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Notícias
01/04/15 | Produção vegetal
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Foto: Luiz Guilherme R. Wadt de- Aldemir Chaim e Luiz Guilherme R. Wadt*
noticias/-/noticia/2615385/artigo-
-- Várias pesquisas têm demostrado que o emprego de
pulverizacao-
pequenas gotas menores do que 100 micrômetros
eletrostatica-
apresentam melhores resultados de controle de problemas
a- fitossanitários. Entretanto, as gotículas, devido as suas
revolucao- pequenas massas, possuem pouca energia cinética, o que
na- faz com que suas capturas pelos alvos sejam reduzidas e
aplicacao- também que a evaporação e deriva se acentuem. Desta
(/image/journal/article?
de- maneira as vantagens esperadas, de maior eficiência de
img_id=2749335&t=1429800401598)
agrotoxicos)utilização de um menor volume de calda de aplicação,
somente se verificam em condições muito especiais. Consequentemente, para melhorar a eficiência das
pulverizações, os agricultores utilizam bicos que produzem gotas maiores do que 200 micrômetros, para garantir
um completo molhamento das plantas. A pulverização eletrostática se apresenta como uma solução tecnológica
para aumentar a eficiência de utilização de gotas pequenas, reduzindo as perdas para o solo ou mesmo por
evaporação.
O processo eletrostático de eletrificação de gotas apresenta uma série de benefícios para as pequenas gotas.
Para entender como ocorrem as atrações entre gotas eletrificadas e alvos, é necessário conhecer as duas leis
básicas da eletrostática: Lei nº 1 – cargas de polaridades opostas se atraem e semelhantes se repelem; Lei nº 2 –
a carga de um corpo ou nuvem de partículas carregadas induzirá uma carga elétrica igual e oposta em algum
outro corpo condutor aterrado próximo. Neste último caso, serão formadas linhas de fluxo, semelhantes às linhas
dos polos de um imã. Gotas de uma nuvem carregada próxima a um corpo aterrado apresentarão a tendência de
se movimentarem seguindo as linhas de fluxo, em virtude da primeira lei básica da eletrostática. Devido à
natureza curvilínea das linhas de fluxo, as gotas projetadas por um bico poderão atingir todos os lados do corpo
aterrado. A força de atração de uma partícula carregada para a planta é composta de duas partes. A primeira é
devida à ação de atração criada pelo campo eletrostático da própria partícula em relação a sua aproximação da
superfície da planta. A segunda parte é a ação das forças do campo eletrostático e da nuvem de partículas criada
pelo bico de pulverização sobre o campo da carga da gota. Se os campos elétricos forem direcionados para a
planta, as gotas se projetarão sobre a sua superfície.
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11/01/2019 Artigo - Pulverização eletrostática: a revolução na aplicação de agrotóxicos - Portal Embrapa
Em distâncias mais curtas, uma gota eletricamente carregada será atraída por alguma superfície seguindo um
princípio denominado "força de atração da imagem". Considerando uma pequena esfera carregada se
aproximando de uma superfície aterrada, a força de atração da esfera para a superfície é dada pela lei de
Coulomb para cargas pontuais de sinais diferentes. Nesse caso específico, uma segunda carga necessária para
a aplicação da Lei de Coulomb é uma imagem da carga real da esfera, localizada atrás da superfície aterrada,
com sinal oposto a carga real (Figura 1). A segunda parte da atração, denominada "campo de força" ocorre
porque a carga oposta à da gota, induzida na planta, cria a situação da Lei nº 1. Neste caso, a força do campo é
dada por F = EQ, onde F é a força de atração (Newtons), E é o campo eletrostático (V/m) e Q é a carga
(Coulomb).
Figura 1. Efeito da atração de gota eletrificada por força da atração da sua imagem.
Gotas maiores do que 100 micrômetros não se beneficiam da eletrificação porque são pesadas e em curtas
distâncias não conseguem modificar a sua trajetória pela "força de atração da imagem". A atração em curtas
distâncias pela "força de atração da imagem" é a principal responsável pela deposição de gotas na face abaxial
das folhas, ou seja, o principal benefício da deposição eletrostática. Para uma deposição eletrostática eficiente, o
tamanho adequado das gotas deve situar-se entre 30 e 80 micrômetros.
Várias pesquisas indicam que a evaporação de gotas é um dos principais fatores de desperdício de agrotóxico
nas pulverizações. Durante um processo de pulverização o espectro de gotas produzidos por um bico hidráulico é
extremamente desuniforme, onde existe uma grande porcentagem de gotas que são perdidas por evaporação.
Mas se um litro de calda puder ser dividido em gotas uniformes é previsto por exemplo, uma produção de
238.731.856 gotas de 200 micrômetros ou 15.278.838.808 gotas de 50 micrômetros. Uma gota de 200
micrômetros de diâmetro é 64 vezes maior do que uma gota de 50 micrômetros. Em condições de temperatura de
30ºC e umidade relativa de 50 %, uma gota de 200 micrômetros demoraria 65 segundos para se evaporar
completamente ou atingiria um percurso de 39 metros antes de sua extinção, sendo que na mesma situação, uma
gota de 50 micrômetros duraria 4 segundos ou percorreria apenas 0,15 metros antes de sua extinção. Isso indica
que um bico que produz gotas homogêneas de 200 micrômetros não apresenta problemas de perdas por
evaporação, mas esse tamanho de gotas não se presta para a pulverização eletrostática.
Um bico pneumático com vazão 3 mililitros de calda por segundo, com padrão de jato em formato tronco cone
cheio, com base maior de 20 cm, base menor de 2 cm, e distância em relação às plantas de 40 cm, apresentará
uma nuvem com densidade de 45.836.516 de gotas de 50 micrômetros por centímetro cúbico de ar. Isso significa
que no interior do jato, a umidade relativa é de 100% e as gotas não evaporam. Entretanto, devido à turbulência
proporcionada pelo jato com o ar circundante, as gotas existentes nas bordas se desaceleram para uma
velocidade de queda livre e evaporam rapidamente. Deve ser considerando ainda, que a superfície externa do
jato tronco cone é de aproximadamente 1516 cm² e que, o deslocamento do bico durante a aplicação, que
promove uma renovação do ar na borda do jato, aumentando a taxa de evaporação. Essas informações
exemplificam que, apesar das gotas pequenas apresentarem maior disponibilidade por unidade de volume
pulverizado, elas apresentam uma dificuldade prática de utilização devido, principalmente, à perda por
evaporação.
Conforme exemplo citado para gotas de 50 micrômetros a evaporação é muito acentuada, mas a eletrostática
ajuda a reduzir esse desperdício. Os experimentos de Faraday provaram que as cargas migram para a superfície
dos corpos. No caso, um jato cone com densidade de 46.000.000 gotas de 50 micrômetros por centímetro cúbico
de ar, pode ser considerado como um corpo onde as partículas eletrificadas se concentrarão na superfície do
cone. Como consequência direta da ação das leis Nº 1 e Nº 2 da eletrostática, as gotas eletrificadas da superfície
do cone serão fortemente atraídas para o objeto aterrado mais próximo, ou seja, a planta, em uma velocidade
muito elevada. A velocidade de deslocamento será proporcional à carga das gotas e inversamente proporcional à
distância em relação à planta. Em condições normais, uma gota de 50 micrômetros demora 4 segundos para se
extinguir em temperatura de 30ºC e 50% de UR, mas se estiver com uma carga estática adequada, ela
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11/01/2019 Artigo - Pulverização eletrostática: a revolução na aplicação de agrotóxicos - Portal Embrapa
certamente demorará menos de um segundo para atingir a planta, reduzindo desta forma possíveis perdas por
evaporação. Outra consequência interessante, é a expansão da nuvem de gotas devido à repulsão mútua das
partículas que apresentam cargas de mesmo sinal, proporcionando uma melhor distribuição de produto nas
plantas.
Para se entender como são produzidas as gotas eletricamente carregadas, primeiramente devem ser
considerados os componentes básicos da matéria. Para facilidade de compreensão, a matéria pode ser
considerada como sendo constituída de partículas elementares, algumas das quais são carregadas
negativamente (elétrons), algumas carregadas positivamente (prótons) e algumas que não são carregadas
(nêutrons). Normalmente, a matéria é eletricamente neutra em seu estado natural, pois apresenta um número
igual de elétrons e prótons, cujas cargas de sinal oposto se anulam. Assim, para que um corpo fique
eletricamente carregado, é necessário provocar um desequilíbrio entre prótons e elétrons, retirando ou
fornecendo elétrons.
A eficiência da pulverização eletrostática é diretamente relacionada ao processo utilizado para eletrificar as gotas.
A Figura 2 ilustra um processo de eletrificação de gotas por "efeito corona" onde, um eletrodo pontiagudo
submetido a tensões elevadíssimas ioniza o ar, e as cargas livres se chocam com as gotas produzidas pelo bico,
tornando-as eletricamente carregadas. Este processo é adequado para eletrificar gotas com tamanhos inferiores
a 20 micrômetros. As gotas maiores não adquirem carga com intensidade suficiente para aumentar a eficiência
da aplicação.
No sistema de carga por efeito corona, é necessária a utilização de tensões extremamente elevadas, com
corrente elétrica na ordem de alguns miliampéres o que pode ocasionar descargas perigosas. Além disso, o
sistema mostrado na Figura 2 apresenta alguns problemas práticos para utilização na agricultura, pois não é
adequado para gotas "grandes". Entretanto, numa modificação no sistema, um eletrodo pontiagudo submetido a
30 kV pode ionizar uma lâmina líquida formada na superfície de um disco rotativo. A lâmina de líquido fica
eletrizada e ao se romper na borda do disco pela ação centrífuga, gera gotas com carga eletrostática.
Quando se utiliza líquidos condutores de eletricidade, a eletrificação de gotas produzidas pelos bicos hidráulicos é
muito problemática. É desejável portanto, que nas pulverizações eletrostáticas com os bicos hidráulicos, o líquido
seja aterrado exigindo um sistema de eletrificação por indução indireta. Entretanto, no sistema de indução com
eletrificação indireta, as gotas produzidas adquirem carga de polaridade oposta ao eletrodo de indução e nesse
caso, elas são atraídas, provocando o seu molhamento, inclusive no suporte que o sustenta. A literatura informa
que o molhamento do eletrodo de indução afeta negativamente a eletrificação das gotas, mas algumas
observações demonstram que o eletrodo continua a funcionar mesmo completamente molhado. Esse fenômeno
de indução com molhamento de eletrodo é facilmente observado no gerador eletrostático por gotejamento de
água, que foi construído originalmente por William Thomson, também conhecido por Lorde Kelvin, com sua
descrição publicada em 1867. O gerador de Kelvin demonstra que, mesmo com o eletrodo molhado, a geração
eletrostática por indução é constante, porque existe um perfeito isolamento elétrico, entre o eletrodo positivo e o
eletrodo negativo do gerador. Evidentemente, o líquido acumulado no eletrodo de indução tende a sofrer uma
pulverização eletro hidrodinâmica se a voltagem aplicada for extremamente elevada. Nesse caso, as gotas
produzidas pela pulverização eletro hidrodinâmica apresentam a mesma polaridade do eletrodo e tendem a se
chocar com as gotas induzidas. Todos os dispositivos conhecidos para eletrificação por indução em bicos
hidráulicos utilizam suportes de eletrodos de indução, que ficam molhados provocando curto-circuito entre a alta
tensão do eletrodo e o bico de pulverização.
Um exemplo simples de eletrificação por indução pode ser entendido a partir de um gotejamento de água de um
reservatório ligado a um sistema de aterramento. A água do reservatório está repleta de cargas "móveis", sendo
metade delas positiva e a outra metade negativa. Um objeto eletrizado positivamente, colocado próximo ao
gotejador do reservatório, provocará separação das cargas na gota que iniciará a queda (indução eletrostática).
Cargas negativas serão "atraídas", por indução, na extremidade inferior da gota, enquanto cargas positivas serão
repelidas para sua extremidade superior. Quando a extremidade superior da gota ainda estiver se estrangulando
não estará isolada (há toda a água do reservatório ligando ao aterramento), permitindo que cargas negativas
provenientes do aterramento se movimentem, neutralizando estas cargas positivas repelidas pela indução.
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11/01/2019 Artigo - Pulverização eletrostática: a revolução na aplicação de agrotóxicos - Portal Embrapa
Quando a gota se separa do gotejador, leva consigo carga elétrica negativa (a gota terá mais elétrons do que
prótons). O aumento de carga positiva do gotejador (pois perdeu elétrons) é imediatamente anulado pelo
deslocamento de elétrons provenientes do aterramento. O interessante do ocorrido, é que o corpo eletrizado
positivamente (o indutor) não tem o seu desequilíbrio de cargas afetado. Contudo, as gotas (o induzido) negativas
serão criadas continuamente, desde que a água continue escoando. Esse exemplo indica que a fonte de alta
tensão utilizada para polarizar o eletrodo de indução não necessita de grande intensidade de corrente elétrica,
pois o consumo do eletrodo de indução é nulo.
Para solucionar o problema de atração de gotas para o eletrodo de indução, os bicos hidráulicos ficam
posicionados em um ambiente com fluxo de ar constante. Em algumas invenções que não utilizam fluxo de ar, os
autores protegem o eletrodo de indução com artifícios sofisticados para evitar o acúmulo de líquido na sua
superfície.
A Figura 3 ilustra o processo de carga por indução com eletrificação indireta, onde o líquido é mantido aterrado,
ou seja, com voltagem igual a zero. Neste processo as gotas adquirem a carga na presença de um intenso
campo eletrostático, formado entre o eletrodo de indução mantido em alta voltagem e o jato de gotas. O eletrodo
de indução deve ser posicionado na região da borda do jato, onde as gotas se formam, em uma distância mínima
suficiente para evitar centelhas de descarga entre o eletrodo e o líquido.
Figura 3. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução eletrostática, com eletrificação indireta.
O sistema de carga por indução com eletrificação indireta apresenta uma grande vantagem: o líquido no tanque e
tubulações ficam submetidos à voltagem zero. Outra vantagem é que o sistema necessita de voltagens
relativamente baixas para eletrificação das gotas. Entretanto, as gotas adquirem carga de sinal oposto ao
eletrodo de indução e devido ao intenso campo eletrostático, elas são atraídas para esse dispositivo, molhando-o,
ao ponto de escorrimento. Com o molhamento do eletrodo de indução, o sistema entra em colapso e a
eletrificação das gotas fica extremamente prejudicada. Para resolver este problema, esse processo tem sido
utilizado no desenvolvimento de bicos pneumáticos eletrostáticos, onde o próprio ar que pulveriza o líquido
arrasta as gotas eletrificadas para longe da zona de influência do eletrodo de indução. A Embrapa Meio Ambiente
desenvolveu alguns protótipos de bicos pneumáticos eletrostáticos com alto desempenho em relação à
eletrificação de gotas.
Entretanto, os protótipos consumiam um volume de ar muito elevado e o Brasil não fabrica compressores
especiais para alimentar bicos de um pulverizador tratorizado. Recentemente, a Embrapa Meio Ambiente
desenvolveu e patenteou um pulverizador com bico pneumático eletrostático transportado por carrinho manual,
com compressor acionado por motor a gasolina ou elétrico. Esse dispositivo está sendo comercializado pela
empresa B&D Equipamentos Agrícolas.
Na Figura 4 é apresentado o sistema de indução com eletrificação direta, onde o líquido ou o bico recebe a ação
da alta tensão e um eletrodo aterrado tem a função de promover a estabilização de um campo eletrostático. Essa
concepção foi utilizada num pulverizador eletrohidrodinâmico desenvolvido na Unesp de Jaboticabal, entre 1980 e
1984, sob a orientação do professor Dr. Tomomassa Matuo. Aquele equipamento utilizava caldas oleosas de
baixa condutividade elétrica, onde a própria alta tensão pulverizava o líquido em gotas extremamente uniformes,
mas tinha a desvantagem de necessitar de formulações especiais de alto custo de desenvolvimento.
Figura 4. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução eletrostática, com eletrificação direta.
Para caldas aquosas o eletrodo de estabilização de campo fica molhado e o sistema não funciona
adequadamente, mas ele se torna dispensável. Em testes de deposição em laboratório e campo com pulverizador
hidráulico costal especialmente adaptado, o sistema de eletrificação direta se mostrou o mais "perfeito" entre
todos. Entretanto, exigiu alterações significativas no projeto do costal, para evitar perdas de tensão na bomba,
tampa do tanque, lança e mangueira de transferência de calda.
A Figura 5 ilustra um sistema de indução por eletrificação direta, onde a indução ocorre entre a planta o jato de
gotas mantido em alta tensão. No caso de líquidos condutores de eletricidade, o sistema de indução com
eletrificação direta apresenta, como fato positivo, a falta de necessidade do eletrodo de indução, eliminando a
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utilização de mecanismos para evitar a atração das gotas. Entretanto, a inexistência de eletrodo de indução faz
com que o campo eletrostático seja variável. Neste caso, a intensidade de carga do jato das gotas será
totalmente dependente da tensão aplicada à calda e da distância do bico de pulverização em relação à planta.
Como o bico deverá passar com distância entre 20 e 40 cm das plantas, a voltagem necessária para eletrificação
das gotas deverá ser superior a 20.000 volts. Ainda como fator negativo, todo o circuito hidráulico ficará
submetido à tensão de eletrificação do jato de gotas. Esse fato exige que sejam adotadas várias providências
para isolamento do tanque, bomba hidráulica, tubulações, entre outras. Em testes de campo com costal adaptado
esse sistema apresentou aumento de deposição superior em 40% em relação ao processo sem carga, em várias
culturas de porte rasteiro e arbustivo.
A Embrapa Meio Ambiente em parceria com a empresa Bell's, aperfeiçoou um pulverizador eletrostático costal
com bombeamento elétrico, que utiliza o sistema de indução com eletrificação direta. Esse equipamento permite
a aplicação de qualquer tipo de formulação miscível em água, e visualmente apresenta muita semelhança de
deposição com o pulverizador eletrohidrodinâmico. Fugas de alta tensão na tampa de abastecimento e sistema
de válvula de abertura de líquido para o bico se apresentaram como entraves para o lançamento da tecnologia,
mas a Empresa Bell's resolveu os problemas e dispõe de tecnologia pronta para lançamento no mercado
nacional.
Figura 5. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução eletrostática, por eletrificação direta sem
eletrodo de estabilização de campo.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A pulverização eletrostática é uma alternativa promissora para redução de perdas na aplicação de agrotóxicos.
Dezenas de artigos publicados no exterior sobre o emprego de gotas com carga eletrostática para aplicação de
agrotóxicos, em culturas de porte rasteiro, arbustivo e arbóreo, confirmam que é possível reduzir, com facilidade,
mais de 50% dos ingredientes ativos recomendados nas aplicações, sem reduzir a eficácia biológica. Além de
aumentar a eficiência no controle, a pulverização eletrostática reduz os efeitos dos inseticidas sobre os
organismos que vivem no solo, porque as perdas para o solo chegam a ser 20 vezes menores que numa
pulverização convencional. Todavia, esses trabalhos também alertam que, apesar de existirem vários
equipamentos eletrostáticos desenvolvidos e comercializados no exterior, os benefícios do uso de gotas com
carga eletrostática não são consistentes. Isso ocorre porque os projetos desenvolvidos não geram gotas com
nível de carga suficiente para melhorar a deposição ou o tamanho das gotas produzidas não é adequado para
uso com carga eletrostática.
Uma pesquisa realizada pela Embrapa Meio ambiente demonstrou que existe uma correlação linear entre
intensidade de carga do jato de gotas e a deposição. Os resultados apontam que em cada microampère de
corrente elétrica, que se desloca por mililitro de calda pulverizada por segundo, ocorre um aumento de 10% na
deposição. Entretanto, considerando a grande variabilidade da deposição, o sucesso da pulverização eletrostática
depende de soluções tecnológicas, que deverão ser encontradas, para que os pulverizadores gerem gotas com
tamanhos entre 50 a 100 micrômetros de diâmetro e intensidade de carga superior a 4 microampères para cada
mililitro de calda pulverizado por segundo. Se essas condições forem atendidas, a pulverização eletrostática terá
como benefício direto o aumento da eficiência de controle de pragas e doenças, porque haverá deposição
expressiva de agrotóxico na face interior das folhas. No caso de plantas que apresentam alta densidade de
folhas, a eficiência poderá ser maior se jatos de ar auxiliarem o transporte das gotas com carga eletrostática para
o interior do dossel das plantas.
A Embrapa Meio Ambiente disponibilizou a tecnologia eletrostática para duas empresas nacionais. Depois de 30
anos de aperfeiçoamentos e busca incessante por uma melhor tecnologia eletrostática, a Embrapa finalmente
conseguiu desenvolver um sistema revolucionário de baixo custo, para conversão de bicos hidráulicos em
eletrostáticos e está aguardando um depósito de patente para poder ofertar a empresas interessadas em
comercializar a tecnologia.
* Eng. agrônomo, analista do Setor de Transferência de Tecnologia - SIPT da Embrapa Meio Ambiente.
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11/01/2019 Artigo - Pulverização eletrostática: a revolução na aplicação de agrotóxicos - Portal Embrapa
Aldemir Chaim
Embrapa Meio Ambiente
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PULVERIZAÇÃO ELETR
PULVERIZAÇÃO OSTÁTICA COM BICOS
ELETROSTÁTICA
HIDRÁULICOS
ADEMIR CHAIM*
2 MATERIAL E MÉTODOS
Os testes foram divididos em dois experimentos básicos, sendo que o primeiro consistiu na
verificação da influência da redução da corrente de eletrificação do jato de gotas. Nesse
caso, utilizou-se o bico TXVS-2 a 30 cm dos coletores. Combinaram-se as tensões de -40 kV, -32 kV
e -25 kV com os resistores de 1 GΩ, 2,0 GΩ e 4,0 GΩ (1% de precisão), fornecidos pela Tecnoavance.
Foram realizadas 5 repetições de coletas de calda pulverizada de cada tratamento. Devido à
elevadíssima tensão empregada na eletrificação direta da calda de pulverização testou-se o método
de CHAIM (1998) para medir a carga eletrostática do jato de gotas, utilizando microamperímetro
analógico Engro (modelo 455L) e coletando gotas a 10 cm de distância do bico TXVS-2 (120 mL/
min). Esse teste foi realizado empregando-se a fonte calibrada em –40 kV, os resistores em série
de 1 GΩ, 2,0 GΩ e sem resistor. O segundo experimento consistiu na verificação da influência dos
bicos TXVS-2, TXVK-3 e TXVK-4 na deposição. Combinaram-se com as distâncias de pulverização
de 25 cm, 30 cm, 35 cm e 40 cm e as voltagens de -40 kV, -32 kV e -25 kV com a melhor associação
do resistor apontado no experimento anterior. Nesse tipo de delineamento em parcela subdividida
(BANZATO e KRONCA, 1995), os bicos foram considerados como tratamentos principais e tensões
e distâncias de pulverização como tratamentos secundários. Para exemplificar um dos blocos incluiu
os seguintes tratamentos: TXVK-3/-40 kV +40 cm, +35 cm, +30 cm, +25 cm; TXVK-3/-32 kV +40 cm,
+35 cm, +30 cm, +25 cm; TXVK-3/-25 kV +40 cm, +35 cm, +30 cm, +25 cm. Outros blocos seguiram
o mesmo raciocínio, mas com tratamentos executados em seqüência aleatória. Foram realizadas 5
repetições alternadas entre os blocos dos diferentes tratamentos principais.
Os testes foram realizados em períodos matinais, com condições de temperatura variando
entre os limites de 23 e 27ºC e umidade relativa entre e 56% e 74%, monitorados com
termohigrômetro digital Sper Scientific 800016.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A fonte de alta tensão utilizada nos experimentos apresentou potência teórica de 3 Watts.
Assumindo eficiência de conversão de 100%, a corrente teórica máxima de saída seria de 75
microampères para 40 kV. Pela lei de Ohm, I = V/R, o I é a corrente (ampère), V a tensão (volt) e R
a resistência (ohm) (BRAGA, 1985). Desta forma, ao associar-se resistor de 1 GΩ em série com a
fonte em 40 kV, a corrente de saída na alta tensão seria no máximo de 40 microampères. Para
resistores de 2 GΩ e 4 GΩ a corrente seria respectivamente de 20 e 10 microampères para
tensão de 40 kV. Com esses resistores associados em série com a fonte, testes prévios apontaram
que qualquer pessoa devidamente aterrada ou em contato com o solo não sentiria nenhuma sensação
O sistema de carga por indução com eletrificação direta, aplicado em bicos hidráulicos
convencionais, proporcionou elevados índices de recuperação do volume pulverizado em alvos
artificiais. A melhor faixa de tensão necessária para a eletrificação do jato de gotas situou-se entre
30 e 40 kV, mas com potência final baixa (entre 1,2 a 1,6 watts). A distância que o bico deve ser
posicionado em relação ao alvo foi o efeito mais significativo no sistema de carga por indução com
eletrificação direta. Devido a baixa potência necessária, esse sistema pode ser adaptado em
pulverizadores costais convencionais, desde que sejam tomados os cuidados necessários para a
eliminação de fuga de alta tensão.
REFERÊNCIAS
1 ARAUJO, L. H. A.; SANTOS, R. F.; SOUSA, S. L.; QUEIROGA, V. P.; LIMA, N. J. Avaliação da mistura endosulfan
com óleos vegetais para o controle do bicudo do algodoeiro, Anthonomus Grandis Boheman,1843
(coleoptera:curculionidae). Campina Grande: Embrapa Algodão, 2002. 6 p. (Comunicado Técnico, 151).
2 BANZATO D.A.; KRONCA, S.N. Experimentação agrícola. 3.ed. Jaboticabal: FUNEP, 1995. 247 p.
3 BRAGA, N.C. Circuitos & informações. São Paulo: Editora Saber, 1985. 158 p. (Coleção Saber Eletrônica, v.1)
5 CHAIM, A. Aperfeiçoamento de um bico de pulverização eletrostática para geração de gotas com alto nível de carga.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.33, n.4, p.463 - 470, 1998.
6 CHAIM, A.; BOTTON M.; SCRAMIN, S.; PESSOA, M. C. P. Y.; SANHUEZA, R. M. V; KOVALESKI, A. Deposição de
agrotóxicos pulverizados na cultura da maçã. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 38, p. 889-892,
2003.
7 CHAIM, A.; CASTRO, V. L. S. S.; CORRALES, F. M.; GALVÃO, J. A. H.; CABRAL, O. M. R.; NICOLELLA, G. Método
para monitorar perdas na aplicação de agrotóxicos na cultura do tomate. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,
v.34, n.5, p.741 - 747, 1999b.
8 CHAIM, A.; LARANJEIRO, A. J.; CAPALBO, D. M. F. Bico pneumático eletrostático para aplicação de inseticidas
biológicos em floresta de eucalipto. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 1999. 33 p. (Embrapa Meio Ambiente,
Boletim de Pesquisa, 3).
9 CHAIM, A.; PESSOA, M. C. P. Y.; FERRACINI, V. L. Eficiência de deposição de agrotóxicos, obtida com bocal eletrostático
para pulverizador motorizado costal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,v.37, n.4, p.497-501, 2002.
10 CHAIM, A.; PESSOA, M. C. P. Y.; FERRACINI, V. L. Eficiência de pulverização em videira, comparando bicos e pulverizadores.
Pesticidas: revista de ecotoxicologia e meio ambiente. Curitiba, v.14, p.39 - 46, 2004.
11 CHAIM, A.; VALARINI, P.J.; OLIVEIRA, D.A.; MORSOLETO, R.V.; PIO, L.C. Avaliação de perdas de pulverização
em culturas de feijão e tomate. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 1999a. 29 p. (Embrapa Meio Ambiente, Boletim
de Pesquisa, 2).
12 CHAIM, A.; VALARINI, P. J.; PIO, L. C. Avaliação de perdas na pulverização de agrotóxicos na cultura do feijão. Pesticidas:
revista de ecotoxicologia e meio ambiente, Curitiba, v.10, p.13 - 22, 2000.
13 COFFEE, R.A. Electrodynamic crop spraying. Outlook on Agriculture, Elmsford, v.10, n.7, p.350-356, 1981.
14 PESSOA, M. C. P. Y.; CHAIM, A. Programa computacional para estimativa de uniformidade de gotas de pulverização
aérea. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n.1, p.45 - 56, 1999.
15 SCRAMIN, S.; CHAIM, A.; PESSOA, M. C. P. Y., FERRACINI, V. L.; ANTÔNIO, P. L.; ALVARENGA, N. Avaliação de
bicos de pulverização de agrotóxicos na cultura do algodão. Pesticidas: revista de ecotoxicologia e meio ambiente.
Curitiba, v.12, p.43 - 50, 2002.
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Soluções tecnológicas
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O equipamento “pulverizador por eletrificação
de-direta”, cujo sistema foi aperfeiçoado pela Embrapa com tecnologia
de aplicação eletrostática hidráulica, tem capacidade
solucoes- de gerar gotas com alta intensidade de carga elétrica
estática, as quais ao se aproximarem de qualquer tipo de objeto formam um poderoso campo eletrostático,
tecnologicas/-/produto-
induzindo o aparecimento de forças de atração entre as partículas em voo e o alvo.
servico/2788/pulverizacao-
eletrostatica-
A eficiência desse método pode variar em função de fatores como a vazão e a pressão de trabalho do
equipamento; da capacidade de isolamentopor- do material do equipamento; de condições meteorológicas como
eletrificacao-
umidade relativa e temperatura; de características da calda como pH, viscosidade e volatilidade da mesma;
porém, em qualquer das situações sempre direta)
poderá ampliar o grau de deposição pela atração elétrica entre as
gotas e o alvo.
No caso das plantas, como a força de atração das partículas eletrificadas é maior que a força da gravidade, as
gotas conseguem se depositar na face abaxial das folhas, onde ocorrem muitos problemas fitossanitários. Com
eficiência comprovada em campo, pulverizadores costais elétricos eletrostáticos alimentam um gerador de alta
tensão especialmente projetado, para eletrificar o líquido de pulverização. A alta voltagem é injetada diretamente
na calda (líquido de pulverização) que se mantém isolada do operador e do meio da capacidade de isolação do
plástico do qual é construído o equipamento.
Quem ganha com isso?
Aumenta em pelo menos 30% a eficiência da aplicação de agrotóxicos reduzindo custo dos tratamentos
fitossanitários e diminui o impacto ambiental negativo. Um dos custos mais elevados da produção agrícola refere-
se ao controle de pragas e doenças das plantas cultivadas. A eficiência desse controle está implicitamente ligada
à qualidade da aplicação de produtos químicos ou biológicos que propiciem seu combate ou o aumento da
resistência das plantas aos efeitos das pragas. Assim, quanto mais eficientes forem as aplicações, melhor o efeito
desses produtos e menor o custo desses controles, além do fato de quanto melhor o controle, maior a
produtividade das culturas.
O uso dessa tecnologia propicia um significativo aumento na segurança dos operadores de pulverização (portanto
dos agricultores em geral) diminuindo bastante a contaminação dos usuários pelas derivas das pulverizações
convencionais. Como é direcionada para equipamentos costais, amplia o acesso à tecnologia pelos agricultores de
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11/01/2019 Pulverização Eletrostática por Eletrificação Direta - Portal Embrapa
A melhora na deposição das gotas nos respectivos alvos biológicos trás efeitos diretos à preservação do Meio
Ambiente, por reduzir a deriva (atingimento de organismos não alvos), por reduzir a quantidade de produtos
químicos necessários para o controle de pragas ou doenças e por evitar o aparecimento de resistência dos
agentes causadores dessas em função da não aplicação de sub-dosagens. A adoção da tecnologia resulta na
redução do custo direto das pulverizações via menor número de recargas e menor desperdício de agentes
químicos ou biológicos.
A relação entre custo e benefícios do uso dessa tecnologia apresenta-se totalmente favorável, no sentido de que o
maior custo dos pulverizadores equipados com a tecnologia é rapidamente amortizado pelo menor custo das
operações e pela menor necessidade de insumos para obter-se o mesmo resultado; quando comparado com a
pulverização convencional feita com iguais equipamentos (pulverizadores costais elétricos) sem a tecnologia.
Parceiros
Bell’s Indústria eletrônica
Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outras instituições.
Galeria de imagens
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processos-utilizados-para-eletrificacao-de-gotas)
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agrotoxicos)
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costal-manual)
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V Festival de Gastronomia Orgânica de São Paulo propõe hábitos saudáveis com inovações (/busca-de-
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ISSN 1516-4691
Setembro, 2006
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento e Avaliação de Impacto Ambiental
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Documentos 57
Pulverização Eletrostática:
Principais Processos Utilizados
para Eletrificação de Gotas
Aldemir Chaim
Jaguariúna, SP
2006
Exemplares dessa publicação podem ser solicitados à:
1ª edição eletrônica
(2006)
Aldemir Chaim
Engenheiro Agronômo, Mestre em Agronomia,
Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Rodovia SP
340 - Km 127,5 - 13.820-000, Jaguariúna, SP.
E-mail: aldemir@cnpma.embrapa.br
Sumário
Introdução .............................................................................. 05
Referências ............................................................................ 14
Pulverização Eletrostática: Prin-
cipais Processos Utilizados para
Eletrificação de Gotas
Aldemir Chaim
Introdução
O início do desenvolvimento dos equipamentos de aplicação de agrotóxicos
surgiu entre 1867 e 1900, devido aos interesses dos agricultores em aumentar as
produções, a qualidade dos produtos e também, pelo grande êxodo rural
conseqüente da revolução industrial. Houve uma concentração de pessoas nas
áreas urbanas, aumentando a demanda de produtos agrícolas, mas diminuindo a
disponibilidade de mão de obra para trabalhar no campo (AKESSON & YATES,
1979). Isso forçou o desenvolvimento de novas tecnologias para aumentar a
produção agrícola, principalmente aquelas que permitiriam que poucos indivíduos
cultivassem áreas extensas, favorecendo, portanto, a prática da monocultura.
Houve uma maior demanda de aplicação de produtos para controle de pragas e
doenças que surgiram por conseqüência da prática da monocultura. Produtos
cúpricos, arsenicais, mercuriais e derivados da nicotina foram os primeiros
agrotóxicos utilizados para controle de pragas e doenças Bohmont (1981).
Nas primeiras aplicações de agrotóxicos, um simples tubo fino ou um orifício
produzia um jato fino de líquido que, com a fricção e resistência do ar, promovia a
formação de gotas grandes. Mas o processo evoluiu e, de acordo com Akesson &
Yates (1979), em 1896 já eram descritas 3 categorias de bicos utilizados na
agricultura: 1) bicos com orifícios em forma elíptica ou retangular, que emitiam
jatos em forma de leque; 2) bicos com obstruções colocadas imediatamente à
frente do orifício de saída de líquido, que também produziam jatos em forma de
leque (bicos de impacto); e 3) bicos que promoviam a rotação do líquido
imediatamente antes de sua emergência pelo orifício de saída, produzindo um jato
6 Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas
com formato cônico e vazio. Esses bicos são, até hoje, os mais utilizados na aplicação
de agrotóxicos. Mas de 1896 até hoje, houve uma evolução fantástica nos processos
de síntese química, com o aparecimento de milhares de novos produtos.
Atualmente, a eficácia dos agrotóxicos para o controle dos problemas
fitossanitários é muito grande. Entretanto, a eficiência do controle ainda é obtida
graças ao poderoso efeito tóxico das novas moléculas, que compensa a deficiente
deposição obtida com as pulverizações. De certa forma, o método de aplicação
empregado atualmente é o mesmo que se empregava no final do século 19, e objetiva
estabelecer uma barreira tóxica na superfície do alvo, para impedir o ataque de pragas
e doenças.
As deposições de agrotóxicos são ineficientes, em quase todas formas de
aplicação e tipo de cultura. Em pulverização aérea por exemplo, foram verificadas
perdas em torno de 50% do volume de calda aplicado (WARE et al., 1970; PESSOA
& CHAIM, 1999). Em cultura de porte rasteiro como tomate e feijão, as perdas variam
entre 48% a 88% (CHAIM et al., 1999a). Para piorar a situação de culturas de porte
rasteiro a deposição concentra-se na região do ponteiro das plantas (CHAIM et al.,
1999a, SCRAMIN et al., 2002). Em culturas de porte arbustivo, como tomateiro
estaqueado, foram verificadas perdas entre 59% a 76%, dependendo do porte das
plantas (Chaim et al. 1999b, c). Em videira, as perdas variaram entre 18% a 39%
dependendo do tipo de equipamento e bico de pulverização (CHAIM et al., 2004).
Também em videira, dependendo do tipo de equipamento empregado, as perdas para
o solo variaram entre 34,5 a 48,9% (PERGHER & GUBIANI, 1995), mas em alguns
casos a deposição nas plantas foi superiores a 64% do total aplicado (PERGHER et al.,
1997). Em culturas de porte arbóreo como a macieira verificaram-se perdas entre 32%
a 40% dependendo da variedade da fruteira (CHAIM et al., 2003).Em pulverizações
de agrotóxico com jato transportado por ar, realizados em pomares de maçã, as perdas
para o solo variaram entre 2 a 39% da dose total aplicada e a deriva ficou entre 23 a
45% (BUISMAN et al., 1989).
Pulverização eletrostática
Várias pesquisas têm demostrado que o emprego de gotas pequenas proporciona os
melhores resultados no controle de problemas fitossanitários. Como as gotículas com
pequenas massas, possuem pouca energia cinética, sofrem grande efeito da deriva com
baixa captura pelos alvos. Desta maneira, as vantagens esperadas de maior eficiência de
utilização de gotas pequenas, somente se verificam em condições muito especiais. Para
garantir alguma eficiência em suas pulverizações, os agricultores utilizam-se de bicos que
produzem gotas grandes (maior do que 200 micrômetros), para obter um completo
Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas 7
Fig.1. Efeito da atração de gota eletrificada por força da atração da sua imagem em uma determinada distância d.
8 Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas
devido ao intenso campo eletrostático, elas são atraídas para esse dispositivo,
molhando-o, causando escorrimento (CARROZ & KELLER, 1978). Com o
molhamento do eletrodo de indução, o sistema entra em colapso e a eletrificação
das gotas fica extremamente prejudicada. Para evitar o molhamento do eletrodo de
indução, desenvolveu-se bicos pneumáticos eletrostáticos, onde o próprio ar que
pulveriza o líquido, arrasta as gotas eletrificadas para longe da zona de influência
do eletrodo de indução (LAW, 1978; CHAIM et al., 1998,1999d, 2002).
Marchant (1985) apresentou um bico rotativo com sistema de indução, no qual o
eletrodo girava juntamente com o disco para evitar a atração de gotas. Esse projeto
produzia gotas com carga inferior a 2 mC/L.
A Empresa Electrostatic Spraying Systems (2005) utiliza bicos pneumáticos
eletrostáticos, semelhantes ao descrito por Law (1978), em seus diferentes tipos
de pulverizadores. A Empresa ESS apresenta vários resultados com economia
superior a 50% da dose de agrotóxicos em algumas culturas. Também apresenta
uma extensa lista de trabalhos publicados em revistas científicas, com assuntos
relacionados direta ou indiretamente com a pulverização eletrostática.
Na Figura 4 é apresentado o sistema de indução com eletrificação direta, onde
o líquido ou o bico recebe a ação da alta tensão e um eletrodo aterrado tem a
função de promover um campo eletrostático. Essa concepção é utilizada nos
pulverizadores eletrohidrodinâmicos (COFFEE, 1981; CHAIM, 1984), que utiliza
caldas oleosas de baixa condutividade elétrica. No caso da calda com baixa
condutividade elétrica, a alta tensão aplicada ao bico, consegue vencer a
resistividade do líquido para transferir as cargas para as gotas.
Considerações gerais
A pulverização eletrostática é uma alternativa promissora para redução de
perdas na aplicação de agrotóxicos. Hislop (1988), numa revisão sobre o emprego
de gotas com carga eletrostática para aplicação de agrotóxicos, afirmou que é
possível reduzir, mais de 50% dos ingredientes ativos recomendados nas
aplicações, sem reduzir a eficácia biológica. Além de aumentar a eficiência no
controle, a pulverização eletrostática reduz os efeitos dos inseticidas sobre os
organismos que vivem no solo, porque as perdas para o solo chegam a ser 20
vezes menores que numa pulverização convencional (ENDACOTT, 1983).
Entretanto segundo Hislop (1988) alguns equipamentos eletrostáticos não
proporcionam resultados consistentes de controle, porque os projetos
desenvolvidos não geram gotas com nível de carga suficiente para melhorar a
deposição, ou o tamanho de gotas produzidas não é adequado para uso com carga
eletrostática. Chaim et al. (2002) verificou com bocal eletrostático adaptado em
14 Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas
pulverizador motorizado costal, que existe uma correlação linear entre intensidade
de carga do jato de gota e deposição, ou seja, para cada milicoulomb por litro de
calda pulverizada, ocorre um aumento de 10% na deposição. O sucesso da
pulverização eletrostática depende de soluções tecnológicas, para que os
pulverizadores gerem gotas com tamanhos entre 50 mm a 100 mm de diâmetro e
intensidade de carga, superior a 4,0 mC/L. Se essas condições forem atendidas a
pulverização eletrostática terá como benefício direto aumento da eficiência de
controle de pragas e doenças, porque haverá deposição expressiva de agrotóxico
na face interior das folhas. No caso de plantas que apresentam alta densidade de
folhas, a eficiência poderá ser maior se jatos de ar auxiliarem o transporte das gotas
com carga eletrostática para o interior das plantas.
Referências
AGCO. Spra Coupe. Disponível em: <http://www.agco.com.br>. Acesso em: 17
out. 2005.
ARNOLD, A. J.; CAYLEY, G.R.; DUNNE, Y.; ETHERIDGE, P.; GRIFFITHS, D.C.;
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effectiveness of electrostatically charged rotary atomisers. I. Trials on field beans
an barley, 1981. Annals of Applied Biology, Wellesbourne, v.105, p.353-359,
1981a.
ARNOLD, A. J.; CAYLEY, G.R.; DUNNE, Y.; ETHERIDGE, P.; GRIFFITHS, D.C.;
JENKYN, J. F.; PHILIPS, F. T.; PYE, B.J.; SCOTT, G. C.; WOODCOCK, C.M.
Biological effectiveness of electrostatically charged rotary atomisers. II. Trials with
cereals, 1982. Annals of Applied Biology, Wellesbourne, v.105, p.361-367,
1981b.
Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas 15
ARNOLD, A. J.; CAYLEY, G.R.; DUNNE, Y.; ETHERIDGE, P.; GREENWAY, A.R.;
GRIFFITHS, D.C.; PHILIPS, F. T.; PYE, B.J.; RAWLINSON, C. J.; SCOTT, G. C.
Biological effectiveness of electrostatically charged rotary atomisers. III. Trials on
arable crops other than cereals, 1982. Annals of Applied Biology, Wellesbourne,
v.105, p.369-377, 1981c.
BOHMONT, B.L. The new pesticide user’s guide. Fort Collins: B. & K. Enterprises,
1981. 402 p.
CHAIM, A.; VALARINI, P.J.; OLIVEIRA, D.A.; MORSOLETO, R.V.; PIO, L.C.
Avaliação de perdas de pulverização em culturas de feijão e tomate. Jaguariuna:
Embrapa Meio Ambiente. 1999a. 29p. (Embrapa Meio Ambiente, Boletim de
Pesquisa, 2)
CHAIM, A.; CASTRO, V.L.; CORRALES, F.; GALVÃO, J.A.H.; CABRAL, O.M.R.
Método para monitorar perdas na aplicação de agrotóxicos na cultura do tomate.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n.5, p.741-747, 1999b.
16 Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas
MILLER, E.P. Electrostatic coating. In: MOORE, A. D. (Ed.). Electrostatics and its
applications. New York: John Wiley, 1973. p. 250-306.
PERGHER, G.; GUBIANI, R.; TONETTO, G. Foliar deposition and pesticide losses
from three air-assisted sprayers in a hedgerow vineyard. Crop Protection, Oxford,
v.16, n.1, p.25-33, 1997.
SCRAMIN, S.; CHAIM, A.; PESSOA, M.C.P.Y.; FERRACINI, V.L.; PAVAN, L.A.;
ALVARENGA, N. Avaliação de bicos de pulverização de agrotóxicos na cultura do
algodão. Pesticidas: revista de ecotoxicologia e meio ambiente, Curitiba, v.12,
p.43-50, 2002.
WARE, G. W.; CAHILL, W. P.; GERHARDT, P. D.; WIT, J. M. Pesticide drift IV.
On-target deposits from aerial application of insecticides. Journal of Economic
Entomology, College Park, v.63, n.8, p.982-1983, 1970.
FUNDO DE DEFESA DA CITRICULTURA
MESTRADO PROFISSIONAL EM
CONTROLE DE DOENÇAS E PRAGAS DOS CITROS
Araraquara
Janeiro 2016
I
Araraquara
Janeiro 2016
III
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por me permitir a vida e saúde para correr atrás dos meus objetivos.
À minha família por estar sempre ao meu lado em todos os momentos decisivos.
À Cambuhy.
Resumo
Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a eficácia da pulverização eletrostática para
controle de Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Liviidaea) em pomares de citros. Os
experimentos foram conduzidos em um pomar de laranja doce [Citrus sinensis (L.) Osb.] cv.
‘Valencia Americana’ enxertada sobre Citrumelo Swingle (Poncirus trifoliata × Citrus
paradisi), plantado em agosto de 2005 no espaçamento de 6,0 × 2,5 m (666 plantas/ha),
localizado na Fazenda Cambuhy, Munícipio de Matão, São Paulo. Os volumes de aplicação
testados foram 800 e 200 L/ha, no pulverizador Arbus Jacto® Valencia 4000 e 200 L/ha no
Pulverizador SPE eletrostático. Como inseticida padrão, utilizou-se dimetoato (Dimexion EC)
nas doses de 1,0 e 4,0 L do produto comercial por 1.000 L de água; parte das plantas do pomar
não foram pulverizadas (controle não tratado). Para avaliar a eficácia dos tratamentos, após a
aplicação (resíduo seco), adultos de D. citri foram confinados por meio de gaiolas de tule em
ramos da parte externa e interna da planta de citros. Seis gaiolas (repetições) foram usadas para
cada tratamento, na parte externa e interna da copa da planta. Além das avaliações de
mortalidade, a porcentagem de cobertura foi determinada para cada volume de aplicação e
equipamento, por meio da aplicação de corante fluorescente. Os resultados demonstraram que
a pulverização eletrostática foi igualmente eficaz (mortalidade 80%) a pulverização
convencional para o volume de 200 L/ha. Além disso, o uso de 200 L/ha de calda, independente
do equipamento de pulverização, com correção de dose foi similar ao volume padrão utilizado
pelo produtor (800 L/ha) no controle de D. citri. Com relação a cobertura, o pulverizador
eletrostático apresentou cobertura similar ao convencional ( 10%) para o volume de 200 L/ha,
por outro lado, no volume de 800 L/ha a cobertura foi em torno de 30%. Assim, os resultados
deste estudo demonstram que o pulverizador eletrostático quando comparado ao convencional,
no mesmo volume de calda e dose de produto, apresenta eficácia similar sobre D. citri.
This study was conducted to assess the electrostatic spraying effectiveness for controlling
Diaphorinacitri Kuwayama (Hemiptera: Liviidaea) in citrus groves. The experiments were
conducted in ‘Valencia Americana’ sweet orange grafted on Citrumelo Swingle
(Poncirustrifoliata X Citrus paradisi), planted in August 2005 and spaced at 6.0 x 2.5 meters
(666 plants/ha), located at Cambuhy farm, municipality of Matao, Sao Paulo State. The assessed
spray volumes were 800 and 200L/ha in a standard sprayer (ArbusJacto®Valencia 4000) and
200L/ha in an electrostatic sprayer (SPE). Dimethoate (Dimexion EC) at rates of 1 and 4L of
commercial product per 1,000 L of water was used as a standard insecticide; some trees were
not sprayed (untreated control). In order to assess the efficacy of the treatments, after
application (dry residue), adult psyllids were confined on external and internal branches of the
canopy tree using a sleeve cage. Six cages (replicates) for each treatment were used, in the
external and internal part of the canopy tree. Besides the mortality assessments, spray coverage
was measured for each sprayer and volume tested, using a fluorescent powder sprayed on the
trees. The results showed that the electrostatic sprayer was equally effective (mortality 80%)
to the conventional sprayer for the 200 L/ha volume. Furthermore, the spray volume of 200
L/ha, regardless of the spraying equipment, with rate correction, was similar to the standard
volume used by the growers (800 L/ha) for controlling D. citri. Regarding the coverage,
electrostatic sprayer showed similar coverage to the conventional sprayer ( 10%) to the
volume of 200 L/ha; on the other hand, for the volume of 800 L/ha, the coverage was around
30%. Thus, the results of this study demonstrate that the electrostatic spraying when compared
to conventional, in the same water volume and product dose showed a similar efficacy on D.
citri.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2. MATERIAL E METODOS ................................................................................................. 5
2.1 Descrição da área experimental ..................................................................................... 5
2.2. Tratamentos e pulverização .......................................................................................... 5
2.3. Eficácia de controle ........................................................................................................ 7
2.4. Avaliação de cobertura .................................................................................................. 8
2.5. Delineamento experimental .......................................................................................... 9
2.6. Análise dos dados ........................................................................................................... 9
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 10
3.1. Eficácia de diferentes volumes de calda e equipamentos no controle de D. citri ... 10
3.2. Cobertura dos diferentes equipamentos e volumes de calda ................................... 14
4. CONCLUSÕES................................................................................................................... 19
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 20
1
1. INTRODUÇÃO
O Huanglongbing (HLB) é a doença mais destrutiva dos citros (Bové, 2006) podendo
inviabilizar a cultura, caso medidas de controle não sejam tomadas (Da Graça, 1991). No Brasil
sua constatação ocorreu em março de 2004 no Estado de São Paulo (Teixeira et al., 2005). A
doença está associada a três espécies de bactéria Gram negativa, denominadas “Candidatus
Liberibacter africanus”, “Ca. L. asiaticus” e “Ca. L. americanus”. A espécie “Ca. L. africanus”
não foi relatada na América e “Ca. L. americanus” somente no Brasil (Bové et al., 2008).
No Brasil, a transmissão das bactérias associadas ao HLB, é realizada pelo psilídeo
Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Liviidae) (Yamamoto et al., 2006). A disseminação
natural da bactéria ocorre pela ação do inseto vetor, capaz de adquirir, carregar e inocular a
bactéria em plantas hospedeiras. O psilídeo adquire a bactéria a partir do terceiro instar de
desenvolvimento do inseto até a fase adulta, sendo que a aquisição é mais eficiente quando o
inseto ainda está no estágio de ninfa (Pelz-Stelinski et al., 2010).
Após a inoculação pelo inseto vetor, os primeiros sintomas da doença são observados
nas folhas, que se tornam amareladas e com mosqueados assimétrico. Com o progresso da
doença são observados frutos deformados com sementes abortadas e desfolha do ponteiro das
plantas (Bové, 2006). Com o aumento da severidade da doença nas plantas, ocorre
proporcionalmente o aumento da queda de frutos e alterações na qualidade como redução do
brix e aumento da acidez, diminuindo os rendimentos no processamento dos frutos (Bassanezi
et al., 2009; Bassanezi et al., 2011).
Até o relato do HLB em 2004, o psilídeo era considerado uma praga de importância
secundária, presente no Brasil desde a década de 1940, o inseto era controlado somente em
alguns locais onde a infestação era alta e causava danos diretos (Gallo et al., 2002). A partir de
2004, o inseto passou a ser a mais importante praga da cultura em todas as regiões citrícolas do
estado de São Paulo e Flórida. Atualmente, o inseto encontra-se amplamente distribuído pelos
continentes asiático (Bové, 2006) e americano (Halbert & Nuñez, 2004).
Para que se tenha sucesso no manejo do HLB, é necessário que sejam tomadas três
importantes medidas: uso de mudas sadias, obtidas de viveiros telados e certificados que
garantam a ausência da bactéria nestas plantas; erradicação de plantas sintomáticas no campo,
reduzindo a fonte de inóculo; e o controle do psilídeo, reduzindo a população deste inseto no
campo e consequentemente a possibilidade de disseminação da doença (Belasque Junior et al.,
2010).
2
e pela redução do período residual dos inseticidas de contato devido à lavagem dos produtos
pelas chuvas e pela presença de brotações que surgem e expande após as pulverizações
(Yamamoto & Miranda, 2009). Assim, o número de pulverizações nas propriedades citrícolas
tem aumentado, e com este crescimento, surge a necessidade de avaliação de novas tecnologias
de aplicação.
Na citricultura em geral as pulverizações são realizadas com pulverizadores terrestres,
caracterizadas por altos volumes de calda, podendo resultar em grandes perdas, como
escorrimento de calda para o solo e perdas por deriva. Essas perdas podem aumentar os custos
de produção, diminuir a eficiência de pulverização e rendimentos operacionais e
consequentemente a eficácia de controle de pragas e doenças (Magno Junior et al., 2011).
Na pulverização para que se obtenha qualidade, é preciso conhecer o alvo biológico a
ser atingido pelo produto químico, características do produto a ser utilizado e as condições
ambientais devem ser adequadas (umidade relativa superior a 55%, velocidade do vento entre
3 a 10 km/h e temperaturas abaixo de 30 °C) (Ramos et al., 2005). Além disso, a escolha do
equipamento de pulverização, regulado e adequado a cultura em questão é essencial para uma
aplicação de qualidade (Associação Nacional de Defesa Vegetal, 2010).
Uma aplicação eficiente exige uma cobertura adequada da superfície e distribuição
uniforme de gotas produzidas. Gotas grandes (>200 micras), não proporcionam esta cobertura
adequada da superfície nem boa uniformidade de distribuição, e devido ao peso, não aderem à
superfície das folhas causando perdas por escorrimento. No caso de gotas pequenas (<100
micras), geralmente se consegue uma melhor cobertura e uniformidade de distribuição de gotas,
porém essas gotas podem evaporar em condições de baixa umidade relativa ou serem levadas
pelo vento, provocando a deriva (Teixeira, 1997). Para que gotas pequenas (<100 micras),
alcancem com eficiência o alvo, sem a ocorrência de evaporação e deriva, surgiu a necessidade
de se acrescentar uma força a elas, que são as forças elétricas, que são inseridas para controlar
os movimentos da gota e, com isso, proporcionar melhor deposição na folha (Chaim et al.,
1999).
Segundo Chaim (2006), o processo eletrificação de gotas, apresenta muitos benefícios
para as gotas pequenas, com tamanhos entre 30 e 80 micras. Estas quando projetadas por um
bico podem atingir todo lado do corpo aterrado, podendo ser explicado pela segunda lei básica
da eletrostática, em que a carga de um corpo ou nuvem de partículas carregadas induzirá uma
carga elétrica igual e oposta em algum outro corpo condutor aterrado próximo. Apesar das gotas
pequenas apresentarem a tendência de aumentar as perdas por evaporação, quando eletrificadas,
são fortemente atraídas por objetos aterrados mais próximos, no caso a planta. A velocidade de
4
2. MATERIAL E METODOS
Figura 1. Detalhes do pulverizador bilateral Arbus Jacto® Valencia 4000, Ramal Especial de
pontas (A) e pulverizador Eletrostático SPE (B).
2.3. Eficácia
Foram confeccionadas gaiolas com tecido tipo Tunil, cobrindo apenas um único ramo
da planta (Figura 2). Cada gaiola possuía dez psilídeos adultos, com idade entre 10 a 15 dias,
provenientes da criação do Fundecitrus, livres das bactérias associadas ao HLB. Foram
realizadas seis repetições por tratamento, externos e internos a copa das plantas. No primeiro
experimento foi realizado apenas um confinamento quatro horas após a aplicação (HAA).
Entretanto, no segundo e terceiro experimentos, foram realizados um confinamento com quatro
HAA e um confinamento adicional aos 5 dias após a aplicação (DAA). Todas as avaliações
foram realizadas no quinto dia após o confinamento (DAC), anotando-se o número de psilídeos
mortos.
8
Para determinação da área de cobertura, uma pulverização foi realizada com corante
fluorescente da marca Travicar (Travicar, Porto Alegre, RS) na proporção de um litro de corante
em 45 L de água em cada um dos volumes de calda e equipamentos testados. Foram
pulverizadas 12 plantas por tratamento e as amostras foram coletadas das quatro plantas
centrais. Para a análise, foram coletadas em cada uma das plantas centrais cinco folhas
aleatórias nas porções interna e externa, dos terços superior, mediano e inferior, totalizando 120
amostras para cada tratamento.
A cobertura foi calculada por meio da obtenção de imagens das folhas com as coberturas
evidentes, feitas por meio de câmera digital convencional sob iluminação com lâmpadas
ultravioleta. Cada folha foi fotografada nas faces abaxial e adaxial. A porcentagem de área
coberta pela pulverização foi calculada em função do contraste de cores das imagens obtidas e
analisadas pelo software ImageJ – Image Processing and Analysis in Java (Bethesda, MD)
(Figura 3).
9
Figura 3. Representação da área foliar coberta pelo corante Travicar (A) e o contraste de cores
obtido pelo software ImageJ (B).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 3. Mortalidade média (±EP) de adultos Diaphorina citri, confinados quatro horas após a
aplicação do inseticida dimetoato (400 EC) em diferentes pulverizadores. Avaliação realizada cinco dias
após o confinamento. Experimento realizado em dezembro de 2014. Médias com mesma letra não
diferem entre si pelo teste de Student-Newman-Keuls (P 0.05). *Dose do produto corrigida para a
mesma quantidade depositada no tratamento Convencional de 800 L/ha, padrão do produtor. A letra C
representa o pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.
11
Figura 4. Mortalidade média (±EP) de adultos Diaphorina citri, confinados quatro horas após a
aplicação do inseticida dimetoato (400 EC) em diferentes pulverizadores, (A) e (B) e, segundo
confinamento, cinco dias após a pulverização, (C) e (D). Avaliações realizadas cinco dias após os
confinamentos. Experimento realizado em março de 2015. Médias com mesma letra não diferem entre
si pelo teste de Student-Newman-Keuls (P 0.05). *Dose do produto corrigida para a mesma quantidade
depositada no tratamento Convencional de 800 L/ha, padrão do produtor. A letra C representa o
pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.
Figura 5. Mortalidade média (±EP) de adultos Diaphorina citri, confinados quatro horas após a
aplicação do inseticida dimetoato (400 EC) em diferentes pulverizadores, (A) e (B) e, segundo
confinamento, cinco dias após a pulverização, (C) e (D). Avaliações realizadas cinco dias após os
confinamentos. Experimento realizado em junho de 2015. Médias com mesma letra não diferem entre
si pelo teste de Student-Newman-Keuls (P 0.05). *Dose do produto corrigida para a mesma quantidade
depositada no tratamento Convencional de 800 L/ha, padrão do produtor. A letra C representa o
pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.
Os inseticidas de contato são usados devido ao seu efeito de choque, que atuam sobre o
inseto, porém, dependendo da forma de aplicação, condição ambiental e estádio fenológico da
planta, tem sua ação residual diminuída (Yamamoto & Miranda, 2009). Quando comparamos
os resultados do segundo confinamento (5 DAA), observa-se uma redução da eficácia de
controle no segundo experimento em relação terceiro experimento, principalmente para os
tratamentos sem correção de dose e confinamentos internos. Isso provavelmente está
relacionado a chuva que ocorreu durante o período de realização do segundo experimento
(Figura 6 B e C). A redução de eficiência de outros inseticidas pela ação das chuvas já foi
relatada anteriormente por Hulbert et al., (2012) e Gautam et al., (2016).
14
Figura 6. Temperatura média (°C) e precipitação (mm) nos experimentos do dia 3 de dezembro, 2014
(A), 26 de março (B) e 10 de Junho de 2015 (C). Dados coletados no período e local do experimento no
município de Matão, SP, Brasil. Primeira seta representa a pulverização e primeiro confinamento, a
segunda seta representa o segundo confinamento.
Figura 7. Porcentagem média de cobertura obtida após pulverização com corante do pulverizador
Arbus Jacto Valencia a 800 L/ha (A), Arbus Jacto Valencia a 200 L/ha (B), e eletrostático a 200
L/ha (C).
100
90
80
70
Cobertura (%)
60
50
40 a
30
20 b
b
10
0
800C 200C 200E
Volume de calda (L/ha)
Figura 8. Porcentagem média de cobertura proporcionada pelos diferentes volumes nos equipamentos,
convencional e eletrostático. Letras diferentes diferem estatisticamente entre si pelo teste de Student-
Newman-Keuls (P 0,05). A letra C representa o pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.
volumes de 200 L/ha, independente dos equipamentos adotados, não apresentam diferenças de
cobertura entre si. Internamente a copa, a cobertura é inferior para todos os volumes aplicados
(H= 27,8396; gl= 5, 114; p<0,0001) (Figura 9).
100
90
80
Cobertura (%)
70
60
50 a
40
30 b
b b
20
10 c c
0
Ext Int Ext Int Ext Int
800C 200C 200E
Volume de calda (L/ha)
100
90
80
Cobertura (%)
70
60
50
40 a a a
30
20 b b b b b
b
10
0
S M I S M I S M I
800C 200C 200E
Volume de calda (L/ha)
Figura 10. Porcentagem média de cobertura proporcionada pelos diferentes volumes nos equipamentos,
convencional e eletrostático, três pontos da planta: S (superior), M (médio) e I (inferior). Letras
diferentes diferem estatisticamente entre si pelo teste de Student-Newman-Keuls (P 0,05). A letra C
representa o pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.
100
90
80
Cobertura (%)
70
60
50 a
40
30 b
b
20 b
10 c c
0
AD AB AD AB AD AB
800C 200C 200E
Volume de calda (L/ha)
Figura 11. Porcentagem média de cobertura proporcionada pelos diferentes volumes nos equipamentos,
convencional e eletrostático, nas partes AD (adaxial) e AB (abaxial) da folha (I). Letras diferentes
18
4. CONCLUSÕES
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VANTAGENS E DESVANTAGENS DA APLICAÇÃO DE AGROQUÍMICOS VIA
AÉREA E TERRESTRE
Daiane Deus Oliveira1, Josiany Mara Lopes1, Marcos Kovaleski2, Valmir Werner3
1
Graduandos em Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria- Campus
Frederico Westphalen- RS, Brasil (daiane_barcelos16@hotmail.com).
2
Engenheiro Agrônomo da Universidade de Passo Fundo- UPF- RS, Brasil.
3
Orientador, Professor Dr. da Universidade Federal de Santa Maria- Campus
Frederico Westphalen- RS, Brasil.
RESUMO
Tanto a cultura da soja (Glycine max L.) quanto a do milho (Zea mays) tem ganhado
cada vez mais importância no Brasil e no mundo. Isso porque, a cada safra tem-se
aumentado a produtividade de ambas. Nesse contexto, surgiram também várias
doenças fúngicas, plantas invasoras e insetos pragas fazendo-se necessário cada
vez mais o uso de agroquímicos. É por esse motivo que o presente trabalho teve
como objetivo geral fazer uma revisão bibliográfica sobre o tema tecnologia de
aplicação de agroquímicos nas culturas de soja e milho, descrevendo algumas
vantagens e desvantagens de cada tratamento nas aplicações aéreas e terrestres.
Na aplicação aérea os tratamentos com atomizador rotativo e com sistema
eletrostático proporcional maior eficiência operacional, além de uma boa cobertura
no dossel das plantas quando comparado com aplicação aérea convencional. Já
nas aplicações terrestres com tratamentos de diferentes volumes de calda por
hectare demostram que volumes de calda maiores que 130 litros por hectare
causam menor eficiência operacional quando comparados com volumes de calda de
80 litros por hectare. Pode-se concluir que fazem-se necessários estudos mais
aprofundados para ambos os tipos de aplicações.
PALAVRAS-CHAVE: Agroquímicos, Pulverização, Tecnologia de Aplicação.
ABSTRACT
Both the soybean (Glycine max L.) as the corn (Zea mays) has achieved increasing
importance in Brazil and in the world. This is because each crop has increased the
productivity of them. In this context, there emerged several fungal diseases, weeds
and insect pests that are making necessary the use of agrochemicals. For this
reason, this study has the major objective to make a literature review on the subject
of application technology of agrochemicals in soybean and corn crops, pointing out
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 714 2017
the main advantages and disadvantages of each treatments of aerial and ground
application. In the aerial application some treatments with rotary atomizers and with
electrified system provide greater operational efficiency, and good coverage in the
plant canopy when compared with conventional aerial application. For the ground
spraying, syrup volumes larger than 130 liters per hectare cause less operational
efficiency when compared with syrup volume equal to 80 liters per hectare. However,
today are necessary further studies in relation to the issue described, especially
when the comparison of aerial and ground spraying.
KEYWORDS: Application Technology, Agrochemicals, Spraying.
INTRODUÇÃO
A cultura da soja (Glycine max L.) tem ganhado cada vez mais importância,
na agricultura mundial, por causa da alta diversidade do uso da oleaginosa.
Também, em função do aumento da demanda global por alimentos, a área
destinada ao cultivo desta cultura tem aumentado anualmente. Segundo dados do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA - a área cultivada no
mundo passou de 81,48 milhões de hectares, na safra 2002/03, para 108,55 milhões
na safra 2012/13, o que representa crescimento de 33% na década (MOREIRA,
2012).
Por outro lado, a cultura do milho (Zea mays L.) também possui significativa
importância mundial, pois apresenta um dos maiores volumes de produção com,
aproximadamente, 960 milhões de toneladas. Os países como Estados Unidos,
China, Brasil e Argentina têm liderado o cenário comercial, com 70% da produção
mundial (PEIXOTO, 2016). Conforme Yagushi (2013), o Brasil teve crescente
aumento na produção desta cultura durante os últimos 10 anos, dobrando a
quantidade colhida, o que significou aumento de 60%, representando quase 30
milhões de toneladas do cereal, entre os anos de 2009 a 2013.
Para ter este contexto de safras com elevadas produtividades, torna-se
indispensável uma produção agrícola estável, sendo necessário usar manejo
fitossanitário adequado, ou seja, que controle doenças, pragas e plantas daninhas,
proporcionando à cultura menor interferência sobre os fatores de produção (IKEDA;
ZAMBON, 2013).
Segundo Viegas Neto (2013) as práticas culturais podem proporcionar às
plantas melhor arranjo e, consequentemente, melhor penetração no momento da
aplicação dos agrotóxicos resultando, assim, em maior eficiência da aplicação. A
cultura da soja é uma espécie com boa plasticidade quanto à resposta a variação no
arranjo espacial das plantas. Por esse motivo, não apresenta diferença significativa
em rendimento numa faixa de população de plantas e de espaçamento entre as
fileiras de plantas (EMBRAPA, 2011).
No caso das aplicações com fungicidas, à cobertura proporcionada por estas
sobre o dossel da soja é, normalmente, pouco uniforme principalmente no que se
refere à parte inferior da planta, apresentando então controle insuficiente mesmo
quando são usados produtos sistêmicos (CUNHA et al., 2014).
A tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários tem colaborado no
aumento da produtividade nas lavouras. No Brasil, tem-se a aplicação aérea como
realidade em várias regiões do país. O uso cresceu muito na cultura do milho,
devido à dificuldade de entrada de máquinas terrestres em fases mais adiantadas da
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 715 2017
cultura. Porém, ainda existem poucas informações científicas quanto à eficiência,
principalmente, quando comparada com as aplicações convencionais. No caso do
milho existe a dependência do desenvolvimento da planta, pois a aplicação terrestre
poderá ocasionar redução no estande da lavoura, ou seja, diminuição da área
fotossintética e do número de espigas acarretando perdas de grãos e reduzindo,
significativamente, a produção (SILVA, 2004 citado por CUNHA et al. 2010).
Já na cultura da soja as aplicações terrestres são mais comuns, até porque,
a cultura possui porte menor quando comparada com o milho. No entanto, para que
ambas as aplicações tenham sucesso é necessário dominar a forma adequada de
aplicação, garantindo que o produto chegue ao alvo de forma eficiente, além de
minimizar as perdas, já que o produto não será depositado em áreas indesejáveis,
consequentemente causando redução das contaminação do ambiente (NUYTTENS
et al., 2010).
A revisão bibliográfica desse trabalho teve a finalidade de discutir as
principais formas para aplicações de agroquímicos e qual delas garantirá ao
produtor maior produtividade quando comparadas entre si. Isso porque dependendo
da aplicação, poderão ocorrer perdas, decorrentes do amassamento da cultura no
momento das aplicações com pulverizadores terrestres ou por deriva do produto
químico utilizado, em função da calibração do tamanho das gotas a serem
pulverizadas pela ponta no sistema de aplicação aérea.
Dessa forma, o objetivo geral deste trabalho foi realizar uma revisão da
literatura sobre o tema da tecnologia de aplicação de agrotóxicos nas culturas da
soja e do milho, apontando as principais vantagens e desvantagens da utilização da
tecnologia de aplicação aérea e terrestre.
Aplicação Aérea
A aplicação aérea tem sido de extrema importância no aumento do ganho de
produtividade, através de sua natureza rápida e eficaz na cobertura dos alvos. Este
tipo de aplicação funciona como ferramenta de bastante valor na agricultura. Porém,
quando realizada dentro de critérios bem definidos e estando acompanhado por um
profissional técnico responsável (MINGUELA; CUNHA, 2013).
Segundo Cunha et al. (2014) os aviões para fins agrícolas começaram a ser
usados antes da Segunda Guerra Mundial. Inicialmente foram utilizados aviões
militares modificados sendo que foi somente na década de 40 que apareceu o
primeiro avião projetado e construído diretamente para fins agrícolas. No Brasil, no
ano de 2017 a aviação agrícola completa 70 anos. A prática da pulverização aérea
tem passado por diversas transformações a favor da proteção das lavouras e
cuidados com o meio ambiente. No país, atualmente, 30% da área plantada é
tratada por meio desta ferramenta, colocando o Brasil com a segunda maior frota de
aeronaves agrícolas do mundo (BRASQUÍMICA, 2017).
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 718 2017
Santos (2006) afirma que na categoria de aeronaves agrícolas incluem-se
aviões e helicópteros agrícolas, com características próprias e também com algumas
bastante diferenciadas dos pulverizadores terrestres tratorizados. Os equipamentos
terrestres possuem velocidade nove vezes menor do que aviões. Helicópteros
possuem de cinco a sete vezes menos velocidade que os aviões. Por este motivo,
que nos aviões ocorrem fortes turbulências, especialmente em relação aos vórtices
das pontas das asas, que se não forem corrigidas, causarão perdas significativas
das gotas, geradas pelos bicos fixados nas barras presas nas asas. Outra
característica importante é a faixa de deposição, que pode variar de largura, de
acordo com o tipo de defensivo utilizado em um mesmo avião e em uma mesma
cultura.
Uma das vantagens da atividade aeroagrícola é o alto rendimento
operacional, permitindo soluções rápidas, em maiores extensões de área, tornando-
se possível alcançar resultados positivos com custos econômicos acessíveis, desde
que sejam adotados todos os procedimentos técnicos adequados (BAYER et al.,
2012). Os aviões agrícolas, possuem sistemas de DGPS (Sistemas Diferenciais de
Posicionamento por Satélites), semelhante ao que ocorre na aerofotogrametria,
podendo seguir um planejamento de voo, sendo composto por linhas projetadas que
recobrem a área a ser pulverizada. Ou seja, a aeronave consegue se manter nestas
linhas, acionando automaticamente o sistema de pulverização ao cruzar o limite da
área e encerrando ao sair (AGROLINK, 2016).
Segundo o portal da Agrolink (2016), com o sistema de DGPS, conseguiu-
se eliminar a necessidade de pessoas sinalizando as linhas, conhecidos como
“bandeirinhas”, estes trabalhadores corriam sérios riscos de intoxicação nesta tarefa.
O sistema possui a capacidade de monitorar a quantidade aplicada, além de
informar com mapas e relatórios tudo o que foi realizado, permitindo ao piloto avaliar
e tomar decisões.
Por outro lado, Minguela e Cunha (2013) relatam que se a operação de
aplicação não for bem executada, conforme os parâmetros técnicos poderá ocorrer
deriva dos fitossanitários (as gotas serem arrastadas pelo vento), para áreas
próximas, tornando-se um problema, pois haverá perda de produto a ser pulverizado
e contaminação ambiental. Portanto o volume da pulverização (água + fitossanitário)
será reduzido, chegando muitas vezes a ser menor que 40 litros por hectare quando
utilizados bicos hidráulicos comuns, dificultando então a cobertura do alvo e
aumentando a deriva, então sugere-se ter o máximo cuidado com as condições
climáticas.
Outro problema encontrado nas aplicações aéreas refere-se ao custo de
aplicação desta, sendo bem superior a terrestre. Alguns fatores são considerados
como, por exemplo, a distância da área a ser aplicada até a pista de decolagem,
além da presença de obstáculos na área e do relevo deste. Todavia, quando
computados os custos de amassamento e compactação das aplicações terrestres, a
relação de custos acaba se invertendo (MINGUELA; CUNHA, 2013).
Com a finalidade de diminuir a contaminação ambiental provocada pelas
aplicações via aérea, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e do
Abastecimento) regulamenta e fiscaliza a operação. Tendo como regras: operar a
250 metros de mananciais de rios e a 500 metros da população. Sempre é
necessário o acompanhamento de um técnico agrícola executor, a coordenação de
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 719 2017
um engenheiro agrônomo e um piloto agrícola especializado, com mais de 400 horas
de voo (VIEGAS, 2011).
Pulverização Eletrostática
A pulverização eletrostática é uma nova tecnologia que surgiu para
aumentar a eficiência da aplicação de agroquímicos, girando em torno da premissa
de que os opostos se atraem (PORTAL DBO, 2016). Plantas de porte alto e
encorpadas proporcionam desafios para a tecnologia de aplicação de defensivos
agrícolas e suplementos foliares, principalmente quando relacionado com a
penetração da calda no dossel da cultura e a redução do escoamento e da deriva
deste, já que o índice de área foliar e a arquitetura da planta dificultam a cobertura
adequada da folha pelo ingrediente ativo. Uma da maneira de obter boa deposição
de gotas nos alvos biológicos é a escolha correta de técnicas de pulverizações e do
volume de calda a ser aplicado. Sendo assim, uma das alternativas utilizadas para
melhorar a deposição da calda sobre as folhas, com o volume reduzido e
consequentemente, com a diminuição das perdas por deriva, é a pulverização com
assistência eletrostática. Esse Sistema de Pulverização Eletrostática (SPE) é um
novo conceito em tecnologia de aplicação, isso porque trabalha com jato cônico
vazio e gotas de 80 micras, que possuem campo elétrico formado na base do jato,
que torna a aplicação mais econômica e eficiente (PAVÃO JR., 2015).
A eficiência da pulverização eletrostática está diretamente relacionada com o
processo de eletrificar as gotas. Segundo estudo da Embrapa Meio Ambiente, que
foi realizado em Jaguariúna no estado de São Paulo, os melhores processos de
eletrificação de gotas são basicamente dois: a eletrificação indireta por indução, e o
eletrodo de alta tensão fica mantido próximo às zonas de formação das gotas do
bico. Já a segunda é a eletrificação direta, em que a calda é eletrificada com alta
voltagem (CHAIM, 2013).
Conforme Chaim e Wadt (2015) o processo eletrostático que eletrifica as
gotas apresenta uma série de benefícios para gotas menores. Para melhor
entendimento de como ocorrem às atrações entre os alvos e as gotas eletrificadas, é
preciso conhecer duas leis básicas da eletrostática: a primeira diz que as cargas
polares opostas se atraem e as semelhantes ou iguais se repelem. Já a segunda lei
diz que a carga de um corpo ou nuvem de partículas carregadas induzirá a carga
elétrica igual e oposta em algum outro corpo condutor deste que este esteja aterrado
próximo. Nesta última lei serão formadas linhas de fluxo, que são bastante parecidas
com as linhas dos polos de um imã, ou seja, as gotas das nuvens carregadas
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 721 2017
próximas ao corpo aterrado terão a tendência de se movimentarem seguindo as
linhas de fluxo, ocorrendo devido à lei básica da eletrostática. Portanto, nas
pulverizações eletrostáticas agrícolas, a carga das gotas acaba sendo alterada pelo
acréscimo, ou até mesmo, pela retirada de elétrons ocasionados pelo campo elétrico
gerado por anéis de indução, que envolvem os bicos de pulverização que estão
ligados a um gerador (MINGUELA; CUNHA, 2013).
As gotas mais finas, em torno de 150 µm, apresentam maior potencial para
serem utilizadas neste sistema, isso porque permite maior razão entre carga e
massa. Outro fator que influencia no processo de eletrificação das gotas são as
diferentes formulações e a adição de adjuvantes, devendo por esse motivo ser
considerado na hora de regular o equipamento (MINGUELA; CUNHA, 2013).
Para Schröder e Loeck (2006) o equipamento “Spectrum Electrostatic Aerial
Spray System” consiste em um sistema que opera com alta pressão na barra de
pulverização e baixo volume, carregando então todas as partículas eletricamente
produzidas pelo sistema de pulverização da aeronave. Estas cargas são produzidas
com polaridades opostas em cada barra de pulverização. É composta por uma fonte
de alta voltagem, a qual apresenta internamente dois geradores independentes de
alta tensão, um para cargas negativas e outro para cargas positivas e uma unidade
de comando de operação, onde existem dois potenciômetros para controle individual
de cada gerador de alta tensão. Ainda dispõe de uma unidade de controle chamada
display que contém dois volt/amperímetros, utilizado para o monitoramento de cada
barra e um conjunto de 88 bicos tipo jato cônico, com isoladores e anéis para
indução eletrostática, todos montados (bicos) em uma barra com perfil
aerodinâmico. Portanto, com a pulverização eletrostática a deposição de gotas
chega até 70%, sendo que na pulverização tradicional não ultrapassa 30% (PORTAL
DBO, 2016).
Porém uma das desvantagens da pulverização eletrostática é o custo dos
equipamentos, que são relativamente maiores quando comparados com a
pulverização convencional. Exemplo disso, é que o preço do equipamento gira em
torno de R$ 1.900,00, todavia segundo o pesquisador, a economia deverá ser obtida
a médio prazo (AGRISHOW, 2017).
Pulverização Terrestre
KLAVER et al., (2012) afirmam que o mercado fornece uma enorme
variedade de máquinas agrícolas, com uma diversidade de modelos e
características. Desta forma, o produtor deve tomar conhecimento dos maquinários
mais convenientes a sua necessidade de serviço e em adequação a influência para
o desenvolvimento da cultura, pois em determinadas ocasiões, como na cultura do
milho, dependendo do estágio vegetativo, poderá ocorrer amassamento de plantas,
acarretando em perda da produtividade da lavoura. Os maquinários vêm oferecendo
maior praticidade e comodidade ao produtor no serviço operacional, mas também
maior precisão e economia com algumas funcionalidades, como durante as
aplicações de defensivos, com o sistema antigotejo. Outros casos, no entanto,
predispõem de transmissão hidrostática 4x4, possibilitando a diminuição do
amassamento da cultura. Diante disso, para operações agrícolas como
pulverizações o emprego da tecnologia de aplicação adequada é tão importante
como a escolha correta do pulverizador.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 722 2017
Para Minguela e Cunha (2013), os pulverizadores hidráulicos são
equipamentos que apresentam pulverização da calda através da pressão hidráulica
em orifícios calibrados, situados na parte inferior dos elementos especiais, sendo
denominadas de pontas. A referência a estes é apenas a denominação de
pulverizadores. Este grupo de máquinas pode ser classificado, para efeitos práticos,
em: pulverizadores tratorizados, equipamentos autopropelidos, equipamentos
manuais, equipamentos sobre veículos especiais, equipamentos estacionários e
equipamentos de tração animal.
Os pulverizados tratorizados são acoplados ao trator, podendo ser
arrastados (barra de tração), montados (acoplados a um sistema de levante
hidráulico de 3 pontos) e semimontado (sistema de levante hidráulico de 2 pontos).
Podem estar equipados com sistemas de controle eletrônicos ou mecânicos. Já os
pulverizadores autopropelidos são dotados de motor próprio para o deslocamento,
mais sofisticados, possuindo normalmente um controle de sistema eletrônico. Por
sua vez, os equipamentos manuais podem ser acionados manualmente, ou
mecanicamente através de dispositivos específicos como rodas de solo, etc. São
transportados nas costas, frontais ou sobre chassis com rodas (carrinho). Os
equipamentos sobre veículos especiais são bastante semelhantes aos
pulverizadores tratorizados, porém são colocados sobre veículos específicos
(camionetes, charretes,...). Equipamentos estacionários são classificados desta
forma pelo tipo de acionamento da bomba, sendo normalmente motor elétrico ou de
combustão interna. E, por último, os equipamentos de tração animal que na maioria
são acionados por sistemas elétricas com utilização de baterias (MINGUELA;
CUNHA, 2013).
As pulverizações terrestres são realizadas pelo próprio agricultor ou por
funcionários, utilizando o próprio pulverizador que normalmente é autopropelido ou
pulverizador acoplados ao trator. A aplicação gera custos que podem ser variáveis
em função de alguns componentes como: combustíveis, mão-de-obra do aplicador e
até mesmo auxiliares, além do uso de equipamentos de proteção individual,
depreciação do equipamento e a manutenção deste. Além do amassamento da
cultura, gerado pelo trânsito dessas máquinas. Como no caso da cultura da soja
pode reduzir a produtividade entre 0,5 e 4,0% (SCHRÖDER, 2007).
Conforme Costa (2009) o volume de calda aplicado é por unidade de
comprimento, área, peso ou volume. É o fator resultante da classe com tamanho e
densidade de gotas que serão necessárias para uma aplicação eficiente, com
adequada cobertura do alvo. Todavia deve-se levar em consideração características
da cultura como arquitetura da planta que será pulverizada. Portanto, o melhor
volume de calda na pulverização terrestre não se limita apenas ao valor exato, mas
também, depende das condições climáticas, da cultura e do tipo de pulverizador.
Exemplo disso foi a condução de um experimento no estado do Paraná com
aplicação terrestre nas culturas da soja, feijão, batata e milho, pelo qual foi
trabalhado com baixos volumes de calda, entre 80 e 130 litros por hectare, os
resultados encontrados garantiram eficiência agronômica e confiabilidade para o
controle de doenças (REZENDE, 2010). Porém como já citado anteriormente quanto
menor o tamanho das gotas, mais implicações apresentará, estando então mais
sujeitas a evaporação e derivas.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 723 2017
Conforme Souza et al. (2012), menores volumes de calda proporcionam
capacidade operacional maior em pulverizadores apresentando como vantagens a
redução dos custos operacionais e menores desgastes do maquinário, além da
diminuição da quantidade de combustível e mão-de-obra, sendo favorável,
principalmente, em condições climáticas boas. Porém, essa redução necessita de
boa tecnologia de aplicação para manter a eficiência das aplicações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao fim da revisão bibliográfica pode-se concluir que quando a tecnologia de
aplicação é feita de maneira correta é possível se obter bons resultados, ou seja, a
calibração correta dos pulverizadores tanto terrestre quanto aéreos podem
caracterizar maior eficiência do produto a ser aplicado, isso porque garantirá boa
cobertura no dossel da planta, consequentemente maior penetração deste.
Quando esta tecnologia não é utilizada de forma correta, pode gerar vários
problemas, principalmente se as gotas a serem pulverizadas forem de tamanhos
menores, pois podem ser arrastadas mais facilmente pelo vento para outros lugares
ou serem evaporadas.
No caso da aplicação com pulverizadores terrestre poderá haver
amassamento da cultura, o que apresentará um ponto negativo principalmente se
esta estiver em estádio vegetativo avançado, havendo perda na produtividade da
lavoura. Em contrapartida se utilizar volumes de caldas menores por hectare haverá
alguns pontos positivos, como a redução de mão de obra e custos com
combustíveis, aumentando assim a capacidade operacional.
Já as aplicações aéreas apresentam como ponto negativo, maior deriva em
ambos os tratamentos, por isso se faz necessário cuidado redobrado do operador e
regulagem correta. Com sistema eletrostático é possível obter bons resultados,
porque possuem gotas eletrificadas que conseguem chegar a parte inferior da
planta, causando boa cobertura do produto. Para tratamentos com utilização de
sistema de atomizador rotativo é possível também garantir boa cobertura no dossel
da cultura, isso quando comparado com sistema convencional.
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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 728 2017
474 Robson Shigueaki Sasaki et al.
ABSTRACT
When the electrostatic spraying is used correctly, it provides advantages over conventional systems, however
many factors can affect the system efficiency. Therefore, the objective of this study was to evaluate the charge/mass
ratio (Q/M) at different spraying distances (0, 1, 2, 3, 4 and 5 m), and the liquid deposition efficiency on the target.
Evaluating the Q/M ratio the Faraday cage method was used and to evaluate the liquid deposition efficiency the
artificial targets were positioned longitudinally and transversely to the spray jet. It was found that the spraying
distance affects the Q/M ratio, consequently, the liquid deposition efficiency. For the closest distance to the target the
Q/M ratio was 4.11 mC kg-1, and at distances of 1, 2, 3, 4 and 5 m, the ratio decreased to 1.38, 0.64, 0.31, 0.17 and 0.005
mC kg-1, respectively. For the liquid deposition, the electrostatic system was affected by the target orientation and
spraying distance. The target transversely to the jet of liquid did not improve the liquid deposition, but longitudinally
increased the deposition up to 3 meters of distance.
Key words: charge/mass ratio, liquid of deposition, efficiency in the electrostatic spraying.
RESUMO
Parâmetros da pulverização eletrostática e sua influência na eficiência de aplicação
A pulverização eletrostática, quando utilizada de maneira correta, proporciona vantagens em relação aos sistemas
convencionais. No entanto, diversos fatores podem interferir na eficiência do sistema. Por isso, objetivou-se, com este
trabalho, avaliar a relação carga/massa (Q/M) em diferentes distâncias de pulverização (0, 1, 2, 3, 4 e 5 m) e a eficiência
de deposição de líquido no alvo. Na avaliação da relação Q/M, utilizou-se o método da gaiola de Faraday e, na
avaliação da eficiência da deposição de líquido, posicionaram-se alvos artificiais, nos sentidos longitudinal e transver-
sal ao jorro de pulverização. Verificou-se que a distância de pulverização afeta a relação Q/M e, consequentemente, a
eficiência na deposição de líquido. Na distância próxima ao alvo, a relação Q/M foi de 4,11 mC kg-1, e, nas distâncias de
1, 2, 3, 4 e 5 m, reduziu-se para 1,38; 0,64; 0,31; 0,17 e 0,005 mC kg-1, respectivamente. Quanto à deposição de líquido, o
sistema eletrostático foi afetado pela orientação em relação ao alvo e pela distância de pulverização. Com o alvo na
transversal, o sistema não proporcionou aumento da deposição de líquido, já com o alvo na longitudinal, houve
aumento na deposição até a distância de 3 m.
Palavras-chave: relação Q/M, deposição de líquido, tecnologia de aplicação de agrotóxicos.
To obtain the flow unit in kg min-1, it was agreed that spraying were from 0.005 to 0.017 nm and, according to
the specific mass of the water was one. The sprayings the spectrophotometer manufactures specifications, the
were performed under laboratory conditions using a digi- reading accuracy is ± 0.002 nm. Thus, the evaluations
tal anemometer of the brand Kestrel, model Kestrel 1000, could be compromised, especially those that presented
and a thermo-hygrometer of the brand Betha, model lower values.
Ummi; the weather conditions were monitored during the The sprayings were performed with the electrostatic
essays. The experimental design was a completely system switched on and off, and subsequently, the spray
randomized, with 14 replicates for each treatment. The deposition on both systems was compared. The
statistical analysis were performed through the program experiment was conducted in a completely randomized
Sisvar version 5.3. design on a factorial scheme 2 x 5, consisted of two
To assess the influence of the distance of the spraying system (electrostatic system switched on/off)
target on the efficiency of droplets deposition using and five horizontal distances, with the target placed
the electrostatic spraying, the spray was built on a transversely and longitudinally to the spray jet, totalizing
base, remaining stationary during the spraying 80 experimental units.
performance. At each spraying performance , the sprayer was turned
Were used artificial targets made of wood, where on for 15 seconds until the stabilization of the air and liquid
grounded metal plaques were fixed. Two metal plaques flow. Afterwards, the spraying was carried out for 3 seconds.
were fixed on each target, being one of them transverse The spraying time was chosen according to the preliminary
and the other one longitudinal to the spraying jet. On essays, which showed that when the spraying time was
those plaques were fixed plastic labels of 14.5 x 3 cm, less than 3 seconds, the absorbance values were low,
which were used to determine the spray deposition. especially for distances greater than 2 m, and as mentioned
The sprayings were performed in five longitudinal before, the evaluations could be compromised. Although,
distances (1; 2; 3; 4 and 5 m), as shown on Figure 1. when spraying for more than 3 seconds, losses occurred at
It is worth mentioning that during the evaluations of the distances of 1 and 2 m, due to the spray draining.
liquid deposition using the spectrophotometer To evaluate the spray deposition, the methodology
methodology, no pattern was set to the size of the target, suggested by Palladini (2000) was used. The pigment used
thus, it was used the size of the plastic labels. According was the bright blue (Blue pigment FCF, Duas Rodas In-
to two preliminary essays using smaller labels with 2.5 x dustrial), internationally cataloged by “Food, Drug &
2.5 cm and 7.5 x 2.5 cm, the absorbance reading after the Cosmetic” as FD&C Blue n.1.
Figure 1. Scheme of the target and sprayer position during the liquid deposition evaluations. (1) Sprayer nozzle; (2) Spraying target;
(A) e (B) Three dimensions perspectives; (C) Frontal view; (D) Target details.
At first, 3 gL-1 of the pigment was added to the spray, the charge/mass ratio. Further, as it moves away from the
and from this mixture, samples of 1 mL were taken, from target, smaller droplets tend to evaporate during the
which 13 dilutions on distilled water were performed, trajectory, which can also affect the charge/mass ratio.
consisting the subsamples. The absorbance of the In electrostatic spraying, the greater is the charge/
subsamples were assessed using a spectrophotometer mass ratio, the greater is the spraying efficiency, as the
Biospectro, model SP-22, properly calibrated and adjusted droplets charge affects the electrical power, which affects
for absorbance readings in the range of 630 nm. Knowing the electrostatic field between the drop and the target.
the concentration of the samples and the volume of the There is no ideal charge/mass ratio for spraying,
dilutions, it was possible to determine the concentration however, the higher is the ratio, the better is the efficiency
of the subsamples (mg L -1) and, in addition to the of electrostatic spraying. According to Carlton et al.
absorbance values, the calibration curve of the pattern (1995), the minimum charge/mass ratio in electrostatic
solution was built. spraying for obtaining significant gains on drops
After he sprayings, the labels were packed in plastic deposition on the targets is 0.8 mC Kg-1. Law (1995) states
bags and 50 mL of distilled water were added and agitated that the minimum charge/mass ratio is from 1 to 2 mC kg-1.
for 30 seconds. Afterwards, one sample was taken and Although these values can be used as references, recent
assessed on the spectrophotometer. From the absorbance studies have shown that these lower values caused an
readings and using the calibration curve of the pattern increase of spray deposition on the target (Laryea & No,
solution, the absorbance data were transformed in 2005).
concentration values (mg L-1). With the initial pigment During the evaluation of liquid deposition, the
concentration data, the volume of the dilution used to temperature varied between 15 and 19 ºC, and the relative
wash the samples and the concentration detected by the humidity varied from 76 to 83%, with absence of wind.
spectrophotometer, it was possible to determine the volu- The calibration curve showed high correlation between
me captured by the target (Equation 2). the pigment concentration and the absorbance (Figure 3).
An interaction between the spray system and the
Ci Vi = Cf Vf (2)
distance was observed, proceeding thus the deployment
Where: of the interactions among the factors. For the spraying
system deployment (switched on/off), among each level
Ci = Inicial concentration of the sample (mg L-1);
of longitudinal distance, the average test was applied to
Vi = Volume captured by the target (mL); verify the electrostatic spraying effect. It was noticed that,
Cf = Concentration of the sample (mg L-1); e, when the target was placed transversely, the effect of the
Vf = Volume of the dilution (mL). electrostatic system was less prominent, compared to the
effect of the target placed longitudinally.
Finally, the spray deposition (µL cm-²) was determined Although the drop deposition increased with the target
using the data from the volume of spray captured by the in the transversal position and the system switched on in
target. The results were analysed through the program the most of the cases, these increases don’t differ
Sisvar, version 5.3. statistically (Table 1).
can be due to the Q/M ratio, because as observed, for Figure 4. Liquid deposition according to the distance and to the
the distances 1 and 2 m, the Q/M ratio were 1.38 and 0.6, spraying system.
Table 1. Liquid deposition (µL cm-²) at different distances, with the target transversal to the spraying jet
Distance (m)
Electrostatic system
1 2 3 4 5
Switched on 4.49 b 1.57 a 0.45 a 0.21 a 0.2 a
Switched off 5.06 a 1.28 a 0.42 a 0.13 a 0.1 a
Averages followed by the same letter in the column do not differ by the test F (P>0,05).
Table 2. Liquid deposition (µL cm-²) at different distances, with the target longitudinal to the spraying jet
Distance (m)
Electrostatic system
1 2 3 4 5
Switched on 0.91 a 0.25 a 0.17 a 0.10 a 0.13 a
Switched off 0.42 b 0.11 b 0.12 a 0.09 a 0.09 a
Averages followed by the same letter in the column do not differ by the test F (P>0,05).
Yet, when using the conventional pneumatic principle, Maynagh BM, Ghobadian B, Jahannama MR & Hashjin TT (2009)
Effect of Electrostatic Induction Parameters on Droplets
the useful range of application is variable depending on Charging for Agricultural Application. Journal of Agricultural
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ABSTRACT
When the electrostatic spraying is used correctly, it provides advantages over conventional systems, however
many factors can affect the system efficiency. Therefore, the objective of this study was to evaluate the charge/mass
ratio (Q/M) at different spraying distances (0, 1, 2, 3, 4 and 5 m), and the liquid deposition efficiency on the target.
Evaluating the Q/M ratio the Faraday cage method was used and to evaluate the liquid deposition efficiency the
artificial targets were positioned longitudinally and transversely to the spray jet. It was found that the spraying
distance affects the Q/M ratio, consequently, the liquid deposition efficiency. For the closest distance to the target the
Q/M ratio was 4.11 mC kg-1, and at distances of 1, 2, 3, 4 and 5 m, the ratio decreased to 1.38, 0.64, 0.31, 0.17 and 0.005
mC kg-1, respectively. For the liquid deposition, the electrostatic system was affected by the target orientation and
spraying distance. The target transversely to the jet of liquid did not improve the liquid deposition, but longitudinally
increased the deposition up to 3 meters of distance.
Key words: charge/mass ratio, liquid of deposition, efficiency in the electrostatic spraying.
RESUMO
Parâmetros da pulverização eletrostática e sua influência na eficiência de aplicação
A pulverização eletrostática, quando utilizada de maneira correta, proporciona vantagens em relação aos sistemas
convencionais. No entanto, diversos fatores podem interferir na eficiência do sistema. Por isso, objetivou-se, com este
trabalho, avaliar a relação carga/massa (Q/M) em diferentes distâncias de pulverização (0, 1, 2, 3, 4 e 5 m) e a eficiência
de deposição de líquido no alvo. Na avaliação da relação Q/M, utilizou-se o método da gaiola de Faraday e, na
avaliação da eficiência da deposição de líquido, posicionaram-se alvos artificiais, nos sentidos longitudinal e transver-
sal ao jorro de pulverização. Verificou-se que a distância de pulverização afeta a relação Q/M e, consequentemente, a
eficiência na deposição de líquido. Na distância próxima ao alvo, a relação Q/M foi de 4,11 mC kg-1, e, nas distâncias de
1, 2, 3, 4 e 5 m, reduziu-se para 1,38; 0,64; 0,31; 0,17 e 0,005 mC kg-1, respectivamente. Quanto à deposição de líquido, o
sistema eletrostático foi afetado pela orientação em relação ao alvo e pela distância de pulverização. Com o alvo na
transversal, o sistema não proporcionou aumento da deposição de líquido, já com o alvo na longitudinal, houve
aumento na deposição até a distância de 3 m.
Palavras-chave: relação Q/M, deposição de líquido, tecnologia de aplicação de agrotóxicos.
To obtain the flow unit in kg min-1, it was agreed that spraying were from 0.005 to 0.017 nm and, according to
the specific mass of the water was one. The sprayings the spectrophotometer manufactures specifications, the
were performed under laboratory conditions using a digi- reading accuracy is ± 0.002 nm. Thus, the evaluations
tal anemometer of the brand Kestrel, model Kestrel 1000, could be compromised, especially those that presented
and a thermo-hygrometer of the brand Betha, model lower values.
Ummi; the weather conditions were monitored during the The sprayings were performed with the electrostatic
essays. The experimental design was a completely system switched on and off, and subsequently, the spray
randomized, with 14 replicates for each treatment. The deposition on both systems was compared. The
statistical analysis were performed through the program experiment was conducted in a completely randomized
Sisvar version 5.3. design on a factorial scheme 2 x 5, consisted of two
To assess the influence of the distance of the spraying system (electrostatic system switched on/off)
target on the efficiency of droplets deposition using and five horizontal distances, with the target placed
the electrostatic spraying, the spray was built on a transversely and longitudinally to the spray jet, totalizing
base, remaining stationary during the spraying 80 experimental units.
performance. At each spraying performance , the sprayer was turned
Were used artificial targets made of wood, where on for 15 seconds until the stabilization of the air and liquid
grounded metal plaques were fixed. Two metal plaques flow. Afterwards, the spraying was carried out for 3 seconds.
were fixed on each target, being one of them transverse The spraying time was chosen according to the preliminary
and the other one longitudinal to the spraying jet. On essays, which showed that when the spraying time was
those plaques were fixed plastic labels of 14.5 x 3 cm, less than 3 seconds, the absorbance values were low,
which were used to determine the spray deposition. especially for distances greater than 2 m, and as mentioned
The sprayings were performed in five longitudinal before, the evaluations could be compromised. Although,
distances (1; 2; 3; 4 and 5 m), as shown on Figure 1. when spraying for more than 3 seconds, losses occurred at
It is worth mentioning that during the evaluations of the distances of 1 and 2 m, due to the spray draining.
liquid deposition using the spectrophotometer To evaluate the spray deposition, the methodology
methodology, no pattern was set to the size of the target, suggested by Palladini (2000) was used. The pigment used
thus, it was used the size of the plastic labels. According was the bright blue (Blue pigment FCF, Duas Rodas In-
to two preliminary essays using smaller labels with 2.5 x dustrial), internationally cataloged by “Food, Drug &
2.5 cm and 7.5 x 2.5 cm, the absorbance reading after the Cosmetic” as FD&C Blue n.1.
Figure 1. Scheme of the target and sprayer position during the liquid deposition evaluations. (1) Sprayer nozzle; (2) Spraying target;
(A) e (B) Three dimensions perspectives; (C) Frontal view; (D) Target details.
At first, 3 gL-1 of the pigment was added to the spray, the charge/mass ratio. Further, as it moves away from the
and from this mixture, samples of 1 mL were taken, from target, smaller droplets tend to evaporate during the
which 13 dilutions on distilled water were performed, trajectory, which can also affect the charge/mass ratio.
consisting the subsamples. The absorbance of the In electrostatic spraying, the greater is the charge/
subsamples were assessed using a spectrophotometer mass ratio, the greater is the spraying efficiency, as the
Biospectro, model SP-22, properly calibrated and adjusted droplets charge affects the electrical power, which affects
for absorbance readings in the range of 630 nm. Knowing the electrostatic field between the drop and the target.
the concentration of the samples and the volume of the There is no ideal charge/mass ratio for spraying,
dilutions, it was possible to determine the concentration however, the higher is the ratio, the better is the efficiency
of the subsamples (mg L -1) and, in addition to the of electrostatic spraying. According to Carlton et al.
absorbance values, the calibration curve of the pattern (1995), the minimum charge/mass ratio in electrostatic
solution was built. spraying for obtaining significant gains on drops
After he sprayings, the labels were packed in plastic deposition on the targets is 0.8 mC Kg-1. Law (1995) states
bags and 50 mL of distilled water were added and agitated that the minimum charge/mass ratio is from 1 to 2 mC kg-1.
for 30 seconds. Afterwards, one sample was taken and Although these values can be used as references, recent
assessed on the spectrophotometer. From the absorbance studies have shown that these lower values caused an
readings and using the calibration curve of the pattern increase of spray deposition on the target (Laryea & No,
solution, the absorbance data were transformed in 2005).
concentration values (mg L-1). With the initial pigment During the evaluation of liquid deposition, the
concentration data, the volume of the dilution used to temperature varied between 15 and 19 ºC, and the relative
wash the samples and the concentration detected by the humidity varied from 76 to 83%, with absence of wind.
spectrophotometer, it was possible to determine the volu- The calibration curve showed high correlation between
me captured by the target (Equation 2). the pigment concentration and the absorbance (Figure 3).
An interaction between the spray system and the
Ci Vi = Cf Vf (2)
distance was observed, proceeding thus the deployment
Where: of the interactions among the factors. For the spraying
system deployment (switched on/off), among each level
Ci = Inicial concentration of the sample (mg L-1);
of longitudinal distance, the average test was applied to
Vi = Volume captured by the target (mL); verify the electrostatic spraying effect. It was noticed that,
Cf = Concentration of the sample (mg L-1); e, when the target was placed transversely, the effect of the
Vf = Volume of the dilution (mL). electrostatic system was less prominent, compared to the
effect of the target placed longitudinally.
Finally, the spray deposition (µL cm-²) was determined Although the drop deposition increased with the target
using the data from the volume of spray captured by the in the transversal position and the system switched on in
target. The results were analysed through the program the most of the cases, these increases don’t differ
Sisvar, version 5.3. statistically (Table 1).
can be due to the Q/M ratio, because as observed, for Figure 4. Liquid deposition according to the distance and to the
the distances 1 and 2 m, the Q/M ratio were 1.38 and 0.6, spraying system.
Table 1. Liquid deposition (µL cm-²) at different distances, with the target transversal to the spraying jet
Distance (m)
Electrostatic system
1 2 3 4 5
Switched on 4.49 b 1.57 a 0.45 a 0.21 a 0.2 a
Switched off 5.06 a 1.28 a 0.42 a 0.13 a 0.1 a
Averages followed by the same letter in the column do not differ by the test F (P>0,05).
Table 2. Liquid deposition (µL cm-²) at different distances, with the target longitudinal to the spraying jet
Distance (m)
Electrostatic system
1 2 3 4 5
Switched on 0.91 a 0.25 a 0.17 a 0.10 a 0.13 a
Switched off 0.42 b 0.11 b 0.12 a 0.09 a 0.09 a
Averages followed by the same letter in the column do not differ by the test F (P>0,05).
Yet, when using the conventional pneumatic principle, Maynagh BM, Ghobadian B, Jahannama MR & Hashjin TT (2009)
Effect of Electrostatic Induction Parameters on Droplets
the useful range of application is variable depending on Charging for Agricultural Application. Journal of Agricultural
the treatment to be performed and, in general, has a wide Science and Technology, 11:249-257.
application range. However, when combining the Moon JK, Lee DH, Kang TG & Yon KS (2003) A capacitive type
electrostatic and the pneumatic systems to determine the of electrostatic spraying nozzle. Journal of Electrostatics,
useful range of spraying, it must be considered, besides 57:363–379.
the treatment to be performed, the distance at which the Palladini LA (2000) Metodologia para avaliação da deposição em
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electrostatic system will be more efficient.
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The Q/M ratio is inversely proportional to the distance sileira de Oleaginosas e Fibrosas, 4:123-130.
between the sprayer and the target. Silva ORRF, Marques L, Carvalho OS & Vieira RM (1997) Avalia-
The system was more efficient regarding to drops ção do depósito de gotas através da pulverização eletrostática e
da convencional sobre a cultura do algodoeiro. Revista Brasilei-
deposition when the target was longitudinal to the ra de Engenharia Agrícola Ambiental, 1:101-105.
spray jet.
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Orientador:
Dr. Paulo Marçal Fernandes
Maio – 2018
LARA LEAL FIGUEIREDO
Orientador:
Prof. Dr. Paulo Marçal Fernandes
Goiânia, GO - Brasil
2018
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do
Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.
A Deus, por ter me dado forças, ao longo de toda essa jornada, para finalizar está etapa.
Aos meus pais e familiares que me deram suporte para continuar os estudos e conquistar
mais essa vitória.
Ao meu orientador Paulo Marçal Fernandes por ter me acolhido em um momento difícil.
A Janayne Maria Rezende pelas ideias, dicas e colaborações que só acrescentaram neste
trabalho. E também pelo carinho e paciência em sempre me receber quando precisei.
Aos amigos Mariana Ortega, Matheus Le Senechal pela amizade e pelo apoio em todos
os momentos dessa caminhada. A Tássia Tuane não apenas pela amizade construída na
pós-graduação, mas também pela grande ajuda na estatística deste trabalho.
E a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho.
RESUMO .........................................................................................................................9
ABSTRACT ...................................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................11
2 REVISÃO DE LITERATURA .....................................................................15
2.1 Bemisia tabaci MEAM1 ................................................................................15
2.1.1 Características gerais .................................................................................15
2.1.2 Danos de Bemisia tabaci ...............................................................................17
2.1.2.1 Danos Diretos ................................................................................................17
2.1.2.2 Danos Indiretos ...............................................................................................18
2.2 MANEJO DA MOSCA-BRANCA ...............................................................20
2.2.1 Controle químico ..........................................................................................20
2.2.2 Controle biológico ........................................................................................22
2.2.2.1 Parasitoides e predadores ..............................................................................23
2.2.2.2 Fungos entomopatogênicos ...........................................................................23
2.2.2.2.1 Isaria spp. ......................................................................................................24
2.3 PRODUÇÃO DE BIOINSETICIDA COM FUNGOS
ENTOMOPATOGÊNICOS ...........................................................................................25
2.3.1 Seleção de fungos entomopatogênicos ........................................................25
2.3.2 Produção de conídios de fungos entomopatogênicos ..................................26
2.3.3 Formulações com fungos entomopatogênicos ..............................................27
2.4 TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS..28
2.4.1 Pulverização eletrostática ...........................................................................29
2.4.2 Processos para geração de gotas com carga eletrostática .............................30
4 RESULTADOS ..................................................................................................38
4.1 SELEÇÃO DE ISOLADOS DE Isaria javanica PARA PRODUÇÃO EM ARROZ
PARBOILIZADO ...........................................................................................................38
4.2 MÉTODOS DE APLICAÇÕES DO FUNGO ENTOMOPATOGÊNICO Isaria
javanica NO MANEJO DE Bemisia tabaci MEAM1 EM FEIJOEIRO ........................39
4.3 DEPOSIÇÃO E PERSISTÊNCIA DE CONÍDIOS DE Isaria javanica EM
FEIJOEIRO COMPARANDO MÉTODOS DE APLICAÇÃO ....................................42
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................44
5.1 SELEÇÃO DE ISOLADOS DE Isaria javanica PARA PRODUÇÃO EM
ARROZ PARBOILIZADO ............................................................................................44
5.2 MÉTODOS DE APLICAÇÕES DO FUNGO ENTOMOPATOGÊNICO Isaria
javanica NO MANEJO DE Bemisia tabaci MEAM1 EM FEIJOEIRO ........................45
5.3 DEPOSIÇÃO E PERSISTÊNCIA DE CONÍDIOS DE Isaria javanica EM
FEIJOEIRO COMPARANDO MÉTODOS DE APLICAÇÃO ....................................46
6 CONCLUSÕES .................................................................................................49
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................50
RESUMO
FIGUEIREDO, L.L. Produção, persistência e eficiência da pulverização eletrostática de
Isaria javanica no manejo de Bemisia tabaci. 2018. 63 f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia: Fitossanidade) – Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, 2018.1.
______________________
1
Orientador: Profº Drº Paulo Marçal Fernandes
ABSTRACT
FIGUEIREDO, L.L. Production, persistence and efficiency of Isaria javanica
electrostatic spraying in the management of Bemisia tabaci. 2018. 63 f. Dissertation
(Master in Agronomy: Plant Health) – Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, 2018.1.
The whitefly, Bemisia tabaci (Gennadius, 1889), is an insect that has great
importance in world agriculture. It adapts easily to diverse cultures and environments, thus,
making it difficult to handle. The use of the entomopathogenic fungus Isaria javanica is
considered a promising tactic for the management of whitefly. The objectives of this work
were to select isolates of I. javanica with higher conidia production in solid medium; to
evaluate the efficiency of different methods of entomopathogenic fungus application on
whitefly nymphs; quantify the number of conidia deposited on the abaxial face of the bean
leaves and evaluate the persistence of the conidia in the environment. To evaluate the
production of conidia, three isolates of I. javanica were used and placed in Erlenmeyer
containing 200 grams of parboiled rice. The isolate CNPAF 14 presented the highest yield
of conidia (1.20 x 1010 conidia / gram of rice). In the evaluation of the efficiency of different
spraying methods, the electrostatic sprayer, CO2 and Air brsuh were used. Bean plants were
grown in pots in the greenhouse and infested with white-fly adults for nymphs. Bean plants
with 2nd instar nymphs were sprayed with Tween 80® solution [0.05%], suspension of
fungus I. javanica [1x107 conidia.mL-1] and spiromesifene 0.5 L / ha. The methods of
electrostatic spraying and CO2 did not show differences in the mortality of whitefly nymphs.
To evaluate the deposition and the persistence of conidia was used the isolate CNPAF 14
[5x106 conidia.mL-1]. Suspension was applied with the electrostatic sprayer and CO2 in the
potted bean plants in the greenhouse. The spraying methods did not increase the amount of
conidia deposited on the abaxial face of the bean leaves and did not interfere in the
persistence. Future studies should be conducted to enable commercial production of the
entomopathogenic fungus I. javanica to assist in the management of B. tabaci.
______________________
1
Orientador: Profº Drº Paulo Marçal Fernandes
1 INTRODUÇÃO
a 300 ovos durante sua vida, sendo a fecundidade influenciada pela temperatura e pela planta
hospedeira; na falta de alimento, a postura pode ser interrompida. Os ovos apresentam
formato periforme, com comprimento médio de 0,2 mm, coloração amarela nos primeiros
dias e marrom quando próximos da eclosão; são depositados de modo irregular na face
inferior das folhas, ficando presos por um pedúnculo curto (Eichelkraut & Cardona, 1990;
Villas Bôas et al., 1997; Gallo et al., 2002). A oviposição ocorre preferencialmente na face
abaxial das folhas jovens, com pilosidade moderada, o que se deve ao fato de esse tipo de
folha conferir proteção contra o vento e dessecação (Souza, 2004).
Tanto os adultos como as ninfas possuem aparelho bucal do tipo sugador labial
tetraqueta, em que as mandíbulas e as maxilas formam um tubo duplo que é inserido até o
floema, de onde retiram a seiva elaborada que lhes serve de alimento (Villas Bôas et al.,
1997; Gallo et al., 2002; Walker et al., 2010).
Os hospedeiros preferenciais da mosca-branca são: cucurbitáceas (abobrinha,
melancia, melão e chuchu), solanáceas (tomate, berinjela, pimentão, tabaco, pimenta e jiló),
brássicas (brócolos e repolho), leguminosas (feijão e feijão-vagem), algodão, mandioca,
alface e quiabo, além de plantas ornamentais, daninhas e silvestres (Villas Bôas et al., 1997).
Brown et al. (1995) relataram que a gama de plantas hospedeiras de B. tabaci tem aumentado
no decorrer do tempo, o que tem sido atribuído entre outras razões, ao uso de práticas
agrícolas de monocultivo irrigado. Foi constatado que a B. tabaci espécie Novo Mundo 2
tem pouco mais de cem plantas hospedeiras, enquanto que a espécie MEAM1 já foi
encontrado em mais de seiscentas espécies vegetais, das quais 50% estão restritas a somente
cinco famílias: Fabaceae, Asteraceae, Malvaceae, Solanaceae e Euphorbiaceae (Brown et
al., 1995; De Barro, 1995; Oliveira et al., 2001). A existência de uma associação entre biótipo
e planta hospedeira poderá resultar biótipos específicos para um número restrito de plantas,
considerando-se que deve haver um custo adaptativo na manutenção de um largo espectro
de hospedeiros.
Segundo Lima e Lara (2001), as moscas-brancas, como todos os insetos, assim
que entram em uma determinada área, passam a selecionar as plantas hospedeiras adequadas.
A maioria das espécies respondem à cor como um estímulo para aterrissar nos locais de
alimentação e oviposição. A seleção de planta após o pouso é feita por picadas de prova.
Pollard (1995), descrevendo o hábito alimentar de B. tabaci, em algodoeiro, registrou como
efeitos macroscópicos desta alimentação, a deposição de “honeydew“ na folha, ocorrência
de clorose pela saliva da ninfa removendo clorofila e amido, desenvolvimento de
17
No Brasil, B. tabaci biótipo MEAM1 tem sido problema sério desde 1995, e as
perdas causadas por esta praga atingiram valores de cerca de milhões de dólares, em culturas
de feijão, algodoeiro, melão e hortaliças (Oliveira et al., 2001). Os danos causados pela
mosca-branca podem ser diretos e indiretos, em geral são: destruição de células, redução do
processo de fotossíntese e respiração da planta, inoculação de toxinas e transmissão de vírus
fitopatogênicos (Pollard, 1955; Buntin et al., 1993; Barbosa et al., 2002).
Os danos diretos ocorrem quando o inseto suga a seiva das plantas, provocando
alterações em seu desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, reduzindo a produtividade e a
qualidade dos frutos. Em abobrinha, essa desordem é responsável pelo prateamento das
folhas. Em brássicas, há um branqueamento do caule. Em poinsétia e outras ornamentais
ocorre um clareamento das veias na folhagem. Em algodão há a queda precoce de folhas, e
as fibras tornam-se manchadas pela secreção do inseto (Villas Bôas, 2005).
Na produção do tomate, as perdas na produção podem atingir 100%. Os danos
diretos provocados pela sucção da seiva da região do floema, comprometem a capacidade
18
rapidamente quando moscas-brancas adultas infectadas pelo vírus se alimentam por quatro
horas ou mais em plantas sadias de feijoeiro, sendo a capacidade infectiva perdida.
O CpMMV pode ser transmitido facilmente por inoculação mecânica e, também,
pela mosca-branca. Costa et al. (1983), em seus estudos de transmissão com B. tabaci em
feijoeiro cv. Jalo, verificaram que com apenas um inseto pode-se transmitir o vírus, mas em
porcentagem relativamente baixa, com 6,7%. Nesse ensaio, ao se utilizarem nove insetos por
planta a taxa de transmissão foi, em média, de 44,7%.
Na soja os sintomas são necrose na haste, queima do broto, escurecimento do
pecíolo e das nervuras foliares, nanismo e deformação no limbo e mosaico de aspecto
bolhoso. Os sintomas manifestam-se 15 dias após a inoculação. Em secções ultrafinas
observadas em microscópio eletrônico é possível notar presença de partículas falcadas,
agrupadas na forma de feixes em plantas de soja, característicos de infecção por carlavírus
(Marubayashi, 2006).
A mosca-branca possui diversos inimigos naturais que podem ser efetivos para
seu controle, destacando-se parasitoides, predadores e patógenos. No controle microbiano,
os fungos entomopatogênicos têm sido os mais utilizados, representando uma importante
tática dentro do manejo integrado desta praga.
23
garantir bom crescimento com alta esporulação (Verhaar & Hijwegen, 1993; Khalil et al.,
1985).
Um meio de cultura deve possuir, basicamente, uma fonte de carbono (C) e
nitrogênio (N), sais minerais e alguns fatores de crescimento (Soper & Ward, 1981). As
fontes de C geralmente utilizadas são: amido, glicose, sacarose, dextrose e diversos outros
açúcares, enquanto as fontes de N são geralmente componentes ricos em proteínas e ou
aminoácidos, como extrato de soja e outros subprodutos vegetais, extrato de levedura e
peptona. O arroz e o trigo são os substratos mais utilizados. O fungo é produzido na
superfície de meio sólido, dentro de diferentes recipientes conforme objetivo e escala
comercial (Leite et al., 2003).
temperatura baixas são geralmente fatores de estabilidade do produto mantendo-o viável por
maior tempo. A luminosidade requer embalagem especial que não possibilite que a luz atinja
os conídios durante o armazenamento (Alves, 1998).
Segundo Chaim (2006), existem alguns processos utilizados para geração de gotas
carregadas eletricamente. Dentre os quais, o processo de eletrificação de gotas por “efeito
corona”, onde um eletrodo pontiagudo submetido a altas tensões ioniza o ar, e as cargas
livres entram em contato com as gotas produzidas pelo bico, tornando-as eletricamente
carregadas. Esse processo é adequado para eletrificar gotas de até 20 micrômetros, pois gotas
maiores não adquirem carga com intensidade suficiente para aumentar a eficiência da
aplicação.
No processo de carga por indução com eletrificação indireta, o líquido é mantido
aterrado, ou seja, com voltagem igual a zero. Nesse processo, as gotas adquirem a carga na
presença de um intenso campo eletrostático, formado entre o eletrodo de indução mantido
em alta voltagem e o jato de gotas. O eletrodo de indução deve ser posicionado na região da
borda do jato onde as gotas se formam, em uma distância mínima suficiente para evitar
centelhas de descarga entre o eletrodo e o líquido (Chaim, 2006).
Uma desvantagem desse processo é que as gotas adquirem carga oposta ao eletrodo
de indução e são atraídas pelo mesmo molhando-o e causando gotejamento (Carroz & Keller,
1978). Com isso, ocorre um colapso no sistema e a eletrificação das gotas é prejudicada.
Para contornar essa situação, foram projetados bicos pneumáticos eletrostáticos que se
caracterizam por proporcionar jatos concêntricos de ar e líquido. Assim, o próprio ar que
pulveriza o líquido arrasta as gotas carregadas para longe da influência do eletrodo,
mantendo-o seco (Law, 1978; Chaim et al., 1998, 1999, 2002).
Resultados com economia superior a 50% da dose dos produtos fitossanitários
registrados em algumas culturas têm sido divulgados, quando utilizam bicos pneumáticos
eletrostáticos (Electrostatic Spraying Systems, 2007).
Num outro tipo de processo, a indução por eletrificação direta, a indução ocorre
entre a planta e o jato de gotas mantido em alta tensão. Como não existe eletrodo, a voltagem
31
deve ser alta o suficiente para criar um intenso campo eletrostático entre o bico e a planta.
Assim, a carga das gotas é dependente da distância que o bico é posicionado em relação às
plantas, fazendo com que o campo eletrostático seja variável. A voltagem necessária para
eletrificação de gotas deverá ser superior a 30 kV. Nesse caso, todo o circuito hidráulico é
submetido a uma tensão de eletrificação do jato de gotas, exigindo que sejam adotadas
medidas para isolamento do tanque, bomba hidráulica, tubulações entre outras para que seja
garantida a segurança do aplicador (Chaim, 2006).
Nos principais processos utilizados para eletrificação de gotas, o sucesso ainda
depende de algumas soluções tecnológicas que, se atendidas, promoverão um aumento da
eficiência no controle de pragas e doenças pelo aumento da deposição das gotas na superfície
abaxial das folhas.
3 MATERIAL E MÉTODOS
temperatura de 26 ± 0,5 °C, UR > 60% e com 12 horas de fotofase por três dias. Após este
período as folhas foram retidas da BOD e feita a confirmação da morte das ninfas pelo fungo.
3.3.2 Avaliações de deposição e persistência de conídios nas superfícies das folhas de feijão
1,60E+10
a
Produção de conídios/grama de arroz
1,40E+10
1,20E+10
1,00E+10
8,00E+09
6,00E+09
4,00E+09 b
c
2,00E+09
0,00E+00
C14 C17 C20
A) I SARIA JAVANICA
Brush CO2 Eletrostático
60
MORTALIDADE DE NINFAS (%)
50
40
30
20
10
0
3 4 5 6 7 10
DIAS APÓS APLICAÇÃO
B) E SPIROMESIFENO
Brush CO2 Eletrostático
100
MORTALIDADE DE NINFAS (%)
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
3 4 5 6 7 10
DIAS APÓS APLICAÇÃO
70
a
a
Número de conídios (x10^4)
60
50
40
30
20
10
0
Eletrostático CO2
A)
Eletrostático
B) CO2
A fermentação sólida do fungo I. javanica ainda não foi muito estudada por
outros pesquisadores, mas espécies do mesmo gênero já apresentam vários estudos como
por exemplo o fungo I. fumosorosea. As comparações na produção de conídios através
da fermentação sólida não podem ser feitas diretamente devido às variações de
metodologia utilizadas, como tipo de arroz e método de produção, quanto à forma de
apresentação do rendimento dos conídios. Neste estudo os valores de conídios produzidos
foram apresentados por grama de arroz úmido ao final da produção.
Silva et al. (2012) conduziram estudos sobre a seleção de isolados de I.
fumosorosea e revelaram que a produção de conídios foi de 1,39 x 108 conídios mL-1.
Murillo-Alonsoa et al. (2015) observaram que a produção de conídios do fungo I.
fumosorosea foi de 5,33 x 109 conídios g-1 de arroz. Mascarin et al. (2010) estudaram a
produção dos fungos I. fumosorosea e I. farinosa cultivados em arroz integral umedecido
em um processo de fermentação bifásico e obtiveram um rendimento máximo de 1,1 x
109 e 1,3 x 109 conídios g-1, respectivamente.
Em estudos conduzidos por Kim et al. (2014) para selecionar o melhor meio
de produção em massa do fungo I. javanica por meio da fermentação sólida obtiveram
um rendimento de 3,05 x 1010 conídios g-1 em arroz integral. Esse resultado foi semelhante
ao observado nesse estudo para o isolado CNPAF 14 que apresentou o melhor rendimento
(1,20 x 1010 conídios g-1) em arroz parboilizado. Ainda no estudo conduzido por Kim et
al. (2014) foi comparado os efeitos de vários aditivos na produção de conídios. Ao
adicionar glúten (3% e 1,32%) no arroz integral a produção de conídios aumentou em 14
e 6 vezes, respectivamente, em relação ao arroz integral sem aditivos.
O rendimento de conídios é um fator importante na seleção de isolados, pois
pode viabilizar comercialmente um produto pelo menor custo de produção para o controle
de pragas (Alves, 1998). O principal sistema de produção de conídios de fungos
45
testando quatro tipos de pontas observou que os valores médios dos depósitos do corante
Rodamina B, na superfície abaxial das folhas, variam de acordo com o diâmetro mediano
volumétrico das gotas produzidas por cada ponta de pulverização. Chaim et al. (2002)
afirmou que o aumento da vazão de pulverização diminui a intensidade da carga das gotas
e o aumento da carga aumenta significativamente a deposição da pulverização, em alvos
artificiais esféricos.
Silva et al. (1997), avaliando deposição de gotas da pulverização eletrostática e
convencional sobre a cultura do algodoeiro, concluíram que na face inferior da folha
houve um incremento nos depósitos foliares, mas estes não foram suficientes para se
recomendar o uso sistemático dessa técnica.
Serra et al. (2011) ao comparar três tecnologias de pulverização: assistida por ar,
assistida por ar associada a gotas com carga elétrica e convencional (sem ar e carga
elétrica) combinadas aos volumes de 50 e 100L.ha-1, constatou que o sistema eletrostático
quando associado à assistência de ar promoveu maiores depósitos dos marcadores em
ambos os sistemas de condução da cultura do algodoeiro (convencional e adensado), nas
diferentes partes da planta, mas principalmente na base da planta quando esta se
encontrava na fase de desenvolvimento mais avançada.
Sumner et al. (2000) concluíram que o método de pulverização influencia na
penetração e deposição do material pulverizado, para a cultura do algodão e que se faz
necessário adequar os pulverizadores a cada tipo de controle fitossanitário a ser realizado
numa lavoura.
A eficácia dos fungos entomopatogênicos no controle de pragas depende em
parte da persistência do inóculo aplicado no campo (O'Callaghan, 1998; Inyang et al.,
2000).
Oliveira et al. (2009) com o objetivo de avaliar, em condições de laboratório, a
influência da temperatura e do tempo de exposição de viabilidade dos fungos Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae demonstraram que quanto maior o tempo de
exposição e maior temperatura, menor é a germinação e consequentemente menor é a
mortalidade ocasionada pelos fungos. Esta tendência já era esperada, visto que muitos
trabalhos encontrados na literatura evidenciam os efeitos detrimentais da temperatura.
Pilz et al. (2011) avaliou o estabelecimento e a persistência de duas estirpes de
M. anisopliae em campos de milho para o controle de Diabrotica virgifera virgifera
(lagarta da raiz do milho). Os esporos aplicados nas folhas do milho foram capazes de
48
sobreviver por no máximo três dias após a aplicação. A persistência a curto prazo de
esporos de M. anisopliae nas folhas de milho mostra que estudos mais detalhados sobre
formulações de esporos, bem como técnicas de aplicação, tempos de aplicação e
experimentos relacionados à dose são necessários para otimizar a persistência do fungo.
Fatores que influenciam na persistência a curto prazo de esporos são alta
temperatura, baixa umidade, substâncias fungicidas, crescimento de plantas (diluição do
inóculo), adesão de conídios, morfologia e química da planta, bem como precipitação e
densidade da cultura, mas o parâmetro mais importante é a inativação dos esporos pela
radiação solar (Zimmermann, 1982; Fargues et al., 1996; Butt & Goettel 2000; Inyang et
al., 2000; Klingen et al.,2002).
Formulações para proteger os conídios das radiações nocivas devem ser testadas.
Vários óleos ou filtros solares solúveis em óleo aumentaram significativamente a
sobrevivência (Ferron, 1981; Inglis et al. 1998; Ibrahim et al. 1999).
6 CONCLUSÕES
Baseados nos dados obtidos nas condições do presente trabalho podem ser
extraídas as seguintes conclusões:
O isolado de Isaria javanica com a maior produção de conídios em arroz
parboilizado foi o CNPAF 14;
O isolado de Isaria javanica, CNPAF 14, apesar de ter uma elevada produção de
conídios, apresentou um baixo índice de mortalidade sobre as ninfas de mosca-
branca;
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