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O que nos leva de volta a Sigmund Freud: por qual motivo há tanta relutância por parte da
esquerda em encarar a realidade que lhes foi exposta ao longo dos últimos anos? A
explicação é dupla. No caso da militância profissional, da UNE, da CUT e do MST, se
aplica a máxima de Upton Sinclair, famoso escritor americano: “É difícil fazer com que
alguém entenda algo quando o seu salário depende do não entendimento deste algo.” Mas
o que dizer dos intelectuais e artistas que não recebem salários por sua “militância”? No
caso deles, não se trata de grana, mas de uma questão psicoanalítica. Investiram as suas
vidas e reputações em posições pró Lula e pró PT. Agora, não suportam reconhecer o erro
que cometeram por uma questão de autoimagem.
Freud e sua filha Anna chamaram este fenômeno de negação. Trata-se de uma defesa
contra realidades externas que ameaçam o ego. Saber lidar com a negação me parece ser
a questão básica para a sobrevivência da esquerda brasileira hoje. Se os pensadores de
esquerda não tiverem a grandeza de reconhecer o erro que cometeram com Lula e com o
PT, se comprarem a tentativa de Lula e do PT de incendiar o país para criar um ambiente
irracional posto na vigência da razão não há saída, a esquerda brasileira vai afundar com
eles. Lula e o PT se tornarão os arautos da destruição do pensamento marxista no Brasil.
(O Globo – 06/03/2016).