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Manoel Bomfim (1868-1932) e Manuel de Oliveira Lima (1867-1928): duas leituras

sobre o pan-americanismo e a América Latina.

ManoelBomfim (1868-1932) and Manuel de Oliveira Lima (1867-1928): two readings


on Pan-Americanism and Latin America.

José Geraldo dos Santos1.

Resumo:O presente trabalho busca evidenciar importantes elementos narrativos para


estabelecer a comparação entre as historiografias de Manoel Bomfim (1868-1932) e
Manuel de Oliveira Lima (1867-1928) sobre o pan-americanismo e a América Latina.
Contudo, os limites aplicados ao trabalho aqui concentram-se nos pressupostos em
torno do Pan-americanismo e da América Latina. Tal abordagem implica na análise das
relações e disputas intelectuais existentes entre os dois historiadores e seus seguidores
no que se refere às possibilidades de se pensaro Brasil e sua gente, as nações latino-
americanas e suas relações políticas e sociais com os estados Unidos da América.
Palavras-chave: Manoel Bomfim; Manuel de Oliveira Lima; Pan-americanismo;
América Latina; Racialismo.

Abstract:The present work seeks to highlight important narrative elements to establish


the comparison between the historiographies of ManoelBomfim (1868-1932) and
Manuel de Oliveira Lima (1867-1928). However, the limits applied to work here are
concentrated on the assumptions surrounding Pan Americanism and Latin America.
Such an approach implies in the analysis of the intellectual relations and disputes
between the two historians and their followers regarding the possibilities of thinking
Brazil and its people, the Latin American nations and their political and social relations
with the United States of America.

Key Words:Manoel Bomfim; Manoel de Oliveira Lima; Pan Americanism;


LatinAmerica; Racialism.

Introdução
Neste trabalho tenciono fazer um estudo comparativo entre as historiografias de
Manoel Bomfim e de Oliveira Lima acerca do Pan-americanismo e da América Latina e
suas relações e disputas intelectuais. Com isso, lanço mão das contribuições teóricas de
especialistas da História Comparada, como por exemplo, Marcel Detienne, que
espelhando-se na experiência comparativista da antropologia, desde Edward B. Tylor e
Lewis H. Morgan, no Século XIX, até Claude Levi-Strauss a partir de meados do século

1
Doutorando do PPGH/UNIVERSO, sob a orientação da Prof. Dra. Érica Sarmiento. E-mail:
geraldo.jgs@hotmail.com

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XX, propõe um comparativismo mais amplo, permitindo, assim, comparações entre
sociedades e fenômenos histórico-sociais bem mais abrangentes.
Diálogo também com a História Política dos Intelectuais, por meio das
formulações teóricas de Jean-François Sirinelli acerca deste novo ramo da História.
Com as proposições de Sirinelli sobre a História dos Intelectuais, situarei Manoel
Bomfim e Oliveira Lima, suas ideias e suas obras historiográficas em dado contexto
político-social que lhes são peculiares.
Para entender a origem das ideias e o comportamento político e social de Manoel
Bomfim e Oliveira Lima utilizo Pierre Bourdieu nesta investigação com o intuito de
apreender as relações de afinidades dentre os comportamentos dos agentes e os
condicionamentos e estruturas sociais. Neste sentido, o habitus é um conceito de grande
valia para conciliar uma aparente oposição entre as realidades individuais e a realidade
exterior, ou seja, permitindo a observação dessa mediação constante e recíproca que
ocorre entre o mundo objetivo e o mundo subjetivo (das individualidades).2

Breves palavras sobre as trajetórias intelectuais de Manoel Bomfim e de


Manuel de Oliveira Lima
Manoel Bomfim nasceu em Aracaju em 8 de agosto de 1868 e faleceu no Rio de
Janeiro em 21 de abril de 1932. Formou-se em Medicina no Rio de Janeiro em 1890
com a Tese das Nefhrites, tendo iniciado o curso na Faculdade de Medicina da Bahia em
1866.
Bomfim produziu grande parte de sua obra científica na Primeira República e
ainda teve atuação destacada na educação básica como professor, diretor da Escola
Normal do Distrito Federal, dirigindo por longos anos o Pedagogium 3, chegando a
ocupar o cargo de Diretor de Instrução Pública do Distrito Federal nas administrações
de Cesário Alvim (1898-1900) e de Pereira Passos (1905-1907), cargo equivalente ao de
Secretário Municipal de Educação do Rio de Janeiro.

2
Ibid.
3
Pedagogium – 1890-1919 – fundada no ano de 1890, por meio do decreto 667, de 16/08/1890, lavrado
por Benjamin Constant, foi uma instituição educacional, inicialmente funcionando na rua Visconde do
Rio Branco, 13, no centro da cidade do Rio de Janeiro – RJ. No ano de 1897 foi transferida para a rua do
Passeio, 66, também no centro da cidade, onde funcionou até seu fechamento, em 1919. [...] Seus
dirigentes foram Joaquim José de Menezes Vieira (1890 a 1897) e Manoel Bomfim, entre os anos de
1897 a 1906 e de 1910 até 1919. No Pedagogium, Bomfim implantou em 1906 o primeiro laboratório
experimental de psicologia do Brasil, após ter estudado com Alfred Binet na Sorbonne. PINHEIRAL,
Rafael. Pedagogium. In: JACÓ-VILELA, Ana Maria. Dicionário histórico de instituições de psicologia
no Brasil. Rio de Janeiro: Imago, 2011, p. 375-376.

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Manoel Bomfim foi autor de grande sucesso de livros escolares, tendo o Através
do Brasil (1910),escrito em parceria com Bilac, 66 edições, reeditado por mais de 5
décadas e o Livro de Composição das Escolas Primárias (1899) teve 50 edições, sendo
adotado por algumas décadas nas escolas brasileiras. 4 Bomfim escreveu quatro livros
histórico-sociológicos, sendo estas obras, sua maior fortuna intelectual. 5
Bomfim foi um intelectual polígrafo, escrevendo obras de referência em várias
ciências e áreas do conhecimento humano: medicina, história, pedagogia, psicologia,
linguística, botânica, zoologia, política, geografia e literatura.
Manuel de Oliveira Lima nasceu em 25 de dezembro de 1867 na cidade de
Recife, e faleceu em 20 de março de 1928, em Washington, onde terminou a vida como
professor de Direito Internacional da Universidade Católica da América. 6
Oliveira Lima serviu na diplomacia brasileira de 1890 a 1914, passando por
vários cargos diplomáticos até chegar a ministro plenipotenciário, tendo desempenhado
suas funções em países como Portugal, Alemanha, Inglaterra, Japão, Venezuela,
Bélgica, Estados Unidos da América. Oliveira Lima juntou à atividade diplomática os
afazeres intelectuais de grande pesquisador, palestrante e professor em importantes
universidades estrangeiras, como a Sorbonne, Aix-la-Chapelle, Stanford, Colúmbia,
Harvard. Maria Theresa Diniz Forster afirma que Oliveira Lima inaugurou a diplomacia
cultural brasileira, divulgando a cultura e história brasileira em inúmeras conferências e
cursos em instituições científicas e em afamadas universidades europeias,
estadunidenses e latino-americanas. 7
Oliveira Lima foi um autor muito respeitado em sua época. Polemista nato,
amado e odiado por muitos, na diplomacia e nos círculos intelectuais brasileiros. Dentre
os seus grandes admiradores, constam nomes como Barbosa Lima Sobrinho e Gilberto
Freyre. Ele produziu importantes livros acerca da literatura nacional, da historiografia
brasileira e das relações internacionais, sobretudo as que envolviam o Brasil, os países
latino-americanos e os Estados Unidos da América.

A gênese do Pan-americanismo

4
BOTELHO, André. O aprendizado do Brasil: a nação em busca dos seus portadores sociais. Campinas:
Editora da UNICAMP, 2016.
5
A América Latina: males de origem (1905), O Brasil na América (1928), O Brasil na História (1929) e
O Brasil Nação (1931).
6
FORSTER, Maria Thereza Diniz. Oliveira Lima e as relações exteriores do Brasil: o legado de um
pioneiro e sua relevância atual para a diplomacia brasileira. Brasília: Fundação Alexandre Gusmão, 2011.
7
Id. Ibid. p. 121.

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Segundo o historiador e diplomata Hélio Lobo, a expressão pan-americanismo
foi usada pela primeira vez no Washington Post na edição de 27 de junho de 1889.8 A
seguir “Outros jornais norte-americanos e ingleses logo dela se apoderaram como o Sun
de New York (12 de setembro de 1889) e o Times de Londres (30 de setembro de
1889).9 Lobo fez esta assertiva sobre a origem da expressão pan-americanismo,
baseando-se no historiador norte-americano Joseph Byrne Lockey que escreveu o livro
pan-americanism, its beginning (1920).10
Já com relação ao primeiro uso da expressão pan-americanismo no Brasil, deve-
se ao historiador e diplomata Joaquim Nabuco, nosso primeiro embaixador em
Washington, utilizando-a pioneiramente no início da década de 1890.11
Em sua fase embrionária, o pan-americanismo proposto por Willian Mckinley, e
sobretudo, por Theodore Roosevelt teve vários significados. Hélio Lobo afirmou que
existe um certo consenso com relação à utilização da expressão pan-americanismo,
contudo, segundo ele, não houve uma concordância no que tange à sua significação.
Alguns dicionários e enciclopédias, como o New International, New Standard e o
Dicionário Enciclopédico Hispano-Americano viram o pan-americanismo como um
sistema de união política dos países americanos, a busca de preservação de suas
soberanias. Já a francesa Grande Encyclopédie dá um significado mais crítico ao termo
pan-americanismo – “Doutrina política, visando grupar todos os países americanos
numa federação, sob a hegemonia dos Estados Unidos”. 12 Hélio Lobo, um entusiasta do
pan-americanismo, seguidor das ideias de Nabuco e do Barão do Rio Branco, concorda
com todos os significados que reiteram o caráter fraternal do pan-americanismo e refuta
os que entendem este como um sistema de união americana sob a hegemonia dos
Estados Unidos da América.13

8
LOBO, Hélio. O pan-americanismo e o Brasil. Coleção Brasiliana. V. 169. São Paulo: Cia. Editora
Nacional, 1939, p. 1. Grifos em negrito do autor.
9
Ibid. Grifo do autor.
10
Ibid.
11
ANDRADE, Olímpio de Souza. Joaquim Nabuco e o Pan-americanismo. Coleção Brasiliana. V.270.
São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1950, p. 20. A assertiva deste autor acerca do pioneirismo de Joaquim
Nabuco sobre a utilização do termo pan-americanismo no Brasil é digna de crédito, pois Olímpio de
Souza Andrade após fazer uma biografia inaugural de Euclides da Cunha, fez, em seguida, esta obra que
relaciona a obra diplomática do autor O Abolicionismo e a popularização a partir deste, do pan-
americanismo no Brasil. Este livro foi feito com a ciência e a aprovação de Carolina Nabuco, filha e
estudiosa da obra e vida do pai.
12
LOBO, Hélio, 1939. Op. cit., p. 2-3.
13
Ibid.,

593
A origem do pan-americanismo é atribuída a Simon Bolívar por parte
considerável da historiografia brasileira e latino-americana. Bolívar, ao propor e realizar
um congresso no centro da América, no Istmo do Panamá em 1826, lançou a pedra
fundamental do pan-americanismo. Sobre a iniciativa de Bolívar, Oliveira Lima assim
se pronunciou “[...] lembrei-me de passar ligeiramente a vista pelos anais esparsos da
que foi a primeira reunião pan-americana, o Congresso do Panamá de 1825”. 14
Segundo José Luís Salcedo-Bastardo, desde o início da luta de libertação dos
povos latino-americanos já havia a preocupação de Simon Bolívar com a fragmentação
política da América hispânica: “[...] no documento que esboça pela primeira vez a
criação da Colômbia – datado de 1813 – explica a Mariño não somente os perigos de
fragmentar a Venezuela, como as vantagens de promover a fundação do núcleo matriz
da grande unidade hispano-americana.”15
Desde os primeiros historiadores brasileiros e sul americanos que se ocuparam
da questão pan-americana aos estudiosos do tema na atualidade há uma convergência
sobre o papel simbólico do Congresso do Panamá de 1826, que não trouxe resoluções
concretas para a efetivação de uma confederação de países da América Espanhola,
havendo ainda a ausência de alguns países hispano-americanos de relevo, como a
Argentina, o Chile, o Uruguai e o Paraguai. ratificado, é inegável o seu valor simbólico,
sobretudo no que tange à solidariedade e união latino-Americana.”16
Para AnatoleGlinkin, ao anunciar sua doutrina em 2 de dezembro de 1823 no
Congresso, James Monroe estava tomando uma medida de política internacional que
levaria ao enfraquecimento do pan-americanismo latino, o projeto de união das
nascentes nações hispano-americanas proposto por Bolívar. Segundo Glinkin, a
Doutrina Monroe ainda que fosse um anteparo para o projeto de recolonização da
América pela Santa Aliança, era muito mais um conjunto de princípios da política
exterior estadunidense que visava sua hegemonia sobre todo o continente americano do
que um projeto altruísta de proteção aos países fracos do Hemisfério Ocidental. “La
accióndel presidente de EE.UU. James Monroe estabadictada por los interesses de largo

14
LIMA, Oliveira. Pan-americanismo (Monroe, Bolívar, Roosevelt). 2.ed. Brasília: Senado Federal;
Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1980, p. 43.
15
SALCEDO-BASTARDO, J.L. Visão e revisão de Bolívar. 12.ed. Rio de Janeiro: Livraria Agir
Editora, 1976, p. 120.
16
CASTRO, Fernando Vale. Pensando um continente – a Revista Americana e a criação de um
projeto cultural para a América do Sul. Rio de Janeiro: Mauad/FAPERJ, 2012, p. 59.

594
alcance de lograr uma posición dominante enelHemisferioOccidental.” 17 Nesse sentido,
o autor soviético apontou que a aplicação dessa doutrina levou ao esvaziamento do pan-
americanismo de Bolívar.18
Fernando Vale Castro ressalta as diferenças entre monroísmo pan-americano e
pan-americanismo latino. Enquanto pan-americanismo latino era universalista ao
apostar na aproximação com as nações dos outros continentes a partir da confederação
dos países latinos. O monroísmo pretendia isolar o continente americano, tornando-o
área de hegemonia estadunidense.19

Pan-americanismo e a América Latina em Manoel Bomfim e Manuel de


Oliveira Lima
Bomfim sempre reconheceu a importância da obra libertadora de Simon Bolívar.
Sua obra histórico-sociológica, desde América Latina: males de origem (1905) até O
Brasil Nação (1931), passando pelo O Brasil na América (1929) e O Brasil na História
(1930) propôs a união continental como ação política para o desenvolvimento e
soberania das nações latino-americanas. O autor caminhou na mesma direção de Bolívar
e do intelectual cubano José Marti ao propor a união americana, acrescentando a esse
projeto de aliança interamericana o Brasil.
Bomfim viu confluências entre as histórias de formação das nacionalidades
latino-americanas, enxergando positivamente o perfil miscigenado de grande parte
dessas nações. Ao mesmo tempo, exaltou as populações nativas, mostrando a resistência
dos ameríndios ao processo colonizador ibérico e reconheceu as lutas dos negros
americanos, em especial, citandoa obra dos negros palmarinos.
Bomfim jamais atribuiu os descaminhos políticos e sociais das nações latino-
americanas ao clima, às condições geográficas e à larga mestiçagem desses povos.
Darcy Ribeiro sintetizou o antirracismo bomfiniano:
Só Manoel Bomfim, naqueles anos, teve olhos para ver que as teorias
europeias do atraso e do progresso que os atribuíam ao clima, à raça, à
religião católica, são, de fato, mistificações urdidas para disfarçar

17
GLINKIN, A. El Latinoamericanismo contra el Pan-americanismo. Moscou: Editorial Progreso,
1984, p. 26.
18
Ibid., p. 24-25.
19
CASTRO, Fernando Vale, 2012. Op. cit., p. 61.

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ações hediondas. O que se tomava por sabedoria científica é, a rigor, a
ideologia do colonizador, consagradora de suas façanhas.20
A leitura de Bomfim sobre a Doutrina Monroe é que se ela tinha a finalidade de
proteger as nações fracas da América Latina, por outro lado levava essas nações à perda
paulatina da soberania, deixando-as na dependência do arbítrio dos Estados Unidos,
cabendo a essa nação hegemônica no futuro decidir pela continuação da proteção do
continente, ou pela anexação e intervenções militares de acordo com os seus interesses
econômicos e políticos. Bomfim exarou a seguinte sentença sobre o monroísmo:
Por ora, preserva-nos a teoria de Monroe por detrás do poder e riqueza
dos Estados Unidos; e é este um dos graves inconvenientes da atitude
malévola e agressiva da Europa. A perspectiva de um ataque nem por
isto desaparece; nada nos garante que a grande República queira
manter, para sempre, esse papel de salvaguarda e defesa das nações
sul-americanas.21
Bomfim externou as desconfianças e a incredulidade na Doutrina Monroe por
parte dos países latino-americanos ao escrever suas obras histórico-sociológicas de 1905
a 1931, teorizando pioneiramente a favor da integração latino-americana como
contraponto à hegemonia estadunidense em nosso continente.
Já Oliveira Lima foi apontado como americanista por alguns dos seus analistas, a
saber, Gilberto Freyre, Barbosa Lima Sobrinho, e mais recentemente, por Helder
Gordim da Silveira.22 Contudo, há de se reconhecer que seu americanismo não vai além
da admiração e dos elogios às instituições, valores e ao desenvolvimento estadunidense,
passando pelo apreço aos imigrantes que formaram essa sociedade.
Tereza Maria Spyer Dulci fez estudos sobre as conferências pan-americanas de
1889 a 1928, analisando amiúde os debates e polêmicas entre Oliveira Lima e Joaquim
Nabuco acerca da Doutrina Monroe, do pan-americanismo e das relações do Brasil com
os países latino-americanos. Oliveira Lima utilizou grandes jornais, como o Correio
daManhã, para se posicionar contrariamente ao embaixador Joaquim Nabuco e tecer
críticas à política externa do Barão do Rio Branco, sobre o alinhamento automático do
Brasil à política pan-americanista, sob a hegemonia dos Estados Unidos. Dulci apontou

20
RIBEIRO, Darcy. Manoel Bomfim, o antropólogo. In: BOMFIM, Manoel. América Latina: males de
origem. 4.ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 1993, p. 12.
21
Ibid., p. 44.
22
Helder Gordim da Silveira defendeu uma tese sobre a americanização das relações internacionais do
Brasil, ancoradas em Joaquim Nabuco e Oliveira Lima. Essa tese que virou livro mostra os
americanismos de Nabuco e de Oliveira Lima, acentuando um americanismo extremado no primeiro e
apontando no segundo um americanismo com algumas ambiguidades. SILVEIRA, Helder Gordim da.
Joaquim Nabuco e Oliveira Lima: faces de um paradigma ideológico da americanização nas relações
internacionais do Brasil. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

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Oliveira Lima como o diplomata mais refratário ao pan-americanismo dentro do
Ministério das Relações Exteriores, o que, segundo a autora, foi isolando e tirando
prestígio de Oliveira Lima entre seus colegas e com o Barão do Rio Branco, sobretudo à
época dos preparativos para a 3ª Conferência Pan-Americana, a ser realizada no Rio de
Janeiro em 1906. Para Dulci,
Oliveira Lima escrevia contra a política externa do Itamaraty. Para ele,
enquanto outros países latino-americanos faziam causa comum contra a
hegemonia norte-americana (caso da Argentina e do Chile) o Brasil apenas
corroborava as decisões impostas por Washington. Para fazer frente a
Doutrina Monroe, Oliveira Lima tecia considerações em seu livro Pan-
americanismo (Monroe, Bolívar e Roosevelt) acerca da Doutrina Drago e a
validade da mesma para os países latino-americanos.23

Oliveira Lima viu altivez nas lutas de libertação nacional de Simon Bolívar, e,
mais ainda, reconheceu a grandeza do gesto de “O Libertador” ao convocar em 1826 o
Congresso do Panamá. Esta era a visão de Oliveira Lima sobre a importância do
Congresso do Panamá e seu objetivo de proposição da união das nações hispano-
americanas,
Concebera-o Bolívar num belo voo imaginativo, feliz até na localização
geográfica, a saber, o istmo que liga os dois continentes, que já naquele
tempo se pensava em perfurar e que os Estados Unidos vão agora cortar,
como que involuntariamente simbolizando, ao contrário da sua real intenção,
que o continente sul deve seguir seu destino, independente do continente
norte.24

Esse autor enxergou no Congresso do Panamá o instrumento de resistência que


acabaria com a possibilidade de reconquista dos territórios americanos por parte da
metrópole. Ainda entendeu que juntamente com a Doutrina Monroe, em sua fase
primitiva, afastariam “quaisquer tentativas de recolonização do território das duas
Américas”.25
Vê-se, então, que Oliveira Lima nutria alguma crença na Doutrina Monroe em
sua fase inicial, antes da adoção dos corolários do Presidente James K. Polk (1845),
Richard Olney, Secretário de Estado, (1895) e do Presidente Theodore Roosevelt
(1904). Oliveira Lima, historiador atento ao expansionismo estadunidense, foi
modificando sua leitura sobre a Doutrina Monroe. Em seu Pan-americanismo de
(1980[1907]),eleescreveu que
A diferença está em que hoje a intervenção muito mais corre o risco de ser a
americana. Só por isso se pode avaliar quão longe enxergava a inteligência de
Bolívar, procurando distribuir as responsabilidades que os Estados Unidos já

23
DULCI, Tereza Maria Spyer, 2013. Op. cit., p.88-89.
24
LIMA, Oliveira, 1980. Op. cit., p. 43.
25
Ibid.

597
avocavam quando eram os únicos com a força para tanto, e que agora
pretendem fazer tão exclusivamente suas, que até para os casos de arbitragem
desejam criar uma jurisdição especial.26

Segue o autor, observando o verdadeiro papel a que se prestaram os Estados


Unidos em termos práticos da aplicação da Doutrina Monroe. Para Oliveira Lima,
A proteção a que visam os Estados Unidos só poderia revelar-se em qualquer
sentido interesseiro. Os Estados Unidos nunca a exerceram generosamente
em prol das outras repúblicas do continente, deixando despojar a Argentina
pela Inglaterra das Ilhas Malvinas e anuindo sem protesto às usurpações
britânicas por arbitramento na bacia do Orinoco e na do Amazonas. Porque
mudariam de tática e de proceder justamente quando mais ávidos e menos
altruístas se fizeram com o desenvolvimento do instinto imperialista e dos
apetites plutocráticos?27

Oliveira Lima ao se colocar contrariamente ao pan-americanismo isolou-se na


diplomacia brasileira. É da época dos preparativos da Conferência Pan-Americana do
Rio de Janeiro, suas mais duras críticas ao pan-americanismo e aos intelectuais pan-
americanistas, como Joaquim Nabuco e o Barão do Rio Branco. Ele em afronta à cúpula
brasileira organizadora dessa conferência (Os organizadores das conferências pan-
americanas eram meros cumpridores dos ditames da Secretaria de Estado Norte-
Americana, pois quem indicava as pautas a serem discutidas era o governo dos Estados
Unidos) publicizou a questão diplomática que a Argentina queria colocar em pauta, a
Doutrina Drago, que tinha o fito de evitar as intervenções nos países americanos que
não conseguissem honrar suas dívidas com as potências capitalistas da época. É
emblemático o caso do bloqueio dos portos venezuelanos em 1902 pelas forças anglo-
alemãs com a contemporização dos Estados Unidos, inspirando a elaboração da
Doutrina Drago pela combativa diplomacia argentina.
Oliveira Lima aguçou a discussão na imprensa brasileira do confronto entre os
postulados da Doutrina Drago versus o Corolário de Roosevelt que previa a intervenção
estadunidense nos países americanos que não honrassem suas dívidas com os credores
estrangeiros. Em sua leitura de experiente diplomata, o Corolário de Roosevelt era
assim:
Enquanto que a nova doutrina, a do Sr. Theodoro Roosevelt,
proclama, sem ambages, o dever que incumbe – não se diz por
delegação de quem – aos Estados Unidos de obrigarem as outras
repúblicas do seu continente, as famosas irmãs, a cumprirem suas
obrigações para com os estranhos.28

26
Ibid., p.44.
27
Ibid., p. 45.
28
Ibid., p. 77.

598
Oliveira Lima mostrou o alcance da Doutrina Drago e advogou em prol da
concórdia entre os Estados Unidos e os países americanos com a aceitação da tese da
diplomacia argentina. Na visão do historiador-diplomata,
A Doutrina de Drago, consorciada com a tradicional doutrina de
Monroe, além de simbolizarem a fusão de dois mundos, anglo-
saxônico e latino, fusão moral, sem sacrifício das suas respectivas
soberanias, bastam para impedir não só ocupações como até violações
de territórios independentes.29
Maria Thereza Diniz Forster e outros analistas de Oliveira Lima afirmaram que
sua estada na Venezuela (1905-1906), após a crise político-diplomática vivida por esse
país, levou-o a conhecer melhor a realidade dos países pobres sul-americanos e a tentar
entender as questões relativas às populações dessa parte do globo.30 Contudo, Oliveira
Lima, em grande parte de sua obra historiográfica, não conseguiu se livrar dos
pressupostos racialistas de teóricos europeus, como Henry Thomas Buckle, Herbert
Spencer, o que fez com que ele tivesse uma visão pessimista a respeito da larga
mestiçagem dos países latino-americanos.
Oliveira Lima foi um entusiasta da imigração europeia para alavancar o
progresso nos trópicos através da teoria do branqueamento.31 Gilberto Freyre, um dos
seus grandes biógrafos, apontou influência de Franz Boas em Oliveira Lima no final de
sua trajetória intelectual.32 Todavia, reafirmo que ele em parte considerável de sua obra
historiográfica comungou com os pressupostos do racismo científico europeu e norte-
americano, fato que o levou a classificar os povos hispano-americanos, os negros, os
índios e os mestiços latino-americanos como inferiores. Além disso, ele admirou a
formação social norte-americana, destacando o papel desempenhado pelo branco e suas
instituições anglo-saxônicas no desenvolvimento dos Estados Unidos, ao escrever que,
Os americanos estão, aliás, certos – e talvez lhes assista a razão – de
que os cubanos os admiram e os temem como indivíduos de outro
sangue, de outra natureza, de outro mundo. Há descrições nos jornais
dos Estados Unidos de grupos de cubanos franzinos, amarelos e
doentios, pasmando diante da força muscular, das cores rubicundas,
do aspecto marcial e imponente dos militares e marinheiros
americanos. [...] Dos ingleses herdaram os americanos essa

29
Ibid., p.71.
30
FORSTER, Maria TherezaDiniz, 2011. Op. cit., p. 41.
31
HOFBAUER, Andreas. Uma história de branqueamento ou o negro em questão. São Paulo:
FAPESP/Editora da UNESP, 2006.
32
FREYRE, Gilberto. Introdução. In: LIMA, Oliveira. Impressões da América Espanhola. Rio de
Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1953, p. 10.

599
consciência da sua superioridade indiscutível, que os torna
irresistíveis. 33
Oliveira Lima referiu-se ao Congresso das Raças, realizado em 1911 na cidade
de Londres, detalhando a tese do branqueamento do povo brasileiro defendida por João
Baptista de Lacerda nesse colóquio internacional. Ele concordou com as assertivas
racialistas de Lacerda e as incorpora em sua análise da mestiçagem e dos benefícios da
imigração,34 utilizando duas conclusões de Lacerda acerca da mestiçagem e da
imigração:
Uma é que o mestiço, produto de uma união sexual do branco e do
negro, não forma verdadeiramente uma raça, mas sim um tipo étnico
variável transitório, com tendência a regressar para uma das raças
fatoras do cruzamento. (...) as populações mestiçadas, em que os
cruzamentos não obedecem às regras sociais precisas, em que aos
mestiços é facultada toda a liberdade de se unirem aos brancos,
procriando produtos que cada vez mais se aproximam do branco que
do negro. [...] Daí outra conclusão sua a que me refiro – que a
imigração crescente dos povos de raça branca, a seleção sexual, o
desaparecimento dos prejuízos de raça cooperam para a extinção
breve trecho dos mestiços no brasil, país que se tornará no futuro, e
não em um futuro longínquo, segundo tudo leva a crer, um viveiro de
gente branca e um foco de civilização latina .35
Percebe-se que Oliveira Lima esteve muito preso ao paradigma racial europeu
como critério de aferição da superioridade e da inferioridade dos povos americanos,
sendo superiores aqueles países americanos mais próximos do fenótipo europeu e de
suas culturas. Ao contrário de Bomfim, ele não lançou mão das teorias racialistas
europeias mais avançadas, as quais já dialogavam com os aspectos culturais
influenciando o biológico, e, vendo, deste modo relativista, a mestiçagem como algo
positivo para a humanidade. Não observou que, desde os primórdios da humanidade,
passando pela Antiguidade, e chegando a época atual, há uma intensa mestiçagem. Juan
Comas, antropólogo espanhol, afirmou que na Europa ocorreu uma intensa mistura
entre diferentes povos brancos e não-brancos.36

Considerações Finais
Concluindo este texto, evidencio que o meu intuito aqui não foi fechar nenhuma
questão, nem tão pouco trabalhar exaustivamente ambos os autores. O ponto aqui foi

33
LIMA, Oliveira, 1980. Op. cit., p.102.
34
LIMA, Oliveira. América Latina e América Inglesa. V.153. Brasília: Edições do Senado Federal,
2010, p. 50.
35
Ibid., p. 51.
36
COMAS, Juan. Mitos raciais. Coleção UNESCO. Rio de Janeiro: IBCC, 1964.

600
caminhar em prol de um movimento de comparação menor, sendo este, alguns
caminhos investigativos para adentrar sobre os autores, seus contextos e produções de
forma balizada por elementos chaves que permita o pesquisador compará-los. Neste
sentido, considero o movimento que fiz mais como um passo inicial do que um
fechamento de questão. Busquei comparar os autores a partir de alguns processos por
ambos trabalhados em suas historiografias, a saber: o pan-americanismo, a Doutrina
Monroe e o racismo científico.
Manoel Bomfim e Oliveira Lima nos pontos que busquei apresentar por meio
deste recorte de investigação. Me permite vincular algumas aproximações e
distanciamentos observáveis nos distintos “fazeres” historiográficos destes intelectuais.
Num primeiro plano, fica muito claro, após a exposição inicial que Bomfim já em A
América Latina: males de origem aponta para um caminho de autonomia e colaboração
latina como proposta anteriormente por Bolívar e José Marti. Ou seja, o projeto de
progresso para essa parte do continente deveria estar orientado por uma aliança
interamericana. Isso porque, o médico sergipano observou mais semelhanças entre as
histórias latino-americanas do que o contrário. Contudo, é aqui, que em alguma medida,
Bomfim se distancia de outros críticos do pan-americanismo como Eduardo Prado e
Oliveira Lima.
No entanto, outro elemento que afasta Manoel Bomfim de seus contemporâneos,
não foi somente a desconfiança em torno da Doutrina Monroe e da ameaça permanente
que a mesma representava. Mas sim, sua maneira sus generis de a época desmontar os
esquemas ideológicos racialistas que imputavam uma situação de imutável inferioridade
para os povos miscigenados ao sul do continente americano. No limite, qualificava-os
como ingovernáveis e impossibilitados de acenderem a uma dada condição de
civilização. Portanto, é nesta dimensão que Bomfim se afasta de vez Oliveira Lima que
foi (assim como muitos intelectuais de sua época) um entusiasta da imigração europeia
como estratégia de uma suposta elevação civilizatória por vias do branqueamento.
Ainda que um dos seus biógrafos, o historiador Gilberto Freyre tenha descrito uma
influência de Franz Boas sobre Oliveira Lima. Por um lado, não dá para negar como
parte considerável da sua produção foi permeada pelas vogas racialistas europeias e
norte-americanas que imputavam a inferioridade aos seres humanos não-brancos.
Entretanto, quando tratada a maneira como Oliveira Lima se colocou em relação
à Doutrina Monroe e ao Pan-americanismo – foi por vezes, ambígua e/ou transitória,

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permitindo apresentar distanciamentos e aproximações se comparado diretamente a
Manoel Bomfim. Oliveira Lima não aceitou um alinhamento acrítico e automático a
orientação política pan-americanista hegemonizada pelos Estados Unidos da América.
Posição que o colocou numa situação de isolamento diante dos demais colegas do
Ministério das Relações Exteriores. Em síntese, Oliveira Lima nutriu algum tipo de
esperança a Doutrina de Monroe em sua fase inicial, torna-se crítico a política pan-
americanista e vê na Doutrina de Drago um mecanismo de defesa e salvaguarda dos
países latino-americanos.
As posições políticas e as abordagens historiográficas quando pensadas nas
dimensões da política externa estadunidense e a situação latino-americana dentro dessa
dinâmica relacional mais se aproximam do que se distanciam. Todavia, quando em suas
abordagens historiográficas o foco passa a ser a constituição étnico-racial dessas
populações ao sul do continente, torna-se nítido o abismo que separam os dois
intelectuais e suas produções. Isto é, ao passo que Manoel Bomfim vai negar a
cientificidade do racismo científico demonstrando todo um interesse ideológico
implícito que orienta tais construções. Já Oliveira Lima, pelo menos por um largo
período não consegue se desvencilhar de algumas teorias racialistas, amplamente
difundidas no período, sendo nítido a observância destes pressupostos em parte
significativa de sua análise historiográfica.

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