Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mantida pela
Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas - FEPESMIG
Varginha/MG
GESTOR
Prof. Ms. Tomás Dias Sant’ Ana
Supervisor Técnico
Prof. Ms. Wanderson Gomes de Souza
Design/diagramação
Prof. César dos Santos Pereira
Autor
EDILBERTO DO CARMO NUNES – edil@uai.com.br
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 8
PARTE I: CUSTOS..................................................................................................... 9
1 - Contabilidade de Custos........................................................................................ 9
8 - Sistemas de Custeio............................................................................................ 17
11 - Lucro Presumido................................................................................................ 30
12 - Estrutura de vendas........................................................................................... 32
12.1 - Interna......................................................................................................... 32
12.2 – Externa....................................................................................................... 32
16 - Formação de preços.......................................................................................... 36
17 - Definição de preço............................................................................................. 37
22 - Elasticidade de preços....................................................................................... 45
26 - Política Comercial.............................................................................................. 50
28 – REFERÊNCIAS ................................................................................................ 54
1 - Contabilidade de Custos
Histórico:
Antes da Revolução Industrial, a determinação do lucro era bastante simples, pois as
atividades eram basicamente comerciais.
Receita
(-) Custo da mercadoria vendida
(=) lucro bruto
(-) despesas (administrativas, comerciais, e financeiras)
(=) Lucro líquido
10
- GASTO: Valor geral dos insumos (bens e serviços) adquiridos pela empresa,
independentemente da finalidade.
- CUSTO: Valor dos insumos (bens e serviços) usados na fabricação dos produtos
da empresa.
- DESPESA: Valor dos insumos (bens e serviços) usados em outras áreas (ex.:
administrativa) que não seja a fabricação.
11
12
São os que não variam com o nível de produção no curto prazo, por exemplo,
salários e encargos administrativos, aluguel, depreciação de equipamentos, entre
outros. Porém são variáveis em nível unitário.
A Empresa “A” gasta R$ 10.000,00 por ano em impostos, salários, encargos e
aluguel. Estes são exemplos de custos fixos, custos que não mudam de acordo com
o volume de produção, mas que individualmente ficam progressivamente menores à
medida que o volume de produção aumenta.
A maior implicação dos custos fixos reside nos critérios usados para seu rateio entre
os produtos, para cálculo do preço de venda. Este fato pode gerar enormes
distorções, inclusive com eliminação de produtos saudáveis, por alocação errônea
dos custos.
São os que passam a variar de acordo com o nível de produção, por exemplo, mão-
de-obra direta, matéria prima, entre outros. Porém não variam em nível unitário.
13
MC = PV – CV (R$),
e em %; MC = (MC/PV) X 100
14
PV CV VOL. MC MC MC CF LUCRO
UNITÁRIA % TOTAL LÍQUIDO
PRODUTO A 100 75 500 25 25 12.500 25.000 -12.500
PRODUTO A 100 75 1000 25 25 25.000 25.000 0
Em que:
PV = Preço de venda
CV = Custo variável
VOL. = Volume de vendas
MC = Margem de contribuição
CF = Custo fixo R$ 25.000
15
PE = CF/% MC X 100
Ou
25.000/25 X 100 = R$ 100.000,00 (receita necessária para PE).
16
• Todos os custos diretos, indiretos fixos e variáveis são alocados aos produtos.
• Objetivo é contábil: fornecer informações aos usuários externos (bancos,
acionistas, etc.); atende às exigências fiscais e está de acordo com os
princípios contábeis e com as normas tributárias.
As despesas (ex.: vendas e administrativas) não incorporam o custo do produto.
A apuração ocorre após o rateio dos custos indiretos, que pode ser feito, por
exemplo, utilizando-se os seguintes critérios:
• Hora/máquina de trabalho por produto.
• Mão-de-obra direta utilizada em cada produto.
• Matéria prima consumida por produto.
17
Período : mês
Rateio custo indireto:
faturamento
Custo indireto fabricação
(CIF): 700
18
19
- Sistema utilizado para empresas que tenham um peso significativo nos custos
indiretos sobre o total de custo.
- Tem início com a definição das atividades importantes e dos direcionadores
de recursos que irão correlacionar os diversos custos incorridos na atividade.
Conceitos:
ETAPAS:
Mapeamento das atividades.
Alocação dos custos às atividades.
Redistribuição dos custos das atividades indiretas às diretas.
Cálculo dos custos dos produtos.
20
21
Diariamente, vemos pela televisão e lemos nas revistas e jornais que nossa
legislação tributária é muito complexa, muda com freqüência e tem níveis muito altos
de contribuição.
No tratamento de preços, é fundamental que conheçamos esta estrutura, pois vários
impostos e contribuições são correlacionados diretamente com o faturamento e,
portanto, com o preço de venda.
Uma dúvida comum é a diferença entre encargos sociais e tributos. Os encargos
sociais incorrem sobre a folha de pagamento, ao passo que os tributos incidem
sobre o faturamento ou o lucro.
Portanto, na definição que vimos anteriormente, os tributos são considerados custos
variáveis ao passo que os encargos são considerados custos fixos, com exceção
dos encargos sobre comissões variáveis.
- SIMPLES
- ICMS
- ISS
- IPI
- COFINS
- PIS
- IRPJ
- CSSL
9.1.1 - SIMPLES
Esfera: federal.
Fato gerador: por meio da lei 9.317 de 05/12/96, o Governo Federal criou o Sistema
Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte – ou somente SIMPLES.
Este sistema unificou a cobrança de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, PIS-
PASEP, Contribuição Social sobre Lucro Líquido, COFINS, Contribuições
Previdenciárias (INSS) do empregador e IPI numa única alíquota e documento.
22
Esfera: estadual.
Incidência:
Preço de venda, sendo cobrado por dentro. Isto significa que no preço de venda do
produto (base de cálculo) já se encontra embutido o valor do ICMS incidente.
O ICMS é o principal tributo estadual em termos de receitas correntes. É um imposto
que tem alíquotas diferenciadas, variando de acordo com o tipo de mercadoria ou
serviço e com os destinos das operações.
Como é um imposto não cumulativo, permite o aproveitamento dos créditos gerados
em cada etapa de comercialização. Seu cálculo é feito pelo valor agregado ao
23
24
O Governo determina que, em algumas atividades, o ICMS seja recolhido por outro
agente na cadeia produtiva.
Há vários exemplos tais como a gasolina, em que o imposto é recolhido
antecipadamente pelas refinarias no lugar das distribuidoras e dos postos de
combustível.
As empresas “substituídas” não têm direito a crédito, como também a não incidência
do imposto sobre a venda.
Existe uma grande tendência de incluir outros setores neste modelo de cobrança,
pois a apuração do imposto devido é facilitada sobremaneira.
25
26
Esfera: municipal.
Fato gerador: prestação de serviços de qualquer natureza.
Incidência: sobre o preço de venda total.
O ISS pode ser cobrado internamente ou externamente dependendo da resolução
municipal. As alíquotas podem variar de município para município (normalmente de
2 a 5 %) de acordo com o interesse de desenvolvimento local.
Não gera direito a crédito.
Esfera: federal.
Fato gerador: a saída de produto industrializado.
27
Esfera: federal.
Base: receita bruta exceto a parcela devida de IPI, sendo considerada internamente
ao preço de venda.
As empresas que comercializam mercadorias e prestam serviços de qualquer
natureza estão sujeitas à COFINS.
O valor da contribuição será obtido mediante aplicação de 3 % sobre a receita bruta
mensal (excluindo-se as parcelas referentes ao IPI) para as empresas de lucro
presumido.
Para as empresas sob o regime de lucro real, o cálculo é feito sobre o valor
agregado, isto é, as empresas têm direito a crédito de 7,6 % nas suas compras
(excluindo-se o valor do IPI), pagando também 7,6 % sobre seus preços de venda.
Esfera: federal.
Base: empresas que comercializam mercadorias e prestam serviços estão sujeitas à
contribuição sobre seu faturamento para o PIS.
Valor da contribuição: obtido através da alíquota de 1,65% (lucro real) e 0,65 %
(lucro presumido) sobre a receita bruta mensal (excluindo-se o IPI).
Vale a mesma relação de crédito utilizada para a COFINS.
28
Esfera: federal.
Modalidades de apuração de lucros mais utilizadas:
• . Lucro real
• . Lucro presumido
Esfera: federal.
Fato gerador: receita bruta ou o lucro líquido.
Alíquota: 9 % sobre a base de cálculo.
No lucro real a base de cálculo é o lucro antes do Imposto de Renda e da própria
CSSL.
Se a empresa estiver enquadrada no lucro presumido, as bases de cálculo variam
de acordo com a atividade econômica, assim como o Imposto de Renda.
Indústria e comércio: 9 % sobre a receita bruta, isto é 1,08 % sobre o preço de
venda.
Serviços: normalmente 32% sobre a receita bruta, isto é, 2,88 % sobre o produto.
29
O lucro real depende dos resultados obtidos no total das operações da empresa,
independente de cada produto. Portanto, nesta alternativa, o Imposto de Renda não
deve ser considerado como Custo Variável, não sendo assim componente do preço
de venda.
Qualquer empresa pode se enquadrar neste tipo de apuração, porém para micro e
pequenas empresas a alternativa do SIMPLES é bem mais econômica e fácil de se
trabalhar.
Empresas com faturamento acima de R$ 48 milhões são obrigadas a se enquadrar
neste tipo de apuração.
Existem várias possibilidades de dedução do Imposto de Renda a pagar, por
exemplo, auxílio refeição, vale transporte, provisões para depreciação, entre outros.
11 - Lucro Presumido
Cabe à empresa em conjunto com seu contador avaliar qual o sistema que se
enquadra melhor ao perfil da empresa.
30
Dados:
Calcule:
- A receita bruta total.
- A margem presumida pela receita para vendas e serviços em valor.
- O lucro total estimado pela receita.
- O imposto de renda devido.
31
12 - Estrutura de Vendas
12.1 - Interna
12.2 – Externa
É composta por todos aqueles que estão ligados aos clientes externos, isto é,
vendedores, supervisores, promotores de ponto de venda, entre outros.
A estrutura é distribuída de acordo com o(s) tipo(s) de sistema(s) de venda(s)
utilizado(s) pela empresa.
13 - Sistemas de Vendas
O sistema de venda é a estrutura pela qual a empresa vende seus produtos aos
clientes, eles podem ser caracterizados das seguintes formas:
32
- Vendas externas
- Pronta entrega: sistema pelo qual o motorista é também o vendedor,
vendendo e entregando o produto ao mesmo tempo. Ex.: Vendedores de
Iogurte.
- Pré-venda: é o sistema mais comumente utilizado, o vendedor tira o pedido
que é entregue posteriormente por um veículo da empresa ou de terceiros.
- Internet: sistema pelo qual o consumidor compra via internet. Cabe lembrar
que devemos verificar se o fornecedor é idôneo antes de passar dados
confidenciais. Ex.: Computadores Dell.
- Operador logístico: Operação pela qual o distribuidor/entregador emite notas
em nome da empresa “mãe” ou transporta pedidos junto com notas fiscais já
prontas para entregar diretamente ao cliente. Utiliza-se este sistema para
diminuir os impostos na venda. Ex.: Sadia.
- Venda porta a porta: sistema formado por revendedores que visitam os
consumidores mostrando catálogos de produtos, entregando posteriormente
os produtos comprados. Ex.: Avon.
- Distribuidor: Agente que atende uma área geográfica ou um canal de vendas
com exclusividade de um fornecedor. Esta exclusividade normalmente está
atrelada a um tipo de meta mensal.
- Atacadistas: Agente que não tem exclusividade de linha de produtos por
parte dos fabricantes. Podem comprar os produtos, porém com preços
maiores do que os dos distribuidores.
- Franquias: sistema pelo qual o empresário tem menos riscos na operação,
pois o franqueador transfere todo o conhecimento adquirido. O custo é uma
taxa mensal que deve ser negociada de forma a justificar o risco que este
empresário não está correndo quando comparada ao início do negócio
sozinho.
33
34
O vendedor é uma peça fundamental na engrenagem das vendas. É ele que está
em contato direto com o cliente representando a empresa.
Para tanto, ele precisa ser constantemente treinado não somente com relação à
argumentação de vendas dos produtos, mas também quanto ao fortalecimento da
imagem da empresa, levando ao cliente seus princípios e sua visão futura.
O vendedor também precisa ser automotivado e ter “psicologia” para entender a
necessidade dos clientes para depois atendê-la com os produtos disponíveis da
empresa.
Os profissionais da área de vendas devem procurar desenvolver competências para
não se tornarem obsoletos no mercado. O processo de vendas não é apenas o ato
de “tirar pedido”, este processo envolve toda a argumentação sobre o produto, a
busca de novos clientes, a manutenção e a fidelização dos clientes atuais, atenção
às tendências de mercado, criatividade, capacidade de negociação,
comprometimento, etc.
Cite uma experiência positiva e uma negativa que você teve com
vendedores. No caso da negativa, o que você esperaria que a
empresa fizesse em relação à sua queixa.
35
16 - Formação de Preços
16.1 - Introdução
36
37
38
Neste modo de cálculo, o preço é estabelecido tomando como base o valor que o
produto é percebido pelo mercado, determinando assim o lucro da empresa.
L = PV – (C + D); em que:
L = lucro resultante para a empresa,
PV = preço de venda percebido pelo mercado,
C = custo do produto
D = despesas
1. Supondo que este lucro esteja abaixo do necessário, a empresa tem três opções:
a. Aceitar a lucratividade L para manter sua participação de mercado,
trabalhando paralelamente para reduzir C e D e assim atingir a meta de lucro.
No curto prazo, o preço pode ser influenciado pelo mercado, mas a
sobrevivência de uma empresa no longo prazo depende de decisões
consistentes sobre os preços.
39
27,8
72,2
2. Supondo que o lucro ficou acima do desejado, em função de uma boa plataforma
de marketing, a empresa pode:
a. Diminuir a lucratividade imediatamente para aumentar a participação de
mercado.
b. Acompanhar o ciclo de vida do produto e diminuir o preço deste à medida que
a venda começar a cair. Utilizar a rentabilidade, por exemplo, para financiar
produtos que estejam na fase de introdução ou fazer propaganda e
promoções para alongar o ciclo de vida do produto.
40
20.3.1 - Mark up
41
Então, por exemplo, se desejarmos uma margem de 20% (lembre-se de que esta
margem deve cobrir os custos fixos e o lucro desejado), teremos para um produto de
custo R$ 100,00:
42
Os preços devem ser demarcados, no limite inferior, pelo “custo de atender o cliente
– C1”, este custo envolve todos os custos desde o pedido até a entrega final do
produto e, no limite superior, pelo “custo que ele está disposto a pagar – C2”, este
custo é o “pacote de benefícios” que envolve todos os elementos de marketing que
criam o valor para o cliente bem como sua comparação com o mercado, com
produtos concorrentes e substitutos.
43
44
45
46
47
48
49
O preço certo é aquele que maximiza a contribuição ao lucro, para tanto é preciso ter
um preço para cada produto e para cada tipo de cliente; por meio de cada canal de
venda; considerando a concorrência, o custo e a sazonalidade.
26 - Política Comercial
Definidos o sistema de venda e o preço ótimo (veja “Qual o melhor preço?”), o passo
seguinte, na política comercial, é elaborar a lista de preço para os produtos
considerando variações de impostos de venda (ICMS), prazos e quantidades de
venda, entre outros.
Alguns fabricantes / fornecedores classificam a lista de preços das seguintes formas:
- definem o preço à vista e calculam os juros proporcionais aos outros prazos;
- definem o preço a prazo e concedem o desconto à vista;
- no caso de venda fora do estado, definem preços diferentes para alíquotas de
ICMS (imposto de circulação de mercadoria)* diferentes (veja item: Impostos);
- definem preços diferentes para volumes de venda - atacado: volume maior e
preço menor; varejo: volumes menores e preços maiores;
- definem preços diferentes para comissões dos vendedores diferenciadas.
50
Boné
O prazo de pagamento é bastante importante para uma empresa. O ideal é que ele
seja à vista, mas como nem sempre é possível, ele deve ser menor que o prazo do
fornecedor, a não ser no caso em que a empresa queira financiar seus clientes e
obter receitas por meio desta operação, como as Casas Bahia, por exemplo. Essa
empresa vende a “parcela de pagamento” como se fosse um produto, “parcelas que
sempre cabem no seu bolso”.
51
O crédito também é fator decisivo, pois se o cliente não pagar ocasiona diminuição
direta no lucro da empresa que, muitas vezes, já é pequeno em função do ambiente
competitivo do mercado.
Dada a relevância do tema, muitas empresas têm departamentos específicos para o
crédito.
53
54