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FUNDAMENTOS DE FÍSICA E QUÍMICA 
FÍSICA 
TÍTULO:  Leis de Newton ‐ Dinâmica 
 

ANO LETIVO:  2016/2017    SEMESTRE:  1 

1. Motivação
Nas notas anteriores (1 a 3) aprendemos a descrever o movimento de partículas materiais sem 
procurar  explicar  a(s)  causa(s)  desse  mesmo  movimento.  Esse  é  o  objetivo  da  dinâmica: 
estudar  os  movimentos  explicando  as  causas  que  os  provocam.  Essa  explicação  pode  ser 
sistematizada/resumida  nas  chamadas  Leis  de  Newton,  que  são  a  base  da  Mecânica 
Newtoniana.  No  seu  enunciado,  as  leis  de  Newton  recorrem  ao  conceito  de  força,  que  pode 
ser entendido do modo que a seguir se enuncia. 

Noção de força: Uma  força  pode  ser  entendida  como  a  grandeza  física  capaz  de  alterar  o 
estado de movimento ou repouso de um corpo.

2. Leis de Newton:

2.1 - 1ª Lei de Newton ou Lei da Inércia

Enunciado: suponha‐se que a soma das forças que atua num corpo (força resultante) é nula. 
Então, o corpo tenderá a manter o seu estado do movimento. Ou seja, duas situações podem 
ocorrer em alternativa: 

i) o corpo encontra‐se em repouso (parado); 
 
ii) o corpo move‐se com velocidade constante, ou seja, descrevendo um movimento 
retilíneo e uniforme. 

2.2 - 2ª Lei de Newton



Enunciado: suponha‐se que, num dado instante, a força resultante que atua num corpo,  Fres , 
não é nula. Nesse caso, o corpo experimentará uma aceleração de acordo com a expressão 

 
Fres  m a

Note‐se que a aceleração experimentada pelo corpo é inversamente proporcional à sua massa. 
Por  outras  palavras,  a  massa  de  um  corpo  é  uma  medida  da  sua  inércia,  isto  é:  mede  a 
oposição que o corpo manifesta a uma variação do seu estado de movimento. 

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Aplicação da 2ª lei de Newton
  
Considere a figura em baixo em que um corpo é atuado por três forças  F1 , F2  e  F3 . 
y y
  F3 y
F3 F1
F1y
x F3x F1x x

F2 F2 y F2 x

Neste caso, a segunda lei de Newton pode escrever‐se 

 F1x  F2 x  F3 x  m ax
  
 F1 y  F2 y  F3 y  ma y

sendo Fix  e  Fiy ,  respetivamente,  as  intensidades  das  componentes  em  x  e  y  da  força 

Fi  , i=1, 2, 3, (note‐se que, assim definidas,  Fix  e  Fiy  são sempre quantidades positivas). 
Suponha‐se  que  o  movimento  é  retilíneo  e  que  se  conhece  de  antemão  a  direção  do 
movimento  de  um  corpo  ou  sistema  de  corpos  (note‐se  que  tal  direção  será  a  da  força 

resultante  Fres ).  Nesse  caso,  será  útil  utilizar  um  referencial  cartesiano  xoy  tal  que  o  eixo  x 
coincida com a direcção do movimento.Tal é, por exemplo, o caso em que um corpo desce um 
plano inclinado conforme se representa na figura. 

y y
 
N N

Px
x  x

 Py
P
 

Note‐se que as forças atuantes no corpo são: 

P  ‐ peso do corpo; 

N  ‐  reação  normal  –  força  que  a  superfície  de  apoio  exerce  sob  o  corpo  (sendo  sempre 
perpendicular  à  superfície  de  suporte)  e  que  consiste  na  reação  da  superfície  à  força  Py 
exercida pelo corpo na superfície de apoio. 

Para o referencial escolhido, a 2ª lei de Newton escreve‐se 

 Px  max  m g sin    max


  
 N  Py  0  N  m g cos    0

Note‐se  que  a  equação  N  Py  0  é  consistente  com  a  ausência  de  movimento  segundo  o 
eixo y. 
 
 
 

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2.3 - 3ª Lei de Newton ou Lei do Par Ação-Reação

Enunciado: considere‐se duas partículas A e B. Suponha‐se que a partícula A exerce sobre B a 
 
força  FAB  (aplicada em B). Então, a partícula B exercerá sobre A uma força FBA  (aplicada em A) 
  
com a mesma intensidade e direção de  FAB mas com sentido oposto, ou seja  FAB   FBA  

A FB A

FA B
B  
 
As forças  FAB  e  FBA  constituem assim um par ação‐reação. 

3. Forças de Atrito:

Na ilustração da aplicação da 2ª Lei de Newton apresentada em 2.2, foram introduzidas duas 
 
forças  particulares:  o  peso  P  e  a  reação  normal  N .  Vamos  agora  introduzir  outra  força:  a 
força  de  atrito.  Considere‐se  um  corpo  em  repouso  posicionado  numa  superfície  horizontal, 
conforme se representa na figura.  

N


P
   
A  resultante  das  forças  é  nula  ( Fres  N  P  0 )  sendo  esta  a  razão  pela  qual  o  corpo  se 
encontra  em  equilíbrio  estático.  Da  experiência  do  dia‐a‐dia  sabemos  que  a  situação  de 

equilíbrio  estático  (repouso)  se  mantêm  se  for  aplicada  uma  força  horizontal  F  de  pequena 
intensidade.  Depreende‐se  deste  modo  que  deverá  atuar  no  corpo  uma  quarta  força 
garantindo  a  manutenção  do  equilíbrio  estático  (isto  é,  que  a  força  resultante  se  mantém 

nula). Tal força designa‐se força de atrito estático, FAe . 

N
 
FAe F

P
Esta  força,  tem  a  direção  da  superfície  de  contacto  (neste  caso  horizontal),  tendo  sentido 
oposto  ao  movimento  que  o  corpo  iniciaria  caso  não  houvesse  atrito.  Verifica‐se 
e
experimentalmente que o valor máximo que a força de atrito estático,  FA,max , pode assumir é 
proporcional à intensidade da reação normal, N , podendo escrever‐se 

e
FA,max  e N

sendo  e  o  coeficiente  de  atrito  estático  (grandeza  adimensional)  que  depende  da  natureza 
e
das superfícies em contacto. Note‐se, assim, que a máxima força  Fmax  que é possível aplicar no 
corpo  sem  que  se  inicie  movimento  é  e N .  Quando  a  força  Fmax
e
 atua  no  corpo,  o  início  do 

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movimento  é  iminente,  havendo  contudo  (ainda)  equilíbrio  estático.  Se  a  força  F  aplicada 
exceder esta intensidade então inicia‐se um movimento (acelerado). Note‐se que, nesse caso, 
o  valor  da  força  de  atrito  baixa  significativamente.  Tal  facto  é  bem  conhecido  da  nossa 
experiência  quotidiana.  Por  exemplo,  quando  empurramos  um  móvel  inicialmente  parado 
sabemos que a força que foi necessário aplicar para iniciar o movimento é superior àquela que 
é necessário exercer para manter o movimento a velocidade constante. 

A força de atrito atuante quando há movimento designa‐se força de atrito cinético,  FAc , sendo 
a sua intensidade calculada por 

FAc  c N

Nesta  expressão,  c  denota  o  coeficiente  de  atrito  cinético  (grandeza  adimensional)  que, 
novamente, depende da natureza das superfícies em contacto. Tem‐se portanto que  c  e . 
A  figura  seguinte  representa  a  relação  entre  a  (intensidade  da)  força  F  aplicada  e  a 
(intensidade da) força de atrito. 

FA
e
FA,max
1
c 1
F A

e
Fmax F

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