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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
2ª Turma
Identificação
EMENTA
ACÓRDÃO
Intime-se.
Cabeçalho do acórdão
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Acórdão
RELATÓRIO
O réu interpõe agravo, na forma regimental, contra a decisão monocrática proferida por este
Relator, que, com fundamento no art. 557 do CPC, negou seguimento ao seu recurso ordinário
interposto nos autos do processo 0020320-47.2014.5.04.0001.
Pelas razões de agravo aduzidas, o agravante pretende a análise do recurso pela Turma com
relação ao decidido quanto à validade do regime 12x36, banco de horas e diferenças de
adicional noturno.
Mantida a decisão atacada, os autos são remetidos a este Órgão Fracionário para julgamento,
na forma regimental.
É o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
O réu alega não haver amparo legal, contratual ou normativo para a sua condenação no
pagamento de horas extras além da 36ª semanal, pois o regime 12x36 não implicaria carga
horária permanente de 36 horas semanais. Aduz que a autora trabalharia em uma semana 36
horas e, na outra, 48 horas. Afirma que os intervalos foram corretamente observados no
período em que a autora trabalhou no regime 12x36, o qual encontra respaldo no art. 7º, XIII e
XXVI da Constituição Federal. Assevera que as normas coletivas autorizam a adoção do
regime 12 x 36 e que a decisão violaria a Súm. 444 do TST. No que tange ao banco de horas,
diz ter observado as formalidades previstas nas normas coletivas, invocando a existência do
"sistema de frequência Honda", o qual controlaria o prazo de compensações do banco de
horas, sendo obrigatório que o empregado compense as horas existentes no sistema. Assevera
que os empregados têm acesso aos cartões ponto e ao banco de horas. No que tange às
diferenças de adicional noturno após as 5 horas, afirma que a parcela já está computada no
cálculo do repouso semanal, pois se trata de empregado mensalista.
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Com relação ao adicional noturno, o art. 73 da CLT prevê seu pagamento aos
empregados que desenvolvem suas atividades laborais entre as 22h de um dia e
as 5h do dia seguinte. E, nos termos do §5º deste dispositivo, também é devido o
adicional noturno sobre as horas prorrogadas em horário diurno, depois das 5h,
hipótese que se verifica no caso dos autos. Este plus, vale dizer, visa a
compensar a fadiga pelo trabalho em horário noturno, que é intensificada quando
há prorrogação da jornada noturna em horário diurno, conforme o entendimento
consagrado na Súm. 60 do TST:
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Dou provimento ao recurso ordinário para determinar que os reflexos das horas
extras sejam calculados sem a consideração do aumento da média
remuneratória dos repousos semanais remunerados. Nego-lhe seguimento, no
restante.
DECISÃO
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Cabe reiterar que o art. 557 do CPC autoriza o Relator, por meio de decisão monocrática, a
negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em
confronto com Súmula ou jurisprudência dominante do respectivo Tribunal, do Supremo
Tribunal Federal ou de Tribunal Superior, assim como, com fulcro no §1º-A do art. 557 do CPC,
a dar provimento ao apelo se a decisão impugnada estiver em manifesto confronto com súmula
ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. A
Súmula 435 do TST pacificou a aplicação do art. 557 do CPC no processo do trabalho, in
verbis:
O recurso ordinário da ré, além de contrário à súmula do TST, no tocante à matéria fática
revela-se manifestamente improcedente, como visto acima.
Destaco que o recurso manifestamente improcedente, nas palavras de Nagib Slaibi Filho,
corresponde ao apelo que não tem chance de êxito no Órgão Colegiado, ou, de acordo com
Tania Fakiani Haluli, o recurso em desacordo com a postura do Colegiado. Em outras palavras,
aprofundando os ensinamentos de Nagib Slaibi Filho, o Relator funciona como Delegado do
Colegiado, significando dizer que não há limites de matéria, prova ou direito a serem
restringidos ao alcance do art. 557. Basta que o Membro do Órgão Fracionário da Corte tenha
o cuidado de ser fiel à visão coletiva de seus pares.
Diante do exposto, com espeque no art. 557 do CPC (Instrução Normativa 17/1999 e Súmula
435, ambas do TST), mantenho a decisão monocrática pelos seus próprios fundamentos, sem
verificar ofensa a qualquer dos dispositivos arrolados no agravo que ficam, contudo,
prequestionados para todos os efeitos.
Assinatura
MARCELO JOSE FERLIN D'AMBROSO
Relator
VOTOS
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monocrática na forma do permissivo contido no artigo 557 do CPC, quando a matéria objeto do
recurso envolva valoração da prova (horas extras e adicional noturno), em prejuízo ao duplo
grau de jurisdição e à ampla defesa.
Em face ao exposto, opto em dar provimento ao agravo regimental para efeito de dar
seguimento ao recurso ordinário do reclamado.
VOTO DIVERGENTE.
APRECIAÇÃO COLEGIADA.
Assim, dou parcial provimento ao agravo para, alterando o procedimento adotado, submeter à
apreciação colegiada suas razões recursais.
PARTICIPARAM DO JULGAMENTO:
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