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CINEMA DE POESIA
CINEMA DE POESIA
CINEMA DE POESIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
SUMÁRIO
1 –INTRODUÇÃO................................................................................................... 07
1.1 TEMA DA PESQUISA............................................................................ 08
1.2 OBJETO................................................................................................. 08
1.3 OBJETIVOS........................................................................................... 09
1.4 JUSTIFICATIVA..................................................................................... 09
1.5 METODOLOGIA..................................................................................... 11
2 – MODALIDADE: CURTA-METRAGEM.............................................................. 12
2.1 DEFINIÇÃO E BREVE HISTÓRICO...................................................... 12
2.2 PRODUÇÃO: A EXPERIÊNCIA NA PRATICA...................................... 14
3 – O CINEMA DE POESIA.................................................................................... 18
3.1 DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO................................................. 20
4 – O CURTA-METRAGEM “ROSA DE PEDRA”................................................... 25
4.1 IDÉIA BASE........................................................................................... 25
4.2 LINGUAGEM.......................................................................................... 26
4.2.1 O EXPRESSIONISMO EM “A ROSA DE PEDRA”....................... 26
4.2.2 LINGUAGEM: CORES X P&B....................................................... 28
4.3 O ROTEIRO........................................................................................ 28
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 30
NOTAS DAS CITAÇÕES........................................................................................ 31
Apêndice 1 – ROTEIRO DO CURTA-METRAGEM “ROSA DE PEDRA”............... 33
Apêndice 2 – FOTOS DAS CENAS E PRODUÇÃO DE “A ROSA DE PEDRA”.... 40
Apêndice 3 – PESQUISA SOBRE A DIVULGAÇÃO DO CINEMA DE POESIA.... 46
Anexo 1 – FICHAS DE ORIENTAÇÃO DO SEGUNDO SEMESTRE.................... 47
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................... 48
7
1 – INTRODUÇÃO
1.2 OBJETO
O termo cinema de poesia foi usado pela primeira vez na década de 60, por
Pier Paolo Pasolini, conceituado cineasta italiano que, através de seus estudos
lingüísticos aplicados ao cinema, desenvolveu este conceito.
O cinema de poesia surge como um questionamento à narrativa e estrutura
clássicas do cinema convencional, se contrapondo a este através da exploração da
potencialidade expressiva do cinema. Antes de tudo, se propõe como reflexão,
capaz de ampliar a visão humana e desvelar universos desconhecidos. Seu
propósito não é dar ao espectador um sentido, uma interpretação - o óbvio e
unívoco; mas, através do ambíguo, da metáfora, do impreciso e do impalpável,
suscita dúvidas, emoções, questionamento, abrindo-se um leque de sentidos e
caminhos que poderão ser interpretados de forma múltipla. O resultado é a
possibilidade de vivenciar uma verdadeira experiência – intelectual, afetiva e
sensorial.
Como conseqüência de uma estrutura diferente, este tipo de produção tem
um público restrito e destina-se a este público. Sendo assim, caracteriza-se por
contar com recursos limitados e com orçamento reduzido, salvo algumas exceções,
como foi o caso do próprio Pasolini, Luis Buñuel e Krzysztof Kieslowski.
Com base nestas possibilidades, o grupo vai produzir um curta-metragem,
intitulado “Rosa de Pedra”, que trará em sua linguagem – sobretudo narrativa e
estética – os princípios do cinema de poesia.
9
1.3 OBJETIVOS
1.4 JUSTIFICATIVA
1.5 METODOLOGIA
2 – MODALIDADE: CURTA-METRAGEM
minutos. A obra que saía deste padrão recebia um qualificativo extra: filme de curta-
metragem, filme de duração extraordinária.
Nos Estados Unidos era muito comum o filme principal e a respectiva curta
serem incluídos no mesmo pack. Essa modalidade se manteve quase inalterada até
os anos 60.
Ainda assim, o curta-metragem permaneceu na história do cinema como
duração alternativa para alguns tipos específicos de filmes. Em primeiro lugar, as
comédias de humor visual, que contavam histórias que se resolviam
satisfatoriamente em um tempo médio de 15 minutos. Essa tradição veio do cinema
mudo com ao filmes curtos de Charles Chaplin, Buster Keaton, Max Linder, entre
outros.
Em segundo lugar, cabe aqui uma atenção especial, o curta surge como
duração adequada para o cinema experimental, desde 1928, quando Luis Buñuel e
Salvador Dali realizaram “Un Chien Andalou” – Um Cão Andaluz –, um dos filmes
mais surpreendentes e revolucionários da história do cinema. A partir daí, boa parte
dos “filmes - manifesto” buscaram a duração curta para experiências radicais, ou
não-convencionais, de linguagem.
Entre as décadas de 20 e 30, Walt Disney e outros pioneiros definem o tempo
de 6 a 8 minutos como ideal para os filmes de animação. Ainda que o próprio Disney
tenha constituído um verdadeiro império com seus longas animados, foi com os
curtas que ele ganhou mais de 30 Oscars.
A partir dos anos 50, com a aceitação do cinema como matéria acadêmica
(idéia até então restrita à União Soviética), e com a conseqüente disseminação de
escolas de cinema pelo mundo todo, o curta-metragem veio a ser adotado como
formato por excelência do filme de estudante.
Nos últimos 20 anos tem ocorrido uma revitalização do curta-metragem, o que
pode ser observado pelos inúmeros festivais dedicados ao formato, pelo espaço
aberto nas televisões, pelos fundos de apoio à produção.
Hoje, o curta-metragem está consagrado como formato de cinema, não mais
como espaço de experimentação somente ou restrito a gêneros específicos apenas;
sendo um formato praticado tanto por estudantes como profissionais do cinema e
vídeo.
14
LOCAÇÃO GRAVAÇÃO
CENA I cachoeira 20/01/08
CENA II campo aberto 13/05/09
CENA III ônibus (interior) 13/05/09
CENA IV pedra grande 17/02/09
CENA V estrada de terra 26/09/09
CENA VI casa de madeira 07/10/09
CENA VII estúdio 05/10/09
Tabela 01: Cronograma de gravação de “A Rosa de Pedra”
Fonte: elaborado pelo grupo com base nos dados da gravação.
3 – O CINEMA DE POESIA
Jacques Aumont apud Machado4, em seu livro À quoi pensent les filmes
(1996), o cinema é uma forma de pensamento nos fala a respeito de idéias,
emoções e afetos através de um discurso de imagens e sons tão densos quanto o
discurso da palavra.
Seguindo as afirmações de Machado, na Rússia Soviética dos anos 20,
alguns cineastas pensavam no cinema como uma sintaxe de imagens, um processo
de associações mentais que recebe, nos meios audiovisuais, o nome de montagem
ou edição.
Eisenstein, no final dos anos 20, formulou a sua teoria de cinema conceitual,
cujos princípios ele foi buscar no modelo de escrita das línguas orientais. Segundo o
cineasta, os chineses construíram uma escritura “de imagens”, utilizando o mesmo
processo empregado por todos os povos antigos para construir seu pensamento, ou
seja, através do uso das metáforas (imagens materiais articuladas de forma a sugerir
relações imateriais) e das metonímias (transferência de sentido entre imagens).
Acerca da metáfora, Massaud Moisés formula o seguinte conceito:
A expressão “cinema de poesia” foi utilizada pela primeira vez por Pier Paolo
Pasolini - cineasta, escritor, dramaturgo e poeta italiano – no manifesto “O cinema
de poesia”, publicado posteriormente em seu livro “Empirismo Hereje”.7
O cinema de poesia proposto por Pasolini, não se constituiria com uma
ruptura total do convencionalismo, mas como uma “renovação vigorosa e geral do
formalismo”8, dada pela reestruturação da narrativa cinematográfica. Pasolini via no
cinema – noção abstrata – uma vasta potencialidade expressiva que poderia se
concretizar no filme – produto concreto.
Para viabilizar esse conceito, são necessárias experiências “lingüístico-
estilísticas” no filme, ou seja, experiências quanto à linguagem e estética
cinematográficas que explorassem a potencialidade “lírico-subjetiva” do cinema. O
poético, assim, não se restringe apenas à narrativa, mas encontra grande força
expressiva na técnica.
A liberdade desejada não seria apenas uma expressão da liberdade do
cineasta, pois ela se estende também ao espectador pela possibilidade de uma
interpretação múltipla. Através da construção narrativa e estilística não-
convencional, são geradas lacunas que exigem do espectador uma participação. As
respostas aos questionamentos suscitados não estariam contidas no filme, mas no
interior de cada um, cabendo à subjetividade de cada pessoa formar o sentido da
obra.
O cinema de poesia não está restrito a cineastas de universos semelhantes,
pelo contrário, a amplitude do conceito abraça mundos diversos. A grande chave
para essa forma de fazer e “receber” cinema é encontrada a partir do
questionamento de padrões pré-estabelecidos cuja forma se concretiza na
exploração poética da linguagem cinematográfica, “onde o verdadeiro protagonista é
o estilo”.9
20
“As zonas indeterminadas possuem dois níveis básicos: um, sob uma
forma funcional que conduz o espectador a um resultado preciso,
unívoco (denominados aqui como “vazios funcionais”); e outro sob
uma forma mais indefinida que apenas o induz a procurar respostas
possíveis (“vazios de indeterminações”)”.26
4.2 LINGUAGEM
“No entanto, definido de forma tão ampla, o termo pode ser atribuído
a uma variedade muito grande de trabalhos artísticos. Assim, conclui
Cardinal (1988, p.25) que a vertente moderna chamada de
Expressionismo deve ser vista como a mais recente – embora
também a mais veemente – afirmação desse princípio de
alinhamento da criatividade com os impulsos emocionais e instintivos
do ser humano.”32
A própria autora aponta que se faz necessário ressaltar aspectos comuns das
obras produzidas sob esse conceito. Porém, a presente pesquisa se propõe ampliar
o termo distanciando-o dos moldes cinematográficos da década de 20. O intuito é
“voltar” aos conceitos gerais do expressionismo, às motivações subjetivas e
instintivas. É nesse sentido que a linguagem da “Rosa de Pedra” é expressionista.
28
4.3 O ROTEIRO
− A idéia;
− O conflito;
29
− A personagem;
− A ação dramática;
− O tempo dramático;
− Unidade dramática.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
NOTAS
1
BUÑUEL, Luis. “Cinema: instrumento de poesia”. In XAVIER, 1983. p. 334.
2
BUÑUEL, Luis. “Cinema: instrumento de poesia”. In XAVIER, 1983. p. 336.
3
BUÑUEL, Luis. “Cinema: instrumento de poesia”. In XAVIER, 1983. p. 337.
4
Jacques Aumont apud Arlindo Machado. (O filme-ensaio)
5
MOISÉS, Massaud. “A Criação Literária; introdução à problemática da literatura”. In
SAVERNINI, 2004. p. 31
6
MACHADO, Arlindo. O filme-ensaio.
7
PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Hereje. Lisboa: Assírio e Alvim, 1982. Edição Portuguesa
8
Pasolini acreditava que a mera negação do convencionalismo na narrativa e estética
cinematográfica, não levaria a uma superação do modelo; para tanto, a criação de um novo
cinema se daria pela reestruturação da linguagem cinematográfica, o que implica um diálogo
com a tradição. O cinema de poesia deveria manter uma relação referencial com o modelo
narrativo tradicional para a disposição de um novo olhar, através da crítica e do
questionamento. (SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p.24.)
9
PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Hereje. p. 151.
10
SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p.11.
11
PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Hereje. p. 138.
12
PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Hereje. p. 138.
13
Pasolini criou este termo, um neologismo: “... chamo as imagens cinematográficas de ‘im-
signos’, calcando este termo sobre a fórmula semiológica ‘lin-signos’ pela qual se designam
os signos lingüísticos, escritos e orais. Trata-se portanto de uma simples composição
terminológica. Para resumir sumariamente o que induzo destes signos visuais, direi
simplesmente isto: enquanto todas as outras linguagens se exprimem através de sistemas
de signos “simbólicos”, os signos do cinematógrafo não o são; eles são “iconográficos” (ou
icônicos), são signos de “vida”, se ouso dizê-lo; dito de outra forma, enquanto todos os
outros modos de comunicação exprimem a realidade através de “símbolos”, o cinema
exprime a realidade através da realidade. (PASOLINI. As últimas palavras do herege;
entrevistas com Jean Duflot. p.108)
14
PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Hereje. p. 138.
15
SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p.12.
16
SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p.18.
17
Pasolini utiliza este termo em uma analogia feita à literatura, ao Discurso Indireto Livre,
onde toda a história seria narrada através da personagem, numa interiorização absoluta do
sistema de alusões do autor. O autor imergiria na alma de sua personagem e adotaria sua
psicologia, língua e gestos. Sobre a Subjetiva Indireta Livre, Pasolini fala: “Esta não pode
32
ser um verdadeiro ‘monólogo interior’, na medida em que o cinema não tem a mesma
possibilidade de ‘interiorização’ e de abstração da palavra: é um ‘monólogo interior’ por
imagens e é tudo.[...] A falta de um elemento (que na literatura é constituído pelos conceitos
ou pelas abstrações, faz com que uma ‘Subjetiva Indireta Livre’ não corresponda nunca de
maneira perfeita ao que o monólogo interior é na literatura”. (PASOLINI. Empirismo Hereje.
p. 145).
A Subjetiva Indireta Livre, então, caracteriza-se por não ser lingüística e sim estilística.
18
Erika Savernini utiliza esse termo em referência à ‘Subjetiva Indireta Livre’, citada por
Pasolini. Em seu livro, Empirismo Hereje, Pasolini cita a situação em que é utilizada a
‘Subjetiva’ como um pretexto: “o autor constrói uma personagem, falando talvez de uma
linguagem inventada, para exprimir a sua própria interpretação do mundo” (PASOLINI.
Empirismo Hereje. p. 144.)
19
SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p. 21.
20
SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p. 23.
21
SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p. 24.
22
PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Hereje. p. 149.
23
SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p. 26.
24
SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p. 27.
25
SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p. 27.
26
SAVERNINI, Erika. Índices de um cinema de poesia. p. 28.
27
Wolfgang Iser apud Érika Savernini. (Índices de um cinema de poesia. p.28)
28
BUÑUEL, Luis. “Cinema: instrumento de poesia”. In XAVIER, 1983. p. 336.
29
LOGUERCIO, Laura. “História do Cinema Mundial; Fernando Macarello (org). p.69
30
LOGUERCIO, Laura. “História do Cinema Mundial; Fernando Macarello (org). p.56
31
LOGUERCIO, Laura. “História do Cinema Mundial; Fernando Macarello (org). p.57
32
LOGUERCIO, Laura. “História do Cinema Mundial; Fernando Macarello (org). p.56
33
Apêndice 1
IDÉIA BASE
CENA I
ÁUDIO: BG AMBIENTE
EMBAÇA A TELA
CENA II
CENA III
CENA IV
BG MUDO
CENA V
CENA VI
MOVIMENTO DE CÂMERA:
FADE TO BLACK
38
CENA VII
MOVIMENTO DE CÂMERA:
Apêndice 2
Apêndice 3
100%
90%
80%
70%
60% 3
50% 2
40% 1
30%
20%
10%
0%
47
Anexo 1
BIBLIOGRAFIA
Sites:
http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=957&sid=71
acesso em: 13/06/2009
http://pt.wikipedia.org/wiki/Curta-metragem
acesso em: 13/06/2009
http://www.casacinepoa.com.br/as-conex%C3%B5es/textos-sobre-cinema/por-que-
curta-metragem
acesso em: 13/06/2009
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2003/www/pdf/2003_NP07_machado.pdf
acesso em 13/06/2009
http://www.rubedo.psc.br/dicjung/creditos.htm
acesso em 04/12/1987
Livros:
PASOLINI, Pier Paolo. As últimas palavras do herege; entrevistas com Jean Duflot.
São Paulo: Editora Brasiliense
PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Hereje. Lisboa: Assírio e Alvim, 1982. Edição
Portuguesa.