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Aula 6 PDF
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Princı́pio da Superposição
Lembrando que na equação
dn y dn−1 y dy
an (x) n
+ an−1 (x) n−1
+ · · · + a1 (x) + a0 (x)y = g(x) (1)
dx dx dx
quando g(x) é uma função identicamente nula, dizemos que a equação é homogênea. Caso
contrário, a equação é chamada não-homogênea.
Por exemplo, a equação 2y 00 + 3y 0 − 5y = 0 é uma E.D.O. linear, homogênea, de segunda
ordem. Enquanto que x3 y 000 − 2xy 00 + 5y 0 + 6y = ex é uma E.D.O. linear, não-homogênea, de
terceira ordem.
Veremos mais tarde que para resolver uma equação não-homogênea é preciso, primeiro,
resolver a “equação homogênea associada”.
Para evitar repetições desnecessárias, a menos que se especifique o contrário, suporemos
em (1), em algum intervalo I:
• ai (x), i = 1, . . . , n contı́nuos;
• g(x) contı́nua;
Exercı́cios:
1. Um múltiplo y = cy1 (x) de uma solução y1 (x) para uma equação diferencial linear
homogênea também é uma solução dessa equação.
Exemplos:
2. As funções y1 = ex , y2 = e2x , y3 = e3x são soluções da equação y 000 −6y 00 +11y 0 −6y = 0
em R. Pelo princı́pio da superposição y = c1 ex + c2 e2x + c3 e3x é ainda uma solução
dessa equação para quaiquer constantes c1 , c2 , c3 .
Prova: Quando o wronskiano de funções pelo menos n − 1 vezes diferenciável é não nulo
em um intervalo, o teorema 1.3 da aula 5 garante que essas funções são L.I. nesse intervalo.
As funções y1 , y2 , . . . , yn são diferenciáveis até ordem n, pelo menos, já que são soluções de
uma equação diferencial de ordem n, logo, o teorema citado antes, garante que elas são L.I.
quando o Wronskiano é não nulo.
Para a recı́proca, a fim de simplificar os cálculos, vamos fazer o caso n = 2. O caso geral é
análogo. Supomnhamos, então, y1 , y2 linearmente independentes e suponha que existe x0 ∈ I
tal que W (y1 (x0 ), y2 (x0 )) = 0. Por definição, existem c1 , c2 ∈ R tais que
c1 y1 (x0 ) + c2 y2 (x0 ) = 0 e
. (4)
c1 y10 (x0 ) + c2 y20 (x0 ) =0
Ponhamos y(x) = c1 y1 (x) + c2 y2 (x). Pelo princı́pio da superposição y é ainda uma solução
de (3). Além disso,
y(x0 ) = c1 y1 (x0 ) + c2 y2 (x0 ) e y 0 (x0 ) = 0. (5)
Mas a solução trivial y = 0 também satisfaz (3) e as condições iniciais em (5). Como estamos
supondo ai (x) contı́nuos para todo i = 0, . . . , n e an (x) 6= 0, para todo x ∈ I, segue do
teorema de existência e unicidade que y = 0 é a única solução de (3) que satisfaz (5). Logo,
c1 y1 (x) + c2 y2 (x) = 0, para todo x ∈ I, com c1 , c2 ∈ R não ambas nulas. Mas isso contradiz
o fato de que y1 e y2 são linearmente independentes no itervalo I.
observamos que:
• Pelo Teorema da superposição, G(x) satisfaz a equação (3), pois ela é a superposição
de duas soluções y1 , y2 , . . . yn ;
Além disso, o teorema de existência e unicidade garante que a solução para esse problema
linear de valor inicial é única, assim Y (x) = G(x), ou
com coeficientes constantes arbitrários de solução geral da equação (3) nesse intervalo.
Equações não-homogêneas
Voltemos nossa atenção para a equação diferencial linear não homogênea
dn y dy
+ · · · + a1 (x)
an (x) + a0 (x)y = g(x) (6)
dxn dx
Com as hipóteses de sempre: ai (x) contı́nuos, i = 0, . . . , n g(x) contı́nua e an (x) 6= 0.
E considere a equação diferencial homogênea associada.
dy n dy
an (x) n
+ · · · + a1 (x) + a0 (x)y = 0. (7)
dx dx
5
Exemplos:
Theorem 0.6 Seja y1 , . . . , yn soluções para (7) em I e seja yp qualquer solução para (6) no
Pp
mesmo intervalo. Então y = i=1 ci y1 (x) ci ∈ R constantes é também solução de (6) em I.
Theorem 0.7 Seja yp uma solução para (6) em algum intervalo I e seja y1 , . . . , yn um con-
junto fundamental de soluções para a equação homogênea associada (7) no mesmo intervalo.
Então para qualquer solução y(x) de (6) em I, podemos encontrar constantes C1 , C2 , . . . , Cn
tais que
p
X
y= Ci yi (x) = C1 y1 (x) + · · · + Cn yn (x) + Cp yp (x)
i=1
[Ou seja, qualquer solução da equação não-homogênea é uma combinação linear das soluções
da equação homogênea com a solução conhecida da equação não-homogênea].
Prova: Para diminuir os cálculos, vamos provar o caso n = 2. O caso geral é abolutamente
análogo. Suponha Y e yp soluções de
n
X
yc = ci yi (x), ci ∈ R (8)
p=1
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A solução geral para a equação (7) em I. A solução geral para (6) em I é definida por
A combinação linear (8), que é a solução geral de (7), é chamada de função complementar
para a equação (6).
Noutras palavras, a solução geral de uma equação não-homogênea é
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Exemplo 6: A função yp = − − x é uma solução particular para y 000 −6y 00 +11y 0 −6y = 3x,
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o que pode ser verificado facilmente.
Para escrever a solução geral dessa equação devemos resolver a equação homogênea asso-
ciada. Mas já vimos no exemplo 2 que a solução geral de y 000 − 6y 0 + 11y 0 − 6x = 0 é dada
por yc = C1 ex + C2 e2x + C3e3x . Portanto, a solução geral dessa equação é
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y = c1 ex + c2 e2x + c3 e3x − − x.
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Theorem 0.9 Sejam yp1 , yp2 , . . . , ypk soluções particulares para (6) correspondendo a k fun-
ções distintas g1 , g2 , . . . , gk , isto é, ypi é uma solução particular para
Prova: Exercı́cio!
Exemplo 7: Verifique que yp1 = −4x2 é uma solução para y 00 − 3y 0 + 4y = −16x2 + 24x − 8,
yp2 = e2x é uma solução para y 00 − 3y 0 + 4y = 2e2x e yp3 = xex é uma solução para
y 00 − 3y 0 + 4y = 2xex − ex
Segue do teorema anterior que a superposição de yp1 , yp2 , yp3 , ou seja,
[2] Guidorizzi, H.L. – Um Curso de Cálculo, vol. 4 – 5ed. Rio de Janeiro, LTC, 2011.
[3] Zill, D. G. e Cullen, M. R. – Equações Diferenciais, vol. 1. São Paulo, PEARSON, 2007.