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DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
O PAPEL DO FARMACÊUTICO
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em conjunto com organizações inter-
nacionais farmacêuticas, vem desenvolvendo uma estratégia para incorporar
o farmacêutico na equipe de saúde. Reconhece-se que ele é o profissional de
saúde com o melhor perfil para a condução de todas as ações destinadas à
melhoria do acesso e promoção do uso racional dos medicamentos. Nesse
sentido, inicia-se uma série de reuniões de peritos sobre o papel do farmacêuti-
co na atenção à saúde. Na primeira reunião, realizada em Nova Delhi, em 1988,
o Diretor da OMS para a Ásia Sul-Oriental, em representação do Diretor Geral,
ao inaugurar a reunião, sublinhou (OMS, 1990: 1-2): os esforços empreendidos
para racionalizar a atenção à saúde, estabelecer prioridades para a alocação
de recursos e modernizar as instituições de saúde e outros serviços necessá-
rios são inúteis se a prestação de serviços fracassa por falta de uma infraes-
trutura adequada. Em nenhuma parte é mais evidente a necessidade desta
infraestrutura para a atenção diária aos pacientes do que no abastecimento
de medicamentos essenciais. Nos países menos prósperos, a insuficiência da
prestação de serviços de atenção primária à saúde é atribuída, vez ou outra,
às deficiências na cadeia de distribuição de medicamentos. Somente quando
se aceita o farmacêutico como membro vital da equipe de atenção em saúde é
que se pode organizar os serviços de apoio necessários com o profissionalismo
exigido. Esta primeira reunião define as principais atividades em que o farma-
cêutico cumpre sua função, com conhecimento e eficiência, e propõe estratégias
para o desenvolvimento do profissional farmacêutico para os sistemas de saú-
de. A segunda reunião, realizada em Tóquio, Japão, em 1993, confirma as re-
comendações da primeira e examina as responsabilidades do farmacêutico em
relação às necessidades assistenciais do paciente e da comunidade, levando ao
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| Papel do Farmacêutico e Gestão da Assistência Farmacêutica
(WHO, 1997b)
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| Papel do Farmacêutico e Gestão da Assistência Farmacêutica
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| Papel do Farmacêutico e Gestão da Assistência Farmacêutica
A Assistência Farmacêutica representa hoje uma das áreas com maior impacto
financeiro no âmbito do SUS de uma forma geral, o que também é uma reali-
dade nas secretarias estaduais de saúde (SES) e sua gestão neste âmbito se
reveste de fundamental importância. A demanda por medicamentos é crescen-
te e as tendências não apontam para alterações nesta área. A disponibilização
destes insumos envolve um aporte elevado de recursos financeiros e a ausência
de um gerenciamento efetivo pode acarretar grandes desperdícios dos mesmos,
que podem ser considerados como cruciais (MSH, 1997).
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| Papel do Farmacêutico e Gestão da Assistência Farmacêutica
PLANEJAMENTO
Planejar significa “orientar a ação do presente para que possamos organizar e
estruturar um conjunto de atividades, conforme critérios previamente estabele-
cidos, visando modificar uma dada realidade” (MARIN et al., 2003). No Sistema
Único de Saúde são adotados como instrumentos básicos do sistema de plane-
jamento para as secretarias de saúde, o Plano Estadual/Municipal de Saúde; a
Programação Anual em Saúde – que operacionaliza as intenções expressas no
Plano de Saúde; e o Relatório Anual de Gestão. Estes deverão ser compatíveis
com o respectivo Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) (Brasil, 2009a).
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| Papel do Farmacêutico e Gestão da Assistência Farmacêutica
GESTÃO DE PESSOAS
Gerenciar pessoas é uma tarefa complexa e o conhecimento acumulado, as ha-
bilidades e as atitudes de cada trabalhador são determinantes no desempenho
de suas atividades. Trabalhadores que entendem o significado do seu trabalho
e a finalidade das tarefas que lhes são delegadas têm a tendência de estar
comprometidos e motivados para alcançar melhores resultados. É necessário
manter um canal de comunicação permanente e incentivar a participação co-
letiva, inclusive nas decisões, o que influencia positivamente a realização de
tarefas pelos atores envolvidos. Desenvolver estratégias para maximizar talen-
tos individuais é de vital importância para o sucesso de qualquer atividade que
utilize equipes de trabalho como parte de sua estrutura organizacional. Entre-
tanto, a implantação de equipes que sejam efetivas no desenvolvimento de suas
atividades depende de vários fatores. Alguns deles podem dificultar o desenvol-
vimento de uma verdadeira filosofia de trabalho em equipe, pode-se mencionar
as culturas gerenciais baseadas em modelos hierárquicos e autoritários; a fal-
ta de esforço na construção das equipes; e a ausência de objetivos.
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
O acompanhamento e a avaliação continuada das ações desenvolvidas na As-
sistência Farmacêutica são outra estratégia para solidificar o modelo adotado
para a área, compartilhado entre União, estados e municípios. A implantação de
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| Papel do Farmacêutico e Gestão da Assistência Farmacêutica
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POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA (PNAF) E USO
RACIONAL DE MEDICAMENTOS
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| Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) e Uso Racional de Medicamentos
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| Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) e Uso Racional de Medicamentos
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| Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) e Uso Racional de Medicamentos
Todos esses fatores, além de poderem trazer consequências graves para a saú-
de da população, levam a um dispêndio desnecessário de recursos financeiros,
quer sejam eles originários de desembolso direto ou financiados com recursos
públicos. Algumas estratégias para o uso racional de medicamentos são aces-
síveis e passíveis de implementação, como:
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| Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) e Uso Racional de Medicamentos
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| Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) e Uso Racional de Medicamentos
(BRASIL, 2007).
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| Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) e Uso Racional de Medicamentos
(BRASIL, 2007).
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COMPONENTE ESTRATÉGICO
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| Componente Estratégico
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| Componente Estratégico
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COMPONENTE ESPECIALIZADO
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| Componente Especializado
1991, essas atividades desenvolvidas pelo Inamps foram extintas, entre elas,
o gerenciamento dos denominados “medicamentos excepcionais”. As doenças
contempladas por esse programa passaram a ser definidas pelo Ministério da
Saúde, abrangendo aqueles medicamentos de elevado valor unitário ou que,
pela duração do tratamento, tornavam-se excessivamente onerosos.
Por meio da Portaria GM/MS n. 1310, de outubro de 1999, foi criada uma Comis-
são de Assessoria Farmacêutica vinculada à Secretaria de Assistência à Saúde
(SAS), com representantes daquela secretaria, da Secretaria de Políticas de Saú-
de (SPS), da Secretaria Executiva (SE) do MS, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e
do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). A finali-
dade da Comissão era estabelecer critérios técnicos para seleção, inclusão, ex-
clusão e substituição de medicamentos de dispensação excepcional na tabela
SIA/SUS.
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| Componente Especializado
dos novos medicamentos, uma vez que os recursos necessários à sua compra
não haviam sido aportados pelo MS.
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| Componente Especializado
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| Componente Especializado
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| Componente Especializado
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| Componente Especializado
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SELEÇÃO
A seleção deve ser realizada por uma Comissão ou Comitê de Farmácia e Te-
rapêutica (CFT) ou Comissão de Padronização de Medicamentos, com o objeti-
vo de estabelecer relações nacionais, estaduais e municipais de medicamentos,
definindo aqueles que serão disponibilizados pelo SUS para a Atenção Primária,
e para a atenção de média e alta complexidades.
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| Seleção
Devem fazer parte da CFT profissionais com formação adequada e que represen-
tem as áreas para as quais os medicamentos serão selecionados. O documento
deve, entre outros, estabelecer os critérios a serem utilizados para a inclusão e
a exclusão de medicamentos e a definição do nível de complexidade nos quais
poderão ser utilizados, dando a necessária transparência ao processo.
*salvo nos casos em que as associações demonstrarem ser mais eficazes e propiciarem
maior comodidade posológica, o que contribui para a adesão ao tratamento.
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PROGRAMAÇÃO
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| Programação
• CENTRALIZAÇÃO
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| Programação
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| Programação
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AQUISIÇÃO
Além da observação dos aspectos legais, estabelecidos pela Lei 8.666, de 1993,
e suas atualizações, a compra de medicamentos deve considerar outros relacio-
nados ao planejamento e às estratégias de compra. Várias são as alternativas
para que a aquisição de medicamentos pelas Secretarias Estaduais de Saúde
(SES) e pelos municípios venha a ser atraente, com diminuição dos preços prati-
cados e agilidade no processo. Por exemplo, municípios de menor porte podem
se beneficiar quando as compras são feitas em maior escala, que aumenta o
poder de negociação e barateia os custos. Além disso, os gestores podem se
beneficiar da infraestrutura proporcionada por essa forma de aquisição.
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| Aquisição
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| Aquisição
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| Aquisição
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
É o princípio constitucionalmente estabelecido (Art. 37, XXI da CF) através do
qual a administração pública impõe a concorrência para efetuar suas aquisi-
ções ou vendas de bens e serviços e prepara o processo administrativo para a
contratação dos fornecedores.
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| Aquisição
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| Aquisição
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| Aquisição
MARCOS LEGAIS
• Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
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ARMAZENAMENTO
• Localização;
• Dimensão;
• Identificação externa;
• Sinalização interna;
• Condições ambientais;
• Higienização;
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| Armazenamento
• Segurança;
• Equipamentos.
Deve-se garantir ainda que existam meios (telefone, fax, internet) para uma
comunicação fácil e ágil com as unidades usuárias e fornecedoras envolvidas
no processo.
RECEBIMENTO DE MEDICAMENTOS
Ato de conferir o material quanto à quantidade e documentação, verificando a
conformidade dos produtos recebidos com as condições estabelecidas nos pro-
cessos de programação e aquisição. Devem ser elaboradas normas técnicas e
procedimentos operacionais, bem como instrumentos de controle para regis-
tro das informações. É necessário também, para a execução das atividades, a
confecção de manuais e o treinamento de todos os funcionários envolvidos.
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| Armazenamento
Para a realização deste serviço, deve-se dispor de áreas específicas que possibi-
litem a estocagem de produtos de controle diferenciado, como os termolábeis,
psicofármacos, imunobiológicos, inflamáveis, entre outros. Uma área importan-
te a ser prevista é a que se destina aos produtos inservíveis (deteriorados ou
vencidos) que serão descartados. Tão importante quanto a organização dessa
área é a rigorosa documentação dos procedimentos para a segregação destes
produtos.
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| Armazenamento
CONSERVAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Conservar significa manter os medicamentos em condições ambientais que as-
segurem sua estabilidade e integridade durante sua vida útil. Para isso, alguns
procedimentos técnicos e administrativos devem ser seguidos, com rigoroso
controle do ambiente (cuidando temperatura, umidade, luminosidade e venti-
lação), dos equipamentos e acessórios (refrigeradores, exaustores, prateleiras,
entre outros) e da segurança.
CONTROLE DE ESTOQUE
Atividade técnico-administrativa que visa subsidiar a programação, aquisição
e distribuição dos medicamentos, por meio da manutenção dos níveis de esto-
que necessários para atender a demanda, evitando superposição ou desabas-
tecimento e minimizando perdas e desperdícios. Para uma gestão adequada
do estoque, vários aspectos e atividades estão envolvidos, dentre eles citamos:
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| Armazenamento
• Sistema informatizado;
• Ficha de prateleiras;
• Formulários;
• Relatórios.
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DISTRIBUIÇÃO
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| Distribuição
• Análise da solicitação;
• Registro da saída;
• Arquivamento da documentação.
Uma vez que o fluxo da distribuição depende dos diversos níveis de saúde
envolvidos, é necessário estabelecer uma comunicação efetiva e permanente
entre eles, definindo critérios, cronograma de distribuição, periodicidade na
prestação de contas e elaboração de instrumentos para monitoramento e
controle.
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DISPENSAÇÃO
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| Dispensação
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DEMANDAS JUDICIAIS
Fármacos
anti-colinérgicos
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| Demandas Judiciais
no âmbito da gestão do setor saúde tem sido alvo de intenso debate e ganhou
destaque no Supremo Tribunal Federal (STF), com a realização de audiência pú-
blica, que possibilitou a interlocução entre atores envolvidos (PEPE et al, 2010).
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| Demandas Judiciais