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1. Trabalho apresentado a Faculdade de Rolim de Moura – FAROL, como requisito final de avaliação para
conclusão do curso de graduação em Direito, dezembro 2020.
2. Acadêmico concluinte. E-mail: dyonescleve@hotmail.com
3. Professor orientador graduado em Direito, Pós-Graduado em Direito Civil e Direito Processual Civil; Mestre
em Ciências Militares.
Resumo
O presente artigo é resultado da pesquisa realizada, tendo em vista o trabalho de conclusão de curso de Direito,
cujo tema principal é o direito médico: aspectos processuais da responsabilidade civil por erro médico. O erro
médico atualmente é um dos grandes destaques na medicina, de tal forma que se faz importante a análise da
responsabilidade civil do médico. Por esta razão, o presente estudo busca descrever o que é erro médico?
Levando-se em questão a natureza jurídica, assim como,definir a obrigação de meio e de resultado, e o vínculo
contratual.
ASBTRACT
Medical law: the procedural aspects of civil liability medical error. This article is the result of the research
carried out, with a view to concluding the graduation law course, whose has which main theme is medical law:
procedural aspects of civil liability for medical error. Medical error is nowadays one of the biggest featured in
medicine, in such a way that the analysis of the doctor's civil liability is important of been studied. For this
reason, the present study seeks to describe what is a medical error. Bring into question the legal nature, even as,
define the obligation of means and results, and the contractual bond.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, a medicina é considerada um fato social, uma vez que social e público é o
interesse da sociedade pela saúde. A medicina possui um conhecimento acumulado, cujo,
desenvolvimento traduz-se em condutas ou procedimentos a serem analisados pela classe
médica.
A atividade médica tem o objetivo de propiciar ao paciente a saúde espiritual e física,
tanto que não mede esforços para atender à necessidade do mesmo, e muitas vezes não é a
cura que o paciente procura, mas sim o bem estar decorrente do aperfeiçoamento estético e
por conseguinte acaba se deparando com um erro médico. A responsabilidade médica é um
assunto que vem sendo recentemente debatida, seja no campo civil, penal e ético. No campo
do Direito Médico, o erro médico assume lugar de destaque, visto que na prestação de
serviços médicos há sempre vício no procedimento, e esse, por conseguinte resulta em danos
ao ofendido.
Apesar de ser um tema polêmico, a responsabilidade civil médica tem sido
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2. RESPONSABILIDADE CIVIL
4. ERRO MÉDICO
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§4 - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
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Art.29 – Praticar atos profissionais danosos a paciente, que possam ser caracterizados como imperícia,
imprudência ou negligência.
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A responsabilidade civil dos médicos por danos causados no exercício regular da profissão é
auferida a verificação da culpa mediante a três modalidades, a imprudência, a negligência ou
imperícia, previstas no parágrafo 04º do artigo 14 Código de Defesa do Consumidor
conjugado ao artigo 951 Código Civil.
Assim, Sebastião (2003, p.89) defini o que é erro médico, senão vejamos:
Na lição de Neto (2002, p.148) a obrigação de meio “ocorre quando o médico, que se
obriga a envidar seus melhores esforços e usar de todos os meios indisponíveis à obtenção de
cura do doente, mas sem jamais assegurar o resultado, ou seja, a própria cura”.
Na obrigação de meio, o médico se obriga apenas a utilizar os meios apropriados à
obtenção do resultado buscado pelo paciente, não se encontram vinculadas a um resultado
certo e determinado a ser produzido por aquele, ou seja, exige-se somente a atividade
aplicada.
Neto (2002, p.148) sopesa que “na obrigação de resultado, o médico se obriga a
alcançar determinado fim sem que a qual não terá cumprido sua obrigação, ou ele consegue o
resultado avençado ou arcará com as consequências”.
Neste caso, as obrigações de resultado são aquelas com a efetiva produção de
resultado, que será sempre certo e determinado, ou seja, o médico se obriga a desempenhar
um ato predeterminado e com resultado preciso.
Ademais, as parcerias realizadas entre médicos e pessoas jurídicas, a responsabilidade
de ambos será solidária, ou seja, um responderá pelos atos do outro em igual intensidade.
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Neste caso, a obrigação é uma espécie múltipla, onde concorre a presença de mais de um
sujeito em um ou ambos os polos da relação obrigacional e assegurando a reparação,
conforme disposto no artigo 942 Código Civil.
A doutrina e jurisprudência na atualidade classifica as especialidades cirurgia plástica,
análises clinicas, clínica médica, anestesiologia e radiologia, sendo como obrigação de
resultado3.
Ao lado do dano emergente e do lucro cessante, têm-se falado de forma efetiva sobre a
perda de uma chance, sendo como mais uma espécie de dano na atualidade. Não se tem
admitido, em geral, a ressarcibilidade do dano eventual, pois sua verificação depende da
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https://jus.com.br/artigos/36518/responsabilidade-civil-medica-obrigacao-de-meio-x-obrigacao-de-
resultado#:~:text=Assim%20a%20%C3%A1lea%20da%20atividade,anestesia%2C%20an%C3%A1lises%20cl
%C3%ADnicas%20e%20radiologia.
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Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
equitativamente, a indenização.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou
à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
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ocorrência de evento de caráter futuro e incerto. No entanto, o dano eventual, pode ser
indenizável, inclusive com acolhimento pela jurisprudência do STJ, na hipótese de perda de
uma chance por erros médicos, a qual ocorre quando, diante de uma determinada situação
jurídica em que há extrema probabilidade de êxito e ganho de vantagem, a vítima sofre a
perda dessa chance.
Como requisito para aplicação da teoria da perda de uma chance temos: a) ato ilícito
ou lícito; b) extrema probabilidade de que a vítima auferiria a vantagem decorrente da
oportunidade da qual foi privada; c) nexo de causalidade entre o ato do agente e a perda de
uma chance.
Sobre o último requisito, é importante frisar que a adoção da teoria da perda de uma
chance não atua na mitigação da causalidade direta exposta no artigo 403 do Código Civil.
Não se trata de responsabilizar o sujeito por dano que tenha decorrido indiretamente da sua
conduta, mas sim de considerar que, pela sua atuação, culminou por, de fato, privar a vítima
de ter acesso à oportunidade o que lhe causou prejuízo.
ORecurso Especial 1.291.247-RJ, proveniente informativo 549 STJ 6, a Ministra Nancy
Andrighi frisou que “tem direito a ser indenizada, com base na teoria da perda de uma chance,
a criança que, em razão do preposto da empresa contratada por seus pais para coletar o
material no momento do parto, não teve recolhidas as células-tronco embrionárias.”
6.2 Iatrogenia
Castro (2005, p.30) descreve iatrogenia sendo “vocábulo composto a partir de dois
radicais gregos. O primeiro dele significa médico e o segundo geração, o que faz a junção
deles indicar tudo o que seja causado pelo médico”.
A iatrogenia é um prejuízo inevitável, provocado por ato médico em pacientes sadios
ou doentes, cujos transtornos são irreversíveis e inesperados, de forma consciente na tentativa
de curar a patologia do paciente. Via de regra essa lesão, não gera a responsabilidade para o
médico e hospital. Barros Junior esclarece (2007, p.65)
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vide informativo de jurisprudência n. 549 – STJ. Direito civil. aplicabilidade da teoria da perda de uma chance
no caso de descumprimento de contrato de coleta de células-tronco embrionárias. Brasília - DF, STJ
2014.disponível em:< https://scon.stj.jus.br/scon/searchbrs?b=infj&tipo=informativo&livre=@cod=
%270549%27>.acesso em: 02 set. 2020, às 10h35min.
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7. METODOLOGIA
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Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes;
entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro
arbítrio de uma das partes.
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8. RESULTADOS
17%
11%
71%
A B C
8% 17%
33% 20%
50%
71% 33%
67%
9. DISCUSSÃO
Ademais, Kfouri (2018, p.12), descreve que não se pode omitir que o exercício da
medicina, não está alheio a infortúnios. É necessário questionar não só a quem, como também
as condições em que será imputada a respectiva responsabilidade.
Tendo em vista a maior conscientização da população acerca de seus direitos, tem
deteriorado a relação médico-paciente, e em consequência as demandas relacionadas
negligência, imprudência ou imperícia, tem mostrado elevado índice de denúncias.
Em outras palavras, manter a boa relação médico-paciente é a melhor maneira de
prevenir denúncias.
Conforme descreve o artigo 5º do Código de Ética Médica: são princípios
fundamentais do médico “aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do
progresso científico em benefício do paciente”.
Ou seja, como descreve Kfouri (2018, p.12), apenas ponderando a real causa, ou todas
as causas que colaboraram para a ocorrência do dano, é que poderão ser imputadas as devidas
responsabilidades.
REFERÊNCIAS
ASSIS NETO, Sebastião; JESUS, Marcelo de; MELO, Maria Izabel de.Manual de direito
civil: volume único. 6. ed. – rev. amp. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2017.
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DA ROSA, Amanda Borges. Responsabilidade civil do médico por iatrogenia. Rio Grande
do Sul: PUC, 2016. Disponível em: <http://www.pucrs.br/direito/wp-
content/uploads/sites/11/2017/03/amanda_rosa_2016_2.pdf> Acesso em: 18 set. 2020, às
16h37min.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 26. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2012
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
KFOURI NETO, Miguel. Culpa Médica e Ônus da Prova. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2002.
KFOURI NM. Responsabilidade civil do médico. 9 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2018.
MELO, Nehemias Domingos de. Responsabilidade Civil por Erro Médico: Doutrina e
Jurisprudência. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MELO, Marco Aurélio Bezerra de. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2. Ed. Rio de
Janeiro: Forense. 2018.
MORAES, Irany Novah. Erro Médico e Justiça. 5. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2003.
Pareceres:
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