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Efeitos de Segunda Ordem

em Estruturas de Edificações

Prof. Henrique Innecco Longo


e-mail longohenrique@gmail.com

N11 N21 Nj1


Np1
F1 + H*1 a*1

N12 N22 Nj2 Np2


F2 + H*2 a*2

N1(i-1) N2(i-1) Nj(i-1) Np(i-1)


Fi-1 + H*i-1 a*i-1
N1i N2i Nji Npi
Fi + H*i a*i

N1(i+1) N2,(i+1) Nj,( i+1) Np(,i+1)


Fi+1 + H*i+1 a*i+1

Fn + H*n
a*n

1 2 j p

Departamento de Mecânica Aplicada e Estruturas


Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro

2008
Efeitos de Segunda Ordem em Estruturas de Edificações – prof. Henrique I. Longo pág. 1

Efeitos de Segunda Ordem


em Estruturas de Edificações
Prof. Henrique Innecco Longo
e-mail: longohenrique@gmail.com

Resumo: A finalidade é apresentar o Método P-Delta para analisar a estrutura considerando os


efeitos de segunda ordem.

1 Efeitos de segunda ordem


Quando a estrutura estiver submetida a ações horizontais, ela vai se deformar. As forças horizontais
vão provocar momentos fletores de primeira ordem e as verticais vão produzir momentos fletores de
segunda ordem. Este efeito de segunda ordem provoca um comportamento não linear da estrutura.

A figura 1, por exemplo, mostra uma haste engastada na base e livre no topo, submetida a um
carregamento constituído por forças horizontais Fi e forças verticais Ni.. Esta haste vai se deformar
com deslocamentos horizontais ai. Os momentos fletores de primeira ordem são os seguintes em
cada seção da haste:
Seção S1 MS1 = 0
Seção S2 MS2 = MS1 + F1. h1
Seção S3 MS3 = MS2 + ( F1 + F2 ) h2
Seção S4 MS4 = MS3 + ( F1 + F2 + F3 ) h3

Os momentos fletores de segunda ordem provocados pelos deslocamentos horizontais ai são:


Seção S1 MS1 = 0
Seção S2 MS2 = MS1 + F1. h1 + N1 (a1 – a2)
Seção S3 MS3 = MS2 + ( F1 + F2 ) h2 + (N1+ N2) (a2 – a3)
Seção S4 MS4 = MS3 + (F1+F2+F3) h3 + (N1+ N2 + N3) a3

N1 N1
F1 F1 a1

N2 h1 N2
F2 F2
a2

N3 h2 N3
F3 F3
a3

h3

Fig.1 – Deformada de uma haste engastada na base e livre no topo


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2 Parâmetro de instabilidade global da estrutura


O parâmetro de instabilidade global pode ser utilizado no pré-dimensionamento da estrutura para
que se possa saber se o efeito de segunda ordem deve ser ou não considerado no projeto.

A norma NBR-6118 (2003) apresenta dois processos aproximados para a verificação da


possibilidade de dispensa da consideração dos esforços globais de 2a ordem, ou seja, para indicar se
a estrutura pode ser classificada como de nós fixos, sem necessidade de um cálculo rigoroso. Esta
verificação também pode ser feita pelo parâmetro de instabilidade α ou então através de um
coeficiente γZ.

O parâmetro de instabilidade α foi introduzido por BECK (1966) e depois aperfeiçoado mais tarde
por outros autores. O modelo de Beck é constituído por uma haste engastada na base e livre no topo
e submetido a uma carga vertical uniformemente distribuída ao longo de sua altura L. Este modelo
somente é válido no regime elástico para uma haste com seção transversal e módulo de elasticidade
constante. Segundo os estudos de BECK (1966), se α for menor do que 0,6 então os momentos de
2a ordem são menores do que 10% dos de primeira ordem e podem ser desprezados.

Mais tarde, este parâmetro foi adaptado para ser utilizado em estruturas de contraventamento e
adotado por normas de projeto como o CEB-FIP e por alguns autores, como FUSCO (1981) para
avaliar os efeitos de 2a ordem globais nas estruturas de edifícios de uma maneira aproximada.

De acordo com a NBR-6118 (2004), o parâmetro α de instabilidade global é dado por:

_________
∑ Nk
α = L -------------
∑ ( ECS . IC )i

L altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação


ou de um nível pouco deslocável do subsolo

∑ Nk somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura


(a partir do nível considerado para o cálculo de L ) com seu valor característico

∑ (ECS IC)i somatório dos valores da rigidez de todos os pilares na direção considerada.

ECS módulo de elasticidade secante do concreto sendo ECS = 0,85. 5600 fck1/2 (em MPa)

Valores limites para o parâmetro de instabilidade


Uma estrutura simétrica pode ser considerada como sendo de nós fixos se o seu parâmetro de
instabilidade α for menor do que α1, definido por:

α1 = 0,2 + 0,1 n se n ≤ 3
α1 = 0,6 se n ≥ 4

n - no de níveis de andares acima da fundação ou de um nível pouco deslocável do subsolo


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Determinação do somatório dos valores da rigidez dos pilares

De acordo com a NBR-6118(2003), no caso de estruturas de pórticos, o somatório ∑ (ECS IC)i pode
ser calculado a partir de um pilar equivalente de seção constante do seguinte modo:
• Determina-se o deslocamento do topo de um pórtico tridimensional sob a ação de uma carga
horizontal linear aplicada no topo da edificação.
• Iguala-se o deslocamento deste pórtico com o deslocamento de um pilar equivalente de
seção constante, engastado na base e livre no topo, de mesma altura total L

Assim sendo, aplicamos uma carga horizontal linear S no topo do pórtico tridimensional e
determinamos o deslocamento ∆, conforme mostrado na figura 2. Se igualarmos o deslocamento ∆
ao deslocamento ∆eq do topo do pilar equivalente, obtemos:

F L3
∆eq = ------------ = ∆
3 ∑( ECS IC )i

Portanto, o somatório dos valores da rigidez dos pilares será:

F L3
∑ ( ECS IC )i = ------------
3∆

F – resultante da carga linear F = S x A


A – largura da estrutura

S ∆ ∆eq
F
F
A

Fig. 2 - Deslocamento no modelo tridimensional

O que pode ser feito se o parâmetro de instabilidade for maior do que seu valor limite?
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3 Análise das estruturas considerando os efeitos 2a ordem


De acordo com a NBR-6118(2003), na análise das estruturas de nós móveis devem ser
obrigatoriamente considerados os efeitos da não linearidade geométrica e da não linearidade física.
Assim sendo, devem ser considerados os efeitos globais e locais de segunda ordem no
dimensionamento. Quando o parâmetro de instabilidade α for maior do que seu valor limite, os
efeitos de segunda ordem podem ser significativos e devem ser considerados na análise estrutural.
Os efeitos de segunda ordem podem ser determinados pelos seguintes métodos:

• Método geral de análise não linear


• Métodos aproximados

O método geral de análise não linear considera tanto a não linearidade geométrica como também a
não linearidade física dos materiais.

Método P-Delta

O método P-Delta é um método aproximado iterativo para a determinação dos efeitos de segunda
ordem. A idéia do método é determinar forças horizontais fictícias equivalentes aos momentos de
segunda ordem. Estas forças equivalentes são calculadas até que a posição final de equilíbrio seja
determinada.

No método P-Delta, a análise não linear é substituída por uma série de análises lineares, sendo que
em cada etapa as características são consideradas constantes. Em cada etapa, os resultados da etapa
anterior são alterados e o processo só termina quando houver uma convergência, ou seja, os
parâmetros se mantenham praticamente os mesmos em duas etapas consecutivas.

Método P-Delta para uma haste simples

Este método será mostrado inicialmente para a mesma haste mostrada anteriormente. Esta haste
deformada é então desmembrada em trechos bi-rotulados, como na figura 3.

N1 N1
F1 a1 a1 H1

N2 N 1+ N 2
h1
F2 H1
a2 a2 a2
H2 N1 + N2 + N3
h2
N3
F3
a3 a3 a3 H3
H2
h3

Fig.3 – Haste engastada separada em trechos bi-rotulados


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As forças horizontais fictícias Hi equivalentes ao momento de segunda ordem são obtidas da


seguinte maneira:

Seção S2 N1 (a1 – a2) = H1. h1 donde H1.= N1 ∆a1 / h1

Seção S3 (N1 + N2) (a2 – a3) = H2. h2 donde H2 = (N1 + N2) ∆a2 / h2

Seção S4 (N1 + N2 + N3) (a3 - a4 ) = H3. h3 donde H3 = (N1 + N2 + N3) ∆a3 / h3

Em cada seção, estas forças horizontais fictícias Hi* equivalentes são as seguintes:

Seção S1 H1* = H1

Seção S2 H2* = H2 - H1

Seção S3 H3* = H3 - H2

Estas forças horizontais fictícias Hi* são então somadas com as forças Fi em cada seção da haste e
vão provocar deformações ai*, conforme mostrado na figura 4.

N1
F1 + H*1 a*1

N2
F2 + H*2
a*2

N3
F3 + H*3
a*3

Fig.4 – Forças horizontais fictícias equivalentes aos momentos de segunda ordem

Se as variações dos deslocamentos ∆*ai forem iguais aos valores anteriores ∆ai e as forças Hi* forem
também iguais às forças equivalentes Hi* significa que o método convergiu. Se isto não acontecer, é
preciso calcular novas forças H1* e novos valores de ∆*ai até que o método convirja.

Qual é o grau de precisão deste método aproximado?


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Exemplo numérico do Método P-Delta para uma haste simples

A figura 5 mostra as etapas do Método P-Delta para uma haste simples engastada na base,
submetida a uma carga vertical N=1.000kN e a uma força horizontal F=20kN. A deformação
máxima na barra para uma rigidez EJ = 10.000 kNm2 é igual a (etapa 1):

F x l3 20 x 3,03
a1= -------------- = -------------------- = 0,018 m = 1,80 cm
3 EJ 3 x 10.000

A força horizontal equivalente será H*1 = 1.000 x 0,018 / 3 = 6 kN

Aplicando esta força H*1 na etapa 2, obtém-se o deslocamento a2= 2,34 cm. Isto é feito várias vezes
até que a convergência aconteça. Na figura 4, pode-se observar que o deslocamento a5= 2,56cm na
etapa 5 ficou praticamente igual ao deslocamento a4= 2,55cm da etapa 4.

ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 N=1.000kN


N=1.000kN
N=1.000kN
F = 20kN F = 20kN H*1=6kN F = 20kN H*2=7,8kN

a1= 1,80cm
a2= 2,34cm a3= 2,54cm

3m

ETAPA 4 ETAPA 5
N=1.000kN N=1.000kN

F = 20kN H*3=8,4kN F = 20kN H*4=8,5kN

a4= 2,55cm a5= 2,56cm

Fig.5 – Etapas do Método P-Delta para uma haste simples


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Método P-Delta para estruturas de pórticos

Este método iterativo pode ser empregado em estruturas de pórticos múltiplos com barras
perpendiculares entre si para se obter os momentos de segunda ordem.

Inicialmente, é feita uma análise linear para a determinação dos deslocamentos horizontais em cada
pavimento. Em seguida, são determinadas as forças horizontais fictícias equivalentes aos momentos
de segunda ordem. A determinação destas forças fictícias é feita de uma maneira aproximada,
conforme explicado no item anterior.

Nas etapas seguintes, estas forças equivalentes são aplicadas e novos deslocamentos calculados até
que a convergência seja alcançada.

1a etapa - Análise para cálculo dos deslocamentos e das forças fictícias Hi*

A estrutura é analisada inicialmente para as forças verticais Nij e horizontais Fi, conforme mostrado
na figura 6. Os deslocamentos horizontais ai em cada nível desta estrutura estão também mostrados
nesta figura.

N11 N21 Nj1


Np1
a1 nível 1
F1

N12
N22 Nj2 Np2
h1
F2 nível 2
a2

N1(i-1) N2(i-1) Nj(i-1) Np(i-1) h2


ai-1 nível i-1
Fi-1
N2i Nji Npi
N1i hi-1
Fi ai nível i

N1(i+1) N2,(i+1) Np(,i+1)


hi
Nj,( i+1)
Fi+1 ai+1 nível i+1

hi+1

Fn nível n
an

hn

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Fig. 6 - Deslocamentos horizontais no pórtico para a etapa 1 do Método P-Delta


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Determinação das forças horizontais fictícias H*i

Na figura 7 estão indicadas as forças nodais nas hastes deformadas AB e BC bi-rotuladas, entre os
níveis (i -1), i e (i +1), bem como os deslocamentos relativos ∆ai e ∆ai-1.

Σ N j, i-1
N1,i-1 N2,i-1 Nj,i-1 Np,i-1

Fi-1 ai-1 ∆ai-1 H i-1


nível i-1 C
Σ Nj, i C
N1i N2i Nji hi-1
Npi
Fi ai ∆ai Hi
nível i B
B H i-1 B

N1,i+1 N2,i+1 Np,i+1


hi
Nj, i+1
Fi+1 ai+1
nível i+1
A A
Hi

Fig.7 - Forças nodais nas hastes AB e BC deformadas

As forças horizontais fictícias equivalentes aos momentos de segunda ordem são obtidas, conforme
mostrado na figura 7:

Haste AB Hi hi = (∑ Nj, i ) ∆a i

Hi = (∑ Nj, i ) ∆a i / hi

Haste BC Hi-1 hi-1 = (∑ Nj, i-1 ) ∆a i-1

Hi-1 = (∑ Nj, i-1 ) ∆a i - 1 / h i - 1

A força horizontal fictícia em cada nível será a diferença entre as estas forças: H*i = Hi - Hi-1

H*i = ( Σ Nj,i ) ∆a i / h i - ( Σ Nj, i-1 ) ∆a i -1 / h i -1

∑ Nj, i - soma das cargas verticais no nível (i) e acima deste nível
∑ Nj, i-1 - soma das cargas verticais no nível (i-1) e acima deste nível
p - número de pilares do pórtico
n – número de níveis acima do nível (i) + 1
∆a i = a i - a i+1 deslocamento relativo no nível (i)
∆a i-1 = a i-1 - a i deslocamento relativo no nível (i-1)
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2 etapa - Determinação de novos deslocamentos para as forças fictícias Hi*


a

Nesta etapa, as forças horizontais fictícias Hi* são então aplicadas no pórtico conforme figura 8 e
novos deslocamentos são calculados.

N11 N21 Nj1


Np1
a*1
F1 + H*1

N12
N22 Nj2 Np2
F2 + H*2 a*2

N1(i-1) N2(i-1) Nj(i-1) Np(i-1)


Fi-1 + H*i-1 a*i-1

N1i N2i Nji Npi

Fi + H*i a*i

N1(i+1) N2,(i+1) Nj,( i+1) Np(,i+1)


Fi+1 + H*i+1 a*i+1

Fn + H*n
a*n

1 2 j p

Fig.8 - Forças horizontais fictícias aplicadas no pórtico

Nesta etapa, dois casos podem acontecer:

a) Se ∆ai* ≈ ∆ai então método convergiu

Os momentos fletores assim obtidos são os momentos de segunda ordem.

b) Se ∆ai* ≠ ∆ai então método não convergiu

Neste caso, é preciso calcular novas forças horizontais fictícias Hi* e fazer nova etapa.
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Etapas seguintes - Cálculo de novos deslocamentos e novas forças fictícias Hi*

Nas etapas seguintes, os deslocamentos ∆a i em cada nível são novamente calculados para os novos
valores de Hi* . O processo iterativo termina quando os valores de ∆ai* e os valores de Hi* forem
aproximadamente iguais aos da etapa anterior. Neste caso, a estrutura será considerada estável e os
momentos fletores resultantes serão os esforços de segunda ordem.

Tabelas para determinação das forças Hi*

Para a determinação das forças Hi* , pode-se usar a tabela 1 com as forças Σ Nji nos pilares, os
deslocamentos ∆ai, as parcelas (Σ Nji ) ∆ai/hi e as forças Hi* em cada nível.

Tabela 1 – Determinação das forças Hi*

Nível Σ Nji ai ∆ai Hi =(Σ Nji )∆ai/hi Hi* =Hi - Hi-1

1 N1 = N11+ N21+... Np1 a1 a1 - a2 H1 H1

2 N2 = N1 + N12+ N22+... Np2 a2 A2 - a3 H2 H2 - H1

3 N3 = N2 + N13+ N23+... Np3 a3 A3 - a4 H3 H3 - H2

n Nn = Nn-1 + N1n+ N2n+... Npn an an Hn Hn - Hn-1

É importante observar que o somatório destas fórmulas se refere à soma se todas as cargas verticais
do nível acima do nível considerado. O nível 1 se refere ao último andar e o n é o primeiro andar.

O método P-Delta pode não convergir?

Por que o método P-Delta é um método aproximado?


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Desafio – Determine os momentos fletores do pórtico plano da figura considerando os efeitos de


segunda ordem pelo Método P-Delta e compare com os resultados de um programa de computador.

Seção transversal dos elementos 20cm x 50cm


Concreto C30

400 kN 400 kN
30 kN

6m

30 kN 400 kN 400 kN

6m

400 kN 400 kN
30 kN

6m

3m
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4 Consideração da não linearidade física


Pela NBR-6118(2003), na análise das estruturas de nós móveis devem ser obrigatoriamente
considerados além dos efeitos da não linearidade geométrica, os efeitos da não linearidade física.

No entanto, a não linearidade física pode ser considerada de maneira aproximada para análise dos
esforços globais de segunda ordem em estruturas reticuladas com mínimo de quatro andares,
considerando os seguintes valores para a rigidez dos elementos estruturais:

lajes (EI) sec = 0,3 ECi IC

vigas (EI) sec = 0,4 ECi IC para A’S ≠ AS


(EI) sec = 0,5 ECi IC para A’S = AS

pilares (EI) sec = 0,8 ECi IC

IC momento de inércia da seção bruta de concreto, incluindo quando for o caso as mesas
colaborantes

(EI) sec rigidez secante


ECi módulo de elasticidade tangente inicial do concreto

Quando a estrutura de contraventamento for composta exclusivamente por vigas e pilares e γz < 1,3,
a rigidez das vigas e dos pilares pode ser calculada por:

(EI) sec = 0,7 ECi IC

De acordo com a a NBR-6118, este módulo de elasticidade tangente inicial é igual a:

ECi = 5.600 fck1/2 (MPa)

A norma NBR-6118 lembra que estes valores de rigidez assim calculados são aproximados e não
podem ser usados para avaliar esforços locais de segunda ordem mesmo com uma discretização
maior da modelagem.

Como a não linearidade física deve ser considerada na análise de uma estrutura
por um programa de computador?

Referências Bibliográficas
FUSCO, P. B., "Estruturas de Concreto – Solicitações Normais", 1981, Ed. Guanabara.

LONGO, H. I. – “Ação do Vento em Estruturas de Edificações”, 2008.

NORMA NBR-6118, “Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimentos”, ABNT, mar. 2003.

NORMA NBR-6123 - "Forças devidas ao Vento em Edificações", ABNT, nov.1990.

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