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Guia do Kit de
Desenvolvimento na Primeira Infância
Manual do Kit de Educação do UNICEF
Guia do Kit de
Desenvolvimento na Primeira Infância
Manual do Kit de Educação do UNICEF
INTRODUÇÃO
O Manual de Educação em Emergências (EeE) do UNICEF é uma ferramenta que disponibiliza formação e orientação curricular em apoio aos
kits de educação pré-embalados do UNICEF. Esta é a primeira versão do manual e foi testado no campo apenas parcialmente.
Consequentemente, todo o feedback é importante e bem-vindo para ajudar a informar a revisão prevista. Por favor, comunique à Unidade
de Educação da Divisão de Aprovisionamento do UNICEF todas as contribuições, críticas e sugestões relevantes.
O manual está disponível em francês e em inglês. Cada kit de educação enviado pela Divisão de Aprovisionamento conterá o respetivo
módulo. O Módulo Um, módulo de orientação geral, estará disponível mediante solicitação, ou no sítio da Internet do UNICEF, juntamente
com os outros módulos.
AGRADECIMENTOS
O Manual foi elaborado durante dezoito meses pelo pessoal do UNICEF das Secções de Educação do Programa, em Nova Iorque e Genebra,
e pela Divisão de Aprovisionamento em Copenhaga. O presente documento foi elaborado através de um processo consultivo liderado por
um consultor orientado pelo grupo de referência composto por funcionários do UNICEF dos Escritórios do País, dos Escritórios Regionais e
das Sedes. Foi também analisado de forma independente durante as várias fases por outros funcionários do UNICEF. Um agradecimento
especial é endereçado a todos que apoiaram este projecto.
Gestores do Projecto: Sra. Pilar Aguilar, Consultara de Educação Sénior na UNICEF em Genebra e Sr. Chris Cormency, Director do Centro
de Água, Saneamento e Educação (CASE), Divisão de Aprovisionamento, UNICEF, em Copenhaga
Autora: Sra. Miresi Busana
Editado, produzido e distribuído por CASE.
Primeira Edição, 2013
TERMINOLOGIA CHAVE
Definição de Criança: Os termos criança e crianças referem-se a todas as crianças e jovens do nascimento aos 18 anos, conforme
especificado na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança. Se for visada uma determinada faixa etária de crianças, será
esclarecido no texto.
Faixas etárias: É importante destacar que as faixas etárias podem variar de acordo com o contexto e a cultura. Explicitamente, o Manual
destina-se às seguintes faixas:
1) Lactentes, crianças pequenas e crianças em idade pré-escolar, aproximadamente do nascimento aos sete/oito anos.
2) Adolescentes jovens entre dez e catorze anos.
3) Adolescentes mais velhos entre 15 e 19 anos.
4) Jovens são adolescentes e jovens adultos com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos (Referência: Definições das Nações
Unidas).
Definição de Aluno(s) e Estudante(s): O(s) termo(s) aluno(s) e estudante(s) refere(m)-se à(s) criança(s) a quem o professor ensina. Eles
são permutáveis.
Definição de Instutor(es), Prestador(es) de Cuidados e Professor(es): O(s) termo(s) instutor(es) refere(m)-se ao pessoal que realiza
actividades recreativas semi-estruturadas (Módulo Dois). O(s) termo(s) prestador(es) de cuidados refere(m)-se ao pessoal que realiza
actividades educativas para a primeira infância (Módulo Três). O(s) termo(s) professor(es) refere(m)-se ao pessoal que implementa o ensino
primário básico e a matemática e as ciências básicas (Módulo Quatro, Módulo Cinco e Módulo Seis). NOTA Voluntários são membros
da comunidade local que não são pagos que ajudam voluntariamente na realização das actividades. Eles não são funcionários, mas devem
assinar o Código de Conduta.
Definição de Formador(es): O(s) termo(s) formador(es) refere(em)-se ao pessoal que presta a formação aos instrutores, prestador(es) de
cuidados e professores (Módulo Um).
Definição de Formando(s): O(s) termo(s) formando(s) refer(em)-se a quem recebe formação. Podem ser: (1) formadores durante a
Formação de Formadores (FDF); ou (2) instrutores, prestador(es) de cuidados e/ou professores que recebem a formação de formadores.
Definição de Espaço(s)/Ambiente(s) Amigo(s) da Criança: O(s) termo(s) Espaço(s)/Ambiente(s) Amigo(s) da Criança (E/AACs) é/são
utilizado(s) no sentido lato. É importante destacar que existe muita bibliografia e em elaboração sobre a(s) definição(ões) de E/AACs que
envolve várias disciplinas. Também a terminologia utilizada para mencionar E/AACs pode variar entre as agências. No Manual, o(s) termo(s)
E/AAC(s) pode(m) referir-se a:
O(s) E/AAC(s), que são ‘locais concebidos e operados de forma participativa, onde as crianças afectadas por desastres naturais ou
conflitos armados podem usufruir de um ambiente seguro, onde se pode disponibilizar programação integrada, incluindo
representação, recreação, educação, saúde e apoio psicossocial, e de informação sobre serviços/apoios. Em geral, os Espaços Amigos
da Criança referem-se a respostas relativamente curtas de programas de médio prazo. Frequentemente operam em tendas e/ou
estruturas temporárias (p.e., em escolas, debaixo de uma árvore ou num edifício desocupado).’ UNICEF, 2009, ‘A Practical Guide for
Developing Child-Friendly Spaces’, p.9.
Espaços de Aprendizagem Temporária (EAT) que são preparados imediatamente após a emergência.
Espaços de Aprendizagem Alternativos (EAA) que podem ser ‘preparados em qualquer local de acordo com o contexto. Espaços de
aprendizagem alternativos podem ser igrejas, mesquitas, templos, salas públicas, salas no escritório do chefe da comunidade, bibliotecas,
recintos, terras alocadas e um quarto não utilizado em casa privada ou até mesmo um barco’. UNICEF, 2009, Child Friendly Schools
Manual’, Capítulo 4, p.22.
Escolas existentes ou reabilitadas.
Escolas Amigas da Criança (EAC), conforme em UNICEF, 2009, ‘Child Friendly Schools Manual’.
Três documentos de referência chave podem ser descarregados no sítio da Internet do UNICEF para mais Informação sobre Espaços Amigos
da Criança: (1) ‘A Practical Guide for Developing Child-Friendly Spaces’, UNICEF, 2009; (2) ‘Guidelines for Child Friendly Spaces in
Emergencies’, 2011, versão de teste de campo elaborada e revista por Grupo Global de Educação, Cluster Global de Proteção, INEE e IASC;
(3) ‘Child Friendly Schools Manual’, UNICEF, 2009, Nova Iorque.
2. FORMAÇÃO Disponibiliza indicações sobre como transmitir as MENSAGENS CHAVE durante a sessão de
formação.
5. RESULTADOS DA Indica o que se prevê que seja aprendido. Pode ajudar na monitorização e avaliação do
APRENDIZAGEM progresso da aprendizagem.
9. AMOSTRAS São exemplos do que se prevê que professores e prestador(es) de cuidados devem fazer.
10. O TEU PAPEL Resume o que se espera do formador em Módulo Um e dos instrutores, prestador(es) de
cuidados e professores em Modules Dois, Três, Quatro, Cinco e Seis.
12. LISTA DE VERIFICAÇÃO Indica pontos importantes a considerar antes e durante a realização das actividades.
INTRODUÇÃO AO TEXTO
1. Fundamentação do Manual de EeE
O direito à educação fica em maior risco durante as emergências e durante o período de transição após a crise. Nos países afectados por
conflitos, 28 milhões de crianças em idade escolar não frequentavam a escola em 2011, 42% do total mundial. Apenas 79% dos jovens
recebem literacia nos países afectados por conflitos, comparando com os 93% de outros países pobres. Além disso, as crianças que vivem
em zonas de conflito têm duas vezes mais probabilidade de morrer antes dos cinco anos do que as crianças de outros países pobres.
Os Compromissos Básicos com as Crianças (CBCs) na Acção Humanitária constituem a principal política humanitária do UNICEF para defender
os direitos das crianças afectadas pela crise humanitária. Constituem o quadro da acção humanitária em torno do qual a UNICEF procura
envolver-se com os parceiros. Os CBC actualizados continuam a promover acções humanitárias colectivas previsíveis, eficazes e atempadas
e a delinear com clareza as áreas onde a UNICEF pode contribuir melhor para os resultados, incluindo da educação.
Além disso, a Rede Inter-Agências para a Educação em Emergências (INEE) elaborou o Manual de Normas Mínimas. O Manual destina-se a
disponibilizar aos governos e aos trabalhadores humanitários as ferramentas necessárias para abordar o movimento de Educação para Todos
e os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs) das Nações Unidas. É o primeiro passo para garantir que as iniciativas de educação
em situações de emergência disponibilizem uma base sólida e boa para a reconstrução após o conflito e após os desastres. Ambas as
ferramentas têm sido complementares e importantes na preparação e resposta da Reforma Humanitária do Comité Permanente Inter-
agências (IASC) lançada em 2005, que estabelece a abordagem do grupo da educação.
A UNICEF acredita que a educação não é apenas um direito humano básico, é uma estratégia fundamental para apoiar a recuperação. Ela
não só restabelece a escolarização e os respectivos benefícios para as pessoas afectadas, mas também ajuda os países a transformarem e a
reconstruírem as instituições e os sistemas destruídos durante a emergência. O restabelecimento da educação após a emergência não só
salvaguarda o direito fundamental das crianças à educação, mas também desempenha um papel importante na normalização do seu
ambiente. Isso ajuda as crianças a superarem o impacto psicossocial dos desastres e dos conflitos.
Com a introdução da primeira Iniciativa IRE apoiada pela UNICEF após o genocídio no Ruanda em 1994, estas iniciativas passaram a ser a
primeira resposta e estratégia eficazes para a facilitação do acesso a ambientes de aprendizagem abrigados para cerca de 27 milhões de
crianças afectadas por conflitos e desastres naturais. Estas iniciativas foram implementadas com grande sucesso em mais de 55 países durante
o período de 1994-2012, incluindo Afeganistão, Costa do Marfim, Haiti, Líbano, Estado da Palestina, Sudão do Sul e Uganda. As Iniciativas
IRE caracterizam-se por: 1) estabelecer metas possíveis do número de crianças a regressar a alguma forma de educação, o mais rápido
possível, após o início da emergência; 2) distribuir rapidamente material de educação na forma de kits, bem como material de ensino e
aprendizagem para ajudar no recomeço da educação; 3) estabelecer algum tipo de infraestruturas de aprendizagem temporária
conforme necessário, combinando com a reparação rápida das escolas danificadas; e 4) esforços intensos de advocacia, comunicação e
sensibilização social junto de governos, comunidades, doadores e organizações parceiras.
O Manual destina-se a disponibilizar formação e orientação curricular relacionadas com os materiais ou kits pré-embalados existentes.
Pretende fortalecer o impacto do UNICEF desde a primeira resposta inicial do material pedagógico para promover a aprendizagem, o
crescimento e o desenvolvimento. Com o Manual, os kits de educação e a formação de professores adequada, será possível alargar a utilidade
dos kits individuais, melhorar a qualidade da resposta da educação inicial das iniciativas IRE.
2. Objectivos do Manual
a) Disponibilizar orientações curriculares e instruções sobre como utilizar os materiais didácticos contidos nos kits para professores,
prestador(es) de cuidados e instrutores que trabalham em contextos de emergência. Uma cópia impressa de cada currículo encontra-
se no respectivo kit.
b) Apresentar orientações de formação para formadores envolvidos na resposta à emergência.
O Manual completo está disponível para descarregado através do sítio da Internet do UNICEF.
MÓDULO CINCO Orientação do Kit de Matemática Kit de Matemática Básica (KMB) Professores
MÓDULO SEIS Orientação do Kit de Ciências Kit de Ciências Básicas (KCB) Professores
a) Actores envolvidos na preparação e coordenação da resposta da educação às emergências. Estes actores são responsáveis
por comprar material didáctico, identificar e instalar espaços de aprendizagem e prestar formação de formadores, professores,
prestador(es) de cuidados e instrutores de acordo com as necessidades e prioridades do contexto. São funcionários do UNICEF Sede,
dos Escritórios Regionais e/ou dos Países, Pontos Focais e representantes do Ministério da Educação (MDE) ou outras Autoridades de
Educação envolvidas na preparação e coordenação da resposta da educação em emergências. Podem ser membros do pessoal dos
Parceiros de Implementação (PI), tais como Organizações Não Governamentais Internacionais (ONGIs), Organizações Não
Governamentais Nacionais (ONGs) e Organizações Baseadas na Comunidade (CBCs) locais e/ou profissionais.
b) Formadores envolvidos na formação de professores, prestador(es) de cuidados e instrutores antes (formão inicial) e também
possivelmente durante (formação em exercício) a resposta à emergência, de acordo com as necessidades específicas do contexto.
Normalmente, os formadores de EeE/C são formados com antecedência e colocados estrategicamente, por exemplo, nos Escritórios
Regionais, a fim de prestarem resposta rápida às emergências.
c) Professores, prestador(es) de cuidados e instrutores que implementam directamente os currículos da EeE com o apoio do
material didáctico contidos no respectivo kit de educação.
A resposta da educação em situações de emergência do UNICEF tem uma ‘abordagem faseada’. A Caixa 2 a seguir apresenta a vista geral
por fases. É importante destacar que o Manual pode também ser utilizado em ambientes que não sejam de emergência.
O Currículo Não Formal da EeE/C apresenta diferentes tipos de educação de acordo com o contexto e as necessidades específicos.
Educação Formal refere-se ao sistema nacional de educação do país implementado e gerido pelo Ministério da Educação (MDE) ou por
outras Autoridades de Educação. A educação formal implica a existência de currículos nacionais e respetivos manuais. O Ensino da Matemática
Básica (Módulo 5) e o Ensino das Ciências Básicas (Módulo 6) destinam-se a ser um apoio extra aos currículos e manuais de referência
existentes.
Educação Não Formal (ENF) tem como alvo grupos desfavorecidos específicos que, devido às suas circunstâncias, necessitam de
programas educativos ad-hoc e adaptados. Os Programas de Aprendizagem Alternativos (PAA) para Refugiados e Deslocados Internos (IDPs)
são um exemplo de ENF. Os programas de ENF não são uma alternativa à educação formal. A Educação para o Desenvolvimento na Primeira
Infância (Módulo Três) e o Ensino Primário Básico (Módulo 4) são também programas de ENF.
Educação Informal é complementar aos Programas de Educação Formal e Não Formal. O Educação Informal apresenta actividades
extracurriculares em ambientes informais, tais como clubes de jovens ou grupos informais. As actividades do Educação Informal não são
realizadas durante as horas da Educação Formal ou Não Formal. A Educação Informal não é um substituto para a Educação Formal ou Não
Formal. As Actividades Recreativas (Módulo Dois) proporcionam actividades do Educação Informal.
A distribuição dos kits de educação do UNICEF está de acordo com as diferentes fases da emergência. A CAIXA 4 a seguir apresenta a vista
geral indicativa da distribuição dos kits por fases.
Formação de Formadores (FDF): Os formadores são formados sobre como preparar e prestar a formação a instrutores, prestador(es) de
cuidados e professores. O Módulo Um apresenta as orientações para a formação relacionadas com os Currículos EeE/C. Segundo o Manual,
os formadores são identificados e formados durante a fase de preparação.
Formação de Instrutores, Prestador(es) de cuidados e Professores: Os instrutores, prestador(es) de cuidados e professores
que implementam os currículos EeE/C devem receber formação inicial que pode ser seguida por formação em exercício de acordo com
as necessidades e contexto específicos. Os instrutores, prestador(es) de cuidados e professores são formados no MÓDULO específico
que irão implementar. Os instrutores serão formados no Módulo Dois, os prestador(es) de cuidados serão formados no Módulo Três e
os professores serão formados nos Módulos Quatro, Cinco ou Seis.
EDUCAÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO NA
PRIMEIRA INFÂNCIA (DPI)
RESULATADOS DA Bem-vindo ao Módulo Três do Manual de Educação em Emergências (EeE) do
APRENDIZAGEM
UNICEF. No presente módulo aprenderá a implementar o Currículo de
No fim do Módulo Três será capaz de: Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI) com o apoio do Kit de Educação do
1. Identificar o conteúdo do Kit de UNICEF para o Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI) no contexto de emergência
Desenvolvimento na Primeira e de crise. O Currículo do DPI do UNICEF visa crianças do nascimento aos 8 anos.
Infância (DPI) do UNICEF
Cada kit de educação disponibiliza materiais pedagógicos para aproximadamente 50
2. Demonstrar como realizar
actividades de aprendizagem, crianças. O Currículo e o Kit DPI são também adequados para ambientes com recursos
utilizando as ferramentas do Kit educativos limitados.
DPI
3. Demonstrar como realizar
Está prestes a desempenhar um papel importante na vida de muitas crianças
actividades psicossociais
4. Demonstrar como realizar pequenas que se encontram em circunstâncias difíceis e novas, quer porque vivem
actividades de protecção da em zonas de conflito quer porque sobreviveram a um desastre natural. Muitas destas
criança
crianças viveram eventos traumáticos e angustiantes que mudaram a sua vida de
5. Identificar e transmitir
mensagens que salvam vidas repente. É muito provável que tenha vivido os mesmos eventos.
relevantes para o contexto e
cultura Pode já ter alguma experiência em cuidar de crianças pequenas, ou pode ser
principiante. O objectivo do presente módulo é disponibilizar orientações práticas e
NOTA ferramentas que o podem ajudar nas suas tarefas de prestador de cuidados DPI. No
Os PIs podem ser
Organizações Não-Governamentais entanto, o êxito das actividades previstas será determinado pelo seu envolvimento
locais (ONGs), Organizações com as famílias, a comunidade e as autoridades locais, pela sua capacidade de lidar
Baseadas na Comunidade (OBCs)
e/ou representantes das autoridades positivamente com os desafios que irá enfrentar e pela sua dedicação ao bem-estar
locais da educação que colaboram
das crianças ao seu cuidado.
com o UNICEF na implementação
das intervenções de DPI.
Trabalhará em estreita colaboração com outros prestadores de cuidados, pais,
NOTA membros da comunidade, autoridades locais e outro pessoal de apoio, para facilitar
Os funcionários do
UNICEF podem participar nos a boa gestão do Espaço/Ambiente Amigo da Criança (E/AAC). Além disso, colaborará
programas de educação, protecção, com o pessoal do UNICEF e/ou com os Parceiros de Implementação (PIs) designados
água e saneamento (WASH) e abrigo.
pela UNICEF. É provável que muitos dos desafios que irá encontrar não se resolverão
imediatamente, portanto, a sua paciência, criatividade e iniciativa percorrerão um
NOTA longo caminho para garantir que os seus esforços sejam bem-sucedidos.
Este módulo faz parte do
Manual de EeE doUNICEF e requer
a sua participação no workshop de Por favor, utilize as orientações a seguir na sua melhor capacidade e utilize a sua
formação de professores.
melhor opinião na aplicação ao seu contexto. Obrigado pela sua valiosa contribuição!
UNIDADE QUATRO: ACTIVIDADES RELACIONADAS COM MENSAGENS QUE SALVAM VIDAS ............................................ 45
ACTIVIDADE UM: Mensagens educativas e actividades de aprendizagem que podem prevenir ou
mitigar situações de risco ......................................................................................................................................................................................................... 46
Actividades de desminagem de minas e de explosivos remanescentes da guerra (ERW) ......................................................................... 46
Actividades de Redução do Risco de Desastres (RRD) ........................................................................................................................................ 47
Desenvolver o ‘Manter o plano de segurança’ ...................................................................................................................................................... 48
Actividades de promoção de saúde ......................................................................................................................................................................... 51
ACTIVIDADE DOIS: Actividades de paz e de reconciliação ............................................................................................................................................ 52
TABELA DE FIGURAS
FIGURA 1: Como utilizar a fiada de contas para estimular os lactentes .............................................................................................................................. 14
FIGURA 2: Mão previamente cortadas ......................................................................................................................................................................................... 25
FIGURA 3: Campo de jogo do jogo de cooperação ................................................................................................................................................................ 54
TABELA DE TABELAS
TABELA 1: Lista de material contido no Kit de Educação para o Desenvolvimento na
Primeira Infância (DPI) do UNICEF ................................................................................................................................................................................................... 5
TABELA 2: Rácio de supervisão adulto/criança .......................................................................................................................................................................... 38
TABELA 3: Exercícios de combate a incêndio e instruções para emergências .................................................................................................................. 48
ACTIVIDADE UM:
Que material de ensino e de aprendizagem posso encontrar no Kit
DPI do UNICEF?
NOTA
É possível que alguns dos A tabela a seguir apresenta a lista dos materiais contidos no KIT DPI do UNICEF. Ela
UNIDADE UM
itens registados na Tabela 1 não
sejam os mesmos que recebeu. A
inclui a figura, a quantidade e uma breve descrição de cada material. Leia
sua tarefa é identificar e registar os cuidadosamente e verifique para garantir que constam todos os materiais na caixa que
itens e as quantidades que recebeu, recebeu. Reserve tempo para contar os materiais e familiarizar-se com o conteúdo.
para que possa controlar os
materiais e reabastecer, se
necessário.
2 Lápis de cor 144 lápis de cor Uso: Para actividades artísticas e de artesanato
para crianças de 2 a 6 anos.
3 Lápis de cera Jumbo, 48 lápis de cera grandes de cores Uso: Para actividades artísticas e de artesanato
grande sortidas para crianças de 2 a 3 anos.
4 Lápis de cera normal 24 lápis de cera normal de cores Uso: Para actividades artísticas e de artesanato
sortidas para crianças de 3 a 6 anos.
7 Borrachas macias 20 borrachas macias para lápis Uso: Adequado para crianças em idade pré-
escolar.
8 Tesouras com 10 tesouras com segurança Uso: Para actividades artísticas e de artesanato
segurança para crianças de 3 a 8 anos.
9 Rolo de papel branco 1 rolo de papel branco liso Uso: Para actividades artísticas e de artesanato,
liso escrever escalas de serviço e horários das
actividades, e para utilizar como papel de
desenho para desenhos grandes.
10 Blocos de papel a 10 blocos de 50 folhas de tamanho Uso: Para actividades artísticas e de artesanato
cores A4 as papel de desenho e cartazes de aviso.
11 Fita-cola transparente 20 peças de fita-cola transparente Uso: Para afixar desenhos e cartazes na parede e
para actividades artísticas e de artesanato.
12 Plasticina 40 peças de plasticina a cores sortidas Uso: Para realizar actividades para crianças de2
a 8 anos.
13 Cola 1 frasco de cola (170 ml) Uso: Para colagens e actividades artísticas e de
artesanato para crianças de 2 a 8 anos.
Material de leitura
14 Livro em papelão 1 livro em papelão Livro em papelão adequado para contar histórias
a crianças de 0 a 3 anos.
16 Puzzle com peças de 24 peças de puzzle com peças de Uso: Para realizar actividades para crianças de 3
madeira madeira a 6 anos.
17 Círculo de contagem 20 peças de madeira desmontáveis Uso: Para realizar actividades para crianças de 4
a 8 anos. Adequado para actividades de
numeracia pré-escolar.
18 Puzzle em cadeia 5 peças de madeira de cores Uso: Para realizar actividades para crianças de 1
diferentes a 2 anos.
19 Puzzle de blocos 12 blocos com figuras diferentes em Uso: Para realizar actividades para crianças de 3
cada lado a 6 anos.
20 Caixa de formas 1 caixa de plástico com peças de 5 Uso: Para realizar actividades para crianças de 6
cm com cores e formas diferentes meses a 6 anos.
21 Jogo de empilhar e 19 peças com formas e cores Uso: Para realizar actividades para crianças de 6
agrupar diferentes meses a 6 anos.
22 Jogo de dominó 28 peças de plástico com pontos com Uso: Para realizar actividades para crianças de 3
cores coordenadas a 8 anos. Adequado para actividades de
numeracia pré-escolar.
23 Fiada de contas 50 contas de madeira de cores e Uso: Criar brinquedos para lactentes e para
formas diferentes realizar actividades para crianças de 3 a 8 anos.
24 Jogo de memória 32 cartões com diferentes figuras de Uso: Para realizar actividades para crianças de 2 a
emparelhamento 8 anos.
UNIDADE UM
25 Puzzle de tabuleiro 1 tabuleiro e 8 peças de madeira sem Uso: Para realizar actividades para crianças de 0 a
pinos 3 anos.
26 Bolas de esponja 5 bolas de esponja com cores sortidas Uso: Para realizar actividades para crianças de 0 a
8 anos.
Actividades de expressão
Uso: Para contar histórias e realizar actividades
27 Marionetes de animais 6 marionetes de animais de mão
para crianças de 0 a 8 anos.
de mão macias
Recipiente plástico de 5 recipientes de água em PVC de 10 Uso: Para armazenar água potável segura para as
30
água litros crianças.
Cadernos de exercícios 10 cadernos de exercícios de 96 Uso: Para manutenção de registos, por exemplo,
31
páginas para registar o nome das crianças e marcar a
presença diária e também para tomar nota.
Canetas pretas
32 10 esferográficas pretas Uso: Para escrever em papel.
Autocolantes de 2 autocolantes transferíveis do UNICEF Uso: Para marcar, onde adequado e seguro, a
33
decalque do UNICEF propriedade do UNICEF.
Marcadores de flip chart 8 marcadores de flip chart com cores Uso: Para escrever em flip charts e papel. Não são
35
sortidas para ser utilizados em quadro preto.
36 Caixa de metal 1 caixa de metal com 2 cadeados de Uso: Para guardar com segurança os materiais
código do Kit DPI.
37 Sacos 5 sacos com o logótipo do UNICEF Uso: Para o(s) prestador(es) de cuidados do DPI
transportar(em) e/ou guardar materiais.
O SEU PAPEL é certificar-se de que os materiais de DPI estão disponíveis para todas
as crianças, que são utilizados regularmente e que não são perdidos, roubados ou
danificados intencionalmente.
Para prolongar a vida útil dos Kits DPI e usufruí-los por mais tempo, faça a verificação dos materiais
do Kit DPI uma rotina e mantenha o seu registo. Se algo faltar, pergunte às crianças e aos
REFLEXÃO: Está familiarizado com voluntários se sabem onde os estão itens. Por vezes, é fácil colocar as coisas num local errado,
os itens do Kit DPI do UNICEF?
Existem itens que não tem a certeza especialmente se estiver com pressa de arrumar o local. Certifique-se de que as crianças não levam
de como utilizar nas actividades de
peças dos brinquedos para casa, é muito fácil as crianças colocarem pequenos objectos nos bolsos
UNIDADE UM
aprendizagem? Discuta isso com os
seus colegas (outros prestadores de e esquecerem-se deles. Faça uma rotina, pedir às crianças e aos voluntários para voltarem a pôr
os materiais na caixa após uso. É muito provável que depois de algum tempo os itens fiquem
cuidados) e/ou funcionários do
UNICEF ou PIs.
sujos, porque as crianças gostam de tocar e de os explorar. Lave os brinquedos regularmente e
peça às crianças para lavarem as mãos antes de brincarem com eles, especialmente se for logo
NOTA
Lembre-se de NÃO deixar depois de comer. Isso promoverá a higiene pessoal e desenvolverá também o sentido de cuidado.
os materiais ao ar livre, porque a
chuva, as altas temperaturas e o
orvalho podem provocar danos.
ACTIVIDADE DOIS:
Como utilizar os materiais de ensino e aprendizagem do KIT DPI do UNICEF
na realização das actividades?
O objectivo do Kit DPI e do currículo é disponibilizar materiais essenciais que podem ajudar a
desenvolver actividades de aprendizagem, psicossociais e de protecção da criança e comunicar
mensagens que salvam vidas às crianças. Na secção a seguir, encontra ideias sobre como utilizar
os conteúdos do Kit DPI para realizar actividades adequadas para crianças entre o nascimento e
aproximadamente 8 anos.
O SEU PAPEL é utilizar os materiais para realizar actividades que respeitem e envolvam a
cultura local e que sejam relevantes para as crianças alvo em situações de emergência e de
crise.
Material: Livro em papelão, blocos de puzzle ou a puzzle com peças de madeira, papel, lápis
NOTA Adapte as actividades de de cera Jumbo para crianças mais pequenas, lápis de cera e lápis de cor para crianças mais
acordo com a faixa etária.
velhas.
Idade: Crianças pequenas e crianças em idade pré-escolar.
Aprendizagem: Desenvolver a imaginação das crianças e a sua capacidade de desenhar e
colorir.
O que pode fazer:
NOTA
Também pode copiar as
Sente-se num grupo e coloque o livro em papelão ou as figuras dos blocos do puzzle
figuras do livro em papelão para o ou puzzle com peças de madeira à frente das crianças. Pergunte às crianças o que
papel e convidar as crianças para
pintarem.
vêem no livro em papelão ou nas figuras dos blocos do puzzle ou no puzzle com
peças de madeira.
Convide as crianças a descrever as figuras detalhadamente.
Peça às crianças para contarem uma história sobre as figuras.
Peça às crianças para desenharem a história utilizando lápis de cera e papel.
Material: Plasticina.
Idade: Bebés, crianças pequenas e crianças em idade pré-escolar.
Aprendizagem: Desenvolver a criatividade das crianças, o manuseamento (tocar) dos
materiais e a capacidade de criar figuras e formas.
UNIDADE UM
se de que eles não a põem na boca. conchas, folhas e galhos pequenos. Pode utilizar materiais reciclados, tais como tampas
de garrafas, garrafas de plástico e recipientes para reproduzir formas.
Encene uma história. Convide as crianças a usarem a plasticina para reproduzir os
NOTA
Certifique-se de que as personagens da sua história favorita e use-os para criar diálogos que envolvem os
crianças não engolem a plasticina. personagens de plasticina. A plasticina pode também ser utilizada para moldar carros,
árvores e casas, para apoiar a narração da história.
ACTIVIDADES RECREATIVAS
Aqui pode encontrar sugestões sobre como utilizar os brinquedos listados na Actividade Um da
presente Unidade para realizar actividades de acordo com as faixas etárias. Além disso, pode
encontrar ideias sobre como realizar actividades recreativas ao ar livre e dentro de casa.
UNIDADE UM
Actividade 1 com brinquedo: Brincar com o puzzle de tabuleiro sem pinos
Idade: 0 a 3 anos.
Aprendizagem: Desenvolver a capacidade dos bebés utilizarem os olhos para chegar e
pegar em objectos de diferentes formas, texturas e tamanhos.
O que pode fazer:
NOTA
Certifique-se que o bebé Incentive o bebé a tirar as peças do puzzle e a segurá-las. Deixe o bebé brincar com
não coloca as peças na boca.
as diferentes peças e a senti-las nos seus dedos.
Permita que o bebé combine com as figuras das peças do puzzle.
Converse com as crianças e refira-se às cores, figuras e formas do puzzle.
Esconda uma das peças do puzzle debaixo de um pano. Fale sobre o que está a
fazer. Peça ao bebé para o encontrar.
Componha uma história sobre as diferentes figuras do puzzle.
Idade: 1 a 2 anos.
Aprendizagem: Desenvolver a capacidade dos bebés de usarem os olhos para chegar e
pegar em objectos de diferentes formas, texturas e tamanhos. Desenvolver a capacidade das
crianças pequenas de separar coisas e de reuni-las e começar a contar e apontar para as
NOTA
Certifique-se de que o cores.
bebé NÃO coloca as peças na
boca.
O que pode fazer:
Incentive o bebé a tirar as peças do puzzle e a segurá-las. Deixe o bebé brincar com
as diferentes peças e a senti-las com os dedos.
Retire o puzzle e coloque as peças num recipiente vazio. Deixe o bebé esvaziar o
recipiente e peça-lhe para as colocar de novo no recipiente.
Incentive a criança pequena a contar as peças do puzzle, enquanto brinca com elas.
Peça à criança para pegar em peças de cores diferentes.
Converse e componha histórias com cores, números e formas.
Idade: 0 a 3 anos.
Aprendizagem: Desenvolver a capacidade de coordenação mãos/olhos dos bebés e de
Idade: 0 a 3 anos.
Aprendizagem: Desenvolver a capacidade dos bebés colocarem objectos um por cima do
outro. As crianças pequenas aprendem tamanhos diferentes e podem comparar as peças mais
pequenas com as maiores.
UNIDADE UM
O que pode fazer:
Coloque um objecto à frente do bebé e empilhe outro no topo, enquanto ele observa.
Dê um ao bebé para empilhar. Fale sobre o que ele está a fazer e dê-lhe tempo para
explorar esses materiais livremente.
Coloque o kit de empilhamento no meio de um pequeno grupo de crianças e deixe-
os jogar livremente com os materiais. Observe como as crianças pequenas exploram
um novo objecto e deixe-as colocar os objectos em cima uns dos outros sozinha.
Fale sobre como os objectos são semelhantes. Fale sobre a cor, tamanho e forma de
cada objecto e como alguns são pequenos e outros são grandes. Mostre às crianças
como empilhar os objectos e observe se elas o imitam.
Peça às crianças para encontrarem todos os itens da mesma cor.
UNIDADE UM
adicionar e subtrair objectos.
10.
de cada peça.
Dê uma peça do puzzle a cada criança. Peça-lhes para encontrarem as peças
correspondentes à peça com 1 ponto, à peça com 2 pontos, etc.
Peça às crianças que completarem o puzzle do círculo, acrescentando cada par de
números por ordem. Dê às crianças muitos objectos práticos e pessoas à sua volta para
UNIDADE UM
contar.
Escreva os números de 1 a 10 nos cartões, utilizando papel e lápis de cera, um número
escrito por cartão.
Dê a cada criança um cartão e peça-lhe para encontrar a peça do puzzle com o mesmo
número de pontos.
NOTA O jogo pode parecer difícil Utilize cartões, peças de puzzle e outras crianças para ajudar as crianças a aprenderem
no início. Incentive e oriente as a adição e a subtração simples. Por exemplo: sente-se em círculo; peça a cinco crianças
crianças nas primeiras tentativas,
verá que elas aprendem muito para ficarem de pé; peça a uma criança para se sentar; peça às crianças para contarem:
rápido. Dê oportunidade no jogo com
Quantas crianças estão ainda de pé?
os seus colegas, isso tornará mais
fácil entender como se joga o jogo. Peça a uma criança para encontrar a peça do puzzle com 3 pontos. Peça a outra
criança para encontrar a peça com 2 pontos. Conte o número total de pontos. Quantos
tens agora? (5); Encontra a peça do puzzle com o número 5? Repita isso muitas vezes.
Componha músicas e versos, utilizando os números de 1 a 10.
ACTIVIDADES DE EXPRESSÃO
NOTA
Certifique-se de que as
crianças são supervisionadas Encenação: Envolva as crianças na representação de personagens das histórias. Convide-as a
permanentemente. Envolva os
voluntários da comunidade para reproduzir sons naturais, tais como do vento, do mar e das árvores. Isso estimula a sua
ajudarem na supervisão das imaginação e também envolvê-las-á activamente na exploração de seu ambiente.
crianças. Material: Marionetes de mão e de dedo.
NOTA
Certifique-se de que utiliza
Idade: Crianças pequenas e crianças em idade pré-escolar.
marionetes sensíveis à cultura. Em Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças interagirem com os colegas e adultos;
algumas culturas existem animais que
são sagrados ou proibidos estimular a imaginação das crianças e ajudá-las a se identificar com as marionetes e a recontar
culturalmente e, portanto, não são os eventos que viveram.
adequados para brincar.
Narração da história: Pode convidar uma pessoa idosa ou um dos pais para contar histórias
NOTA
Certifique-se de que as sobre a comunidade.
histórias são adequadas à faixa
etária. Acorde previamente o tema
da história com o orador convidado. Acompanhe as sessões de narração de histórias com sessões artísticas e de artesanato ou teatro,
quando as crianças souberem desenhar alguns dos personagens ou puderem encenar alguns
dos eventos mais importantes das histórias. Isso ajudará as crianças a reelaborarem com as suas
UNIDADE UM
palavras e figuras do que aprenderam da história.
ACTIVIDADE DE LEITURA
As actividades de leitura são o ideal quando pretende relaxar e acalmar as crianças. A leitura em
conjunto com as crianças é também uma forma divertida de estimular processos de
aprendizagem e de fortalecer a relação adulto/criança.
Livros: O Kit DPI contém um livro em papelão que pode utilizar para ler histórias para as
crianças. Outra possibilidade é criar os seus livros de leitura, utilizando materiais artísticos e de
artesanato do Kit DPI; desta forma pode adaptar a actividade à faixa etária e ao contexto.
Idade: 0 a 8 anos.
Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças ficarem emocional, física e
mentalmente relaxadas. As crianças aprendem a se envolverem com os adultos e a criar relações
fiáveis e significativas, enquanto desenvolvem a sua curiosidade.
O que pode fazer:
Incentive as crianças a virar as páginas, enquanto fala sobre as figuras do livro. Fale
com os bebés o máximo que puder. A partir dos 3 meses, os bebés desenvolvem um
melhor alcance de visão.
Repita lentamente as palavras das figuras e deixe as crianças observarem o movimento
dos seus lábios e as palavras que usa.
ACTIVIDADES
PSICOSSOCIAIS
ACTIVIDADE UM:
Actividades Psicossociais Artísticas e de Artesanato (a&c)
O SEU PAPEL é adaptar as actividades à faixa etária e garantir que sejam sensíveis
à cultura.
UNIDADE DOIS
Actividade Psicossocial A&C Um: O Nosso Círculo de Mãos
Idades: 2 a 8 anos.
Objectivo Psicossocial: Durante a crise, é importante que as crianças se sintam seguras
e sintam que pertencem à comunidade. O seu ambiente de aprendizagem pode-lhes
proporcionar uma comunidade ou espaço mais seguro e mais forte durante a emergência.
Recomenda-se que esta actividade seja realizada no primeiro dia ou na semana após ou
NOTA durante a situação de emergência. Ela constrói a comunidade, sentido de pertença,
As crianças mais pequenas
terão dificuldade em segurar nos segurança e ligação entre as crianças e os prestadores de cuidados/professores. Pode
lápis de cor. Dê às crianças de 2-4
também ser usada como ritual contínuo para trazer novas crianças para a turma.
anos os lápis de cera Jumbo maiores
e às crianças 4-6 anos de idade os Material: Papel de desenho branco, lápis de cera, lápis de cor, tesoura, cola, fita-cola.
Preparação: Antes de as crianças chegarem à sala de aula, trace o contorno da sua mão
lápis de cera normais e lápis de cor.
numa folha de papel de desenho branco. Utilize uma tesoura para cortar o desenho da
mão no papel para ter uma mão de papel de tamanho natural. Corte contornos de mão
suficientes para cada criança, prestador de cuidados e professor da turma. Por exemplo,
se houver 30 crianças e prestador de cuidados, tenha 30 mãos previamente cortadas para
toda a turma.
FASE 1: Convide as crianças a sentarem-se em círculo no chão. Sente-se no chão com elas.
NOTA
Se esta actividade for
realizada ao ar livre, utilize plástico ou FASE 2: Dê as boas-vindas às crianças à turma. Com entusiasmo e positividade, explique que
lona (plástico, se disponível) para se
está interessado em conhecer as crianças como pessoas e como grupo.
sentarem durante as actividades,
porque ajuda a definir a área segura FASE 3: Confirme que sabe que elas passaram por evento(s) difícil(eis), assustador(es) e
do grupo. confuso(s) e que existem mudanças nas suas vidas em casa e na sua comunidade.
FASE 4: Explique que este é um espaço seguro onde elas se podem sentir livres para brincar,
divertir-se, fazer perguntas, fazer amigos e receber apoio dos adultos e dos colegas.
FASE 5: Explique que para começar a se conhecerem uns aos outros, irão fazer algo em
conjunto.
NOTA
Incentive sempre as
FASE 6: Distribua os materiais artísticos e dê a cada criança e prestador de cuidados (incluindo
crianças a partilharem e a utilizarem você) uma mão de papel.
as cores que quiserem enquanto
desenham.
FASE 7: Convide as crianças a decorarem as mãos como quiserem. Elas podem escrever os
nomes, desenhar símbolos, linhas, colorir as mãos, traçar as mãos por dentro, etc.
FASE 8: Dê ao grupo cerca de 30 minutos para terminar as mãos.
FASE 9: Uma vez terminado, inicie a fase seguinte sentando-se em círculo. Diga o seu nome
em voz alta, enquanto coloca a mão decorada no chão à sua frente em direção ao centro do
NOTA
Certifique-se de que as
pontas do corte da mão se
círculo. Peça à criança ao seu lado para apresentar o nome dizendo em voz alta: “O meu nome
sobrepõem e que estão ligadas. é ____”, enquanto coloca a sua mão de papel ao lado da sua.
Percorra o círculo com cada criança e prestador de cuidados a dizerem os seus nomes,
enquanto ligam as suas mãos de papel ao círculo de mãos que se está a formar.
FASE 10: Após todos apresentarem os seus nomes, deve haver um círculo de mãos de papel
ligadas. Pergunte às crianças: Como se sentem ao verem as nossas mãos ligadas?
NOTA
É importante que cuide do FASE 11: Fale brevemente com as crianças sobre como usamos as mãos para nos
círculo de mãos, porque agora é um cumprimentarmos e nos ajudarmos uns aos outros. Peça-lhes que partilhem outras coisas
símbolo de ligação, segurança,
comunidade, empatia e confiança onde se usam as mãos.
para as crianças. FASE 12: Use a cola para ligar permanentemente as mãos. O círculo pode ser usado para
decorar o ambiente de aprendizagem.
Mensagem a transmitir às crianças: Tal como o círculo das mãos, nós também estamos
NOTA
Se uma nova criança se ligados. Podemos utilizar as mãos para demonstrar cuidado e gentileza, e para dar e receber
juntar à turma mais tarde, dê-lhe um ajuda dos outros.
novo contorno da mão para decorar
com o seu nome, símbolo ou
desenho. Para apresentar a nova
criança, peça às as crianças para se Actividade Psicossocial A&C Dois: Desenho Livre
sentarem em círculo à volta do
círculo das mãos que criaram na
Idades: 2 a 8 anos.
primeira semana e revezam-se a
apresentar os seus nomes à nova Objectivo Psicossocial: As crianças beneficiarem de espaço e de tempo normais, onde
podem expressar livre e espontaneamente os seus pensamentos, emoções, ideias, histórias ou
criança. Em seguida, convide a nova
criança a apresentar o seu nome,
enquanto liga a sua mão decorada recordações. Durante o desenho livre as crianças comunicarão naturalmente e expressarão as
ao círculo de mãos. Garanta que se
cola a sua mão ao Círculo das Mãos. suas preocupações, experiências, medos, sonhos e interesses. Utilize o desenho livre com
crianças 1 a 2 horas por semana.
Material: Papel de desenho branco ou a cores A3 ou A4, lápis de cera de cor, lápis de cor.
NOTA
Veja actividades de FASE 1: Utilize um pequeno exercício de relaxamento ou físico para acalmar e concentrar as
crianças.
relaxamento a seguir.
FASE 2: Distribua papel e material de desenho a cada criança. As crianças podem sentar-se em
círculo no chão, sentar-se nas carteiras, ou encontrar o seu espaço numa sala ou no ambiente
de aprendizagem para se sentar e desenhar.
FASE 3: Explique às crianças que podem desenhar o que quiserem. Incentive-as a levar 20-40
minutos a desenhar o que lhes vier à cabeça. Explique que não existem coisas ou formas certas
ou erradas de desenhar e que este é o momento para elas se divertirem a desenhar livremente.
FASE 4: Quando as crianças terminarem, coloque os desenhos em círculo no chão, ou pendure-
NOTA
Utilize ideias da lista de os na parede e peça às crianças que circulem e observem os desenhos dos colegas.
FASE 5: Comece por perguntar às crianças se alguém gostaria de partilhar uma história sobre
verificação para incentivar as crianças
a falarem sobre o seu trabalho
artístico. o seu desenho.
Se as crianças desenharem imagens da situação de emergência ou de conflito, utilize-as como
NOTA Por vezes as crianças não oportunidade para explorar medos, confusão ou perguntas que a turma possa ter sobre
querem partilhar ou falar sobre o seu
UNIDADE DOIS
trabalho artístico. Isso é bom. O ato acontecimentos angustiantes. Termine sempre as discussões, reforçando os pontos fortes
de desenhar ajuda-as mesmo que positivos (p.e., que elas estão agora seguras, que superaram as dificuldades, que estão a fazer
não falem sobre isso. Certifique-se
de que você ou a criança escreve o novos amigos).
nome da criança na parte de trás de
cada desenho. Isso ajuda as
crianças a reconhecerem a sua
propriedade do trabalho artístico e Actividade Psicossocial A&C Três: Desenho com Temas e Orientações
constrói a sua autoestima. Permita
que as crianças escolham se
desejam levar o desenho para casa
ou expô-lo na sala de aula. Idades: 4 a 8 anos.
Objectivo Psicossocial: Utilizar os temas e as orientações para os desenhos é uma forma de
incentivar as crianças a reconhecerem os pontos fortes individuais da sua comunidade, as
histórias de sobrevivência e as interacções positivas. Estas actividades destinam-se a crianças de
4 a 6 anos, mas também podem ser cuidadosamente explicadas às crianças de 2 a 3 anos, que
beneficiarão com o desenho, mesmo que não compreendam as orientações.
Material: Papel de desenho branco A3 ou A4, lápis de cera, lápis de cor, lápis.
Preparação: Reveja a Lista de Verificação 2 'Como interagir positivamente e conversar com
as crianças sobre os seus trabalhos artísticos a seguir. Escolha um tema para as crianças
desenharem que as incentive a reconhecer os seus pontos fortes individuais e da comunidade,
histórias de sobrevivência e interacções positivas. Distribua material artístico a cada criança e, em
seguida, apresente o tema para a actividade de desenho. Primeiro, utilize alguns minutos para
explorar o tema e fazer perguntas que incentivem a sua imaginação e ideias. Dê às crianças 30-
40 minutos para desenharem. Coloque os desenhos em círculo ou exponha na parede e facilite
a reflexão e a história da turma, partilhando o tempo com os desenhos.
Idades: 2 a 8 anos.
Objectivo Psicossocial: Esta actividade proporciona a oportunidade para as crianças
trabalharem em conjunto em grupos mais pequenos, construir a comunidade e proporciona
NOTA
Não se sinta limitado
um espaço de expressão maior.
pelos materiais disponibilizados na
caixa. OLHE À SUA VOLTA! Material: Rolo de papel branco, lápis de cera, lápis de cor, lápis, cola e fita-cola. Incentive as
crianças a utilizarem o que encontrarem no ambiente circundante (folhas, pedras, lixo, madeira,
tampas de garrafas, areia, pedaços de tecido, barro, paus, tampas de garrafas, garrafas de
plástico não utilizadas, sacos, etc.). Elas podem construir esculturas, criar trabalhos artísticos,
ou criar novos jogos com estes objectivos.
Preparação: Planifique dividir a turma em grupos com 4 a 5 crianças por grupo. Corte folhas
de papel grandes do rolo de papel branco. O papel deve ser grande o suficiente para 4 a 5
crianças se sentarem e desenharem simultaneamente.
Idades: 2 a 8 anos.
Objectivo Psicossocial: Quando as crianças começarem a sentirem-se seguras e ligadas, será
útil para elas terem um objecto para levar para casa que lhes lembre a força e a comunidade que
sentem no seu ambiente de aprendizagem. Isso constitui uma ponte positiva entre a escola e o
ambiente familiar. O objecto de transição deve ser algo significativo que represente a sua
comunidade de capacitação na escola.
Material: Papel de desenho branco, lápis de cera, lápis de cor e outros materiais que as crianças
escolherem para utilizar dependendo da actividade específica.
Orientações: Existem várias formas para as crianças poderem criar objectos de transição.
Mãos para Casa: Convide as crianças a decorar o contorno da 2ª mão para levarem
para casa. Use as fases da primeira actividade (O Nosso Círculo de Mãos), mas não cole
as mãos umas às outras. Deixe as crianças levarem a sua mão de papel para casa.
UNIDADE DOIS
Explique-lhes que agora têm consigo um pedaço do círculo da sua turma, mesmo
quando estiverem fora do ambiente de aprendizagem.
Partilhar a Arte: Peça às crianças para desenhar algo que as faça sentirem-se felizes
ou fortes. Uma vez terminado, convide as crianças a trocarem os seus desenhos com a
pessoa sentada ao seu lado. Agora têm em casa um lembrete de algo especial de um
dos seus colegas da escola. Isso também dá oportunidade às crianças de ajudar e de se
apoiarem mutuamente, o que é fortalecedor.
Peças de Puzzle: Crie um puzzle de papel para as crianças, utilizando uma folha de
papel branco A4 e um pedaço de papel a cores A4 do kit. Para preparar a actividade,
coloque o pedaço branco no topo do pedaço a cores e cole as duas peças uma à outra.
No lado a cores, divida o papel em diferentes formas, desenhando linhas no papel em
diferentes direcções aleatoriamente. Certifique-se de que o número de formas
corresponde ao número de crianças do grupo e têm tamanho semelhante. Corte as
peças do puzzle de papel. Enquanto estiverem sentados em círculo, dê a cada criança
uma peça do puzzle e convide a decorar livremente a sua peça utilizando lápis de cera
ou lápis. Certifique-se de que disse às crianças para decorarem e desenharem no lado
branco da peça do puzzle. Uma vez terminado, peça às crianças que trabalhem em
grupo para montarem o seu puzzle. Ele só funcionará se todos mantiverem o lado
branco do puzzle para cima. Depois de montarem o puzzle, explique que podem levar
a sua peça para casa. Agora cada um tem uma peça do conjunto.
Idades: 4 a 8 anos.
Objectivo Psicossocial: As crianças em emergências têm preocupações que podem ter
soluções, mas também podem grandes preocupações que não são facilmente resolvidas. Esta
actividade ajuda as crianças a identificarem o que as perturba, ao mesmo tempo que as
incentiva e lhes proporciona uma forma de se lembrarem o que fazer para se sentirem
melhor. Constrói também comunidade e confiança.
NOTA
Mantenha os pedaços
grandes apenas o suficiente para as FASE 1: Comece a discussão com as crianças sobre a partilha do que as preocupa. Pode
crianças terem espaço para desenhar
ou escrever com lápis e caneta. iniciar a conversa, dando um exemplo de uma preocupação pouco grave, como atrasar à
escola. Peça ao grupo para pensar em soluções para um problema simples.
FASE 2: Peça às crianças para desenharem o problema num lado do papel e a solução do
NOTA
A
Não force os estudantes a
outro lado.
contar as suas preocupações ao
resto da turma. Se eles preferirem, FASE 3: Antes de cada criança colocar a sua preocupação no recipiente, discuta a
podem simplesmente desenhar as
suas preocupações e soluções e
preocupação e a solução em grupo.
colocá-las no recipiente. Explicação: Algumas preocupações são maiores do que outras e não são de fácil resolução,
mas o recipiente pode tirar a preocupação de ti e assumir a preocupação por ti.
FASE 4: Pegue no recipiente que te, e à medida que forem colocando o papel com a
preocupação no recipiente, explique ao grupo que agora a preocupação e a solução será
NOTA
mantida em segurança no Recipiente das Preocupações da Turma. Peça à turma para escolher
Podem surgir problemas
graves quando as crianças expressam
as suas preocupações que podem onde guardar o Recipiente das Preocupações no ambiente de aprendizagem.
necessitar de intervenção de adultos
(p.e., problemas de protecção ou de
saúde). Além disso, enquanto as Mensagem a transmitir às crianças: É normal ter-se pensamentos, sentimentos e
crianças expressam as suas
preocupações, pode parecer que emoções difíceis e é importante poder exprimi-los e pensar em soluções para nos sentirmos
algumas crianças necessitam de mais melhor. As tuas preocupações e soluções estão ser ouvidas e guardadas por um adulto de
aconselhamento psicossocial e de
cuidados. É importante relatar estas forma segura. Informe que semanalmente elas poderão deitar uma preocupação/solução no
questões e garantir que elas sejam recipiente da turma, ou sempre que necessário, uma vez que podem surgir preocupações
tratadas. Seja discreto.
urgentes. As crianças podem também optar por tirar do recipiente preocupações anteriores.
Lista de Verificação 2: Dicas sobre como interagir e conversar positivamente com crianças
sobre os seus desenhos
Discuta e estabeleça regras básicas sobre como se sentir seguro e respeitado. Inclua as ideias das
crianças. A presente lista pode ser exposta na turma. A lista não precisa ser necessariamente por
escrito. Como alternativa, ela pode ser desenhada ou ser uma colecção de itens que podem ser
utilizados como símbolos/lembretes destes acordos. Acordos possíveis: sejam simpáticos uns com os
outros; pede autorização antes de desenhares no papel de alguém; respeitem o trabalho artístico e
as ideias uns dos outros; ouve quando alguém fala; ajuda a limpar o espaço de trabalho depois de
concluída a actividade.
Explique às crianças que não existe forma certa ou errada de desenhar durante as actividades
artísticas. (Por exemplo: é aceitável que a criança desenhe um céu verde, uma árvore azul ou uma
pessoa com pele vermelha).
Conheça as fases de desenvolvimento dos desenhos de criança: Crianças com idades entre 1
a 3 anos desenham rabiscos, pontos e linhas aleatórias que podem não se parecer com nada. No entanto,
pergunte à criança se o seu desenho tem uma história. As crianças entre 4 a 6 anos desenham figuras e
objectos mais definidos. Só porque não vê o que a figura é, não significa que ela não tenha sentido. Não
suponha que entende o desenho sem a explicação da criança.
Não corrija o desenho da criança: Aceite e aprove o seu discurso e acções sobre os seus desenhos
e expressão.
Não assuma que a criança concluiu o seu trabalho artístico: Pergunte se ela terminou. Se
necessário, pode conceder tempo extra ou oportunidade de terminar noutro dia.
Não pressione as crianças a partilhar ou a falar sobre o seu trabalho artístico: Confie que a
UNIDADE DOIS
criança partilhará quando estiver pronto. Seja paciente se a criança for resistente. Quanto mais
confortável e segura a criança se sentir, maior a probabilidade de ela exprimir sentimentos.
Primeiro, faça perguntas fechadas sobre o trabalho artístico. Isso dá oportunidade às crianças de
controlar quando partilham. Por exemplo: comece por perguntar: “O teu desenho tem uma história que
desejas partilhar?” Se elas disserem “Sim”, então pode começar a fazer perguntas mais abertas sobre os
detalhes do desenho e da história.
Pode ser intimidante e esmagador para as crianças partilhar as suas histórias num grupo grande. Se mais
de um professor estiver disponível, as crianças podem ser organizadas em grupos mais pequenos
quando discutirem os seus desenhos e as suas histórias.
Respeite e cuide dos trabalhos artísticos: Mantenha-os o mais limpo e protegidos possível.
Incentive as crianças a sentirem-se orgulhosas dos seus trabalhos artísticos e a escreverem os seus
nomes na parte de trás dos desenhos. Mostre às crianças onde e como guarda com segurança o seu
trabalho artístico.
ACTIVIDADE DOIS:
Actividades psicossociais para estimular brincadeira, relaxamento e
autoconfiança (BRA)
ACTIVIDADES PSICOSSOCIAIS ARTÍSTICAS E DE ARTESANATO (A&A)
Idades: 3 to 8 anos.
Objectivo Psicossocial: Experiências angustiantes podem fazer com que as crianças
se sintam desconfortáveis ou presas ao seu corpo. Elas podem também achar difícil
interagir com as pessoas e com o seu ambiente. Esta actividade liberta e solta energia
no ambiente de aprendizagem, e ajuda a promover a ligação entre as crianças e os
prestadores de cuidados. Dá também oportunidade para aprender e lembrar dos
nomes.
Material: Uma bola ou uma marionete macia do kit e espaço para sentar em grupo.
Idades: 4 a 8 anos.
Objectivo Psicossocial: Uma actividade lúdica e rápida que liga as crianças, constrói
relacionamentos entre colegas e promove o sentido de comunidade e de apoio positivo. Esta é
uma actividade útil para utilizar durante a primeira semana de aula ou durante momentos de
tensão na sala de aula. Inclui professores, prestadores de cuidados e voluntários. Esta é também
uma actividade que pode utilizar com um grupo de pais, ou com um grupo de professores, para
incentivar o apoio entre colegas.
Material: Espaço para estar e brincar.
Preparação: Primeiro, pratique esta actividade com um colega antes de a apresentar às
UNIDADE DOIS
crianças.
Idades: 3 a 8 anos.
Objectivo Psicossocial: Facilitar e incentivar as crianças a se sentirem presentes no seu corpo
e a aprender actividades que as ajudarão se sentirem relaxadas, calmas e confortadas. Pode
ensinar as crianças a utilizarem estas técnicas quando se sentirem assustadas, ansiosas, tristes,
zangadas ou preocupadas. Ensine um destes exercícios às crianças semanalmente e utilize, pelo
menos, um exercício de relaxamento diariamente. Eles podem ser utilizados antes de uma
actividade artística ou quando notar que as crianças necessitam de diminuir o seu nível de energia
ou de ansiedade. Você e as crianças podem também escolher uma actividade de relaxamento
para terminar o dia como ritual reconfortante e para as ajudar a irem relaxadas para casa.
Material: Espaço aberto onde se pode deitar ou estar em grupo. Pode ser realizado dentro
de casas ou ao ar livre. Se disponível, use folhas de plástico, lona ou esteiras quando se
REFLEXÃO: É boa ideia experimentar
os exercícios com os seus colegas e deitarem no chão.
com voluntários, e discutir como os
realizar melhor com as crianças. Estes
exercícios ajudam quando sente Exercício A: Respirar Fundo
pressão ou ansiedade? Porquê?
FASE 1: Ensine as crianças a terem consciência da sua respiração e a respirar fundo,
enquanto utilizam também a sua imaginação. Utilize este exercício de respiração a fundo
rápido diariamente com as crianças.
FASE 2: Enquanto estiverem sentados ou de pé, peça às crianças para fecharem o punho da
mão direita e imaginarem que estão a segurar uma flor, uma fruta ou um alimento favorito
que com cheiro adocicado.
FASE 3: Em seguida, peça às crianças para fecharam o punho da mão esquerda e simularem
que estão a segurar numa vela ou em fogo.
FASE 4: Oriente as crianças a inspirar fundo o cheiro da flor/fruta/alimento na sua mão
esquerda e, em seguida, a soprarem na vela e no fogo na mão direita. Continuem a inspirar
fundo o cheiro adocicado pelo nariz e a expirar para o fogo pela boca. Repita o ciclo de
inspiração e expiração pelo menos três vezes.
Exercício B: Marionetes
FASE 1: Use as marionetes incluídas no kit como exemplos, quando ensinar este exercício.
Explique às crianças que por vezes é bom simular ser uma boneca ou uma marionete e ter
braços, pernas, mãos e pés soltos.
FASE 2: Comece por tremer com as pernas, em seguida, com os braços, o pescoço, os
ombros e o torso. Incentive as crianças a serem tão tolas quanto necessário quando relaxarem
o seu corpo para se moverem como uma marionete.
FASE 3: Peça às crianças para notarem se alguma parte do seu corpo se sente mais tensa
ou rígida do que as outras partes. Convide-as a prestarem atenção e cuidado extra para
tremer e libertar essa parte do seu corpo.
UNIDADE DOIS
qualquer idade podem beneficiar
destas actividades de relaxamento. Exercício E: Rir
Utilize estas técnicas para si quando O riso é uma forma de as crianças poderem libertar naturalmente a pressão e relaxar. Pense em
brincadeiras ou formas de fazer rir as crianças. Por exemplo, sente-se ou fique em pé com as
se sentir pressionado ou oprimido.
Também pode ensinar as capacidades
ao/à pai(mãe)/ encarregado de crianças em círculo e ponha-as, uma de cada vez, a tentar fazer rir uns aos outros, fazendo sons
educação da criança e incentivá-los a ou expressões engraçados com o rosto e com o corpo, ou contar histórias engraçadas. Discuta
com elas o que as faz rir.
utilizar em casa para se libertar da
ansiedade e da pressão.
Idades: 2 a 8 anos.
Objectivo Psicossocial: Durante as emergências e as situações de conflito, os rituais e as
rotinas familiares das crianças em casa e na escola são interrompidos. É importante introduzir
a estrutura dos rituais e das rotinas no seu ambiente de aprendizagem. Quanto mais previsível
for o seu dia, mais seguras e protegidas as crianças se sentirão. Ajude-lhes a identificarem
rituais ou rotinas durante o seu dia na escola ou em casa. Peça-lhes para pensarem em rituais
antigos e novos, costumes e rotinas que sejam significativos, agradáveis e importantes para
elas.
Exemplos:
Peça às crianças para decidirem sobre o ritual para iniciar e terminar o dia na escola.
Pode ser uma canção ou jogo especial que elas cantam ou jogam em conjunto no início
do dia e uma actividade de relaxamento antes de irem para casa.
As crianças têm muita energia e podem ter dificuldade em se concentrarem numa
actividade artística ou numa aula. Inicie com um novo ritual de 2 minutos para libertar a
energia antes de realizar a actividade ou a aula. Esta poderia ser dançar em círculo,
levantar os braços para o céu, contrair e descontrair os músculos, passar ou rolar a bola
um para o outro, ou qualquer outro jogo culturalmente relevante. Termine a actividade
física de 1 a 2 minutos com as crianças, respirando fundo 2 vezes todos em conjunto.
Ao fazer isso ajuda as crianças a libertarem energia, bem como a acalmar o seu corpo.
Em seguida, peça-lhes para se sentarem enquanto explica a actividade artística ou a
lição. Esta sequência de actividades de rotina é uma forma de proporcionar conforto e
compreensão ao ambiente de aprendizagem.
Cada vez que as crianças terminarem uma actividade artística, peça permissão para
colocar o trabalho artístico na parede ou em círculo no chão antes de as convidar a
passar um minuto a andar à volta a observar o trabalho artístico dos seus colegas de
turma.
Estabeleça rituais relacionados com a limpeza após as actividades artísticas e de
representação, tais como, onde arrumar os brinquedos e os materiais.
Fale com os pais/encarregados de educação sobre a importância das rotinas e dos
REFLEXÃO: Quais são outros rituais
e rotinas que pode implementar no costumes em casa.
ambiente de aprendizagem? Tenha discussões com as crianças sobre rituais e rotinas em casa que as fazem sentirem-
se felizes ou seguras. Pergunte aos estudantes: A que horas vais dormir? Quais são os
rituais e rotinas de manhã ou à noite? Quais são os seus costumes ou rituais religiosos
ou culturais?
ACTIVIDADES DE
PROTECÇÃO DA
CRIANÇA
RESULTADOS DA A protecção das crianças contra todas as formas de danos deve ser a principal preocupação
APRENDIZAGEM
dos pais, professores, prestadores de cuidados e pessoas que tenham crianças ao seu
cuidado. A Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) expressa este ‘dever de diligência‘.
No fim da Unidade Três, você e as
crianças serão capazes de: Ao assinarem o ‘Código de Conduta‘ e o ‘Contrato de Emprego’, os prestadores de cuidados
assumem a responsabilidade de implementar boas normas de cuidados das crianças que
1. Demonstrar como fortalecer a
protecção das crianças enquanto previnam danos e mantenham as crianças seguras e protegidas permanentemente,
estão sob os seus cuidados enquanto estiverem sob os seus cuidados.
2. Demonstrar como realizar
actividades de protecção da
criança
Principais mensagens sobre protecção da criança a transmitir às crianças sob
os seus cuidados: As crianças devem saber:
NOTA
Lembre-se que ninguém
tem permissão para ofender a criança
física, sexual ou emocionalmente, ou
por negligência, nem mesmo outra
criança ou membro da família ou
professor ou prestador de cuidados. A
protecção das crianças é O objectivo da Unidade Três é fortalecer a protecção da criança no Espaço/Ambiente
responsabilidade dos adultos. Amigo da Criança (E/AAC).
ACTIVIDADE UM:
Como posso fortalecer a protecção das crianças?
As crianças pequenas exigem supervisão e cuidados constantes, para garantir a sua segurança e o
seu bem-estar. A secção a seguir contém sugestões sobre como fortalecer a protecção da criança
no centro DPI.
Esta sessão é adaptada dos materiais de Confiança de Criança para Criança: ‘Child-to-Child and
Children Living in Camps’ editado por Clare Hanbury e 'The River of Hope' Healthlink Worldwide,
2006.
Lista de Verificação 3: Crianças mais velhas cuidam das crianças mais pequenas
Por favor, reflicta sobre as seguintes considerações, quando envolver crianças mais velhas na prestação de
cuidados às crianças mais pequenas:
Capacitá-las para compreenderem e responderem às necessidades das crianças mais pequenas.
Explique o que espera que elas façam ao cuidarem das crianças mais pequenas.
Recompense-as e elogie-as pelos esforços que realizam.
Observe-as e escute-as e crie um tempo especial para elas discutirem o que apreciam e o que acham
difícil na prestação de cuidados às crianças mais pequenas.
Crie oportunidades especiais para elas representarem a responsabilidade de cuidar das crianças mais
pequenas.
Certifique-se de que elas recebem também a mesma qualidade de cuidados que prestam às crianças
mais pequenas.
Certifique-se de que elas compreendem que tanto rapazes como raparigas podem prestar cuidados
UNIDADE TRÊS
às crianças mais pequenas.
Certifique-se de que as apoia o suficiente nas suas tarefas.
Certifique-se de que não as sobrecarrega com responsabilidades; elas devem ajudá-lo, mas não
substitui-lo.
Elabore o horário para quando envolver as crianças mais velhas nas actividades do centro DPI e partilhe-
o com os seus professores. O apoio das crianças mais velhas no centro DPI não deve interferir com a sua
frequência escolar.
A secção a seguir apresenta actividades que pode realizar com as crianças mais velhas (7-8
anos e acima) quando as envolver na prestação de cuidados às crianças mais pequenas.
Coordenar estas actividades com os professores do ensino primário do Espaço/Ambiente Amigo
da Criança (E/AAC).
Abdiwahab era um bebé feliz. Estava bem alimentado. A mãe e o pai brincavam com ele e ele
costumava rir e tentava imitar as suas acções e palavras. Aprendeu a andar por volta dos 14 meses.
A maior parte das vezes, ria-se e divertia-se: correndo atrás das galinhas, batendo nas panelas ou
brincando com as suas irmãs mais velhas. A mãe observava-o e mantinha-o longe de perigos, tal
como o fogo. Quando se magoava, a mãe ia buscá-lo e confortava-o. Ela cuidava bem da sua
higiene pessoal: certificava-se de que Abdiwahab não punha as mãos sujas na boca, que a fralda
estava limpa, que as mãos eram lavadas com sabão regularmente, que com cerca de um ano
começou a aprender a usar o bacio e que estava protegido do fogo, de objectos aguçados e de
situações de perigo.
Então, um dia o pai de Abdiwahab foi-se embora. Logo a seguir, a mãe ficou muito doente. Tinha
de passar grande parte do tempo a descansar na cama. Ninguém tinha tempo para cuidar de
Abdiwahab. Os irmãos mais velhos davam-lhe uma tigela de papas, mas ninguém o ajudava a
comer. Ele começou a emagrecer. Os irmãos estavam agora ocupados com as tarefas domésticas
e a cuidar da mãe. Ninguém tinha tempo para mimá-lo, brincar com ele ou ensinar-lhe a falar.
Quando chorava, não havia ninguém para ir pegar nele e confortá-lo. Um dia queimou a mão no
fogo. Com o passar do tempo, ficou doente e fraco. Sentava-se no canto da casa balançando-se
silenciosamente.
UNIDADE TRÊS
Apoie as crianças mais pequenas a brincar com os brinquedos do Kit DPI;
Ajude os voluntários e os prestadores de cuidados do E/AAC a reforçar a boa
higiene das crianças mais pequenas;
Faça a lista e desenhe figuras de como proteger e supervisionar as crianças mais
pequenas e o que fazer em caso de emergência;
NOTA
Certifique-se de que o Faça a lista e desenhe figuras de como melhorar a segurança das crianças mais
apoio das crianças mais velhas do
E/AAC não interfere com a sua
pequenas (p.e., mantê-las longe do fogo, de objetos aguçados e de sacos
frequência escolar (especialmente plásticos);
para as raparigas).
Conheça as necessidades especiais das crianças mais pequenas com deficiência;
Ouça as crianças mais pequenas e garanta que elas sejam supervisionadas
NOTA Certifique-se de que as permanentemente.
crianças mais lhe relatam as
preocupações relacionadas com o As crianças mais velhas podem estar geminadas às crianças mais pequenas. Podem
bem-estar das crianças atender as crianças de manhã, quando chegam ao E/AAC.
imediatamente.
Discuta com as crianças mais velhas questões relacionadas com a protecção da criança
e envolva as crianças mais velhas na realização da ACTIVIDADE DOIS: Mensagens e
actividades que podem contribuir para a protecção das crianças.
ACTIVIDADE DOIS:
Mensagens e actividades que podem contribuir para a protecção das crianças
Representação: Peça às crianças para representarem este cenário simples aos pares:
1. Uma criança representa o papel de um estranho a pedir que a criança venha com ele;
2. A outra criança grita: ‘FOGO, FOGO, FOGO’ e foge.
UNIDADE TRÊS
Como Mia e Arwo Aprenderam a Manterem-se em Segurança
A gazela Mia nasceu num dia de sol na savana quente de Maasai Mara. A mãe e o pai de Mia
estavam muito felizes, enquanto esperavam durante muito tempo pela Mia e pelo seu irmão
gémeo, Arwo. A mãe e o pai receberam Mia e Arwo com muita felicidade. Os pais garantiram
um local seguro, onde eles poderão dormir e brincar, e muitos alimentos e água segura para
eles crescerem saudáveis e felizes A savana é um local muito perigoso, por isso a mãe e o pai
garantem protecção permanente a Mia e ao Arwo.
Mia e Arwo eram crianças muito felizes. Brincavam a maior parte do dia fazendo aventuras no
mato, utilizando as árvores para brincar às escondidas. A mãe e o papai eram sempre muito
protectores. A mãe dizia frequentemente à Mia e ao Arwo para não irem para muito longe. Dizia-
lhes para brincar por perto, onde ela os pudesse ver. Mia e Arwo adoravam correr na savana e
correr um atrás do outro.
Numa tarde, enquanto Mia e Arwo estavam a correr, aventuraram-se e foram para longe de casa
para um local isolado. Enquanto brincavam, uma velha gazela aproximou-se deles. A velha
gazela se apresentou com o nome de Sr. Bino. Ele se admirava da brincadeira e da velocidade
de Mia e Arwo e passou algum tempo a conversar com eles e até se juntou às suas brincadeiras.
Mia pensou que era muito estranho um adulto brincar com eles, mas gostou da brincadeira e
continuou a brincar. Ela notou também que, enquanto brincavam o Sr. Bino tocou nela muito
frequentemente, abraçando-a e acariciando-a de uma forma que ela não gostou. Após algum
tempo, ela sentiu-se muito desconfortável, mas não sabia o que fazer para impedir o Sr. Bino de
se comportar daquela forma.
Após algum tempo, o Sr. Bino disse a Mia e Arwo que a sua casa ficava perto e que tinha muitos
doces e brinquedos para partilhar com eles. O Sr. Bino disse que conhecia os seus pais e que os
seus pais não se importariam que fossem com ele para a sua casa. Mia e Arwo sabiam que a mãe
e o pai estavam à espera deles em casa e que eles lhes disseram para nunca irem com pessoas
que não conheciam bem, mas o Sr. Bino era muito insistente. Arwo quase seguia o Sr. Bino, mas
Mia era muito forte e decidida. Ela não gostou do Sr. Bino e disse a Arwo que tinham que ir para
casa, caso contrário, a mãe e o pai iriam castigá-los. Enquanto eles voltavam para casa, Mia disse
a Arwo que ela não gostou do Sr. Bino e que se sentiu muito desconfortável com ele, mas Arwo
não entendeu o que Mia estava a dizer. Ele achava que o Sr. Bino era uma gazela velha e
engraçada.
Mia ficou muito aborrecida. O seu irmão não entendeu porquê que ela se sentiu desconfortável.
Ela sentiu-se muito sozinha e ficou muito calada. A mãe de Mia percebeu esta súbita mudança de
comportamento e perguntou a Mia se se estava a sentir bem. Mia tinha muita vergonha de contar
à mãe o que sentiu quando o Sr. Bino a tocou. A mãe de Mia perguntou-lhe novamente, com
palavras muito gentis, qual era o problema. Mia sabia que podia confiar nela e finalmente contou-
lhe o que tinha acontecido com o Sr. Bino e como se sentiu.
A mãe abraçou e consolou Mia, que finalmente adormeceu. No dia seguinte, a mãe e o pai
conversaram com Mia e Arwo e explicaram que não ficavam satisfeitos quando eles não estavam
perto da casa e não os podiam ver. A mãe explicou que o Sr. Bino não era uma gazela simpática
e que eles nunca deveriam ter brincado com ele, nem deviam ter confiado nele. O pai explicou
que ele e a mãe não conheciam o Sr. Bino e que o Sr. Bino era um mentiroso, o Sr. Bino mentiu
quando disse que conhecia os seus pais. O pai explicou também que, o que o Sr. Bino fez, enquanto
estava a brincar com Mia, estava muito errado e que se algo semelhante acontecesse de novo, Mia
e Arwo deveriam gritar ‘fogo, fogo, fogo’ o mais alto possível e fugir imediatamente. Nunca devem
seguir estranhos. Mia e Arwo entenderam que tinham feito algo perigoso ao brincar longe de casa.
Arwo pediu desculpas a Mia e agradeceu por ter insistido para voltarem para casa, em vez de
seguir o Sr. Bino. De agora em diante ele ouvirá sempre o que a sua irmã lhe disser e gritará 'fogo,
fogo, fogo' em caso de perigo.
NOTA
Adapte a história de Mia e
Arwo ao seu contexto e à sua cultura. Mensagem a transmitir às crianças: Nunca te aventures para lugares isolados sozinha.
Certifica-te do tipo de adultos e de crianças mais velhas que estão à tua volta. Não ouças pessoas
estranhas. Grita ‘fogo, fogo, fogo’ quando te sentires em perigo - as pessoas prestarão mais
atenção ao que está a acontecer contigo.
ACTIVIDADES RELACIONADAS
COM MENSAGENS QUE SALVAM
VIDAS
RESULTADOS DA Em contextos de emergência, a educação pode transmitir mensagens importantes que podem ajudar
APRENDIZAGEM
as crianças a se protegerem de danos. Estas mensagens importantes variam segundo o contexto. A
No fim da Unidade Quatro, você e as secção a seguir apresenta actividades que podem transmitir mensagens que salvam vidas e que
crianças serão capazes de: apoiam as crianças em contextos de emergência. Na presente unidade são desenvolvidas três áreas
de mensagens que salvam vidas:
1. Realizar actividades de desminagem
de minas e de explosivos
Actividades de desminagem de minas e de explosivos remanescentes da guerra (ERW)
remanescentes da guerra (ERW)
2. Realizar actividades de Redução do Actividades de Redução do Risco de Desastres (RRD)
Risco de Desastres (RRD) Actividades de Promoção de Saúde
3. Realizar actividades de Promoção de
Saúde
Realizar actividades de paz e de
Alem disso, a Actividade Dois da presente unidade apresenta actividades que transmitem mensagens
4.
reconciliação
de paz e de reconciliação.
NOTA
As mensagens que
salvam vidas destinam-se a
transmitir às crianças
conhecimentos, habilidades e
atitudes importantes que podem
contribuir para protegê-las de danos.
O SEU PAPEL é seleccionar mensagens e actividades relevantes para o seu contexto de
emergência e realizá-las com o grupo de crianças ao seu cuidado.
REFLEXÃO: Leia as actividades e as
mensagens que salvam vidas. No seu
contexto, quais são as mensagens que
salvam vidas relevantes? Porquê?
Discuta com os seus colegas e com a
equipa do UNICEF ou com os Parceiros
de Implementação (PIs) quais as
mensagens que salvam vidas e
actividades de aprendizagem que deve
realizar no E/AAC.
O objectivo da Unidade Quatro é apresentar exemplos práticos de como transmitir mensagens que
salvam vidas relacionadas com o contexto e a cultura, e de como realizar actividades de paz e de
NOTA
Se tiver actividades e
reconciliação.
mensagens extras que sejam
especificamente relevantes para o
seu contexto, envolva os seus
colegas na sua elaboração.
Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância 45
Manual do Kit de Educação do UNICEF
ACTIVIDADE UM:
Mensagens educativas e actividades de aprendizagem que podem prevenir ou
mitigar situações de risco
NOTA
Peça à equipa do UNICEF
ou aos PIs ou a outras agências que
Actividades de desminagem de minas e de explosivos remanescentes da guerra
trabalham na sua área para fazerem
a lista de fotos dos tipos mais (ERW)
comuns de minas e de explosivos As minas e os explosivos encontram-se normalmente em contextos de conflito armado. Os campos
que se podem encontrar na sua
zona. Certifique-se também se tem a minados são uma táctica de guerra destinada a matar pessoas. É um facto que a maior parte das
lista/mapa dos locais perigosos que minas e dos explosivos matam civis, e crianças que brincam especificamente em áreas com minas
devem ser evitados. Envolva as e explosivos. As minas e os explosivos podem apresentar formas e cores diferentes.
agências de desminagem na
‘educação sobre minas nos E/AAC’.
A história de Saul
Num dia de sol, Saul e os seus amigos saíram da aldeia para recolher mel na floresta. As crianças
seguiam o caminho entre arbustos e campos. No caminho, Saul encontrou um objecto estranho
do tamanho de uma bola de ténis. Saul ficou muito curioso e decidiu investigar. Pegou no objecto
e lançou-o contra uma rocha grande. Os seus amigos assustaram-se e fugiram. No segundo
lançamento de Saul, o objecto explodiu. Com a explosão, Saul ficou ferimentos profundos em
todo o corpo. Saul perdeu a perna esquerda e ficou com lesões internas. Saul sobreviveu após
passar muitas semanas no hospital, mas não pode correr e brincar como antes porque perdeu
uma perna.
NOTA
Pode mudar o nome do
personagem da história e utilizar
nomes e lugares locais para tornar a Pergunte às crianças: O que fez Saul? Quais foram as consequências? O que o Saul deveria
história culturalmente mais relevante. ter feito?
O importante é que as crianças
entendam que não se deve tocar ou
pegar em objectos não identificados. Mensagem a transmitir às crianças: Não toques em objectos desconhecidos, mesmo que
sejam atractivos e chamem à atenção! Podes morrer ou ficar ferido.
Faixa etária: Crianças pequenas, mães com lactentes, crianças em idade pré-escolar.
Preparação: A melhor forma de elaborar o plano de preparação para riscos é conhecer os
riscos que a sua comunidade corre e avaliar os actuais perigos que o E/AAC corre.
UNIDADE QUATRO
As fases a seguir ajudarão a elaborar o ‘plano de preparação para riscos’ para o E/AAC do seu
contexto.
Reúna informação relevante sobre os riscos que a sua comunidade corre, fazendo
perguntas importantes e avaliando os actuais perigos existentes no E/AAC.
A sua comunidade já foi atingida por algum desastre natural? Se sim, qual?
O que aconteceu quando ocorreu o desastre?
Quais são os riscos que existem no centro DPI ou E/AAC? Por exemplo, é provável que o incêndio comece na
cozinha? O pátio de recreio está livre de perigos?
O centro DPI ou E/AAC tem um local seguro para onde as crianças podem ir em caso de emergência?
A quem pode pedir ajuda em caso de emergência?
NOTA Se houver perigos
estruturais que possam ser
Após reunir a informação importante, compreenderá melhor os desastres que poderão,
removidos, envolva o Comité
Directivo do DPI e a equipa do possivelmente, atingir a sua comunidade e os perigos específicos existentes no E/AAC.
UNICEF ou os PIs para removê-los
o mais rápido possível.
Faixa etária: crianças pequenas, mães com lactentes, crianças em idade pré-escolar.
Eis algumas ideias sobre como comunicar o que fazer em caso de desastre:
Actividades Artísticas e de Artesanato: Peça às crianças para desenharem o que
devem fazer em caso de emergência.
Teatro, canções e danças tradicionais: Representação. Juntamente com as
crianças e os prestadores de cuidados, encenar uma possível situação de emergência.
Brinquedos: Utilize os brinquedos do Kit DPI para demonstrar as consequências dos
desastres naturais. Por exemplo, utilize os blocos de construção e as marionetes de
animais para mostrar o que pode acontecer no caso de um terremoto ou tornado.
Idades: 4 a 8 anos.
Objectivo Psicossocial: Incentivar a exploração e a familiarização com o meio circundante e
dar oportunidade para trabalhar em grupos mais pequenos. Incentivar também o pensamento
criativo e a resolução de problemas.
Material: Papel, lápis de cera, lápis de cor, cola e objectos da área circundante ao centro de
aprendizagem ou da casa das crianças.
Preparação: Apresentação do tema: desastres naturais. Fale sobre o que aconteceu durante a
emergência. Passe algum tempo com as crianças a caminhar fora do ambiente de aprendizagem.
Incentive-as a observarem como o seu ambiente mudou como consequência do desastre.
Incentive-as a pegarem nos objectos que pretendem utilizar para o projecto do grupo. Podem
UNIDADE QUATRO
ser: varas, folhas, pedras, madeira, pedaços de plástico ou metal, papel usado, tecido ou qualquer
outra coisa que encontrem e pretendam utilizar.
FASE 1: Divida as crianças em grupos mais pequenos de 3 a 4. Discuta o que elas observaram.
FASE 2: Discuta com as crianças o que aconteceu durante o desastre natural e partilhe ideias
sobre como prevenir que aconteçam futuros desastres naturais.
FASE 3: Peça-lhes para se sentarem com os objectos recolhidos e construírem ou criarem um
quadro do desastre natural. Elas podem: colar coisas no papel, fazer um brinquedo, criar um
jogo ou contar uma história, utilizando objectos diferentes.
Actividade Dois de Promoção de Saúde: ‘Sr. Cocó e Sra. Xixi vão à casa de banho’
UNIDADE QUATRO
O que pode fazer:
Crie uma canção, um poema, um verso que incentive as crianças a dizer quando tiverem
necessidade de ir à casa de banho. Por exemplo: ‘Diz sempre à tua mãezinha quando
quiseres fazer xixi! Diz sempre ao teu paizinho quando quiseres fazer cocó. Se a tua
mãezinha não estiver, diz ao teu irmão; se o teu paizinho não estiver, diz à tua irmã!’
Acrescente movimentos à canção que representem através da mímica o que as crianças
devem fazer.
Componha histórias sobre o Sr. Cocó e a Sra. Xixi. Diga às crianças que devem levar o
Sr. Cocó e a Sra. Xixi à casa de banho. Diga-lhes que as crianças ficarão doentes se não
levarem o Sr. Cocó e Sra. Xixi à casa de banho.
ACTIVIDADE DOIS:
Actividades de Paz e de Reconciliação
Na Educação da Primeira Infância, as crianças aprendem a lidar com conflitos através das suas
interacções com os colegas e adultos. Nesta idade, a educação para a paz e a reconciliação incide
em aprender a lidar com os conflitos de forma positiva sem recorrer a comportamentos agressivos.
É muito difícil falar de paz em contextos onde violência extrema e a injustiça fazem parte da vida
diária e onde as crianças sofrem constantemente de comportamentos agressivos.
Se não houver uma atmosfera boa, positiva e de colaboração no centro E/AAC, será muito difícil
realizar actividades de paz e de reconciliação com as crianças. Também a educação para a paz e
a reconciliação perde o seu sentido, se a punição física e emocional e os comportamentos de
bullying forem tolerados e praticados.
Leia e represente: PARTE A: A coelha Rosa e o sapo Jimmy são 2 amigos que frequentam
o Centro da Primeira Infância. Um dia, a Sra. professora Ursa trouxe um brinquedo novo para
brincar: uma caixa azul bonita com muitas figuras e objectos coloridos diferentes chamada
NOTA
Se a marionete ursa não
caixa de formas.
estiver disponível utilize outra. Acção: Pegue na marionete ursa, traga a caixa da caixa de formas com as figuras para o meio do
círculo onde as crianças estão sentadas. Torne divertido e fale sobre as diferentes peças da caixa e
capte a atenção das crianças.
Leia e represente: PARTE B: Logo que a Sra. professora Ursa colocou a caixa da caixa
de formas no chão no meio do círculo de crianças, a coelha Rosa e o sapo Jimmy correram
para pegar na caixa da caixa de formas azul, porque querem brincar com ela
imediatamente.
Acção: Peça às crianças para pegarem nas marionetes coelha Rosa e sapo Jimmy para
repetirem a cena e correrem para a caixa de formas. Com crianças mais pequenas, pode ter
que as ajudar.
Leia e represente: PARTE C: A coelha Rosa e a sapo Jimmy querem ambos a caixa da
caixa de formas azul e começam a gritar, enquanto agarram a caixa. O ruído é
insuportável. O sapo Jimmy empurra a coelha Rosa que empurra o sapo Jimmy. Ambas
as crianças querem a caixa e parece que não há solução para a sua luta.
Acção: Peça às crianças para dramatizarem a cena e começarem a lutar.
Leia e represente: PARTE D: O cão Henrique e a rata Joana vão ajudar o sapo Jimmy e
a coelha Rosa, e dão-lhes sugestões sobre como resolver o seu desacordo
Acção: Peça às crianças para segurar as marionetes cão Henrique e rata Joana para darem
NOTA As crianças devem sugestões sobre como resolver o desacordo e encontrar uma solução.
apresentar as suas soluções e
compor os seus diálogos.
O SEU PAPEL é perguntar às crianças: O que disse o cão Henrique? O que disse a rata
Joana? Quem deve brincar com a caixa de formas azul? Permita que todas as crianças
dêem sugestões e tenham algo a dizer na história. O que o sapo Jimmy e a coelha Rosa
devem fazer?
Mensagem a transmitir às crianças: Lutar não é boa solução, porque acabarás por brincar
sozinha, perder amigos e não te divertires. Também provocará muita infelicidade a ti e às
pessoas à tua volta.
UNIDADE QUATRO
Actividade Dois de Paz e de Reconciliação: Jogo de Cooperação
Jogo: Segure o pedaço de material colorido ao meio, num nível onde as crianças podem
alcançá-lo facilmente. As crianças de cada equipa não podem pisar a linha do meio. O objectivo
do jogo é pegar o pedaço de material e correr de volta para a posição na linha sem ser tocado
por outro jogador. A equipa que marcar mais pontos ganha.