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A TERRA DOS JUSTOS E DOS BONS

Era uma vez um pecador que acreditava na terra dos justos e dos bons. Nessa
terra, tudo deve ser belo, pensava ele.

Essa era a terra que o pecador queria buscar e encontrar. Era pobre.
Peregrinava aqui e acolá. De repente, deu-se conta de que estava velho e
fatigado. Tão acabado, que não lhe restava outra coisa senão deitar-se e morrer.
Embora tivesse procurado sempre, não havia encontrado a terra dos justos e
dos bons. Ainda assim, cobrou ânimo, sorriu levemente e disse de si para
consigo: “tenho ainda um pouco de forças, as últimas. Vou tentar ainda uma vez.
Vou na direção da cidade. Por lá deve estar a terra dos justos e dos bons. Se
não pisar nela, pelo menos poderei avistá-la como Moisés avistou a Terra
Prometida”. A terra dos justos e dos bons era sua única esperança.

Aconteceu, porém, que naquelas bandas apareceu um homem considerado


culto. Trazia consigo livros, mapas, projetos e tantas outras coisas que fazem
um homem aparentar ser sábio.

O velho, com os olhos faiscantes de ansiedade, perguntou ao homem que


aparentava ser sábio:

- Senhor, diga-me, por favor,: onde está a terra dos justos e dos bons?

O sábio sequer olhou para ele. Mas tomou em suas mãos livros e mapas e
começou a vasculhá-los e a examiná-los com o dedo nervoso. E concluiu:

- A terra dos justos e dos bons não existe, meu velho. Os mapas são
minuciosos e completos. Nada indica sobre a terra dos justos e dos bons.

O velho perdeu o brilho de seus olhos de criança. Não quer, não pode acreditar.
Retorna com leve esperança:

- Senhor, olhe mais uma vez. A terra dos justos e dos bons deve estar lá. Eu
sei. Deve estar... caso contrário, seus livros e mapas, para quê serviriam?

O sábio sentiu-se ofendido:

- Meus livros e mapas nada servem? Não são eles feitos com as técnicas mais
avançadas, à base dos materiais fotográficos dos satélites artificiais? A terra
dos justos e dos bons não consta neles. Logo, não existe.

O velho voltou-se cheio de ira sagrada e disse ao “sábio”, quase gritando:


- Você, frustrador de esperanças! Você não é nenhum sábio! Sua ciência é
feita de papel e de traços. Não serve à vida. Não alimenta o sonho que dá
sentido a todas as buscas.

E continuou com voz firme:

- Porque seus livros não falam da terra dos justos e dos bons, não significa
que ela não exista. Deve existir um livro que fale da terra dos justos e dos
bons, deve existir alguém que me ajude a encontrá-la

E o “sábio”, com desdém, disse:

- Um livro! Só se for a Bíblia. Alguém! Só se for Jesus Cristo.

E foi assim que o pecador encontrou o que buscava.

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