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25 de Junho de 2007
Sumário
• 1. Introdução ............................................................................ 2
• 2. Conceito de mútuo ............................................................................ 3
• 3. Fato gerador ............................................................................ 4
• 4. Sujeito passivo ............................................................................ 5
• 5. Alíquotas ............................................................................ 6
• 5.1 Alíquota diferenciada de IOF ............................................................................ 6
• 6. Base de cálculo ............................................................................ 7
• 6.1 Exemplos de cálculo do valor do IOF devido ............................................................................ 7
• 7. Valor definido ............................................................................ 9
• 7.1 Exemplos de cálculo com valor definido ............................................................................ 9
• 7.2 Operação de crédito em que não haja
substituição de devedor ............................................................................ 10
• 7.2.1 Não havendo entrega ou colocação de
novos valores ............................................................................ 10
• 7.2.2 Havendo entrega ou colocação de novos
valores ............................................................................ 10
• 8. Recolhimento ............................................................................ 11
• 8.1 Recolhimento fora do prazo ............................................................................ 11
• Legislação ............................................................................ 12
• Dúvidas Frequentes ............................................................................ 13
• IOF - ALÍQUOTA - Operações de Mútuo ............................................................................ 13
1. Introdução
A Lei nº 9.779/1999 instituiu a incidência do IOF nas operações de mútuo entre pessoas jurídicas não financeiras e entre
pessoas físicas, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º.01.1999.
A Instrução Normativa SRF nº 46/2001 dispõe a respeito do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou
relativas a Títulos ou Valores Mobiliários.
O Decreto nº 4.494/2002 regulamentou a incidência do IOF sobre as operações de crédito entre pessoas jurídicas ou
pessoa jurídica e física.
Com base nesses atos normativos discorremos neste texto sobre o tratamento tributário aplicável ao IOF mútuo.
2. Conceito de mútuo
Mútuo, de acordo com o Dicionário Jurídico de De Plácido e Silva, significa emprestar ou dar por empréstimo e é
"derivado do latim mutuus, de mutuari".
Definido como um contrato real, pelo qual uma das partes entrega à outra uma coisa fungível, isto é, uma coisa que
possa ser substituída por outra da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Fazem parte desse contrato:
a) o mutuante - o que dá por empréstimo;
b) o mutuário - o que toma emprestado.
A coisa recebida em mútuo passa para a propriedade do mutuário, que lhe dá o destino que quiser.
A coisa a ser devolvida tem de ser da mesma espécie, qualidade e quantidade da recebida, não podendo ser devolvida
coisa diversa ou soma em dinheiro, senão teríamos outro tipo de contrato, como por exemplo a troca ou compra e venda.
3. Fato gerador
O fato gerador ocorre na data da concessão do crédito, isto é, quando os recursos são entregues ou colocados à
disposição do mutuário.
Não haverá fato gerador do imposto, quando o mútuo for realizado de uma pessoa física para uma pessoa jurídica ou
entre pessoas físicas.
(Lei nº 9.779/1999 , art. 13 , § 1º e Ato Declaratório SRF nº 30/1999)
4. Sujeito passivo
São contribuintes do IOF as pessoas físicas e jurídicas tomadoras do crédito.
É responsável pela cobrança e pelo recolhimento do IOF ao Tesouro Nacional a pessoa jurídica que conceder o crédito.
(Decreto nº 4.494/2002 arts. 4º e 5º , III)
5. Alíquotas
Desde 18.10.1999, as alíquotas do IOF são:
a) para mutuário pessoa física: 0,0041%;
b) para mutuário pessoa jurídica: 0,0041%.
(Decreto nº 4.494/2002 , art. 7º , I)
Nota
No período entre 15.03 e 17.06.1999, foi cobrado um adicional de 0,38%, que incidia sobre as
operações de crédito, independentemente do prazo da operação, conforme Portaria nº
22/1999, arts. 2º e 4º, parágrafo único, quando ficou suspensa a CPMF.
Nas operações referidas no item 5, quando se tratar de mutuário pessoa jurídica ME ou EPP optante pelo Simples,
sendo o valor igual ou inferior a R$ 30.000,00, as alíquotas serão:
a) 0,00137% (prazo indeterminado);
b) 0,00137% ao dia (prazo determinado).
(Decreto nº 4.494/2002 , art. 7º , VI, e art. 47 , II)
Nota
Para reconhecimento da aplicabilidade da alíquota reduzida, caberá ao mutuante exigir, no ato
da realização da operação, uma declaração em 2 vias de que se enquadra como pessoa
jurídica sujeita ao regime tributário de que trata a Lei nº 9.317/1996, mencionando que o
signatário é seu representante legal e está ciente de que a falsidade na prestação desta
informação o sujeitará, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrem, às
penalidades previstas na legislação criminal e tributária, relativas à falsidade ideológica.
6. Base de cálculo
O Regulamento do IOF estabelece a seguinte base de cálculo e respectiva alíquota reduzida para as operações de
crédito realizadas pelas instituições financeiras:
a) quando não ficar definido o valor principal a ser utilizado pelo mutuário, inclusive por estar
contratualmente prevista a reutilização do crédito, até o final da operação, a base de cálculo é o
somatório dos saldos devedores diários apurados no último dia de cada mês, inclusive na
prorrogação ou na renovação:
a.1) para mutuário pessoa jurídica: 0,0041%;
a.2) para mutuário pessoa física: 0,0041%;
b) quando não ficar definido o valor principal, o IOF será devido somente em relação aos recursos
colocados ou entregues a sua disposição;
c) o IOF será calculado e cobrado no 1º dia útil do mês subseqüente àquele a que se referir,
relativamente a cada valor entregue ou colocado à disposição do mutuário durante o mês (somatório
dos saldos devedores diários), e recolhido até o 3º dia útil subseqüente ao decêndio de sua cobrança;
d) os encargos debitados do mutuário serão computados na base de cálculo do IOF, isto é, a partir do
dia subseqüente ao término do período a que se referirem.
(Decreto nº 4.494/2002 art. 7º , inciso I, "a" e §12)
Data
Débito
Crédito
Saldo
DCS/DV
Diários
0118.000,00
- 18.000,00
D 18.000,00
02- - 18.000,00
D 36.000,00
03- - 18.000,00
D 54.000,00
04- - 18.000,00
D 72.000,00
05 18.000,00
D 90.000,00
06 18.000,00
D 108.000,00
07 18.000,00
D 126.000,00
08 18.000,00
D 144.000,00
09 18.000,00
D 162.000,00
10 18.000,00
D 180.000,00
11 10.000,00
8.000,00
D 188.000,00
12 8,000,00
D 196.000,00
13 8.000,00
D 204.000,00
14 8.000,00
D 212.000,00
15 8.000,00
D 220.000,00
16 8.000,00
D 228.000,00
17 8.000,00
D 236.000,00
18 8.000,00
D 244.000,00
19 8.000,00
D 252.000,00
20 8.000,00
D 260.000,00
21 8.000,00
D 268.000,00
22 8.000,00
D 276.000,00
2312.000,00
20.000,00
D 296.000,00
24 20.000,00
D 316.000,00
25 20.000,00
D 336.000,00
26 20.000,00
D 356.000,00
27 20.000,00
D 376.000,00
28 20.000,00
D 396.000,00
29 20.000,00
D 416.000,00
30 20.000,00
D 436.000,00
Soma
30.000,00
10.000,00
436.000,00
7. Valor definido
Quando ficar definido o valor principal a ser utilizado pelo mutuário, a base de cálculo será o valor principal entregue ou
colocado à sua disposição, ou, quando estiver previsto mais de um pagamento, o valor principal de cada uma das
parcelas.
(Decreto nº 4.494/2002 , art. 7º , I, "b")
1º Exemplo
Supondo um contrato de mútuo entre pessoas jurídicas no valor de R$ 100.000,00, sendo pactuado entre as partes o
pagamento em 2 parcelas iguais, com vencimento em 90 e 180 dias, o IOF será apurado da seguinte forma:
a) 1a parcela:
- Alíquota do IOF: 0,0041% x 90 dias = 0,369%
R$ 50.000,00 x 0,369% = R$ 184,50
b) 2a parcela:
- Alíquota do IOF: 0,0041% x 180 dias = 0,738%
R$ 50.000,00 x 0,738% = R$ 369,00
O valor a recolher será o somatório das parcelas: R$ 184,50 + R$ 369,00 = R$ 553,50.
O código do Darf será: 1150.
O recolhimento será feito até o 3º dia útil subseqüente ao decêndio de sua cobrança.
2º Exemplo
- Valor do empréstimo: R$ 1.500,00
- Prazo: 180 dias
- Vencimento: 1º.07.2002
- Cálculo: R$ 1.500,00 x 0,738% (0,0041% x 180 dias) = R$ 11,07
Nota
Caso o IOF não seja quitado na data acordada, o empréstimo deverá ser calculado com o IOF Complementar.
No caso de prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de dívida e negócios assemelhados,
de operação de crédito em que não haja substituição de devedor, a base de cálculo do IOF será o valor não liquidado da
operação anteriormente tributada, sendo essa tributação considerada complementar à anteriormente feita, aplicando-se
a alíquota em vigor à época da operação inicial.
(Decreto nº 4.494/2002 art. 7º , § 7º)
O imposto devido nesses casos será calculado a partir do vencimento original da operação a ser objeto de repactuação
ou renegociação, sendo essa tributação considerada complementar, à anteriormente feita, e limitada, no valor global, ao
IOF máximo.
O prazo a considerar será o número de dias (ou meses) da prorrogação ou renovação, até que este, somado ao prazo
original, complete 365 dias ou 12 meses.
A base de cálculo será o valor principal não liquidado da operação anteriormente tributada e a alíquota aplicável será a
que estava em vigor à época da operação inicial.
(Decreto nº 4.494/2002 , art. 7º , §§ 8º a 11)
8. Recolhimento
Quando o prazo for definido, o imposto será recolhido até o 3º dia útil subseqüente ao decêndio de sua cobrança, que é
a data da colocação do dinheiro à disposição do contribuinte.
Quando o prazo não for definido, a apuração será feita no 1o dia útil do mês subseqüente, e o recolhimento será feito até
o 3º dia útil subseqüente ao decêndio de sua cobrança.
(Lei nº 11.196/2005, art. 70 , II)
O IOF não deverá ser recolhido se o valor for inferior a R$ 10,00 (Instrução Normativa nº 82/1996).
Darf - Códigos de Recolhimento:
a) 1150: para operações de crédito PJ;
b) 7893: para operações de crédito PF.
Legislação
Portaria nº 22/1999
Instrução Normativa nº 82/1996
Lei nº 11.196/2005
Ato Declaratório SRF nº 30/1999
Decreto nº 4.494/2002
Instrução Normativa SRF nº 46/2001
Lei nº 9.317/1996
Lei nº 9.779/1999
Dúvidas Frequentes
IOF - ALÍQUOTA - Operações de Mútuo
Quais as alíquotas do IOF nas operações de mútuo?
O IOF será cobrado segundo as seguintes alíquotas (art. 7°, I , "a" e "b", itens 1 e 2, do Decreto n°
4.494/2002):
a) mutuário pessoa jurídica: 0,0041%;
b) mutuário pessoa física: 0,0041%;
Observação:
Quando se tratar de mutuário pessoa jurídica optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), de que trata a Lei nº
9.317/1996, com valor igual ou inferior a R$ 30.000,00, a alíquota será 0,00137% ou 0,00137% ao dia,
conforme o caso (art. 7º, VI, do Decreto nº 4.494/2002).