1

foto: Rodolpho Oliva

Arraial do Sesc / Serviço Social do Comércio
Cabo/RJ. Senac / Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

Conselhos Nacionais do Sesc e do Senac

Antonio Oliveira Santos
Presidente

Departamento Nacional do Sesc

Albucacis de Castro Pereira
Diretor-Geral

Departamento Nacional do Senac

Sidney Cunha
Diretor-Geral

Editores Responsáveis
Anna Beatriz de Almeida Waehneldt
Claudia Guimarães Rodrigues
Monica Armond Serrão
Senac/DN - Diretoria de Formação Profissional

Consultoria técnica
Nelly Wise
Técnica de Turismo - Senac /DN
Carlos Henrique Porto Falcão
Técnico de Turismo Social - Sesc /DN

Redação
Maurício de Oliveira (coordenação)
Márcia Soares

Editoração
Senac/DN - Diretoria de Marketing e Comunicação

Projeto Gráfico
Cynthia Carvalho

Revisão
Laura Figueira

Produção Gráfica
Sandra Regina F. do Amaral

Foto da capa: Paulo Miranda

Parque Nacional do Itatiaia/RJ

SENAC. DN. Ecoturismo no Brasil : a natureza como destino. /

Anna Beaatriz de Almeida Waehneldt; Cláudia Guimarães
Rodrigues; Monica Armond Serrão. Rio de Janeiro : Sesc
Nacional, 2002. 32 p. Il. Inclui glossário.

ECOTURISMO; BRASIL; REGIÃO NORTE; REGIÃO NORDESTE;

REGIÃO CENTRO-OESTE; EGIÃO SUL; SESC; SENAC

Referência Bibliográfica conforme as normas adotadas pelo Sistema de

Informações Bibliográficas do Senac.
2
 Fernando de
Noronha (PE)

va
Oli
lpho
do
Ro o:
fot

foto: Anna Beatriz Waehneldt

Ao definir 2002 como o Ano Internacional do
Ecoturismo, a Organização das Nações Unidas
(ONU) decidiu abrir espaço para as discussões sobre
uma das atividades que mais têm crescido nos últimos
anos, sendo responsável pelo movimento de
50 milhões de pessoas em todo o mundo e mais
de 500 mil apenas no Brasil.

O Brasil, por sinal, despertou há pouco tempo para o

Ecoturismo, e está tentando conquistar um espaço que Cataratas do
muitos países já vêm ocupando, através da elaboração de Iguaçu (PR)
políticas e estratégias eficientes em suas administrações.

Para preencher essa lacuna, o Instituto Brasileiro

de Turismo (Embratur) lançou, ano passado,

foto: Stefan Kolumban

o Projeto Pólos de Desenvolvimento de Ecoturismo
no Brasil, que identificou 96 pólos onde a prática
do Ecoturismo vem ocorrendo, além de fazer um
inventário das características, potencialidades
e infra-estruturas de apoio disponíveis.

Paralelamente, o Serviço Nacional de Aprendizagem

Comercial (Senac) e o Serviço Social do Comércio
(Sesc) vêm desenvolvendo projetos e realizando ações
de grande importância para a área de Ecoturismo em
todo o país. Iniciativas que são promovidas em
parcerias com os governos, organizações não-

foto: Bruno Gueiros

governamentais (ONGs), iniciativa privada e
comunidades locais, estimulando o desenvolvimento Lençóis
com respeito à manutenção do equilíbrio do meio Maranhenses
ambiente e da diversidade cultural do nosso país. (MA)

3
Provavelmente, você já ouviu
falar muitas vezes a palavra
Ecoturismo, resultado da união
de ecologia com turismo e que
movimenta, a cada ano, 50
milhões de pessoas em todo o
mundo. Recentemente, foi o tema
central da Cúpula Mundial do
Ecoturismo, realizada em Quebec,
Canadá, onde chefes de estado e
ministros de diversos países
reuniram-se para discutir as ações
e os rumos de uma das mais
4
importantes modalidades de
turismo praticadas hoje em dia.
Mas afinal, o que é Ecoturismo?
A primeira definição foi feita
em 1991 pela The
International Ecotourism
Society (Ties ou Sociedade
Internacional do Ecoturismo),
a maior e mais antiga organi-
zação dessa área em todo o
mundo, sediada nos Estados
Unidos. Segundo ela, “por
Ecoturismo entende-se viagens
a áreas naturais, visando a
conservação do meio ambien-
te e a promoção do bem-estar
de comunidades locais”.
No Brasil — onde estima-se que
mais de 500 mil pessoas são
adeptas do Ecoturismo, segun-
do a Embratur — essa modali-
dade de turismo vem sendo
discutida desde 1985, inicial-
mente com o nome de turismo
de natureza ou ecológico,
quando era praticada por
grupos específicos, de forma
pouco organizada.
Mas foi somente a partir da
realização da Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, a
Rio-92, que o termo Ecoturismo
consolidou-se como uma das
ações do desenvolvimento
sustentável. Assim, passou a
significar um segmento da
atividade turística que utiliza de
forma sustentável o patrimônio
 Parque
Nacional da em integração com as comuni-
Serra dos dades locais.
Órgãos (RJ)
Entre alguns dos princípios
foto: Paulo Miranda
básicos que caracterizam o
Ecoturismo destacam-se:
· respeito às comunidades locais;
· desenvolvimento econômico e
efetivo das comunidades locais;
· respeito às condições naturais e
conservação do meio ambiente;
· promoção dessa atividade
como veículo de educação
ambiental.
E para discutir o crescimento
desse fenômeno e suas conse-
qüências, a Organização das
Nações Unidas (ONU) estabele-
ceu 2002 como o Ano Internacio-
nal do Ecoturismo, atividade que
aumenta mais de 20% por ano,
segundo dados da Organização
Mundial do Turismo. OBrasil,
um dos países com uma das
maiores reservas de
biodiversidades do planeta — e,
portanto, um dos lugares com
maiores perspectivas de cresci-
mento nesse setor — conta com
cerca de 5 mil empresas e
natural e cultural, incentiva a
instituições voltadas ao
sua conservação e busca a
Ecoturismo, que empregam por
formação de uma consciência
volta de 30 mil pessoas.
ambientalista, promovendo o
bem-estar das populações
Diversos são os destinos do
envolvidas.
Ecoturismo no Brasil, entre eles,
os municípios de Bonito (MS) e
Além disso, o Ecoturismo
Brotas (SP), Chapadas da
caracteriza-se por viagens para
Diamantina (BA), dos Guimarães
reservas naturais, relativamente
(MT) e dos Veadeiros (GO),
pouco alteradas e não contami-
Pantanal Matogrossense (MS/
nadas, com o objetivo específico
MT), Serra Gaúcha (RS), Ilha de
de estudar, admirar e desfrutar
Santa Catarina (SC), Região de
as paisagens, a flora e a fauna,
Itatiaia (RJ), Itaúnas e Serra do Ecoturismo no
Caparaó (ES), Terras Altas da
Mantiqueira (MG), Ilha de mundo
Fernando de Noronha (PE),
· É considerado como o
Parque Nacional de Sete
segmento que mais cresce
Cidades (PI), Lençóis
dentro da área de Turismo.
Maranhenses (MA), Vale do
Guaporé (RO) e o estado do · 50 milhões de pessoas
Amazonas, onde se destacam a fazem Ecoturismo em todo
região próxima a Manaus, a o mundo, de um total
Reserva Sustentável de aproximado de 700
Mamirauá e o município de milhões de turistas que
Silves, no qual a Associação de circulam pelo planeta.
Silves pela Preservação
· O Ecoturismo e o Turismo
Ambiental e Cultural mantém
de Aventura são responsá-
um dos mais bem-sucedidos
veis por cerca de 10% do
projetos de Ecoturismo comuni-
tário do país. mercado turístico mundial,
apresentando uma taxa de
Mas nem tudo são flores nos crescimento de 30% ao ano.
caminhos que levam ao
· No início da década de
Ecoturismo. Muitas iniciativas
1990, a Costa Rica foi
denominadas de Ecoturismo
considerada o principal
são, na verdade, ações oportu-
destino em Ecoturismo no
nistas de quem está preocupado
mundo, pela US Adventure
em tirar o maior proveito
Travel Society.
econômico dessa atividade, sem
respeitar as comunidades e o
· No cenário internacional
próprio meio ambiente onde
dos destinos ecoturísticos, o
estão inseridas.
Brasil disputa mercado
Apenas com ações do governo, com concorrentes fortes e
de organizações não-governa- experientes como Costa
mentais (ONGs) e da iniciativa Rica, México,Tanzânia,
privada — em parceria com as Tailândia e Austrália, entre
comunidades envolvidas —, outros .
será possível a criação e a
· O Ecoturismo é uma
exploração de forma sustentá-
opção de desenvolvimento
vel de áreas destinadas ao
econômico e sustentável,
Ecoturismo, que está celebran-
principalmente para os
do, em 2002, seu Ano Internaci-
países onde a atividade
onal, e ganhando, com isso,
industrial e comercial é
uma oportunidade de definir
incipiente, como Quênia e
seus rumos, de forma a incor-
Ruanda, na África, e Belize
porar os conceitos de justiça,
e República Dominicana, na
inclusão social e
América Central.
sustentabilidade.
5
 foto: Claus Meyer

6

A procura por um turismo onde
o grande atrativo é a natureza e
a relação do homem com o
meio ambiente tem se intensifi-
cado cada vez mais. No Brasil,
as áreas com grande potencial
ecoturístico já foram
mapeadas pela Embratur, em
conjunto com o Instituto de
Ecoturismo do Brasil (IEB), e
divididas em Pólos de Desen-
volvimento de Ecoturismo.
Contrapondo-se ao turismo de
massa, o Ecoturismo atua com
grupos pequenos, pela própria
necessidade de reduzir o
impacto nos locais visitados e
garantir a sustentabilidade da
principal fonte de renda da
atividade: o ambiente natural.
No entanto, os números come-
çam a tomar proporções
grandiosas, despertando a
preocupação de governos e da
sociedade civil organizada.
Estação Para analisar a questão e
Ecológica de estabelecer diretrizes, o governo
Anavilhanas brasileiro, em agosto de 1994,
(AM)
reuniu um grupo multidisciplinar
que elaborou uma política
nacional de Ecoturismo.
O objetivo traçado foi o desen-
volvimento da atividade de
forma organizada e articulada,
através de ações como regula-
mentação do Ecoturismo,
formação e capacitação de
recursos humanos, controle de
qualidade do produto
ecoturístico, participação
comunitária, conscientização e
informação do turista, implanta-
ção e adequação de infra-
estrutura e incentivos ao
desenvolvimento do Ecoturismo.
A preocupação do governo
com o fortalecimento da
atividade ecoturística se traduz
em diversas iniciativas. Recen-
temente, em maio de 2002, o
Ministério do Esporte e Turis-
mo assinou um convênio para
liberar recursos para o projeto
Pólo de Ecoturismo do Brasil,
que será implantado, inicial-
mente, em 14 pólos em todas
as regiões do país. O acordo
envolve ONGs - entre elas a
WWF (World Wildlife Fund ou
Fundo Mundial para a Nature-
za) e SOS Mata Atlântica -
e entidades como a Funbio
(Fundo Brasileiro para a
Biodiversidade) e o Instituto de
Ecoturismo do Brasil, além do
Ministério do Meio Ambiente e
do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID). O
projeto vai repassar um total
de R$ 2,5 milhões para a
capacitação (formação de
guias e monitores) e o levanta-
mento do potencial
ecoturístico de cada região.
Os Pólos de
Desenvolvimento do
Ecoturismo
O Projeto Pólos de Desenvolvi-
mento de Ecoturismo no Brasil,
da Embratur,identificou
localidades brasileiras onde a
prática do Ecoturismo vem
ocorrendo e fez um inventário
das características, das
potencialidades e infra-
estruturas de apoio disponí-
veis. Em todo o Brasil foram
identificados 96 pólos, dividi-
dos pelas cinco regiões brasi-
leiras. Essas informações
foram consolidadas em uma
publicação lançada em 2001.
O conceito de Pólo de
Ecoturismo vai além da divisão
meramente política de estados
ou municípios. Para a Embratur,
são considerados Pólos de
Ecoturismo as áreas onde as
atividades ecoturísticas já vêm
sendo desenvolvidas com
sucesso, promovidas por um
número viável de agentes, ou em
locais com condições naturais
especiais, com potencial para
esse tipo de turismo. Os pólos
foram mapeados por
ecossistemas, e por isso não
necessariamente obedecem às
delimitações dos estados. Para
os especialistas da área, esta é a
divisão mais lógica, já que a
atividade é centrada nos
ambientes naturais.
Nesta publicação, você vai
encontrar informações sobre os
Pólos de Ecoturismo no Brasil.
Embarque nesta viagem conosco.
7
8
 Floresta
Amazônica,
gigante pela
própria
natureza
A Região Norte é a maior das
regiões brasileiras e abriga a
gigantesca Floresta Amazônica.
Por ser uma das últimas grandes
reservas de recursos naturais –
são 3,3 milhões de quilômetros
quadrados, só no Brasil – e o
local mais rico em biodiversidade
do planeta, a Amazônia tem uma
vocação natural para o
Ecoturismo, atraindo pessoas de
todo o mundo. A atividade vem
despontando como uma das
melhores alternativas econômi-
cas para a região e já apresenta
projetos bem-sucedidos que
unem ONGs, comunidades locais
e iniciativa privada. O grande
desafio, no entanto, é explorar
esse potencial, gerando emprego
e renda, sem destruir a floresta.
Formada pelos estados do
Amazonas, Pará, Acre,
Rondônia, Tocantins, Amapá e
Roraima, a região é habitada
por comunidades indígenas,
caboclas, ribeirinhas,
extrativistas e negras remanes-
centes de quilombos, além das
foto: João Roberto Ripper
populações que vivem nas
cidades. Sua paisagem, em
muitos pontos ainda selvagem
e preservada, é caracterizada
Amazônia por uma imensa rede hídrica,
que converge para o Rio
Amazonas, e por uma formidá-
vel concentração e diversifica-
ção da flora, num clima quente
e úmido. Na Amazônia, o difícil
acesso e as longas distâncias
encarecem tanto produtos
quanto serviços para os
visitantes. Por isso, há mais
turistas estrangeiros do que
brasileiros na região.
Mas todo o investimento vale a
pena quando se chega a
recantos belíssimos como
Mamirauá, a primeira Reserva
de Desenvolvimento Sustentável
do Brasil. Localizada no municí-
pio de Tefé (AM) e com uma área
total de 1.124.000 hectares, a
reserva é um exemplo de como é
possível conciliar visitação com
preservação do ecossistema,
pesquisa científica e aumento de
renda para a população local.
Enfim, o tão falado desenvolvi-
mento sustentável.
foto: Rodolpho Oliva
A reserva é uma das unidades
internacionalmente protegidas
pela Convenção Ramsar, que
agrupa áreas alagadas de
interesse mundial. O projeto é
administrado pela Sociedade
Civil Mamirauá, uma ONG sem
fins lucrativos, que recebe apoio
financeiro do Conselho Nacional
de Pesquisas (CNPq/MCT), da
cooperação bilateral britânica
(DFID), do World Conservation
Society (WCS ou Sociedade
Mundial de Conservação) e da
Comissão Européia (CE), entre
outras instituições que apóiam
as atividades do projeto de
diversas maneiras. Mamirauá
faz parte do maior corredor
ecológico brasileiro, juntamente
com a Reserva de Desenvolvi-
mento Sustentável de Amanã e o
Parque Nacional do Jaú, no
etado do Amazonas. Somados,
esses santuários da vida silvestre
cobrem uma área de 5,74
milhões de hectares.
9
 O Parque Nacional do Jaú,
reconhecido pela Unesco como
Patrimônio Natural da Humani-
dade, é o maior parque brasilei-
ro. Banhado pelas águas do Rio
Jaú, o parque está localizado
entre os municípios de Novo
Airão e Barcelos, a seis horas de
Manaus (AM),de lancha. Além
de uma rica fauna e flora, o Jaú
possui diversas cachoeiras
isoladas, como a do Miratucu,
e praias formadas às margens do
Rio Jaú. Entre as bacias dos rios
Negro e Japurá encontra-se
o maior lago amazônico,
o Amanã, com 45km de extensão
e 3km de largura.
Próxima ao Jaú está a Estação
Ecológica de Anavilhanas,
formada por 400 ilhas em pleno
Rio Negro. No período das cheias,
metade das ilhas fica submersa,
obrigando os animais a se
refugiarem nas partes mais altas.
Amazônia
10
Quando inicia a vazante das
águas as ilhas ressurgem,
revelando belíssimas praias e
canais que entrecortam a região
ao longo de 90 km. A localidade
mais próxima é a pequena cidade
de Novo Airão.
Manaus é uma das grandes
portas de entrada para o turismo
na Amazônia. Com aproximada-
mente 1,5 milhão de habitantes,
a cidade é cercada pela mata, não
sendo necessário ir muito longe
para se ter uma idéia do que é este
“coração verde” da Amazônia.
Um pequeno passeio de barco ao
encontro das águas – onde o Rio
Solimões se encontra com o
Negro, transformando-se no
Amazonas – é suficiente para
deixar o visitante deslumbrado.
No entanto, em se tratando de
cachoeiras, o melhor destino é a
cidade de Presidente Figueiredo,
a 107 km de Manaus. Lá o
visitante poderá encontrar, além
de muitas opções de cachoeiras,
grutas, igapós e cavernas. A Área
de Proteção Ambiental (APA) do
Urubuí, por exemplo, fica dentro
de Presidente Figueiredo e conta
com uma boa infra-estrutura,
além de corredeiras à margem
de uma praia de areias claras.
Essa APA guarda muitas espécies
ameaçadas de extinção, como o
gavião real e o gato maracajá.
Outras atrações, como a APA
Caverna do Muruaga, a Reserva
do Santuário, e as cachoeiras
Iracema, Araras, da Porteira
e da Pedra Furada, merecem
servisitadas.
O estado do Pará é outro destino
ecoturístico na Amazônia: conta
com 16 unidades de conserva-
ção, tendo como pontos centrais
os pólos ecoturísticos de Belém/
Santarém e o Tapajós. O Parque
foto: Rodollpho Oliva
Nacional da Amazônia, por
exemplo, guarda uma boa
amostra da rica diversidade da
floresta. Localizado às margens
do Rio Tapajós, que possui lindas
águas esverdeadas, o parque
conta com diversas trilhas,
abertas pelos próprios habitantes
da região, levando a cachoeiras,
serras e praias que aparecem na
época da seca. Outra bonita
visão é o encontro do Rio Tapajós
com o Rio Amazonas, na cidade
de Santarém.
Localizada entre os municípios de
Belterra, Santarém, Aveiro e
Rurópolis, a Floresta Nacional do
Tapajós conta com árvores que
atingem de 30 a 50 metros de
altura, algumas ultrapassando
essa medida, como a castanhei-
ra. Ainda nesta região está o
município de Alter-do-Chão, a 30km
de Santarém, onde acontece a
festa do Çairé, a maior expressão
folclórica do chamado Médio
Amazonas. Lá a natureza
também se mostra exuberante,
destacando-se as belas praias
formadas no Rio Tapajós.
A grandiosidade da Amazônia
faz com que alguns parques
sejam pouco visitados por causa
do difícil acesso. É o caso do
Parque Nacional da Serra do
Divisor, no Acre, do Parque
Nacional do Pico da Neblina
(ponto mais alto do Brasil), no
Amazonas, e do Parque Nacio-
nal do Monte Roraima.
Pólos da Região Norte:
Vale do Acre (AC ), Amapá (AP),
Amazonas (AM), Tapajós (PA),
Vale do Guaporé (RO), Norte de
Roraima (RR) e Cantão (TO).
 Contrastes na
paisagem e
foto: Anna Beatriz Waehneldt

riqueza
natural
Além de uma extensa faixa
litorânea, com lindas praias e
coqueirais, a Região Nordeste
conta com fascinantes forma-
ções geológicas, que guardam
testemunhos fósseis e inscrições
de povos pré-históricos.
A região, sozinha, comporta
quase 50% dos pólos ecoturís-
ticos mapeados pela Embratur:
são 47 ao todo.Formada pelos
estados de Alagoas, Bahia,
Ceará, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande
do Norte e Sergipe, é talvez a
região brasileira com maiores
contrastes de paisagem e
riqueza natural.

Entre os locais mais procurados,

destaca-se, no coração da
Bahia, o Parque Nacional da
Chapada Diamantina, marcado
por uma vegetação que varia
entre florestas de planície,
campos de altitude, terras secas,
muitas cachoeiras e uma
enorme variedade de espécies de
flores. Um verdadeiro oásis no
sertão. O parque faz parte da
Serra do Sincorá, englobando os
municípios de Andaraí, Lençóis,
Mucugê, Palmeiras e Ibicoara.
A melhor forma de conhecer a
Chapada, sem dúvida, é a pé.
Fernando de Lá não faltam opções de
Noronha (PE) trekking. O importante é estar
acompanhado de um guia local,
que conheça bem a região.
11
 Formado por um universo de
dunas brancas (que chegam a
40 metros), rios mansos,
manguezais exuberantes e uma
rica fauna marinha, os Lençóis
Maranhenses é outro destino
procurado no Nordeste. A região
é conhecida como o “Saara
brasileiro”, só que entremeado
por lagoas. Barreirinhas é a
cidade que dá acesso ao paraíso,
localizada a 350km da capital,
São Luís. Entre as atrações do
lugar estão a Lagoa Azul, a
Lagoa Bonita e o Rio Preguiças.
Outra formação interessante
está entre os estados do Piauí e
do Maranhão: o delta do Rio
Parnaíba. Ao chegar próximo do
mar, o Rio Parnaíba não
desemboca em uma só foz, mas
se ramifica dando saída às suas
águas por cinco barras, que
formam um complexo de 80
ilhas, ou seja, o Delta. No mundo
existem apenas três deltas em
mar aberto: o do Rio Parnaíba,
foto: Paulo Miranda
o do Nilo (África) e o do Mekong
(Ásia). O passeio pela região
começa na cidade de Parnaíba,
de onde saem os barcos.
Ainda no Piauí, entre as cidades
de Piracuruca e Piripiri, a
160km do litoral, está localiza-
do o Parque Nacional de Sete
Cidades, que possui vestígios
arqueológicos com data de 250
milhões de anos, deixando o
visitante deslumbrado com suas
Lençóis formações rochosas e inscrições
(BA) rupestres de grande valor
arqueológico. Outro importante
sítio arqueológico está localiza-
do na Serra da Capivara,
também no Piauí. Com mais de
12
340 sítios catalogados, dos
quais 240 com pinturas
rupestres, a descoberta do local
mudou por completo o que se
foto: Arquivo da FUNDHAM
sabia sobre o povoamento das
Américas: o primeiro homem
americano teria vivido lá. Por
conta desse valioso patrimônio,
em 1986 foi criada a Fundação
Museu do Homem Americano
e em 1991 a Unesco declarou o
parque Patrimônio Cultural
da Humanidade.
O Ecoturismo no Nordeste está
estruturado de várias formas.
Uma experiência interessante
vem acontecendo na Prainha do
Canto Verde, no município de
Beberibe, a 120km de Fortaleza
(CE), local de praias belíssimas,
com dunas e lagoas, coqueirais e
cajueiros. Para preservar a
cultura local, evitando que o
turismo predatório prejudicasse
a vida da comunidade de
pescadores, a própria população
recebe os visitantes em suas
casas, produz refeições e
organiza roteiros pelo local.
Organizados pela Associação
dos Amigos da Prainha do Canto
Verde e do Instituto Terramar,
sob a coordenação do suíço
René Scharer (que conheceu o
local em 1992 e não quis mais
sair de lá), os moradores se
capacitaram para o Ecoturismo,
mas sem deixar de lado a sua
principal atividade: a pesca.
O local já se tornou referência
no estado em turismo comunitá-
rio e chega a receber 30 visitan-
tes por fim de semana.
Outro bom exemplo de como
um empreendimento turístico

Serra da Capivara -
FundaçãoMuseiu do Homem
Americano (PI).
pode ser gerenciado de forma
sustentável, envolvendo governo,
iniciativa privada e moradores
locais, gerando benefício para
todos e conservação ambiental é
o Arquipélago de Fernando de
Noronha. Sua ilha principal, a
única habitada, conta com mais
de 100 pousadas, a maioria na
casa dos próprios ilhéus. Para
preservar o local, o Ibama,
responsável pela administração
desse Parque Nacional Marinho,
estabeleceu um limite para a
entrada de turistas. Por isso é
recomendável fugir dos períodos
de alta estação, principalmente
entre dezembro e fevereiro,
quando as pousadas ficam
lotadas. Composta por 17 praias
de areias douradas, a ilha é um
paraíso para surfistas e mergu-
lhadores, que enxergam as
belezas desse mar azul a até 50
metros de profundidade.
No sul da Bahia, outros roteiros
merecem destaque como o
Arquipélago de Abrolhos, a
Área de Proteção Ambiental de
Itacaré-Serra Grande, que conta
com muitos rios, cachoeiras e
grandes porções de Mata
Atlântica, e a Reserva Biológica
de Una, considerada por muitos
ambientalistas como uma
das áreas mais importantes do
planeta para a conservação
ambiental, devido ao grande
número de espécies de animais
e vegetais, muitas delas
ocorrendo exclusivamente
foto: Rodolpho Oliva
no local (endêmicas).
Pólos da Região Nordeste:
Reentrâncias Maranhenses (MA), Maceió (AL)
Patrimônio Histórico-Cultural do
Maranhão (MA), Lençóis
Maranhenses (MA), Chapadas
(MA), Delta do Parnaíba (MA e
PI), Parque Nacional da Serra da
Capivara (PI), Parque Nacional Morro da Travessia
Sete Cidades (PI), Vale Monu- Lençóis/Capão,
Chapada
foto: Paulo MIranda
mental do Ceará (CE), Serra do
Baturité (CE), Cariri (CE), Diamantina
Ibiapaba (CE), Litoral Oeste e (BA)
Leste (CE), Litoral Leste e Norte
Potiguar (RN), Serras do Sul e do
Sudeste (RN), Cabugi (RN),
Seridó (RN), João Pessoa (PB),
Litoral Norte (PB), Serra da
Borborema (PB), Sertão
Paraibano (PB), Fernando de
Noronha (PE), Litoral Norte e Sul
(PE), Buique /Pesqueira/Venturo-
sa (PE), Bonito/São Benedito do
Sul (PE), Afogados da Ingazeira /
Serra Talhada (PE), Bacia do São
Francisco (PE), Litoral Norte
(AL), Zona da Mata (AL), Sertão
Alagoano (AL), Baixo São
Francisco (AL), Sertão Sergipano
foto: Bruno Gueiros
do São Francisco (SE), Propriá
(SE), Continguiba (SE), Agreste
de Itabaiana (SE), Litoral Sul
(SE), Chapada Diamantina (BA),
Costa dos Coqueiros (BA), Baía
de Todos os Santos (BA), Costa
do Dendê (BA), Costa do Cacau
(BA), Costa do Descobrimento
(BA) e Costa das Baleias (BA).
Lençóis
Maranhenses 13
(MA)
 foto: Mauricio Simonetti

14
Os fascinantes
ecossistemas do
Pantanal e do
Cerrado

Caracterizada por grandes

propriedades rurais e por
extensas áreas ainda não
ocupadas, a Região Centro-Oeste
possui um relevo marcado por
planaltos, chapadões e depres-
sões, ocupado por bacias
hidrográficas importantes.
Formada pelos estados de Goiás,
Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul, a região abriga uma das
mais fascinantes paisagens
brasileiras, o Pantanal, imensa
planície alagável, com rica
diversidade de fauna e um
mosaico de formações vegetais.

Com uma área de 210 mil km2,

sendo 140 mil em território
brasileiro (nos estados do Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul) e
o restante na Bolívia e no
Paraguai, o Pantanal é um dos
ecossistemas mais ricos e
peculiares do planeta. O mesmo
espaço é capaz de reunir
características do Cerrado, da
Floresta Amazônica e de
terrenos alagadiços, que no
período das chuvas deixam
grande parte de sua extensão
submersa. Neste paraíso
tropical, convivem mais de 650
espécies de aves, 80 de mamífe-
ros, 50 de répteis e 260 de
peixes, algumas delas com risco
de extinção. É o local de maior
concentração de fauna das
Américas. Tamanha exuberância
natural agora tem sua preserva-

15
Chapada dos Veadeiros (GO)
ção oficialmente garantida.
O Parque Nacional do Panta-
nal recebeu o título da Organi-
zação das Nações Unidas
(ONU) de Patrimônio Natural
da Humanidade. Em novembro
de 2000 havia recebido um
outro da Unesco: o de Reserva
da Biosfera.

Apesar dos impactos

ambientais – causados pelo
crescimento das cidades, pela
pesca e caça predatórias, entre
outros problemas –, o Panta-
nal conta com muitos projetos
e investimentos em prol de sua
conservação. O próprio
reconhecimento como
Patrimônio da Humanidade e
Reserva da Biosfera são
resultados destes esforços.
O Programa Pantanal, por

Bonito
(MS)

foto: Anna VBeatriz Waehneldt

foto: Aline Meira

16
exemplo, fruto de um acordo
assinado entre o governo
brasileiro e o Banco
Interamericano de Desenvolvi-
mento (BID), prevê investimen-
tos de US$ 460 milhões na
região. O Programa promove-
rá ações de desenvolvimento
sustentável da bacia do Alto
Paraguai e ações na área
social, voltadas para a popula-
ção pantaneira.
Criado pelo WWF,oprograma
Pantanal para Sempre tem
estimulado a criação de uma
rede de unidades de conserva-
ção (particulares e públicas),
o controle da pesca esportiva,
o Ecoturismo e a Educação
Ambiental. Através do Progra-
ma, o WWF trabalha com
comunidades locais, proprietá-
rios de terra, pesquisadores
e governo em busca de
alternativas para o Pantanal,
que requer uma estratégia
de desenvolvimento e conser-
vação baseada no respeito
às suas características ecológi-
cas e culturais.
Um dos mais belos espetáculos
da natureza brasileira está
localizado na porção centro-
sul do Pantanal: a cidade de
Bonito, no Pólo de Ecoturismo
da Bodoquema. Localizada a
270km de Campo Grande, a
pequena cidade ficou famosa
por suas águas cristalinas e
grutas. Inúmeras cavidades
subterrâneas submersas
fazem de Bonito o paraíso
do espeleomergulho, atividade
que vem atraindo mergulhado-
res de diversas partes do
mundo. Dentre as várias
grutas, se destaca a Gruta do
Lago Azul, onde no fundo há
um lago subterrâneo de mais
de 50m de profundidade, que
atinge uma coloração azul
intensa com a incidência dos
raios de sol. Outra grande
característica de Bonito é a
organização do turismo,
principal fonte de renda dos
moradores. Atualmente os
roteiros só são realizados
através das agências operado-
ras, o que incrementou a
geração de empregos no local.
A maioria dos locais visitados
são áreas particulares, facili-
tando o controle de visitas.
Ao norte do estado do Mato
Grosso, o visitante encontrará
o Parque Nacional da Chapada
dos Guimarães, com atrativos
desde a parte baixa da
Chapada (município de
Cuiabá), a sua borda (cachoei-
ras e mirantes) e o seu interior
(rios, grutas e aspectos históri-
cos do garimpo de diamantes).
Caracterizada por grandes
formações rochosas e cânions
de arenito com até 350m de
altura, a Chapada dos
Guimarães faz parte do bioma
Cerrado. Os fósseis de conchas
marinhas encontrados no
alto das escarpas de arenito
provam que a Chapada,
há 500 milhões de anos, era
fundo de oceano. Ao longo
da existência da Terra, o local
também já foi coberto por
florestas tropicais e habitat
de dinossauros, até adquirir

Chapada dos
Veadeiros
(GO)
foto: Arthur Bosisio

17
 Pantanal.
fotos: Almir Veiga
a paisagem atual. Seu cartão
postal é a Cachoeira do Véu da
Noiva, com 86m de queda.
A região Centro-Oeste também
abriga uma outra Chapada:
a dos Veadeiros, localizada
no nordeste do estado de
Goiás. Destino preferido
dos esotéricos, atraídos pelo
misticismo dos cristais da
cidade de Alto Paraíso de
Goiás, a Chapada reserva
muito mais surpresas ao
visitante. Inúmeras trilhas
levam às cachoeiras e poços
d’água cristalinas e de cor de
castanha, entre cânions
rochosos. Não só as cachoeiras
encantam quem passa pela
Pantanal. chapada. Campos de flores,
mirantes, mamíferos em
18
extinção e até um curioso vale
rochoso com piscinas naturais
e minigrutas - o Vale da Lua -
incrementam a paisagem
característica do Cerrado.
O local é propício para
a prática do trekking,
canyoning e camping.
Pólos da
Região Centro Oeste:
Chapada dos Veadeiros (GO),
Pirenópolis (GO), Parque das
Emas (GO), Pantanal Norte
(MT), Chapada dos Guimarães
(MT), Amazônia
Matogrossense (MT), Pantanal
do Sul (MS) e Serra da
Bodoquena (MS).
 Encantos do mar à
montanha
A Região Sudeste é a mais
desenvolvida economicamente e,
sem dúvida, responsável por
grandes problemas ambientais e
descaracterização da paisagem
original. No entanto, ainda
conserva áreas protegidas,
principalmente no litoral,
rodeadas pela exuberante
Floresta Atlântica. Formada
pelos estados de São Paulo, Rio
de Janeiro, Minas Gerais e
Espírito Santo, possui uma
riqueza geográfica, de fauna e de
flora inigualávei
s. O levantamen-
to da Embratur mapeou 26 Pólos
Ecoturísticos na região, sendo
que cada um deles conta com
diversas áreas ou parques.

Bem próximo à divisa da região

Sul, no estado de São Paulo,
encontra-se a região do Vale
do Ribeira. Abrigando importan-
tes remanescentes de Mata
Atlântica, é lá que está o
Parque Estadual Turístico
do Alto Ribeira (Petar),

Monocarvoeiro
no Parque
Nacional do
Itatiaia (RJ).

foto: Felipe Sussekind

foto: Luiz F. Silva

Saquarema (RJ).

19

área que concentra muitas
cavernas, com vestígios de
animais pré-históricos, sendo por
isso muito procurada por
espeleologistas de todo o país.
Na parte serrana do estado está
localizada uma área rica em
recursos hídricos e famosa por
suas águas: a região de Brotas.
Com uma vegetação composta
20
foto: Paulo Miranda
Parque
Estadual de
Ibitipoca (MG)
de Cerrado e Mata de Planalto
(uma variação da Mata Atlânti-
ca), Brotas é banhada pelas
águas do Rio Jacaré Pepira, que
cruza a cidade, e faz parte da
bacia do Rio Tietê. A fauna local é
constituída por uma grande
diversidade de aves e por espécies
bem típicas do local, como tatu-
galinha, veado, gambá, capivara
e o já ameaçado de extinção
lobo-guará. Propícia ao turismo
de aventura, Brotas possui uma
infra-estrutura bastante organi-
zada, com operadoras de
turismo que oferecem guias para
canyoning ou cascading
(descida de rappel em cachoei-
ra), “bóia cross” (descida do rio
em bóia, praticado tradicional-
mente pelos moradores locais),
rafting (descida pelo rio em
bote), além de caminhadas e
mountain bike.
Outro destino aconselhado aos
que se encantam com as belezas
naturais é o estado de Minas
Gerais. Subindo para as terras
altas da Mantiqueira encontra-se
a região de Itamonte, rica em
fauna e flora, com cachoeiras
deliciosas. Neste local fica
também a parte alta do Parque
Nacional do Itatiaia (PNI), onde
está localizado o Pico das
Agulhas Negras (2.790 metros de
altitude). Primeiro parque
nacional do país, o PNI conta
com duas entradas que marcam
as distintas áreas que abrange: a
parte alta, com uma vegetação
de campos de altitude, e a baixa
com Mata Atlântica.
No Pólo de Grutas, Serras e
Diamantes encontramos o
Parque Nacional do Caparaó,
onde se localiza o Pico da
Bandeira (2.889m), e o Parque
Estadual do Ibitipoca. Assim
como em Itatiaia, a região é
montanhosa, marcada por
trechos de Mata Atlântica e áreas
de vegetação de altitude. Situado
a 80km de Juiz de Fora, Ibitipoca
conta com lindas cachoeiras,
penhascos, paredões, grutas e
uma vegetação baixa, rica em
orquídeas, bromélias, canelas-de-
ema, cactos e sempre-vivas. É
considerada a área mais impor-
tante do hemisfério sul para o
estudo de líquens. Devido ao
excesso de pessoas que visitam o
parque, colocando em risco sua
riqueza natural, o número de
turistas por dia foi limitado a 300
pessoas em dias de semana e 800
nos sábados, domingos e
feriados. Entre os destaques do
local estão a Gruta da Cruz, dos
Três Arcos, dos Viajantes e a do
Pião, a Ponte de Pedra, a
Catarata do Chuveiro, a Prainha,
o Lago dos Espelhos e o mais
ilustre representante da fauna
local: o lobo guará.
Seguindo para a região da Zona
da Mata mineira, é possível
conciliar um roteiro histórico
pelas cidades de Ouro Preto,
Mariana e Tiradentes, entre
outras, a um circuito ecológico
pelo Parque Natural do Caraça
ou o Parque Estadual do
Itacolomi. Numa área de
aproximadamente 11.000
hectares, propriedade dos padres
da Congregação da Missão,
situa-se o Parque Natural do
Caraça, com o estatuto de
Reserva Particular de Patrimônio
Natural (RPPN). Embora seja
propriedade particular,oParque
abriga centros de pesquisa e tem
o apoio do Ibama para a
preservação ambiental. Localiza-
do no município de Catas Altas, o
parque fica encravado aos pés da
Serra do Caraça e cercado por
morros cobertos pela Mata
Atlântica, na Serra do Espinhaço.

Recoberto pelo que sobrou da
Mata Atlântica (hoje possui cerca
de 5% de sua cobertura original),
o estado do Rio de Janeiro é
caracterizado por contrastes
marcantes: montanhas e mar,
florestas e praias, paredões
rochosos subindo abruptamente
de baixadas extensas. Ao sul do
estado, encontra-se a exuberante
Costa Verde, com praias, ilhas e
reservas ecológicas, além de
construções do século XVII e
XVIII, como a encantadora
cidade de Paraty, declarada
Patrimônio Cultural da Humani-
dade pela Unesco. Na mesma
região pode-se encontrar outro
paraíso tropical: a Ilha Grande,
que conta com mais de 117
praias e trilhas por toda sua
extensão. A melhor forma de
conhecê-la é, sem dúvida,
caminhando. A Vila de Abraão é
o local com maior infra-estrutura
e o mais procurado pelos turistas.
Do outro lado, porém, voltadas
para o mar aberto, encontram-se
as praias mais bonitas da ilha.
Lopes Mendes, Aventureiro e
Parnaioca são alguns exemplos
do que há de mais fascinante na
Ilha Grande.
Subindo a serra encontra-se o
Parque Nacional da Serra dos
Órgãos, com suas tradicionais
montanhas como o Dedo-de-
Deus, a Pedra do Sino, o Açu,
entre outras. Muito procurado
por montanhistas, o Parque
possui duas entradas: uma por
Petrópolis, outra por Teresópolis.
Lá o visitante encontrará
muitas trilhas e cachoeiras. No
entanto, é importante sempre
estar acompanhado por um
Paraty (RJ)
foto: J. L. Bulcão
guia que conheça bem a
região, devido à sua dimensão
e complexidade de algumas
trilhas, garantindo que tudo
corra bem durante o passeio.
Os encantos naturais da Região
Sudeste passam também pelo
estado do Espírito Santo, com
seus belíssimos locais, como o
Pólo Ecoturístico de Itaúnas, ao
norte do estado, o Pólo Passos de
Anchieta ou, ainda, na Serra
Capixaba, a região de Domingos
Martins onde se situa o Parque
Estadual da Pedra Azul. Na
região de Linhares encontram-se
Costa Verde (RJ)
praias arborizadas, fontes de
água mineral, lagoas e grandes
manguezais. Lá está a Reserva da
foto: Ciro Mariano
empresa Vale do Rio Doce e a
Reserva Biológica de Sooterama.
Além disso, seu litoral é um dos
atrativos marcantes no estado.
Pólos da Região Sudeste:
Grutas, Serras e Diamantes (MG),
Zona da Mata (MG), Circuito do
Ouro (MG), Terras Altas da
Mantiqueira (MG), Canastra
(MG), Caminhos do Cerrado
(MG), Itaúnas (ES), Delta do Rio
Doce (ES), Passos de Anchieta
(ES), Serra do Caparaó (ES),
Serras Capixabas (ES), Costa
Verde (RJ), Região de Itatiaia (RJ), Ouro Preto (MG)
Rio/Niterói (RJ), Região Serrana
(RJ),Região dos Lagos (RJ), Vale
do Paraíba (RJ), Costa Doce (RJ),
Alto do Paranapanema (SP),
Serras Paulistas (SP), Região
das Cuestas (SP), Vale do Ribeira
de Iguape (SP), Vale do Paraíba
do Sul (SP), Mantiqueira (SP),
foto: Rogério Reis
Litoral Paulista (SP)
e Grandes Lagos (SP).
21
 Cataratas do
Iguaçu (PR)
foto: Claus Meyer

22
A imponência dos
cânions e cataratas
Com uma paisagem original-
mente marcada por florestas,
mescladas de campos interiores
e formações litorâneas, a Região
Sul teve sua área bastante
modificada pela agricultura
intensiva. Formada pelos estados
do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná, a região viu
sua cobertura vegetal primitiva
substituída pelas culturas
características das regiões
temperadas, de onde vieram
alemães, italianos e eslavos.
As manifestações culturais
imprimem à região uma
fisionomia diferente, um ar
europeu. Apesar disso,
o Sul ainda guarda porções
representativas dos ambientes
naturais como serras, cânions,
picos elevados e, sobretudo,
as inigualáveis Cataratas
do Iguaçu.

O Pólo Ecoturístico da Serra

Gaúcha compreende a região
desde o complexo turístico
Canela e Gramado até os
Parques Nacionais de Aparados
da Serra e da Serra Geral.
Localizados nas proximidades
do município de Cambará do
Sul, na divisa entre o Rio Grande
do Sul e Santa Catarina, esses
dois parques têm como destaque
seus monumentais cânions –
resultado de diversos movimen-
tos tectônicos, vulcânicos e
erosivos – como o Fortaleza e o
Malacara, na Serra Geral, e o
famoso Itaimbezinho, o maior
cânion da América do Sul,

23
 Cânion
Itaimbezinho
(RS)
no Aparados. Suas paredes
rochosas chegam a ter 700
metros, cobertas por vegetação
baixa e por pinheiros nativos.
Entre a fauna da região,
encontram-se aves como o
gavião-pato, o gavião-pega-
macaco e a águia-cinzenta, que
estão ameaçados de extinção.
Alguns mamíferos de grande
porte, como o lobo-guará, o
puma e o veado campeiro
ocorrem apenas nas áreas de
mais difícil acesso.

Seguindo para o litoral do

estado, ao sul, entre a Lagoa dos
Patos e o Oceano Atlântico,
encontra-se o Parque Nacional
da Lagoa dos Peixes, nos
municípios de Mostardas e
Tavares. Suas águas rasas
atraem 26 espécies de aves
migratórias do Hemisfério Norte
e cinco espécies vindas do sul,
como o flamingo. A Lagoa
do Peixe foi recentemente
tombada pela Unesco como
Reserva da Biosfera.

As belezas naturais do Rio

Grande do Sul também incluem
o Salto do Yucumã, o maior
salto longitudinal do mundo,
com 1.800 metros de extensão.
Localizado no interior do Parque
Estadual do Turvo, no município
de Derrubadas, Yucumã possui
quedas de 12 a 15 metros de
altura nas águas do Rio Uruguai,
na divisa do Brasil com a
Argentina. O Parque do Turvo
possui uma área de 174km2
de mata virgem com uma fauna
e flora abundante, sendo o
último refúgio de onça pintada
foto: Claus Meyer

do estado.
24

O Pólo Ecoturístico Ilha de Santa
Catarina é formado pelas
unidades de conservação
existentes no município de
Florianópolis e seu entorno.
É limitado ao sul pelo Parque
Estadual Serra do Tabuleiro,
ao norte pela Reserva Biológica
do Arvoredo e a noroeste pela
APA de Anhatomirim.
Montanhas, cavernas,
corredeiras e, principalmente,
as ondas são as atrações
do local. Outros roteiros ecológi-
cos, no entanto, podem ser
encontrados na região.
Considerado o segundo pólo de
entrada de turistas do Brasil,
perdendo apenas para o Rio de
Janeiro, Florianópolis chega a
dobrar o número da população
na alta temporada: o verão.
Suas belíssimas praias são
procuradas para a prática do
surfe, porém é possível encon-
trar outros atrativos naturais em
suas reservas ecológicas. Além
disso, passeios de barco para as
ilhas do entorno também são
uma boa opção.
Para quem prefere a serra e o
frio a melhor alternativa é seguir
para o Pólo Ecoturístico Planalto
Serrano, em Santa Catarina,
formado pela região de Lages,
pelo Parque Nacional de São
Joaquim e pelas serras adjacen-
tes. Nos meses de inverno,
a temperatura pode chegar
a 14º negativos e,
freqüentemente, a neve surge
como um espetáculo inusitado.
O município de Santo Amaro da
Imperatriz, com 72% de suas
Ilha do
Mel (PR)
terras localizadas dentro do
Parque da Serra do Tabuleiro,
liga o planalto ao litoral
catarinense. Cortado pelo
Rio Cubatão, Santo Amaro
oferece como principal atração
suas águas termais, que chegam
a 39º C, qualificada como uma
das melhores do mundo.
foto: Renata Mello
As propriedades medicinais
dessas águas atraem centenas
de turistas.
Encravado na belíssima Serra
do Mar Paranaense, o Pólo
Ecoturístico Paranaguá/
Graciosa é formado pelo
Complexo Estuarino Lagunar de Canela
Paranaguá/Guaraqueçaba e o (RS)
Parque Estadual do Marumbi,
abrangendo desde o alto da
serra, até os limites externos das
ilhas de Superagüi e do Mel.
Seguindo de Curitiba para o
litoral, seja pela belíssima
estrada da Graciosa, ou de trem,
pela ferrovia Curitiba-
foto: Rodolpho Oliva
Paranaguá, é possível desfrutar
das belezas da região.
A meio caminho deste percurso
está o Parque Estadual do
Marumbi, local propício às
caminhadas e escaladas.
O parque conta com infra-
estrutura de camping e suas
Cânion (RS)
trilhas são bem sinalizadas.
No entanto, é necessário o auxílio
de um guia para se alcançar os
cumes das principais montanhas
do Marumbi: o Olimpo, o Abro-
lhos, a Ponta do Tigre e a Esfinge.
Patrimônio Ecológico da
humanidade, a Ilha do Mel,
nessa mesma região, tem 95% de
foto: Claus Meyer
sua área composta por
25
 ecossistemas de restinga e
floresta atlântica, o que a elevou
à categoria de Estação Ecológi-
ca, em 1982. Além das trilhas
em seus morros e planícies, que
levam a locais como a Gruta das
Encantadas e a histórica
Fortaleza Nossa Senhora dos
Prazeres, o mar é outro grande
atrativo. As praias Grande e do
Miguel são ótimas para a
prática do surfe.
Com uma área de 21.400
hectares, o Parque do Superagüi
localiza-se no município de
Guaraqueçaba, e faz parte do
Complexo Estuarino Lagunar
integrado por Cananéia, Iguape
e Paranaguá. O parque é
considerado um dos cinco
ecossistemas costeiros mais
notáveis do globo. Nele encon-
foto: Otacílio Rodrigues
26
tram-se formações costeiras
arenosas, floresta atlântica,
restingas e manguezais.
Em sua floresta de restinga, uma
grande variedade de orquídeas
chama a atenção, além de
abrigar uma espécie recente-
mente descoberta de mamífero:
o mico-leão-de-cara-preta.
Salto Morato, a primeira RPPN
da Fundação O Boticário,foi
implantada em Guaraqueçaba
porque esta região abriga um
dos mais significativos remanes-
centes de floresta atlântica
quanto ao estado de conserva-
ção, diversidade biológica, fauna
ameaçada e potencial para a
pesquisa e recreação ao ar livre.
Por sua importante contribuição
para a preservação dos recursos
naturais e da diversidade
biológica do planeta, essa região
também recebeu o reconheci-
mento da Unesco como Reserva
da Biosfera.
O Pólo Ecoturístico Campos
Gerais tem como unidades
formadoras os Parques Estadu-
ais de Vila Velha e Guartelá.
Nas fronteiras entre Brasil,
Paraguai e Argentina, o Pólo
Ecoturístico Costa Oeste, no
estado do Paraná, é formado
por parte do Reservatório da
Represa de Itaipu e seu entorno,
tendo como vértices os Parques
Nacionais de Iguaçu e o municí-
pio de Itaipulândia.
Criado em 1939, um dos mais
antigos do país, e tombado em
1986 pela Unesco como
Patrimônio Natural da Humani-
dade, o Parque Nacional do
Iguaçu guarda um espetáculo
mundialmente conhecido:
as Cataratas do Iguaçu. De
forma semicircular, com 2.700
metros de largura, as quedas
enchem os olhos dos visitantes,
pela espuma d’água que cai de
uma altura de até 72 metros nos
saltos existentes entre o Brasil e
a Argentina - o número de saltos
varia entre 150 e 300, dependen-
do da vazão do Rio Iguaçu.
Pólos da Região Sul:
Paranaguá/Graciosa (PR),
Campos Gerais (PR), Costa Oeste
(PR), Alto Vale do Itajaí (SC), Ilha
de Santa Catarina (SC), Planalto
Serrano (SC), Serra Gaúcha (RS)
e Região Central (RS).
Ilha do Mel (PR)

Ainda não é muito fácil encon-
trar livros em português que
tenham o Ecoturismo como
tema central, embora a tendên-
cia seja o crescimento do setor,
como já ocorre há alguns anos
em muitos países. A internet, por
sua vez, está ocupando esse
espaço, e muitos sites têm
surgido com a proposta de
divulgar conceitos e discussões
sobre o tema, além das formas e
lugares onde é praticado. A
seguir, damos algumas dicas de
sites e livros que possam
contribuir com novas informa-
ções e ajudar em seu próximo
roteiro. Boa viagem!
Sites
www.amazonia.org.br
www.brotas.com.br
www.costadocacau.com.br
www.ecobrasil.org.br
www.eco2000.com.br
www.ecotourism.org
www.ecotourism2002.org
www.ecoturismo.org.br
www.ecoturismo2002.com
www.ecoviagem.com.br
www.embratur.gov.br
www.estadao.com.br/turismo
www.folhadomeioambiente.com.br
www.ief.mg.gov.br/biodiver.htm
www.matadentro.com.br
www.mma.gov.br
www.mpefunbio.org.br
www.noronha.pe.gov.br
www.parnas.com.br
www.planeta.com
www.pr.gov.br/turismo
www.ronet.com.br/Ecoturismo
www.sc.gov.br/websantur/
fr_circuitos.htm
www.terra-
planejamento.com.br/pólos
www.titorosemberg.com
www.turismo.rs.gov.br
www.uneptie.org/pc/tourism/
ecotourism/home.htm
www.uol.com.br/
ambienteglobal
www.viajo.com
www.viverde.com.br
www.world-tourism.org
www.wto.org
Livros
Livros em português podem ser
encontrados no site
www.submarino.com.br e, em
inglês, no site www.amazon.com
Ecoturismo: uma Introdução, de
David A. Fenell, Editora Contexto
Sustentabilidade Ecológica no
Turismo, de Dóris Santos de Faria
e Kátia Saraiva Carneiro, Editora
UnB
Ecoturismo: um Guia para
Planejamento e Gestão, de Donald
E. Hawkins e Kreg Lindberg,
Editora SENAC São Paulo
Ecoturismo: Impactos,
Potencialidades e Possibilidades,
de John Neil e Stephen Wearing,
Editora Manole
Turismo: o Desafio da
Sustentabilidade, de Martha de
Azevedo Irving e Julia Azevedo,
Editora Futura
Turismo Sustentável: Turismo
Cultural, Ecoturismo e Ética, de
John Swarbrooke, Editora Aleph
Ecotourism and Sustainable
Development: Who owns
Paradise?, de Martha Honey
The Encyclopedia of Ecotourism,
de David B. Weaver
Sustainable Tourism: a Marketing
Perspective, de Victor T. C.
Middleton e Rebecca Hawkins
A Trip Too Far: Ecotourism,
Politics and Exploitation, de
Rosaleen Duffy
27
 Pantanal MT)
caracteriza pelo acesso às
belezas naturais e às culturas
locais, em que o viajante absorve
novas informações, através da
observação e do convívio com
uma nova realidade.
Para isso, o Sesc dispõe de
diversos programas e ações em
suas unidades de Roraima,
Maranhão, Ceará, Alagoas,
Sergipe, Goiás, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul, entre outros.
Entre essas ações, estão os
foto: Almir Veiga
Patrimônio Natural (RPPNs) de
Tepequém, em Roraima, e do
Pantanal, em Mato Grosso.
Sesc Pantanal
As RPPNs são áreas de preserva-
ção de flora e fauna definidas
pelo Ibama e já somam mais de
500 em todo o país, entre
federais e estaduais. A Estância
Ecológica Sesc Pantanal, por
exemplo, certificada em novem-
bro de 1998, é a maior RPPN da

programas de gestão ambiental, região, e uma das mais impor-

Sesc:
uma atuação
social
O setor de Turismo – e, especial-
mente, o de Turismo Social –
sempre recebeu do Sesc uma
atenção especial em sua agenda
de atividades. Com a criação
da Estância Ecológica Sesc
atividades de coleta seletiva do tantes iniciativas do Sesc ao
lixo, projetos de educação longo de sua história.
da população menos favorecidas,
ambiental, ações de redução de
o acesso a viagens, hospedagens Implantada em uma área de
consumo de energia e de água,
e passeios que, de outra forma, cerca de 1 mil quilômetros
tratamento de efluentes e
não teriam condições de fazê-lo. quadrados, a Estância Ecológica
reaproveitamento de águas
O acesso a esses produtos
turísticos é feito, pelo Sesc,
termais. Sesc Pantanal — próxima ao
Hotel Sesc Porto Cercado —
por meio de três vertentes: Cabe destacar, ainda, a implanta- situa-se entre os rios Cuiabá e
ção do centro de reabilitação de São Lourenço, a 145 km de
• Hospedagem, através de uma
mamíferos marinhos e das Cuiabá. Além de visar à preserva-
rede hoteleira conveniada e de
Reservas Particulares de ção, a estância tem como foco o
uma rede extra-hoteleira própria
que inclui pousadas, centros
foto: Almir Veiga

de lazer e colônias de férias

Pantanal, a Instituição ampliou
o seu raio de ação, contribuindo
para fortalecer a atividade
ecoturística em uma das regiões
mais belas do país
Assim como o Senac, o Sesc tem,
na área de Turismo, um dos seus
principais objetivos, atuando
especialmente em Turismo Social,
modalidade restrita, no Brasil,
a algumas instituições voltadas
para o bem-estar social,
como o Sesc.
O Turismo Social tem como
finalidade oferecer, às camadas
em 19 estados;
• Turismo Emissivo, em que os
Hotel SESC Porto
Departamentos Regionais Cercado (MT)
oferecem passeios e excursões
para diversos pontos do país;
• Turismo Receptivo, em que
são realizados passeios locais
para conhecer os atrativos
turísticos da região, de caráter
natural ou cultural.
Um dos mais importantes ramos
de atuação do Turismo Social é,
atualmente, o Ecoturismo ou
Turismo Ecológico, que se

28

Ecoturismo, a Educação
Ambiental e a pesquisa.
O programa do Sesc é inovador
não apenas porque segue um
plano de manejo que prevê
envolvimento de comunidades
locais, reabilitação da fauna
e da flora, sensibilização dos
turistas, estudantes,ambien-
talistas e cientistas que conhecem
o local, mas porque significou um
aumento de 30% da área
preservada no estado do
Mato Grosso.
O Projeto Peixe Boi é outra
importante ação, realizada pelo
Sesc do Ceará em parceria com a
ONG Aquarius. Desenvolvido na
Colônia Ecológica Sesc Iparana,
de Lorena
rim
fotos: Gua
o projeto criou o centro de
reabilitação de mamíferos
marinhos, que tem permitido
salvar a vida de uma das
principais espécies ameaçadas
de extinção.
Outras iniciativas voltadas ao
fortalecimento do Ecoturismo,
dentro da sua linha de trabalho
de Turismo Social, têm sido feitas
pelo Sesc nos estados da Região
Sul e no Ceará. São excursões e
passeios ao Cânion Guartelar,
Ilha do Mel e Cachoeira
Prudentópolis, no Paraná;
ao Alto Vale do Itajaí, em Santa
Catarina; ao Cânion do Itaim-
bezinho, no Rio Grande do Sul;
e ao Parque Nacional de Ubaja-
ra e a Jericoacoara,
Cariri e Guarami-
ranga, no Ceará.
Colônia
Ecológica
SESC Itarana
(CE).
Unidades móveis
do Senac
Senac:
educação para
o turismo
Desenvolvimento sustentável e
Educação Ambiental estão
sempre associados ao turismo.
No Senac, estes temas têm dado
origem ou sido a base para um
crescente número de ações
institucionais, que vão de cursos,
seminários, palestras e oficinas a
projetos junto às comunidades.
A área de Turismo não é um
campo novo para o Senac. Há
décadas, a Instituição investe na
formação e capacitação de
profissionais – desde 1948, forma
cozinheiros e garçons e, a partir
da década de 60, guias e agentes
de viagem, entre outros –, sempre
com uma visão ampla e
multidisciplinar. Sozinho ou em
parceria com os gover-
nos federal, estadual e
municipal, a iniciativa privada e
as ONGs, o Senac oferece cursos e
promove diversas atividades
ligadas à área de turismo,
associado à educação ambiental,
em todo o país.
Entre as ações que a Instituição
participa na área federal para
fortalecer esse segmento está o
Programa Nacional de
Municipalização do Turismo
(PNMT). O PNMT envolve os
centros de ensino do Senac e as
unidades móveis de Turismo e
Hotelaria, que levam às comuni-
dades do interior os seus diversos
cursos. Um dos mais procurados
é o de Conscientização Turística,
que busca resgatar a identidade
cultural das comunidades,
valorizando a culinária, o artesa-
nato, seus costumes e valores.
O primeiro programa do PNMT
foi realizado em parceria com o
Senac e resultou na cartilha
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Iniciação Escolar para o
Turismo. Destinada a crianças a
partir da 6a série, alcançou um
grande sucesso no seu lança-
mento, em 1995. Em breve, essa
cartilha será relançada, assim
como o vídeo do Senac Turismo,
um Bom Negócio para Todos,
que mostra a importância de um
dos maiores segmentos da
economia mundial.
Outra iniciativa governamental
que deverá contar com a
participação do Senac é o
Programa de Desenvolvimento
do Ecoturismo na Amazônia
Legal (Proecotur), uma vez que
o Senac atua em municípios da
Região Norte, promovendo a
mobilização e conscientização
dessas comunidades. Os cursos
são levados às áreas mais
remotas da Amazônia, com
destaque para o trabalho
desenvolvido pela balsa-escola
do Senac, que já promoveu
diversos cursos na cidade
de Parintins.
Revitalização da
Estrada Real
Em Minas Gerais, diversas
instituições atuam no processo
de exploração ecoturística da
30
Estrada Real, principal via de
acesso às reservas de ouro e
diamantes das Minas Gerais,
durante o período colonial.
O Senac, instituição pioneira
a apoiar a iniciativa de transfor-
mar essa antiga rota dos
tropeiros em uma nova
destinação turística, vem
atuando principalmente no
trecho que liga Ouro Preto a
Diamantina, sensibilizando e
orientando as comunidades dos
municípios e distritos inseridos
nesse percurso sobre as possibili-
dades de exploração turística
dessa importante rota histórica.
Para isso, o Senac criou e vem
implementando o Programa
Educativo para o Desenvolvi-
mento do Ecoturismo na Estrada
Real, cujo objetivo é capacitar
lideranças e membros das
comunidades em diferentes
ocupações do setor turístico que
lhes possibilitem trabalho, renda
e melhoria da qualidade de vida.
Com esse programa, o Senac dá
mais uma contribuição ao
desenvolvimento turístico do
estado, resgatando sua história,
legitimando seus valores e
tradições, promovendo suas
belezas naturais e
arquitetônicas, em um trabalho
que tem envolvido
diretamente as popula-
ções locais, parceiras
indispensáveis no
sucesso dessas ações.
Hoje, o programa ganha
um novo parceiro, o
Portal Descubraminas
(www.descubraminas.com.br),
um abrangente sistema de
informações turísticas sobre
Minas Gerais, via internet,
desenvolvido pelo Senac e pela
Secretaria Estadual de Turismo,
que vem contribuindo também
no levantamento e promoção
das riquezas naturais e culturais
dos municípios por onde passa a
Estrada Real.
Impulso ao
Ecoturismo
No caso específico do
Ecoturismo, a oferta de
cursos surgiu com a criação
do Curso de Guia de Turismo,
em que há duas especializa-
ções: em Atrativo Natural
e em Atrativo Cultural.
O de Guia Especializado
em Atrativos Turísticos
Naturais foi criado em 1994,
em função da diversidade
de ecossistemas encontrados
no país.
Atualmente, as ações do
Senac para a área de Turismo
são diversificadas e desenvol-
vidas em todos os estados do
país, e incluem cursos, pales-
tras, seminários, formação de
grupos de estudos, exposições,
participações em feiras e
convenções, workshops ,
formação de monitores
ambientais e oficinas.
Entre as suas ações, destaca-se
ainda o Curso de Pós-Gradua-
ção em Ecoturismo, realizado
pelo Senac de São Paulo, único
do gênero oferecido no país.
O curso é dirigido a profis-
sionais interessados em estudar
as técnicas de criação, implan-
tação e operacionalização de
serviços ecoturísticos, assim
como aprofundar os estudos
sobre as atividades relaciona-
das à gestão sustentável dos
recursos naturais e culturais.
Outra iniciativa pioneira é o
recém lançado Curso de Gestão
Sustentável do Ecoturismo,
desenvolvido pelo Centro de
Educação a Distância (Cead),
do Senac Nacional, e oferecido
em parceria com o Senac de
Minas Gerais. Realizado via
internet, o curso tem a duração
de 60 horas, na modalidade de
aperfeiçoamento, e tem como
objetivo capacitar profissionais
do segmento turístico na gestão
do ecoturismo, segundo os
critérios da sustentabilidade.
Ao investir esforços neste setor e,
em especial, em Ecoturismo, o
Senac contribui para a implan-
tação de um modelo de desen-
volvimento sustentável no país,
buscando a melhoria da
qualidade de vida da população
e a preservação das culturas e
identidades locais, além de
estimular o desenvolvimento
de conhecimentos a partir da
Educação Ambiental.