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30/09/2020

Pós-graduação

ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Gerenciamento (Gestão) de Riscos

Fundamentos Matemáticos

Álgebra Booleana

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Álgebra Booleana
A álgebra booleana nos permite descrever algebricamente as relações
entre as saídas e as entradas dos circuitos lógicos.

Bem mais simples que a álgebra convencional. As variáveis possuem só


dois valores possíveis 0 e 1 (níveis lógicos) e apenas três operações
básicas (operações lógicas):

 OR (OU)

 AND (E)

 NOT (NÃO)

Os números 1 e 0 não são valores quantitativos: 1 + 1 não é igual a 2.


Eles são meramente símbolos.
Não há valores intermediários entre os dois como nos cálculos de
probabilidade.

Álgebra Booleana

Operação OR (OU) e a Porta OR

A operação OU de duas entradas A e B produz um nível lógico 1 como


resultado se a entrada A ou a entrada B estiverem em nível lógico 1.

A expressão booleana para a operação OU é:

X=A+B

(Leia “X é igual a A OU B”)

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Álgebra Booleana

Operação OR (OU) e a Porta OR


Uma porta OR é um circuito com duas ou mais entradas que implementa
a operação OU.

A operação OR gera um resultado (saída) 1


sempre que qualquer das entradas for 1. Caso
contrário a saída é 0.

Álgebra Booleana

Operação OR (OU) e a Porta OR - Exemplo

Uso de uma porta OR em um sistema de alarme. O alarme deve ser


ativado quando a temperatura OU a pressão excederem os seus
respectivos limites (dados por VTR e VPR).

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Álgebra Booleana

Operação AND (E) e a Porta AND

A operação AND de duas entradas A e B produz um nível lógico 1 como


resultado somente se ambas as entradas A e B estiverem em nível lógico 1.

A expressão booleana para a operação AND é:

X = A . B = AB

Álgebra Booleana

Operação AND (E) e a Porta AND

Uma porta AND é um circuito com duas ou mais entradas que implementa a
operação E.

A saída de uma porta AND será 1 apenas quando todas as


entradas forem 1. Para todos os outros casos a saída é 0.

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Probabilidade

Experimento Aleatório
Procedimento que ao ser repetido, sob as mesmas condições, pode
fornecer resultados diferentes

Exemplos
1. Resultado no lançamento de um dado;

2. Hábito de fumar de um estudante sorteado em sala de aula;

3. Condições climáticas do próximo domingo;

4. Taxa de inflação do próximo mês;

5. Tipo sanguíneo de um habitante escolhido ao acaso.

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Espaço Amostral ()


Conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório.

Exemplos

1. Lançamento de um dado.
 = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

2. Exame de sangue (tipo sanguíneo) .


 = {A, B, AB, O}

3. Hábito de fumar.
 = {Fumante, Não fumante}

4. Tempo de duração de uma lâmpada.


 = {t: t  0}

Eventos

Subconjuntos do espaço amostral 


Notação: A, B, C ...
 (conjunto vazio): evento impossível
: evento certo

Exemplo: Lançamento de um dado.

Espaço amostral:  = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Alguns eventos:

A: sair face par A = {2, 4, 6}  

B: sair face maior que 3 B = {4, 5, 6}  

C: sair face 1 C = {1}  

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Operações com eventos


Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral:
.
 A  B: união dos eventos A e B.
Representa a ocorrência de pelo menos um dos eventos, A ou B.

A  B: interseção dos eventos A e B.


Representa a ocorrência simultânea dos eventos A e B.

• A e B são disjuntos ou mutuamente exclusivos quando não têm


elementos em comum, isto é,
AB=
 A e B são complementares se sua interseção é vazia e sua união é o
espaço amostral, isto é,
AB= e AB=

• O complementar de A é representado por Ac.

Exemplo: Lançamento de um dado

= {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Eventos: A = {2, 4, 6}, B = {4, 5, 6} e C = {1}

• sair uma face par e maior que 3


A  B = {2, 4, 6}  {4, 5, 6} = {4, 6}

• sair uma face par e face 1


A  C = {2, 4, 6}  {1} = 

• sair uma face par ou maior que 3


A  B = {2, 4, 6}  {4, 5, 6} = {2, 4, 5, 6}

•sair uma face par ou face 1


A  C = {2, 4, 6}  {1} = {1, 2, 4, 6}

• não sair face par


AC = {1, 3, 5}

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Probabilidade
• Medida da incerteza associada aos resultados do
experimento aleatório
• Deve fornecer a informação de quão verossímil é a
ocorrência de um particular evento

Como atribuir probabilidade aos elementos do


espaço amostral?

Duas abordagens possíveis:


1. Frequências de ocorrências;
2. Suposições teóricas.

Probabilidade
Atribuição da probabilidade

1. Através das frequências de ocorrências.


• O experimento aleatório é repetido n vezes
• Calcula-se a frequência relativa com que cada resultado
ocorre.
 Para um grande número de realizações, a frequência relativa
aproxima-se da probabilidade.

2. Através de suposições teóricas.


Exemplo: Lançamento de um dado
 Admite-se que o dado é perfeitamente equilibrado
P(face 1) = ...= P(face 6) = 1/6.

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No caso discreto, todo experimento aleatório tem seu modelo


probabilístico especificado quando estabelecemos:

• O espaço amostral  = {w1,w2, ... }

• A probabilidade P(w) para cada ponto amostral de tal forma


que:

0  P(w i )  1 e

P () = P ({w 1, w 2 , ...}) =  P(w i ) = 1.
i =1

Ainda no caso discreto,

• Se A é um evento, então P (A) =  P (w )


w j A
j

• Se Ω = {w 1 , w 2 , ..., w N } e
1 (pontos equiprováveis), então
P (w i ) =
N
nº. de elementos de A
P (A) =
nº. de elementos de Ω

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Exemplo: A tabela a seguir apresenta dados relativos à


distribuição de sexo e alfabetização em habitantes de Sergipe
com idade entre 20 e 24 anos.

Alfabetizado
Sexo Total
Sim Não
Masc. 39.577 8.672 48.249
Fem. 46.304 7.297 56.601
Total 85.881 15.969 101.850
Fonte: IBGE- Censo 1991

Um jovem entre 20 e 24 anos é escolhido ao acaso em


Sergipe.

Dado que “ = conjunto de 101.850 jovens de Sergipe,


com idade entre 20 e 24 anos”,
Definimos os eventos:
M : jovem sorteado é do sexo masculino;
F : jovem sorteado é do sexo feminino;
S : jovem sorteado é alfabetizado;
N : jovem sorteado não é alfabetizado.

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Alfabetizado
Sexo Total
Sim Não
Masc. 39.577 8.672 48.249
Fem. 46.304 7.297 56.601
Total 85.881 15.969 101.850

Temos (vide a tabela acima):


48.249 56.601
P(M) = = 0,474 P(F) = = 0,526
101.850 101.850
85.881 15.969
P(S) = = 0,843 P(N) = = 0,157
101.850 101.850

• Qual é a probabilidade do jovem escolhido ser alfabetizado e ser do


sexo masculino?
•M  S : jovem é alfabetizado e do sexo masculino

nº. de elementos em M  L
S = 39577 = 0,389
P(M  L)
S) =
nº. de elementos em  101850

• Qual é a probabilidade do jovem escolhido ser alfabetizado ou ser do


sexo masculino?

M  S : jovem é alfabetizado ou é do sexo masculino

nº. de elementos em M  L S
S) =
P(M  L)
nº. de elementos em 
85881  48249 - 39577
= = 0,928
101850

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Regra da adição de probabilidades

Sejam A e B eventos de . Então,

P(A  B) = P(A) + P(B) – P(A  B)

Conseqüências:

• Se A e B forem eventos disjuntos, então


P(A  B) = P(A) + P(B).

• Para qualquer evento A de ,


c
P(A) = 1 - P(A ).

Probabilidade Condicional e Independência

Probabilidade condicional: Dados dois eventos A e B, a probabilidade


condicional de A dado que ocorreu B é denotada por P(A | B) e definida por:

P(A  B)
P(A | B) = , P(B)  0 .
P(B)
Da definição de probabilidade condicional, obtemos a regra do produto de
probabilidades

P(A  B) = P(B)  P(A | B).


Analogamente, se P(A) >0,

P(A  B) = P(A)  P(B | A) .

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Qual é a probabilidade do jovem escolhido ser alfabetizado sabendo-se


que é do sexo masculino?

Alfabetizada
Sexo Total
Sim Não
Diretamente da tabela Masc. 39.577 8.672 48.249
Fem. 46.304 7.297 56.601
Total 85.881 15.969 101.850

temos P(S | M) = 39.577 / 48.249 = 0,82.

Pela definição,
39.577
P(S  M)
P(S | M) = = 101.850 = 0,82.
P(M) 48.249
101.850

Exemplo 1: Em uma urna, há 5 bolas: 2 brancas e 3 vermelhas. Duas


bolas são sorteadas sucessivamente, sem reposição.

A: 2ª bola sorteada é branca


C: 1ª bola sorteada é branca
P(A) = ???

Para representar todas as possibilidades, utilizamos, um diagrama


conhecido como diagrama de árvores ou árvore de probabilidades.

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14 B
Resultados Probabilidades
B BB 2 1 2
2 5 5

4
=
20
2 3 6
3 4 V
BV
5

4
=
20
2 4 B VB 3 2
 =
6
5 4 20
3 5 V VV 3 2
 =
6
5 4 20
Total 1
2 4 V P(A  C)
P(A | C) = , P(C)  0 .
P(C)
Temos
2 6 2
P( A) =  = e
20 20 5
1 2 1
P(A | C) = . =
4 5 10

Exemplo 2: Considere agora que as extrações são feitas com


reposição, ou seja, a 1a bola sorteada é reposta na urna antes da 2a
extração. Nesta situação, temos

2 5 B Resultados Probabilidade
2 2 4
BB  =
5 5 25

2 5 B BV
2 3
 =
6
5 5 25
3 5 V 3 2 6
VB  =
5 5 25
B
2 5 3 3 9
VV  =
3 5 V
5 5 25

Total 1

3 5 V

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Neste caso,
4 6 2
P(A) = P(branca na 2ª) =  = e
25 25 5
2
P(A | C) = P( branca na 2ª | branca na 1ª) = = P( A)
5
2
P(A | Cc) = P(branca na 2ª | vermelha na 1ª) = = P( A)
5

ou seja, o resultado na 2a extração independe


do que ocorre na 1a extração.

Independência de eventos: Dois eventos A e B


são independentes se a informação da ocorrência
(ou não) de B não altera a probabilidade de
ocorrência de A, isto é,

P(A | B) = P(A), P(B)  0.

Temos a seguinte forma equivalente:

P(A  B) = P(A)  P(B).

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Exemplo
A probabilidade de Jonas ser aprovado no vestibular é
1/3 e a de Madalena é 2/3. Qual é a probabilidade de
ambos serem aprovados?
A: Jonas é aprovado
B: Madalena é aprovada

P(A  B) = P(A) x P(B) = 1/3 x 2/3 = 2/9

Confiabilidade

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O que é Confiabilidade?

Confiabilidade, conforme a “ABNT NBR 5462 - Confiabilidade e


mantenabilidade”, é a capacidade de um item desempenhar uma
função requerida sob condições especificadas, durante um dado
intervalo de tempo.

Nota: O termo “confiabilidade” é usado como uma medida de


desempenho de confiabilidade.

A ABNT NBR-5462 define todas as terminologias


referentes aos conceitos de Confiabilidade e
Mantenabilidade, além de diversos outros conceitos
que são cruciais para uma boa gestão da
manutenção.

Definições, conforme a ABNT NBR 5462, associadas a confiabilidade


Disponibilidade é a capacidade de um item estar em condições de executar uma certa função
em um dado instante ou durante um intervalo de tempo determinado, levando-se em conta os
aspectos combinados de sua confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manutenção,
supondo que os recursos externos requeridos estejam assegurados.
Mantenabilidade é a capacidade de um item ser mantido ou recolocado em condições de
executar suas funções requeridas, sob condições de uso especificadas, quando a manutenção
é executada sob condições determinadas e mediante procedimentos e meios prescritos.
Confiabilidade é a capacidade de um item desempenhar uma função requerida sob condições
especificadas, durante um dado intervalo de tempo.

Ou seja:

Disponibilidade é um indicador reativo, retratando o que aconteceu no passado.


Mantenabilidade é a “facilidade” que uma equipe encontra para executar a
manutenção de um determinado equipamento.
Confiabilidade está ligado ao futuro, é uma projeção probabilística que aponta as
chances do equipamento funcionar perfeitamente em um determinado espaço de
tempo.

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A confiabilidade é a probabilidade de um determinado item,


componente, equipamento, máquina ou sistema desempenhar a
sua função especificada no projeto, de acordo com as condições
de operação especificadas, em um intervalo específico de tempo.

Como calcular a Confiabilidade?

Para calcular a confiabilidade, precisamos levantar as


seguintes informações:

 MTBF – Tempo Médio entre Falhas


 Taxa de Falhas dos equipamentos;
 Qual é o período que queremos projetar o cenário para o
cálculo de confiabilidade.

Quando falamos de confiabilidade sempre devemos atrelar a um período de


tempo. Por exemplo, se queremos falar da confiabilidade de uma bomba
centrífuga, devemos faze-lo da seguinte forma:

Errado: A confiabilidade dessa bomba é de 99,8%.

Certo: A probabilidade dessa bomba operar, de acordo com a suas


especificações de projeto, é de 99,8% nas próximas 5000 horas.

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MTBF – Tempo Médio entre Falhas

MTBF é a sigla de Mean Time Between Failures, que


em tradução livre é Tempo Médio entre Falhas. Ou seja,
MTBF é a média aritmética dos tempos decorridos
entre as falhas de um determinado equipamento
durante a operação.

MTBF – Tempo Médio Entre Falhas

Por exemplo. Se durante um ano um equipamento


operou 200 horas ∕ 450 horas ∕ 4000 horas ∕1400 horas,
entre cada parada para manutenção, então o MTBF
será:

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Taxa de Falhas

A taxa de falhas é representada pela letra lambda,


sendo o inverso do MTBF.

Fórmula para cálculo da Confiabilidade


A confiabilidade é uma função do tempo, cuja “fórmula” para calculo
é dada por:

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Exemplo de cálculo da Confiabilidade


Você trabalha como planejador de manutenção industrial e o diretor da fábrica
faz a seguinte pergunta: “Qual é a probabilidade do motor elétrico do
compressor de ar principal da fábrica não quebrar nos próximos 100 dias?”

Ele quer saber a confiabilidade operacional daquele motor. Para respondê-lo, de


forma exata, você levantará as seguintes informações para proceder com o
cálculo:

 Número de Falhas do Motor Elétrico no último ano (quanto maior o período


apurado mais realista será o cálculo probabilístico);
 Calcule o MTBF do Motor Elétrico no último ano;
 Calcule a Taxa de Falhas no último ano.

Com esse três dados em mãos você poderá calcular a confiabilidade do


motor elétrico para os próximos 100 dias.

Exemplo de cálculo da Confiabilidade

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Exemplo de cálculo da Confiabilidade

Exemplo de cálculo da Confiabilidade

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Confiabilidade de Sistemas em Paralelo

No tópico anterior usamos o exemplo do cálculo da confiabilidade de


um único equipamento (motor elétrico do compressor).

E se o diretor quisesse saber a probabilidade de todo o sistema de ar


comprimido da fábrica não falhar?

Para responde-lo, você teria que analisar o sistema e descobrir se ele


é um sistema em série ou paralelo.

No caso de Sistemas em Paralelo a confiabilidade aumenta. Pelo fato


de que existem outros componentes que servirão de back-up em caso
de uma falha. Ou seja, o processo de produção não iria parar.

Confiabilidade de Sistemas em Paralelo

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Confiabilidade de Sistemas em Série

No caso dos Sistemas em Série, a confiabilidade diminui. Pois se qualquer um


dos componentes do sistema vier a falhar, todo o processo de produção irá
parar.

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