Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
IANA
MIjSŒTRIAr
'^Série Clássicos
JOSE JOAQUIM DA SILVA
INSTRUÇÃO PARA
O GOVERNO
DA CAPITAM A
Dl:! MINAS GERAIS
J o s é J o ã o Teixeira Coelho
B R R V K DESCRIÇÃO G E O G R Á F I C A .
FÍSICA F. P O L Í T I C A D A C A P I T A N I A
DE MINAS GERAIS
Diogo Pereira Ribeiro de Vasconcelos
MEMÓRIA SOBRE
A CAPITANIA
DAS MINAS GERAIS -
S E I TERRITÓRIO, C L I M V
E PKODEÇÒES M E T V L I G V S
José Vieira Coul<i
MKMDkl \ ll!STÚKH;\
l)\ (. \\i \ |)K \1]\\S iIKK \ I S
J o s é Joaquim da Rocha
EXPLORANDO E MAJANDO
TRÊS MIL M I L H A S
INTRODUÇÃO ATRAVÉS DO BRASIL -
IX) RIO DE JANEIRO
OSWALDO BUENO AMORIM FILHO
AO MARANHÃO
J a m e s \V Wells
BRVS1L. N O V O V I E N D O
\V. L. von Eschuefic
SKIS SEMANAS
NAS MINAS D E O I R O D O BRASIL
V ist onde Ernest rle Omre\
TN v r v D o D E G K O G R V F I V
KwíemiANA F A P E M I G
FUNDAÇÃO joÂo PINHEIRO DESCKlTIVVESPECIVLIU
Série Clássicos flOVIÍBNO Dl! M I N A S GERAIS P R O V Í N C I A D E MINAS (íER VIS
José Joaquim da Sil\a
MIN£TR_IANA
Serie Clássicos
TRATADO DE
GEOGRAFIA DESCRITIVA
ESPECIAL DA PROVÍNCIA
DE MINAS GERAIS
TRATADO DE
GEOGRAFIA DESCRJTTVA
ESPECIAL DA PROVINCIA
DE MINAS GERAIS
INTRODUÇÃO
OSWALDO BUM NO AMORIM FIUIO
ATUALIZAÇÃO ORTOGRÁFICA
MARIA LÚCIA BRANDÃO KRKIRE DE MELLO
F u n d a ç ã o J o ã o Pinheiro
C e n t r o d e E s t u d o s H i s t ó r i c o s c Culturais
B e l o Horizonte
1997
Governador
EDUARDO AZEREDO
ISBN 8 5 - Í 1 5 9 3 0 - 1 3 - 6
Silva, J o s é Joaquim da
Süb*6t Tratado de geografia descritiva especial da província
de Minas Gerais/ J o s é Joaquim da Silva: introdução
Oswaldo Bueno Amorim Filho; atualização ortográfi-
c a Maria Lúcia Brandão Freire de Mello. - Belo
Horizonte: Centro de Estudos Históricos e Culturais
Fundação J o ã o Pinheiro, 1 9 9 7 .
196p.
CDD : 9 1 0
CDU: 9 1 0 ( 8 1 5 . 1 )
A P O I O CULTURAL:
CONSELHO EDITORIAL
Affonso Ávila, Affonso Romano de SunfAna, Amílcar Vianna Martins Filho. Angela
Santos. Bernardo Mata Machado, Celina Albano, Clélio Campolina Diniz, Cyro
Siqueira. Douglas Cole libby, Fábio Lucas, Fábio Wanderley Reis, Fernando Correia
Soares Dulci. Paulo Roberto Haddad. Paulo Tarso Flexa de Lima, Paulo de Tarso
Almeida Paiva. Pio Soares Canedo, Roberto Borges Martins, Roberto Brant. Rui
S É R G I O L U Z DE S O U Z A L I M A
Produção executiva
I
R O S E L I D E AGUIAR
Revisão de texto
supor que José Joaquim fosse filho da Manchester mineira ou, pelo menos, que
a amasse profundamente, pois a apresenta como "talvez a melhor e mais
importante povoação da Província de Minas Gerais" c lhe dedica um verbete de
sete páginas, o dobro do espaço concedido a São João del-Kei ou a Barbacena,
o triplo daquele utilizado para Ouro Preto, Diamantina ou Campanha.
Vamos encontrá-lo de novo nas páginas do Liberal Mineiro, de Ouro Preto,
que nas suas edições de 31 de outubro e de 13 de novembro de 1882 anunciava
um Almanaque Civil, Administrativo e Industrial da Província de Minas Cerais,
tratadista.
O texto foi terminado em 1877, o prefácio 6 datado de 15 de outubro
desse ano, a folha de rosto traz a data de 1878, mas a publicação só ficou
pronta em 1879. O autor acrescenta um apêndice, em que lista os novos
cm Nashvillc. Tenncsscc, que utilizei nos anos 70. registra "Rio de Janeiro:
Typogrnphia Universal de K. e 11. Laemmert, Rua dos Inválidos 71, 187ü." Üs !)
dois exemplares são idênticos. Não há dúvida de que saíram da mesma prensa,
na mesma época. Km ambos está indicado claramente, na última página, que o
livro foi impresso na "Typ. a vapor do Pharol", em Juiz de Fora. Não tenho
notícia dc nenhuma outra edição ou impressão da obra.
ít Biblioteca Nacional do Rio dc Janeiro. Seção dc Obras Raras. SLR 96, 3, 40.
9 Nashville. Teiinessee: Joim Lniversiiy Libraries, 918.11. 55üt.
de divulgações parciais, muitas vezes preliminares e inexatas, que apareciam
nos jornais e outras publicações da época.
Para a população servil, o autor recorre à matrícula dos escravos,
determinada pela Lei do Ventre Livre (28/9/1871) c realizada em 1873. Usa
sempre a fórmula "o número dc escravos matriculados na coletoria do município
é.,.", o sua fonte é o Relatório apresentado à Assembléia Provincial em 1876 pelo
presidente Barão da Vila da Barra. " 1
INTRODUÇÃO
MINAS GERAIS ÀS VÉSPERAS DA CRIAÇÃO DE
BELO HORIZONTE E NO LIMIAR DE UM NOVO TEMPO
OswalcJo Bueno Amorim Filho 15
NOTA EXPLICATIVA
Maria Lúcia Brandão de Mello 25
ÍNDICES 179
INTRODUÇÃO
MINAS G KR AIS ÀS VÉSPERAS DA CRIAÇÃO DE BELO HORIZONTE
E NO LIMIAR DE UM NOVO TEMPO
2 COK1J10, José João Teixeira, instrução para o governo da capitania de Minas Cerais. Belo
Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Kstudos Históricos e Culturais, 1994.
(Coleção Mineiriana. Série Clássicos.)
VASCONCELOS, Diogo lareira Ribeiro de. Breve descrição geográfica, física e política da
capitania de Minas Cerais. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Contro de Estudos
Históricos e Culturais. 199-1. (Coleção Mineiriana. Série Clássicos.)
COUTO. José Vieira. Memória sobre a capitania das Minas Gerais, seu território, clima e
produções metálicas. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Kstudos Históricos
e Culturais. 1994. (Coleção Mineiriana. Série Clássicos.)
ROCHA. José Joaquim da. Geografia histórica da capitania de Minas Cerais descrição geo-
gráfica, topográfica, histórica e política da Capitania de Minas Cerais - Memória histórica da
capitania de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de listudos
Históricos e Culturais. 1995. (Coleção Mineiriana. Série Clássicos)
todas as suas serras, rios e tudo o que nela há de melhor e mais notável nos três
reinos, mineral, vegeta! c animal; a divisão da província em comarcas c municí-
pios; e uma descrição minuciosa de todas as suas cidades, vilas e freguesias.
I'm título com tal extensão não constitui, porém, nenhuma grande exce-
ção, se se considerar a tradição geográfica e científica em geral da maior parte
do século XIX e dos séculos anteriores. Tudo aquilo a que se propõem os autores
daqueles tempos deveria explicitar-se de maneira evidente no título do trabalho.
Se hoje em dia tal prática não é mais usual, naquela época não somente era útil.
como necessária. Em primeiro lugar, os campos de cada disciplina científica
eram bem menos claros e definidos do que na atualidade. As caracterizações
dos títulos tinham por função preencher esta lacuna. Por outro lado, era usual
que os próprios autores procurassem valorizar suas obras já a partir dos títulos.
Esta obra foi escrita cm 1886. Sou texto retrata, pois, uma outra época,
uma outra língua, um estilo próprio, enfim. Até que ponto é possível interferir
num texto como este sem descaracterizá-lo? Esse é o desafio que enfrenta
aquele que sc propõe empreender a atualização de um livro escrito há cem anos,
com vistas ã sua republicação.
Na realização deste trabalho, o princípio básico foi o de respeitar o texto
original o mais possível. Assim, mesmo que a forma escolhida pelo autor -
palavra, expressão estrutura sintática, pontuação, paragrafação. etc. - não seja
a melhor, ou a mais literária, ou a mais recomendada atualmente, ela foi man-
tida, desde que. evidentemente, não tenha seu uso condenado.
A escrita dc José Joaquim da Silva, talvez pelo cunho eminentemente
didático desta obra. é muito reiterativa. Eliminar ou substituir determinados
vocábulos ou estruturas usados com frequência, no mesmo período ou parágra-
fo, ou. ainda, no texto como um lodo, significaria, praticamente, reescrevê-lo.
No entanto, algumas decisões e modificações impuseram-se como necessárias.
Dentre elas. destacam-se as seguintes:
• dom relação aos nomes das leis. optou-se por generalizar a minúscula
inicial, exceto quando determinadas por seu número ou nome.
LUFT, Celso Pedro. Grande manual de ortografia Globo. Rio de Janeiro: Globo,
1985.
Topónimos
v. rios e tudo o que nela lia de melhor e de mais notável nos très
Por
JOSÉ JOAQUIM DA SILVA
Filho da mesma Povíncia
PREFÁCIO
Foi composta a presente obra com o fim dc concorrer para a instrução dos
brasileiros em geral, e dos mineiros em particular, e também para tornar mais
conhecida a importante Província de Minas, onde nasci e à qual tenho o orgulho
e a honra de pertencer.
K, pois, o seu fim principal concorrer para ilustrar a mocidade mineira,
que muito desejo possa aproveitar-se dos meus fracos conhecimentos e
experiência.
Como livro para ser consultado por aqueles que dele necessitarem, não o
julgamos inferior a qualquer outro, pois apresenta-lhes a um tempo o que eles
possam procurar.
Km uma província tão vasta e populosa como a de Minas Cerais, onde a
cada canto se encontra uma cidade ou vila mais ou menos importante, era
geralmente sentida a falta de uma obra dessa natureza, que tornasse mais
conhecida a existência do que aí houvesse dc mais curioso e importante, dando
a conhecer, ao mesmo tempo, todas as suas cidades, vilas, freguesias e
povoações mais importantes.
Abalançando-nos. pois, a empreender tão difícil quanto espinhosa tarefa,
a bem de fazer alguma cousa que pudesse servir de utilidade a meus patrícios,
tivemos de recorrer a muitos documentos oficiais, como relatórios de diversos
presidentes, coleções de leis provinciais, diversos periódicos publicados na
província, e às cartas corográficas dos engenheiros Gerber e Wagner. Munidos
de todos esses dados e de algumas informações mais que pudemos obter e,
além de tudo isso, do grande conhecimento que temos de muitas localidades da
província, após insano trabalho, vigílias, fadigas e dificuldades, apresentamos ao
público a presente obra. cumprindo-nos apelar da severidade desse mesmo
público respeitável, a quem hoje oferecemos o fraco produto dc nossas
diligências, para a rela e experiente imparcialidade de todos aqueles que se dão
ao estudo das coisas de nossa província natal.
Eles que avaliem bem o montão de dificuldades com que tivemos de lutar,
não já no intento de produzir uma obra completa e bem acabada, mas só no
empenho de diminuir-lhe as imperfeições e lacunas, que ainda mesmo assim
não deixam de existir, originadas da quase: absoluta carência de dados, carência
esta que nos acompanhou ale o fim de nosso trabalho, malgrado todos os
esforços empregados em colhê-los nas fontes, onde nos pareceu muito fácil o
achá-los e coligi-los.
Repetimos, pois: não 6 uma obra de mão de mestre que vai aparecer à luz
do dia; ao contrário, ninguém mais do que nós reconhece a nossa insuficiência
e falta de aptidão e o quanto por isso a desmerece.
Possa, entretanto, este nosso tosco trabalho servir de incentivo e de guia,
ou farol, a alguma mais bem aparada pena, que com verdadeira maestria queira
fazer algum serviço de semelhante gênero à nossa cara província.
Entretanto, ao terminar nosso trabalho, dirigimos um apelo aos
sentimentos nobres e generosos que porventura nossos patrícios possam nutrir
pelo bem público o por tudo quanto possa tender a bem servi-lo, a fim de que
nos prestem o apoio e proteção de que tanto necessitamos.
E firmemente o esperamos.
O Autor.
Ao
Kxcelso Monarca,
DA PROVÍNCIA EM GERAL
Limites da província
O Rio das Mortes, u m dos grandes tributários do Rio Grande, tem sua
primitiva nascente na Seira da Mantiqueira, distante de Barbacena três léguas;
passando retirado dali uma légua no lugar chamado Registro, vai daí por diante
recebendo pequenos rios, como o Loures, o Alberto Dias, o Invernada, o Patusca,
o Ribeirão, o Caxambu, o Elvas, o Agua Limpa, o Carandaí, o Tabuõcs, o Rio do
Peixe, o Rio das Mortes Pequeno e o Pirapetinga, até que deságua no Rio Cirande,
abaixo de Ibituruna.
O Rio Pardo, ou Patipe, nasce nas fraldas das serras Branca, Nova e das
Almas; engrossando sua corrente com as águas de muitos rios pequenos e
ribeirões, quer de um lado, quer de outro, entra na província da Bahia por
Canaviciras e vai desaguar no mar. Este rio, servindo às zonas norte e leste,
oferece peito de 210 quilômetros de navegação desde a cidade de Rio Pardo até
os limites da Província da Bahia.
O Rio Doce, que, tendo sua nascente nas imediações de Ouro Preto e
Mariana, vai-se engrossando com as águas de muitos ribeirões até que recebe
seus afluentes Piranga, Gualaxo, Casca, Piracicaba, Santo Antônio. Guanhães,
Cuieté, Correntes, Saçuí Pequeno e Grande. Manhuaçu e outros ribeirões;
atravessa a Província do Espírito Santo e entra no oceano perlo de Linhares.
Este rio, que serve às zonas leste e sul, apresenta uma extensão navegável de
110 quilômetros desde a Figueira até o Porto do Souza, limite da província com
a do Espírito Santo.
O RioMuhüé, antigo Buieé na linguagem dos índios que por ali habitaram,
nasce nas inatas da Serra do Bagre e Rumo Divisório; passando pela cidade do
mesmo nome, vai recebendo, de um e outro lado, todos os rios e ribeirões das
malas do Carangola, até que deságua no Rio Paraíba, em frente à cidade de
Campos, na Província do Rio de Janeiro.
O Rio Pomba tem sua principal nascente na Serra da Mantiqueira, no lugar
denominado Serra do Sapateiro, três léguas adiante de Barbacena, na estrada
que segue para a cidade de Pomba; corre em linha reta até essa cidade,
recebendo muitos ribeirões, como o Tigúrio. o das Mercês, o do Bonfim, o São
Manoel, o Formoso, o Passa-Cinco. o Pardo, o Rio Novo. o Feijão Cru, o Rio dos
Monos, o Capivara e outros; por fim, vai desaguar no Paraíba, em frente à aldeia
de Pedra.
O Rio Manhuaçu tem as suas nascentes nas fraldas da Serra da Boa Vista,
freguesia de Santa Margarida, município de Ponte Nova, e engrossa-se iogo com
as águas dc diversos ribeirões e depois com as dos rios Lavrinhas,
Jequitinhonha e Jose Pedro, e deságua no Rio Doce, no ponto da divisa de Minas
com a Província do Espírito Santo.
O Rio Saçuí Orando tem suas cabeceiras principais nas serras do Gavião
e do Itambé; reunindo logo grande quantidade de ribeirões, passa pela freguesia
do Rio Vermelho, conduzindo também as águas desse rio e as do Turvo,
Canabrava, São Nicolau. Agua Suja, Areias, Jacuri, São Félix, Crupuca,
Tambacuri c outros, depois do que entra no Rio Doce, abaixo de Figueira.
O Rio Bananal Grande nasce na Serra da Boa Vista; reunindo-se logo com
o Bananal Pequeno e o Cuieté c mais alguns ribeirões, entra no Rio Doce. no
lugar denominado Barra do Cuieté.
O Rio Piracicaba é um dos maiores afluentes do Rio Doce o tem suas
cabeceiras na Serra do Espinhaço, ao pé das freguesias de Bento Rodrigues,
Inficionado e Catas Altas do Mato Dentro; com;, recebendo pequenos ribeirões,
até que chega perto da cidade de Santa Bárbara e, abaixo dela, recebe o São
Gonçalo do Rio Acima, o São José da Lagoa, o Onça Pequeno e Grande, o Salto
Grande, depois do que deságua no Rio Doce, no lugar chamado Barra do Pontal.
Capítulo IV
IDAS A G U A S M I N E R A I S D A PROVÍNCIA
Aguas sulfurosas
Exportação
Importação
Indústria mineira
Finanças da província
Estradas da província
Estrada de rodagem
Além desta estrada, não nos consta que na província haja mais alguma
nas condições de uma verdadeira estrada dc rodagem e que mereça ser aqui
mencionada.
Na província, hoje, a maior paite das cidades mais importantes tem ilumi-
nação a querosene ou a azeite. Em Ouro Preto, São João dcl-Rei. Barbacena,
Juiz de Fora e outras cidades, à noite, já os passeadores não andam às escuras.
Também em muitas cidades da província, como Ouro Preto, São João del-
Kei, São José del-Rei, Sabará. Barbacena, Juiz dc Fora, Passos. Pouso Alegre,
Lavras, Campanha, Itajubá, Carmo da Cristina e outras, há teatros onde se dão
espetáculos que muitas vezes são bem desempenhados.
64» dilas
Reserva
13 batalhões com 82 ditas
15 seções de batalhão com . . . .31 ditas
Companhias avulsas 2 ditas
D A CULTURA INTELECTUAL
U MUNICÍPIO
2^ MUNICÍPIO
3n MUNICÍPIO
4& MUNICÍPIO
Suo João ücl-Rci. Esta povoação foi fundada em época anterior a 1684.
Nas margens do rio que dá o nome à comarca houve em 1708 uma horrível
carnificina entre paulistas e emboabas, e daí é que veio o nome de Rio das
Mortes ao rio que coita este município. No lugar em que teve começo essa
batalha, c que ficou com o nome de Capão da Traição, encontra-se hoje um
pequeno arraial com o nome de Matozinhos, que faz paite dos subúrbios da
cidade.
A povoação teve o foro de vila em 1714, e em 8 de dezembro de 1715 foi
empossado o seu primeiro ouvidor. Por lei provincial de 6 de março dc 1838 foi
elevada à categoria de cidade. Dista da capital da província 24 léguas e da Corte
60 léguas. Está situada a meia légua ao lado esquerdo do Rio das Mortes, nas
fraldas da Serra do lenheiro. Este município em outros tempos produziu muitos
milhares de arrobas de ouro.
A cidade de São João del-Rei é. sem questão alguma, uma das melhores
da província. Seus edifícios são de boa construção e bonita perspectiva, e há
neles, a par do luxo, gosto apurado. Tem 21 ruas, todas calçadas, e mais de 80
sobrados, 10 praças e 3 chafarizes. O seu comércio é ativo e seguro, e o de mais
vulto é o do sal; porém exporta muito toucinho, superiores queijos, aguardente,
açúcar, polvilho e muito mantimento, gado vacum, cavalar e lanígero. O terreno
do município está quase todo reduzido a campos, e as poucas matas que ainda
se encontram são de capoeiras finas. No recinto da cidade há as seguintes
igrejas: a matriz; a igreja do Carmo, templo majestoso; a de São Francisco de
Assis, templo importante, magnífico c de uma riqueza dc obra extraordinária; a
capela do Rosário; a das Mercês: a dc Santo Antônio; a de São Caetano; a do
Bonfim; a de São Gonçalo Garcia; a do Bom Jesus do Monte; e a das Dores do
Hospital.
A Casa de Misericórdia é um edifício vasto c foi fundado por um eremita
castelhano, Manoel dc Jesus, com um fundo de 20S0O0; entretanto seus fundos
hoje montam a 80:0005000, e seus bens, a 150:000$000. O edifício é o melhor
que nesse gênero há em toda a província. O hospital de São João del-Rei é a
mais rica coroa de glória que cinge a frente dos são-joanenses.
Na cidade existem bem montados alguns colégios de instrução primária e
secundária para ambos os sexos, e que tém dado excelentes resultados. Além
desses, há também aulas públicas bem freqüentadas, o que prova o quanto os
são-joancnscs são amantes da instrução.
Há na cidade uma excelente biblioteca pública, com 2.664 volumes de
boas o escolhidas obras, que durante o dia estão à mercê dos amantes da leitura
o das ciências. A cidade tem uma boa Casa de Câmara e Cadeia e também um
bem sofrível teatro, decentemente ornado. A música ali encontra todas as
homenagens que lhe são devidas. Há de 40 a 50 pianos e dois grandes coros de
música, que disputam entre si a primazia. São João del-Rei tem sido o berço de
algumas ilustrações, tais como Lameda e outras, que no púlpito têm ensinado o
Evangelho, e pela virtude c energia de seus pensamentos souberam moralizar a
sociedade em que viveram. Enfim, em São João del-Rei preza-se tudo que é
capaz de adoçar o coração e ilustrar o espírito.
0« MUNICÍPIO
8« MUNICÍPIO
9« MUNICÍPIO
10a MUNICÍPIO
12a MUNICÍPIO
13« MUNICÍPIO
Mu MUNICÍPIO
15» MUNICÍPIO
16a MUNICÍPIO
17a MUNICÍPIO
18a MUNICÍPIO
19a MUNICÍPIO
2 0 " MUNICÍPIO
21a MUNICÍPIO
22" MUNICÍPIO
23a MUNICÍPIO
242 MUNICÍPIO
25* MUNICÍPIO
26a MUNICÍPIO
27a MUNICÍPIO
28a MUNICÍPIO
30a MUNICÍPIO
Cidade de São José del-Rci. A povoação de São José del-Kei foi criada
freguesia por carta régia de 16 de fevereiro de 1724 e depois foi elevada à
categoria de vila e criado o seu município pelo termo da junta rio governo de 19
de janeiro de 1718, sendo governador da província o Conde de Assumar. Foi
suprimida a vila pelo ait. 1» da Lei Provincial n. 3 6 0 , de 1848, depois restaurada
pelo art. 1» da Lei Provincial n. 1 5 2 , de 1849, e elevada à categoria de cidade
pelo art. la da Lei n. 1.092, dc 7 dc outubro de 1860.
O município pertence à comarca do Rio das Mortes.
A cidade dista de São João del-Rei 2 léguas e da capital da província 2 2 e
meia.
A povoação está colocada na fralda dc uma montanha pouco elevada e
retirada da margem do Rio das Mortes dois a três quilômetros pelo lado direito,
tendo ao lado a Serra de Santo Antônio, uma das mais lindas e pitorescas da
província.
Tem sete ruas c quatro praças, todas calçadas; tem boa Casa de Câmara,
cadeia e um excelente chafariz, com uma imagem de São José cm um oratório
na frente; tem um pequeno mas excelente teatro.
A sua matriz é uma das mais belas, grandes c ricas da província e ainda
hoje possui riquíssimos ornamentos e peito de 50 arrobas de prata, apesar de
ler sido muito roubada. Tem mais as igrejas da Trindade, São João Evangelista,
Rosário, Mercês. São Francisco, Santo Antônio do Canjica e a do Senhor Bom
Jesus, em minas: tem também as capelas filiais do Bichinho, Padre Caspar e
Mosquito.
Seus terrenos foram descobertos no século XVIII por João Afonso
Cerqueira, e o ouro encontrado ali foi em tanta quantidade que atraiu logo a
imigração para ali, e dentro em dez anos foi elevado o povoado a vila.
Esta povoação hoje tem descaído muito; por causa das muitas intrigas e
desordens qno ali têm havido, muitas pessoas têm-se retirado dali; a sua
população hoje pouco excede de 3 mil almas, que, com a do município, se eleva,
talvez, a 13.200 almas.
Tem um colégio eleitoral composto de 36 eleitores.
Tem também uma aula pública de latim e francês, além das aulas de
instrução primária, de um e outro sexo.
Sabe-se que ali. cm tempos não muito remotos, se fiou o teceu linho muito
fino; hoje, porém, a indústria do lugar se limita apenas a tecidos de algodão,
sendo alguns de apurado gosto. Também se fabrica ali muito calçado para
exportação. Faz-se ali atualmente muito excelente vinho de uva-inanga, que
pode rivalizar com o de Barbacena. Também há na freguesia algumas caieiras,
que fabricam muita cal para exportação.
Na freguesia dc Prados, a mais importante do município não só pelo seu
grande pessoal, como também pela sua riqueza, há muitas e importantes fábri-
cas de selins e arreios para montaria de homens c senhoras; estes selins e
arreios são feitos com tal perfeição, segurança, cômodo e bom gosto que
rivalizam com os melhores vindos do estrangeiro; esta indústria produz ali,
anualmente, mais de 2(K);(X)0S000.
Existem no município muitas fazendas de cultura c criação c exportam
muito gado vacum, cavalar e lanígero, bem como todos os gêneros da lavoura.
A povoação da cidade e arrabaldes é bonita, porém seu pessoal para
cargos públicos é pequeno. Tem alguns edifícios importantes, como a Casa da
Câmara c Cadeia.
C) número de escravos do município que foram matriculados na coletoria
é de 2.735; e o fundo de emancipação que lhe foi distribuído é de 5:446$872.
O número de ingênuos nascidos em quatro freguesias até 31 de dezembro
de 187G foi de 4 6 4 , dos quais faleceram 52.
O município divide pelo lado do sul com os de Barbacena e São João dcl-
Kei; pelo lado do noite com os de Bramado e Bom Sucesso; pelo lado do nascen-
te com o de Barbacena; c pelo lado do poente com os dc São João e Bom Sucesso.
Compõe-se das freguesias e distritos seguintes;
31a MUNICÍPIO
32a MUNICÍPIO
33a MUNICÍPIO
35a MUNICÍPIO
36a MUNICÍPIO
37a MUNICÍPIO
Cidade dc Ubá. A freguesia dc Ubá foi criada pelo § 3o do art. 1" da Lei n.
2 0 9 . de 1 8 1 1 . O município, porém, tinha sido criado pela Lei Provincial n. 134,
dc 1839, sendo sua sede a freguesia de São João Batista do Presídio, sede que
depois, pelo § 1« do art. la da L i n. 6 5 1 , de 1853. passou para a freguesia dc
Ubá, a qual pelo art. 1« da Lei n. 8 0 6 . de 3 de julho de 1857, foi elevada à
categoria de cidade.
A sua população regula por 4 mil almas, que com a do município sobe a
33 mil.
3Ba MUNICÍPIO
A cidade não é pequena: consta de uma só rua. mas essa é muito extensa;
tem um bom o importante pessoal, pacífico, laborioso e hospitaleiro. Seu solo é
ubérrimo, produz com abundância tudo quanto nele se planta; porém sua lavoura
fortíssima é a do café e a da cana. A população do município é de 3 9 . 0 1 0 almas.
O número de escravos matriculados na eoletoria do município foi de
5.936; e o fundo de emancipação é dc 11:821$805.
O número de ingênuos nascidos cm quatro das freguesias do município
até 31 dc dezembro de 1876 foi dc 5 5 0 . dos quais faleceram 83.
O município divide pelo lado do sul com os dc Leopoldina e Cataguases;
pelo lado do nascente com os de São Fidélis, Campos e llapemirim; pelo lado do
noite com os de Ubá e Ponte Nova; c ao poente com o mesmo de Ubá. Sua
extensão dc norte a sul é de 3 2 léguas c de leste a oeste 15.
Compõe-se das freguesias e distritos seguintes:
HO freguesia de São Paulo do Muriaé;
2a) freguesia de Nossa Senhora da Glória;
3'>) freguesia de Nossa Senhora das Dores da Vitória;
4«) freguesia de São Sebastião da Cachoeira Alegre;
5a) freguesia de São Sebastião da Mata;
6a) freguesia de Nossa Senhora do Patrocínio do Muriaé;
7a) freguesia de Santa Luzia do Carangola;
ÍJa) freguesia de São Francisco da Glória;
9a) freguesia de Nossa Senhora da Conceição dos Tombos de Carangola;
10a) distrito de Santo Antônio da Glória;
1 la) curato de Divino.
39a MUNICÍPIO
40a MUNICÍPIO
42« MUNICÍPIO
43Q MUNICÍPIO
44a MUNICÍPIO
Cidade de Três Pontas. Esta povoação foi elevada a freguesia por reso-
lução de 14 de julho de 1832. a vila pelo § 3u do art. 1u da Lei Provincial n. 2 0 2 .
de 18-11, e a cidade pelo art. 1" da Lei n. 8 0 1 . de 3 de julho dc 1857. Dista da
Corte 70 léguas, dc Ouro Preto, 52 e da estação da estrada de ferro 34.
A cidade de Três Pontas estã colocada em uma bela campina e tem a um
lado excelentes campos dc criar e boas terras dc cultura.
A população do município orça por 2 3 . 6 1 3 almas, sendo a da cidade de 3
a 4 mil. Ú a cabeça da comarca de Três Pontas e tem um colégio eleitoral
composto de 5 9 eleitores.
A cidade é dividida em 15 ruas. 8 praças e diversos becos e travessas,
com perto de 400 casas, algumas das quais de sobrado.
Aiém da matriz, tem as capelas de São Miguel, do Rosário e dos Passos e,
cm construção, as de São Sebastião, das Dores e de Santo Antônio. Tem boa
Casa de Câmara e Cadeia, diversos chafarizes e bom cemitério. Tem um bom
colégio para menores, além das aulas públicas; tem um gabinete de leitura c
também um colégio para meninas.
A cultura principal do município são os cereais; mas também aí progride
a cultura do fumo. do algodão, da cana c do vinho, havendo ali mais de 20
qualidades de parreira.
Exporta muito gado, carneiros, porcos, toucinho, fumo, queijos e todo o
seu terreno é fertilíssimo.
O número de escravos matriculados na coletoria do município foi dc
5.997, e o fundo de emancipação é de 11:943S288.
Quanto ao número dc ingênuos, nada sabemos.
O município divide por um lado com o dc Campanha; por outro com o de
Alfenas; por outro com o de Boa Esperança; e por outro com o dc Lavras.
Compõe-se das freguesias e distritos seguintes:
45fl MUNICÍPIO
50a MUNICÍPIO
51" MUNICÍPIO
52a MUNICÍPIO
Cidade de Ponte Nova. A povoação de Ponte Nova foi elevada a freguesia por
resolução de 14 de junho de 1832 e elevada à categoria de vila pelo art. la da Lei
Provincial n. 827, dc 11 de junho de 1857, e depois passou à categoria de cidade.
Dista da capital da província 14 léguas. Hoje, é a sede da comarca do Rio
Turvo. Tem um comando superior da Guarda Nacional e um colégio eleitoral
composto de 1 3 8 eleitores.
A cidade de Ponte Nova tem-se tornado assaz importante não só pelo sen
comércio, como pela sua lavoura; em seu município há para mais de 140
engenhos de cana, onde se fabricam muitas centenas de arrobas de açúcar e
muitas dezenas de pipas de aguardente para exportação; além de que, também
ali, já se cultiva o café em larga escala e lodos os mais gêneros do País.
A população da cidade orça por 3 . 0 0 0 almas, que, com a do município, se
eleva a 5 5 . 3 7 0 .
O número de escravos matriculados na coletoria do município foi de
7.601. e o fundo de emancipação é de 15:1435700.
O número de ingênuos de três freguesias, nascidos até 31 de dezembro de
1876, foi de 4 6 4 , dos quais faleceram 47.
O município de Ponte Nova divide por um lado com a Província do Espírito
Santo; por outro lado com o munirípio de Santa Bárbara: por outro, com os de
Mariana e Piranga; e por outro com o da cidade de Viçosa de Santa Rita e o do
Muriaé.
53a MUNICÍPIO
54a MUNICÍPIO
A cidade tem poucas mas e não é calçada; tem uma só praça, bem
espaçosa, na qual está colocada a matriz, templo magnífico, construído todo de
pedra à custa do finado comendador Francisco Therezianno Fortes, acabado e
ricamente paramentado pela viúva do mesmo, a finada viscondessa de Monte
Verde. Ao lado da matriz está também uma pequena igreja de Nossa Senhora do
Rosário. Ao lado da matriz, porém mais acima, está colocada a ponte que dá
passagem para a Província do Rio, c aí também está a recebedoria provincial;
este bairro é o mais importante da cidade. Em uma ladeira que fica acima da
cidade está colocada a Casa da Câmara c Cadeia, edifício que também foi doado
pelo sobredito finado Therezianno.
55Ü MUNICÍPIO
56o MUNICÍPIO
57a MUNICÍPIO
58a MUNICÍPIO
59a MUNICÍPIO
Cidade de Rio Pardo. A povoação de Rio Pardo foi elevada a vila por lei
provincial de 13 de outubro de 1832, e hoje é cidade c faz parte da comarca do
mesmo nome.
A população do município eleva-se a 52.256 almas. Tem um colégio
eleitoral composto de 129 eleitores. Dista da capital da província 110 léguas.
Este município está muito ao norte, e por isso todo o seu comércio é com
a Bailia. A sua lavoura principal é a da cana e dos mais gêneros alimentícios. A
sua maior exportação consta de açúcar, aguardente, rapaduras e mantimentos.
A cidade dc Rio Pardo não é pequena e é bem populosa. Está colocada à
margem do rio do mesmo nome c muito nas cabeceiras dele, ao pé da Serra das
Almas. Tem bom pessoal e este é muito animado e civilizado.
O número de escravos matriculados na coletoria do município foi de
6.722, c o fundo de emancipação é de 13:387S158.
O número de ingênuos nascidos em duas freguesias do município foi de
41, dos quais nenhum tinha falecido até fins de 1876.
Este município divide com a província da Bahía e com os municípios do
Grão-Mogol e Januária, da Província de Minas.
Compõe-se das freguesias e distritos seguintes:
60e MUNICÍPIO
61« MUNICÍPIO
62" MUNICÍPIO
Vita de Campo Belo. Não sabemos ao certo em que ano foi criado este
município, mas acha-se instalado há pouco c foi desmembrado do de Tamanduá;
pertence à comarca de Lambari e divide com os municípios de Oliveira,
Tamanduá e Formiga.
A freguesia de Campo Belo tem 4.639 almas e dá 12 eleitores, que votam
em Tamanduá.
Nada mais pudemos saber.
63c MUNICÍPIO
64a MUNICÍPIO
65c MUNICÍPIO
66a MUNICÍPIO
Vila de Santo Antônio dos Patos. A criação da vila de Santo Antônio dos
Patos data dc 1870 para 1871, c foi desmembrada do município do Patrocínio:
faz parte da comarca do Rio Dourados e dista da capital da província 7 8 léguas.
Tem um colégio eleitoral composto de 37 eleitores. Sua população eleva-
se a 15 mil almas em todo o município.
Seu território compõe-se na maior parte de campos de criar c poucas
terras de cultura; porém assim mesmo esta não é pior, pois que se cultivam
lodos os gêneros de primeira necessidade. Exporta muito gado e porcos.
O número de escravos matriculados na coleto ria do município foi de
1.395. c o fundo de emancipação é de 2 : 7 7 8 $ 2 0 0 .
O número de ingênuos nascidos em duas freguesias do município até o fim
do ano de 1 8 7 6 foi de 118, dos quais faleceram 13.
O município divide com o de Paracatu por um lado; por outro com o de
Santana dos Alegres; e por outro com os de Patrocínio e Bagagem.
Compõe-se das freguesias e distritos seguintes:
Vila de Santana dos Alegres. A criação da vila de Santana dos Alegres data
de 1874 a 1875, e sobre ela só o que pudemos saber é que foi desmembrada do
município de Paracatu, a cuja comarca pertence, e não temos ceiteza se já foi
instalada tanto a vila como o foro.
A população do novo município é de 8 a 9 mil almas; seu território é quase
todo de campinas e sua lavoura consta dos gêneros do País.
O município compõe-se das freguesias e distritos seguintes:
68B MUNICÍPIO
70a MUNICÍPIO
71a MUNICÍPIO
72a MUNICÍPIO
73* MUNICÍPIO
Vila da l^edra dos Angicos. A antiga Vila Risonha de São Romão, situada na
margem esquerda do Rio São Francisco c sede da comarca do Rio São Francisco,
foi transferida para a freguesia de Pedra dos Angicos, na margem direita do
mesmo rio, tendo lugar esse fato dc 1872 a 1873, suprimindo-se uma vila impor-
tante em todos os sentidos para criar-se uma sem importância e na extremidade
do município.
0 município de Pedra rios Angicos contém território em ambas as
margens do Rio São Francisco, sua população é de 1Ü mil almas, tem um colégio
eleitoral composto de 25 eleitores e é hoje a sede da comarca do Rio São
Francisco.
O número de escravos matriculados na coletoria do município é dc 433.
O número de ingênuos é de 37. dos quais faleceu um.
O município divide com os de Januária e de Santana dos Alegres do lado
esquerdo do rio e, do lado direito, com os de Montes Claros e Jequitaí.
A vila de São José da Pedra dos Angicos, hoje, é a cidade de São Francisco.
Consta das freguesias e distritos seguintes:
74« MUNICÍPIO
75" MUNICÍPIO
76a MUNICÍPIO
Vila de Pouso Alto. A povoação de Pouso Alto foi elevada a freguesia por
decreto dc 14 de julho de 1832, c depois à categoria de vila cm 1872.
A Vila de Pouso Allo está colocada em uma montanha, no alto da qual está
a matriz, construída dc pedra, e a ela sc vai ter por uma ladeira, calçada e
íngreme; embaixo estão colocadas as melhores casas da povoação, que ainda se
prolonga por uma rua lateral à matriz, rua estreita, irregular e só de casebres.
A povoação é cercada de férteis terras de cultura, aproveitadas na maior
paite para a plantação do fumo.
A meia légua corre o Rio Verde.
A povoação consta de umas 120 casas, algumas bem construídas; tem um
chafariz público, cemitério e. além da matriz, há mais a igreja do Rosáno.
Há ali uma escola pública para meninos.
Dista da Corte 5 0 léguas; de Ouro Preto, 52; de Campanha, 14; de
Baependi, 5: dc São João do Picu, 3; e da estação da Boa Vista. 11.
A população do município, não se contando a freguesia da vila. onde não
houve recenseamento, é de 6.973 almas.
Tem um colégio eleitoral composto de 27 eleitores.
O comércio do lugar é bastante ativo e animado; ali há muitas e grandes
tropas, que conduzem gêneros e cargas para diversos pontos da província.
Seus fazendeiros, na maior parte, são abastados, e a lavoura do município
é grande e produz bem todos os gêneros, especialmente o fumo.
Ksie município é um dos bons da província.
Pertence à comarca de Cristina c divide com os do Baependi, Cristina e
Aiuruoca.
Suas freguesias são as de Nossa Senhora da Conceição de Pouso Alto, São
José do Picu c Passa-Quatro.
77a MUNICÍPIO
78a MUNICÍPIO
Vila de Monta Alegre. A povoação de Chagas, hoje vila de Monte Alegre, foi
desmembrada do município de Prata e erigida em vila no ano de 1 8 7 3 .
Seu território compõe-se na maior parte de campinas; está colocada
entres os rios Tijuco c São Marcos, onde divide com a Província de Goiás; faz
parte da comarca dc Prata. Sua população consta de 11.197 almas, c seu colégio
eleitoral compõe-se de 2 8 eleitores do município.
Dista da capital da província 121 léguas e meia.
Sua lavoura especial é a da cana e gêneros alimentícios; há grande criação
de gado e porcos, que exportam em grande quantidade.
Nada sabemos sobre o número de escravos nem dc ingênuos do
município.
Divide com o município de Santo Antônio dos Patos e o de Prata pelo lado
de Minas, e compõe-se das freguesias seguintes:
79o MUNICÍPIO
Vila de Silo Francisco das Chagas do Campo Grande. Esta povoação foi
Vila do Carmo do Rio Garo. A povoação deste nome, hoje vila do Carmo
do Rio Claro, que já fez parte do município de Passos, é uma das mais
importantes do sul de Minas e está colocada nas margens do Rio Sapucaí, no
alto de uma campina de vista aprazível, e é coitada pela estrada geral que se
dirige para a Corte e também para a capital da província.
Contém oito ruas e diversas travessas e tem sete casas de sobrado no lar-
go da matriz. Dista da Corte 9 0 léguas; de Ouro Preto. 6 5 ; de Passos. 11; de Cam-
panha, 27; de AJfenas, 11; de Boa Esperança, 11; c da estação da Boa Vista, 48.
A lavoura do município consta de cereais, cana e café. que produz
admiravelmente e não tem a perseguição das formigas.
A povoação de Carmo do Rio Claro foi elevada a vila de 1872 a 1873.
Pertence à comarca de Passos.
A população do município consta dc 8.2-17 almas e dá 21 eleitores; é ativa
e morigerada. religiosa e dedicada ao trabalho.
O seu território é banhado pelos rios Sapucaí. Claro, Correnteza, ltapixé e
Santa Quitéria.
A vila é espaçosa e contém 2 0 0 a 3 0 0 casas, sendo algumas dc sobrado.
Tem uma grande praça aformoscada pelos prédios que a rodeiam e pela matriz,
que, a esforços de seu digno pároco, há de vir a ser um excelente templo. Além
da matriz, há também as igrejas do Rosário e dos Passos.
Este município exporta anualmente de 5 a 6 mil cabeças de gado e outros
tantos mil porcos gordos.
O município divide com os de Passos, São Sebastião do I^araíso e Cabo
Verde, e compõe-se das freguesias c distritos seguintes:
82a MUNICÍPIO
Vila do Rio Doce. Usta vila foi criada há pouco lempo: data de 1872 a 1873.
É a povoação e freguesia outrora conhecida pelo nome de Santo Antônio
do Peçanha; está colocada à margem do Rio Saçuí Grande, na ponta da Serra dos
Correntes.
Pertence à comarca do Itamarandiba.
O município contém 19.381 almas e dá 39 eleitores.
Divide com os de São João Batista. Diamantina, Serro e Conceição, e
compõe-se das freguesias e distritos seguintes:
FIM
Apéndice
• Divisas da província 43
Abaeté 170
Aiumoca 127
Alienas 110
Araçuaí 119
Araxá 1
12
Baependi 125
Bagagem 100
Barbacena 97
Boa Esperança 144
Bom Sucesso 153
Bonfim 13«
Caeté 130
Caldas 113
Campanha 95
Conceição do Mato Dentro 119
Cristina 145
Curvelo 155
182 Diamantina 82
Formiga 109
(irão-Mogol 118
Itabira do Mato Dentro 100
Uajubá 147
Jaguari 142
Januãria 104
Juiz de Fora 86
Lavras do Funil 129
Leopoldina 136
Mar de Espanha 135
Mariana 81
Minas Novas UB
Montes Claros 117
Oliveira 110
Ouro Freto 79
Paracatu 103
lassos 100
Patrocínio 158
Piranga 149
94
Pitangui
148
Piui
Pomba
Ponte Nova 1 : > 0
Pouso Akigit; 1 0 8
Praia
, 131
Queluz
Rio No\o
1S7
Rio Pardo _
Rio Preto 1 5 2
., , . 91
babara
Sinta Barbara 1 0 7
139
Santa Luzia
Sào João Batista 1 5 4
83
São João del-Rei 1
1 14
São Paulo do Muriae ^
São Sebastião do Paraíso 1 2 4
93
Turvo
Serro do Frio
Ibá , - 121
1 3 3
183
lamandua
l.beraba 102
Viçosa de Santa Rita 1411 5 6
Tres Pontas
148
índice das vilas
Belo Horizonte
Primavera de 1ÜÜ7
CEHC/FJP