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em Estruturas de Edificações
Fn + H*n
a*n
1 2 j p
2008
Efeitos de Segunda Ordem em Estruturas de Edificações – prof. Henrique I. Longo pág. 1
A figura 1, por exemplo, mostra uma haste engastada na base e livre no topo, submetida a um
carregamento constituído por forças horizontais Fi e forças verticais Ni.. Esta haste vai se deformar
com deslocamentos horizontais ai. Os momentos fletores de primeira ordem são os seguintes em
cada seção da haste:
Seção S1 MS1 = 0
Seção S2 MS2 = MS1 + F1. h1
Seção S3 MS3 = MS2 + ( F1 + F2 ) h2
Seção S4 MS4 = MS3 + ( F1 + F2 + F3 ) h3
N1 N1
F1 F1 a1
N2 h1 N2
F2 F2
a2
N3 h2 N3
F3 F3
a3
h3
O parâmetro de instabilidade α foi introduzido por BECK (1966) e depois aperfeiçoado mais tarde
por outros autores. O modelo de Beck é constituído por uma haste engastada na base e livre no topo
e submetido a uma carga vertical uniformemente distribuída ao longo de sua altura L. Este modelo
somente é válido no regime elástico para uma haste com seção transversal e módulo de elasticidade
constante. Segundo os estudos de BECK (1966), se α for menor do que 0,6 então os momentos de
2a ordem são menores do que 10% dos de primeira ordem e podem ser desprezados.
Mais tarde, este parâmetro foi adaptado para ser utilizado em estruturas de contraventamento e
adotado por normas de projeto como o CEB-FIP e por alguns autores, como FUSCO (1981) para
avaliar os efeitos de 2a ordem globais nas estruturas de edifícios de uma maneira aproximada.
_________
∑ Nk
α = L -------------
∑ ( ECS . IC )i
∑ (ECS IC)i somatório dos valores da rigidez de todos os pilares na direção considerada.
ECS módulo de elasticidade secante do concreto sendo ECS = 0,85. 5600 fck1/2 (em MPa)
α1 = 0,2 + 0,1 n se n ≤ 3
α1 = 0,6 se n ≥ 4
De acordo com a NBR-6118(2003), no caso de estruturas de pórticos, o somatório ∑ (ECS IC)i pode
ser calculado a partir de um pilar equivalente de seção constante do seguinte modo:
• Determina-se o deslocamento do topo de um pórtico tridimensional sob a ação de uma carga
horizontal linear aplicada no topo da edificação.
• Iguala-se o deslocamento deste pórtico com o deslocamento de um pilar equivalente de
seção constante, engastado na base e livre no topo, de mesma altura total L
Assim sendo, aplicamos uma carga horizontal linear S no topo do pórtico tridimensional e
determinamos o deslocamento ∆, conforme mostrado na figura 2. Se igualarmos o deslocamento ∆
ao deslocamento ∆eq do topo do pilar equivalente, obtemos:
F L3
∆eq = ------------ = ∆
3 ∑( ECS IC )i
F L3
∑ ( ECS IC )i = ------------
3∆
S ∆ ∆eq
F
F
A
O que pode ser feito se o parâmetro de instabilidade for maior do que seu valor limite?
Efeitos de Segunda Ordem em Estruturas de Edificações – prof. Henrique I. Longo pág. 4
O método geral de análise não linear considera tanto a não linearidade geométrica como também a
não linearidade física dos materiais.
Método P-Delta
O método P-Delta é um método aproximado iterativo para a determinação dos efeitos de segunda
ordem. A idéia do método é determinar forças horizontais fictícias equivalentes aos momentos de
segunda ordem. Estas forças equivalentes são calculadas até que a posição final de equilíbrio seja
determinada.
No método P-Delta, a análise não linear é substituída por uma série de análises lineares, sendo que
em cada etapa as características são consideradas constantes. Em cada etapa, os resultados da etapa
anterior são alterados e o processo só termina quando houver uma convergência, ou seja, os
parâmetros se mantenham praticamente os mesmos em duas etapas consecutivas.
Este método será mostrado inicialmente para a mesma haste mostrada anteriormente. Esta haste
deformada é então desmembrada em trechos bi-rotulados, como na figura 3.
N1 N1
F1 a1 a1 H1
N2 N 1+ N 2
h1
F2 H1
a2 a2 a2
H2 N1 + N2 + N3
h2
N3
F3
a3 a3 a3 H3
H2
h3
Seção S3 (N1 + N2) (a2 – a3) = H2. h2 donde H2 = (N1 + N2) ∆a2 / h2
Em cada seção, estas forças horizontais fictícias Hi* equivalentes são as seguintes:
Seção S1 H1* = H1
Seção S2 H2* = H2 - H1
Seção S3 H3* = H3 - H2
Estas forças horizontais fictícias Hi* são então somadas com as forças Fi em cada seção da haste e
vão provocar deformações ai*, conforme mostrado na figura 4.
N1
F1 + H*1 a*1
N2
F2 + H*2
a*2
N3
F3 + H*3
a*3
Se as variações dos deslocamentos ∆*ai forem iguais aos valores anteriores ∆ai e as forças Hi* forem
também iguais às forças equivalentes Hi* significa que o método convergiu. Se isto não acontecer, é
preciso calcular novas forças H1* e novos valores de ∆*ai até que o método convirja.
A figura 5 mostra as etapas do Método P-Delta para uma haste simples engastada na base,
submetida a uma carga vertical N=1.000kN e a uma força horizontal F=20kN. A deformação
máxima na barra para uma rigidez EJ = 10.000 kNm2 é igual a (etapa 1):
F x l3 20 x 3,03
a1= -------------- = -------------------- = 0,018 m = 1,80 cm
3 EJ 3 x 10.000
Aplicando esta força H*1 na etapa 2, obtém-se o deslocamento a2= 2,34 cm. Isto é feito várias vezes
até que a convergência aconteça. Na figura 4, pode-se observar que o deslocamento a5= 2,56cm na
etapa 5 ficou praticamente igual ao deslocamento a4= 2,55cm da etapa 4.
a1= 1,80cm
a2= 2,34cm a3= 2,54cm
3m
ETAPA 4 ETAPA 5
N=1.000kN N=1.000kN
Este método iterativo pode ser empregado em estruturas de pórticos múltiplos com barras
perpendiculares entre si para se obter os momentos de segunda ordem.
Inicialmente, é feita uma análise linear para a determinação dos deslocamentos horizontais em cada
pavimento. Em seguida, são determinadas as forças horizontais fictícias equivalentes aos momentos
de segunda ordem. A determinação destas forças fictícias é feita de uma maneira aproximada,
conforme explicado no item anterior.
Nas etapas seguintes, estas forças equivalentes são aplicadas e novos deslocamentos calculados até
que a convergência seja alcançada.
1a etapa - Análise para cálculo dos deslocamentos e das forças fictícias Hi*
A estrutura é analisada inicialmente para as forças verticais Nij e horizontais Fi, conforme mostrado
na figura 6. Os deslocamentos horizontais ai em cada nível desta estrutura estão também mostrados
nesta figura.
N12
N22 Nj2 Np2
h1
F2 nível 2
a2
hi+1
Fn nível n
an
hn
1 2 j p
Na figura 7 estão indicadas as forças nodais nas hastes deformadas AB e BC bi-rotuladas, entre os
níveis (i -1), i e (i +1), bem como os deslocamentos relativos ∆ai e ∆ai-1.
Σ N j, i-1
N1,i-1 N2,i-1 Nj,i-1 Np,i-1
As forças horizontais fictícias equivalentes aos momentos de segunda ordem são obtidas, conforme
mostrado na figura 7:
Haste AB Hi hi = (∑ Nj, i ) ∆a i
Hi = (∑ Nj, i ) ∆a i / hi
A força horizontal fictícia em cada nível será a diferença entre as estas forças: H*i = Hi - Hi-1
∑ Nj, i - soma das cargas verticais no nível (i) e acima deste nível
∑ Nj, i-1 - soma das cargas verticais no nível (i-1) e acima deste nível
p - número de pilares do pórtico
n – número de níveis acima do nível (i) + 1
∆a i = a i - a i+1 deslocamento relativo no nível (i)
∆a i-1 = a i-1 - a i deslocamento relativo no nível (i-1)
Efeitos de Segunda Ordem em Estruturas de Edificações – prof. Henrique I. Longo pág. 9
Nesta etapa, as forças horizontais fictícias Hi* são então aplicadas no pórtico conforme figura 8 e
novos deslocamentos são calculados.
N12
N22 Nj2 Np2
F2 + H*2 a*2
Fi + H*i a*i
Fn + H*n
a*n
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Neste caso, é preciso calcular novas forças horizontais fictícias Hi* e fazer nova etapa.
Efeitos de Segunda Ordem em Estruturas de Edificações – prof. Henrique I. Longo pág. 10
Nas etapas seguintes, os deslocamentos ∆a i em cada nível são novamente calculados para os novos
valores de Hi* . O processo iterativo termina quando os valores de ∆ai* e os valores de Hi* forem
aproximadamente iguais aos da etapa anterior. Neste caso, a estrutura será considerada estável e os
momentos fletores resultantes serão os esforços de segunda ordem.
Para a determinação das forças Hi* , pode-se usar a tabela 1 com as forças Σ Nji nos pilares, os
deslocamentos ∆ai, as parcelas (Σ Nji ) ∆ai/hi e as forças Hi* em cada nível.
É importante observar que o somatório destas fórmulas se refere à soma se todas as cargas verticais
do nível acima do nível considerado. O nível 1 se refere ao último andar e o n é o primeiro andar.
400 kN 400 kN
30 kN
6m
30 kN 400 kN 400 kN
6m
400 kN 400 kN
30 kN
6m
3m
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No entanto, a não linearidade física pode ser considerada de maneira aproximada para análise dos
esforços globais de segunda ordem em estruturas reticuladas com mínimo de quatro andares,
considerando os seguintes valores para a rigidez dos elementos estruturais:
IC momento de inércia da seção bruta de concreto, incluindo quando for o caso as mesas
colaborantes
Quando a estrutura de contraventamento for composta exclusivamente por vigas e pilares e γz < 1,3,
a rigidez das vigas e dos pilares pode ser calculada por:
A norma NBR-6118 lembra que estes valores de rigidez assim calculados são aproximados e não
podem ser usados para avaliar esforços locais de segunda ordem mesmo com uma discretização
maior da modelagem.
Como a não linearidade física deve ser considerada na análise de uma estrutura
por um programa de computador?
Referências Bibliográficas
FUSCO, P. B., "Estruturas de Concreto – Solicitações Normais", 1981, Ed. Guanabara.