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Este documento foi traduzido e adaptado livremente do original:

Trail Fundamentals and Trail Management Objectives - 2016


United States Department of Agriculture | ForestService

Em cooperação com:
United States Department of Transportation’s Federal Highway Administration

Autores da edição original:


Jaime Schmidt
Jonathan Kempff, P.E.
Vicky Duvall
Michael Warta

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) agradece ao Programa


Parceria para a Conservação da Biodiversidade na Amazônia, Agência dos Estados Unidos para o
Desenvolvimento Internacional (USAID), Serviço Florestal Americano (SFA) e Colorado State University.

Presidente da República Colaboração Técnica


Jair Messias Bolsonaro Pablo Casella
Ministério do Meio Ambiente (MMA) Mateus Sonego
Ricardo de Aquino Salles - Ministro Larry Lachner (Universidade
Estadual do Colorado)
Instituto Chico Mendes de Conservação Garret Villanueva (Serviço
da Biodiversidade (ICMBIO) Florestal Americano)
Homero de Giorge Cerqueira - Presidente
Capa, Projeto Gráfico
Diretoria de Criação e Manejo de Unidades e Diagramação
de Conservação (DIMAN) Júlia Fonseca e Thaís Amâncio
Marcos de Castro Simanovic - Diretor
Foto de Capa
Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP) Parque Nacional da Serra do Cipó,
Daiane Daniele Santos Rocha – Coordenadora-Geral por Edson Faria Júnior
Coordenação de Planejamento, Estruturação Ilustrações
da Visitação e do Ecoturismo (COEST) Pablo Casella
Roberta Rayane da Cunha Barbosa – Coordenadora
Fotos
Autores da edição adaptada Carolina Pötter
Paulo Eduardo Pereira Faria Edson Faria Júnior
Fabio França Silva Araujo Edward Elias
Carolina Pötter de Castro Evandro Rodney
Pedro de Castro da Cunha e Menezes Joana D’Arc Magalhães
Paulo Faria

Fundamentos do Planejamento de Trilhas / Paulo Eduardo Pereira Faria, Carolina


Pötter de Castro, Fabio França Silva Araujo e Pedro de Castro da Cunha e Menezes.
Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade: ICMBio, 2020.
36 p.
ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................4

FUNDAMENTOS DE TRILHAS .......................................................................................5

Tipo de trilha ......................................................................................................................... 5

Classe de trilha ..................................................................................................................... 7

Uso manejado..................................................................................................................... 17

Uso projetado ..................................................................................................................... 18

Parâmetros de projeto ...................................................................................................... 18

PMT: DEFININDO OS OBJETIVOS DO PROJETO ................................................... 23

Por que usar o PMT? ......................................................................................................... 23

O PMT no ICMBio ............................................................................................................... 23

ANEXOS ........................................................................................................................... 24

REFERENCIAS CITADAS
NA EDIÇÃO ORIGINAL NORTE-AMERICANA ........................................................ 34
APRESENTAÇÃO

Até o século XIX, as trilhas, percorridas a pé ou com animais de montaria, eram o


componente principal da infraestrutura de transporte terrestre dos povos do planeta.
Percorrer trilhas era a única alternativa dos viajantes, fosse qual fosse a motivação
da viagem. Nos dias de hoje, ainda são mantidas ao redor do globo redes nacionais e
internacionais de milhares de quilômetros de trilhas, mas agora com o objetivo principal de
oferecer oportunidades de lazer e recreação em contato com a natureza.  

Quando empregado coloquialmente, o vocábulo “trilha” pode remeter a três conceitos


distintos: Um “atrativo turístico”, que motiva a visita a uma área natural; uma atividade
física em si, como nas expressões “trilhar” ou “fazer trilha”, referindo-se a atividade de
percorrer uma trilha; e, por fim, a trilha como infraestrutura de “transporte”. Não por acaso,
o estabelecimento de trilhas é uma das atividades prioritárias para viabilizar a visitação em
áreas protegidas, muitas vezes estando estes equipamentos presentes quando nenhuma
outra estrutura de suporte está disponível no local.

Do ponto de vista técnico, uma trilha deve ser entendida como um percurso intencionalmente
concebido e manejado em ambiente natural ou rural, com grau limitado de intervenção.
Assim, por exemplo, uma trilha se diferencia de uma “picada” aberta clandestinamente por
caçadores, ou um “carreiro” de animais, pois estes não possuem nem intenção de manejo
nem execução planejada, condições necessárias para caracterizar uma trilha.

Em 2018, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade lançou o “Manual


de Sinalização de Trilhas” que representou um avanço para a consolidação das trilhas como
importante instrumento de uso público. Agora, por meio desta publicação, “Fundamentos de
Planejamento de Trilhas”, baseada em método do Serviço Florestal Americano, o instituto
aprofunda conceitos fundamentais relativos ao planejamento, implantação e manutenção
de trilhas, incluindo o marco metodológico, tipologia, classe, uso e parâmetros de projeto –
tanto para a implantação de novas trilhas como para o manejo daquelas já existentes nas
unidades de conservação federais, visando atrair cada vez mais visitantes e oferecer aos
mesmos uma experiencia de qualidade no contato com a natureza.

Fábio França Silva Araújo

4
FUNDAMENTOS DE TRILHAS

Os fundamentos do planejamento de trilhas são compostos por cinco conceitos


fundamentais, cujas definições compõem o escopo da trilha. São eles:

» Tipo de trilha
» Classe de trilha
» Uso manejado
» Uso projetado
» Parâmetros de projeto

A implementação de novas trilhas ou manejo daquelas já existentes deve ser orientado


pela identificação dos conceitos fundamentais, cujas definições compõem o escopo do
projeto da trilha, identificados em formulário próprio – Projeto de Manejo de Trilhas (PMT).

Os conceitos fundamentais devem ser construídos a partir das orientações e regulamentos


existentes, como planos de manejo, normas de zonas de manejo e outros documentos
de planejamento, se houver ou caber. Além disso, decisões sobre a classe de experiência
proposta, decisões especificas para cada trilha e outras diretrizes devem ser consideradas.

Os fundamentos de planejamentos de trilhas oferecem, assim, uma maneira consistente


para registrar e comunicar com clareza o projeto pretendido e as diretrizes de manejo para
projetar, construir, manejar e viabilizar a operacionalização das atividades que demandam
trilhas para sua prática.

TIPO DE TRILHA

A categoria tipo de trilha corresponde à superfície predominante da trilha e da(s)


modalidade(s) de atividade(s) que a trilha suporta, há duas possibilidades:

» Trilha terrestre: trilha que tem uma superfície constituída predominantemente de terra
e que é projetada e manejada para atividades sobre essa superfície. Caminhadas,
caminhadas de longo curso e ciclismo, por exemplo, requerem trilhas terrestres para
sua prática.

5
Trilha terrestre na Floresta Nacional de Brasília (Foto: Paulo Faria)

» Trilha aquática: trilha que tem uma superfície constituída predominantemente de água
(mas pode incluir trechos terrestres) e que é projetada e manejada para acomodar a
utilização nessa superfície. Atividades como canoagem, flutuação, stand up paddle e
bóia cross podem requerer trilhas aquáticas para sua prática. Roteiros subaquáticos
utilizados em atividades de mergulho, também chamados de trilhas subaquáticas, se
enquadram neste tipo de trilha.

Trilha aquática (Foto: Evandro Rodney)

6
Orientações específicas:

1. Deve ser identificado apenas um tipo de trilha para cada trilha ou segmento de trilha.

2. Para a definição de tipo de trilha, siga as orientações e normas vigentes, bem como as
decisões específicas do projeto e diretrizes relacionadas.

CLASSE DE TRILHA

A definição da classe de trilha deve ser utilizada como base fundamental para definir os
parâmetros de projeto e pode orientar inferências ou avaliações sobre os custos necessários
a implementação e/ou manejo da trilha e a complexidade dos projetos – via de regra, quanto
maior a classe da trilha maior o seu custo de implementação, excetuando desta lógica as
despesas logísticas, como o transporte de materiais para locais de trilhas remotas.

A classe de trilha representa o grau alvo de intervenção em uma trilha ou segmento de trilha,
dentro de uma escala que vai da classe mais prístina a com maiores níveis de intervenção. A escolha
da classe deve levar em consideração, com a máxima profundidade possível, as características,
necessidades e expectativas dos visitantes e usuários, considerando que este fundamento tem
grande influência na experiência da visitação.

O gradiente de intervenção sugerido pelas classes de trilha faz correspondência com


o ROVUC (Rol de Oportunidades de Visitação em Unidades de Conservação) e Plano de
Manejo, oferecendo um leque de oportunidades de experiências aos visitantes. O nível de
variação dos indicadores deve refletir as condições encontradas e que se deseja alcançar
naquelas áreas. As classes servem como uma descrição dos ambientes e funcionam como
diretrizes para o manejo atual e futuro da área, que deve ser respeitado pelos gestores e
operadores de delegações de serviço.

Trilha classe 1 (intervenção mínima):

Pista única, podendo ser intermitente ou indistinta e podendo ser necessária a identificação
de rota.

Sinalização direcional usualmente limitada a cruzamentos ou presentes quando a


localização da trilha não é evidente. A sinalização regulamentar é infrequente e focada na
proteção de recursos. Identificação de destino, sinalização informativa e orientativa não
está geralmente presente, a menos que exigido.

Obstáculos são comuns, sendo que rochas e troncos podem estar presentes, ocorrendo
naturalmente, muitas vezes substanciais, destinados a oferecer maior desafio e/ou
integração com a paisagem. As passagens são estreitas com vegetação no leito da trilha e
altas declividades.

7
Trilha com estruturas mínimas ou inexistentes. Drenagem tipicamente fornecida sem
estruturas. Passagens naturais por rios, tipicamente não há pontes e com utilização de
materiais predominantemente nativos.

Trilha Classe 1. Pista indistinta na descida do Rio Preto, no atrativo “Corredeiras”,


Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Foto: Paulo Faria)

Trilha Classe 1. Pista indistinta e com obstáculos substanciais, comum em travessias de costões rochosos,
Parque Natural Municipal da Galheta (Bombinhas/SC) (Foto: Edson Faria Jr.)

8
Trilha Classe 1. Trilha com maior declividade e rochas naturalmente ocorrendo no em seu leito,
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Foto: Paulo Faria)

Trilha Classe 1: Trilha com pista pouco discernível ou intermitente.


Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (Foto: Paulo Faria)

9
Trilha classe 2 (intervenção muito baixa):

A pista é contínua e discernível, mas estreita e irregular. Pista única, com estruturas de
pequeno porte, escala e número limitados e geralmente com materiais nativos. Estruturas
adequadas para proteger e minimizar os impactos aos recursos naturais e à trilha. Passagens
naturais por rios, pontes quando necessário para a proteção de recursos e maior segurança
para usuários.

Obstáculos podem ser comuns, substanciais, destinados a oferecer maior desafio e a


vegetação pode invadir o corredor da trilha. Bloqueios podem ser utilizados para definir
rotas e proteger recursos.

A sinalização direcional está presente em cruzamentos ou quando a localização da


trilha não é evidente com presença eventual de sinalização confirmatória de rotas ou
tranquilizadoras. A sinalização regulamentar, interpretativa e orientativa são incomuns.

Trilha Classe 2: Pista contínua e discernível, mas estreito e irregular. Vegetação pode invadir
o corredor da trilha. Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (Foto: Joana D’Arc Magalhães)

10
Trilha Classe 2: Manejo utilizando materiais nativos, ocorrência comum de obstáculos.
Parque Nacional da Serra do Cipó (Foto: Edward Elias))

Trilha classe 3 (intervenção baixa):

A pista é única, contínua, óbvia, com estruturas construídas e adaptadas para maior fluxo
de visitantes.

Obstáculos podem ser comuns, mas não substanciais ou destinados a oferecer desafio. A
vegetação deve ser removida do corredor da trilha.

Estruturas podem ser comuns e substanciais, sendo construídas com materiais nativos
ou não. Passagens por rios podem ser naturais ou construídas, conforme necessário para a
proteção de recursos e maior segurança para usuários.

Há sinalização direcional em cruzamentos, confirmatória e tranquilizadora, conforme


necessário para segurança e orientação do usuário. Sinalização de natureza regulamentar,
de proteção de recursos e interpretativa pode ser comum.

11
Trilha Classe 3: Pista contínua e óbvia, com corredor limpo (vegetação podada).
Parque Nacional da Serra do Cipó (Foto: Edward Elias)

Trilha Classe 3. Obstáculos podem ser comuns. Parque Nacional Torres del Paine, Chile (Foto: Paulo Faria)

12
Trilha classe 4 (intervenção média):

Pista única, larga, inclinação suave, com poucas irregularidades e com estruturas
adaptadas para maior fluxo de visitantes. A pista dupla é utilizada onde o volume de
tráfego é alto. Pode ter calçamento, sendo utilizados materiais nativos ou não. Obstáculos
são infrequentes e não substanciais.

A vegetação é removida do corredor da trilha. As estruturas são frequentes e


substanciais, normalmente construídas com materiais não nativos. Passagens
por rios são naturais ou construídas, conforme necessário para a proteção de
recursos e conveniência do usuário. Serviços podem estar presentes ao longo da
trilha.

Presença comum de sinalização direcional, confirmatória, tranquilizadora, de


natureza regulamentar, interpretativa e de proteção de recursos e de destino.

Trilha classe 4: Trilha com inclinação suave, sinalização interpretativa e calçamento com material importado,
além de bancos à disposição dos visitantes. Parque Nacional de Brasília (Foto Carolina Pötter)

13
Trilha classe 4: Trilha com inclinação suave, poucas irregularidades, sinalização de destino e
material importado Parque Nacional Los Glaciares (Foto Paulo Faria)

Trilha classe 5 (intervenção alta):

A trilha pode ser altamente modificada, sendo comum em áreas mais urbanizadas e
pouco comum em áreas naturais.

Pista larga, firme, estável, sem obstáculos, pouca declividade e geralmente uniforme.
Pista única onde o volume de tráfego é baixo a moderado. Pista dupla, onde o volume de
tráfego é moderado a alto. A presença de revestimento ou calçamento é comum.

Estruturas frequentes ou contínuas, normalmente construídas com materiais não nativos,


podendo incluir pontes, passarelas, corrimãos e serviços oferecidos ao longo da trilha.

Sinalização direcional em cruzamentos e conforme necessário para segurança e orientação


do usuário. Presença comum de sinalização direcional, confirmatória, tranquilizadora,
sinalização de destino, interpretativa, sinalização de natureza regulamentar e de proteção
de recursos.

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Trilha classe 5: Pista com alta intervenção e calçamento e declividade baixa. Presença de sinalização interpretativa
e acesso a mirantes estruturados. Parque Nacional Rocky Mountain, Estados Unidos (Foto: Paulo Faria) )

Trilha classe 5: Trilha altamente modificada, com revestimento importado, na


Área de Proteção Ambiental do Planalto Central (Foto Carolina Pötter)

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“Trilha classe 5: estruturas construídas e equipamentos facilitadores são comuns, como pontes,
passarelas e mirantes. Edificações e disponibilidade de serviços podem compor a paisagem nas trilhas classe 5.
Parque Nacional Table Mountain, África do Sul (Fotos: Paulo Faria)

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Orientações específicas:

1. Deve ser identificada uma única classe para cada trilha ou segmento de trilha.

2. A descrição da classe de trilha reflete atributos típicos das trilhas em cada grau de
intervenção. Todavia, desvios locais são aceitos em quaisquer classes e podem ser
estabelecidos em função de condições específicas da trilha, topografia ou outros
fatores, desde que a trilha continue coerente com a intenção geral da classe de
trilha determinada.

3. A identificação da classe de trilha mais apropriada deve ser feita com base nas
orientações e normas vigentes, além das decisões específicas do projeto e diretrizes
relacionadas.

4. Aplique a classe que melhor reflete a intenção de manejo para a trilha ou segmento
de trilha, que pode ou não refletir a condição atual da trilha. Para detalhes sobre cada
classe de trilha consulte a matriz de classe de trilha.

USO MANEJADO

O uso manejado corresponde a(s) modalidade(s) de atividade(s) cujo uso é viabilizado


pelo propósito do manejo com base em projeto, ou seja, correspondem a todos aqueles usos
para os quais a trilha foi ativamente proposta.

Orientações específicas:

1. O uso manejado indica a intenção de manejo para acomodar um ou mais usos


específicos.
2. Pode existir mais de um uso manejo por trilha ou segmento de trilha. Como por
exemplo, uma trilha manejada para ciclismo também pode viabilizar o uso por
pedestres e possuir, assim, seus usos manejados para caminhantes e ciclistas.
3. Os usos manejados para uma trilha são geralmente um subconjunto de todos os usos
permitidos na trilha.
4. Os usos manejados devem ser identificados a partir das orientações e normas vigentes,
bem como as decisões específicas do projeto e diretrizes relacionadas.
5. Deve ser atentada a relação direta entre uso manejado e classe de trilha: geralmente,
uma não pode ser determinada sem considerar a outra, sendo que nem todas as
classes de trilha são apropriadas para todos os usos manejados. Por exemplo, uma
trilha manejada para pedestres definida como de intervenção muito baixa (trilha classe
2) pode não ser apropriada para atividades de ciclismo.

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USO PROJETADO

O uso identificado em uma trilha ou segmento de trilha que demanda projeto e parâmetros
de construção mais exigentes e restritivos corresponde ao uso projetado.

Em conjunto com a classe de trilha identificada, o uso projetado vai definir quais serão
os parâmetros de projeto que serão utilizados para a execução dos esforços de manejo ou
implantação da trilha.

Orientações específicas:

» Apenas um uso projetado é definido por trilha ou segmento de trilha. Apesar de


uma trilha ou segmento de trilha poder ter vários usos manejados, apenas um uso
projetado é identificado como base para o projeto de trilha.
» O uso projetado deve ser determinado a partir dos usos manejados identificados para
a trilha, ou seja, o uso projetado compreende sempre a seleção do uso manejado mais
exigente em relação aos seus parâmetros de projeto.
» Em algumas situações, quando há mais de um uso manejado identificado para uma
trilha, o uso projetado pode não ser identificado de maneira tão evidente, como
quando os conjuntos de parâmetros de projeto não apresentam diferenças muito
grandes. Por exemplo, em uma trilha manejada ativamente para uso compartilhado
por caminhantes e ciclistas, o uso por ciclistas provavelmente seria o uso projetado,
já que possui requisitos de projeto mais limitantes em classes menos desenvolvidas –
requer trilha de largura maior e com menores declividades alvo.
Em outros momentos, quando os usos manejados possuem grandes diferenças
de parâmetros, o uso projetado é facilmente determinado – por exemplo, quando há
atividades com uso de veículos motorizados, que geralmente possuem parâmetros de
projeto mais restritivos.
Apesar deste guia de planejamento focar em usos projetados para caminhantes e
ciclistas, a referência original “Trail Planning Fundamentals”, do Serviço Florestal Americano,
oferece diretrizes para planejamento e parâmetros de construção para atividades equestres,
motocicletas, quadriciclos, entre outros.

PARÂMETROS DE PROJETO

Correspondem às diretrizes técnicas para diagnósticos de projeto, construção e


manutenção de trilhas, com base em seu Uso Projetado e Classe de Trilha.
Os parâmetros de projeto refletem claramente os objetivos do projeto da trilha e orientam
o desenho de uma trilha a partir de critérios físicos principais:

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» Largura da pista: é expressa em termos de pista simples, pista dupla e a largura
mínima da pista.

» Superfície projetada: é expressa em termos de tipo de superfície, saliências e obstáculos.

Superfície da trilha (Foto Paulo Faria)

19
» Declividade projetada: é expressa em termos de três variáveis: a faixa de declividade média
alvo para a trilha inteira; a declividade máxima aceitável em um trecho curto; e a extensão
máxima admissível para estes trechos curtos, como % da extensão total do trecho.

10% (declividade média = alvo do projeto)


1200m (extensão total da trilha)

15%
22m
1100m (altitude)
17%
25m

120m = desnível

980m (altitude)
1200m = percurso

}10% (declividade média = alvo do projeto)


1200m de extensão Extensão de trechos curtos com declividade acentuada: 47m
120m de desnível 47m 4% da extensão total da trilha

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» Inclinação lateral projetada: é expressa em termos de inclinação lateral alvo e
inclinação lateral máxima.

» Corredor projetado: é expressa em termos de largura e altura do corredor da trilha.

Curvas projetadas: é expressa em termos do raio da curva.

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Orientações específicas

1. Desvios locais de qualquer parâmetro de projeto são aceitos e podem ser


estabelecidos com base nas condições específicas da trilha, topografia e outros
fatores, desde que se mantenha a coerência dos parâmetros e desvios com a
intenção geral da classe de trilha.

2. Esforços para reduzir o impacto ao recurso natural, reduzir riscos de acidentes em áreas
mais perigosas ou ajustes para acomodar outros usos manejados são as situações
mais comuns onde se admite desvios importantes nos parâmetros de projeto.

3. Identifique os parâmetros de projeto com base na classe de trilha e no seu uso


projetado. No caso dos parâmetros cujas definições indiquem um intervalo de valores
(como largura da pista, por exemplo), deve ser escolhido um valor específico baseado
nos objetivos do projeto e nas características do terreno.

4. A determinação da declividade projetada de uma trilha, além de seus outros parâmetros


de projeto, deve ser baseada em tipos de solo, condições hidrológicas, níveis de
utilização, potencial erosivo e outros fatores que contribuem para a estabilidade da
superfície e a sustentabilidade geral da trilha.

5. A definição da largura da pista projetada está relacionada com o sentido da trilha


(se possui sentido único ou pista dupla, para ida e volta) e também com a fitofisionomia
do ambiente.

6. Parâmetros de projeto trilhas de classes de trilha 3, 4 e, principalmente, 5 possuem


potencial para oferecer condições mais acessíveis para pessoas com dificuldades de
locomoção. Para acessibilidade plena a pessoas de menor mobilidade ou públicos-
alvo determinados convém consultar referências técnicas e tolerâncias de parâmetros
mais específicos.

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PMT: DEFININDO OS OBJETIVOS DO PROJETO

Os Projetos de Manejo de Trilhas (PMT) são os documentos que explicitam as definições


de escopo da trilha, orientações de uso e diretrizes para manejo e implantação.

Por que usar o PMT?

A construção do PMT de forma prévia à execução das ações de manejo da trilha orienta de
forma efetiva e eficiente o trabalho das equipes de execução, por sintetizar as informações
básicas de referência para o planejamento e manejo da trilha em um lugar único e acessível.

O PMT definido para cada trilha ou segmento de trilha viabiliza uma análise efetiva
do projeto e condições da trilha, possibilitando um melhor planejamento operacional da
implementação, manejo e sinalização das trilhas.

Manejar uma trilha de forma efetiva ou qualificá-la como bem manejada e em


conformidade com os objetivos e normativas não é possível sem que algumas perguntas
sejam respondidas: Qual o propósito da trilha? Para que tipo de uso a trilha será manejada?
Qual é o nível de desenvolvimento pretendido para a trilha?

Ainda, limitações na qualidade da experiência do visitante e incompatibilidades entre


usos possíveis podem ocorrer quando a trilha é manejada com base em percepções
individuais ou tendo como base apenas os usos correntes da trilha, sem considerar
necessidades futuras ou outras possibilidades de uso.

Estabelecer o PMT e comunicá-lo devidamente a todos os níveis de execução dos


trabalhos de manejo é um passo importante para evitar os problemas citados.

O PMT no ICMBio

Os pontos focais de uso público ou chefes das unidades de conservação federais


são os responsáveis pela aprovação do PMT, que pode ser proposto por voluntários,
autorizatários, representantes de concessionários, equipe técnica da UC ou outros
parceiros devidamente capacitados.

Os PMT não devem ser utilizados como documentos estáticos. Eles refletem a intenção de
manejo e considerações que são importantes para o manejo da trilha. Assim, os PMT devem
ser atualizados sempre que houver mudanças na intenção de manejo ou nas diretrizes
e normas estabelecidas para cada trilha.

23
TRILHA CLASSE 1 TRILHA CLASSE 2 TRILHA CLASSE 3 TRILHA CLASSE 4 TRILHA CLASSE 5
ATRIBUTOS DAS TRILHAS
MÍNIMA INTERVENÇÃO MUITO BAIXA INTERVENÇÃO BAIXA INTERVENÇÃO MÉDIA INTERVENÇÃO ALTA INTERVENÇÃO

Pista larga e relativamente suave, Pista larga, firme, estável, e geralmen-


Pista pode ser intermitente ou
Pista contínua e discernível, mas com poucas irregularidades. Pista te uniforme. Pista única, com ramais
indistinta. Pode exigir identificação Pista contínua e óbvia. Pista única,
estreita e irregular. Pista única, com es- única, com estruturas adaptadas frequentes onde o volume de tráfego é
de rota. Pista única, sem estruturas com estruturas construídas e adap-
PISO E FLUXO DE TRÁFEGO truturas de pequeno porte construídas para maior fluxo de visitantes. baixo a moderado. Pista dupla, onde o
construídas para passagem. tadas para maior fluxo de visitantes.
para passagem. Tipicamente, materiais Pista dupla onde o volume de volume de tráfego é moderado a alto.
Materiais predominantemente Materiais nativos ou não.
nativos. tráfego é alto. Materiais nativos Comum presença de revestimento ou
nativos.
ou não. Pode ter calçamento. calçamento.

Obstáculos comuns, ocorrendo natu-


ralmente, muitas vezes substanciais, Obstáculos podem ser comuns, subs-
Obstáculos podem ser comuns, mas
destinados a oferecer maior desafio e/ tanciais, destinados a oferecer maior Obstáculos infrequentes e não
não substanciais ou destinados a Sem obstáculos presentes.
OBSTÁCULOS ou integração com a paisagem. Pas- desafio. Bloqueios liberados para defi- substanciais. Vegetação removida
oferecer desafio. Vegetação removida Pouca declividade típica.
sagens estreitas; vegetação no leito, nir rotas e proteger recursos. Vegeta- do corredor da trilha.
do corredor da trilha.
altas declividades, rochas e troncos ção pode invadir o corredor da trilha.
podem estar presentes.

Estruturas de tamanho, escala e Estruturas frequentes e substan-


número limitado; tipicamente construí- ciais, normalmente construídas
Estruturas podem ser comuns e subs-
das com materiais nativos. Estruturas com materiais Não nativos. Estruturas frequentes ou contínuas,

25
Estruturas mínimas ou inexistentes. tanciais; construídas com materiais
adequadas para proteger e minimizar Passagens naturais ou construí- normalmente construídas com mate-
RECURSOS CONSTRUÍDOS Drenagem tipicamente fornecida sem nativos ou não. Passagens naturais ou
os impactos aos recursos naturais e das por rios. Pontes conforme riais. Não nativos. Pode incluir pontes,
E ELEMENTOS DA TRILHA estruturas. Passagens naturais por Construídas por rios. Pontes conforme
à trilha. Passagens naturais por rios. necessário para a proteção de re- passarelas, corrimãos e serviços ofere-
rios. Tipicamente não há pontes. necessário para a proteção de recursos
Pontes conforme necessário para a cursos e conveniência do usuário. cidos ao longo da trilha.
e maior segurança para usuários.
proteção de recursos e maior seguran- Serviços podem estar presentes
ça para usuários. ao longo da trilha.

Sinalização direcional em cruza-


Sinalização direcional em cruzamentos
Sinalização direcional usualmente Sinalização direcional em cruzamentos mentos e conforme necessário
Sinalização direcional presente em e conforme necessário para segurança
limitada a cruzamentos ou presentes e conforme necessário para segurança para segurança e orientação do
cruzamentos ou quando a localização e orientação do usuário. Presença
quando a localização da trilha não é e orientação do usuário. Presença de usuário. Presença comum de sina-
da trilha não é evidente. Presença comum de sinalização direcional
evidente. Sinalização regulamentar sinalização direcional confirmatória e lização direcional confirmatória e
eventual de sinalização confirmatória confirmatória e tranquilizadora.
SINALIZAÇÃO infrequente e focada na proteção de tranquilizadora. Sinalização de natu- tranquilizadora. Sinalização de na-
de rotas ou tranquilizadoras. Presença comum de sinalização de
recursos. Identificação de destino, reza regulamentar e de proteção de tureza regulamentar e de proteção
Sinalização regulamentar infrequente. natureza regulamentar e de proteção
sinalização informativa e orientativa, recursos pode ser comum. Sinalização de recursos é comum. Sinalização
Sinalização interpretativa e orientativa de recursos. Sinalização de destino
a menos que exigido, não está geral- interpretativa e orientações podem de destino comum. Sinalização
incomuns. comum. Sinalização interpretativa e
mente presente. estar presentes. interpretativa e orientações podem
orientações comuns.
ser comuns.

Pode ser altamente modificada.


Natural e com alterações
PAISAGEM Natural e inalterada Natural e essencialmente inalterada Pode ser modificada Comum em áreas mais urbanizadas.
pouco comuns
Pouco comum em áreas naturais.
ANEXO 1: MATRIZ DE CLASSE DE TRILHAS
ANEXO 2: MATRIZ DE CLASSE DE TRILHAS

PROJETO DE MANEJO DE TRILHAS


* Livremente adaptado do Serviço Florestal Americano
* Este não é um documento de caráter normativo e de uso obrigatório, mas uma ferramenta de gestão de uso
sugerido e passível de atualizações.

UC: ____________________________ CR: _________________ UF: ______________

Nome da trilha : ____________________________________________ Nº: ________


Início: _____________________________________________________ Marco: _____
Final: _____________________________________________________ Marco: _____
Comprimento: ________________

τ Fonte τ Roda τ GPS τ Mapa τ Desconhecido

SEÇÃO DA TRILHA

NOME DA TRILHA / TRECHO


Nº Seção: ____________
Início: _____________________________________________________ Marco: _____
Final: _____________________________________________________ Marco: _____

DEFINIÇÕES

CLASSE TIPO ZONA

τ 1 (intervenção mínima) τ Trilha padrão (terra) τ Infraestrutura


τ 2 (pouca intervenção) τ Trilha aquática τ Uso moderado
τ 3 (média intervenção) τ Trilha subaquática τ Conservação
τ 4 (alta intervenção) τ Outro: ___________
τ 5 (intervenção total)

26
ANEXO 2: MATRIZ DE CLASSE DE TRILHAS

USO PROJETADO PARÂMETROS DO PROJETO ESFORÇO DE MANEJO


( marque um ) ( o que se aplica ) ( por ano )

τ Caminhante _______ Largura trilha (m) _______ Abertura da trilha

τ Bicicleta _______ Declividade (%) _______ Monitoramento

τ Cavalo _______ Dec. (%) trecho curto _______ Reparo de piso

τ Motocicleta _______ Inclinação lateral alvo _______ Limpeza / drenagem

τ Veículo comum _______ Largura corredor (m) _______ Poda simples

τ Quadriciclo _______ Altura corredor (m) _______ Capina

Embarcação
τ motorizada _______ Raio da curva (m) _______ _______________

Embarcação
τ não motorizada _______ ________________ _______ _______________

τ _____________ _______ ________________ _______ _______________

τ _____________ _______ ________________ _______ _______________

τ _____________ _______ ________________ _______ _______________

ESTRATÉGIAS DE MANEJO

USO MANEJADO USO PROIBIDO


( marque todos que se aplicam ) ( marque todos que se aplicam )

τ Caminhante τ Todos os usos motorizados

τ Bicicleta τ Caminhante

τ Cavalo τ Bicicleta

τ Motocicleta τ Cavalo

τ Veículo comum τ Motocicleta

τ Quadriciclo τ Veículo comum

τ Embarcação motoriz. τ Cadeirante

τ Embarcação não mot. τ Embarcação motoriz.

τ ___________________ τ Embarcação não mot.

τ ___________________ τ ___________________

27
ANEXO 2: MATRIZ DE CLASSE DE TRILHAS

OUTRO USO
Aceitar Desestimular Eliminar
( marque todos que se aplicam )

τ Caminhante τ τ τ
τ Bicicleta τ τ τ
τ Cavalo τ τ τ
τ Motocicleta τ τ τ
τ Veículo comum τ τ τ
τ Quadriciclo τ τ τ
τ Embarcação motoriz. τ τ τ
τ Embarcação não mot. τ τ τ
τ _______________ τ τ τ

CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS

τ Sistema compartihado (com outro sistema de trilhas ou estradas)

τ Acessível de acordo com as normativas e diretrizes*

τ Presença de espécies ameaçadas de extinção, sensíveis ou endêmicas

τ Presença de recursos hídricos superficiais

Exitência de acordos ou prestação de serviços formalizados existentes


τ (específico à trilha/área)

τ Existência de projeto para adaptação da trilha para deficientes visuais

τ Previsão de implantação de projeto de interpretação ambiental

τ Previsão de execução de projeto de estruturação (descrito abaixo)

*Instrução normativa ICMBio nº08/2008, Diretrizes para visitação


em Unidades de Conservação (MMA, 2007) e demais dispositivos vigentes.

Técnico responsável: ___________________________________________________________


Nome e Cargo/matrícula

28
ANEXO 2: MATRIZ DE CLASSE DE TRILHAS

COMENTÁRIOS COMPLEMENTARES/
INFORMAÇÕES DE REFERÊNCIA

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
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__________________________________________________________________________
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__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

29
Uso Projetado Trilha Classe 1 Trilha Classe 2 Trilha Classe 3 Trilha Classe 4 Trilha Classe 5

MINIMAMENTE MODERADAMENTE DESENVOLVIDA ALTAMENTE TOTALMENTE


CAMINHANTE/PEDESTRE DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA

Largura mínima
45 45 45 90 90
de estruturas (cm)

Largura da pista
Pista única (cm) 0 - 30 15 - 45 45 - 90 60 - 150 90 - 180
projetada

Pista dupla /
90 90 90 - 150 120 - 180 180 - 300
ida e volta (cm)

Irregularidades intermi-
Pouca irregularidade Superfície geralmen-
tentes e superfície natu-
Superfície natural, Superfície natural, e superfície natural ou te melhorada com
ral, com algum material
Tipo podendo ser continu- podendo ser continu- com seções melhora- material importado.
importado, quando
amente irregular. amente irregular. das utilizando material Terreno uniforme, firme
necessário para estabili-
importado. e estável.
zação do terreno.
Superfície
projetada
Saliências ≤7cm podem Saliências ≤7cm são
Saliências ≤60cm são Saliências ≤15cm são
Saliências ser comuns, mas não incomuns e nunca Sem saliências.
comuns e contínuas. comuns e contínuas.
ANEXO 3: MATRIZ DE CLASSE DE TRILHAS

contínuas. contínuas.

30
Obstáculos
60 35 25 20 Sem obstáculos.
(altura máxima) (cm)

Declividade
5 % - 25% 5% - 18% 3% - 12% 2% - 10% 2% - 5%
projetada

Declividade máxima
40% 35% 25% 15% 5%
de intervalo curto

Densidade máxima
Declividade 20% - 40% da trilha 20% - 30% da trilha 10% - 20% da trilha 5% - 20% da trilha 0% - 5%
de intervalo curto

Inclinação
Encosta natural 5% - 20% 5% - 10% 3% - 7% 2% - 3%
lateral alvo

Inclinação
Encosta natural 25% 15% 10% 3%
lateral máxima

Altura (cm) 180 180 - 210 210 - 240 240 - 300 240 - 300

Corredor projetado
"≤60cm "60 - 120
Largura (cm) Vegetação pode Vegetação pode 90 - 150 120 - 180 150 - 180
invadir a clareira" invadir a clareira"

Curva projetada Raio (cm) Sem mínimo 60-90 90-180 120-245 90-245
Uso Projetado Trilha Classe 1 Trilha Classe 2 Trilha Classe 3 Trilha Classe 4 Trilha Classe 5

MINIMAMENTE MODERADAMENTE DESENVOLVIDA ALTAMENTE TOTALMENTE


CICLISTA DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA

Largura mínima
45 45 90 120 150
de estruturas (cm)

Largura da pista
Pista única (cm) 15 - 30 30 - 60 45 - 90 60 - 120 90 - 150
projetada

Pista dupla / ida e


90 - 120 90 - 120 90 - 120 120 - 210 180 - 300
volta (cm)

Superfície natural, com


Superfície natural, algum material importa-
Superfície natural,
podendo ser conti- do, quando necessário Superfície natural,
podendo ser conti-
nuamente irregular. para estabilização do podendo ter seções Superfície geralmente
nuamente irregular.
Seções de pista macia terreno. Irregularidades melhoradas utilizando melhorada com material
Tipo Seções de pista macia
ou instável em graus intermitentes. Seções de material importado. Ter- importado. Terreno uni-
ou instável em graus
maiores que 5% pista macia ou instável reno estável, com pouca forme, firme e estável.
maiores que 5% po-
podem ser comuns e em graus maiores que 5% irregularidade.
Superfície projetada dem ser comuns.
contínuas. podem ser comuns, mas
não contínuas.
Saliências ≤15cm Saliências ≤8cm podem
Saliências ≤60cm são Saliências ≤8cm inco-
Saliências podem ser comuns e ser comuns, mas não Sem saliências.
comuns e contínuas. muns, nunca contínuas.
contínuas. contínuas.

31
Obstáculos
60 30 25 20 Sem obstáculos.
(altura máxima) (cm)

Declividade
5% - 20% 5% - 12% 3% - 10% 2% - 8% 2% - 5%
projetada

Declividade máxima "30% "25%


15% 10% 8%
de intervalo curto 50% em descidas" 35% em descidas"

Densidade máxima de
Declividade 20% - 30% da trilha 10% - 30% da trilha 10% - 20% da trilha 5% - 10% da trilha 0% - 5% da trilha
intervalo curto

Inclinação
5% - 10% 5% - 8% 3% - 8% 3% - 5% 2% - 3%
lateral alvo

Inclinação
10% 10% 8% 5% 5%
lateral máxima

Altura(cm) 180 180 - 240 240 240 - 270 240 - 270

Corredor projetado
"60 - 90 "90 - 120
Largura(cm) Vegetação pode inva- Vegetação pode inva- 150 - 180 180 - 240 180 - 240
dir a clareira" dir a clareira"

Curva projetada Raio (cm) 60-90 90-180 120-240 240-300 240-365


ANEXO 3: MATRIZ DE CLASSE DE TRILHAS
Uso Projetado Trilha Classe 1 Trilha Classe 2 Trilha Classe 3 Trilha Classe 4 Trilha Classe 5

MINIMAMENTE MODERADAMENTE DESENVOLVIDA ALTAMENTE TOTALMENTE


VEÍCULOS TRAÇÃO 4X4 DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA

Largura mínima
180 - 210 180 - 240 240 - 300
de estruturas (cm)

Largura da pista
Pista única (cm) 500 500 500
projetada

Pista dupla /
240 240 240
ida e volta (cm)

"Superfície natural,
Superfície natural, com
podendo ser continua- Superfície natural com
algum material importado
mente irregular. seções melhoradas uti-
quando necessário para
Seções de pista fofa lizando material impor-
Tipo estabilização do terreno.
ou instável. tado. Há pouca irregula-
Irregularidades intermi-
Inclinações <5% po- ridade. Trechos de pista
tentes. Inclinações <5%
dendo ser comuns e fofa são incomuns.
podem estar presentes.
contínuas."
Superfície projetada
Saliências ≤30 cm Saliências ≤20 cm podem
Saliências ≤10 cm inco-
Saliências podem ser comuns e ser comuns, mas não
muns, nunca contínuas.
ANEXO 3: MATRIZ DE CLASSE DE TRILHAS

contínuas. contínuas.
Estas trilhas geralmen- Obstáculos de até 90 Obstáculosde até 60 cm Estas trilhas geralmente

32
Obstáculos (altura te não são planejadas cm podem ser comuns podem ser comuns e ser Obstáculos de até 30 cm não são planejadas e
máxima) (cm) e manejadas para o e ser colocados para mantidos a oferecer maior infrequentes. manejadas para o uso de
uso de veículos com oferecer maior desafio. desafio. veículos com tração 4X4.
tração 4X4. Entretanto,
Entretanto, podem ser
podem ser emitidas au-
Declividade projetada 10% - 21% 5% - 18% 5% - 12% emitidas autorizaçãoes
torizaçãoes em casos
em casos excepcionais.
excepcionais.
Declividade máxima
25% 20% 15%
de intervalo curto

Densidade máxima
Declividade 20% - 30% da trilha 10% - 20% da trilha 5% - 10% da trilha
de intervalo curto

Inclinação
8% -10% 5% - 12% 5% - 8%
lateral alvo

Inclinação
15% 12% 8%
lateral máxima

Altura(cm) 200 - 250 200 - 250 250 - 300

Corredor projetado
"180 - 210
Largura(cm) Vegetação pode inva- 210 - 240 240 - 360
dir o corredor da trilha"

Curva projetada Raio (cm) 300 - 450 450 - 600 600 - 900
Uso Projetado Trilha Classe 1 Trilha Classe 2 Trilha Classe 3 Trilha Classe 4 Trilha Classe 5

MINIMAMENTE MODERADAMENTE DESENVOLVIDA ALTAMENTE TOTALMENTE


QUADRICÍCLO DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA DESENVOLVIDA

Largura mínima
120 - 150 150 150 - 180
de estruturas (cm)

Largura da pista
Pista única (cm) 240 240 - 270 240 - 300
projetada

Pista dupla /
150 150 150
ida e volta (cm)

"Superfície natural, Superfície natural, com


podendo ser continua- algum material impor- Superfície natural com
mente irregular. tado quando necessário seções melhoradas uti-
Seções de pista fofa para estabilização do lizando material impor-
Tipo
ou instável. terreno. Irregularidades tado. Há pouca irregula-
Inclinações <5% po- intermitentes. Inclina- ridade. Trechos de pista
dendo ser comuns e ções <5% podendo estar fofa são incomuns.
contínuas." presentes.
Superfície projetada
Saliências (≤15 cm) Saliências (≤7 cm)
Saliências (≤7 cm) inco-
Saliências podem ser comuns e podem ser comuns, mas
muns, nunca contínuas.
contínuas. não contínuas.
Estas trilhas ge- 30 cm. Obstáculos 15 cm. Obstáculos podem Estas trilhas geralmen-
Obstáculos ralmente não são podem ser comuns ser comuns e ser man- 7 cm. Obstáculos infre- te não são planejadas

33
(altura máxima) (cm) planejadas e mane- e ser colocados para tidos a oferecer maior quentes. e manejadas para o
jadas para o uso de oferecer maior desafio. desafio. uso de quadricíclos.
quadriciclos. Entretan-
Entretanto, podem ser
Declividade to, podem ser emitidas
10% - 25% 5% - 15% 3% - 10% emitidas autorizaçãoes
projetada autorizaçãoes em
em casos excepcionais.
casos excepcionais.
Declividade máxima
35% 25% 15%
de intervalo curto

Densidade máxima
Declividade 20% - 40% da trilha 15% - 30% da trilha 10% - 20% da trilha
de intervalo curto

Inclinação
5% - 10% 3% - 8% 3% - 5%
lateral alvo

Inclinação
15% 10% 8%
lateral máxima

Altura(cm) 180 - 215 180 - 240 240 - 300

Corredor projetado
"≤60cm
Largura(cm) Vegetação rala pode 150 - 180 180 - 240
invadir a clareira"

Curva projetada Raio (cm) 180 -240 240 - 300 240 - 360
ANEXO 3: MATRIZ DE CLASSE DE TRILHAS
REFERENCIAS CITADAS NA EDIÇÃO
ORIGINAL NORTE-AMERICANA

• FSM 2350 Trail, River, and Similar Recreation Opportunities [and amendments].
Access via <http://www.fs.fed.us/im/directives/dughtml/fsm2000.html>.

• FSH 2309.18 Trails Management Handbook [and amendments]. Access via <http://
www.fs.fed.us/im/directives/dughtml/fsh2000.html>.

• Forest Service Standard Trail Plans and Specifications, 2016. Access at <http:/www.
fs.fed.us/recreation/programs/trail-management/trailplans/index.shtml>.

• Trail Construction and Maintenance Notebook (0723–2806–MTDC), 2007 edition.


Access at <http://www.fs.fed.us/t-d/pubs/pdfpubs/pdf07232806/pdf07232806d-
pi72.pdf>.

• Forest Service Trail Accessibility Guidelines (FSTAG). Access via <http://www.fs.fed.


us/recreation/programs/accessibility/>.

• Forest Service Trail Bridge Catalog Web site. Access at <http://www.fs.fed.us/eng/


bridges/>.

• Forest Service National Technology and Development Program

- Missoula Technology and Development Center Access


at <http://fsweb.mtdc.wo.fs.fed.us>.

- San Dimas Technology and Development Center Access


at <http://fsweb.sdtdc.wo.fs.fed.us>.

34
ANOTAÇÕES
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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______________________________________________________________________
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35
ANOTAÇÕES
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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36
c

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