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Entenda em 9 pontos como o


presidente dos EUA é eleito e o
que pode acontecer se o
resultado for contestado
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determinou
vitória de George W. Bush em 2000

Claudia Antunes e Camila Zarur


17/09/2020 - 14:27 / Atualizado em 31/10/2020 - 16:01

Casa Branca iluminada com as cores da bandeira dos Estados Unidos Foto: Katie Ricks / Divulgação Casa Branca
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Os Estados Unidos elegerão seu


46º presidente em 3 de novembro,
escolhendo entre os candidatos dos
dois principais partidos do país: o
republicano Donald Trump, atual
ocupante da Casa Branca, e o
democrata Joe Biden, ex-senador e
ex-vice-presidente de Barack
Obama.

O processo eleitoral nos EUA, já complicado pela ausência de regras


nacionais e pela existência de uma instituição sui generis como o Colégio
Eleitoral, se desenrola neste ano em um ambiente especialmente tenso.

A pandemia da Covid-19 e a alta polarização política já levaram mais de


90 milhões de eleitores a votarem de forma antecipada, pessoalmente ou
pelo correio — o que representa 65,5% do total do eleitorado de 2016.

Além disso, o presidente Donald Trump lançou suspeitas sobre a lisura do


voto postal, negou-se a afirmar que reconhecerá o resultado caso seja
derrotado e afirmou que a disputa pode parar na Suprema Corte.

Entenda abaixo o processo, suas origens e as possibilidades de saída que


existem se a disputa se prolongar

Como o presidente dos Estados Unidos é eleito?

O presidente dos EUA é eleito de modo indireto, por meio de um Colégio


Eleitoral com 538 delegados. Os delegados representam os 50 estados,
cada um com uma bancada que é a soma de sua representação no Senado,
que é sempre de dois senadores por estado, e na Câmara dos Deputados,
que é proporcional à população estadual. Além disso, o Distrito de
Columbia, onde fica a capital, Washington, tem direito a três delegados.
Para ser eleito, um candidato precisa chegar aos 270 votos, a maioria
absoluta dos delegados mais um.

Caos eleitoral: Ataques de Trump à lisura da votação prenunciam


batalhas nos tribunais

Como os estados determinam em quem seus delegados


votarão no Colégio Eleitoral?

Essa regra é decidida pelos próprios estados. Em 48 dos 50 deles,


funciona o sistema conhecido como “o vencedor leva tudo”, no qual o
candidato que teve a maioria do voto popular no estado terá o voto de
todos os delegados. Como o sistema não é de representação proporcional,
pode ocorrer que um candidato à Presidência não tenha a maioria dos
votos populares, mas vença no Colégio Eleitoral. Foi o que aconteceu em
2016, quando Hillary teve 48,2% dos votos, cerca de 3 milhões a mais do
que Donald Trump, que teve 46,1%. Ainda assim o republicano venceu a
eleição, com 304 votos no Colégio Eleitoral. O democrata Al Gore também
teve mais votos populares do que o republicano George W. Bush em
2000, com 48,4% a 47,9% dos votos.

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Por que a possibilidade de divergência entre o voto popular e


o voto no Colégio Eleitoral tem desfavorecido os
democratas? 

Porque o eleitorado do Partido Democrata está concentrado em estados


mais populosos, enquanto o eleitorado republicano está concentrado
principalmente em estados menos populosos e rurais. O fato de o número
de delegados de cada estado ao Colégio Eleitoral incluir sempre dois
representantes que equivalem à representação no Senado — que é igual
para todos os estados, independentemente de sua população — em alguns
casos triplica o peso de estados menos populosos e tem representado uma
vantagem para os republicanos. Um estudo de 2017 de dois economistas
da Universidade do Texas, Michael Geruso and Dean Spears, mostrou que
os republicanos podem vencer no Colégio Eleitoral em 65% das eleições
em que eles perdem no voto popular por uma pequena margem de 1 a 2
pontos percentuais. De acordo com o estudo, mesmo em uma vitória
democrata por margem de 3 pontos os republicanos teriam 16% de
chances de vencer no Colégio Eleitoral. O estudo ainda aponta que os
democratas tendem a vencer em estados mais populosos por ampla
margem e também a perder nesses mesmos estados por pequena
margem. Em 2016, Hillary Clinton ganhou na Califórnia por 3,5 milhões
de votos, mas perdeu em Michigan, Pensilvânia e Wisconsin por um total
de 80 mil votos nos três estados. Neste ano, considera-se que 13 estados
em que as pesquisas mostram uma disputa apertada podem decidir as
eleições. Neste ano, tudo indica que Pensilvânia e Flórida serão os estados
decisivos. Além disso, uma ainda incerta virada democrata no Texas,
onde o partido não vence desde 1976, na prática selaria a vitória eleitoral
de Biden.

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Por que a eleição do presidente dos EUA acontece dessa


forma?

Há um grande debate entre os historiadores até hoje, mas três razões


costumam ser mencionadas: o medo de um Executivo central forte, o
medo de que o voto popular fosse capturado por “aventureiros” e a
escravidão. A Constituição americana que desenhou o atual sistema
eleitoral foi redigida em 1787, apenas 11 anos depois de as chamadas 13
colônias se tornarem independentes do Reino Unido. Essas unidades, que
formaram os Estados Confederados durante a guerra de independência,
queriam manter seu poder e autonomia em um sistema federativo. Além
disso, os chamados Pais Fundadores do país, que influenciaram a redação
da Carta, valorizavam mais o elemento republicano do que o democrático,
pondo mais ênfase na representação do que na soberania popular, numa
época em que nenhum país elegia seus governantes por sufrágio
universal. Por último, os estados do Sul tinham uma enorme população
de pessoas escravizadas, que não votavam. Ainda assim, queriam
assegurar sua influência sobre o futuro governo. Dessa forma, três
quintos do número de escravos passaram a ser levados em consideração
para determinar o tamanho das bancadas estaduais no Congresso, e,
portanto, no Colégio Eleitoral.

Análise: A destruição da democracia americana

O que acontece se o Colégio Eleitoral não conseguir


determinar um vitorioso?

A possibilidade de isso acontecer existe se a eleição for apertada e o


resultado eleitoral for contestado por algum dos dois principais partidos
em um ou mais estados. Nesse caso, os estados têm neste ano até 8 de
dezembro para resolver as disputas, seis dias antes da votação formal
feita pelos delegados ao Colégio Eleitoral, em 14 de dezembro, e quase um
mês antes de o Congresso contar formalmente estes votos, em 6 de
janeiro, em uma sessão conjunta da Câmara e do Senado. Se as disputas
não forem resolvidas até 6 de janeiro, a legislação determina que a
Câmara eleja o presidente por maioria simples, com cada bancada
estadual dando apenas um voto, e o Senado eleja o vice-presidente da
mesma forma. A esta altura, os deputados e senadores eleitos também em
3 de novembro já terão tomado posse, prevista para 3 de janeiro.

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Entenda: Em 7 pontos por que o voto pelos Correios está provocando


disputa na eleição americana

Este cenário já ocorreu?

Esse mecanismo foi usado três vezes, mas todas no século XIX. A última
vez em que houve impasse no Colégio Eleitoral foi em 1876, quando o
organismo se reuniu sem que houvesse vencedor reconhecido em quatro
estados. Na ocasião, um acordo político levou à Presidência o republicano
Rutherford Hayes, que perdeu no voto popular, mas ganhou a disputa no
Colégio Eleitoral sobre o democrata Samuel Tilden, antes que os quatro
estados sem resultado reconhecido fossem contados.

Como o voto pelo correio pode complicar a apuração?

A maioria dos estados americanos permite o voto pelo correio, seja a


partir de uma requisição feita pelo eleitor às autoridades eleitorais locais,
seja com o envio das cédulas para os eleitores, que podem ou não optar
por votar dessa maneira. Neste ano, pesquisas indicam que o voto postal
tem sido mais usado por democratas. Pode ocorrer que, por atrasos na
entrega, votos enviados pelo correio cheguem depois de 3 de novembro,
data final da votação. Em vários estados, há batalhas judiciais sobre até
quando votos que chegarem com atraso poderão ser contados. Além
disso, existe a possibilidade de divergências no resultado do voto
presencial e nos resultados do voto pelo correio, o que pode mudar a
tendência da apuração quando ela já estiver adiantada.

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E onde entra a Suprema Corte?

A Constituição americana não atribuiu nenhum papel à Suprema Corte


na determinação do resultado da eleição presidencial. Porém, a disputa
pode chegar a ela se o resultado for contestado em um ou mais estados e
os adversários pedirem a opinião do tribunal máximo. Isso aconteceu
uma única em vez, em 2000. Naquele ano, a Suprema Corte encerrou a
disputa na última hora, em 12 de de dezembro, quando determinou a
suspensão da recontagem na Flórida, dando a vitória a George W. Bush
sobre Al Gore. Gore poderia levar a disputa até o Congresso, mas aceitou
a derrota "em nome da unidade da nação". Com os votos da Flórida, Bush
garantiu sua vitória no Colégio Eleitoral.

E no caso de não haver resolução nem no Congresso nem na


Suprema Corte?

No caso de não haver resolução do conflito até 20 de janeiro, data em que


o presidente eleito deve tomar posse, a Constituição determina que o
presidente da Câmara assuma interinamente a Presidência. O cargo hoje
é ocupado pela democrata Nancy Pelosi, que é candidata à reeleição nas
votações legislativas que também serão realizadas em 3 de novembro.
Esse cenário nunca ocorreu.

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