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RESENHA
24/06/14 de 2014
Montes Claros – MG
MG
CULTURA, SAÚDE E DOENÇA.
24/06/14 de 2014
Montes Claros – MG
RESENHA
HELMAN, CECIL G. cultura, saúde e doença , versão original, inglês, trad. Cláudia
Buchweltz e Pedro M. Garcez. 4ed. Porto Alegre: editora Artmed, 2003. Pág. 408.
Em todas as sociedades, o corpo humano tem uma realidade social além de física. Isto
é, a forma, o tamanho e os adornos do corpo são um modo de comunicar informações sobre a
posição de seu dono na sociedade, inclusive informações sobre idade, gênero, status social,
ocupação e ligação com certos grupos, tanto religiosos quanto seculares. As linguagens
corporais, por exemplo, dos médicos, sacerdotes, policiais e vendedores são muito diferentes
entre si e transmitem vários tipos de mensagens. Da mesma forma, o jaleco branco do medico
ocidental ou a touca engomada da enfermeira não somente tem um aspecto pratico (limpeza e
prevenção da infecção), mas também uma função social, indicando sua inclusão em um grupo
profissional prestigiado e poderoso, com seus próprios direitos e privilégios específicos.
Por exemplo, no estudo do autor a respeito de crenças leigas inglesas sobre calafrios,
resfriados e febres, a imagem corporal incluía certas áreas da pele (o alto da cabeça, a parte
posterior do pescoço e os pés) consideradas como mais vulneráveis do que outras partes a
penetração de frio, umidade ou correntes de ar “Pegava um resfriado” quem saísse na chuva
sem um chapéu (ou apos um corte de cabelo), ou quem pisasse em uma poça ou no chão frio.
Ao mesmo tempo, acreditava-se que as febres resultavam da penetração de germes, bactérias
ou vírus por outras aberturas na superfície corporal, como anus, uretra, garganta, narinas ou
ouvidos. Além das roupas, a postura e o controle dos movimentos corporais também podem
ser um indicador da posição social: as pessoas de status elevado geralmente são associadas
com controle corporal intenso, e as pessoas de status baixo, com sua ausência.
Na maioria das sociedades, as pessoas que sofrem de algum desconforto físico ou
emocional contam com diversas formas de ajuda, por conta própria ou por meio de outras
pessoas. Quanto maior e mais complexa a sociedade na qual uma pessoa vive, maior é a
probabilidade de que estas opções terapêuticas estejam disponíveis, desde que o indivíduo
possa pagar por elas, para a pessoa doente, contudo, a origem desses tratamentos é menos
importante do que sua eficácia no alívio do sofrimento, a assistência à saúde está entrelaçada
nesses aspectos, baseando se nas mesmas premissas, nos valores e na visão de mundo. Além
desse sistema oficial de assistência a saúde, que inclui as profissões de enfermagem e de
medicina, normalmente existe, em muitos países ocidentais, sistemas menores e alternativos,
como a homeopatia, o herbalismo e a cura espiritual, que podem ser chamados de subculturas
de assistência à saúde. Uma mulher que tenha passado por várias gestações, por exemplo,
podem dar conselhos informais a outra mulher, mais nova, que acabou de engravidar,
relatando que sintomas esperar e como lidar com eles, os curandeiros populares formam um
grupo heterogêneo com grande variação individual em termos de estilo e de ponto de vista,
algumas vezes, porém, essas pessoas estão organizadas em associações com regras de acesso,
códigos de conduta e troca de informações.
A dor, seja qual for a sua forma, é uma parte inseparável da vida cotidiana,
provavelmente, ela é o sintoma mais comum encontrado na prática clínica e constitui uma
característica de muitas transformações fisiológicas normais, tais como gravidez, parto e
menstruação, bem como de ferimentos ou doenças, todas essas linguagens de sofrimento que
são definidas culturalmente influenciaram na maneira como a dor privada será comunicada a
outras pessoas e os tipos de reação que são esperados. A dor crônica, muitas vezes, está
intimamente ligada a problemas sociais e psicológicos. Assim, embora os profissionais de
saúde devam estar cientes das influencias culturais no processo de avaliar as pessoas com dor,
cada caso deve ser sempre avaliado individualmente, e as generalizações ou o uso de
estereótipos deve ser evitado na previsão de como uma pessoa de uma determinada origem
social, cultural e religiosa vai responder ao estado de dor.
A epidemiologia deve ser conceituada como “a ciência que estuda o processo saúde
doença” na comunidade, analisando a distribuição de fatores mais comumente examinados
são idade, sexo, estado civil, ocupação, posição socioeconômica, dieta, ambiente e
comportamento das vítimas sendo assim determinantes das enfermidades e dos agravos à
saúde coletiva sugerindo medidas especificas de prevenção de controle ou de erradicação. A
e pidemiologia e a antropologia que ambas enfocam o estudo a saúde, “os antropólogos
lançam mão de princípios universais para chegar a questões específicas, enquanto os
epidemiológicos toleram os pontos específicos em sua busca universal”. Ambas tratam o
estudo de populações ao invés de indivíduos. Tanto os antropólogos quanto os sociólogos têm
feito importantes contribuições para a compreensão de como esses fatores complexos estão
relacionados à doença, os insights antropólogos têm sido especialmente úteis para decifra às
doenças exóticas, como a doença de Kuru (uma doença degenerativa progressiva do cérebro),
se descobriu que a doença era causada por uma infecção viral lenta no cérebro, transmitida
pelo ritual de canibalismo de parentes mortos praticados apenas por algumas mulheres e
crianças naquela área.