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De Booo, Edward.

Six thinking mento", uaprendizado" e até o Hhu- Diferentes pessoas observando o


hats. Bostoo, Little Browo, moru. mesmo dado irão extrair diferentes
1985. informações dele, de acordo com a
Praticamente em todos os seus li- idéia que cada um tem ao olhá-lo.
vros De Bono enfatizo que uma má Velhos dedos vistos sob o enfoque de
superflcie·memória pode ser mais útil novas idéias trazem novas informa~
do que uma boa superfície·memória, ções. A criatividade implica gerar no·
quando se trata de processamento de vas idéias e atualizar as velhas. Desde
informaçiíes. Uma boa superf{cie·me· que dados sào usualmente dlsponf·
mó ria nada faz além de armazenar in· veis a todos. é a criatividade com que
Vários autores, seguindo as formações, tornando-se necessário um indivfduo os olha que faz a dife-
mais diversas tendências, escrevem um sistema separado para processá~ rença.
sobre como tornar uma reunião mais las e utilizá·las. Uma má superfície· Criatividade não tem a ver apenas
produtiva, tanto do ponto de vista do memória, na realidade, processa o com a geração de novas idéias, mas
tempo a ela dedicada, quanto do próprio material e assim constitui um também com o escape das velhas. A
ponto de vista das suas conclusões. A computador completo. continuidade é a razão para a sobrevi~
presente obra, apesar de não ter tal véncia da maioria das idéias. Tal con-
objetivo, presta-se maravilhosamente Tratando de criatividade, objetivo tinuidade constituí uma armadilha
a esta finalidade, por dísciplin~·la e, da presenta obra, nós podemos aguar· pera a maioria das pessoas. Libertar·
principalmente, por conduzir nosso dar até que ela ocorra, ou pode;.nos se de uma idéia obsoleta permite
pensamento assim como "um maes~ fazê-la acontecer deliberadamente, e evoluir. A reestruturação criativa
tro faz com sua orquestra". este é o motivo pelo qual De Bano permite passar rapidamente através
dedica um livro inteiro ao mecanismo da ineficiência e combinar as coisas
Edward De Bano, contrariamente da mente. Conforme suas conclusões. de maneira maís simples e eficaz.
aos demais que se dedicaram durante quanto mais firmemente um padrão t no ambiente das idéias acima
toda sua vida ao pensar, teve a medi· é estabelecido, mais Otilse torna. Por que a presente obra deve ser vista,
cina como sua primeira formação, outro lado, a criatividade implica pois, caso contr~rio, um leitor maia
complementada posteriormente com algo original ou inesperado; e para desavisado iria pensar que "os seis
a psicologia. Escreveu mais de 27 li· isto devem ser quebrados os padrões chapéus pensantes" não passam de
vros sobre seu tema predileto, que é estabelecidos, de maneira que se uma brincadeira do autor r para poder
o pensar, tendo iniciado com O me-- possa olhar para as coisas de maneira aumentar seu enorme número de pU·
canismo da mente, onde constrói diferente. É como se fosse um siste· blicações e ganhar um pouco mais de
muito engenhosamente uma série de ma de arquivos para guardar infor· direitos autorais. O que De Sono
modelos concretos, formados por mações de uma maneira determinada. realmente está escrevendo nesta obra
alfinetes, pel fcuias de plástico, água, Apenas após desenvolver um sistema é um conceito muito criativo que
gelatina, e assim por diante, com o de cruzamento de ínformaçiíes no p~rrnite a um pensador executar uma
int-uito de mostrar isoladamente o dado sistema, é que se poderá pensar coisa por vez. Será capaz de separar
comportamento do cérebro. em novas maneiras de usá-lo. emoção da lógica, criatividade da in·
Criatividade, conforme o autor, é formação, e assim por diante. Isto
Sua teoria é baseada nos padrões um tipo de pensamento "lateral'~, parque a principal dificuldade do
mentais, compostos por conjuntos de diffcil de desenvolver, porque é con· <~pensar" é a confusão. uNós tenta-
conhecimentos, sensações ou expe- trárío aos hábitos tradicionais de pen· mos fazer muito de uma vez." Emo~
riências que são formados na nossa sarnento lógico que têm sido consi· ções, informação, lógica, crença e
"super! lcie·memória especial". t derados úteís. Por exemplo, no criatividade, misturando~se, atrapa~
como se fosse uma "folha de papel pensamento tradicional lógico, é lham-se mutuamente. Disciplinando
com coisas escritas nela; o pepelestá essencialmente necessário estar certo esta tendência, coloca-se um chapéu
no escuro e sobre ele move~se uma em cada passo, enquanto que no pen- de cada vez, ficando, assim, definido
pequena !uzt como a luz de uma tan~ samento ulaterallt isto não é impor· um certo tipo de pensar.
terna. As pelavras iluminadas pela tanto. Este procedimento, uma vez assi·
lanterna siO lidas, e representam a in- milad0 1 é útil tanto para uma pessoa
formação armazenada no cérebro". Em muitos de seus Iivros, como pensando individualmente, quanto
O pensamento laUJral, O pensament:D em grupo, onde existe ainda a vanta-
O enfoque que De Bano deu per· prático, O uso do pensamento lateral, gem adicional da linguagem comum e
mite explicar vários aspectos do fun· De Sono mostra a importância e ma- da disciplina que isto traz.
cionamento do cérebro, tais como: neiras de escapar de atitudes que ini-
bem o processo envolvido na criati· Cada um dos seis chapéus pen-
• a caracterrstíca de ser um sistema vidade. · santes possui uma cor. Assim,
pessivo, auto-aducável e auto-organi-
zável, capaz de um efetivo processa· "Idéias são espetáculos através dos - chapéu branco: traz fatos puros,
menta de informações por meio de quais olhamos os dedos para ver as dados e informações puras;
poucas operações básicas. informações." A informação é inútil
até que a olhemos através de uma - chapéu vermelho: traz emoções e
• proci»SSs como "tomar consciên· idéia - somente a pertir de entlo I! sentimentos, além de Intuição e im·
cia"', "direção da atenção~~. upensaw que tal informação será útil. pressões;

Resenha bil>liogrdF!Ca 59
- chapéu preto: sugere o julgamento Resumindo a finalidade dos "seis · nismo atuando no hipotálamo, e que
negativo-, o por que algo não irá chapéus - pensantes", pode ser dito podem afetar o comportamento hu-
funcionar; que: mano {e mesmo o dos animais). É
também sabido que respostas fisioló·
- chapéu amarelo: traz otimismo, .es- • o método define papéis, e isto per- gicas podem ser alteradas através de
clarecimento, confiança; mite contornar o bloqueio do medo um processo normal de condiciona-
de ser ridicularizado. Os chapéus per- mento, como foi mostrado por
- chapéu verde: estimula a criativida- mitem que coisas sejam ditas e feitas, Pavlov. É possível, conforme De
de, movimento, provocação e geração sem arranhar o ego dos present_es; Bano, que, com o tempo, os seis cha-
de idéias; péus pensantes adquiram o status de
• o método dirige a atenção. Se o ato um sinal de condicionamento, que es-
- chapéu azul: corresponde ao plane- de pensar deve ser mais que reativo, timulem uma substância química
jamento e controle do pensar, e tam- deve ser encontrada uma maneira de adequada no cérebro e, conseqüente-
bém dos demais chapéus. dirigir a atenção para um aspecto de mente, que afetem nosso ato de
cada vez. O método permite dirigir pensar;
O livro é composto de frases cur- a atenção para seis diferentes aspec-
tas, fácil de ler e traz como caracte- tos, um de cada vez; • o estabelecimento das regras do jo-
rística, assim como os demais de De go constitui um fato muito importan-
Bono, a ausência de citações de ou- • a conveniência constitui um enor- te, pois as pessoas gostam disso, ao
tros autores, incluindo a bibliografia. me valor do método. Fica muito fácil mesmo tempo que traz uma estrutu-
São 207 páginas dispostas em 47 ca- pedir a alguém ou a nós mesmos que ração maior à maneira de pensar.
p(tulos curtos e bastante repetitivos; paremos de ser negativos. Numa dis-
40 deles tratam das características de .é-Ússão ou reunião, torna-se de um va-
cada chapéu, enquanto que os demais lor maior ainda, pois garante um an-
justificam o sistema, sendo que ape- damento suave e sem trombadas
_João Mário Csíllag
nas u·m deles comenta o sistema ativo entre seus participantes;
Engenheiro aeronáutico pelo /TA, Doutor
do cérebro, que permite a reorganiza- em administração de empresas pela FGV,
ção das informações que chegam, em • é fato conhecido que existem subs- professor na EAESP/FGVe consultor
função das que já existiam. tâncias químicas liberadas pelo orga- na área de produtividade.

Os Porquês
nas Relações·Sociais
Com esta obra, o Prof. Dela Coleta, Doutor em Psicologia e
psicólogo do ISOP - Instituto Superior de Estudos e Pesquisas
Psicossociais, da FGV, fornece um acervo organizado de
c_onhecimentos sobre o processo de atribuição de - _
causalidade, tema palpitante da Psicologia Social atual, de
grande interesse para estudiosos no assunto, sobretudo
psicólogos de diversas áreas e estudantes de pós-graduação
em psicologia. -
Compreende 1O abordagens teóricas da atribuição de
casualidade. Um livro para facilitar e incrementar os estudos
e pesquisas nesta área no rneio brasileiro

Atribuição de Causalidade, teoria e-- pesquisa


José Augusto Dela Coleta
154 p
Nas lívnu:ia-s da FGV :· Ou pelo Reembolso Postal
'Rio - · Praia de Botafogo, 188 À FGV /Editora - Divisão de Vendas
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i Bras(] ia - CLS 104 â"ldco A ·

60 Revista de Administração de Empresas

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