIA NOVAIS MARQUES

Alisson Vinicius Avanço da Silva

EXERCÍCIOS

Artigo para cumprimento da disciplina


Teoria das Estruturas do curso de
Engenharia Civil da Faculdade de
Rondô nia – FARO, sob a orientaçã o da
Professor Daniel Martins.

Porto Velho - RO
Agosto de 2020
INSTITUTO JOÃ O NEÓ RICO - IJN
FARO – FACULDADE DE RONDÔ NIA

Caro Prefeito Hildon Chaves

O desrespeito à legislaçã o federal e municipal, no que diz respeito ao direito de


pedestres e, em especial ao direito de ir e vir dos portadores de necessidades especiais,
quanto à acessibilidade.
Venho através deste solicitar o exaurimento de todas as possibilidades
administrativas tentadas junto à autoridade Municipal para regularizaçã o do cumprimento
do dever do Município de garantir a acessibilidade aos portadores de necessidades
especiais no transito pelas calçadas, logradouros e vias pú blicas da Capital.
Para investigar as barreiras arquitetô nicas existentes nas calçadas, ou passeios
pú blicos, edificadas ao arrepio das normas regulamentadoras da matéria, ou ainda,
danificadas ou irregularmente ocupadas por equipamentos particulares ou pú blicos, ou em
muitos casos, simplesmente nã o edificadas, sem a adequada fiscalizaçã o, ou do total
desrespeito, do poder pú blico.
Foi constatado nas investigaçõ es que as condiçõ es do pavimento de calçadas, nesta
Capital, estã o em estado deplorá vel, exigindo medidas urgentes da autoridade municipal,
que é a inquestioná vel responsá vel pela fiscalizaçã o, manutençã o e conservaçã o das vias
pú blicas e logradouros, para permitir o acesso democrá tico à locomoçã o a todos os
cidadã os da cidade de Porto Velho - RO, inclusive, e especialmente, aos portadores de
necessidades especiais, como determinam a Constituiçã o, tratados internacionais e as
legislaçõ es federais e municipais.
Em se tratando do estado de conservaçã o das calçadas das vias pú blicas na cidade
de Porto Velho-RO, o direito constitucional de livre circulaçã o está claramente
comprometido pelo descaso do poder pú blico municipal.
Para os portadores de necessidades especiais, notadamente os cadeirantes, e mesmo
pedestres comuns, a circulaçã o nas calçadas é por vezes impossível, o que mostra a
gravidade da situaçã o em que se encontram as calçadas, nossa capital a cada dia oferece
piores condiçõ es de trá fego e trâ nsito, com ruas muito congestionadas devido ao crescente
nú mero de veículos e motos, intensificando, sobremaneira, os riscos sofridos por pedestres.
Na dicçã o clara do Có digo Brasileiro de Trâ nsito, e por bom senso, os pedestres
sempre devem circular em calçadas e nã o pelas ruas, destinadas aos veículos. É bom
lembrar, que Estatuto do Pedestre, instituído pela Lei Municipal, estabelece: que há a
prioridade do pedestre sobre todos os meios de transporte.
Sã o assegurados aos pedestres os seguintes direitos:
É assegurado ao pedestre prioridade sobre todos os demais meios de transporte.
No entanto esse direito vem sendo acintosamente negligenciado.
As nossas calçadas, em razã o de evidente omissã o das autoridades municipais,
apresentam graves deficiências, os equipamentos pú blicos instalados nas mesmas, muitas
vezes, nã o atendem à s definiçõ es técnicas estabelecidas por lei, Norma NBR9050/2004 da
ABNT que regula as regras de acessibilidade.
O problema é agravado pela ocupaçã o indevida das calçadas por particulares,
devido à falta de fiscalizaçã o da Prefeitura, CREA e CAU de sorte a inviabilizar a destinaçã o
primá ria dos passeios pú blicos.
As barreiras descritas sã o, muitas vezes, intransponíveis aos pedestres em geral, e
ainda mais severamente por aqueles que apresentam deficiências físicas, que se
locomovem em cadeiras de rodas ou as possuem outras deficiências como a visual.
Aos pedestres, em muitos trechos, só restam à s ruas para circulaçã o, impondo a
populaçã o em geral riscos de toda a natureza.
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Aos portadores de necessidades especiais, sobretudo as pessoas com deficiências


físicas e que locomovem em cadeiras de rodas, sequer a circulaçã o arriscada pelas ruas é
possível devido aos congestionamentos e outros problemas criados pela circulaçã o de
veículos, resultando no flagrante cerceamento no fundamental direito de ir e vir (Art. 5º da
CF).
Nã o bastasse situaçã o calamitosa nas edificaçõ es de calçadas, muitas vezes, em
razã o da falta de padronizaçã o e a utilizaçã o de pedras sofisticadas, desníveis
considerá veis, ou de danos nã o corrigidos, existem aquelas que sã o ocupadas
irregularmente por particulares, com a conivente omissã o da autoridade pú blica municipal
incumbida de fiscalizar, e nã o permitir aludida ocupaçã o.
Mais grave ainda sã o aquelas edificaçõ es de equipamentos pú blicos que
obstaculizam o passeio pú blico cuja instalaçã o fora feita de forma ilegal pela pró pria
prefeitura, sem a devida observaçã o das normas técnicas de acessibilidade.
No pó lo passivo da presente estã o presentes no Município e seus ó rgã os da
administraçã o indireta: SECRETÁ RIA MUNCIPAL DE TRANSITO - SEMTRAN e SECRETÁ RIA
MUNCIPAL DE OBRAS – SEMOB.
O Município de Porto Velho, por sua inequívoca obrigaçã o constitucional na
regulamentaçã o de questõ es locais, e de aná lise de projetos de edificaçõ es, incluindo as
calçadas, além da fiscalizaçã o dos mesmos. Vejamos a legislaçã o em vigor sobre o direito de
circulaçã o de pedestres e sobre o respeito à acessibilidade aos portadores de necessidades
especiais:
A Constituiçã o Federal preconiza, Art. 3º CF:
Art. 3º - Constituem os objetivos fundamentais da Republica Federativa do Brasil:
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminaçã o
O direito à acessibilidade, para portadores de necessidades especiais, só é possível a
partir da açã o direta e fiscalizaçã o atenta da administraçã o pú blica, para garantir o direito
de livre circulaçã o para os deficientes físicos.
A simples omissã o do Poder Pú blico em fiscalizar e impor as regras de
acessibilidade basta para descriminaçã o ilegal, e incorrer no descumprimento do ditado da
Carta Magna, do art. 3º, inciso IV.
O princípio da igualdade, estabelecido no art. 5º caput, pressupõ e sejam
assegurados os mesmos direitos aos iguais e, certamente, idêntico aos desiguais.
O acesso a livre circulaçã o e locomoçã o deve ser gozado por todos os cidadã os, e a
gestã o do espaço nas cidades, e a concepçã o das vias pú blicas, deve levar em conta o direito
daqueles que sofrem limitaçõ es, e ser, apropriadamente, adaptadas para atendê-los, como
determina a lei.
A cidade é um espaço comunitá rio, os proprietá rios de imó veis devem edificar as
benfeitorias obrigató rias, respeitando as normas técnicas, para garantir que todos possam
desfrutar desse espaço.
O ditame constitucional determina claramente a obrigaçã o ao Poder Pú blico
municipal para regular o desenvolvimento urbano para garantir o bem-estar dos seus
cidadã os.
Desta forma, é indiscutível e inescusá vel o dever do Município de garantir a
acessibilidade de portadores de necessidades especiais pelas vias pú blicas da cidade,
portanto, do seu bem-estar.
Ainda na esfera Constitucional devemos considerar as obrigaçõ es assumidas pelo
Estado brasileiro diante da comunidade internacional pela assinatura e internalizaçã o, da
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Convençã o relativa aos direitos das pessoas com deficiência aprovada pelo Decreto
Legislativo nº 186/08 e Decreto Nº 6.949/09.
A convençã o foi promulgada, tendo o seu texto valor equivalente ao de emenda
constitucional, nos termos do Art. 5º § 3º CF.
Fica claro que o Estado Brasileiro, assumiu diante da comunidade internacional, e
diante dos seus cidadã os, responsabilidades de inclusã o, respeito, e promoçã o dos direitos
de portadores de necessidades especiais.
Note-se que para a efetiva inclusã o do portador de necessidades espaciais o direito à
acessibilidade figura como um dos mais importantes, uma vez que a partir deste decorre a
materializaçã o dos demais direito assegurados, como direito ao lazer, ao trabalho e a
inclusã o social entre outros.
O Decreto Federal Nº 5.296 /2004 regulamenta as Leis nos 10.048/2000, que dá
prioridade de atendimento à s pessoas que especifica, e 10.098/2000, e estabelece normas
gerais e critérios bá sicos para a promoçã o da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida como se segue:
“ Art. 8 o Para os fins de acessibilidade, considera-se:
I - acessibilidade: condiçã o para utilizaçã o, com segurança e autonomia, total ou
assistida, dos espaços, mobiliá rios e equipamentos urbanos, das edificaçõ es, dos serviços
de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicaçã o e informaçã o, por
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;
II - barreiras: qualquer entrave ou obstá culo que limite ou impeça o acesso, a
liberdade de movimento, a circulaçã o com segurança e a possibilidade de as pessoas se
comunicarem ou terem acesso à informaçã o, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias pú blicas e nos espaços de uso
pú blico;
b) barreiras nas edificaçõ es: as existentes no entorno e interior das edificaçõ es de
uso pú blico e coletivo e no entorno e nas á reas internas de uso comum nas edificaçõ es de
uso privado multifamiliar;
O Decreto Nº 5.296 /2004 no seu art. 10 e seguintes se remete, como parâ metro
técnico para a implementaçã o, concepçã o e a fiscalizaçã o de projetos urbanísticos a
utilizaçã o das normas técnicas de acessibilidade desenvolvida pela Associaçã o Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT.
A Norma ABNT NBR 9050/2004 estabelece os critérios e parâ metros técnicos a
serem observados quando do projeto, construçã o, instalaçã o e adaptaçã o de edificaçõ es,
mobiliá rio, espaços e equipamentos urbanos à s condiçõ es de acessibilidade (item 1.1, da
pá gina 1, da segunda ediçã o da ABNT NBR9050/2004).

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