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1.

0 ARTE PRÉ-HISTÓRICA, MESOPOTÂMICA E EGÍPCIA

1. 1. ARTE PRÉ-HISTÓRICA: O INÍCIO

                Os humanos andam eretos há muitos de anos, mas só há poucos anos inventaram a arte.
            Os primeiros objetos artísticos não foram criados para adornar o corpo ou para decorar cavernas, mas como tentativa de
controlar ou aplacar as forças da natureza. Os símbolos de animais e de pessoas tinham significação sobrenatural e poderes
mágicos.

- ESCULTURAS
                Os mais antigos objetos que chegaram até nós são esculturas em ossos, marfim, pedra ou chifre. Esse objetos eram
entalhados (delineando a figura com um instrumento afiado), gravados em relevos profundos, ou esculturas tridimensionais.
                VÊNUS DE WILLENDORF, c. 25.000 – 20.000 a.E.C. Museu da História Natural, Viena. - Essa estatueta feminina é
uma das mais antigas figuras humanas conhecidas. Os seios enormes, o ventre protuberante e a cabeça redonda estilizada
constituem mais um amontoado de esferas do que uma mulher individualizada. Provavelmente é um fetiche de fertilidade,
simbolizando abundância.

- PINTURAS NAS CAVERNAS


                As primeiras imagens foram pintadas em cavernas, provavelmente 15.000 anos atrás. As pinturas de bisões, veados,
cavalos, bois, mamutes e javalis se situam nos recessos das cavernas, longe das superfícies habitadas e da luz do sol.
                Os arqueólogos especulam que os artistas criavam as figuras para garantir uma boa caça. Muitos animais aparecem
trespassados por flechas, e furos nas paredes indicam que os habitantes das cavernas atiravam lanças nos animais desenhados.

                PINTURA EM CAVERNA DE LASCAUX, FRANÇA, c. 15.000 – 13.000 E.C. - Na criação dessas imagens, os
artistas das cavernas usavam carvão para delinear as irregularidades na rocha que se assemelhavam a formas encontradas na
natureza. O volume era dado pelas saliências, enquanto as tonalidades terrosas emprestavam contorno e perspectiva. As tintas
utilizadas eram torrões de ocra vermelha e amarela esfarelada até virar pó e aplicada à superfície com pincel. Ou soprada através
de um osso oco. Os desenhos eram superpostos aleatoriamente, talvez atendendo à necessidade de novas imagens antes de cada
caçada. Essas imagens – sempre figuras de animais – são representadas em perfil bidimensional e parecem flutuar no espaço, sem
qualquer representação do ambiente.

- A PRIMEIRA ARQUITETURA
                Quando as geleiras se derreteram, o clima se tornou mais temperado, e o período Paleolítico (que quer dizer pedra
antiga) foi substituído pela era Neolítica ( que quer dizer pedra nova). Os primeiros seres humanos saíram das cavernas e se
tornaram fazendeiros ou criadores de gado e, com um estoque de víveres garantido, começaram a fazer a primeira “escultura”
monumental.   
                Já em 5.000 a.E.C., surgiu uma colossal arquitetura de enormes pedras erguidas em três formas básicas: o dólmen, que
consiste em enormes pedras verticais cobertas por uma laje, parecendo uma mesa gigantesca; o menir, que é uma única pedra
vertical (o maior tem 54 metros de altura e pesa 350 toneladas); e o arranjo circular das pedras, como em Stonehenge.

1.2. MESOPOTÂMIA: OS ARQUITETOS

                “O berço do mundo” foi como foi chamada a cidade de Babilônia. Essa primeira cidade foi o berço da arte e da
arquitetura antigas, bem como o local dos Jardins Suspensos da Torre de Babel.
                Em 3.500 a.E.C., os sumérios, primeiros habitantes dessa região, dominaram as técnicas de irrigação e de controle do
fluxo de água a ponto de criar um oásis fértil em meio às planícies arenosas que hoje constituem o Iraque. Instalados entre os rios
Tigre e Eufrates, inventaram a cidade-estado, a religião formal, a escrita, a matemática, as leis e muito da arquitetura.
                Foram os primeiros urbanistas. Usando o tijolo seco como bloco básico da construção planejaram cidades complexas ao
redor do templo. E pela primeira vez a vida era regularizada, com divisão do trabalho e ações coletivas, como a defesa e os
projetos de obras públicas.

1.3. EGITO: A ARTE DA IMORTALIDADE

- Sua mais alta preocupação era garantir uma vida após a morte confortável para seus soberanos, que eram considerados deuses.
- A colossal arquitetura e as obras de arte existiam para cercar o espírito do faraó de glória eterna.
- A arte permaneceu sem mudanças por três mil anos.
- Desenvolveram a literatura, as ciências médicas e alta matemática.
- Acreditavam que o espírito do faraó (o ka) era imortal, por isso depositavam em sua tumba todos os seus bens terrenos para que
ele os usasse na eternidade.
- As pinturas e os hieróglifos nas paredes eram uma forma de inventariar a vida e as atividades diárias do falecido nos mínimos
detalhes.
- Estátuas do faraó ofereciam uma morada alternativa para o ka, caso o corpo mumificado se deteriorasse e não pudesse mais
hospedá-lo.
- A pintura e a escultura obedeciam a padrões rígidos de representação da figura humana, a arte egípcia era estática:
                - em desenhos e entalhes em pedra, a forma humana é representada em visão frontal do olho e dos ombros, e em perfil
de cabeça, braços e pernas.
                - a figura despojada, de ombros largos e quadris estreitos, usando adornos na cabeça e tanga, posa rigidamente com os
braços para os lados e uma perna adiante da outra (lei da frontalidade).
                - o tamanho da figura indica sua posição: os faraós são representados como gigantes sobressaindo entre criados do
tamanho de pigmeus.
                - as esculturas eram  esculpidas em granito ou diorito. Sentadas ou em pé, a pose era sempre frontal e
bissimétrica, com os braços próximos ao torso. A anatomia humana era, no máximo uma aproximação.

2.0 ARTE RENASCENTISTA

O RENASCIMENTO NA ARTE:

            Chama-se Renascimento o movimento cultural desenvolvido na Europa entre 1300 e 1650 – portanto, no final da Idade
Média e na Idade Moderna. O termo sugere que, a partir do século XIV, a Europa teria assistido a um súbito reviver dos ideais
da cultura greco-romana. Nesse período, ocorreram inúmeras realizações que superaram a herança clássica, no campo das artes
plásticas, da literatura e das ciências. O ideal do humanismo foi, sem dúvida, o móvel de tais realizações e tornou-se o próprio
espírito do Renascimento. Num sentido amplo, o ideal do humanismo pode ser entendido como a valorização do ser humano e da
natureza em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média. Tanto na
arquitetura como na pintura e na escultura, o artista do Renascimento buscou expressar a racionalidade e a dignidade do ser
humano.

ARQUITETURA
            A principal característica da arquitetura do Renascimento foi a busca de uma ordem e de uma disciplina que superassem o
ideal de infinitude do espaço das catedrais góticas. A ocupação do espaço baseia-se em relação matemática estabelecida de modo
que o observador compreenda a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque. Um dos arquitetos que primeiro
projetaram edifícios que traduzem esse ideal foi Filippo Brunelleschi (1375-1444).

PINTURA
            No final da Idade Média e no Renascimento, predomina a tendência a uma interpretação científica do mundo. O resultado
disso nas artes plásticas, e sobretudo na pintura, são os estudos da perspectiva segundo os princípios da matemática e da
geometria. O uso da perspectiva conduziu a outro recurso, o claro-escuro, que consiste em representar, na pintura, algumas áreas
iluminadas e outras na sombra. Esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos. A combinação da perspectiva e
do claro-escuro contribuiu para o maior realismo das pinturas. Assim, a pintura do Renascimento confirma essas três conquistas,
que os artistas do último período gótico já haviam alcançado: a perspectiva, o uso do claro-escuro e o realismo. Outra
característica foi o surgimento de um estilo pessoal. A partir dessa época, confirma-se a existência do artista como o conceituamos
hoje: um criador individual e autônomo, que expressa em suas obras seus sentimentos e ideias; alguém, enfim, que cria de acordo
com a própria concepção. Em decorrência disso, no Renascimento são inúmeros os nomes de artistas que se fizeram conhecidos,
cada um com características próprias.
TEATRO RENASCENTISTA:
            Durante a Idade Média, na Europa, o teatro tinha um papel muito importante para a igreja católica. A produção e a
apresentação de peças religiosas atingiram seu auge no século XIV. Mas a situação se transformou no século XV, com a
decadência do teatro ligado à religião, devido ao impacto do Renascimento. O homem, e não Deus, passa a protagonizar a cena.
            Não foi por acaso que a figura do bobo da corte se tornou popular durante o Renascimento, embora o personagem tivesse
nascido na antiguidade. Depois de ter passado sem destaque durante a Idade Média, o bobo ganhou espaço no teatro renascentista,
articulando as dúvidas e incertezas de um momento de grande transformação ideológica.

A "Commedia dell'Arte": Surgiu na Itália, ainda durante a Idade Média. Eram espetáculos teatrais populares,
apresentados nas ruas, sem texto fixo. Caracterizavam-se também pela utilização de máscaras e pela presença de personagens
como Arlequim, Pierrot, Colombina, Polichinelo, Pantaleão, Briguela.
            O sucesso dessa comédia popular instigou a curiosidade dos príncipes e intelectuais. O apelo a todos os sentidos, por meio
da música, dança e mímica explica a aceitação que o gênero ganhou entre o público. Das ruas, a comédia passou aos palácios,
onde se aperfeiçoou e enriqueceu. Com a "Commedia dell'Arte", a Itália viu nascer os primeiros atores profissionais em
companhias organizadas.
            O tema das peças tinha diversas fontes: comédias antigas, pastorais, contos, peças populares, eruditas etc. Muitas vezes
falava de um casal apaixonado que precisava fugir para se casar, pois o pai da mocinha opunha-se ao enlace. Os criados cômicos
eram os personagens mais conhecidos. Em geral era uma dupla, um inteligente e ardiloso e o outro, meio idiota.
            As peças tinham três atos, precedidos de um prólogo, e muita rixa, acessos de loucura, duelos, aparições, pancadaria,
disfarces, raptos, enganos e desenganos. A estrutura, basicamente, sobreviveu e chegou até as comédias dos dias de hoje.
            O comediógrafo francês mais importante foi Molière, cujo nome real é Jean-Baptiste Poquelin (1622-1673), considerado o
patrono dos atores franceses. Além de escritor, foi encenador e ator. Sua obra tem forte influência da "Commedia dell'Arte".
            Suas principais peças foram "As Preciosas Ridículas", "Escola de Maridos", "Escola de Mulheres", "A Crítica da Escola de
Mulheres", "Tartufo", "Don Juan", "O Misantropo", "Georges Dandin", "O Avarento" e "O Doente Imaginário".
MÚSICA RENASCENTISTA:
            O período da Renascença se caracterizou, na História da Europa Ocidental, sobretudo pelo enorme interesse ao saber e à
cultura, particularmente a muitas ideias dos antigos gregos e romanos. Foi também uma época de grandes descobertas e
explorações, em que Vasco da Gama, Colombo, Cabral e outros exploradores estavam fazendo suas viagens, enquanto notáveis
avanços se processavam na Ciência e Astronomia.
            Os compositores passaram a ter um interesse muito mais vivo pela música profana (música não religiosa), inclusive em
escrever peças para instrumentos, já não usados somente para acompanhar vozes. No entanto, os maiores tesouros musicais
renascentistas foram compostos para a igreja, num estilo descrito como polifonia coral ou policoral e cantados sem
acompanhamento de instrumentos.
            A música renascentista é de estilo polifônico, ou seja, possui várias melodias tocadas ou cantadas ao mesmo tempo.
Assim, uma voz vinda da esquerda é respondida pelo coro da direita e vice versa.
            Até o começo do século XVI, os compositores usavam os instrumentos apenas para acompanhar o canto. Contudo, durante
o século XVI, os compositores passaram a ter cada vez mais interesse em escrever música somente para instrumentos.
            Em muitos lares, além de flautas, alaúdes e violas, havia também um instrumento de teclado, que podia ser um pequeno
órgão, virginal ou clavicórdio. A maioria dos compositores ingleses escreveu peças para o virginal. No Renascimento surgiram os
primeiros álbuns de música, só para instrumentos de teclados.
            Muitos instrumentos, como as charamelas, as flautas e alguns tipos de cornetos medievais e cromornes continuavam
populares. Outros, como o alaúde, passaram por aperfeiçoamentos.
            Principais Compositores Renascentistas: William Byrd (1542 – 1623); Josquin des Préz (1440 – 1521); G. P. Palestrina
(1525 – 1594); Giovanni Gabrieli (1555 – 1612); Cláudio Monteverdi (1567 – 1643).

3.0 ARTE MEDIEVAL

                Compreende o milênio entre os séculos V e XV, aproximadamente desde a queda de Roma até o Renascimento. No
período inicial, chamado Idade das Trevas, depois da queda do imperador bizantino Justiniano, em 565, até o reinado de Carlos
Magno, em 800, os bárbaros destruíram o que levara três mil anos para ser construído.
                O Cristianismo triunfou sobre o paganismo e o barbarismo. Uma vez que o foco cristão se dirigia para a salvação e a
vida eterna, desapareceu o interesse pela representação realista do mundo. Os nus foram proibidos e até as imagens de
corpos vestidos revelavam a ignorância da anatomia. Os ideais greco-romanos de proporções harmoniosas e equilíbrio
entre corpo e mente desapareceram. Os artistas medievais se interessavam exclusivamente pela alma, dispostos
principalmente a iniciar os novos fiéis nos dogmas da igreja. A arte se tornou serva da igreja.
                O Império Romano do Ocidente, cuja capital era Roma, sofreu sucessivas invasões até cair completamente em poder
dos bárbaros, no ano 476, que marca o fim da Idade Antiga e início da IDADE MÉDIA.
                O Império Bizantino (localizado entre a Europa e a Ásia) – como acabou sendo denominado o Império Romano do
Oriente – alcançou seu apogeu político e cultural durante o governo do imperador Justiniano, que reinou de 527 a 565. Apesar
das contínuas crises políticas, manteve-se a unidade do Império até 1453, quando os turcos tomaram sua capital,
Constantinopla, dando início a um novo período histórico: a IDADE MODERNA.
                 
3.1 ARTE BIZANTINA
                No ano 330, o imperador Constantino fundou a cidade de Constantinopla, que viria a ser palco de uma verdadeira
síntese das culturas greco-romana e oriental.
- ÍCONES - pequenos painéis de madeira com imagens pintadas. Acreditava-se que os ícones tinham propriedades milagrosas. As
imagens de santos e seres sagrados são rígidas, em pose frontal, geralmente com halo e olhar fixo.
- Para pintar os ícones, os artistas utilizavam a técnica de têmpera (tinta brilhante e luminosa à base de gema de ovo) ou a
da encáustica (mistura semifosca à base de cera). Em geral, revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal com uma
camada dourada, sobre a qual pintavam a imagem.

3.2ARTE ROMÂNICA
                O nome românico foi criado para designar as obras arquitetônicas dos séculos XI e XII, na Europa, cuja estrutura se
assemelhava à das construções dos antigos romanos. Seus aspectos mais significativos são a utilização da abóbada, dos pilares
maciços que a sustentam e das paredes espessas com aberturas estreitas usadas como janelas.
- Catedrais sólidas em forma de cruz, poucas janelas, torres altas e abóbadas (abóbadas de berço e de arestas)
- Abóbada de arestas obtinha-se certa leveza e maior iluminação interna que a abóbada de berço.
- Pinturas e esculturas integradas na arquitetura;
- Pinturas cada vez menos realistas;
- Os pintores românicos caracterizaram-se como verdadeiros muralistas, utilizando a técnica do afresco;
- Características essenciais da pintura românica são a deformação e o colorismo.

3.3 ARTE GÓTICA


No começo do século XII, a arte românica ainda era a predominante, mas já começavam a aparecer mudanças que conduziriam a
uma profunda revolução na arquitetura, principalmente na arte de projetar e construir grandes edifícios.
- Catedrais mais leves, mais altas, mais iluminadas com vitrais, arcobotantes;
- Abóbadas de nervuras, deixam visíveis os arcos ogivais, que formam sua estrutura;
- Pilares “suporte de apoio” permitiam dispersar as grossas paredes para sustentar a estrutura;
- A consequência estética mais importante da introdução dos pilares foi a substituição das sólidas paredes com janelas estreitas, do
estilo românico, pela combinação de pequenas áreas de parede com grandes áreas preenchidas por vidros coloridos e trabalhados,
chamados vitrais (rosáceas nas fachadas: vitral, cuja forma se assemelha à de uma flor);
- Na escultura, figuras são cada vez mais graciosas e sinuosas, começam a se libertar da rigidez formal;
- Na pintura, Cimabue e seu discípulo Giotto, representam o espaço tridimensional (perspectiva de forma intuitiva), as figuras se
movimentam, na humanização dos gestos e expressões;
- Giotto di Bondone, conhecido como Giotto, antecipando seu tempo, ele pintou cenas com dramaticidade e movimento,
características que já apontavam para o Renascimento e uma visão humanista do mundo;
- Um retábulo consiste em dois, três, quatro ou mais painéis que podem ser fechados uns sobre os outros e abertos durante as
celebrações religiosas. Conforme o número de painéis, ele recebe um nome especial: se possui dois painéis, díptico; três, tríptico;
quatro ou mais, políptico.
- Um políptico famoso é o Retábulo do Cordeiro místico, executado entre 1426 e 1432 pelos irmãos Van Eyck;  Nesse retábulo é
evidente o detalhismo, nas roupas das figuras, nos adornos das cabeças e nos elementos da natureza. Ao mesmo tempo, os artistas
abrem ao universo da pintura para o mundo exterior e revelam os efeitos que as diferentes distâncias e a própria atmosfera causam
na percepção visual dos seres representados.
                As conquistas realizadas por Jan van Eyck (c. 1390-1441) e seu irmão Hubert van Eyck (c. 1366-1426) permitem
afirmar que suas obras inauguraram a fase renascentista da pintura flamenga.

3.4 MÚSICA MEDIEVAL


                Havia predomínio da música sacra e erudita. Era vocal, com melodias simples, cantadas a uma só voz (canto
monódico) ou em conjunto (uníssono), em elevação a Deus. Este tipo de cântico era denominado de cantochão. Havia poucos
instrumentos que acompanhavam a música medieval. Muitos deles foram abolidos, pois incitavam o corpo e a alma a dançar e não
a orar. Os principais instrumentos: harpa, viela, rabeca, alaúde, carrilhão, címbalos, flautas, saltério, etc. O papa Gregório
Magno simplificou a liturgia, possibilitando que todos a contassem em conjunto. Este jeito de cantar foi registrado num livro, o
antifonário, e acabou sendo denominado de canto gregoriano. Consiste em versos bíblicos recitados melodiosamente sem ritmo,
harmonia ou acompanhamento. É como uma reza cantada em que se prolongam sílabas ou sons das palavras que vão se
articulando como uma linha.
                Existia a música não religiosa, chamada de profana. Ela era executada nos feudos, nas praças e nos burgos, sem a
autorização da Igreja. Meio escondida, meio marginal, ela contava fatos de personagens locais, histórias das Cruzadas e de
amores, com um sentimentalismo exacerbado.
                Os artistas da música profana denominavam-se trovadores, saltimbancos e menestréis. Alguns deles tinham
“patrocinadores” fixos, os senhores feudais; Às vezes inventavam trovas, na hora, desafiando passantes e outros trovadores.
Fazem-nos lembrar a literatura de cordel e os desafios feitos no Brasil.
               
3.4 TEATRO MEDIEVAL
                Devido ao monopólio do clero, os grupos teatrais da Idade Média viam-se obrigados a fazer suas encenações teatrais no
interior das igrejas. As peças eram pequenos dramas litúrgicos encenados em latim. Temas, como a ressurreição, adquiriam
intensa dramaticidade. Entretanto, os espetáculos profanos aconteciam, às escondidas, nos castelos e feudos. Os mistérios eram
autos que se baseavam na Bíblia.
                As moralidades eram textos que tratavam a gula e a luxúria como pecados capitais.
                No século XIII, com as transformações na vida urbana e o reflorescimento do comércio, as encenações deixaram de ser
apresentadas apenas nas igrejas. O teatro, que não era religioso, desenvolveu-se sob a forma de “farsa” e interlúdio (trecho de
composição musical intercalado entre as várias partes desta). Eram sátiras (composição poética que visa a censurar ou
ridicularizar defeitos ou vícios) que retratavam os contos populares, geralmente apresentados em festas ou banquetes.
Os menestréis adquiriam características de poetas, cantores, atores, ocupando o lugar do poeta culto, especializado em histórias
heroicas, de fadas e em fatos sensacionais.

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