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Resumo: O objetivo do presente trabalho foi verificar o conhecimento que as mães de filhos prétermo
têm à respeito do aleitamento materno e da importância deste como forma de comunicação,
descrevendo os sinais de vínculo e comportamentos comunicativos da díade mãe-bebê durante
amamentação. Foram realizadas entrevistas com as mães e observação da amamentação. A amostra
foi composta de 15 mães, com idades entre 20 – 25 anos, e seus bebês pré-termo, internados na UTI
Neonatal. Os resultados quanto ao conhecimento das mães em relação ao aleitamento mostraram
que a maioria tinha informações adequadas sobre o mesmo, sendo que as formas de comunicação
mais observadas foram a expressão facial, o contato visual e o contato físico. Concluiu-se que a
maioria das díades, apesar das dificuldades iniciais, consegue, por meio da amamentação, desencadear
a experiência da comunicação e da vinculação mãe-bebê.
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Refere-se ao Art. de mesmo nome, 12(2), 53-62, 2002 Rev. Bras. Cresc. Desenv. Hum., S. Paulo, 2003
para ele atingir uma estabilidade clínica, e osi- dades na área motora e pouca tolerância à esti-
números períodos de piora e melhora clínicasão mulação excessiva que via de regra lhe é ofere-
causadores de estresse para a mãe, dificultando cida. Durante o aleitamento, deve-se observar
ainda mais a manutenção da lactação. se ocorre o contato olho a olho, que pode indi-
Conforme afirmam MARTINEZ e CA- car dois sinais significativos de problemas na
MELO (2001), pela presença constante das interação mãe-bebê: a ausência de estimulação
mães nas UTI’s, especialmente pelo estímulo tátil e da auditiva. Uma situação de dificulda-
dado à ordenha de seu leite para a alimentação de no vínculo pode envolver medidas como um
do seu pequeno pré-termo, tem sido possível adiamento da alta hospitalar, entre outras. A
estreitar os laços de união entre mãe e filho, comunicação da mãe com seu filho passa a ser
sendo utilizada a técnica do Método Canguru um intercâmbio: enquanto ela o alimenta ou
como um recurso para se estimular o contato responde a suas outras necessidades, como troca
pele a pele. de fraldas, banho ou aconchego, o bebê respon-
A amamentação é a melhor forma de ali- de com os seus próprios recursos, através de
mentação sob o aspecto nutricional. Além dis- mímicas, vocalizações, sorrisos, choro, dormir
so, favorece as necessidades afetivas pelo ou mamar. Com isso, a relação entre mãe e fi-
contato íntimo entre a díade, onde a troca de lho torna-se um verdadeiro diálogo (MORI-
olhares, o choro, os toques e fala com o bebê ZOT, 1999; FINNIE, 2000).
estimulam o desenvolvimento da linguagem e As mesmas autoras relatam que, no mo-
o estabelecimento do vínculo. mento da alimentação, quando a mãe conversa
O contato face a face é essencial para as com alguém, o bebê pára de sugar ou altera seu
interações harmoniosas entre a dupla mãe bebê. ritmo de sucção, prestando atenção na mãe. A
Comportamentos do bebê como olhar, emitir criança age tanto sobre a sua mãe por meio de
sons, sorrir e chorar são sinais que indicam seus olhares, sorrisos, mímicas, quanto a mãe
quando eles estão disponíveis para interagir e sobre o seu bebê por meio de palavras, gestos e
quando devem alterar ou terminar a interação toques que possuem um efeito tranqüilizador.
(BARCELLOS e col., 1996). Um sistema de comunicação equilibrado entre
Faz parte da avaliação fonoaudiológica a mãe e o bebê irá orientar e facilitar a inter-
do recém-nascido verificar a qualidade do con- venção da mãe com relação à criança e a con-
tato inicial entre a mãe e seu bebê. A formação seqüente formação do vínculo, que vai se
de um vínculo adequado nos dias que se se- solidificando no desenrolar da interação.
guem ao nascimento é a primeira garantia de Dentro deste marco, a atuação da Fo-
uma resolução favorável de futuras crises no noaudiologia nas unidades de tratamento inten-
desenvolvimento. Para o recém-nascido prema- sivo neonatal tem, cada vez mais, um papel
turo, enfermo, ou envolvido em condições só- fundamental em avaliar e incentivar o aleita-
cio- econômicas adversas, a interação pode mento materno visando o desenvolvimento dos
representar a diferença entre a negligência e órgãos fonoarticulatórios, favorecendo o esta-
maus tratos, e a possibilidade de uma infância belecimento da relação mãe-filho, fundamen-
saudável (GIACOMINI, 1991). tal ao desenvolvimento da linguagem
A mesma autora ressaltou que a prema- (HERNANDEZ, 1996; XAVIER, 1996).
turidade é uma experiência traumática para mãe A presente pesquisa teve como objetivo
e cerca o recém-nascido de déficit interacio- verificar o conhecimento que as mães acima
nais. Este pode ser pouco reativo ao rosto hu- de 20 anos de filhos prematuros têm sobre alei-
mano, aos estímulos visuais e auditivos; pode tamento materno e comunicação; descrever as
ser difícil de ser consolado, possuindo dificul- características sócio-demográficas de idade,
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escolaridade, renda e estado civil, que consti- O projeto de pesquisa foi aprovado pelo
tuem fatores de risco para o vínculo; e descre- Comitê de Ética do Grupo de Pesquisa e Pós-
ver os comportamentos comunicativos da díade Graduação do Hospital de Clínicas de Porto
mãe-bebê no momento da amamentação, com Alegre.
a finalidade de auxiliar os profissionais de saú-
de a conhecer estes comportamentos para me-
lhor promover e incentivar o desenvolvimento RESULTADOS E DISCUSSÃO
harmonioso do bebê, nos seus aspectos emoci-
onais e comunicativos. Caracterização da amostra
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vidade, quando a utilização plena da via Das mães entrevistadas, 5 tinham primei-
digestiva no momento em que o RN precisa ser ro grau incompleto (33%), 4 primeiro grau com-
mais bem nutrido, torna-se difícil. Devem, en- pleto (26%), 3 segundo grau completo (20%),
tão, ser alimentados por vias alternativas, como 1 segundo grau incompleto (7%), 1 das mães
a via parenteral ou via enteral, a fim de garan- teve terceiro grau incompleto (7%), e 1 mãe
tir sua sobrevivência. As mesmas autoras afir- teve terceiro grau completo(7%).
mam que o uso prolongado das vias alternativas Referente aos dados do estado civil, das
de alimentação pode levar à inibição e/ou alte- 15 mães entrevistadas, 10 eram casadas ou
rações dos reflexos orais, das estruturas do sis- “ajuntadas”, conforme referiram na entrevista.
tema sensório motor oral e de suas funções, Com respeito à renda familiar das mães
prejudicando a amamentação. Portanto, este entrevistadas, a tabela 3 mostrou que a renda
achado coincide com a literatura consultada.
familiar de 33,3% das entrevistadas estava en-
Com respeito à alimentação no momen-
tre R$ 601,00 e R$ 1.200,00, e 26,7% ganha-
to da observação, dos 15 bebês da pesquisa, 6
vam mais de R$ 1.200,00. A população de baixa
(40%) faziam a alimentação exclusiva ao seio
renda, pela sua dificuldade de ter acesso aos
materno, 5 (33%) faziam alimentação mista
serviços de saúde, apresenta um maior número
(pelo seio materno e mamadeira), 4 (27%) fa-
ziam pelo seio materno e sonda. Este achado de partos prematuros (PREDOMÔNICO,
coincide com o de FOGO (2000) que, em seu 1998). Porém, os achados desta pesquisa apre-
estudo sobre orientação e incentivo ao aleita- sentaram mães de renda familiar mais elevada
mento materno do recém-nascido prematuro, do que 3 salários mínimos (R$ 600,00), consi-
constatou que o uso de fórmulas lácteas ofere- derado como baixa renda, portanto, discordan-
cidas por mamadeira era freqüente. Embora te da literatura. Os dados referentes a fatores
PEREIRA (1996) refira que, devido à sua com- demográficos, como baixa renda, idade, baixa
posição inigualável, escolaridade e estado civil são apontados, na
o leite humano é considerado a fonte literatura, como potenciais riscos para a pre-
nutricional preferida para os prematuros, prin- maturidade e o baixo peso ao nascer. Portanto,
cipalmente pelas suas vantagens imunológicas sua inclusão, neste estudo, justifica-se para
e nutricionais, o uso complementar de alimen- verificar o perfil das mães pesquisadas.
tação com mamadeira é uma rotina ainda bas-
tante difundida nos hospitais.
RESULTADOS PRINCIPAIS
Caracterização das mães
Foi constatado que 93%, ou seja, 14 das
Com referência à idade das mães entre- mães entrevistadas receberam orientação sobre
vistadas, os dados da tabela 2 mostram que a amamentação e que apenas 1 mãe não tinha
maioria das mães, ou seja 9 (60%), possuíam recebido orientação. Em relação ao local
de 20 a 25 anos de idade.
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em que a mãe recebeu esta orientação sobre como seu ajustamento emocional. Conforme as
amamentação, 5 (33%), mães referiram o pré- mesmas autoras, este dado contribui para a cri-
natal, 5 (33%) mães referiram UTI neonatal, e ação do vínculo mãe/bebê, pois quanto mais a
4 (27%) das 15 mães responderam receber es- mãe visita seu bebê prematuro, mais o conhece
tas orientações, após o parto, no quarto, sendo e identifica as suas necessidades, sendo que a
que 1 mãe não recebeu orientação sobre a ama- separação precoce, freqüentemente vivida pe-
mentação, em nenhum momento. los bebês prematuros e por suas mães, é um
KING (1991) e SILVESTRE (2002) afir- fator de risco para a interação mãe-bebê.
mam que, ainda no pré-natal, a mãe deve ser Foi verificado que 7 (47%) das mães en-
esclarecida que, durante a amamentação, ela trevistadas utilizaram o Método Canguru e 8 mães
produz um hormônio (ocitocina) que ajuda na referiram não o realizar. A metodologia Canguru
rápida contração do útero, evitando hemorra- foi implantada em 2000 em todas as UTIs Neo-
gias pós-parto, anemias, bem como tornando a natais por iniciativa do Ministério da Saúde como
mulher menos vulnerável ao câncer de mama e um programa nacional que promove um atendi-
útero, em função dos baixos índices de estró- mento humanizado ao recém-nascido de baixo
geno neste período. Deve ser informada igual- peso. Esta preconiza o contato pele a pele preco-
mente de que o início do aleitamento materno ce entre a mãe e seu o prematuro. Desta forma, a
precoce facilita o aprendizado da sucção. amamentação, que é um componente importante
De acordo com LAWRENCE (1996), é na atenção mãe-bebê, recebe enfoque especial,
melhor preparar a amamentação muito antes do com uma abordagem direcionada às necessida-
parto. As futuras mães deveriam refletir sobre des desse grupo específico (OLIVEIRA, 2001).
a alimentação do filho durante o período pré- Porém, no presente estudo, apenas 47% das mães
natal, quando a gravidez está bem estabeleci- fizeram uso deste método sugerindo que ainda
da. Deveriam realizar uma ou mais consultas não se está conseguindo atingir toda a população
prénatais para comentar sobre a amamentação que necessitaria deste cuidado.
e sobre outros aspectos da puericultura a res- Perguntou-se às mães a sua opinião à
peito dos quais podem ter dúvidas. As consul- respeito de o bebê tentar se comunicar: 10 mães
tas pré-natais também devem tratar de qualquer (67%) responderam que o bebê tenta se comu-
dúvida que as mães podem ter sobre o proces- nicar. AIMARD (1998) afirma que todo ser
so de produção do leite e sobre a capacidade humano atento pode constatar a capacidade do
de ter leite suficiente. Nestas consultas pré-na- bebê se comunicar, em maior ou menor grau,
tais, a gestante já pode iniciar leituras sobre a desde que possa ver no bebê um interlocutor e
amamentação. No presente estudo, verificouse um ser cheio de múltiplas capacidades, à espe-
que das 15 mães entrevistadas, apenas 5 delas ra de progredir. OLIVEIRA e BUSSAB (1996)
foram orientadas no pré-natal. referem que o bebê, desde o nascimento, apre-
A maioria das mães, ou seja, 14 das 15 senta predisposição para estabelecer formas
mães entrevistadas (93,3%) realizavam visitas elementares de interação social. Uma mãe sen-
aos seus bebês todos os dias da semana. Como sível aos sinais de bebê, que responde de for-
todas as mães estavam amamentando, a maio- ma contingente, estará promovendo o
ria delas comparecia todos os dias da semana desenvolvimento harmonioso da criança. Es-
para oferecer o seio materno, em algum horá- sas autoras afirmam que, dentro de um nível de
rio do dia. De acordo com BARCELLOS e col. organização próprio, o bebê está equipado para
(1996), a atividade da mãe com seu bebê pre- interagir com os adultos cuidadores. Esta vi-
maturo na UTI Neonatal pode ser um bom in- são de prestação de cuidados como forma de
dicador de sua adaptação social ao bebê, assim interação torna-se fundamental. Assim, cuidar
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do bebê deixa de ser um ato mecânico e técni- trevistadas. Segundo SOUZA (2001), a orde-
co, tornando-se uma forma de comunicação. nha da mama está indicada em vários casos.
Na tabela 4, verifica-se o conhecimen- Em especial, quando o bebê é prematuro ou
to que as mães com mais de 20 anos têm a doente, é indicado realizar a ordenha para man-
respeito do aleitamento materno e das ori- ter a lactação enquanto o bebê não mama. Este
entações recebidas sobre o mesmo. A maio- procedimento pode ser mantido como ordenha
ria das entrevistadas respondeu que a forma parcial antes das mamadas com o objetivo de
de posicionar o bebê no seio materno e a instalar o fluxo de leite e facilitar a amamenta-
pega no seio são as orientações mais lem- ção para o bebê.
bradas. As mães foram questionadas quanto a
XAVIER (1996) e ARONIS e FIORINI como elas percebiam a comunicação do bebê.
(2002) referem que o posicionamento dos be- A tabela 5 mostra as suas respostas.
bês durante a amamentação é muito importan- Conforme a tabela 5, os sinais de comu-
te. O posicionamento do recém-nascido em nicação mais percebidos foram o contato vi-
supino, com a cabeça elevada num ângulo me- sual, seguido de gestos faciais e corporais,
nor que 45º graus, além de facilitar a pega do reação à voz materna e ao choro. Duas mães
seio, evita que o leite desça para a tuba auditi- referiram não perceber comunicação, uma das
va causando otites, o que pode prejudicar o mães referiu que o bebê era muito pequeno,
desenvolvimento da percepção auditiva e, con- portanto, não havia comunicação ainda entre
sequentemente, da linguagem. eles, e uma das mães referiu não saber se exis-
A pega do seio também foi lembrada tia comunicação.
pelas entrevistadas e, de acordo com FOGO O contato visual foi a resposta mais ci-
(2000) e CUNHA (2001), a dificuldade na pega tada por 8 mães como forma de comunicação.
do seio gera fissura ou rachaduras no mamilo. Para MONTORO (1982) e BOLWBY (1990),
Devido a isto, é necessário que o bebê aboca- o estímulo visual a que o recém-nascido mais
nhe todo o mamilo e parte da auréola porque, reage é ao rosto humano, sendo que a atenção
desta forma, o bico do peito toca o céu da boca visual parece implicar em uma relação inter-
e estimula a ação de sugar, evitando assim a pessoal, servindo como base para que o bebê
fissura do mamilo que pode influir no desma- possa acreditar em sua própria capacidade de
me precoce. olhar e ser olhado. O rosto da mãe coincide tão
A orientação quanto à estimulação do perfeitamente com o campo visual imediato que
seio materno foi citada por 6 das 15 mães en- se tornam indissociáveis ver e ser visto.
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Em relação aos gestos corporais e faci- Das mães observadas, 9 (60%) mantive-
ais, 7 mães responderam que percebem a co- ram contato visual durante todo o tempo da
municação do bebê através dos gestos. amamentação, 5 mães faziam contato eventual
CRAMER (1987) relata que o RN dispõe de (33%) e 1 das mães observadas, o seu bebê es-
uma organização considerável, apresentando tava com os olhos vendados, dificultando com
uma performance motora ou perceptiva que usa isso verificar a efetividade do contato visual.
para comunicar-se. Para GIACOMINI (1991), BARCELLOS e col. (1996) reforçam que o
o fato de o prematuro não ser muito ativo faz contato face a face é essencial para as intera-
com que a mãe perceba os gestos faciais e cor- ções normais entre a dupla mãe/bebê. KENNEL
porais como comunicação, deixando-as mais e KLAUS (1993) observaram que as mães que
alertas às demandas do bebê. Na atual pesqui- tinham um contato prolongado com seus pre-
sa, as mães conseguiram perceber os sinais de maturos, desde o nascimento, apresentavam um
comunicação do bebê, mostrando um maior ou comportamento de olhar diferente quando ali-
menor grau de vínculo e compreensão da si- mentavam seus filhos, olhando-os mais insis-
tuação que o prematuro enfrentava. tentemente.
Para OLIVEIRA e BUSSAB (1996), os Já para XAVIER (1996), nem todas as
comportamentos organizados do bebê podem ori- mães de recém-nascido pré-termo (RNPT) apre-
entar e facilitar a intervenção da mãe sobre ele. A sentam contato de olho. Ressalta que este item,
reação à voz materna foi outra forma de comuni- tão importante no processo de interação, mui-
cação dos bebês, percebida por 6 das mães entre- tas vezes demora para ocorrer com esta dupla.
vistadas. Conforme KENNEL e KLAUS (1993) Com relação à mãe, esta pode estar chocada
e BOWLBY (1990), os RN preferem a voz hu- com a aparência do RN, com seu estado de saú-
mana a sons produzidos por objetos e as vozes de geral, utilização de aparelhos etc., donde não
femininas às masculinas, confluindo com os acha- consegue olhar realmente para o filho. Estas
dos da presente pesquisa. afirmações concordam com os dados encontra-
Em relação ao choro, 2 mães responde- dos na atual pesquisa.
ram ser esta a forma de comunicação do bebê Das mães observadas nesta pesquisa, 9
identificada por elas. Este dado concorda com (60%) tiveram contatos físicos durante a ma-
MONTORO (1982) que afirma que o bebê nas- mada e 6 mães (40%) não realizaram contato
ce com a capacidade de chorar e o choro é um físico durante a amamentação. Para BARCE-
importante elemento de sinalização; quando ele LLOS (1996), os prematuros necessitam de
chora é atendido e, em geral, a conseqüência adultos interessados e afetuosos, tocando-os e
previsível que se segue ao choro é um adulto segurando-os e falando com eles. Idealmente
que se aproxima e tenta apaziguá-lo, para ces- estes adultos deveriam ser seus pais.
sar o choro. KENNEL e KLAUS (1993) comentam
Os resultados a seguir referem-se ao Pro- que as mães de recém-nascidos pré-termo se di-
tocolo de Observação da amamentação que foi ferenciam das mães de recém–nascidos a termo
adaptado do Protocolo “Newborn Screening quanto ao toque. As mães RNPT apresentam um
and Intervention in the Context of Health Care” toque inseguro, não tocam seus bebês e demora-
de Johnson, traduzido por Claudia XAVIER vam para pegá-los no colo, enquanto as mães de
(1996). Por meio deste protocolo é possível bebês a termo não apresentam esta característi-
observar e registrar o comportamento comuni- ca. Este dado confirma resultados encontrados
cativo da díade mãe-bebê, no momento da ama- na presente pesquisa onde 40% das mães entre-
mentação. vistadas não tocavam seus bebês, mesmo no colo.
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Abstract: The objective of the present work was to verify the knowledge that mothers of preterm
babies have about maternal breast-feeding and the importance of this as a form of communication,
describing the bond signs and the communicative behaviors of the mother-baby dyad during breast-
feeding. Data were collected by means of interviews carried out with the mothers and one observation
of breast-feeding. The sample was composed of 15 mothers, with ages ranging between 20 and 25
years, and their preterm babies hospitalized in the Neonatal Intensive Care Unit. The results about
mothers’ knowledge regarding breast-feeding showed that the majority of them had adequate
information, and the most evident forms of communication observed in them were the facial
expression, the physical and visual contact. It was concluded that the majority of these mothers and
babies, despite the initial difficulties can trigger, through breast-feeding, the experience of
communication and the mother-baby bond.
Key-words: mother-baby interaction; breast-feeding; speech and language therapy; preterm babies.
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Refere-se ao Art. de mesmo nome, 12(2), 53-62, 2002 Rev. Bras. Cresc. Desenv. Hum., S. Paulo, 2003
PEDROMÔNICO, M.R.M. O bebê atendido na SOUZA, I.E.O. Ordenha do leite: como, quando e
Unidade de Terapia Intensiva: A imagem do cor- por quê fazê-la. In: REGO, J.D. Aleitamento
po. In: materno. São Paulo: Atheneu, 2001. p.279-288.
BASSETO, M.C.; BROCK, R., WAJNSZTEJN, R. WINNICOTT, D.W. Os bebês e suas mães. São
Neonatologia: um convite à atuação Paulo: Martins fontes, 1999.
fonoaudiológica. São Paulo: Lovise, 1998. XAVIER, C. Atuação fonoaudiológica em berçá-
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PEREIRA, G.R. Alimentação do recém nascido. In: bebê. In: ANDRADE, R.F. Fonoaudiologia em
POLIN, R.A.; YODER, M.C.; BURG, F.D. berçário normal e de risco. São Paulo: Lovise,
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SILVESTRE, S.R.P. Amamentação: Qualidade de
vida aos bebês. Disponível: <http:// Recebido em 18/02/2003
www.ceaodontofono.com.br/arquivos/jan02> Modificado em 14/03/2003
html. Acesso em: janeiro 2002, p.1-2. Aprovado em 21/03/2003
ANEXO A
OBSERVAÇÃO DOS SINAIS DE VÍNCULO MÃE/BEBÊ E DE COMUNICAÇÃO
DURANTE A AMAMENTAÇÃO
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