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11/01/2019 Artigo - Pulverização eletrostática: a revolução na aplicação de agrotóxicos - Portal Embrapa

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Artigo - Pulverização eletrostática: a revolução na aplicação de agrotóxicos

Notícias
01/04/15 | Produção vegetal

Artigo - Pulverização eletrostática: a revolução na aplicação de


agrotóxicos
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Foto: Luiz Guilherme R. Wadt de- Aldemir Chaim e Luiz Guilherme R. Wadt*
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-- Várias pesquisas têm demostrado que o emprego de
pulverizacao-
pequenas gotas menores do que 100 micrômetros
eletrostatica-
apresentam melhores resultados de controle de problemas
a- fitossanitários. Entretanto, as gotículas, devido as suas
revolucao- pequenas massas, possuem pouca energia cinética, o que
na- faz com que suas capturas pelos alvos sejam reduzidas e
aplicacao- também que a evaporação e deriva se acentuem. Desta
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de- maneira as vantagens esperadas, de maior eficiência de
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agrotoxicos)utilização de um menor volume de calda de aplicação,
somente se verificam em condições muito especiais. Consequentemente, para melhorar a eficiência das
pulverizações, os agricultores utilizam bicos que produzem gotas maiores do que 200 micrômetros, para garantir
um completo molhamento das plantas. A pulverização eletrostática se apresenta como uma solução tecnológica
para aumentar a eficiência de utilização de gotas pequenas, reduzindo as perdas para o solo ou mesmo por
evaporação.

MECANISMO DE ATRAÇÃO DE GOTAS COM CARGA ELETROSTÁTICA

O processo eletrostático de eletrificação de gotas apresenta uma série de benefícios para as pequenas gotas.
Para entender como ocorrem as atrações entre gotas eletrificadas e alvos, é necessário conhecer as duas leis
básicas da eletrostática: Lei nº 1 – cargas de polaridades opostas se atraem e semelhantes se repelem; Lei nº 2 –
a carga de um corpo ou nuvem de partículas carregadas induzirá uma carga elétrica igual e oposta em algum
outro corpo condutor aterrado próximo. Neste último caso, serão formadas linhas de fluxo, semelhantes às linhas
dos polos de um imã. Gotas de uma nuvem carregada próxima a um corpo aterrado apresentarão a tendência de
se movimentarem seguindo as linhas de fluxo, em virtude da primeira lei básica da eletrostática. Devido à
natureza curvilínea das linhas de fluxo, as gotas projetadas por um bico poderão atingir todos os lados do corpo
aterrado. A força de atração de uma partícula carregada para a planta é composta de duas partes. A primeira é
devida à ação de atração criada pelo campo eletrostático da própria partícula em relação a sua aproximação da
superfície da planta. A segunda parte é a ação das forças do campo eletrostático e da nuvem de partículas criada
pelo bico de pulverização sobre o campo da carga da gota. Se os campos elétricos forem direcionados para a
planta, as gotas se projetarão sobre a sua superfície.

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Em distâncias mais curtas, uma gota eletricamente carregada será atraída por alguma superfície seguindo um
princípio denominado "força de atração da imagem". Considerando uma pequena esfera carregada se
aproximando de uma superfície aterrada, a força de atração da esfera para a superfície é dada pela lei de
Coulomb para cargas pontuais de sinais diferentes. Nesse caso específico, uma segunda carga necessária para
a aplicação da Lei de Coulomb é uma imagem da carga real da esfera, localizada atrás da superfície aterrada,
com sinal oposto a carga real (Figura 1). A segunda parte da atração, denominada "campo de força" ocorre
porque a carga oposta à da gota, induzida na planta, cria a situação da Lei nº 1. Neste caso, a força do campo é
dada por F = EQ, onde F é a força de atração (Newtons), E é o campo eletrostático (V/m) e Q é a carga
(Coulomb).

Figura 1. Efeito da atração de gota eletrificada por força da atração da sua imagem.

TAMANHO DE GOTAS PARA SISTEMAS DE PULVERIZAÇÃO ELETROSTÁTICA

Gotas maiores do que 100 micrômetros não se beneficiam da eletrificação porque são pesadas e em curtas
distâncias não conseguem modificar a sua trajetória pela "força de atração da imagem". A atração em curtas
distâncias pela "força de atração da imagem" é a principal responsável pela deposição de gotas na face abaxial
das folhas, ou seja, o principal benefício da deposição eletrostática. Para uma deposição eletrostática eficiente, o
tamanho adequado das gotas deve situar-se entre 30 e 80 micrômetros.

EFEITO DA EVAPORAÇÃO EM GOTAS SEM CARGA ELETROSTÁTICA

Várias pesquisas indicam que a evaporação de gotas é um dos principais fatores de desperdício de agrotóxico
nas pulverizações. Durante um processo de pulverização o espectro de gotas produzidos por um bico hidráulico é
extremamente desuniforme, onde existe uma grande porcentagem de gotas que são perdidas por evaporação.
Mas se um litro de calda puder ser dividido em gotas uniformes é previsto por exemplo, uma produção de
238.731.856 gotas de 200 micrômetros ou 15.278.838.808 gotas de 50 micrômetros. Uma gota de 200
micrômetros de diâmetro é 64 vezes maior do que uma gota de 50 micrômetros. Em condições de temperatura de
30ºC e umidade relativa de 50 %, uma gota de 200 micrômetros demoraria 65 segundos para se evaporar
completamente ou atingiria um percurso de 39 metros antes de sua extinção, sendo que na mesma situação, uma
gota de 50 micrômetros duraria 4 segundos ou percorreria apenas 0,15 metros antes de sua extinção. Isso indica
que um bico que produz gotas homogêneas de 200 micrômetros não apresenta problemas de perdas por
evaporação, mas esse tamanho de gotas não se presta para a pulverização eletrostática.

Um bico pneumático com vazão 3 mililitros de calda por segundo, com padrão de jato em formato tronco cone
cheio, com base maior de 20 cm, base menor de 2 cm, e distância em relação às plantas de 40 cm, apresentará
uma nuvem com densidade de 45.836.516 de gotas de 50 micrômetros por centímetro cúbico de ar. Isso significa
que no interior do jato, a umidade relativa é de 100% e as gotas não evaporam. Entretanto, devido à turbulência
proporcionada pelo jato com o ar circundante, as gotas existentes nas bordas se desaceleram para uma
velocidade de queda livre e evaporam rapidamente. Deve ser considerando ainda, que a superfície externa do
jato tronco cone é de aproximadamente 1516 cm² e que, o deslocamento do bico durante a aplicação, que
promove uma renovação do ar na borda do jato, aumentando a taxa de evaporação. Essas informações
exemplificam que, apesar das gotas pequenas apresentarem maior disponibilidade por unidade de volume
pulverizado, elas apresentam uma dificuldade prática de utilização devido, principalmente, à perda por
evaporação.

REDUÇÃO DA EVAPORAÇÃO DAS GOTAS PELA AÇÃO DA ATRAÇÃO ELETROSTÁTICA

Conforme exemplo citado para gotas de 50 micrômetros a evaporação é muito acentuada, mas a eletrostática
ajuda a reduzir esse desperdício. Os experimentos de Faraday provaram que as cargas migram para a superfície
dos corpos. No caso, um jato cone com densidade de 46.000.000 gotas de 50 micrômetros por centímetro cúbico
de ar, pode ser considerado como um corpo onde as partículas eletrificadas se concentrarão na superfície do
cone. Como consequência direta da ação das leis Nº 1 e Nº 2 da eletrostática, as gotas eletrificadas da superfície
do cone serão fortemente atraídas para o objeto aterrado mais próximo, ou seja, a planta, em uma velocidade
muito elevada. A velocidade de deslocamento será proporcional à carga das gotas e inversamente proporcional à
distância em relação à planta. Em condições normais, uma gota de 50 micrômetros demora 4 segundos para se
extinguir em temperatura de 30ºC e 50% de UR, mas se estiver com uma carga estática adequada, ela
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certamente demorará menos de um segundo para atingir a planta, reduzindo desta forma possíveis perdas por
evaporação. Outra consequência interessante, é a expansão da nuvem de gotas devido à repulsão mútua das
partículas que apresentam cargas de mesmo sinal, proporcionando uma melhor distribuição de produto nas
plantas.

PROCESSOS UTILIZADOS PARA GERAÇÃO DE GOTAS COM CARGA ELETROSTÁTICA

Para se entender como são produzidas as gotas eletricamente carregadas, primeiramente devem ser
considerados os componentes básicos da matéria. Para facilidade de compreensão, a matéria pode ser
considerada como sendo constituída de partículas elementares, algumas das quais são carregadas
negativamente (elétrons), algumas carregadas positivamente (prótons) e algumas que não são carregadas
(nêutrons). Normalmente, a matéria é eletricamente neutra em seu estado natural, pois apresenta um número
igual de elétrons e prótons, cujas cargas de sinal oposto se anulam. Assim, para que um corpo fique
eletricamente carregado, é necessário provocar um desequilíbrio entre prótons e elétrons, retirando ou
fornecendo elétrons.

A eficiência da pulverização eletrostática é diretamente relacionada ao processo utilizado para eletrificar as gotas.
A Figura 2 ilustra um processo de eletrificação de gotas por "efeito corona" onde, um eletrodo pontiagudo
submetido a tensões elevadíssimas ioniza o ar, e as cargas livres se chocam com as gotas produzidas pelo bico,
tornando-as eletricamente carregadas. Este processo é adequado para eletrificar gotas com tamanhos inferiores
a 20 micrômetros. As gotas maiores não adquirem carga com intensidade suficiente para aumentar a eficiência
da aplicação.

Figura 2. Sistema de carga de gotas de pulverização por efeito "corona".

No sistema de carga por efeito corona, é necessária a utilização de tensões extremamente elevadas, com
corrente elétrica na ordem de alguns miliampéres o que pode ocasionar descargas perigosas. Além disso, o
sistema mostrado na Figura 2 apresenta alguns problemas práticos para utilização na agricultura, pois não é
adequado para gotas "grandes". Entretanto, numa modificação no sistema, um eletrodo pontiagudo submetido a
30 kV pode ionizar uma lâmina líquida formada na superfície de um disco rotativo. A lâmina de líquido fica
eletrizada e ao se romper na borda do disco pela ação centrífuga, gera gotas com carga eletrostática.

Quando se utiliza líquidos condutores de eletricidade, a eletrificação de gotas produzidas pelos bicos hidráulicos é
muito problemática. É desejável portanto, que nas pulverizações eletrostáticas com os bicos hidráulicos, o líquido
seja aterrado exigindo um sistema de eletrificação por indução indireta. Entretanto, no sistema de indução com
eletrificação indireta, as gotas produzidas adquirem carga de polaridade oposta ao eletrodo de indução e nesse
caso, elas são atraídas, provocando o seu molhamento, inclusive no suporte que o sustenta. A literatura informa
que o molhamento do eletrodo de indução afeta negativamente a eletrificação das gotas, mas algumas
observações demonstram que o eletrodo continua a funcionar mesmo completamente molhado. Esse fenômeno
de indução com molhamento de eletrodo é facilmente observado no gerador eletrostático por gotejamento de
água, que foi construído originalmente por William Thomson, também conhecido por Lorde Kelvin, com sua
descrição publicada em 1867. O gerador de Kelvin demonstra que, mesmo com o eletrodo molhado, a geração
eletrostática por indução é constante, porque existe um perfeito isolamento elétrico, entre o eletrodo positivo e o
eletrodo negativo do gerador. Evidentemente, o líquido acumulado no eletrodo de indução tende a sofrer uma
pulverização eletro hidrodinâmica se a voltagem aplicada for extremamente elevada. Nesse caso, as gotas
produzidas pela pulverização eletro hidrodinâmica apresentam a mesma polaridade do eletrodo e tendem a se
chocar com as gotas induzidas. Todos os dispositivos conhecidos para eletrificação por indução em bicos
hidráulicos utilizam suportes de eletrodos de indução, que ficam molhados provocando curto-circuito entre a alta
tensão do eletrodo e o bico de pulverização.

Um exemplo simples de eletrificação por indução pode ser entendido a partir de um gotejamento de água de um
reservatório ligado a um sistema de aterramento. A água do reservatório está repleta de cargas "móveis", sendo
metade delas positiva e a outra metade negativa. Um objeto eletrizado positivamente, colocado próximo ao
gotejador do reservatório, provocará separação das cargas na gota que iniciará a queda (indução eletrostática).
Cargas negativas serão "atraídas", por indução, na extremidade inferior da gota, enquanto cargas positivas serão
repelidas para sua extremidade superior. Quando a extremidade superior da gota ainda estiver se estrangulando
não estará isolada (há toda a água do reservatório ligando ao aterramento), permitindo que cargas negativas
provenientes do aterramento se movimentem, neutralizando estas cargas positivas repelidas pela indução.

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Quando a gota se separa do gotejador, leva consigo carga elétrica negativa (a gota terá mais elétrons do que
prótons). O aumento de carga positiva do gotejador (pois perdeu elétrons) é imediatamente anulado pelo
deslocamento de elétrons provenientes do aterramento. O interessante do ocorrido, é que o corpo eletrizado
positivamente (o indutor) não tem o seu desequilíbrio de cargas afetado. Contudo, as gotas (o induzido) negativas
serão criadas continuamente, desde que a água continue escoando. Esse exemplo indica que a fonte de alta
tensão utilizada para polarizar o eletrodo de indução não necessita de grande intensidade de corrente elétrica,
pois o consumo do eletrodo de indução é nulo.

Para solucionar o problema de atração de gotas para o eletrodo de indução, os bicos hidráulicos ficam
posicionados em um ambiente com fluxo de ar constante. Em algumas invenções que não utilizam fluxo de ar, os
autores protegem o eletrodo de indução com artifícios sofisticados para evitar o acúmulo de líquido na sua
superfície.

A Figura 3 ilustra o processo de carga por indução com eletrificação indireta, onde o líquido é mantido aterrado,
ou seja, com voltagem igual a zero. Neste processo as gotas adquirem a carga na presença de um intenso
campo eletrostático, formado entre o eletrodo de indução mantido em alta voltagem e o jato de gotas. O eletrodo
de indução deve ser posicionado na região da borda do jato, onde as gotas se formam, em uma distância mínima
suficiente para evitar centelhas de descarga entre o eletrodo e o líquido.

Figura 3. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução eletrostática, com eletrificação indireta.

O sistema de carga por indução com eletrificação indireta apresenta uma grande vantagem: o líquido no tanque e
tubulações ficam submetidos à voltagem zero. Outra vantagem é que o sistema necessita de voltagens
relativamente baixas para eletrificação das gotas. Entretanto, as gotas adquirem carga de sinal oposto ao
eletrodo de indução e devido ao intenso campo eletrostático, elas são atraídas para esse dispositivo, molhando-o,
ao ponto de escorrimento. Com o molhamento do eletrodo de indução, o sistema entra em colapso e a
eletrificação das gotas fica extremamente prejudicada. Para resolver este problema, esse processo tem sido
utilizado no desenvolvimento de bicos pneumáticos eletrostáticos, onde o próprio ar que pulveriza o líquido
arrasta as gotas eletrificadas para longe da zona de influência do eletrodo de indução. A Embrapa Meio Ambiente
desenvolveu alguns protótipos de bicos pneumáticos eletrostáticos com alto desempenho em relação à
eletrificação de gotas.

Entretanto, os protótipos consumiam um volume de ar muito elevado e o Brasil não fabrica compressores
especiais para alimentar bicos de um pulverizador tratorizado. Recentemente, a Embrapa Meio Ambiente
desenvolveu e patenteou um pulverizador com bico pneumático eletrostático transportado por carrinho manual,
com compressor acionado por motor a gasolina ou elétrico. Esse dispositivo está sendo comercializado pela
empresa B&D Equipamentos Agrícolas.

Na Figura 4 é apresentado o sistema de indução com eletrificação direta, onde o líquido ou o bico recebe a ação
da alta tensão e um eletrodo aterrado tem a função de promover a estabilização de um campo eletrostático. Essa
concepção foi utilizada num pulverizador eletrohidrodinâmico desenvolvido na Unesp de Jaboticabal, entre 1980 e
1984, sob a orientação do professor Dr. Tomomassa Matuo. Aquele equipamento utilizava caldas oleosas de
baixa condutividade elétrica, onde a própria alta tensão pulverizava o líquido em gotas extremamente uniformes,
mas tinha a desvantagem de necessitar de formulações especiais de alto custo de desenvolvimento.

Figura 4. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução eletrostática, com eletrificação direta.

Para caldas aquosas o eletrodo de estabilização de campo fica molhado e o sistema não funciona
adequadamente, mas ele se torna dispensável. Em testes de deposição em laboratório e campo com pulverizador
hidráulico costal especialmente adaptado, o sistema de eletrificação direta se mostrou o mais "perfeito" entre
todos. Entretanto, exigiu alterações significativas no projeto do costal, para evitar perdas de tensão na bomba,
tampa do tanque, lança e mangueira de transferência de calda.

A Figura 5 ilustra um sistema de indução por eletrificação direta, onde a indução ocorre entre a planta o jato de
gotas mantido em alta tensão. No caso de líquidos condutores de eletricidade, o sistema de indução com
eletrificação direta apresenta, como fato positivo, a falta de necessidade do eletrodo de indução, eliminando a
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utilização de mecanismos para evitar a atração das gotas. Entretanto, a inexistência de eletrodo de indução faz
com que o campo eletrostático seja variável. Neste caso, a intensidade de carga do jato das gotas será
totalmente dependente da tensão aplicada à calda e da distância do bico de pulverização em relação à planta.
Como o bico deverá passar com distância entre 20 e 40 cm das plantas, a voltagem necessária para eletrificação
das gotas deverá ser superior a 20.000 volts. Ainda como fator negativo, todo o circuito hidráulico ficará
submetido à tensão de eletrificação do jato de gotas. Esse fato exige que sejam adotadas várias providências
para isolamento do tanque, bomba hidráulica, tubulações, entre outras. Em testes de campo com costal adaptado
esse sistema apresentou aumento de deposição superior em 40% em relação ao processo sem carga, em várias
culturas de porte rasteiro e arbustivo.

A Embrapa Meio Ambiente em parceria com a empresa Bell's, aperfeiçoou um pulverizador eletrostático costal
com bombeamento elétrico, que utiliza o sistema de indução com eletrificação direta. Esse equipamento permite
a aplicação de qualquer tipo de formulação miscível em água, e visualmente apresenta muita semelhança de
deposição com o pulverizador eletrohidrodinâmico. Fugas de alta tensão na tampa de abastecimento e sistema
de válvula de abertura de líquido para o bico se apresentaram como entraves para o lançamento da tecnologia,
mas a Empresa Bell's resolveu os problemas e dispõe de tecnologia pronta para lançamento no mercado
nacional.

Figura 5. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução eletrostática, por eletrificação direta sem
eletrodo de estabilização de campo.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

A pulverização eletrostática é uma alternativa promissora para redução de perdas na aplicação de agrotóxicos.
Dezenas de artigos publicados no exterior sobre o emprego de gotas com carga eletrostática para aplicação de
agrotóxicos, em culturas de porte rasteiro, arbustivo e arbóreo, confirmam que é possível reduzir, com facilidade,
mais de 50% dos ingredientes ativos recomendados nas aplicações, sem reduzir a eficácia biológica. Além de
aumentar a eficiência no controle, a pulverização eletrostática reduz os efeitos dos inseticidas sobre os
organismos que vivem no solo, porque as perdas para o solo chegam a ser 20 vezes menores que numa
pulverização convencional. Todavia, esses trabalhos também alertam que, apesar de existirem vários
equipamentos eletrostáticos desenvolvidos e comercializados no exterior, os benefícios do uso de gotas com
carga eletrostática não são consistentes. Isso ocorre porque os projetos desenvolvidos não geram gotas com
nível de carga suficiente para melhorar a deposição ou o tamanho das gotas produzidas não é adequado para
uso com carga eletrostática.
Uma pesquisa realizada pela Embrapa Meio ambiente demonstrou que existe uma correlação linear entre
intensidade de carga do jato de gotas e a deposição. Os resultados apontam que em cada microampère de
corrente elétrica, que se desloca por mililitro de calda pulverizada por segundo, ocorre um aumento de 10% na
deposição. Entretanto, considerando a grande variabilidade da deposição, o sucesso da pulverização eletrostática
depende de soluções tecnológicas, que deverão ser encontradas, para que os pulverizadores gerem gotas com
tamanhos entre 50 a 100 micrômetros de diâmetro e intensidade de carga superior a 4 microampères para cada
mililitro de calda pulverizado por segundo. Se essas condições forem atendidas, a pulverização eletrostática terá
como benefício direto o aumento da eficiência de controle de pragas e doenças, porque haverá deposição
expressiva de agrotóxico na face interior das folhas. No caso de plantas que apresentam alta densidade de
folhas, a eficiência poderá ser maior se jatos de ar auxiliarem o transporte das gotas com carga eletrostática para
o interior do dossel das plantas.

A Embrapa Meio Ambiente disponibilizou a tecnologia eletrostática para duas empresas nacionais. Depois de 30
anos de aperfeiçoamentos e busca incessante por uma melhor tecnologia eletrostática, a Embrapa finalmente
conseguiu desenvolver um sistema revolucionário de baixo custo, para conversão de bicos hidráulicos em
eletrostáticos e está aguardando um depósito de patente para poder ofertar a empresas interessadas em
comercializar a tecnologia.

* Eng. agrônomo, mestre em Tecnologia de Aplicação de Defensivos - Unesp, pesquisador da Embrapa


Meio Ambiente ( Laboratório de Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos)

* Eng. agrônomo, analista do Setor de Transferência de Tecnologia - SIPT da Embrapa Meio Ambiente.

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Aldemir Chaim
Embrapa Meio Ambiente

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Luiz Guilherme Rebello Wadt


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PULVERIZAÇÃO ELETR
PULVERIZAÇÃO OSTÁTICA COM BICOS
ELETROSTÁTICA
HIDRÁULICOS

ADEMIR CHAIM*

Sistema de indução por eletrificação direta para bicos


hidráulicos foi testado em condições de laboratório
para obtenção de parâmetros de voltagens, correntes
de eletrificação e distâncias de pulverização mais
adequados para o desenvolvimento de pulverizador
costal eletrostático. Foram testados os bicos TXVS-
2, TXVK-3 e TXVK-4 em associação com tensões de
-40 kV, -32 kV e -25 kV. Resistor de 1 GΩ limitou a
potência teórica máxima da fonte de alta tensão em
1,6 watts para 40 kV. Foram utilizados 4 tubos
metálicos aterrados, radialmente dispostos em
relação ao bico, em distâncias de 25 cm, 30 cm,
35 cm e 40 cm para coletar as gotas eletrificadas. O
bico TXVK-3, alimentado com -40 kV, proporcionou
recuperação média de 678 mL para cada litro
pulverizado numa distância de 25 cm dos tubos
coletores. A recuperação diminuiu com a redução da
tensão e com o aumento da distância dos alvos da
pulverização. Todos os bicos testados recuperaram
mais de 30% dos volumes aplicados, com tensões
entre 32 e 40 kV e distância mínima de 30 cm dos
alvos.

PALAVRAS-CHAVE: AGROTÓXICO; BICOS HIDRÁULICOS; GOTAS DE PULVERIZAÇÃO;


PULVERIZADOR COSTAL ELETROSTÁTICO.

* Engenheiro Agrônomo, M. Sc. em Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos, Embrapa Meio Ambiente,


Jaguariuna, SP (e-mail: aldemir@cnpma.embrapa.br).

Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 17, p. 67-74, jan./dez. 2007


1 INTRODUÇÃO

As deposições de agrotóxicos são ineficientes em quase todas formas de aplicação e tipo


de cultura. Em pulverização aérea, por exemplo, foram verificadas perdas em torno de 50% do
volume de calda aplicado (PESSOA e CHAIM, 1999). Em cultura de porte rasteiro, como tomate e
feijão, as perdas variam entre 48% a 88% (CHAIM et al., 1999a). Além disso, a deposição nas
culturas de porte rasteiro concentra-se na região do ponteiro das plantas (CHAIM, VALARINI e
PIO, 2000; SCRAMIN et al., 2002). Em culturas de porte arbustivo, como tomateiro estaqueado,
foram verificadas perdas entre 59% a 76% (CHAIM et al.,1999b). Em videira, as perdas variaram
entre 18% a 39% dependendo do tipo de equipamento e bico de pulverização (CHAIM, PESSOA e
FERRACINI, 2004). Em culturas de porte arbóreo, como a macieira, verificaram-se perdas entre
32% a 40% de acordo com a variedade da fruteira (CHAIM et al., 2003).
Na tentativa de melhorar a eficiência da aplicação dos agrotóxicos desenvolveram-se
pesquisas para aumentar a deposição nos alvos e reduzir a contaminação ambiental. As pesquisas
sobre o uso de gotas com cargas eletrostáticas evidenciaram grande evolução, principalmente,
depois do sucesso do pulverizador manual Electrodyn (COFFE, 1981) utilizado no nordeste brasileiro
contra pragas do algodão, entre 1980 e 1990. Pulverizador manual eletrohidrodinâmico foi
desenvolvido no Brasil (CHAIM, 1984), entre 1982 e 1984, para aplicação de volumes de calda
entre 1 a 2 litros por hectare. Sua utilização alcançou sucesso no controle de trips em amendoim,
empregando apenas 50% da dose recomendada de deltametrina. No Brasil, também foram
desenvolvidos bicos pneumáticos eletrostáticos para equipamentos tratorizados (CHAIM, 1998;
CHAIM, LARANJEIRO e CAPALBO, 1999) e bocal eletrostático adaptável para pulverizadores
motorizados costais (CHAIM, PESSOA e FERRACINI, 2002).
Experimentos de campo comprovaram redução de aproximadamente 5 vezes a dose de
ingrediente ativo (COFFE, 1981; ARAUJO et al., 2002) em relação a pulverização convencional.
Essa tecnologia ainda não adquiriu consistência, apesar de algumas pesquisas constatarem aumento
expressivo na deposição proporcionada pela pulverização eletrostática (CHAIM, PESSOA e
FERRACINI, 2002).
O sistema eletrohidrodinâmico (COFFE, 1981; CHAIM, 1984) necessita formulações especiais,
baseadas em óleo, com custos de registros elevados. Além disso, nem todos os ingredientes ativos de
agrotóxicos apresentam características adequadas para serem uniformemente dissolvidos em óleo.
Isso limita o emprego dessa tecnologia para pragas específicas de algumas culturas.
O emprego de caldas aquosas, com condutividade elétrica razoavelmente elevada, exige
processo de indução com carga indireta (CHAIM, 1998; CHAIM, LARANJEIRO e CAPALBO, 1998;
CHAIM, PESSOA e FERRACINI, 2002) em que o líquido deve ser mantido aterrado, ou seja, em
zero volt. Para ocorrer a eletrificação das gotas no processo de indução com carga indireta é
necessária a manutenção do eletrodo de indução de alta tensão posicionado próximo a zona de
formação das gotas. O eletrodo possibilita a formação de intenso campo eletrostático, induzindo o
aparecimento de íons na superfície do líquido que emerge do bico. Conforme as gotas são formadas
levam consigo os íons acumulados e adquirem carga. Entretanto, os íons presentes na superfície
das gotas apresentam polaridade oposta ao eletrodo de alta tensão. Como o campo eletrostático é
elevado, as gotas são fortemente atraídas para o eletrodo que ao ser molhado degrada todo o
processo. O problema pode ser solucionado utilizando-se ar em alta velocidade para manter o
eletrodo de alta tensão seco (CHAIM, 1998; CHAIM, LARANJEIRO e CAPALBO, 1999; CHAIM,
PESSOA e FERRACINI, 2002). Como o bombeamento de ar consome muita energia, essa tecnologia
não é adequada para desenvolvimento de equipamentos hidráulicos em que o líquido é bombeado
manualmente.
A eficiência da pulverização eletrostática está inversamente relacionada ao tamanho das
gotas e diretamente relacionada com a intensidade de carga (CHAIM, 1998; CHAIM, LARANJEIRO
e CAPALBO, 1999; CHAIM, PESSOA e FERRACINI, 2002). Algumas empresas colocam no mercado
pulverizadores eletrostáticos que não atendem as necessidades de intensidade de carga e tamanho

68 Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 17, jan./dez. 2007


adequado de gotas para incrementar expressivamente a deposição. Esse tem sido, provavelmente, o
principal empecilho para a adoção mais rápida da tecnologia eletrostática.
O processo eletrohidrodinâmico produz gotas com elevadíssima intensidade de carga,
mediante ação exclusiva de forças criadas por intenso campo eletrostático (CHAIM, 1984). Por
esse motivo, utiliza-se o sistema de carga por indução com eletrificação direta em que o eletrodo
aterrado promove o campo eletrostático necessário para romper o líquido em gotas. A utilização do
sistema de carga por indução com eletrificação direta, em bicos hidráulicos, exigiria a eliminação
do eletrodo aterrado para evitar a atração das gotas eletrificadas. Alternativa para obter campo
eletrostático intenso, nesse caso, seria aumentar a tensão de eletrificação ao ponto em que a
indução fosse estabelecida entre o bico eletrificado e as plantas aterradas. Todo o circuito hidráulico
do pulverizador ficaria submetido a alta tensão pelo fato da calda aquosa ser eletricamente condutora,
criando riscos de choques ao aplicador. Como a carga das gotas é proporcional a intensidade do
campo eletrostático formado (CHAIM, 1998; CHAIM, LARANJEIRO e CAPALBO, 1999; CHAIM,
PESSOA e FERRACINI, 2002) seria necessário estabelecer a tensão e a distância mais adequadas
para maximização da deposição.
O objetivo deste trabalho foi testar sistema de indução por eletrificação direta em bicos
hidráulicos, em condições de laboratório, visando a obtenção dos parâmetros de voltagens, correntes
de eletrificação e distâncias de pulverização mais adequados para futuro desenvolvimento de
pulverizador hidráulico eletrostático costal manual.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Os testes foram realizados nos galpão do Laboratório de Tecnologia de Aplicação de


Agrotóxicos da Embrapa Meio Ambiente. Para eletrificação do jato de gotas, uma fonte especial de
alta tensão foi desenvolvida pela Empresa Tecnovance Equipamentos para Pintura (Jundiaí – SP).
A fonte alimentada com 6V/500 mA (potência de 3,0 watts) apresentava voltagens pré-calibradas
em -40 kV, -32 kV, -25kV e 0 V com aproximadamente 1% de precisão.
Os testes consistiram na coleta de calda pulverizada por meio de quatro tubos metálicos de
aproximadamente 80 cm de altura e 10 cm de diâmetro (Figura 1). Os tubos metálicos e a fonte
foram aterrados no solo e a água coletada em placas de Petri. O bico ficou posicionado na região
central da distribuição dos tubos há aproximadamente 60 cm de altura.
Desenvolveu-se pulverizador hidráulico especial, utilizando garrafas PET de refrigerantes
com capacidade de 2 litros como tanque de água. O líquido foi pressurizado continuamente com ar
comprimido, sendo o controle de pressão ajustado por válvula que regulava o escape do ar. Montou-
se o sistema sobre uma base isolada de acrílico com 50 cm por 50 cm e espessura de 0,8 cm.
Reforço na capacidade de isolação das mangueiras do circuito hidráulico foi obtido com tubo de
pvc. Assim, a mangueira que ligava o tanque ao bico foi embutida em tubo de pvc (com 150 cm de
comprimento por 2,4 cm de diâmetro) fixado ao meio de uma das laterais da base de acrílico.
Efetuou-se a eletrificação direta na calda de pulverização, mediante dispositivo metálico pontiagudo
embutido no suporte do bico.
Foram utilizados os bicos tipo cone, TXVS-2 em 120 mL/min, TXVK-3 em 185 mL/min e o
TXVK-4 em 250 mL/min de vazão em pressão calibrada em 2,5 kg/cm². Em cada teste, efetuou-se
pulverização exata de 1 litro de água com controle preciso estabelecido por cronômetro. Os tempos
em que cada bico pulverizava um litro foram: 500 segundos para o bico TXVS-2, 324 segundos
para o bico TXVK-3 e 240 segundos para o bico TXVK-4. Testes prévios indicaram que a deposição
nos tubos de alumínio com os bicos operando sem carga era praticamente nula em qualquer distância
de pulverização de até o mínimo de 20 cm. Assim, o controle do tempo de pulverização foi realizado
ligando-se ou desligando-se a fonte de alta tensão. A fonte era desligada no final do tempo de
pulverização de um litro, cessando completamente a atração e conseqüentemente a deposição
nos tubos coletores, apesar do bico continuar pulverizando normalmente.

Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 17, jan./dez. 2007 69


FIGURA 1 - DISTRIBUIÇÃO DE TUBOS COLETORES DE LÍQUIDO EM RELAÇÃO AO BICO
PARA TESTE DE EFICIÊNCIA DE DEPOSIÇÃO DE PULVERIZAÇÃO ELETROSTÁTICA

Os testes foram divididos em dois experimentos básicos, sendo que o primeiro consistiu na
verificação da influência da redução da corrente de eletrificação do jato de gotas. Nesse
caso, utilizou-se o bico TXVS-2 a 30 cm dos coletores. Combinaram-se as tensões de -40 kV, -32 kV
e -25 kV com os resistores de 1 GΩ, 2,0 GΩ e 4,0 GΩ (1% de precisão), fornecidos pela Tecnoavance.
Foram realizadas 5 repetições de coletas de calda pulverizada de cada tratamento. Devido à
elevadíssima tensão empregada na eletrificação direta da calda de pulverização testou-se o método
de CHAIM (1998) para medir a carga eletrostática do jato de gotas, utilizando microamperímetro
analógico Engro (modelo 455L) e coletando gotas a 10 cm de distância do bico TXVS-2 (120 mL/
min). Esse teste foi realizado empregando-se a fonte calibrada em –40 kV, os resistores em série
de 1 GΩ, 2,0 GΩ e sem resistor. O segundo experimento consistiu na verificação da influência dos
bicos TXVS-2, TXVK-3 e TXVK-4 na deposição. Combinaram-se com as distâncias de pulverização
de 25 cm, 30 cm, 35 cm e 40 cm e as voltagens de -40 kV, -32 kV e -25 kV com a melhor associação
do resistor apontado no experimento anterior. Nesse tipo de delineamento em parcela subdividida
(BANZATO e KRONCA, 1995), os bicos foram considerados como tratamentos principais e tensões
e distâncias de pulverização como tratamentos secundários. Para exemplificar um dos blocos incluiu
os seguintes tratamentos: TXVK-3/-40 kV +40 cm, +35 cm, +30 cm, +25 cm; TXVK-3/-32 kV +40 cm,
+35 cm, +30 cm, +25 cm; TXVK-3/-25 kV +40 cm, +35 cm, +30 cm, +25 cm. Outros blocos seguiram
o mesmo raciocínio, mas com tratamentos executados em seqüência aleatória. Foram realizadas 5
repetições alternadas entre os blocos dos diferentes tratamentos principais.
Os testes foram realizados em períodos matinais, com condições de temperatura variando
entre os limites de 23 e 27ºC e umidade relativa entre e 56% e 74%, monitorados com
termohigrômetro digital Sper Scientific 800016.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A fonte de alta tensão utilizada nos experimentos apresentou potência teórica de 3 Watts.
Assumindo eficiência de conversão de 100%, a corrente teórica máxima de saída seria de 75
microampères para 40 kV. Pela lei de Ohm, I = V/R, o I é a corrente (ampère), V a tensão (volt) e R
a resistência (ohm) (BRAGA, 1985). Desta forma, ao associar-se resistor de 1 GΩ em série com a
fonte em 40 kV, a corrente de saída na alta tensão seria no máximo de 40 microampères. Para
resistores de 2 GΩ e 4 GΩ a corrente seria respectivamente de 20 e 10 microampères para
tensão de 40 kV. Com esses resistores associados em série com a fonte, testes prévios apontaram
que qualquer pessoa devidamente aterrada ou em contato com o solo não sentiria nenhuma sensação

70 Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 17, jan./dez. 2007


de “choque” ao tocar o terminal de AT. Além desse aspecto benéfico, o resistor associado com a
fonte aumentaria a segurança para o aplicador. No caso de alguma descarga acidental, a potência
final seria inferior a 1,6 watts. O efeito da redução de corrente da alta tensão do sistema de carga
por indução com eletrificação direta em bico hidráulico pode ser verificado na Tabela 1.

TABELA 1 - VOLUME DE LÍQUIDO COLETADO (mL/Litro PULVERIZADO) EM FUNÇÃO


DE DIFERENTES VOLTAGENS APLICADAS AO BICO DE PULVERIZAÇÃO TXVS-2
(120 mL/min) E DIFERENTES RESISTORES PARA REDUÇÃO DE CORRENTE

Considerando os requisitos de segurança, o consumo de energia e a deposição, a fonte


poderia trabalhar entre -32 kV e -40kV com resistor de 1 GΩ. Entre essas duas tensões a
diferença de deposição seria de apenas 7%. Algumas observações durante a realização dos
testes revelaram que a associação da fonte com resistor de 4 GΩ deveria ser descartada. Com
a baixíssima corrente liberada, o sistema de carga fica instável em condições de umidade
relativa elevada, provavelmente, devido as fugas facilitadas pela redução da capacidade de
isolamento do ar. Sob condição de UR acima de 76%, a aproximação de objetos aterrados do
tanque (mesmo em distâncias superiores a 40 cm), de componentes do circuito hidráulico, ou
do bico afetaram negativamente a deposição.
No teste de medição da carga eletrostática do jato de gotas verificou-se que a corrente do
jato ultrapassava -30 μA, com a fonte (–40 kV) sem resistor. Utilizando resistores de 2 GΩ
e 1 GΩ em série com a fonte, a corrente ficou respectivamente em torno de –8,5 μA (± -0,5 μA) e
–13,5 μA (± -0,5 μA). Escolheu-se a distância de 10 cm para permitir a leitura de carga apenas de
gotas completamente formadas, sem elos de ligação com o bico eletrificado. Esse método adaptado
de CHAIM (1998) não se mostrou adequado ao processo de eletrificação direta, pois a corrente
seria alterada por influência do elevadíssimo campo eletrostático se a medição fosse efetuada
numa distância diferente de 10 cm em relação ao bico. Contudo, aceitou-se que o resistor de
1,0 GΩ fosse o mais adequado, pois a 10 cm de distância a carga liberada pelo jato de gotas pelo
bico TXVS-2 (120 mL/min) ficaria entre -6 a -7 milicoulomb/Litro. O resultado -6 a -7 mC/L foi obtido
pela divisão das corrente -0,013 mA a -0,014 mA pela vazão de 0,002 L/segundo (CHAIM, 1998).
A Tabela 2 ilustra a deposição em termos percentuais em relação a fonte normal,
considerando o efeito dos resistores na redução da intensidade de corrente no jato de gotas.
Essa forma de avaliação reforça a garantia de que o resistor de 1 GΩ é o mais adequado para
ser associado à fonte de AT para eletrificação das gotas.

TABELA 2 - PERCENTUAL DE DEPOSIÇÃO DE LÍQUIDO CONSIDERANDO DIFERENTES


RESISTORES LIMITADORES DE CORRENTE DE ELETRIFICAÇÃO DO JATO
DE GOTAS (BICO TXVS-2, 120 mL/min )

Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 17, jan./dez. 2007 71


Os resultados da comparação dos bicos, voltagens e distâncias de coleta de pulverização são
apresentados na Tabela 3. Notou-se que o volume coletado de líquido diminuiu com a redução da
voltagem e aumento da distância. O bico que demonstrou os melhores índices de deposição foi o
TXVK-3, provavelmente porque suas gotas apresentaram o melhor tamanho para serem atraídas sem
sofrer efeitos de evaporação. Apesar do bico TXVS-2 fornecer o melhor tamanho de gotas para a
eletrodeposição nas folhas das plantas, a evaporação das pequenas gotas pode ter sido intensa e
reduziu o volume coletado. O bico TXVK-4, teoricamente, produziu porcentagem de gotas razoavelmente
grandes, sendo a força eletrostática insuficiente para vencer a gravidade. A carga eletrostática não
evitou que parte expressiva de gotas grandes se projetasse diretamente no solo, não só pela ação da
força da gravidade, mas também pela velocidade de arremesso descendente e vertical do jato.

TABELA 3 - VOLUME MÉDIO DE LÍQUIDO COLETADO (mL/LITRO PULVERIZADO) EM


FUNÇÃO DE DIFERENTES VOLTAGENS APLICADAS, DIFERENTES BICOS E
DISTÂNCIAS DE PULVERIZAÇÃO, UTILIZANDO FONTE DE AT
EM SÉRIE COM RESISTOR DE 1 GΩ

Bicos tipo cone Distâncias dos coletores Voltagens (kV)


em relação ao bico (cm) -40 -32 -25
25 560 508 430
TXVS-2 30 390 320 250
35 283 228 153
40 200 150 100

25 678 600 503


TXVK -3 30 500 443 340
35 380 293 210
40 270 180 125

25 588 508 428


TXVK –4 30 448 380 320
35 340 270 205
40 230 165 100

A Tabela 3 fornece boa estimativa da potencialidade da eletrificação das gotas. Apenas 4


tubos coletores com 10 cm de diâmetro, eqüidistantes, conseguiram recuperar aproximadamente
70% do volume de calda pulverizado com o bico TKVK-3 a 25 cm de distância. Se houvessem mais
tubos coletores, a coleta poderia atingir facilmente volumes próximos a 100% demonstrando a
fortíssima atração existente entre as gotas eletrificadas e os alvos aterrados. O volume recuperado
(70%) deve ser comparado com o volume aplicado, mas não com a pulverização de bico sem carga
em que a recuperação seria 0%.
Dependendo da arquitetura das plantas, o bico de pulverização poderia ser transportado
nas entrelinhas da cultura facilitando a penetração das gotas no dossel para atingir a face inferior
das folhas. Nessa situação de transporte do bico, as perdas para o solo seriam reduzidas.
Os desdobramentos da Análise de Variância (BANZATO e KRONCA, 1995) para verificar
os efeitos entre os tratamentos são apresentados pelos resultados de aplicação de teste F (Tabela
4). Notou-se que as voltagens apresentaram os maiores valores de F quando se analisa o seu
efeito nas distâncias de amostragem. Esse efeito é justificado pelo enunciado da Lei de Coulomb
(COFFE, 1981) que afirma que a força de atração eletrostática é diretamente proporcional ao produto
das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância. A carga é influenciada pela
tensão aplicada, vazão do bico (tamanho das gotas) e principalmente pelo campo eletrostático,

72 Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 17, jan./dez. 2007


que pode ser expressa de maneira simplificada (COFFE, 1981) como: E = V/r, em que E = o campo
eletrostático (V/m), V = a voltagem (volt) e r = a distância entre o jato de gotas e o alvo de indução
(m). Os resultados apresentados nas Tabelas 3 e 4 comprovam que a intensidade do campo
eletrostático é fundamental para o sistema de indução por carga direta, pois a distância foi o
parâmetro de maior influência para a deposição.
A identificação (Tabelas 3 e 4) de que a variação da voltagem exerce efeito menos expressivo
na deposição que a distância torna-se valiosa para o desenvolvimento de pulverizador hidráulico
eletrostático costal, que seria alimentado por pilhas ou bateria recarregável. A fonte de alta tensão
poderia enquadrar-se na amplitude de 30 a 40 kV com recuperação considerável de deposição,
aproveitando o máximo da carga das pilhas ou bateria. Entretanto, o bico do pulverizador deveria
ser mantido na distância máxima de 30 cm das plantas para se obter recuperação mínima de 30%
do volume pulverizado.

TABELA 4 - VALORES DE F(1) CALCULADOS PARA DESDOBRAMENTOS DA


ANÁLISE DE VARIÂNCIA DOS TRATAMENTOS

Causas de Efeito das causas de variação em cada parâmetro


Variação Bico Distância Voltagem

-40 kV 350,7** 4435,7**


-32 Kv 329,6** 2194,6**
-25 kV 168,8** 1866,9**
TXVS-2 2971,9** 597,6**
TXVK-3 2712,9** 1161,6**
TXVK-4 242,7** 101,7**
25 cm 348,7** 934,9**
30 cm 246,9** 776,4**
35 cm 201,0** 852,5**
40 cm 206,1** 705,2**
(1)
Para F** efeito significativo ao nível de 1% de probabilidade.

Os resultados dos testes comprovam a possibilidade de se adaptar, ou construir pulverizador


costal com bicos hidráulicos convencionais para pulverização eletrostática por indução com
eletrificação direta. O mercado já dispõe de equipamentos totalmente construídos com materiais
plásticos e boas características de isolação para altas tensões. Entretanto, ainda seriam necessárias
algumas adaptações no circuito hidráulico e formato do tanque para reduzir o risco de fuga de alta
tensão. Apesar de exigir tensão elevada, entre 30 e 40 kV, a potência final da fonte de alta tensão
estaria entre 1,2 a 1,6 watts. O aplicador não sentiria choques elétricos, desde que devidamente
aterrado com calçado com sola condutora, mas a isolação do equipamento seria necessária para
evitar que eventuais fugas de alta tensão reduzissem a energia disponibilizada para a eletrificação
do jato de gotas.
4 CONCLUSÃO

O sistema de carga por indução com eletrificação direta, aplicado em bicos hidráulicos
convencionais, proporcionou elevados índices de recuperação do volume pulverizado em alvos
artificiais. A melhor faixa de tensão necessária para a eletrificação do jato de gotas situou-se entre
30 e 40 kV, mas com potência final baixa (entre 1,2 a 1,6 watts). A distância que o bico deve ser
posicionado em relação ao alvo foi o efeito mais significativo no sistema de carga por indução com
eletrificação direta. Devido a baixa potência necessária, esse sistema pode ser adaptado em
pulverizadores costais convencionais, desde que sejam tomados os cuidados necessários para a
eliminação de fuga de alta tensão.

Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 17, jan./dez. 2007 73


ABSTRACT

ELECTROSTATIC SPRAYING WITH HIDRAULIC NOZZLES


The purpose of this research was to test, in laboratory conditions, an induction system by direct electrification
of hydraulic nozzles, which establishes the most adequate parameters of voltages, electrification currents and
spraying distances, for the development of knapsack electrostatic sprayer. The hydraulic hollow cone nozzles
TXVS-2, TXVK-3 and TXVK-4 were tested in association with high voltages of -40kV, -32 kV and -25 kV. A
1 GΩ resistor was used to limit the maximum theoretical power of the high-tension source, in 1,6 watts for
40 kV. Four grounded metallic tubes in radial display were used with distances of 25 cm, 30 cm, 35 cm and
40 cm from the nozzle, to collect the electrified droplets. The hollow cone nozzle TXVK-3 powered with -40 kV
provided an average recovery of 678 mL for each sprayed litre, at 25 cm from the collector’s tubes. The
recovery decreased with the reduction of the voltage and with the increase of the spraying distance to the
targets. All the nozzles tested recovered more than 30% of the applied volumes, with voltages between -32 kV
and -40 kV and minimum distance of 30 cm from the targets.

KEY - WORDS: PESTICIDE; HIDRAULIC NOZZLES; SPRAYING DROPLETS; KNAPSACK ELECTROSTATIC


SPRAYER.

REFERÊNCIAS

1 ARAUJO, L. H. A.; SANTOS, R. F.; SOUSA, S. L.; QUEIROGA, V. P.; LIMA, N. J. Avaliação da mistura endosulfan
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produção de gotas e controle de trips (Enneothrips flavens Moulton, 1951), em amendoim (Arachis hypogaea L.).
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aérea. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n.1, p.45 - 56, 1999.

15 SCRAMIN, S.; CHAIM, A.; PESSOA, M. C. P. Y., FERRACINI, V. L.; ANTÔNIO, P. L.; ALVARENGA, N. Avaliação de
bicos de pulverização de agrotóxicos na cultura do algodão. Pesticidas: revista de ecotoxicologia e meio ambiente.
Curitiba, v.12, p.43 - 50, 2002.

74 Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 17, jan./dez. 2007


11/01/2019 Pulverização Eletrostática por Eletrificação Direta - Portal Embrapa

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Soluções tecnológicas

Pulverização Eletrostática por Eletrificação Direta


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text=https://www.embrapa.br/busca-
O equipamento “pulverizador por eletrificação
de-direta”, cujo sistema foi aperfeiçoado pela Embrapa com tecnologia
de aplicação eletrostática hidráulica, tem capacidade
solucoes- de gerar gotas com alta intensidade de carga elétrica
estática, as quais ao se aproximarem de qualquer tipo de objeto formam um poderoso campo eletrostático,
tecnologicas/-/produto-
induzindo o aparecimento de forças de atração entre as partículas em voo e o alvo.
servico/2788/pulverizacao-
eletrostatica-
A eficiência desse método pode variar em função de fatores como a vazão e a pressão de trabalho do
equipamento; da capacidade de isolamentopor- do material do equipamento; de condições meteorológicas como
eletrificacao-
umidade relativa e temperatura; de características da calda como pH, viscosidade e volatilidade da mesma;
porém, em qualquer das situações sempre direta)
poderá ampliar o grau de deposição pela atração elétrica entre as
gotas e o alvo.

No caso das plantas, como a força de atração das partículas eletrificadas é maior que a força da gravidade, as
gotas conseguem se depositar na face abaxial das folhas, onde ocorrem muitos problemas fitossanitários. Com
eficiência comprovada em campo, pulverizadores costais elétricos eletrostáticos alimentam um gerador de alta
tensão especialmente projetado, para eletrificar o líquido de pulverização. A alta voltagem é injetada diretamente
na calda (líquido de pulverização) que se mantém isolada do operador e do meio da capacidade de isolação do
plástico do qual é construído o equipamento.
Quem ganha com isso?

Agricultores; Professores; Técnicos; Viveirista; Associações; Cooperativas; Empresas Produtoras;


Instituto/Empresas de Pesquisa; Prefeituras; Pesquisadores; Fornecedores de Insumo; Produtores e Engenheiros
Agronômos.
Abrangência geográfica

Rio Grande do Sul, Pernambuco e SP.


Benefícios econômicos, sociais e ambientais

Aumenta em pelo menos 30% a eficiência da aplicação de agrotóxicos reduzindo custo dos tratamentos
fitossanitários e diminui o impacto ambiental negativo. Um dos custos mais elevados da produção agrícola refere-
se ao controle de pragas e doenças das plantas cultivadas. A eficiência desse controle está implicitamente ligada
à qualidade da aplicação de produtos químicos ou biológicos que propiciem seu combate ou o aumento da
resistência das plantas aos efeitos das pragas. Assim, quanto mais eficientes forem as aplicações, melhor o efeito
desses produtos e menor o custo desses controles, além do fato de quanto melhor o controle, maior a
produtividade das culturas.
O uso dessa tecnologia propicia um significativo aumento na segurança dos operadores de pulverização (portanto
dos agricultores em geral) diminuindo bastante a contaminação dos usuários pelas derivas das pulverizações
convencionais. Como é direcionada para equipamentos costais, amplia o acesso à tecnologia pelos agricultores de
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baixa renda e agricultores familiares, cumprindo seu papel social.

A melhora na deposição das gotas nos respectivos alvos biológicos trás efeitos diretos à preservação do Meio
Ambiente, por reduzir a deriva (atingimento de organismos não alvos), por reduzir a quantidade de produtos
químicos necessários para o controle de pragas ou doenças e por evitar o aparecimento de resistência dos
agentes causadores dessas em função da não aplicação de sub-dosagens. A adoção da tecnologia resulta na
redução do custo direto das pulverizações via menor número de recargas e menor desperdício de agentes
químicos ou biológicos.

A relação entre custo e benefícios do uso dessa tecnologia apresenta-se totalmente favorável, no sentido de que o
maior custo dos pulverizadores equipados com a tecnologia é rapidamente amortizado pelo menor custo das
operações e pela menor necessidade de insumos para obter-se o mesmo resultado; quando comparado com a
pulverização convencional feita com iguais equipamentos (pulverizadores costais elétricos) sem a tecnologia.

Parceiros
Bell’s Indústria eletrônica

Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outras instituições.

Produto: Máquina, implemento, equipamento Ano de Lançamento: 2005

Onde Encontrar: Embrapa Meio Ambiente


Rodovia SP 340 - Km 127,5 Caixa Postal 69
Jaguariúna - SP - Brasil - CEP: 13820-000
Fone: (19) 3311.2700 - Fax: (19) 3311.2640
https://www.embrapa.br/fale-conosco/sac/ (https://www.embrapa.br/fale-conosco/sac/)

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Eletrificação de Gotas. (https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas?
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Eletrificação Direta. (https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas?
p_auth=mJbj08qH&p_p_id=buscaprodutoservico_WAR_pcebusca6_1portlet&p_p_lifecycle=1&p_p_state=normal&p_p_m
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gotas)

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ISSN 1516-4691
Setembro, 2006
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento e Avaliação de Impacto Ambiental
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Documentos 57

Pulverização Eletrostática:
Principais Processos Utilizados
para Eletrificação de Gotas

Aldemir Chaim

Jaguariúna, SP
2006
Exemplares dessa publicação podem ser solicitados à:

Embrapa Meio Ambiente


Rodovia SP 340 - km 127,5 - Tanquinho Velho
Caixa Postal 69 13820-000, Jaguariúna, SP
Fone: (19) 3867-8750 Fax: (19) 3867-8740
sac@cnpma.embrapa.br
www.cnpma.embrapa.br

Comitê de Publicação da Unidade

Presidente: Ladislau Araújo Skorupa


Secretário-Executivo: Sandro Freitas Nunes
Bibliotecária: Maria Amélia de Toledo Leme
Membros: Heloisa Ferreira Filizola, Manoel Dornelas de Souza, Cláudio César
de Almeida Buschinelli, Maria Conceição Peres Young Pessoa,
Osvaldo Machado R. Cabral e Marta Camargo de Assis
Normalização Bibliográfica: Maria Amélia de Toledo Leme
Editoração Eletrônica: Sandro Freitas Nunes

1ª edição eletrônica
(2006)

Todos os direitos reservados.


A reprodução não-autorizada desta publicação, no seu todo ou em
parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).

Pulverização eletrostática: principais processos utilizados


para eletrificação de gotas / Aldemir Chaim. – Jaguariúna:
Embrapa Meio Ambiente, 2006.
17 p. : il. — (Embrapa Meio Ambiente. Documentos, ; 57)
1. Agrotóxico – Tecnologia de aplicação. 2. Pulverizador.
3. Pulverização eletrostática. I. Título. II. Série.
CDD 632.94
© Embrapa 2006
Autor

Aldemir Chaim
Engenheiro Agronômo, Mestre em Agronomia,
Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Rodovia SP
340 - Km 127,5 - 13.820-000, Jaguariúna, SP.
E-mail: aldemir@cnpma.embrapa.br
Sumário

Introdução .............................................................................. 05

Pulverização eletrostática ......................................................... 06

Processos utilizados para geração de gotas com carga eletrostática ..... 08

Considerações gerais ................................................................ 13

Referências ............................................................................ 14
Pulverização Eletrostática: Prin-
cipais Processos Utilizados para
Eletrificação de Gotas
Aldemir Chaim

Introdução
O início do desenvolvimento dos equipamentos de aplicação de agrotóxicos
surgiu entre 1867 e 1900, devido aos interesses dos agricultores em aumentar as
produções, a qualidade dos produtos e também, pelo grande êxodo rural
conseqüente da revolução industrial. Houve uma concentração de pessoas nas
áreas urbanas, aumentando a demanda de produtos agrícolas, mas diminuindo a
disponibilidade de mão de obra para trabalhar no campo (AKESSON & YATES,
1979). Isso forçou o desenvolvimento de novas tecnologias para aumentar a
produção agrícola, principalmente aquelas que permitiriam que poucos indivíduos
cultivassem áreas extensas, favorecendo, portanto, a prática da monocultura.
Houve uma maior demanda de aplicação de produtos para controle de pragas e
doenças que surgiram por conseqüência da prática da monocultura. Produtos
cúpricos, arsenicais, mercuriais e derivados da nicotina foram os primeiros
agrotóxicos utilizados para controle de pragas e doenças Bohmont (1981).
Nas primeiras aplicações de agrotóxicos, um simples tubo fino ou um orifício
produzia um jato fino de líquido que, com a fricção e resistência do ar, promovia a
formação de gotas grandes. Mas o processo evoluiu e, de acordo com Akesson &
Yates (1979), em 1896 já eram descritas 3 categorias de bicos utilizados na
agricultura: 1) bicos com orifícios em forma elíptica ou retangular, que emitiam
jatos em forma de leque; 2) bicos com obstruções colocadas imediatamente à
frente do orifício de saída de líquido, que também produziam jatos em forma de
leque (bicos de impacto); e 3) bicos que promoviam a rotação do líquido
imediatamente antes de sua emergência pelo orifício de saída, produzindo um jato
6 Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas

com formato cônico e vazio. Esses bicos são, até hoje, os mais utilizados na aplicação
de agrotóxicos. Mas de 1896 até hoje, houve uma evolução fantástica nos processos
de síntese química, com o aparecimento de milhares de novos produtos.
Atualmente, a eficácia dos agrotóxicos para o controle dos problemas
fitossanitários é muito grande. Entretanto, a eficiência do controle ainda é obtida
graças ao poderoso efeito tóxico das novas moléculas, que compensa a deficiente
deposição obtida com as pulverizações. De certa forma, o método de aplicação
empregado atualmente é o mesmo que se empregava no final do século 19, e objetiva
estabelecer uma barreira tóxica na superfície do alvo, para impedir o ataque de pragas
e doenças.
As deposições de agrotóxicos são ineficientes, em quase todas formas de
aplicação e tipo de cultura. Em pulverização aérea por exemplo, foram verificadas
perdas em torno de 50% do volume de calda aplicado (WARE et al., 1970; PESSOA
& CHAIM, 1999). Em cultura de porte rasteiro como tomate e feijão, as perdas variam
entre 48% a 88% (CHAIM et al., 1999a). Para piorar a situação de culturas de porte
rasteiro a deposição concentra-se na região do ponteiro das plantas (CHAIM et al.,
1999a, SCRAMIN et al., 2002). Em culturas de porte arbustivo, como tomateiro
estaqueado, foram verificadas perdas entre 59% a 76%, dependendo do porte das
plantas (Chaim et al. 1999b, c). Em videira, as perdas variaram entre 18% a 39%
dependendo do tipo de equipamento e bico de pulverização (CHAIM et al., 2004).
Também em videira, dependendo do tipo de equipamento empregado, as perdas para
o solo variaram entre 34,5 a 48,9% (PERGHER & GUBIANI, 1995), mas em alguns
casos a deposição nas plantas foi superiores a 64% do total aplicado (PERGHER et al.,
1997). Em culturas de porte arbóreo como a macieira verificaram-se perdas entre 32%
a 40% dependendo da variedade da fruteira (CHAIM et al., 2003).Em pulverizações
de agrotóxico com jato transportado por ar, realizados em pomares de maçã, as perdas
para o solo variaram entre 2 a 39% da dose total aplicada e a deriva ficou entre 23 a
45% (BUISMAN et al., 1989).

Pulverização eletrostática
Várias pesquisas têm demostrado que o emprego de gotas pequenas proporciona os
melhores resultados no controle de problemas fitossanitários. Como as gotículas com
pequenas massas, possuem pouca energia cinética, sofrem grande efeito da deriva com
baixa captura pelos alvos. Desta maneira, as vantagens esperadas de maior eficiência de
utilização de gotas pequenas, somente se verificam em condições muito especiais. Para
garantir alguma eficiência em suas pulverizações, os agricultores utilizam-se de bicos que
produzem gotas grandes (maior do que 200 micrômetros), para obter um completo
Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas 7

molhamento das plantas.


Para que as gotas pequenas sejam eficientemente coletadas pelo alvo, livre do
processo de deriva, é necessário acrescentar uma força extra às mesmas. Justamente na
faixa das gotas pequenas ou muito pequenas, forças elétricas podem ser introduzidas em
grandeza suficiente para controlar seus movimentos, inclusive o movimento contra a
gravidade. Gotas com carga eletrostática apresentam a habilidade de se depositarem na
página oposta das folhas durante as pulverizações (CHAIM, 1984).
Para se entender como ocorrem as atrações entre gotas eletrificadas e alvos, é
necessário conhecer as duas leis básicas da eletrostática: Lei nº 1- cargas de polaridades
opostas se atraem e semelhantes se repelem; Lei nº 2 – a carga de um corpo ou nuvem
de partículas carregadas induzirá uma carga elétrica igual e oposta em algum outro corpo
condutor aterrado próximo. Neste último caso, serão formadas linhas de fluxo,
semelhantes às linhas dos pólos de um imã.
Gotas de uma nuvem carregada próxima a um corpo aterrado apresentarão a
tendência de se movimentarem seguindo as linhas de fluxo, em virtude da primeira lei
básica da eletrostática. Devido a natureza curvilínea das linhas de fluxo, as gotas
projetadas por um bico poderão atingir todos os lados do corpo aterrado.
A força de atração de uma partícula carregada para a planta é composta de duas
partes. A primeira é devido a ação do campo eletrostático da própria partícula em relação
a sua aproximação da superfície da planta. A segunda parte é a ação das forças do
campo elétrico do bico de pulverização e da nuvem sobre o campo elétrico da gota. Se os
campos elétricos forem direcionados para a planta, as gotas se projetarão sobre a sua
superfície.
Uma gota carregada será atraída por alguma superfície condutora seguindo um
princípio denominado “força de atração da imagem”.
Considerando uma esfera carregada se aproximando de uma superfície aterrada
conforme ilustra a Figura 1, a força de atração da esfera para a superfície é dada pela lei
de Coulomb para cargas pontuais de sinais diferentes. A segunda carga necessária para
a aplicação da Lei de Coulomb é uma imagem da carga real, localizada atrás da superfície
aterrada, com sinal oposto a carga real.

Fig.1. Efeito da atração de gota eletrificada por força da atração da sua imagem em uma determinada distância d.
8 Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas

A segunda parte da atração, denominada de “campo de força” ocorre porque a


carga oposta a da gota, induzida na planta, cria a situação da Lei nº 1. Neste caso,
a força do campo é dada por F = EQ, onde F é a força de atração(Newtons), E é o
campo eletrostático (V/m) e Q é a carga (Coulomb).

Processos utilizados para geração


de gotas com carga eletrostática
Para se entender como são produzidas as gotas eletricamente carregadas,
primeiramente devem ser considerados os componentes básicos da matéria. Para
facilidade de compreensão, a matéria pode ser considerada como sendo constituída
de partículas elementares, algumas das quais são carregadas negativamente
(elétrons), algumas carregadas positivamente (prótons) e algumas que não são
carregadas (nêutrons). Normalmente a matéria é eletricamente neutra em seu
estado natural, pois apresenta um número igual de elétrons e prótons, cujas cargas
de sinal oposto se anulam. Assim, para que um corpo fique eletricamente
carregado, é necessário provocar um desequilíbrio entre prótons e elétrons,
retirando ou fornecendo elétrons do mesmo (CHAIM, 1984).
A eficiência da pulverização eletrostática é diretamente relacionada ao processo
utilizado para eletrificar as gotas. A Figura 2 ilustra um processo de eletrificação de
gotas por “efeito corona” onde, um eletrodo pontiagudo submetido a tensões
elevadíssimas ioniza o ar, e as cargas livres se chocam com as gotas produzidas
pelo bico, tornando-as eletricamente carregadas. Este processo é adequado para
eletrificar gotas com tamanhos inferiores a 20 micrômetros. As gotas maiores não
adquirem carga com intensidade suficiente para aumentar a eficiência da aplicação.

Fig. 2. Sistema de carga de gotas de pulverização por efeito “corona”.


Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas 9

O sistema apresentado na Figura 2 apresenta alguns problemas práticos para


utilização na agricultura, pois não é adequado para gotas “grandes”. Entretanto,
uma modificação no sistema, apresentado por Arnold et al. (1981 a, b, c)
introduziu em um bico rotativo, um eletrodo pontiagudo submetido a 30 kV que
ionizava a lâmina de líquido antes de formar as gotas. A lâmina de líquido ficava
eletrizada e ao se romper na borda do disco pela ação centrífuga, gerava gotas com
carga eletrostática.
A Figura 3 ilustra o processo de carga por indução com eletrificação indireta,
onde o líquido é mantido aterrado, ou seja com voltagem igual a zero. Neste
processo, as gotas adquirem a carga na presença de um intenso campo
eletrostático, formado entre o eletrodo de indução mantido em alta voltagem e o
jato de gotas. O eletrodo de indução deve ser posicionado na região da borda do
jato onde as gotas se formam, em uma distância mínima suficiente para evitar
centelhas de descarga entre o eletrodo e o líquido.

Fig. 3. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução eletrostática,


com eletrificação indireta.

O sistema de carga por indução com eletrificação indireta, apresenta as


vantagens, do líquido no tanque e tubulações ficarem submetidos a voltagem zero,
e. necessita voltagens relativamente baixas para eletrificação das gotas.
Entretanto, as gotas adquirem carga de sinal oposto ao eletrodo de indução e
10 Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas

devido ao intenso campo eletrostático, elas são atraídas para esse dispositivo,
molhando-o, causando escorrimento (CARROZ & KELLER, 1978). Com o
molhamento do eletrodo de indução, o sistema entra em colapso e a eletrificação
das gotas fica extremamente prejudicada. Para evitar o molhamento do eletrodo de
indução, desenvolveu-se bicos pneumáticos eletrostáticos, onde o próprio ar que
pulveriza o líquido, arrasta as gotas eletrificadas para longe da zona de influência
do eletrodo de indução (LAW, 1978; CHAIM et al., 1998,1999d, 2002).
Marchant (1985) apresentou um bico rotativo com sistema de indução, no qual o
eletrodo girava juntamente com o disco para evitar a atração de gotas. Esse projeto
produzia gotas com carga inferior a 2 mC/L.
A Empresa Electrostatic Spraying Systems (2005) utiliza bicos pneumáticos
eletrostáticos, semelhantes ao descrito por Law (1978), em seus diferentes tipos
de pulverizadores. A Empresa ESS apresenta vários resultados com economia
superior a 50% da dose de agrotóxicos em algumas culturas. Também apresenta
uma extensa lista de trabalhos publicados em revistas científicas, com assuntos
relacionados direta ou indiretamente com a pulverização eletrostática.
Na Figura 4 é apresentado o sistema de indução com eletrificação direta, onde
o líquido ou o bico recebe a ação da alta tensão e um eletrodo aterrado tem a
função de promover um campo eletrostático. Essa concepção é utilizada nos
pulverizadores eletrohidrodinâmicos (COFFEE, 1981; CHAIM, 1984), que utiliza
caldas oleosas de baixa condutividade elétrica. No caso da calda com baixa
condutividade elétrica, a alta tensão aplicada ao bico, consegue vencer a
resistividade do líquido para transferir as cargas para as gotas.

Fig. 4. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução


eletrostática, com eletrificação direta.
Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas 11

Apesar de a pulverização eletrohidrodinâmica ser empregada desde a década de


60 em processos de pintura eletrostática (MILLER, 1973) e mais recentemente em
impressoras a jato de tinta para computadores (SWATICK, 1973), o seu emprego
na agricultura só foi possível com o desenvolvimento do “Electrodyn” projetado
por Coffee (1981). Para a tecnologia se tornar acessível, houve necessidade do
suporte da multinacional inglesa Imperial Chemical Industries para
desenvolvimento das formulações adequadas ao processo. No Brasil, Chaim
(1984) desenvolveu um protótipo manual, que foi testado com sucesso no
controle de trips em amendoim, usando uma formulação especial de deltametrina.
No processo eletrohidrodinâmico o líquido é submetido a um intenso campo
eletrostático, que promove o aparecimento de cargas na sua superfície. A presença
de cargas na superfície do líquido produz força que tem sentido oposto à força da
tensão superficial. Quando a força devida à presença das cargas é superior à força
da tensão superficial do líquido, ocorre uma instabilidade hidrodinâmica na
superfície, provocando o aparecimento de pequenas cristas, de onde são formadas
as gotas. Num bico de geometria cilíndrica, o campo eletrostático formado
organiza-se em linhas de fluxo com simetria radial, promovendo o aparecimento de
dezenas de cristas, que originam finos filamentos líquidos, num padrão de cone
vazio. Na extremidade de cada filamento as cargas se acumulam com maior
intensidade, e quando atingem um nível crítico, o líquido se rompe em gotas.
Como o campo eletrostático e a tensão superficial são constantes, e a taxa de
escoamento de líquido também é constante, há a formação de gotas, com cargas
elétricas e tamanhos extremamente uniformes. O tamanho das gotas depende,
fundamentalmente, da tensão superficial, da intensidade do campo eletrostático e
de determinadas características físicas do líquido. Desta forma, somente líquidos
especiais conseguem ser pulverizados com esse processo. Óleos minerais e
vegetais reúnem algumas das características físicas adequadas para a pulverização,
precisando entretanto serem aditivados com solventes polares para melhorar a
condutividade elétrica e tensão superficial. Em testes rápidos (não publicados),
realizados em laboratório da Embrapa-CNPMA com uma mistura de óleo mineral
medicinal e ciclohexanona, obteve-se uma taxa de deslocamento de carga de 0,7
microampéres, com um bico operando em uma vazão de 6 ml/min. (equivalente à
aplicação de 1 l/ha) e 25 kV de tensão. Isso produziu uma relação carga massa de,
7 mC/L o que é um excelente nível. Para conseguir essa pulverização, o bico
consumiu aproximadamente 18 miliwatts de potência, o que torna esse processo o
mais econômico do mundo, e com excelentes possibilidades de uso na agricultura.
Endacott (1983) demonstrou que a contaminação do solo é 20 vezes menor com
a pulverização eletrohidrodinâmica, quando comparada com a pulverização
12 Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas

hidráulica convencional. O pulverizador manual Electrodyn, foi utilizado no


nordeste brasileiro, contra pragas do algodão entre 1980 e 1990 e experimentos
de campo comprovaram que essa tecnologia permite redução de aproximadamente
5 vezes a dose de ingrediente ativo em relação a pulverização convencional
(ARAUJO et al., 2002).
O principal problema para a pulverização eletrohidrodinâmica é a dificuldade de
desenvolvimento de formulações específicas para utilização em campo. Como o
volume de calda consumido fica em torno de 1 L/ha, só é possível utilizar aqueles
ingredientes ativos miscíveis em óleo e, principalmente, com alto poder toxico em
baixa concentração para pragas e doenças.
A Figura 5 ilustra um sistema de indução com eletrificação direta, onde a
indução ocorre entre a planta o jato de gotas mantido em alta tensão. Como não
existe eletrodo de indução, a voltagem de eletrificação deve ser alta o suficiente
para criação de um intenso campo eletrostático entre o bico e a planta. Assim a
carga das gotas dependerá da distância em que o bico é posicionado em relação a
planta.

Fig. 5. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução


eletrostática, com eletrificação direta.
Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas 13

O sistema de indução com eletrificação direta apresenta, como fato positivo, a


falta de necessidade do eletrodo de indução, eliminando a necessidade de
utilização de mecanismos para evitar a atração das gotas. Entretanto como fato
negativo, a inexistência de eletrodo de indução faz com que o campo eletrostático
seja variável. Neste caso, a intensidade de carga do jato das gotas será totalmente
dependente da distância do bico de pulverização em relação a planta. Como o bico
deverá passar com distância entre 20 e 40 cm das plantas, a voltagem necessária
para eletrificação das gotas deverá ser superior a 30 000 volts e neste caso, todo
o circuito hidráulico ficará submetido a tensão de eletrificação do jato de gotas.
Esse fato exige que sejam adotadas várias providências para isolamento do tanque,
bomba hidráulica, tubulações, entre outras para segurança dos aplicadores.
A Empresa Agco (2005) lançou um pulverizador eletrostático autopropelido,
Spra Coupe, que adota o princípio da carga por indução com eletrificação direta. O
equipamento possui um tanque principal e um outro menor onde é feita a
eletrificação da calda. O isolamento do tanque principal é realizado com um
chuveiro que goteja a calda dentro do tanque menor. Com o gotejamento ocorre a
quebra de continuidade do líquido, e a alta tensão não atinge o tanque principal.
A Embrapa Meio Ambiente em parceria com a Jacto S/A, desenvolveu um
pulverizador eletrostático costal que utiliza o sistema de indução com eletrificação
direta. Esse equipamento permite a aplicação de qualquer tipo de formulação
miscível em água e visualmente, apresenta deposição muito semelhante àquela
obtida com o antigo Electrodyn.

Considerações gerais
A pulverização eletrostática é uma alternativa promissora para redução de
perdas na aplicação de agrotóxicos. Hislop (1988), numa revisão sobre o emprego
de gotas com carga eletrostática para aplicação de agrotóxicos, afirmou que é
possível reduzir, mais de 50% dos ingredientes ativos recomendados nas
aplicações, sem reduzir a eficácia biológica. Além de aumentar a eficiência no
controle, a pulverização eletrostática reduz os efeitos dos inseticidas sobre os
organismos que vivem no solo, porque as perdas para o solo chegam a ser 20
vezes menores que numa pulverização convencional (ENDACOTT, 1983).
Entretanto segundo Hislop (1988) alguns equipamentos eletrostáticos não
proporcionam resultados consistentes de controle, porque os projetos
desenvolvidos não geram gotas com nível de carga suficiente para melhorar a
deposição, ou o tamanho de gotas produzidas não é adequado para uso com carga
eletrostática. Chaim et al. (2002) verificou com bocal eletrostático adaptado em
14 Pulverização Eletrostática: principais processos utilizados para eletrificação de gotas

pulverizador motorizado costal, que existe uma correlação linear entre intensidade
de carga do jato de gota e deposição, ou seja, para cada milicoulomb por litro de
calda pulverizada, ocorre um aumento de 10% na deposição. O sucesso da
pulverização eletrostática depende de soluções tecnológicas, para que os
pulverizadores gerem gotas com tamanhos entre 50 mm a 100 mm de diâmetro e
intensidade de carga, superior a 4,0 mC/L. Se essas condições forem atendidas a
pulverização eletrostática terá como benefício direto aumento da eficiência de
controle de pragas e doenças, porque haverá deposição expressiva de agrotóxico
na face interior das folhas. No caso de plantas que apresentam alta densidade de
folhas, a eficiência poderá ser maior se jatos de ar auxiliarem o transporte das gotas
com carga eletrostática para o interior das plantas.

Referências
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FUNDO DE DEFESA DA CITRICULTURA
MESTRADO PROFISSIONAL EM
CONTROLE DE DOENÇAS E PRAGAS DOS CITROS

RENATA MARIA LANZA

Eficácia da pulverização eletrostática no controle de Diaphorina


citri Kuwayama (Hemiptera: Liviidae) em pomar de citros

Dissertação apresentada ao Fundo de defesa da


Citricultura como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Fitossanidade

Orientador: Dr. Marcelo Pedreira de Miranda

Araraquara
Janeiro 2016
I

RENATA MARIA LANZA

Eficácia da pulverização eletrostática no controle de Diaphorina


citri Kuwayama (Hemiptera: Liviidae) em pomar de citros

Dissertação apresentada ao Fundo de defesa da


Citricultura como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Fitossanidade

Orientador: Dr. Marcelo Pedreira de Miranda

Araraquara
Janeiro 2016
III

DEDICO

À minha família pelo apoio e compreensão durante os estudos;

À Cambuhy pela oportunidade e investimento que faz nos seus profissionais.


IV

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por me permitir a vida e saúde para correr atrás dos meus objetivos.

À minha família por estar sempre ao meu lado em todos os momentos decisivos.

À Cambuhy.

Ao Fundecitrus, pela oportunidade de compartilhar este mestrado com profissionais que


agregam grandes conhecimentos.

Ao orientador Marcelo Pedreira de Miranda.

Ao Marcelo Scapin, por toda perseverança no trabalho.

Ao pesquisador do Centro Apta de Engenharia e Automação, Antônio Carlos Loureiro Lino.

Ao Moacir e equipe por todos os momentos de campo.

A todos os amigos do 4° ciclo do Mestrado do Fundecitrus.


V

Eficácia da pulverização eletrostática no controle de Diaphorina citri


Kuwayama (Hemiptera: Liviidae) em pomar de citros

Autora: Renata Maria Lanza


Orientador: Marcelo Pedreira de Miranda

Resumo

Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a eficácia da pulverização eletrostática para
controle de Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Liviidaea) em pomares de citros. Os
experimentos foram conduzidos em um pomar de laranja doce [Citrus sinensis (L.) Osb.] cv.
‘Valencia Americana’ enxertada sobre Citrumelo Swingle (Poncirus trifoliata × Citrus
paradisi), plantado em agosto de 2005 no espaçamento de 6,0 × 2,5 m (666 plantas/ha),
localizado na Fazenda Cambuhy, Munícipio de Matão, São Paulo. Os volumes de aplicação
testados foram 800 e 200 L/ha, no pulverizador Arbus Jacto® Valencia 4000 e 200 L/ha no
Pulverizador SPE eletrostático. Como inseticida padrão, utilizou-se dimetoato (Dimexion EC)
nas doses de 1,0 e 4,0 L do produto comercial por 1.000 L de água; parte das plantas do pomar
não foram pulverizadas (controle não tratado). Para avaliar a eficácia dos tratamentos, após a
aplicação (resíduo seco), adultos de D. citri foram confinados por meio de gaiolas de tule em
ramos da parte externa e interna da planta de citros. Seis gaiolas (repetições) foram usadas para
cada tratamento, na parte externa e interna da copa da planta. Além das avaliações de
mortalidade, a porcentagem de cobertura foi determinada para cada volume de aplicação e
equipamento, por meio da aplicação de corante fluorescente. Os resultados demonstraram que
a pulverização eletrostática foi igualmente eficaz (mortalidade 80%) a pulverização
convencional para o volume de 200 L/ha. Além disso, o uso de 200 L/ha de calda, independente
do equipamento de pulverização, com correção de dose foi similar ao volume padrão utilizado
pelo produtor (800 L/ha) no controle de D. citri. Com relação a cobertura, o pulverizador
eletrostático apresentou cobertura similar ao convencional ( 10%) para o volume de 200 L/ha,
por outro lado, no volume de 800 L/ha a cobertura foi em torno de 30%. Assim, os resultados
deste estudo demonstram que o pulverizador eletrostático quando comparado ao convencional,
no mesmo volume de calda e dose de produto, apresenta eficácia similar sobre D. citri.

Palavras-chave: Pulverização Eletrostática, Psilídeo, Huanglongbing.


VI

Efficacy of electrostatic spraying for controlling Diaphorina citri


Kuwayama (Hemiptera: Liviidae) in citrus orchards

Author: Renata Maria Lanza


Advisor: Marcelo Pedreira Miranda
Abstract

This study was conducted to assess the electrostatic spraying effectiveness for controlling
Diaphorinacitri Kuwayama (Hemiptera: Liviidaea) in citrus groves. The experiments were
conducted in ‘Valencia Americana’ sweet orange grafted on Citrumelo Swingle
(Poncirustrifoliata X Citrus paradisi), planted in August 2005 and spaced at 6.0 x 2.5 meters
(666 plants/ha), located at Cambuhy farm, municipality of Matao, Sao Paulo State. The assessed
spray volumes were 800 and 200L/ha in a standard sprayer (ArbusJacto®Valencia 4000) and
200L/ha in an electrostatic sprayer (SPE). Dimethoate (Dimexion EC) at rates of 1 and 4L of
commercial product per 1,000 L of water was used as a standard insecticide; some trees were
not sprayed (untreated control). In order to assess the efficacy of the treatments, after
application (dry residue), adult psyllids were confined on external and internal branches of the
canopy tree using a sleeve cage. Six cages (replicates) for each treatment were used, in the
external and internal part of the canopy tree. Besides the mortality assessments, spray coverage
was measured for each sprayer and volume tested, using a fluorescent powder sprayed on the
trees. The results showed that the electrostatic sprayer was equally effective (mortality 80%)
to the conventional sprayer for the 200 L/ha volume. Furthermore, the spray volume of 200
L/ha, regardless of the spraying equipment, with rate correction, was similar to the standard
volume used by the growers (800 L/ha) for controlling D. citri. Regarding the coverage,
electrostatic sprayer showed similar coverage to the conventional sprayer ( 10%) to the
volume of 200 L/ha; on the other hand, for the volume of 800 L/ha, the coverage was around
30%. Thus, the results of this study demonstrate that the electrostatic spraying when compared
to conventional, in the same water volume and product dose showed a similar efficacy on D.
citri.

Keywords: Electrostatic Spraying, Psyllid, Huanglongbing.


VII

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2. MATERIAL E METODOS ................................................................................................. 5
2.1 Descrição da área experimental ..................................................................................... 5
2.2. Tratamentos e pulverização .......................................................................................... 5
2.3. Eficácia de controle ........................................................................................................ 7
2.4. Avaliação de cobertura .................................................................................................. 8
2.5. Delineamento experimental .......................................................................................... 9
2.6. Análise dos dados ........................................................................................................... 9
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 10
3.1. Eficácia de diferentes volumes de calda e equipamentos no controle de D. citri ... 10
3.2. Cobertura dos diferentes equipamentos e volumes de calda ................................... 14
4. CONCLUSÕES................................................................................................................... 19
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 20
1

1. INTRODUÇÃO

O Huanglongbing (HLB) é a doença mais destrutiva dos citros (Bové, 2006) podendo
inviabilizar a cultura, caso medidas de controle não sejam tomadas (Da Graça, 1991). No Brasil
sua constatação ocorreu em março de 2004 no Estado de São Paulo (Teixeira et al., 2005). A
doença está associada a três espécies de bactéria Gram negativa, denominadas “Candidatus
Liberibacter africanus”, “Ca. L. asiaticus” e “Ca. L. americanus”. A espécie “Ca. L. africanus”
não foi relatada na América e “Ca. L. americanus” somente no Brasil (Bové et al., 2008).
No Brasil, a transmissão das bactérias associadas ao HLB, é realizada pelo psilídeo
Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Liviidae) (Yamamoto et al., 2006). A disseminação
natural da bactéria ocorre pela ação do inseto vetor, capaz de adquirir, carregar e inocular a
bactéria em plantas hospedeiras. O psilídeo adquire a bactéria a partir do terceiro instar de
desenvolvimento do inseto até a fase adulta, sendo que a aquisição é mais eficiente quando o
inseto ainda está no estágio de ninfa (Pelz-Stelinski et al., 2010).
Após a inoculação pelo inseto vetor, os primeiros sintomas da doença são observados
nas folhas, que se tornam amareladas e com mosqueados assimétrico. Com o progresso da
doença são observados frutos deformados com sementes abortadas e desfolha do ponteiro das
plantas (Bové, 2006). Com o aumento da severidade da doença nas plantas, ocorre
proporcionalmente o aumento da queda de frutos e alterações na qualidade como redução do
brix e aumento da acidez, diminuindo os rendimentos no processamento dos frutos (Bassanezi
et al., 2009; Bassanezi et al., 2011).
Até o relato do HLB em 2004, o psilídeo era considerado uma praga de importância
secundária, presente no Brasil desde a década de 1940, o inseto era controlado somente em
alguns locais onde a infestação era alta e causava danos diretos (Gallo et al., 2002). A partir de
2004, o inseto passou a ser a mais importante praga da cultura em todas as regiões citrícolas do
estado de São Paulo e Flórida. Atualmente, o inseto encontra-se amplamente distribuído pelos
continentes asiático (Bové, 2006) e americano (Halbert & Nuñez, 2004).
Para que se tenha sucesso no manejo do HLB, é necessário que sejam tomadas três
importantes medidas: uso de mudas sadias, obtidas de viveiros telados e certificados que
garantam a ausência da bactéria nestas plantas; erradicação de plantas sintomáticas no campo,
reduzindo a fonte de inóculo; e o controle do psilídeo, reduzindo a população deste inseto no
campo e consequentemente a possibilidade de disseminação da doença (Belasque Junior et al.,
2010).
2

O estudo de controle do vetor tem se intensificado devido ao impacto causado pela


doença nas regiões citrícolas onde o HLB está presente. Apesar do estudo de diversas formas
de controle de D. citri, como o controle físico por meio da adoção de mulching, controles
biológicos com a adoção de fungos entomopatogenicos e parasitoides, o controle químico ainda
é a principal ferramenta utilizada (Miranda et al., 2011; Grafton-Cardwell et al., 2013).
Em citros, os inseticidas com propriedade sistêmica podem ser aplicados via solo
(drench) ou diretamente no tronco, enquanto que os inseticidas de contato são aplicados na
parte aérea da planta por meio de turbo pulverizadores e/ou avião (Yamamoto, 2008; Miranda
et al., 2011). Inseticidas sistêmicos são utilizados nos viveiros e no campo até o início da fase
produtiva das plantas, pois segundo Brandimarte (2011), pomares acima de seis anos não
apresentaram boa eficiência de controle do inseto vetor quando aplicados: tiametoxam,
dimetoato e imidacloroprid podendo ser relacionada a baixa translocação dos produtos nas
plantas.
Nos pomares em formação, os inseticidas sistêmicos são mais utilizados na primavera e
verão, quando começam as chuvas e há umidade suficiente no solo para absorção e translocação
do produto. Contudo, é necessário de cinco a 20 dias após a aplicação para que o produto
proporcione mortalidade de D. citri acima de 80%. Assim, o controle deve ser realizado também
com inseticidas de contato. Estes inseticidas apresentam período residual de sete a 30 dias
causando mortalidade acima de 80% dos insetos, porém o período residual é afetado pelas
condições climáticas e presença de brotações novas (Belasque Junior et al., 2010).
Em pomares jovens ( 3 anos), as vegetações são constantes e ocorrem em qualquer
época do ano, inclusive no inverno (Belasque Junior et al., 2010). Frente a frequência de
brotações e a consequente preferência do inseto vetor pelos brotos, Gonzales & Viñas (1981)
recomendam para pomares novos, aplicações a cada sete ou 10 dias nas estações chuvosas e de
10 a 20 dias nas estações secas.
Para plantas em produção, a população de D. citri geralmente é menor e menos
frequente, principalmente em razão das mesmas não vegetarem com a mesma frequência das
plantas ainda em formação. Nestes pomares recomenda-se o controle quando a amostragem
detectar a presença do vetor no pomar (Belasque Junior et al., 2010).
Diversos trabalhos já foram realizados para testar a eficácia de inseticidas de contato no
controle de D. citri (Yamamoto et al., 2009; Grafton-Cardwell et al., 2013). Estudos
demonstraram que mesmo em áreas com aplicações frequentes de inseticidas, os níveis de HLB
podem aumentar significativamente (Bassanezi et al., 2013; Monteiro, 2013). Este fato ocorre
devido a migração de psílídeos infectivos provenientes de áreas sem manejo (Boina et al., 2009)
3

e pela redução do período residual dos inseticidas de contato devido à lavagem dos produtos
pelas chuvas e pela presença de brotações que surgem e expande após as pulverizações
(Yamamoto & Miranda, 2009). Assim, o número de pulverizações nas propriedades citrícolas
tem aumentado, e com este crescimento, surge a necessidade de avaliação de novas tecnologias
de aplicação.
Na citricultura em geral as pulverizações são realizadas com pulverizadores terrestres,
caracterizadas por altos volumes de calda, podendo resultar em grandes perdas, como
escorrimento de calda para o solo e perdas por deriva. Essas perdas podem aumentar os custos
de produção, diminuir a eficiência de pulverização e rendimentos operacionais e
consequentemente a eficácia de controle de pragas e doenças (Magno Junior et al., 2011).
Na pulverização para que se obtenha qualidade, é preciso conhecer o alvo biológico a
ser atingido pelo produto químico, características do produto a ser utilizado e as condições
ambientais devem ser adequadas (umidade relativa superior a 55%, velocidade do vento entre
3 a 10 km/h e temperaturas abaixo de 30 °C) (Ramos et al., 2005). Além disso, a escolha do
equipamento de pulverização, regulado e adequado a cultura em questão é essencial para uma
aplicação de qualidade (Associação Nacional de Defesa Vegetal, 2010).
Uma aplicação eficiente exige uma cobertura adequada da superfície e distribuição
uniforme de gotas produzidas. Gotas grandes (>200 micras), não proporcionam esta cobertura
adequada da superfície nem boa uniformidade de distribuição, e devido ao peso, não aderem à
superfície das folhas causando perdas por escorrimento. No caso de gotas pequenas (<100
micras), geralmente se consegue uma melhor cobertura e uniformidade de distribuição de gotas,
porém essas gotas podem evaporar em condições de baixa umidade relativa ou serem levadas
pelo vento, provocando a deriva (Teixeira, 1997). Para que gotas pequenas (<100 micras),
alcancem com eficiência o alvo, sem a ocorrência de evaporação e deriva, surgiu a necessidade
de se acrescentar uma força a elas, que são as forças elétricas, que são inseridas para controlar
os movimentos da gota e, com isso, proporcionar melhor deposição na folha (Chaim et al.,
1999).
Segundo Chaim (2006), o processo eletrificação de gotas, apresenta muitos benefícios
para as gotas pequenas, com tamanhos entre 30 e 80 micras. Estas quando projetadas por um
bico podem atingir todo lado do corpo aterrado, podendo ser explicado pela segunda lei básica
da eletrostática, em que a carga de um corpo ou nuvem de partículas carregadas induzirá uma
carga elétrica igual e oposta em algum outro corpo condutor aterrado próximo. Apesar das gotas
pequenas apresentarem a tendência de aumentar as perdas por evaporação, quando eletrificadas,
são fortemente atraídas por objetos aterrados mais próximos, no caso a planta. A velocidade de
4

deslocamento é diretamente proporcional a carga e inversamente proporcional à distância


percorrida, ou seja, quanto maior a carga gerada na gota, mais rápido ela atingirá o alvo. No
caso de gotas maiores do que 100 micras, estas não são beneficiadas pela eletrificação por serem
pesadas e não adquirirem cargas suficientes para modificar sua trajetória em curtas distancias.
A deposição de gotas com carga eletrostática pode ser 70% maior do que a deposição
de gotas sem carga, porém a morfologia do alvo é importante e a intensidade da carga da gota
também, já que a eficiência do pulverizador eletrostático está diretamente ligada a relação
carga/ massa (Q/M) da gota que ele é capaz de produzir (Law & Cooper, 1988).
A pesquisa de gotas com cargas eletrostáticas teve um grande crescimento depois do
sucesso do pulverizador Electrodyn na cultura do algodão (Coffee, 1981). Em geral, a
pulverização eletrostática requer baixos volumes de calda, para que os benefícios do uso de
gotas elétricas sejam consistentes. Em citros já foi demonstrado a possibilidade de utilização
de baixo volume (25 mL de calda/ m3 de copa) mantendo-se a eficácia de controle de D.citri
acima de 80% (Scardelato, 2013). Contudo, este trabalho foi realizado com pulverizador
convencional. Assim, objetivou-se com este estudo avaliar a eficácia da pulverização
eletrostática no controle de D citri, uma nova tecnologia de pulverização em citros.
5

2. MATERIAL E METODOS

2.1 Descrição da área experimental

Para o estudo foram realizados três experimentos: instalados no dia 03 de dezembro de


2014, 26 de março e 10 de junho de 2015, respectivamente. Todos os experimentos foram
realizados em um pomar comercial de laranjeira doce [Citrus sinensis (L.) Osbeck ], variedade
‘Valencia Americana’ enxertado em citrumelo Swingle [Citrus paradisi Macfad. × Poncirus
trifoliata (L.) Raf.], plantado em agosto de 2005, no espaçamento de 6,0 × 2,5 metros,
totalizando 666 plantas/ha, localizado na Fazenda Cambuhy (21°38'42.38"S e 48°31'59.48"O),
município de Matão, SP. Foram realizadas medições em 10 plantas da área experimental para
estimativa do volume de copa (m³). O cálculo foi feito por meio da divisão da área do hectare
(10.000 m²) pelo espaçamento entre linhas 6,0 m, seguido da multiplicação da altura média
(4,07 m) e largura média da linha de plantio (3,81 m). Assim o pomar apresentava um volume
médio de 25.840 m³/ ha ou 38,80 m³/ planta. Para todos os experimentos foram consideradas as
mesmas dimensões das plantas devido à poda de condução realizada em fevereiro de 2015.

2.2. Tratamentos e pulverização

A recomendação de volume do fabricante do pulverizador eletrostático (SPE,


Eletrostático, Porto Alegre, SP) é de 200 L/ha. Os volumes de aplicação estudados foram
definidos de acordo com o padrão adotado pelo produtor, adicionado do volume de 200 L/ha
em dois equipamentos, convencional e eletrostático. Desta forma, o experimento foi composto
por seis tratamentos, apresentados na Tabela 1.
O inseticida utilizado para a condução dos experimentos foi o dimetoato (Dimexion 400
EC, Cheminova Brasil Ltda., São Paulo, SP). Utilizou-se este inseticida como padrão por ser
comumente utilizado na citricultura para o controle de D. citri.
Para os tratamentos 1, 2 e 4 as doses foram de 100 mL do produto comercial para 100
L de H2O. Para os tratamentos com dose corrigida, 3 e 5, a correção de dose foi feita
considerando a dose aplicada no tratamento 1. Desta forma, a correção foi feita com base na
dose aplicada por hectare do produto no tratamento 1 (Tabela1).
6

Tabela 1. Volumes e concentrações do inseticida utilizados nos experimentos.


Volume Produto comercial
Volume de
Tratamentos copa/ planta
mL/m³ L/planta L/ha mL/100 água mL/m³ copa
(m³)

1.Convencional 31 1,2 800 100 0,03


2.Convencional 7,7 0,3 200 100 0,008
3.Convencional 7,7 0,3 200* 400 0,03*
4.Eletrostático 38,8 7,7 0,3 200 100 0,008
5.Eletrostático 7,7 0,3 200* 400 0,03*
6.Controle
* Doses do produto (dimetoato 40% EC) corrigida para a mesma quantidade depositada no
tratamento 1(padrão produtor);
( ) não foram realizadas aplicações de inseticida.

As pulverizações foram realizadas com turbo pulverizador bilateral Arbus Jacto®


Valencia 4000 (Jacto, Pompéia, SP), com capacidade de 4000 L e ramal especial de pontas
(Figura 1 A), e com pulverizador Eletrostático SPE (SPE, Porto Alegre, RS) (Figura 1B), ambos
acoplados a tratores John Deere® (John Deere, Montenegro, RS), modelo 5078, trabalhando
com 2400 rotações por minuto (rpm), proporcionando 540 rpm na tomada de potência (TDP) e
velocidade de aplicação de 7,8 km/h.

Figura 1. Detalhes do pulverizador bilateral Arbus Jacto® Valencia 4000, Ramal Especial de
pontas (A) e pulverizador Eletrostático SPE (B).

Para os diferentes volumes de calda e equipamentos, foram dimensionadas diferentes


pontas de pulverização. Para o pulverizador convencional foram utilizadas pontas da marca
Jacto® (Disc & Core®, Jacto, Pompéia, SP), que diferiram em especificação e quantidade para
os volumes aplicados. Para o atomizador eletrostático, foram utilizadas pontas da marca SPE
(SPE, Porto Alegre, RS) (Tabela 2).
7

Tabela 2. Volume de aplicação em L/ha e mL/m³, pontas de pulverização utilizadas, vazão em


L/min e pressão em psi.
Volume Volume Qtd.de Vazão Pressão
Tratamentos Ponta/ Difusor
(L/ha) (mL/m³) pontas (L/min/bico) (psi)
1.Convencional 800 31 AD3/AC25 56 1,12 100
2.Convencional 200 7,7 AD2/AC23 26 0,6 110
3.Convencional 200* 7,7 AD2/AC23 26 0,6 110
4.Eletrostático 200 7,7 SPE 3 20 0,78 170
5.Eletrostático 200* 7,7 SPE 3 20 0,78 170
6.Controle
*Doses do produto corrigida para a mesma quantidade depositada no tratamento 1 (padrão do
produtor).
( ) não foram realizadas aplicações de inseticida.

No primeiro experimento, a pulverização foi realizada com temperatura média de 26 °C


e umidade relativa de 62%. No segundo, a temperatura média foi de 25,5 °C e umidade relativa
de 64,5%. No terceiro, a temperatura média foi de 22 °C e umidade relativa de 56%.

2.3. Eficácia

Foram confeccionadas gaiolas com tecido tipo Tunil, cobrindo apenas um único ramo
da planta (Figura 2). Cada gaiola possuía dez psilídeos adultos, com idade entre 10 a 15 dias,
provenientes da criação do Fundecitrus, livres das bactérias associadas ao HLB. Foram
realizadas seis repetições por tratamento, externos e internos a copa das plantas. No primeiro
experimento foi realizado apenas um confinamento quatro horas após a aplicação (HAA).
Entretanto, no segundo e terceiro experimentos, foram realizados um confinamento com quatro
HAA e um confinamento adicional aos 5 dias após a aplicação (DAA). Todas as avaliações
foram realizadas no quinto dia após o confinamento (DAC), anotando-se o número de psilídeos
mortos.
8

Figura 2. Gaiolas utilizadas no confinamento de adultos de Diaphorina citri em ramos da


laranjeira.

2.4. Avaliação de cobertura

Para determinação da área de cobertura, uma pulverização foi realizada com corante
fluorescente da marca Travicar (Travicar, Porto Alegre, RS) na proporção de um litro de corante
em 45 L de água em cada um dos volumes de calda e equipamentos testados. Foram
pulverizadas 12 plantas por tratamento e as amostras foram coletadas das quatro plantas
centrais. Para a análise, foram coletadas em cada uma das plantas centrais cinco folhas
aleatórias nas porções interna e externa, dos terços superior, mediano e inferior, totalizando 120
amostras para cada tratamento.
A cobertura foi calculada por meio da obtenção de imagens das folhas com as coberturas
evidentes, feitas por meio de câmera digital convencional sob iluminação com lâmpadas
ultravioleta. Cada folha foi fotografada nas faces abaxial e adaxial. A porcentagem de área
coberta pela pulverização foi calculada em função do contraste de cores das imagens obtidas e
analisadas pelo software ImageJ – Image Processing and Analysis in Java (Bethesda, MD)
(Figura 3).
9

Figura 3. Representação da área foliar coberta pelo corante Travicar (A) e o contraste de cores
obtido pelo software ImageJ (B).

2.5. Delineamento experimental

Os experimentos foram conduzidos com seis tratamentos casualizados em três blocos.


Cada bloco foi constituído por duas parcelas de cada tratamento, onde cada parcela foi
composta por uma linha de 15 plantas. Os confinamentos (externo e interno a copa) foram
realizados na planta central de cada parcela, totalizando seis repetições por tratamento.

2.6. Análise dos dados

Os dados de mortalidade obtidos nos experimentos foram expressos em porcentagem.


Por não seguirem uma distribuição normal de acordo com o teste de Shapiro-Wilk (P>0.05), os
dados foram analisados com o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis e posteriormente, para
discriminação dos tratamentos, as médias foram comparadas pelo teste de Student-Newman-
Keuls (P 0,05). Este mesmo procedimento foi realizado para os dados de porcentagem de
cobertura. Todas as análises foram realizadas com o software BIOESTAT Versão 5.3.
10

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Eficácia de diferentes volumes de calda e equipamentos no controle de D. citri

No primeiro experimento, no confinamento realizado quatro horas após a aplicação


(HAA), na parte externa da copa, todos os tratamentos realizados com pulverizador
convencional diferiram estatisticamente do eletrostático com dose de inseticida não corrigida,
contudo, não diferiram do tratamento em que é realizada a correção de dose. Todos os
tratamentos, com exceção do eletrostático sem correção de dose, diferiram significativamente
do controle (H= 28,168; gl= 5, 30; p<0,0001) (Figura 3 A). No confinamento na parte interna
da copa, os resultados foram similares a externa, com exceção do tratamento convencional a
200 L/ha sem a correção de dose do inseticida que não diferiu significativamente do
eletrostático nas mesmas condições (H= 27,911; gl=5, 30; p<0,0001) (Figuras 3 B).
Em ambos os confinamentos todos os tratamentos com pulverizador convencional
apresentaram mortalidade superior a 80%. Já no pulverizador eletrostático, os resultados de
mortalidade do inseto não foram satisfatórios (mortalidade < 80%) quando se utilizam produtos
sem correção da dose por hectare.
Durante o período de condução deste experimento não ocorreu precipitação
pluviométrica (Figura 6 A).

Figura 3. Mortalidade média (±EP) de adultos Diaphorina citri, confinados quatro horas após a
aplicação do inseticida dimetoato (400 EC) em diferentes pulverizadores. Avaliação realizada cinco dias
após o confinamento. Experimento realizado em dezembro de 2014. Médias com mesma letra não
diferem entre si pelo teste de Student-Newman-Keuls (P 0.05). *Dose do produto corrigida para a
mesma quantidade depositada no tratamento Convencional de 800 L/ha, padrão do produtor. A letra C
representa o pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.
11

No segundo experimento, no primeiro confinamento realizado quatro HAA, todos os


tratamentos diferiram significativamente do controle e foram semelhantes entre si, na parte
externa da copa (H= 29,161; gl= 5, 30; p<0,0001) (Figura 4 A). Na parte interna da copa, todos
os tratamentos com pulverizador convencional e o tratamento eletrostático com correção de
dose do produto, apresentaram mortalidade de D. citri > 90%. Todos os tratamentos diferiram
estatisticamente do controle com exceção do tratamento eletrostático sem correção de dose (H=
29,161; gl= 5, 30; p<0,0001) (Figura 4B)
No mesmo experimento, em um segundo confinamento realizado cinco dias após a
aplicação (DAA), observou-se diferenças estatísticas dos tratamentos convencional 800 e 200
L/ha com dose corrigida e eletrostático com dose corrigida em relação aos demais tratamentos
e o controle para a parte externa da copa das plantas. Os tratamentos com 200 L/ha sem correção
de dose do produto, apresentaram mortalidade dos insetos 30%, e não diferiram
significativamente do controle (H= 27,509; gl= 5, 30; p<0,0001) (Figura 4C). No confinamento
realizado internamente na planta, não houve diferença estatística entre os tratamentos e destes
com o controle (H= 9,908; gl= 5, 30; p= 0,077) (Figura 4D).
Durante este experimento, houve precipitação de 15 mm quatro dias após a aplicação
(Figura 6B). A redução da eficácia dos inseticidas no segundo confinamento, pode estar
relacionada as chuvas que ocorreram durante este período.
12

Figura 4. Mortalidade média (±EP) de adultos Diaphorina citri, confinados quatro horas após a
aplicação do inseticida dimetoato (400 EC) em diferentes pulverizadores, (A) e (B) e, segundo
confinamento, cinco dias após a pulverização, (C) e (D). Avaliações realizadas cinco dias após os
confinamentos. Experimento realizado em março de 2015. Médias com mesma letra não diferem entre
si pelo teste de Student-Newman-Keuls (P 0.05). *Dose do produto corrigida para a mesma quantidade
depositada no tratamento Convencional de 800 L/ha, padrão do produtor. A letra C representa o
pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.

No terceiro experimento, no primeiro confinamento (quatro HAA), todos os tratamentos


apresentaram 100% de mortalidade, em ambos os confinamentos (interno e externo), diferindo
significativamente do controle (externo H= 34,678; gl= 5, 30; p<0,0001; interno H= 34,636;
gl= 5, 30; p<0,0001; figura 5 A e B, respectivamente).
No mesmo experimento, em segundo confinamento (cinco DAA), todos os tratamentos
apresentaram mortalidade dos insetos superior a 80% na parte externa da planta, diferindo
estatisticamente do controle (H= 27,036; gl= 5, 30; p= 0,0001) (Figura 5C). Porém, no
confinamento realizado internamente a copa das plantas, o tratamento eletrostático sem
correção de dose apresentou mortalidade de insetos de 58 %, sendo significativamente inferior
ao tratamento convencional com volume de 800 L/ha e os tratamentos de 200L/ha convencional
e eletrostático com dose corrigida. Além disso, o tratamento eletrostático sem dose corrigida
não diferiu do tratamento convencional sem dose corrigida e do controle (H= 28,846; gl=5, 30;
p<0,0001) (Figura 5D).
13

Figura 5. Mortalidade média (±EP) de adultos Diaphorina citri, confinados quatro horas após a
aplicação do inseticida dimetoato (400 EC) em diferentes pulverizadores, (A) e (B) e, segundo
confinamento, cinco dias após a pulverização, (C) e (D). Avaliações realizadas cinco dias após os
confinamentos. Experimento realizado em junho de 2015. Médias com mesma letra não diferem entre
si pelo teste de Student-Newman-Keuls (P 0.05). *Dose do produto corrigida para a mesma quantidade
depositada no tratamento Convencional de 800 L/ha, padrão do produtor. A letra C representa o
pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.

Os inseticidas de contato são usados devido ao seu efeito de choque, que atuam sobre o
inseto, porém, dependendo da forma de aplicação, condição ambiental e estádio fenológico da
planta, tem sua ação residual diminuída (Yamamoto & Miranda, 2009). Quando comparamos
os resultados do segundo confinamento (5 DAA), observa-se uma redução da eficácia de
controle no segundo experimento em relação terceiro experimento, principalmente para os
tratamentos sem correção de dose e confinamentos internos. Isso provavelmente está
relacionado a chuva que ocorreu durante o período de realização do segundo experimento
(Figura 6 B e C). A redução de eficiência de outros inseticidas pela ação das chuvas já foi
relatada anteriormente por Hulbert et al., (2012) e Gautam et al., (2016).
14

Figura 6. Temperatura média (°C) e precipitação (mm) nos experimentos do dia 3 de dezembro, 2014
(A), 26 de março (B) e 10 de Junho de 2015 (C). Dados coletados no período e local do experimento no
município de Matão, SP, Brasil. Primeira seta representa a pulverização e primeiro confinamento, a
segunda seta representa o segundo confinamento.

3.2. Cobertura dos diferentes equipamentos e volumes de calda

De forma geral as reduções dos volumes de aplicação tanto na tecnologia eletrostática


quanto no convencional no mesmo volume resultaram em reduções da área coberta pelas gotas
quando comparado ao tratamento convencional padrão do produtor (800 L/ha). Contudo, a
cobertura proporcionada pelo pulverizador eletrostático não diferiu da cobertura proporcionada
pelo equipamento convencional no mesmo volume aplicado (H= 96,296; gl= 2, 237; p<0,0001)
(Figura 7 e 8).
15

Figura 7. Porcentagem média de cobertura obtida após pulverização com corante do pulverizador
Arbus Jacto Valencia a 800 L/ha (A), Arbus Jacto Valencia a 200 L/ha (B), e eletrostático a 200
L/ha (C).

100
90
80
70
Cobertura (%)

60
50
40 a
30
20 b
b
10
0
800C 200C 200E
Volume de calda (L/ha)

Figura 8. Porcentagem média de cobertura proporcionada pelos diferentes volumes nos equipamentos,
convencional e eletrostático. Letras diferentes diferem estatisticamente entre si pelo teste de Student-
Newman-Keuls (P 0,05). A letra C representa o pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.

Ao analisar separadamente as coberturas externas e internas das copas das plantas,


proporcionadas por cada equipamento e volume adotados, o convencional padrão de 800 L/ha
apresentou diferenças estatísticas dos demais em coberturas externas. Já os tratamentos com
16

volumes de 200 L/ha, independente dos equipamentos adotados, não apresentam diferenças de
cobertura entre si. Internamente a copa, a cobertura é inferior para todos os volumes aplicados
(H= 27,8396; gl= 5, 114; p<0,0001) (Figura 9).

100
90
80
Cobertura (%)

70
60
50 a
40
30 b
b b
20
10 c c
0
Ext Int Ext Int Ext Int
800C 200C 200E
Volume de calda (L/ha)

Figura 9. Porcentagem de cobertura proporcionada pelos diferentes volumes nos equipamentos,


convencional e eletrostático, quando avaliados externamente e internamente a copa das plantas. Letras
diferentes diferem estatisticamente entre si pelo teste de Student-Newman-Keuls (P 0,05). A letra C
representa o pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.

Avaliando-se os três terços da planta (superior, médio e inferior), a cobertura


proporcionada pelo tratamento convencional de 800 L/ha foi significativamente maior do que
nos demais tratamentos. Não houve ganho de cobertura quando adotada a tecnologia
eletrostática, ou seja, os tratamentos de mesmo volume de 200 L/ha não apresentaram
diferenças estatísticas entre si. Dentro de cada tratamento não houve diferença significativa
entre os três terços de amostragem na planta (H= 99,514; gl= 8, 71; p<0,0001) (Figura 10).
17

100
90
80
Cobertura (%)

70
60
50
40 a a a
30
20 b b b b b
b
10
0
S M I S M I S M I
800C 200C 200E
Volume de calda (L/ha)

Figura 10. Porcentagem média de cobertura proporcionada pelos diferentes volumes nos equipamentos,
convencional e eletrostático, três pontos da planta: S (superior), M (médio) e I (inferior). Letras
diferentes diferem estatisticamente entre si pelo teste de Student-Newman-Keuls (P 0,05). A letra C
representa o pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.

Ao analisar as coberturas adaxiais e abaxiais das folhas, todos os volumes testados


apresentaram maior porcentagem de cobertura na superfície adaxial. Os tratamentos com
volumes de 200 L/ha não diferindo entre si, contudo, continuaram sendo estatisticamente
inferiores a cobertura proporcionada pelo volume padrão adotado (800 L/ha) (H= 20,915; gl=
5, 114; p<0,0001) (Figura 11).

100
90
80
Cobertura (%)

70
60
50 a
40
30 b
b
20 b
10 c c
0
AD AB AD AB AD AB
800C 200C 200E
Volume de calda (L/ha)

Figura 11. Porcentagem média de cobertura proporcionada pelos diferentes volumes nos equipamentos,
convencional e eletrostático, nas partes AD (adaxial) e AB (abaxial) da folha (I). Letras diferentes
18

diferem estatisticamente entre si pelo teste de Student-Newman-Keuls (P 0,05). A letra C representa o


pulverizador convencional e a letra E, o eletrostático.

Apesar de diferirem significativamente da cobertura do convencional padrão (800 L/ha),


as coberturas obtidas pelos volumes de 200 L/ha (7,7 mL/m³ de copa) nos equipamentos
convencional e eletrostático, permitiram bom controle do inseto vetor (mortalidade >80%),
contudo, apresentaram um menor residual quando não tiveram a dose do inseticida corrigida.
Scardelato (2013) com pulverização do volume de 23 mL/m³ de copa, obteve eficácia sobre D.
citri de 100% sem a correção de dose do inseticida e porcentagem de cobertura de 33%, contudo
neste estudo utilizou-se papel hidrossensivel. Assim, novos estudos envolvendo a avaliação do
volume de pulverização e métodos de determinação da cobertura, devem ser realizados para
determinar o volume mínimo que seja efetivo para o controle de D. citri.
O fato das brotações se localizarem em sua grande maioria na parte externa da copa das
plantas de citros e as características bioecológicas deste inseto, que oviposita exclusivamente
nas brotações (Halbert & Manjunath, 2004) e apresenta preferência por este tipo de tecido
vegetal (Patt & Sétamou, 2010; Bonani, 2010), poderiam explicar a eficácia do baixo volume
para controle de D. citri. Segundo Tansey et al., (2015), pulverizações quinzenais de óleo
mineral (50%) em ultra baixo volume, reduzem significativamente a população de D. citri.
Vários estudos já foram realizados para determinar a eficácia de inseticidas químicos
sobre D. citri (Yamamoto et al., 2009; Boina & Bloomquist, 2015). Contudo, existe uma falta
de trabalhos que abordem as tecnologias de aplicação destes produtos. O equipamento
eletrostático apesar de conceitualmente ser uma ferramenta interessante de redução de volume
de calda e de perdas de pulverização (menor deriva) necessita de maiores cuidados em relação
ao convencional, tais como: a limpeza de bicos e anéis metálicos devem ser realizadas
periodicamente, por ser uma ferramenta geradora de cargas, também é necessário analisar
produtos em pó, pois alguns podem ter atratividade ao anel gerador da carga, prejudicando a
tecnologia de aplicação. Além disso, o tratorista necessita verificar periodicamente a tensão de
trabalho no display, para que não haja perda de eficiência da pulverização. Em geral, o
pulverizador eletrostático apresentou os mesmos resultados de eficácia sobre D. citri e
cobertura do pulverizador convencional, quando utilizado o mesmo volume de calda. Assim, é
possível reduzir os volumes de pulverização mesmo sem a adoção da tecnologia eletrostática
de aplicação. Esta redução de volume, permite aumentos de rendimentos operacionais e redução
significativa do custo de aplicação.
19

4. CONCLUSÕES

O pulverizador eletrostático apresenta eficácia similar ao convencional no controle do


D. citri para o volume de 200 L/ha.
O volume de 200 L/ha, independente do equipamento de pulverização, com correção de
dose é similar ao volume padrão utilizado pelo produtor (800 L/ha) no controle do D. citri.
O pulverizador eletrostático apresenta cobertura similar ao convencional para o volume
de 200 L/ha.
20

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.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA APLICAÇÃO DE AGROQUÍMICOS VIA
AÉREA E TERRESTRE

Daiane Deus Oliveira1, Josiany Mara Lopes1, Marcos Kovaleski2, Valmir Werner3
1
Graduandos em Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria- Campus
Frederico Westphalen- RS, Brasil (daiane_barcelos16@hotmail.com).
2
Engenheiro Agrônomo da Universidade de Passo Fundo- UPF- RS, Brasil.
3
Orientador, Professor Dr. da Universidade Federal de Santa Maria- Campus
Frederico Westphalen- RS, Brasil.

Recebido em: 02/10/2017 – Aprovado em: 21/11/2017 – Publicado em: 05/12/2017


DOI: 10.18677/EnciBio_2017B66

RESUMO
Tanto a cultura da soja (Glycine max L.) quanto a do milho (Zea mays) tem ganhado
cada vez mais importância no Brasil e no mundo. Isso porque, a cada safra tem-se
aumentado a produtividade de ambas. Nesse contexto, surgiram também várias
doenças fúngicas, plantas invasoras e insetos pragas fazendo-se necessário cada
vez mais o uso de agroquímicos. É por esse motivo que o presente trabalho teve
como objetivo geral fazer uma revisão bibliográfica sobre o tema tecnologia de
aplicação de agroquímicos nas culturas de soja e milho, descrevendo algumas
vantagens e desvantagens de cada tratamento nas aplicações aéreas e terrestres.
Na aplicação aérea os tratamentos com atomizador rotativo e com sistema
eletrostático proporcional maior eficiência operacional, além de uma boa cobertura
no dossel das plantas quando comparado com aplicação aérea convencional. Já
nas aplicações terrestres com tratamentos de diferentes volumes de calda por
hectare demostram que volumes de calda maiores que 130 litros por hectare
causam menor eficiência operacional quando comparados com volumes de calda de
80 litros por hectare. Pode-se concluir que fazem-se necessários estudos mais
aprofundados para ambos os tipos de aplicações.
PALAVRAS-CHAVE: Agroquímicos, Pulverização, Tecnologia de Aplicação.

ADVANTAGES AND DISADVANTAGES OF AERIAL AND GROUND


AGROCHEMICALS APPLICATION

ABSTRACT
Both the soybean (Glycine max L.) as the corn (Zea mays) has achieved increasing
importance in Brazil and in the world. This is because each crop has increased the
productivity of them. In this context, there emerged several fungal diseases, weeds
and insect pests that are making necessary the use of agrochemicals. For this
reason, this study has the major objective to make a literature review on the subject
of application technology of agrochemicals in soybean and corn crops, pointing out
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the main advantages and disadvantages of each treatments of aerial and ground
application. In the aerial application some treatments with rotary atomizers and with
electrified system provide greater operational efficiency, and good coverage in the
plant canopy when compared with conventional aerial application. For the ground
spraying, syrup volumes larger than 130 liters per hectare cause less operational
efficiency when compared with syrup volume equal to 80 liters per hectare. However,
today are necessary further studies in relation to the issue described, especially
when the comparison of aerial and ground spraying.
KEYWORDS: Application Technology, Agrochemicals, Spraying.

INTRODUÇÃO
A cultura da soja (Glycine max L.) tem ganhado cada vez mais importância,
na agricultura mundial, por causa da alta diversidade do uso da oleaginosa.
Também, em função do aumento da demanda global por alimentos, a área
destinada ao cultivo desta cultura tem aumentado anualmente. Segundo dados do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA - a área cultivada no
mundo passou de 81,48 milhões de hectares, na safra 2002/03, para 108,55 milhões
na safra 2012/13, o que representa crescimento de 33% na década (MOREIRA,
2012).
Por outro lado, a cultura do milho (Zea mays L.) também possui significativa
importância mundial, pois apresenta um dos maiores volumes de produção com,
aproximadamente, 960 milhões de toneladas. Os países como Estados Unidos,
China, Brasil e Argentina têm liderado o cenário comercial, com 70% da produção
mundial (PEIXOTO, 2016). Conforme Yagushi (2013), o Brasil teve crescente
aumento na produção desta cultura durante os últimos 10 anos, dobrando a
quantidade colhida, o que significou aumento de 60%, representando quase 30
milhões de toneladas do cereal, entre os anos de 2009 a 2013.
Para ter este contexto de safras com elevadas produtividades, torna-se
indispensável uma produção agrícola estável, sendo necessário usar manejo
fitossanitário adequado, ou seja, que controle doenças, pragas e plantas daninhas,
proporcionando à cultura menor interferência sobre os fatores de produção (IKEDA;
ZAMBON, 2013).
Segundo Viegas Neto (2013) as práticas culturais podem proporcionar às
plantas melhor arranjo e, consequentemente, melhor penetração no momento da
aplicação dos agrotóxicos resultando, assim, em maior eficiência da aplicação. A
cultura da soja é uma espécie com boa plasticidade quanto à resposta a variação no
arranjo espacial das plantas. Por esse motivo, não apresenta diferença significativa
em rendimento numa faixa de população de plantas e de espaçamento entre as
fileiras de plantas (EMBRAPA, 2011).
No caso das aplicações com fungicidas, à cobertura proporcionada por estas
sobre o dossel da soja é, normalmente, pouco uniforme principalmente no que se
refere à parte inferior da planta, apresentando então controle insuficiente mesmo
quando são usados produtos sistêmicos (CUNHA et al., 2014).
A tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários tem colaborado no
aumento da produtividade nas lavouras. No Brasil, tem-se a aplicação aérea como
realidade em várias regiões do país. O uso cresceu muito na cultura do milho,
devido à dificuldade de entrada de máquinas terrestres em fases mais adiantadas da
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cultura. Porém, ainda existem poucas informações científicas quanto à eficiência,
principalmente, quando comparada com as aplicações convencionais. No caso do
milho existe a dependência do desenvolvimento da planta, pois a aplicação terrestre
poderá ocasionar redução no estande da lavoura, ou seja, diminuição da área
fotossintética e do número de espigas acarretando perdas de grãos e reduzindo,
significativamente, a produção (SILVA, 2004 citado por CUNHA et al. 2010).
Já na cultura da soja as aplicações terrestres são mais comuns, até porque,
a cultura possui porte menor quando comparada com o milho. No entanto, para que
ambas as aplicações tenham sucesso é necessário dominar a forma adequada de
aplicação, garantindo que o produto chegue ao alvo de forma eficiente, além de
minimizar as perdas, já que o produto não será depositado em áreas indesejáveis,
consequentemente causando redução das contaminação do ambiente (NUYTTENS
et al., 2010).
A revisão bibliográfica desse trabalho teve a finalidade de discutir as
principais formas para aplicações de agroquímicos e qual delas garantirá ao
produtor maior produtividade quando comparadas entre si. Isso porque dependendo
da aplicação, poderão ocorrer perdas, decorrentes do amassamento da cultura no
momento das aplicações com pulverizadores terrestres ou por deriva do produto
químico utilizado, em função da calibração do tamanho das gotas a serem
pulverizadas pela ponta no sistema de aplicação aérea.
Dessa forma, o objetivo geral deste trabalho foi realizar uma revisão da
literatura sobre o tema da tecnologia de aplicação de agrotóxicos nas culturas da
soja e do milho, apontando as principais vantagens e desvantagens da utilização da
tecnologia de aplicação aérea e terrestre.

Tecnologia de aplicação de agroquímicos


Tecnologia de aplicação não se limita apenas como levar ao produtor
inovações tecnológicas de alto valor comercial, mas sim calibrar corretamente o
pulverizador terrestre a ser utilizado para aplicação do produto químico na lavoura,
bem como fazer manutenções necessárias para garantir maior vida útil deste. No
caso de aplicações aéreas, fazer as regulagens dos ângulos entre as pontas de
pulverização e a barra de pulverização do avião, a fim de garantir melhor aplicação.
Todavia dependerá do tipo de agroquímico a ser aplicado na cultura (MINGUELA;
CUNHA, 2013).
É por esse motivo que a tecnologia de aplicação de agroquímicos tem sido
bastante estudada, tanto para obter melhor aplicação destes na cultura, como
também a influência que podem ter na qualidade final dos alimentos. A principal
finalidade da aplicação de fitossanitários é controlar insetos, doenças e plantas
daninhas. A distribuição adequada destes representa a quantidade exata de produto,
distribuídas em forma de gotas uniformemente sobre o dossel, evitando a perda de
rentabilidade dos cultivos, danos ao ambiente e a própria saúde das pessoas que
realizam a aplicação (MINGUELA; CUNHA, 2013).
A tecnologia de aplicação desenvolve-se constantemente buscando novas
técnicas e procedimentos para a melhor aplicação de produtos químicos sobre o
alvo biológico definido, e claro, indesejável, de maneira técnica e segura, com
cuidado e eficiência, de forma a minimizar os danos ao ser humano, animais e ao
ambiente (ZAMBOLIM et al., 2008).
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 716 2017
Para o sucesso de um programa de tratamento fitossanitário, dentro da
agricultura, é fundamental a utilização de produto de eficácia comprovada, e uma
desenvolvida tecnologia para sua aplicação. A aplicação de produtos fitossanitários
deve controlar eficientemente a praga, utilizando uma dose mínima e distribuindo o
produto de maneira efetiva, sem, causar danos efeitos negativos ao meio ambiente
(MINGUELA; CUNHA, 2013).
Segundo Cunha et al. (2011) a tecnologia de aplicação é importante
ferramenta para maximizar a produtividade quando esta é usada de forma correta.
Para Repke e Teixeira (2013), a qualidade das aplicações tem sido principal fator do
não sucesso das aplicações de agroquímicos, ou seja, há fatores que afetam esta
qualidade de pulverização como clima, hospedeiro, alvo biológico, ingrediente ativo
e veículo para o preparo de calda. Para Zambianco (2013), as condições climáticas
interferem na aplicação dos defensivos agrícolas, isso porque interrompem o
sistema de operação. Como exemplo disso, são as ocorrências de correntes de
vento que arrastam as gotas dependendo do seu tamanho e de sua massa. Por
esse motivo, a velocidade ideal dos ventos deve variar de 2 a 10 km h-1. Caso
chova após a aplicação de agroquímicos também ocorrem perdas dos agroquímicos
através do escorrimento dos produtos antes da absorção na planta.
Os fatores climáticos, que causam maiores perdas de produtos
fitossanitários por evaporação são: a temperatura e umidade relativa do ar. O
diâmetro da gota está relacionado com a maior ou menor perda, porque quanto
menor o tamanho das gotas maior será a superfície de contato com o meio e,
consequentemente, maior será o risco de evaporarem. Para evitar estas perdas o
indicado é fazer estas aplicações quando a temperatura do ar for menor que 30° C e
quando a umidade relativa do ar estiver acima de 60% (BOLLER et al., 2011)
Temperaturas baixas como 15°C podem reduzir a eficiência dos produtos.
Já temperaturas mais elevadas, acima de 30ºC, juntamente com umidade relativa do
ar baixa afetam o tempo de duração das gotas, a velocidade de absorção pelos
tecidos vegetais e a atuação dos defensivos aplicados (BOLLER et al., 2011). Os
mesmos autores ainda explicam que em condições de baixa umidade relativa do ar,
os vegetais adicionam mecanismos de defesa para evitar a perda de água o que
acaba dificultando, também, a entrada de produtos por via líquida. Por isso, é
indicada a realização das aplicações nas primeiras horas da manhã ou ao final da
tarde. Para diminuir as perdas por evaporação, registradas durante o dia, aplicações
noturnas estão sendo utilizadas.
Todavia, nesse período e nas primeiras horas da manhã é comum encontrar
orvalho sobre a superfície das plantas alvo das aplicações. Conforme Chaim (2009)
para ter maior eficiência da ação dos agrotóxicos é necessário que os alvos estejam
bem definidos em termos de espaço e de tempo, para que assim, a quantidade de
produto utilizado no combate das pragas e doenças possa ser determinada. Ainda,
para se definir o alvo biológico é importante o conhecimento da biologia da praga, o
que possibilita determinar em qual estágio ela é mais suscetível ao agroquímico.
Destaca-se que o conceito de proteção das culturas passa pelo propósito de
redução da população da praga ou do estágio de desenvolvimento. Sendo assim,
para obter qualidade na pulverização dependerá da cobertura do alvo, que será
representado pelo número, tamanho e uniformidade de distribuição das gotas, bem
como, da penetração destas na lavoura. Todavia a eficiência da aplicação dos
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agroquímicos será drasticamente reduzida se estes não atingirem o alvo,
principalmente se o produto aplicado for de contato ou, até mesmo, quando o alvo é
de baixa mobilidade (REPCKE; TEIXEIRA, 2013).
No caso dos ingredientes ativos dos produtos químicos, Chaim (2009) afirma
que poucas gramas destes são ideais para controlar problemas com doenças,
plantas invasoras e pragas em uma área. Os ingredientes ativos, na maioria das
vezes, não possuem as características físicas necessárias para serem aplicados.
Basicamente este corresponde a produtos químicos, na forma sólida ou liquida, se
encontrando em pequenas porções nas formulações, com a principal finalidade de
combater a praga ou a doença que se deseja tratar. Portanto os diluentes ajudam o
ingrediente ativo a ficar suspenso e disperso, aumentando assim a segurança no
manuseio e proporcionando repartição mais homogênea do produto no alvo a ser
tratado. Na formulação dos agroquímicos permite-se a união do ingrediente ativo
com elementos inertes, de modo a obter a concentração adequada para aplicação
(RODRIGUES, 2012).
Repke e Teixeira (2013) ainda relatam que a massa foliar da cultura interfere
na cobertura e na penetração das gotas, quando o alvo pretendido não está
localizado no terço superior da cultura tornando-se, então fator de interferência. A
cobertura refere-se a quantidade de gotas por cm² depositada em uma determinada
área no momento da aplicação. Por esse motivo que para cada tipo de produto
utilizado recomenda-se uma quantidade mínima de gotas, ou seja, para controle de
doenças o indicado por técnicos para fungicidas sistêmicos são gotas finas ou
médias de 50 a 70 gotas/cm². No caso dos fungicidas de contato indicado gotas
finas a muito finas com equivalente a mais de 70 gotas/cm². Para inseticidas
sistêmicos são gotas médias a grossas variando de 20 a 30 gotas/cm². Para
inseticida de contato o indicado são gotas médias a finas de 50 a 70 gotas/cm². Já
para herbicidas pré-emergentes e pós-emergentes sistêmicos utiliza-se gotas
médias/grossas a grossas/muitos grossas de 20 a 30 gotas/cm². E para herbicidas
pré-emergentes de contato são gotas finas/médias a médias/grossas de 30 a 40
gotas/cm² (JACTO, 2014).

Aplicação Aérea
A aplicação aérea tem sido de extrema importância no aumento do ganho de
produtividade, através de sua natureza rápida e eficaz na cobertura dos alvos. Este
tipo de aplicação funciona como ferramenta de bastante valor na agricultura. Porém,
quando realizada dentro de critérios bem definidos e estando acompanhado por um
profissional técnico responsável (MINGUELA; CUNHA, 2013).
Segundo Cunha et al. (2014) os aviões para fins agrícolas começaram a ser
usados antes da Segunda Guerra Mundial. Inicialmente foram utilizados aviões
militares modificados sendo que foi somente na década de 40 que apareceu o
primeiro avião projetado e construído diretamente para fins agrícolas. No Brasil, no
ano de 2017 a aviação agrícola completa 70 anos. A prática da pulverização aérea
tem passado por diversas transformações a favor da proteção das lavouras e
cuidados com o meio ambiente. No país, atualmente, 30% da área plantada é
tratada por meio desta ferramenta, colocando o Brasil com a segunda maior frota de
aeronaves agrícolas do mundo (BRASQUÍMICA, 2017).

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Santos (2006) afirma que na categoria de aeronaves agrícolas incluem-se
aviões e helicópteros agrícolas, com características próprias e também com algumas
bastante diferenciadas dos pulverizadores terrestres tratorizados. Os equipamentos
terrestres possuem velocidade nove vezes menor do que aviões. Helicópteros
possuem de cinco a sete vezes menos velocidade que os aviões. Por este motivo,
que nos aviões ocorrem fortes turbulências, especialmente em relação aos vórtices
das pontas das asas, que se não forem corrigidas, causarão perdas significativas
das gotas, geradas pelos bicos fixados nas barras presas nas asas. Outra
característica importante é a faixa de deposição, que pode variar de largura, de
acordo com o tipo de defensivo utilizado em um mesmo avião e em uma mesma
cultura.
Uma das vantagens da atividade aeroagrícola é o alto rendimento
operacional, permitindo soluções rápidas, em maiores extensões de área, tornando-
se possível alcançar resultados positivos com custos econômicos acessíveis, desde
que sejam adotados todos os procedimentos técnicos adequados (BAYER et al.,
2012). Os aviões agrícolas, possuem sistemas de DGPS (Sistemas Diferenciais de
Posicionamento por Satélites), semelhante ao que ocorre na aerofotogrametria,
podendo seguir um planejamento de voo, sendo composto por linhas projetadas que
recobrem a área a ser pulverizada. Ou seja, a aeronave consegue se manter nestas
linhas, acionando automaticamente o sistema de pulverização ao cruzar o limite da
área e encerrando ao sair (AGROLINK, 2016).
Segundo o portal da Agrolink (2016), com o sistema de DGPS, conseguiu-
se eliminar a necessidade de pessoas sinalizando as linhas, conhecidos como
“bandeirinhas”, estes trabalhadores corriam sérios riscos de intoxicação nesta tarefa.
O sistema possui a capacidade de monitorar a quantidade aplicada, além de
informar com mapas e relatórios tudo o que foi realizado, permitindo ao piloto avaliar
e tomar decisões.
Por outro lado, Minguela e Cunha (2013) relatam que se a operação de
aplicação não for bem executada, conforme os parâmetros técnicos poderá ocorrer
deriva dos fitossanitários (as gotas serem arrastadas pelo vento), para áreas
próximas, tornando-se um problema, pois haverá perda de produto a ser pulverizado
e contaminação ambiental. Portanto o volume da pulverização (água + fitossanitário)
será reduzido, chegando muitas vezes a ser menor que 40 litros por hectare quando
utilizados bicos hidráulicos comuns, dificultando então a cobertura do alvo e
aumentando a deriva, então sugere-se ter o máximo cuidado com as condições
climáticas.
Outro problema encontrado nas aplicações aéreas refere-se ao custo de
aplicação desta, sendo bem superior a terrestre. Alguns fatores são considerados
como, por exemplo, a distância da área a ser aplicada até a pista de decolagem,
além da presença de obstáculos na área e do relevo deste. Todavia, quando
computados os custos de amassamento e compactação das aplicações terrestres, a
relação de custos acaba se invertendo (MINGUELA; CUNHA, 2013).
Com a finalidade de diminuir a contaminação ambiental provocada pelas
aplicações via aérea, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e do
Abastecimento) regulamenta e fiscaliza a operação. Tendo como regras: operar a
250 metros de mananciais de rios e a 500 metros da população. Sempre é
necessário o acompanhamento de um técnico agrícola executor, a coordenação de
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um engenheiro agrônomo e um piloto agrícola especializado, com mais de 400 horas
de voo (VIEGAS, 2011).

Pulverização com Atomizador Rotativo


Os atomizadores rotativos possuem velocidades de giro com mais de cinco
mil rotações por minuto dependendo do tamanho da gota desejado, ou seja, quanto
menor o tamanho da gota maior a rotação do atomizador, é por esse motivo que são
empregados pela aviação agrícola com o objetivo de gerar espectro de gotas
uniformes e com baixos volumes de calda por hectare pulverizado (SCHRÖDER,
2006).
Esse tipo de tecnologia de aplicação é bastante utilizado para quebrar o
líquido em gotas, ou seja, o tamanho da gota é obtido através da rotação de telas ou
de discos do equipamento. Quanto maior for à rotação do atomizador menor será o
tamanho das gotas, pelo qual a pressão terá interferência no volume aplicado e não
diretamente na qualidade da gota gerada ficando esta, sob a influência da rotação
obtida. A velocidade de rotação é obtida modificando-se o ajuste do ângulo das pás
(MINGUELA; CUNHA, 2013).
As pontas hidráulicas convencionais podem ser substituídas por outros
sistemas de formação de gotas, como no caso dos atomizadores rotativos de discos,
também conhecidos como BVO (Baixo Volume Oleoso) formam neblinas com gotas
mais homogêneas e diâmetros controlados favorecendo a distribuição dos líquidos
de maneira mais uniforme nas áreas pulverizadas em qualquer tipo de alvo ou
cultura (MONTEIRO, 2005). Segundo Schröder (2006), o sistema de BVO vem
crescendo no país e se caracteriza por adotar volumes de calda de 10 litros por
hectare, com gotas de diâmetro de 100 a 200 micrômetros, espectro uniforme,
maiores larguras de faixa resultando, assim, em maior produtividade operacional
com redução no custo do tratamento.
Estes equipamentos necessitam de elevada precisão de fabricação. Pode-se
subdividir os atomizadores rotativos em dois grupos: atomizadores de tela e de
disco. O “Micronair” é um tipo de atomizador de tela fabricado pela Micron Sprayers,
e consiste em um cilindro de tela que gira sobre o eixo que é fixado em um suporte,
através da ação do ar em movimento que incide nas pás de hélice. Então o líquido é
conduzido à tela, após passar pela unidade de restrição variável (VRU), responsável
pelo ajuste da vazão do líquido. Por outro lado, os atomizadores rotativos de discos
permitem a quebra do líquido em gotas, após ser lançado sobre um ou mais discos
que giram acionados eletricamente, ou quando acionados pela movimentação do ar
em relação às pás de hélice presentes no equipamento. Este líquido acaba
chegando ao centro do disco rotativo onde passa pelo orifício, e se distribui ao longo
da parede interna e estriada. É pela força centrífuga que o líquido desliza pelas
paredes do disco e se deposita na periferia onde, posteriormente, rompe-se em
pequenas gotas que saltam para o exterior do disco (MINGUELA; CUNHA, 2013).
Conforme Lacerda (2014) o uso de atomizadores ou equipamentos com
assistência de ar são favoráveis na deposição de gotas nos dosséis inferiores da
cultura, porém apresentam fator negativo, com potencial elevado para deriva. O
volume de ar movimentado produzido por pulverizadores com assistência de ar é
grande, o que irá implicar em desafio para a determinação de perdas por deriva e
evaporação de gotas nessa operação, principalmente com condições climáticas
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desfavoráveis. Nesse contexto, a adição de adjuvantes a calda de aplicação
promove significativa minimização dos efeitos das condições climáticas e
desuniformidade no padrão das gotas.
Em trabalho realizado por Oliveira et al. (2011) utilizando bicos rotativos e
bicos hidráulicos, tornou-se possível verificar que o bico de pulverização rotativo do
tipo Micronair, na porcentagem de cobertura, verificou-se diferença significativa para
o fator taxa de aplicação. Sendo que para este caso a aplicação foi com uma vazão
de 10 litros por hectare, apresentando assim, maior porcentagem de cobertura nas
folhas. Já com a utilização de bicos hidráulicos Oliveira et al. (2011) verificaram que
não houve interação significativa entre os fatores estudados (taxa de aplicação x
ângulo de pulverização x posição do papel sensível nas plantas) nas diferentes
variáveis analisadas, com exceção da interação dupla significativa existente entre a
taxa de aplicação e ângulo de pulverização para o percentual de cobertura.

Pulverização Eletrostática
A pulverização eletrostática é uma nova tecnologia que surgiu para
aumentar a eficiência da aplicação de agroquímicos, girando em torno da premissa
de que os opostos se atraem (PORTAL DBO, 2016). Plantas de porte alto e
encorpadas proporcionam desafios para a tecnologia de aplicação de defensivos
agrícolas e suplementos foliares, principalmente quando relacionado com a
penetração da calda no dossel da cultura e a redução do escoamento e da deriva
deste, já que o índice de área foliar e a arquitetura da planta dificultam a cobertura
adequada da folha pelo ingrediente ativo. Uma da maneira de obter boa deposição
de gotas nos alvos biológicos é a escolha correta de técnicas de pulverizações e do
volume de calda a ser aplicado. Sendo assim, uma das alternativas utilizadas para
melhorar a deposição da calda sobre as folhas, com o volume reduzido e
consequentemente, com a diminuição das perdas por deriva, é a pulverização com
assistência eletrostática. Esse Sistema de Pulverização Eletrostática (SPE) é um
novo conceito em tecnologia de aplicação, isso porque trabalha com jato cônico
vazio e gotas de 80 micras, que possuem campo elétrico formado na base do jato,
que torna a aplicação mais econômica e eficiente (PAVÃO JR., 2015).
A eficiência da pulverização eletrostática está diretamente relacionada com o
processo de eletrificar as gotas. Segundo estudo da Embrapa Meio Ambiente, que
foi realizado em Jaguariúna no estado de São Paulo, os melhores processos de
eletrificação de gotas são basicamente dois: a eletrificação indireta por indução, e o
eletrodo de alta tensão fica mantido próximo às zonas de formação das gotas do
bico. Já a segunda é a eletrificação direta, em que a calda é eletrificada com alta
voltagem (CHAIM, 2013).
Conforme Chaim e Wadt (2015) o processo eletrostático que eletrifica as
gotas apresenta uma série de benefícios para gotas menores. Para melhor
entendimento de como ocorrem às atrações entre os alvos e as gotas eletrificadas, é
preciso conhecer duas leis básicas da eletrostática: a primeira diz que as cargas
polares opostas se atraem e as semelhantes ou iguais se repelem. Já a segunda lei
diz que a carga de um corpo ou nuvem de partículas carregadas induzirá a carga
elétrica igual e oposta em algum outro corpo condutor deste que este esteja aterrado
próximo. Nesta última lei serão formadas linhas de fluxo, que são bastante parecidas
com as linhas dos polos de um imã, ou seja, as gotas das nuvens carregadas
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 721 2017
próximas ao corpo aterrado terão a tendência de se movimentarem seguindo as
linhas de fluxo, ocorrendo devido à lei básica da eletrostática. Portanto, nas
pulverizações eletrostáticas agrícolas, a carga das gotas acaba sendo alterada pelo
acréscimo, ou até mesmo, pela retirada de elétrons ocasionados pelo campo elétrico
gerado por anéis de indução, que envolvem os bicos de pulverização que estão
ligados a um gerador (MINGUELA; CUNHA, 2013).
As gotas mais finas, em torno de 150 µm, apresentam maior potencial para
serem utilizadas neste sistema, isso porque permite maior razão entre carga e
massa. Outro fator que influencia no processo de eletrificação das gotas são as
diferentes formulações e a adição de adjuvantes, devendo por esse motivo ser
considerado na hora de regular o equipamento (MINGUELA; CUNHA, 2013).
Para Schröder e Loeck (2006) o equipamento “Spectrum Electrostatic Aerial
Spray System” consiste em um sistema que opera com alta pressão na barra de
pulverização e baixo volume, carregando então todas as partículas eletricamente
produzidas pelo sistema de pulverização da aeronave. Estas cargas são produzidas
com polaridades opostas em cada barra de pulverização. É composta por uma fonte
de alta voltagem, a qual apresenta internamente dois geradores independentes de
alta tensão, um para cargas negativas e outro para cargas positivas e uma unidade
de comando de operação, onde existem dois potenciômetros para controle individual
de cada gerador de alta tensão. Ainda dispõe de uma unidade de controle chamada
display que contém dois volt/amperímetros, utilizado para o monitoramento de cada
barra e um conjunto de 88 bicos tipo jato cônico, com isoladores e anéis para
indução eletrostática, todos montados (bicos) em uma barra com perfil
aerodinâmico. Portanto, com a pulverização eletrostática a deposição de gotas
chega até 70%, sendo que na pulverização tradicional não ultrapassa 30% (PORTAL
DBO, 2016).
Porém uma das desvantagens da pulverização eletrostática é o custo dos
equipamentos, que são relativamente maiores quando comparados com a
pulverização convencional. Exemplo disso, é que o preço do equipamento gira em
torno de R$ 1.900,00, todavia segundo o pesquisador, a economia deverá ser obtida
a médio prazo (AGRISHOW, 2017).

Pulverização Terrestre
KLAVER et al., (2012) afirmam que o mercado fornece uma enorme
variedade de máquinas agrícolas, com uma diversidade de modelos e
características. Desta forma, o produtor deve tomar conhecimento dos maquinários
mais convenientes a sua necessidade de serviço e em adequação a influência para
o desenvolvimento da cultura, pois em determinadas ocasiões, como na cultura do
milho, dependendo do estágio vegetativo, poderá ocorrer amassamento de plantas,
acarretando em perda da produtividade da lavoura. Os maquinários vêm oferecendo
maior praticidade e comodidade ao produtor no serviço operacional, mas também
maior precisão e economia com algumas funcionalidades, como durante as
aplicações de defensivos, com o sistema antigotejo. Outros casos, no entanto,
predispõem de transmissão hidrostática 4x4, possibilitando a diminuição do
amassamento da cultura. Diante disso, para operações agrícolas como
pulverizações o emprego da tecnologia de aplicação adequada é tão importante
como a escolha correta do pulverizador.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 722 2017
Para Minguela e Cunha (2013), os pulverizadores hidráulicos são
equipamentos que apresentam pulverização da calda através da pressão hidráulica
em orifícios calibrados, situados na parte inferior dos elementos especiais, sendo
denominadas de pontas. A referência a estes é apenas a denominação de
pulverizadores. Este grupo de máquinas pode ser classificado, para efeitos práticos,
em: pulverizadores tratorizados, equipamentos autopropelidos, equipamentos
manuais, equipamentos sobre veículos especiais, equipamentos estacionários e
equipamentos de tração animal.
Os pulverizados tratorizados são acoplados ao trator, podendo ser
arrastados (barra de tração), montados (acoplados a um sistema de levante
hidráulico de 3 pontos) e semimontado (sistema de levante hidráulico de 2 pontos).
Podem estar equipados com sistemas de controle eletrônicos ou mecânicos. Já os
pulverizadores autopropelidos são dotados de motor próprio para o deslocamento,
mais sofisticados, possuindo normalmente um controle de sistema eletrônico. Por
sua vez, os equipamentos manuais podem ser acionados manualmente, ou
mecanicamente através de dispositivos específicos como rodas de solo, etc. São
transportados nas costas, frontais ou sobre chassis com rodas (carrinho). Os
equipamentos sobre veículos especiais são bastante semelhantes aos
pulverizadores tratorizados, porém são colocados sobre veículos específicos
(camionetes, charretes,...). Equipamentos estacionários são classificados desta
forma pelo tipo de acionamento da bomba, sendo normalmente motor elétrico ou de
combustão interna. E, por último, os equipamentos de tração animal que na maioria
são acionados por sistemas elétricas com utilização de baterias (MINGUELA;
CUNHA, 2013).
As pulverizações terrestres são realizadas pelo próprio agricultor ou por
funcionários, utilizando o próprio pulverizador que normalmente é autopropelido ou
pulverizador acoplados ao trator. A aplicação gera custos que podem ser variáveis
em função de alguns componentes como: combustíveis, mão-de-obra do aplicador e
até mesmo auxiliares, além do uso de equipamentos de proteção individual,
depreciação do equipamento e a manutenção deste. Além do amassamento da
cultura, gerado pelo trânsito dessas máquinas. Como no caso da cultura da soja
pode reduzir a produtividade entre 0,5 e 4,0% (SCHRÖDER, 2007).
Conforme Costa (2009) o volume de calda aplicado é por unidade de
comprimento, área, peso ou volume. É o fator resultante da classe com tamanho e
densidade de gotas que serão necessárias para uma aplicação eficiente, com
adequada cobertura do alvo. Todavia deve-se levar em consideração características
da cultura como arquitetura da planta que será pulverizada. Portanto, o melhor
volume de calda na pulverização terrestre não se limita apenas ao valor exato, mas
também, depende das condições climáticas, da cultura e do tipo de pulverizador.
Exemplo disso foi a condução de um experimento no estado do Paraná com
aplicação terrestre nas culturas da soja, feijão, batata e milho, pelo qual foi
trabalhado com baixos volumes de calda, entre 80 e 130 litros por hectare, os
resultados encontrados garantiram eficiência agronômica e confiabilidade para o
controle de doenças (REZENDE, 2010). Porém como já citado anteriormente quanto
menor o tamanho das gotas, mais implicações apresentará, estando então mais
sujeitas a evaporação e derivas.

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.14 n.26; p. 723 2017
Conforme Souza et al. (2012), menores volumes de calda proporcionam
capacidade operacional maior em pulverizadores apresentando como vantagens a
redução dos custos operacionais e menores desgastes do maquinário, além da
diminuição da quantidade de combustível e mão-de-obra, sendo favorável,
principalmente, em condições climáticas boas. Porém, essa redução necessita de
boa tecnologia de aplicação para manter a eficiência das aplicações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao fim da revisão bibliográfica pode-se concluir que quando a tecnologia de
aplicação é feita de maneira correta é possível se obter bons resultados, ou seja, a
calibração correta dos pulverizadores tanto terrestre quanto aéreos podem
caracterizar maior eficiência do produto a ser aplicado, isso porque garantirá boa
cobertura no dossel da planta, consequentemente maior penetração deste.
Quando esta tecnologia não é utilizada de forma correta, pode gerar vários
problemas, principalmente se as gotas a serem pulverizadas forem de tamanhos
menores, pois podem ser arrastadas mais facilmente pelo vento para outros lugares
ou serem evaporadas.
No caso da aplicação com pulverizadores terrestre poderá haver
amassamento da cultura, o que apresentará um ponto negativo principalmente se
esta estiver em estádio vegetativo avançado, havendo perda na produtividade da
lavoura. Em contrapartida se utilizar volumes de caldas menores por hectare haverá
alguns pontos positivos, como a redução de mão de obra e custos com
combustíveis, aumentando assim a capacidade operacional.
Já as aplicações aéreas apresentam como ponto negativo, maior deriva em
ambos os tratamentos, por isso se faz necessário cuidado redobrado do operador e
regulagem correta. Com sistema eletrostático é possível obter bons resultados,
porque possuem gotas eletrificadas que conseguem chegar a parte inferior da
planta, causando boa cobertura do produto. Para tratamentos com utilização de
sistema de atomizador rotativo é possível também garantir boa cobertura no dossel
da cultura, isso quando comparado com sistema convencional.

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474 Robson Shigueaki Sasaki et al.

Parameters of electrostatic spraying and its influence


on the application efficiency1
Robson Shigueaki Sasaki2, Mauri Martins Teixeira3, Haroldo Carlos Fernandes4,
Paulo Marcos de Barros Monteiro5, Denílson Eduardo Rodrigues6, Cleyton Batista de Alvarenga7

ABSTRACT

When the electrostatic spraying is used correctly, it provides advantages over conventional systems, however
many factors can affect the system efficiency. Therefore, the objective of this study was to evaluate the charge/mass
ratio (Q/M) at different spraying distances (0, 1, 2, 3, 4 and 5 m), and the liquid deposition efficiency on the target.
Evaluating the Q/M ratio the Faraday cage method was used and to evaluate the liquid deposition efficiency the
artificial targets were positioned longitudinally and transversely to the spray jet. It was found that the spraying
distance affects the Q/M ratio, consequently, the liquid deposition efficiency. For the closest distance to the target the
Q/M ratio was 4.11 mC kg-1, and at distances of 1, 2, 3, 4 and 5 m, the ratio decreased to 1.38, 0.64, 0.31, 0.17 and 0.005
mC kg-1, respectively. For the liquid deposition, the electrostatic system was affected by the target orientation and
spraying distance. The target transversely to the jet of liquid did not improve the liquid deposition, but longitudinally
increased the deposition up to 3 meters of distance.
Key words: charge/mass ratio, liquid of deposition, efficiency in the electrostatic spraying.

RESUMO
Parâmetros da pulverização eletrostática e sua influência na eficiência de aplicação
A pulverização eletrostática, quando utilizada de maneira correta, proporciona vantagens em relação aos sistemas
convencionais. No entanto, diversos fatores podem interferir na eficiência do sistema. Por isso, objetivou-se, com este
trabalho, avaliar a relação carga/massa (Q/M) em diferentes distâncias de pulverização (0, 1, 2, 3, 4 e 5 m) e a eficiência
de deposição de líquido no alvo. Na avaliação da relação Q/M, utilizou-se o método da gaiola de Faraday e, na
avaliação da eficiência da deposição de líquido, posicionaram-se alvos artificiais, nos sentidos longitudinal e transver-
sal ao jorro de pulverização. Verificou-se que a distância de pulverização afeta a relação Q/M e, consequentemente, a
eficiência na deposição de líquido. Na distância próxima ao alvo, a relação Q/M foi de 4,11 mC kg-1, e, nas distâncias de
1, 2, 3, 4 e 5 m, reduziu-se para 1,38; 0,64; 0,31; 0,17 e 0,005 mC kg-1, respectivamente. Quanto à deposição de líquido, o
sistema eletrostático foi afetado pela orientação em relação ao alvo e pela distância de pulverização. Com o alvo na
transversal, o sistema não proporcionou aumento da deposição de líquido, já com o alvo na longitudinal, houve
aumento na deposição até a distância de 3 m.
Palavras-chave: relação Q/M, deposição de líquido, tecnologia de aplicação de agrotóxicos.

Recebido para publicação em 31/10/2012 e aprovado em 04/04/2013


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Part of the Master’s thesis of the first author.
2
Agronomist Engineer, Master of Science. Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, 36570-000,
Viçosa, Minas Gerais, Brazil. robsonsasaki@yahoo.com.br (corresponding author)
3
Agronomist Engenieer, Doctor of Science. Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, 36570-000,
Viçosa, Minas Gerais, Brazil. mauri@ufv.br
4
Agriculture Engineer, Doctor of Science. Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, 36570-000,
Viçosa, Minas Gerais, Brazil. haroldo@ufv.br
5
Electrical Engineer, Doctor of Science. Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, 36570-000,
Viçosa, Minas Gerais, Brazil. paulo@em.ufop.br
6
Electrical Engineer, Doctor of Science. Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Ouro Preto, Centro de Convergência, Campus Morro do Cruzeiro, 35400-
000, Ouro Preto, Minas Gerais, Brazil. deduardo@ufv.br
7
Agronomist Engineer, Doctor of Science. Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, 36570-000,
Viçosa, Minas Gerais, Brazil. cleytonbatista@yahoo.com.br

Rev. Ceres, Viçosa, v. 60, n.4, p. 474-479, jul/ago, 2013


Parameters of electrostatic spraying and its influence on the application efficiency 475

INTRODUCTION improvement in the application of pesticides, such as those


conducted by Silva et al. (1997), Silva et al. (2000), Bayer
The use of pesticides should be performed efficiently,
et al. (2011) and Magno Júnior et al. (2011).
since its application without the appropriate technology
The failure of electrostatic spraying can be due to
can cause contamination of the environment, leaving
several factors. Maski & Durairaj (2010) observed that
residues in food and increase the risk of poisoning of
farm workers. the tension applied in the electrode of drops charging
induction, the application speed, the height of the spraying
There are some reports of inefficient sprayings, in excess
or with deficit of the active ingredient on the target, and in bar in relation to the target and the orientation in relation
some cases, more than 50% of the pesticides used are wasted to the target, affected the electrostatic spraying.
because they do not reach the desired targets, causing For those reasons, the objective of this study was to
environmental issues and inefficiency of spraying. Chaim et evaluate the factors that affect the electrostatic spraying,
al. (1999), studying tomato and bean crops, observed losses specially the effect of the distance between the spray tip
between 59 and 76% depending on the size of the plants. In and the target, as the ratio charge/mass (Q/M) and the
vines, Chaim et al. (2004) observed losses of up to 39%, liquid deposition under different positions relative to the
varying according to the equipment used. target (longitudinal and transverse).
With the objectives of overcome the application issues,
increase the spraying efficiency, reduction of costs and MATERIAL AND METHODS
decrease environmental impacts, some technologies have
emerged. Among them, it is worth highlighting the precision The experiment was carried out on the Laboratory of
equipment for use at variable rates, the use of embedded Agricultural Spraying (LADA), at Universidade Federal
technology, the light bars, the autopilot and also de Viçosa, Viçosa- Minas Gerais.
electrification of droplets through electrostatic sprayers. To perform the experiment, it was used an electrostatic
The electrostatic sprayer is a system that electrically spray of the brand Eletrostatic Spraying Systems, model
charges the drops. According to Chaim (2006), the ESS MBP 4.0, with 15 L capacity. This spray uses the
attraction force of a charged particle to a plant consists of pneumatic principle for formation and fractionation of the
two parts. The first is due to the action of the electrostatic droplets; moreover it uses the method of indirect induction
field of the particle itself, in relation to its approach to the of charges for electrification of the drops.
plant surface. The second part is the action of the electric To determine the intensity of the charge, the method
field forces of the spray tip and the cloud upon the electric of Faraday Cage, isolated and earthed by a multimeter,
field of the drop. If the electric fields are directed to the was used.
plant, the drops will be projected on its surface. The sprayings were performed inside the cage, using
Currently, due to environmental and economic issues, a multimeter of the brand Minipa and model ET-2510 with
one has sought to reduce losses in a spray, and the accuracy of ± 1 %, to the readings of current (A). All the
electrostatic spraying, if applied properly, can be an essays were performed with the spray battery completely
alternative to reduce these losses. In Brazil, the charged. Aiming to assess the charge of the drops under
electrostatic spraying is a little used technique by the different distances, the sprayings were performed at 0; 1;
farmers. Several researchers have shown that, when it is 2; 3; 4 and 5 m of the Faraday Cage. For every treatment,
used correctly, this technology can bring benefits in the the sprayer was put up at full throttle of the engine, taking
application of pesticides. the time of 15 seconds to stabilize the equipment before
Maynagh et al. (2009) reported that among the the spraying was proceeded. Afterwards, the amount of
advantages of electrostatic spraying is the increase of the liquid spayed (L min-1) was measured using a graduated
efficiency, either on the deposition of agrochemicals and cylinder with precision of 5 mL.
on the reduction of drift. Maski & Durairaj (2006) observed From the data of the electric current and the amount of
na increase of 42% in the control of aphids using the liquid sprayed, the charge/mass ratio in the drop was
electrostatic spraying when compared to the conventional determined (Equation 1).
system. Xiongkui et al. (2011) increased the target
deposition rate up to 50% when compared to the (1)
conventional system of spraying. Laryea & No (2005) found
an increase of up to 2.51 times on the deposition of liquid Where:
using the electrostatic spraying when compared to the
Q/M = charge/mass ratio (C kg-1);
results obtained by the use of the conventional system.
However, it is noteworthy that there are also studies i = Electric current on the spray jet (C s-1); and,
performed with electrostatic spraying which provided no m = Liquid flow (kg s-1).

Rev. Ceres, Viçosa, v. 60, n.4, p. 474-479, jul/ago, 2013


476 Robson Shigueaki Sasaki et al.

To obtain the flow unit in kg min-1, it was agreed that spraying were from 0.005 to 0.017 nm and, according to
the specific mass of the water was one. The sprayings the spectrophotometer manufactures specifications, the
were performed under laboratory conditions using a digi- reading accuracy is ± 0.002 nm. Thus, the evaluations
tal anemometer of the brand Kestrel, model Kestrel 1000, could be compromised, especially those that presented
and a thermo-hygrometer of the brand Betha, model lower values.
Ummi; the weather conditions were monitored during the The sprayings were performed with the electrostatic
essays. The experimental design was a completely system switched on and off, and subsequently, the spray
randomized, with 14 replicates for each treatment. The deposition on both systems was compared. The
statistical analysis were performed through the program experiment was conducted in a completely randomized
Sisvar version 5.3. design on a factorial scheme 2 x 5, consisted of two
To assess the influence of the distance of the spraying system (electrostatic system switched on/off)
target on the efficiency of droplets deposition using and five horizontal distances, with the target placed
the electrostatic spraying, the spray was built on a transversely and longitudinally to the spray jet, totalizing
base, remaining stationary during the spraying 80 experimental units.
performance. At each spraying performance , the sprayer was turned
Were used artificial targets made of wood, where on for 15 seconds until the stabilization of the air and liquid
grounded metal plaques were fixed. Two metal plaques flow. Afterwards, the spraying was carried out for 3 seconds.
were fixed on each target, being one of them transverse The spraying time was chosen according to the preliminary
and the other one longitudinal to the spraying jet. On essays, which showed that when the spraying time was
those plaques were fixed plastic labels of 14.5 x 3 cm, less than 3 seconds, the absorbance values were low,
which were used to determine the spray deposition. especially for distances greater than 2 m, and as mentioned
The sprayings were performed in five longitudinal before, the evaluations could be compromised. Although,
distances (1; 2; 3; 4 and 5 m), as shown on Figure 1. when spraying for more than 3 seconds, losses occurred at
It is worth mentioning that during the evaluations of the distances of 1 and 2 m, due to the spray draining.
liquid deposition using the spectrophotometer To evaluate the spray deposition, the methodology
methodology, no pattern was set to the size of the target, suggested by Palladini (2000) was used. The pigment used
thus, it was used the size of the plastic labels. According was the bright blue (Blue pigment FCF, Duas Rodas In-
to two preliminary essays using smaller labels with 2.5 x dustrial), internationally cataloged by “Food, Drug &
2.5 cm and 7.5 x 2.5 cm, the absorbance reading after the Cosmetic” as FD&C Blue n.1.

Figure 1. Scheme of the target and sprayer position during the liquid deposition evaluations. (1) Sprayer nozzle; (2) Spraying target;
(A) e (B) Three dimensions perspectives; (C) Frontal view; (D) Target details.

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Parameters of electrostatic spraying and its influence on the application efficiency 477

At first, 3 gL-1 of the pigment was added to the spray, the charge/mass ratio. Further, as it moves away from the
and from this mixture, samples of 1 mL were taken, from target, smaller droplets tend to evaporate during the
which 13 dilutions on distilled water were performed, trajectory, which can also affect the charge/mass ratio.
consisting the subsamples. The absorbance of the In electrostatic spraying, the greater is the charge/
subsamples were assessed using a spectrophotometer mass ratio, the greater is the spraying efficiency, as the
Biospectro, model SP-22, properly calibrated and adjusted droplets charge affects the electrical power, which affects
for absorbance readings in the range of 630 nm. Knowing the electrostatic field between the drop and the target.
the concentration of the samples and the volume of the There is no ideal charge/mass ratio for spraying,
dilutions, it was possible to determine the concentration however, the higher is the ratio, the better is the efficiency
of the subsamples (mg L -1) and, in addition to the of electrostatic spraying. According to Carlton et al.
absorbance values, the calibration curve of the pattern (1995), the minimum charge/mass ratio in electrostatic
solution was built. spraying for obtaining significant gains on drops
After he sprayings, the labels were packed in plastic deposition on the targets is 0.8 mC Kg-1. Law (1995) states
bags and 50 mL of distilled water were added and agitated that the minimum charge/mass ratio is from 1 to 2 mC kg-1.
for 30 seconds. Afterwards, one sample was taken and Although these values can be used as references, recent
assessed on the spectrophotometer. From the absorbance studies have shown that these lower values caused an
readings and using the calibration curve of the pattern increase of spray deposition on the target (Laryea & No,
solution, the absorbance data were transformed in 2005).
concentration values (mg L-1). With the initial pigment During the evaluation of liquid deposition, the
concentration data, the volume of the dilution used to temperature varied between 15 and 19 ºC, and the relative
wash the samples and the concentration detected by the humidity varied from 76 to 83%, with absence of wind.
spectrophotometer, it was possible to determine the volu- The calibration curve showed high correlation between
me captured by the target (Equation 2). the pigment concentration and the absorbance (Figure 3).
An interaction between the spray system and the
Ci Vi = Cf Vf (2)
distance was observed, proceeding thus the deployment
Where: of the interactions among the factors. For the spraying
system deployment (switched on/off), among each level
Ci = Inicial concentration of the sample (mg L-1);
of longitudinal distance, the average test was applied to
Vi = Volume captured by the target (mL); verify the electrostatic spraying effect. It was noticed that,
Cf = Concentration of the sample (mg L-1); e, when the target was placed transversely, the effect of the
Vf = Volume of the dilution (mL). electrostatic system was less prominent, compared to the
effect of the target placed longitudinally.
Finally, the spray deposition (µL cm-²) was determined Although the drop deposition increased with the target
using the data from the volume of spray captured by the in the transversal position and the system switched on in
target. The results were analysed through the program the most of the cases, these increases don’t differ
Sisvar, version 5.3. statistically (Table 1).

RESULTS AND DISCUSSION


During the evaluation of charge/mass ratio under
differetn spraying distances, the temperature remained
between 15 and 16 ºC, and the relative humidity was
between 79 and 81%, with absence of wind.
It was noticed that the charge/mass ratio was inversely
proportional to the distance between the spray tip and
the target. When spraying at the minimum distance from
the target, the charge/mass ratio was 4.11 mC kg-1, while
for the distance of 5 m, the ratio was 0.052 mC kg-1 (Figure
2). Similar results were found by Moon et al. (2003) e
Zhao et al. (2008).
The greater is the distance from the target, the greater
is the path to be traveled by the drop, and in this way the *Significant by test t (P>0,05)
drop faces air resistance, which causes loss of electric Figure 2. Q/M ratio at different distances between the sprayer
charge present in the droplets, causing the reduction in and the target.

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478 Robson Shigueaki Sasaki et al.

respectively. For the distances 3, 4 and 5 m, the Q/M


ration were 0.3, 0.17 and 0.005 mC Kg-1, and this is the
reason why the electrostatic system did not provide
increases on the liquid deposition. There are many
different opinions regarding to the minimum values for
Q/M ratio in order to provide significant gains on the
spray deposition. The charge/mass ratio that provided
an increase of spray deposition on the target was 0.6 mC
Kg-1, a value approximated to those reported by Carlton
et al. (1995).
Confirming the previous results, when performing the
Figure 3. Calibration for the pattern solution.
deployment of the spraying distance for each system, the
analyses were performed using regression. It was
The position of the target in relation to the jet spray
observed a tendency of increase de deposition by the
affects the deposition during the spraying. Marchi et
electrostatic system at distances up to 3 m in the longitu-
al. (2005) observed that the angle of the leaf in
dinal orientation (Figure 4).
Eichhornia crassipes affected the spray deposition.
In a spraying performance, when the hydraulic
Maski & Duraijaj (2010) observed that the orientation
principle is used on the drops fragmentation, the distance
direction regarding the target, in relation to the
from the spray tip to the target is usually 0.5 m, due to the
spraying, affected the electrostatic spraying,
uniform liquid distribution and to the deposition range.
corroborating the present study.
On a spray performance, depending on the target angle
and on the distance of the pneumatic nozzle, the direct
impact of the drop occurs or, the pneumatic strength is
greater than the electrical power, making the electrostatic
spraying cause no positive effects. In the present study,
the use of the target transversely did not provide increase
on the spray deposition, and for this reason, only the
target in the longitudinal position was considered for
analyses.
With the target longitudinally in relation to the spray
jet, it was observed that the electrostatic spraying system
increased the deposition up to the distance of 2 m, and
from this point, there were no significative gain on
deposition with the system (Table 2).
The reduction of the electrostatic system efficiency **Significant by test t (P>0,01).

can be due to the Q/M ratio, because as observed, for Figure 4. Liquid deposition according to the distance and to the
the distances 1 and 2 m, the Q/M ratio were 1.38 and 0.6, spraying system.

Table 1. Liquid deposition (µL cm-²) at different distances, with the target transversal to the spraying jet
Distance (m)
Electrostatic system
1 2 3 4 5
Switched on 4.49 b 1.57 a 0.45 a 0.21 a 0.2 a
Switched off 5.06 a 1.28 a 0.42 a 0.13 a 0.1 a
Averages followed by the same letter in the column do not differ by the test F (P>0,05).

Table 2. Liquid deposition (µL cm-²) at different distances, with the target longitudinal to the spraying jet
Distance (m)
Electrostatic system
1 2 3 4 5
Switched on 0.91 a 0.25 a 0.17 a 0.10 a 0.13 a
Switched off 0.42 b 0.11 b 0.12 a 0.09 a 0.09 a
Averages followed by the same letter in the column do not differ by the test F (P>0,05).

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Parameters of electrostatic spraying and its influence on the application efficiency 479

Yet, when using the conventional pneumatic principle, Maynagh BM, Ghobadian B, Jahannama MR & Hashjin TT (2009)
Effect of Electrostatic Induction Parameters on Droplets
the useful range of application is variable depending on Charging for Agricultural Application. Journal of Agricultural
the treatment to be performed and, in general, has a wide Science and Technology, 11:249-257.
application range. However, when combining the Moon JK, Lee DH, Kang TG & Yon KS (2003) A capacitive type
electrostatic and the pneumatic systems to determine the of electrostatic spraying nozzle. Journal of Electrostatics,
useful range of spraying, it must be considered, besides 57:363–379.
the treatment to be performed, the distance at which the Palladini LA (2000) Metodologia para avaliação da deposição em
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Rev. Ceres, Viçosa, v. 60, n.4, p. 474-479, jul/ago, 2013


474 Robson Shigueaki Sasaki et al.

Parameters of electrostatic spraying and its influence


on the application efficiency1
Robson Shigueaki Sasaki2, Mauri Martins Teixeira3, Haroldo Carlos Fernandes4,
Paulo Marcos de Barros Monteiro5, Denílson Eduardo Rodrigues6, Cleyton Batista de Alvarenga7

ABSTRACT

When the electrostatic spraying is used correctly, it provides advantages over conventional systems, however
many factors can affect the system efficiency. Therefore, the objective of this study was to evaluate the charge/mass
ratio (Q/M) at different spraying distances (0, 1, 2, 3, 4 and 5 m), and the liquid deposition efficiency on the target.
Evaluating the Q/M ratio the Faraday cage method was used and to evaluate the liquid deposition efficiency the
artificial targets were positioned longitudinally and transversely to the spray jet. It was found that the spraying
distance affects the Q/M ratio, consequently, the liquid deposition efficiency. For the closest distance to the target the
Q/M ratio was 4.11 mC kg-1, and at distances of 1, 2, 3, 4 and 5 m, the ratio decreased to 1.38, 0.64, 0.31, 0.17 and 0.005
mC kg-1, respectively. For the liquid deposition, the electrostatic system was affected by the target orientation and
spraying distance. The target transversely to the jet of liquid did not improve the liquid deposition, but longitudinally
increased the deposition up to 3 meters of distance.
Key words: charge/mass ratio, liquid of deposition, efficiency in the electrostatic spraying.

RESUMO
Parâmetros da pulverização eletrostática e sua influência na eficiência de aplicação
A pulverização eletrostática, quando utilizada de maneira correta, proporciona vantagens em relação aos sistemas
convencionais. No entanto, diversos fatores podem interferir na eficiência do sistema. Por isso, objetivou-se, com este
trabalho, avaliar a relação carga/massa (Q/M) em diferentes distâncias de pulverização (0, 1, 2, 3, 4 e 5 m) e a eficiência
de deposição de líquido no alvo. Na avaliação da relação Q/M, utilizou-se o método da gaiola de Faraday e, na
avaliação da eficiência da deposição de líquido, posicionaram-se alvos artificiais, nos sentidos longitudinal e transver-
sal ao jorro de pulverização. Verificou-se que a distância de pulverização afeta a relação Q/M e, consequentemente, a
eficiência na deposição de líquido. Na distância próxima ao alvo, a relação Q/M foi de 4,11 mC kg-1, e, nas distâncias de
1, 2, 3, 4 e 5 m, reduziu-se para 1,38; 0,64; 0,31; 0,17 e 0,005 mC kg-1, respectivamente. Quanto à deposição de líquido, o
sistema eletrostático foi afetado pela orientação em relação ao alvo e pela distância de pulverização. Com o alvo na
transversal, o sistema não proporcionou aumento da deposição de líquido, já com o alvo na longitudinal, houve
aumento na deposição até a distância de 3 m.
Palavras-chave: relação Q/M, deposição de líquido, tecnologia de aplicação de agrotóxicos.

Recebido para publicação em 31/10/2012 e aprovado em 04/04/2013


1
Part of the Master’s thesis of the first author.
2
Agronomist Engineer, Master of Science. Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, 36570-000,
Viçosa, Minas Gerais, Brazil. robsonsasaki@yahoo.com.br (corresponding author)
3
Agronomist Engenieer, Doctor of Science. Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, 36570-000,
Viçosa, Minas Gerais, Brazil. mauri@ufv.br
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Agriculture Engineer, Doctor of Science. Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, 36570-000,
Viçosa, Minas Gerais, Brazil. haroldo@ufv.br
5
Electrical Engineer, Doctor of Science. Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, 36570-000,
Viçosa, Minas Gerais, Brazil. paulo@em.ufop.br
6
Electrical Engineer, Doctor of Science. Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Ouro Preto, Centro de Convergência, Campus Morro do Cruzeiro, 35400-
000, Ouro Preto, Minas Gerais, Brazil. deduardo@ufv.br
7
Agronomist Engineer, Doctor of Science. Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, 36570-000,
Viçosa, Minas Gerais, Brazil. cleytonbatista@yahoo.com.br

Rev. Ceres, Viçosa, v. 60, n.4, p. 474-479, jul/ago, 2013


Parameters of electrostatic spraying and its influence on the application efficiency 475

INTRODUCTION improvement in the application of pesticides, such as those


conducted by Silva et al. (1997), Silva et al. (2000), Bayer
The use of pesticides should be performed efficiently,
et al. (2011) and Magno Júnior et al. (2011).
since its application without the appropriate technology
The failure of electrostatic spraying can be due to
can cause contamination of the environment, leaving
several factors. Maski & Durairaj (2010) observed that
residues in food and increase the risk of poisoning of
farm workers. the tension applied in the electrode of drops charging
induction, the application speed, the height of the spraying
There are some reports of inefficient sprayings, in excess
or with deficit of the active ingredient on the target, and in bar in relation to the target and the orientation in relation
some cases, more than 50% of the pesticides used are wasted to the target, affected the electrostatic spraying.
because they do not reach the desired targets, causing For those reasons, the objective of this study was to
environmental issues and inefficiency of spraying. Chaim et evaluate the factors that affect the electrostatic spraying,
al. (1999), studying tomato and bean crops, observed losses specially the effect of the distance between the spray tip
between 59 and 76% depending on the size of the plants. In and the target, as the ratio charge/mass (Q/M) and the
vines, Chaim et al. (2004) observed losses of up to 39%, liquid deposition under different positions relative to the
varying according to the equipment used. target (longitudinal and transverse).
With the objectives of overcome the application issues,
increase the spraying efficiency, reduction of costs and MATERIAL AND METHODS
decrease environmental impacts, some technologies have
emerged. Among them, it is worth highlighting the precision The experiment was carried out on the Laboratory of
equipment for use at variable rates, the use of embedded Agricultural Spraying (LADA), at Universidade Federal
technology, the light bars, the autopilot and also de Viçosa, Viçosa- Minas Gerais.
electrification of droplets through electrostatic sprayers. To perform the experiment, it was used an electrostatic
The electrostatic sprayer is a system that electrically spray of the brand Eletrostatic Spraying Systems, model
charges the drops. According to Chaim (2006), the ESS MBP 4.0, with 15 L capacity. This spray uses the
attraction force of a charged particle to a plant consists of pneumatic principle for formation and fractionation of the
two parts. The first is due to the action of the electrostatic droplets; moreover it uses the method of indirect induction
field of the particle itself, in relation to its approach to the of charges for electrification of the drops.
plant surface. The second part is the action of the electric To determine the intensity of the charge, the method
field forces of the spray tip and the cloud upon the electric of Faraday Cage, isolated and earthed by a multimeter,
field of the drop. If the electric fields are directed to the was used.
plant, the drops will be projected on its surface. The sprayings were performed inside the cage, using
Currently, due to environmental and economic issues, a multimeter of the brand Minipa and model ET-2510 with
one has sought to reduce losses in a spray, and the accuracy of ± 1 %, to the readings of current (A). All the
electrostatic spraying, if applied properly, can be an essays were performed with the spray battery completely
alternative to reduce these losses. In Brazil, the charged. Aiming to assess the charge of the drops under
electrostatic spraying is a little used technique by the different distances, the sprayings were performed at 0; 1;
farmers. Several researchers have shown that, when it is 2; 3; 4 and 5 m of the Faraday Cage. For every treatment,
used correctly, this technology can bring benefits in the the sprayer was put up at full throttle of the engine, taking
application of pesticides. the time of 15 seconds to stabilize the equipment before
Maynagh et al. (2009) reported that among the the spraying was proceeded. Afterwards, the amount of
advantages of electrostatic spraying is the increase of the liquid spayed (L min-1) was measured using a graduated
efficiency, either on the deposition of agrochemicals and cylinder with precision of 5 mL.
on the reduction of drift. Maski & Durairaj (2006) observed From the data of the electric current and the amount of
na increase of 42% in the control of aphids using the liquid sprayed, the charge/mass ratio in the drop was
electrostatic spraying when compared to the conventional determined (Equation 1).
system. Xiongkui et al. (2011) increased the target
deposition rate up to 50% when compared to the (1)
conventional system of spraying. Laryea & No (2005) found
an increase of up to 2.51 times on the deposition of liquid Where:
using the electrostatic spraying when compared to the
Q/M = charge/mass ratio (C kg-1);
results obtained by the use of the conventional system.
However, it is noteworthy that there are also studies i = Electric current on the spray jet (C s-1); and,
performed with electrostatic spraying which provided no m = Liquid flow (kg s-1).

Rev. Ceres, Viçosa, v. 60, n.4, p. 474-479, jul/ago, 2013


476 Robson Shigueaki Sasaki et al.

To obtain the flow unit in kg min-1, it was agreed that spraying were from 0.005 to 0.017 nm and, according to
the specific mass of the water was one. The sprayings the spectrophotometer manufactures specifications, the
were performed under laboratory conditions using a digi- reading accuracy is ± 0.002 nm. Thus, the evaluations
tal anemometer of the brand Kestrel, model Kestrel 1000, could be compromised, especially those that presented
and a thermo-hygrometer of the brand Betha, model lower values.
Ummi; the weather conditions were monitored during the The sprayings were performed with the electrostatic
essays. The experimental design was a completely system switched on and off, and subsequently, the spray
randomized, with 14 replicates for each treatment. The deposition on both systems was compared. The
statistical analysis were performed through the program experiment was conducted in a completely randomized
Sisvar version 5.3. design on a factorial scheme 2 x 5, consisted of two
To assess the influence of the distance of the spraying system (electrostatic system switched on/off)
target on the efficiency of droplets deposition using and five horizontal distances, with the target placed
the electrostatic spraying, the spray was built on a transversely and longitudinally to the spray jet, totalizing
base, remaining stationary during the spraying 80 experimental units.
performance. At each spraying performance , the sprayer was turned
Were used artificial targets made of wood, where on for 15 seconds until the stabilization of the air and liquid
grounded metal plaques were fixed. Two metal plaques flow. Afterwards, the spraying was carried out for 3 seconds.
were fixed on each target, being one of them transverse The spraying time was chosen according to the preliminary
and the other one longitudinal to the spraying jet. On essays, which showed that when the spraying time was
those plaques were fixed plastic labels of 14.5 x 3 cm, less than 3 seconds, the absorbance values were low,
which were used to determine the spray deposition. especially for distances greater than 2 m, and as mentioned
The sprayings were performed in five longitudinal before, the evaluations could be compromised. Although,
distances (1; 2; 3; 4 and 5 m), as shown on Figure 1. when spraying for more than 3 seconds, losses occurred at
It is worth mentioning that during the evaluations of the distances of 1 and 2 m, due to the spray draining.
liquid deposition using the spectrophotometer To evaluate the spray deposition, the methodology
methodology, no pattern was set to the size of the target, suggested by Palladini (2000) was used. The pigment used
thus, it was used the size of the plastic labels. According was the bright blue (Blue pigment FCF, Duas Rodas In-
to two preliminary essays using smaller labels with 2.5 x dustrial), internationally cataloged by “Food, Drug &
2.5 cm and 7.5 x 2.5 cm, the absorbance reading after the Cosmetic” as FD&C Blue n.1.

Figure 1. Scheme of the target and sprayer position during the liquid deposition evaluations. (1) Sprayer nozzle; (2) Spraying target;
(A) e (B) Three dimensions perspectives; (C) Frontal view; (D) Target details.

Rev. Ceres, Viçosa, v. 60, n.4, p. 474-479, jul/ago, 2013


Parameters of electrostatic spraying and its influence on the application efficiency 477

At first, 3 gL-1 of the pigment was added to the spray, the charge/mass ratio. Further, as it moves away from the
and from this mixture, samples of 1 mL were taken, from target, smaller droplets tend to evaporate during the
which 13 dilutions on distilled water were performed, trajectory, which can also affect the charge/mass ratio.
consisting the subsamples. The absorbance of the In electrostatic spraying, the greater is the charge/
subsamples were assessed using a spectrophotometer mass ratio, the greater is the spraying efficiency, as the
Biospectro, model SP-22, properly calibrated and adjusted droplets charge affects the electrical power, which affects
for absorbance readings in the range of 630 nm. Knowing the electrostatic field between the drop and the target.
the concentration of the samples and the volume of the There is no ideal charge/mass ratio for spraying,
dilutions, it was possible to determine the concentration however, the higher is the ratio, the better is the efficiency
of the subsamples (mg L -1) and, in addition to the of electrostatic spraying. According to Carlton et al.
absorbance values, the calibration curve of the pattern (1995), the minimum charge/mass ratio in electrostatic
solution was built. spraying for obtaining significant gains on drops
After he sprayings, the labels were packed in plastic deposition on the targets is 0.8 mC Kg-1. Law (1995) states
bags and 50 mL of distilled water were added and agitated that the minimum charge/mass ratio is from 1 to 2 mC kg-1.
for 30 seconds. Afterwards, one sample was taken and Although these values can be used as references, recent
assessed on the spectrophotometer. From the absorbance studies have shown that these lower values caused an
readings and using the calibration curve of the pattern increase of spray deposition on the target (Laryea & No,
solution, the absorbance data were transformed in 2005).
concentration values (mg L-1). With the initial pigment During the evaluation of liquid deposition, the
concentration data, the volume of the dilution used to temperature varied between 15 and 19 ºC, and the relative
wash the samples and the concentration detected by the humidity varied from 76 to 83%, with absence of wind.
spectrophotometer, it was possible to determine the volu- The calibration curve showed high correlation between
me captured by the target (Equation 2). the pigment concentration and the absorbance (Figure 3).
An interaction between the spray system and the
Ci Vi = Cf Vf (2)
distance was observed, proceeding thus the deployment
Where: of the interactions among the factors. For the spraying
system deployment (switched on/off), among each level
Ci = Inicial concentration of the sample (mg L-1);
of longitudinal distance, the average test was applied to
Vi = Volume captured by the target (mL); verify the electrostatic spraying effect. It was noticed that,
Cf = Concentration of the sample (mg L-1); e, when the target was placed transversely, the effect of the
Vf = Volume of the dilution (mL). electrostatic system was less prominent, compared to the
effect of the target placed longitudinally.
Finally, the spray deposition (µL cm-²) was determined Although the drop deposition increased with the target
using the data from the volume of spray captured by the in the transversal position and the system switched on in
target. The results were analysed through the program the most of the cases, these increases don’t differ
Sisvar, version 5.3. statistically (Table 1).

RESULTS AND DISCUSSION


During the evaluation of charge/mass ratio under
differetn spraying distances, the temperature remained
between 15 and 16 ºC, and the relative humidity was
between 79 and 81%, with absence of wind.
It was noticed that the charge/mass ratio was inversely
proportional to the distance between the spray tip and
the target. When spraying at the minimum distance from
the target, the charge/mass ratio was 4.11 mC kg-1, while
for the distance of 5 m, the ratio was 0.052 mC kg-1 (Figure
2). Similar results were found by Moon et al. (2003) e
Zhao et al. (2008).
The greater is the distance from the target, the greater
is the path to be traveled by the drop, and in this way the *Significant by test t (P>0,05)
drop faces air resistance, which causes loss of electric Figure 2. Q/M ratio at different distances between the sprayer
charge present in the droplets, causing the reduction in and the target.

Rev. Ceres, Viçosa, v. 60, n.4, p. 474-479, jul/ago, 2013


478 Robson Shigueaki Sasaki et al.

respectively. For the distances 3, 4 and 5 m, the Q/M


ration were 0.3, 0.17 and 0.005 mC Kg-1, and this is the
reason why the electrostatic system did not provide
increases on the liquid deposition. There are many
different opinions regarding to the minimum values for
Q/M ratio in order to provide significant gains on the
spray deposition. The charge/mass ratio that provided
an increase of spray deposition on the target was 0.6 mC
Kg-1, a value approximated to those reported by Carlton
et al. (1995).
Confirming the previous results, when performing the
Figure 3. Calibration for the pattern solution.
deployment of the spraying distance for each system, the
analyses were performed using regression. It was
The position of the target in relation to the jet spray
observed a tendency of increase de deposition by the
affects the deposition during the spraying. Marchi et
electrostatic system at distances up to 3 m in the longitu-
al. (2005) observed that the angle of the leaf in
dinal orientation (Figure 4).
Eichhornia crassipes affected the spray deposition.
In a spraying performance, when the hydraulic
Maski & Duraijaj (2010) observed that the orientation
principle is used on the drops fragmentation, the distance
direction regarding the target, in relation to the
from the spray tip to the target is usually 0.5 m, due to the
spraying, affected the electrostatic spraying,
uniform liquid distribution and to the deposition range.
corroborating the present study.
On a spray performance, depending on the target angle
and on the distance of the pneumatic nozzle, the direct
impact of the drop occurs or, the pneumatic strength is
greater than the electrical power, making the electrostatic
spraying cause no positive effects. In the present study,
the use of the target transversely did not provide increase
on the spray deposition, and for this reason, only the
target in the longitudinal position was considered for
analyses.
With the target longitudinally in relation to the spray
jet, it was observed that the electrostatic spraying system
increased the deposition up to the distance of 2 m, and
from this point, there were no significative gain on
deposition with the system (Table 2).
The reduction of the electrostatic system efficiency **Significant by test t (P>0,01).

can be due to the Q/M ratio, because as observed, for Figure 4. Liquid deposition according to the distance and to the
the distances 1 and 2 m, the Q/M ratio were 1.38 and 0.6, spraying system.

Table 1. Liquid deposition (µL cm-²) at different distances, with the target transversal to the spraying jet
Distance (m)
Electrostatic system
1 2 3 4 5
Switched on 4.49 b 1.57 a 0.45 a 0.21 a 0.2 a
Switched off 5.06 a 1.28 a 0.42 a 0.13 a 0.1 a
Averages followed by the same letter in the column do not differ by the test F (P>0,05).

Table 2. Liquid deposition (µL cm-²) at different distances, with the target longitudinal to the spraying jet
Distance (m)
Electrostatic system
1 2 3 4 5
Switched on 0.91 a 0.25 a 0.17 a 0.10 a 0.13 a
Switched off 0.42 b 0.11 b 0.12 a 0.09 a 0.09 a
Averages followed by the same letter in the column do not differ by the test F (P>0,05).

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Parameters of electrostatic spraying and its influence on the application efficiency 479

Yet, when using the conventional pneumatic principle, Maynagh BM, Ghobadian B, Jahannama MR & Hashjin TT (2009)
Effect of Electrostatic Induction Parameters on Droplets
the useful range of application is variable depending on Charging for Agricultural Application. Journal of Agricultural
the treatment to be performed and, in general, has a wide Science and Technology, 11:249-257.
application range. However, when combining the Moon JK, Lee DH, Kang TG & Yon KS (2003) A capacitive type
electrostatic and the pneumatic systems to determine the of electrostatic spraying nozzle. Journal of Electrostatics,
useful range of spraying, it must be considered, besides 57:363–379.
the treatment to be performed, the distance at which the Palladini LA (2000) Metodologia para avaliação da deposição em
pulverizações. Tese de Doutorado. Universidade Estadual
electrostatic system will be more efficient.
Paulista, Botucatu. 116p.
Silva ORRF, Carvalho OS & Marques L (2000) Determinação das
CONCLUSIONS perdas por escorrimento da pulverização eletrostática e con-
vencional sobre o cultivo do algodoeiro herbáceo. Revista Bra-
The Q/M ratio is inversely proportional to the distance sileira de Oleaginosas e Fibrosas, 4:123-130.
between the sprayer and the target. Silva ORRF, Marques L, Carvalho OS & Vieira RM (1997) Avalia-
The system was more efficient regarding to drops ção do depósito de gotas através da pulverização eletrostática e
da convencional sobre a cultura do algodoeiro. Revista Brasilei-
deposition when the target was longitudinal to the ra de Engenharia Agrícola Ambiental, 1:101-105.
spray jet.
Xiongkui H, Aijun Z, Yajia L & Jianli S (2011) Precision orchard
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Rev. Ceres, Viçosa, v. 60, n.4, p. 474-479, jul/ago, 2013


UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE AGRONOMIA

PRODUÇÃO, PERSISTÊNCIA E EFICIÊNCIA DA PULVERIZAÇÃO


ELETROSTÁTICA DE Isaria javanica NO MANEJO DE Bemisia tabaci

LARA LEAL FIGUEIREDO

Orientador:
Dr. Paulo Marçal Fernandes

Maio – 2018
LARA LEAL FIGUEIREDO

PRODUÇÃO, PERSISTÊNCIA E EFICIÊNCIA DA PULVERIZAÇÃO


ELETROSTÁTICA DE Isaria javanica NO MANEJO DE Bemisia tabaci

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-Graduação em Agronomia, da
Universidade Federal de Goiás, como
exigência à obtenção do título de Mestre
em Agronomia.
Área de Concentração: Fitossanidade.

Orientador:
Prof. Dr. Paulo Marçal Fernandes

Goiânia, GO - Brasil
2018
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do
Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.

Figueiredo, Lara Leal


Produção, persistência e eficiência da pulverização
eletrostática de Isaria javanica no manejo de Bemisia
tabaci [manuscrito] / Lara Leal Figueiredo. - 2018.
0 63 f.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Marçal Fernandes.


Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de
Goiás, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos
(EAEA), Programa de Pós Graduação em Agronomia,
Goiânia, 2018.
Bibliografia.
Inclui gráfico, tabelas.

1. Controle biológico. 2. Fungo entomopatogênico. 3.


Mosca branca. I. Fernandes, Prof. Paulo Marçal, orient. II.
Título.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado forças, ao longo de toda essa jornada, para finalizar está etapa.

Aos meus pais e familiares que me deram suporte para continuar os estudos e conquistar
mais essa vitória.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa


de estudo concedida para realização do curso. Ao Programa de Pós-Graduação em
Agronomia (PPGA) da Escola de Agronomia/UFG e todo seu corpo docente, por me
passar os conhecimentos necessários para a conclusão dessa dissertação. A Embrapa
Arroz e Feijão pela oportunidade de realização do trabalho.

Ao meu orientador Paulo Marçal Fernandes por ter me acolhido em um momento difícil.

A Janayne Maria Rezende pelas ideias, dicas e colaborações que só acrescentaram neste
trabalho. E também pelo carinho e paciência em sempre me receber quando precisei.

À banca examinadora da dissertação: Paulo Marçal Fernandes, Aniela Pilar Campos de


Melo e Marcos Fernandes Oliveira pela disponibilidade em contribuir com o trabalho.

Aos amigos Mariana Ortega, Matheus Le Senechal pela amizade e pelo apoio em todos
os momentos dessa caminhada. A Tássia Tuane não apenas pela amizade construída na
pós-graduação, mas também pela grande ajuda na estatística deste trabalho.

E a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho.

Muito obrigada a todos!


SUMÁRIO

RESUMO .........................................................................................................................9
ABSTRACT ...................................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................11
2 REVISÃO DE LITERATURA .....................................................................15
2.1 Bemisia tabaci MEAM1 ................................................................................15
2.1.1 Características gerais .................................................................................15
2.1.2 Danos de Bemisia tabaci ...............................................................................17
2.1.2.1 Danos Diretos ................................................................................................17
2.1.2.2 Danos Indiretos ...............................................................................................18
2.2 MANEJO DA MOSCA-BRANCA ...............................................................20
2.2.1 Controle químico ..........................................................................................20
2.2.2 Controle biológico ........................................................................................22
2.2.2.1 Parasitoides e predadores ..............................................................................23
2.2.2.2 Fungos entomopatogênicos ...........................................................................23
2.2.2.2.1 Isaria spp. ......................................................................................................24
2.3 PRODUÇÃO DE BIOINSETICIDA COM FUNGOS
ENTOMOPATOGÊNICOS ...........................................................................................25
2.3.1 Seleção de fungos entomopatogênicos ........................................................25
2.3.2 Produção de conídios de fungos entomopatogênicos ..................................26
2.3.3 Formulações com fungos entomopatogênicos ..............................................27
2.4 TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS..28
2.4.1 Pulverização eletrostática ...........................................................................29
2.4.2 Processos para geração de gotas com carga eletrostática .............................30

3 MATERIAL E MÉTODOS .........................................................................32


3.1 SELEÇÃO DE ISOLADOS DE Isaria javanica PARA PRODUÇÃO EM
ARROZ PARBOILIZADO ............................................................................................32
3.2 MÉTODOS DE APLICAÇÕES DO FUNGO ENTOMOPATOGÊNICO Isaria
javanica NO MANEJO DE Bemisia tabaci MEAM1 EM FEIJOEIRO ........................33
3.2.1 Obtenção das plantas de feijão ......................................................................33
3.2.2 Infestação de Bemisia tabaci em casa de vegetação .....................................33
3.2.3 Aplicação de bioinseticidas por meio de diferentes métodos ......................34
3.2.4 Delineamento experimental ............................................................................35
3.2.5 Avaliações de mortalidade de ninfas de mosca-branca ................................35
3.2.6 Análise estatística ...........................................................................................36
3.3 DEPOSIÇÃO E PERSISTÊNCIA DE CONÍDIOS DE Isaria javanica EM
FEIJOEIRO COMPARANDO MÉTODOS DE APLICAÇÃO ....................................36
3.3.1 Delineamento experimental .............................................................................37
3.3.2 Avaliações de deposição e persistência de conídios nas superfícies das folhas
de feijão ..........................................................................................................................37
3.3.3 Análise estatística .............................................................................................37

4 RESULTADOS ..................................................................................................38
4.1 SELEÇÃO DE ISOLADOS DE Isaria javanica PARA PRODUÇÃO EM ARROZ
PARBOILIZADO ...........................................................................................................38
4.2 MÉTODOS DE APLICAÇÕES DO FUNGO ENTOMOPATOGÊNICO Isaria
javanica NO MANEJO DE Bemisia tabaci MEAM1 EM FEIJOEIRO ........................39
4.3 DEPOSIÇÃO E PERSISTÊNCIA DE CONÍDIOS DE Isaria javanica EM
FEIJOEIRO COMPARANDO MÉTODOS DE APLICAÇÃO ....................................42

5 DISCUSSÃO .......................................................................................................44
5.1 SELEÇÃO DE ISOLADOS DE Isaria javanica PARA PRODUÇÃO EM
ARROZ PARBOILIZADO ............................................................................................44
5.2 MÉTODOS DE APLICAÇÕES DO FUNGO ENTOMOPATOGÊNICO Isaria
javanica NO MANEJO DE Bemisia tabaci MEAM1 EM FEIJOEIRO ........................45
5.3 DEPOSIÇÃO E PERSISTÊNCIA DE CONÍDIOS DE Isaria javanica EM
FEIJOEIRO COMPARANDO MÉTODOS DE APLICAÇÃO ....................................46

6 CONCLUSÕES .................................................................................................49

7 REFERÊNCIAS .................................................................................................50
RESUMO
FIGUEIREDO, L.L. Produção, persistência e eficiência da pulverização eletrostática de
Isaria javanica no manejo de Bemisia tabaci. 2018. 63 f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia: Fitossanidade) – Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, 2018.1.

A mosca-branca, Bemisia tabaci (Gennadius, 1889), é um inseto que tem uma


grande importância na agricultura mundial. Adapta-se facilmente a diversas culturas e
ambientes, assim, dificultando o seu manejo. O uso do fungo entomopatogênico Isaria
javanica é considerado uma tática promissora para o manejo de mosca-branca. Os objetivos
deste trabalho foram selecionar isolados de I. javanica com maior produção de conídios em
meio sólido; avaliar a eficiência de diferentes métodos de aplicações do fungo
entomopatogênico sobre ninfas de mosca-branca; quantificar o número de conídios
depositados na face abaxial das folhas de feijoeiro e avaliar a persistência dos conídios no
ambiente. Para avaliar a produção de conídios, foram utilizados três isolados de I. javanica
e colocados em Erlenmeyer contendo 200 gramas de arroz parboilizado. O isolada CNPAF
14 apresentou o maior rendimento de conídios (1,20 x 1010 conídios/grama de arroz). Na
avaliação da eficiência de diferentes métodos de pulverização foi utilizado o pulverizador
eletrostático, CO2 e Air brsuh. Plantas de feijão foram cultivadas em vasos na casa de
vegetação e infestadas com adultos de mosca-branca para a obtenção de ninfas. As plantas
de feijão com ninfas de 2º instar foram pulverizadas com solução de Tween 80® [0,05%],
suspensão do fungo I. javanica [1x107 conídios.mL-1] e espiromesifeno 0,5 L/ ha. Os
métodos de pulverização eletrostático e CO2 não apresentaram diferenças na mortalidade de
ninfas de mosca-branca. Para avaliar a deposição e a persistência de conídios foi utilizado o
isolado CNPAF 14 [5x106 conídios.mL-1]. A suspenção foi aplicada com o pulverizador
eletrostático e CO2 nas plantas de feijão em vasos na casa de vegetação. Os métodos de
pulverização não incrementar na quantidade de conídios depositados na face abaxial das
folhas de feijoeiro e não interferiram na persistência. Estudos futuros deverão ser conduzidos
para viabilizar a produção comercial do fungo entomopatogênico I. javanica para auxiliar
no manejo de B. tabaci.
Palavras chave: Controle biológico, fungos entomopatogênicos, mosca-branca.

______________________
1
Orientador: Profº Drº Paulo Marçal Fernandes
ABSTRACT
FIGUEIREDO, L.L. Production, persistence and efficiency of Isaria javanica
electrostatic spraying in the management of Bemisia tabaci. 2018. 63 f. Dissertation
(Master in Agronomy: Plant Health) – Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, 2018.1.

The whitefly, Bemisia tabaci (Gennadius, 1889), is an insect that has great
importance in world agriculture. It adapts easily to diverse cultures and environments, thus,
making it difficult to handle. The use of the entomopathogenic fungus Isaria javanica is
considered a promising tactic for the management of whitefly. The objectives of this work
were to select isolates of I. javanica with higher conidia production in solid medium; to
evaluate the efficiency of different methods of entomopathogenic fungus application on
whitefly nymphs; quantify the number of conidia deposited on the abaxial face of the bean
leaves and evaluate the persistence of the conidia in the environment. To evaluate the
production of conidia, three isolates of I. javanica were used and placed in Erlenmeyer
containing 200 grams of parboiled rice. The isolate CNPAF 14 presented the highest yield
of conidia (1.20 x 1010 conidia / gram of rice). In the evaluation of the efficiency of different
spraying methods, the electrostatic sprayer, CO2 and Air brsuh were used. Bean plants were
grown in pots in the greenhouse and infested with white-fly adults for nymphs. Bean plants
with 2nd instar nymphs were sprayed with Tween 80® solution [0.05%], suspension of
fungus I. javanica [1x107 conidia.mL-1] and spiromesifene 0.5 L / ha. The methods of
electrostatic spraying and CO2 did not show differences in the mortality of whitefly nymphs.
To evaluate the deposition and the persistence of conidia was used the isolate CNPAF 14
[5x106 conidia.mL-1]. Suspension was applied with the electrostatic sprayer and CO2 in the
potted bean plants in the greenhouse. The spraying methods did not increase the amount of
conidia deposited on the abaxial face of the bean leaves and did not interfere in the
persistence. Future studies should be conducted to enable commercial production of the
entomopathogenic fungus I. javanica to assist in the management of B. tabaci.

Key words: Biological control, entomopathogenic fungi, whitefly.

______________________
1
Orientador: Profº Drº Paulo Marçal Fernandes
1 INTRODUÇÃO

A mosca-branca Bemisia tabaci (Gennadius, 1889) (Hemiptera: Aleyrodidae) foi


descrita há mais de 100 anos, e desde então se tornou uma das pragas mais importantes do
mundo na agricultura tropical e subtropical, bem como em cultivo protegido (Oliveira et al.,
2001). Adapta-se facilmente a novas plantas hospedeiras e regiões geográficas, tendo sido
observada em todos os continentes, exceto na Antártida (Martin, 2000; Oliveira et al., 2001).
O transporte internacional de material vegetal e de pessoas, bem como o aumento da
produção e das áreas agrícolas, tem contribuído para a propagação geográfica desta espécie
(Stansly & Naranjo, 2010).
Esta espécie pertence a um complexo de espécies morfologicamente
semelhantes, que estão em constante evolução. No Brasil há, pelo menos, três biótipos de B.
tabaci que também estão sendo chamados de espécies crípticas, segundo classificação
proposta recentemente por De Barro et al. (2011). São elas: Middle East Ásia Menor 1 -
MEAM1, Novo Mundo e Novo Mundo 2 e mais recentemente a mosca-branca
Mediterrâneo- MED (Barbosa et al., 2015). Os biótipos MEAM1 e MED são consideradas
altamente invasivas. O biótipo MED é resistente aos inseticidas neonicotinóides e juvenóides
e também transmite espécies de vírus que não ainda estão presentes no Brasil, tais como o
ToTV (Torrado Tomato Vírus) e o TYLCV (Tomato Yellow Leaf Curl Vírus), importantes
doenças virais no tomate em países que ocorrem o biótipo MED.
Perdas excessivas na produção de grãos, hortaliças e plantas ornamentais por B.
tabaci MEAM1 tem sido observada no mundo todo. As perdas são decorrentes da
transmissão de vírus (mais de 150 espécies), injurias diretas pela alimentação da seiva do
floema, por causar distúrbios fisiológicos na planta, e pela excreção de substância açucarada
que favorece o crescimento de fungos nas folhas (fumagina) (Oliveira et al., 2001; Lapidot
& Polston, 2010).
12

Esta espécie cosmopolita alimenta-se de mais de 600 espécies de plantas e a


gama de plantas hospedeiras tem aumentado no decorrer do tempo, o que tem sido atribuído
entre outras razões, ao uso de práticas agrícolas de monocultivo irrigado (Secker et al., 1998;
Oliveira et al., 2001). Este grande número de hospedeiros tem permitido que a mosca-branca
reproduza e migre de forma rápida tanto nos vários hospedeiros silvestres e nos cultivados
como o algodão, soja, tomate, feijão, batata, melão, etc (Quintela et al. 2001). Nuvens do
inseto têm sido observadas no Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraná, Mato Grosso e
Goiás, provocando perdas de 30% a 100% em diversos cultivos (Quintela et al., 2013a).
Recentemente, a mosca-branca foi também observada em gramínea, completando seu ciclo
(ovo a adulto) em plantas de milho (Quintela et al., 2016). A colonização de milho pelo
biótipo MEAM1 de B. tabaci é uma ameaça potencial para outras espécies comerciais de
gramíneas, incluindo o sorgo, o capim Brachiaria e cana de açúcar que são cultivados
extensivamente no Brasil.
O principal método de manejo da B. tabaci é baseado no uso de inseticidas
químicos sintéticos (Palumbo et al., 2001). Estes inseticidas que são aplicados várias vezes,
praticamente durante todo o ano nas diversas culturas, tem resultado na seleção de indivíduos
resistentes a diversos grupos químicos, tais como os organofosforados (Ahmad et al., 2002;
Omer et al., 1993a; 1993b), carbamatos (Omer et al., 1993a), piretróides (Omer et al., 1993a;
Cahill et al., 1995; Ahmad et al., 2002), ciclodienos (Perry, 1985; Ahmad et al., 1987),
reguladores de crescimento (Cahill et al., 1994; 1996b; Dennehy & Williams, 1997) e
neonicotinóides (Cahill et al., 1996a; Elbert & Nauem, 2000; Dennehy et al., 2005; Silva et
al., 2009; Cardoso, 2014). Além disso, as aplicações exageradas desses produtos oferecem
riscos ao ambiente e à saúde humana. Tendo em vista os danos expressivos causados por
esta praga a diversos cultivos e a redução na eficiência dos inseticidas químicos (Silva et al.,
2009; Cardoso, 2014), outras medidas de controle devem ser estudadas para que se possa
manejar eficientemente esta praga.
O manejo integrado de pragas consiste no emprego de diferentes métodos de
controle para reduzir a população da praga para níveis que não causem danos econômicos
aos cultivos (Quintela et al., 2013b). O controle integrado para mosca-branca baseia-se no
uso de cultivares resistentes, controle biológico e cultural (Hilje et al., 2001). Entre estes, o
controle biológico é uma das táticas mais promissoras, pois existe uma grande diversidade
de inimigos naturais e patógenos no campo que podem ter potencial para serem utilizados
no controle da mosca-branca. Arnó et al. (2010) relataram mais de 150 espécies de
13

predadores, 72 espécies de parasitoides e 11 espécies de fungos de ocorrência natural


associados a B. tabaci ao redor do mundo.
Vários fungos entomopatogênicos como Beauveria bassiana (Bals-Criv.) Vuill.
e Isaria spp, (Ascomycota: Cordycipitaceae) têm sido reconhecidos como importantes
agentes de controle biológico de aleirodídeos-praga. Os fungos entomopatogênicos são
capazes de infectar ativamente pela cutícula de seus hospedeiros, uma vantagem para o
manejo de insetos sugadores.
O número de registros de produtos biológicos no Ministério da Agricultura e
Abastecimento no Brasil vem aumentando, sendo que em 2017 existiam 16 produtos
registrados do fungo B. bassiana (Agrofit, 2018). Em contrapartida, o fungo Isaria ssp.
apresenta uma gama menor de hospedeiros e a sua produção ainda é muito pequena. No
Brasil, até 2017, existiam apenas dois produtos registrados do fungo Isaria fumosorosea
(Agrofit, 2018). Mas a busca por alternativas para o controle de insetos-pragas, torna o uso
do fungo entomopatogênico Isaria ssp. uma alternativa promissora.
O potencial epizoótico de certos fungos em populações de mosca-branca limita
o crescimento populacional dessa praga, como é o caso do Isaria spp., que tem exercido
importante papel como agente de mortalidade natural. Na safra 2012/2013, epizootias de
Isaria javanica (Frieder e Bally) Samson e Hywell-Jones foram observadas sobre ninfas e
adultos da mosca-branca no feijoeiro, soja, tomate e goiabeira no Distrito Federal e Goiás
(Quintela et al., 2016). Apesar da capacidade desses microrganismos causarem doenças nos
insetos, nem sempre a infecção é eficaz em nível de campo, pois vários fatores bióticos e
abióticos podem interferir na interação fungo/inseto/planta hospedeira (Dubovskiy et al.,
2014).
A descoberta, produção e formulação de agentes microbianos constituem
componentes importantes no desenvolvimento de produtos de controle biológico eficazes e
de alta qualidade. A seleção de microrganismos em laboratório envolve alguns fatores
biológicos. Entre as qualidades desejadas para a seleção de fungo entomopatogênico
destacam-se: alta eficiência no controle, grande capacidade de disseminação, resistência à
condições adversas, além de qualidades industriais como ótima produção de conídios e taxa
de crescimento elevada e manter por longo tempo a sua viabilidade e infectividade, entre
outras qualidades (Alves, 1998; Frigo & Azevedo, 1986).
Os fungos entomopatogênicos ao serem aplicados sob condições de campo estão
sujeitos à ação de fatores bióticos e abióticos, que podem influenciar na sua sobrevivência,
14

propagação e infecção do hospedeiro (Goettel et al., 2000). Entre os abióticos, destaca-se a


temperatura, umidade e a radiação ultravioleta que podem afetar a sobrevivência dos fungos
(Braga et al., 2001).
Os métodos de aplicação de produtos fitossanitários empregados atualmente são
desperdiçadores e pouco adequados ao novo conceito de sustentabilidade (Chaim et al.,
2002). Antuniassi e Baio (2004) descrevem fatores importantes para o sucesso das aplicações
dos produtos fitossanitários, considerando as relações entre o tipo de alvo a ser atingido, a
forma de ação do produto e a técnica utilizada na aplicação. Qualquer quantidade de produto
químico (ou agente de outra natureza) que não atinja o alvo não terá qualquer eficácia e
estará representado como uma forma de perda (Matuo, 1998). O método de pulverização
eletrostática trata da eletrificação das gotas pulverizadas a fim de que sejam fortemente
atraídas pela planta e que atinjam áreas ou alvos difíceis de serem atingidos pelo processo
de pulverização com bicos hidráulicos convencionais. Dessa forma, a pulverização
eletrostática se apresenta como uma alternativa promissora para redução de perdas na
aplicação (Chaim, 2006).
Assim presente trabalho teve como objetivos:
 Selecionar o isolado mais produtivo de Isaria javanica em meio sólido
(arroz), visando à otimização da produção do mesmo para controle de
Bemisia tabaci;
 Avaliar diferentes métodos de aplicações na eficiência do fungo
entomopatogênico Isaria javanica sobre ninfas de Bemisia tabaci;
 Quantificar o número de conídios depositados nas folhas de feijoeiro e
avaliar a persistência dos conídios no ambiente.
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Bemisia tabaci MEAM1

2.1.1 Características gerais

A mosca-branca, Bemisia tabaci, faz parte da ordem Hemiptera, subordem


Sternorrhyncha e família Aleyrodidae. Pertence a um complexo de espécies
morfologicamente semelhantes, que estão em constante evolução. Compreende onze
grupos bem definidos e contém pelo menos 24 espécies morfologicamente
indistinguíveis, definidas como espécies crípticas (De Barro et al., 2011). Atualmente, no
Brasil, foram identificados os biótipos Middle East Ásia Menor 1 - MEAM1 (biótipo B),
Novo Mundo, Novo Mundo 2 (biótipo A) e mais recente a Mediterrâneo – MED (biótipo
Q) (Barbosa et al., 2015). No entanto, o MEAM1 é o biótipo prevalente e altamente
invasiva causando danos expressivos aos cultivos no Brasil (Quintela et al., 2016) e têm
recebido destaque devido ao status de praga mundial e à sua capacidade de causar
distúrbios fisiológicos (Perring, 2001).
A mosca-branca apresenta metamorfose incompleta ou hemimetabolia,
passando pelas fases de ovo, ninfa (I, II, III e IV/pupário) e adulto durante o seu ciclo de
desenvolvimento. As ninfas de primeiro ínstar são móveis, apresentam formato elíptico e
coloração branco-esverdeada além de ser plana ventralmente e convexa dorsalmente. No
segundo ínstar, os insetos se fixam, se tornam ovalados e apresentam olhos brilhantes
(Eichelkraut & Cardona, 1990). Já no terceiro instar têm formato elíptico e se tornam
translúcidos, deixando à mostra os estiletes e os olhos vermelhos brilhantes (Quintela,
2002). O quarto ínstar é caracterizado pelo formato oval, sendo a parte cefálica
arredondada e a caudal com terminação em ponta.
Os adultos são pequenos, medem de 1 a 2 mm de comprimento, sendo as fêmeas
maiores que os machos; possuem dois pares de asas membranosas, recobertas por uma
substância pulverulenta branca. A reprodução pode ocorrer de forma sexual ou
partenogenética. O acasalamento dos insetos ocorre logo após a emergência dos adultos
(12 a 48 horas) e se repete diversas vezes durante a sua vida. As fêmeas depositam de 10
16

a 300 ovos durante sua vida, sendo a fecundidade influenciada pela temperatura e pela planta
hospedeira; na falta de alimento, a postura pode ser interrompida. Os ovos apresentam
formato periforme, com comprimento médio de 0,2 mm, coloração amarela nos primeiros
dias e marrom quando próximos da eclosão; são depositados de modo irregular na face
inferior das folhas, ficando presos por um pedúnculo curto (Eichelkraut & Cardona, 1990;
Villas Bôas et al., 1997; Gallo et al., 2002). A oviposição ocorre preferencialmente na face
abaxial das folhas jovens, com pilosidade moderada, o que se deve ao fato de esse tipo de
folha conferir proteção contra o vento e dessecação (Souza, 2004).
Tanto os adultos como as ninfas possuem aparelho bucal do tipo sugador labial
tetraqueta, em que as mandíbulas e as maxilas formam um tubo duplo que é inserido até o
floema, de onde retiram a seiva elaborada que lhes serve de alimento (Villas Bôas et al.,
1997; Gallo et al., 2002; Walker et al., 2010).
Os hospedeiros preferenciais da mosca-branca são: cucurbitáceas (abobrinha,
melancia, melão e chuchu), solanáceas (tomate, berinjela, pimentão, tabaco, pimenta e jiló),
brássicas (brócolos e repolho), leguminosas (feijão e feijão-vagem), algodão, mandioca,
alface e quiabo, além de plantas ornamentais, daninhas e silvestres (Villas Bôas et al., 1997).
Brown et al. (1995) relataram que a gama de plantas hospedeiras de B. tabaci tem aumentado
no decorrer do tempo, o que tem sido atribuído entre outras razões, ao uso de práticas
agrícolas de monocultivo irrigado. Foi constatado que a B. tabaci espécie Novo Mundo 2
tem pouco mais de cem plantas hospedeiras, enquanto que a espécie MEAM1 já foi
encontrado em mais de seiscentas espécies vegetais, das quais 50% estão restritas a somente
cinco famílias: Fabaceae, Asteraceae, Malvaceae, Solanaceae e Euphorbiaceae (Brown et
al., 1995; De Barro, 1995; Oliveira et al., 2001). A existência de uma associação entre biótipo
e planta hospedeira poderá resultar biótipos específicos para um número restrito de plantas,
considerando-se que deve haver um custo adaptativo na manutenção de um largo espectro
de hospedeiros.
Segundo Lima e Lara (2001), as moscas-brancas, como todos os insetos, assim
que entram em uma determinada área, passam a selecionar as plantas hospedeiras adequadas.
A maioria das espécies respondem à cor como um estímulo para aterrissar nos locais de
alimentação e oviposição. A seleção de planta após o pouso é feita por picadas de prova.
Pollard (1995), descrevendo o hábito alimentar de B. tabaci, em algodoeiro, registrou como
efeitos macroscópicos desta alimentação, a deposição de “honeydew“ na folha, ocorrência
de clorose pela saliva da ninfa removendo clorofila e amido, desenvolvimento de
17

antocianina, queda de folhas e redução na razão de crescimento. Os estiletes das ninfas


alcançam o floema por penetração intercelular. A bainha estiletar ou salivar é rara e de
constrição anular. Em 82% dos casos, o floema foi alcançado e a injúria nos tecidos se
restringiu à destruição de alguns cloroplastos adjacentes e plasmólise ocasional. O floema
não foi bloqueado nem danificado.
A discriminação da planta pelo inseto é feita com base em características físicas
e químicas. Como características físicas externas importantes para Bemisia spp. estão a
pilosidade, os tricomas glandulares, o formato da folha e, provavelmente, o microclima, o
pH da folha destaca-se como a principal característica química interna. Estudos de
microscopia eletrônica do ápice do lábio de seis espécies de mosca-branca, incluindo B.
tabaci, revelaram que todas possuem sete pares de sensilos simetricamente posicionados
sobre ou ao lado do encaixe labial, com função aparentemente quimio-sensorial (Walker &
Perring, 1994).

2.1.2 Danos de Bemisia tabaci

No Brasil, B. tabaci biótipo MEAM1 tem sido problema sério desde 1995, e as
perdas causadas por esta praga atingiram valores de cerca de milhões de dólares, em culturas
de feijão, algodoeiro, melão e hortaliças (Oliveira et al., 2001). Os danos causados pela
mosca-branca podem ser diretos e indiretos, em geral são: destruição de células, redução do
processo de fotossíntese e respiração da planta, inoculação de toxinas e transmissão de vírus
fitopatogênicos (Pollard, 1955; Buntin et al., 1993; Barbosa et al., 2002).

2.1.2.1 Danos Diretos

Os danos diretos ocorrem quando o inseto suga a seiva das plantas, provocando
alterações em seu desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, reduzindo a produtividade e a
qualidade dos frutos. Em abobrinha, essa desordem é responsável pelo prateamento das
folhas. Em brássicas, há um branqueamento do caule. Em poinsétia e outras ornamentais
ocorre um clareamento das veias na folhagem. Em algodão há a queda precoce de folhas, e
as fibras tornam-se manchadas pela secreção do inseto (Villas Bôas, 2005).
Na produção do tomate, as perdas na produção podem atingir 100%. Os danos
diretos provocados pela sucção da seiva da região do floema, comprometem a capacidade
18

fotossintética da planta, favorecendo a formação de fumagina, provocando amadurecimento


irregular do fruto, os quais ficam com aspecto esponjoso e alterando a consistência da polpa
(Gallo et al., 2002).

2.1.2.2 Danos Indiretos

As ninfas e adultos alimentam-se sugando a seiva do floema das plantas, que é


rica em aminoácidos que são utilizados no seu desenvolvimento. Ao se alimentarem
eliminam continuamente grande quantidade de “honeydew”, substância rica em carboidratos
que favorece o crescimento do fungo Capnodium sp., chamado de fumagina. A fumagina
sobre a superfície das folhas reduz a incidência da radiação solar e, consequentemente da
atividade fotossintética, causando danos indiretos. O dano indireto, considerado o mais
importante, ocorre pela transmissão de vírus no processo de alimentação dos adultos que
transmitem o vírus de plantas infectadas para plantas sadias (Fernandes, 1998; Martin et al.,
2000; Jones, 2003). Esse inseto destaca-se como um dos mais importantes vetores de
patógenos, transmitindo mais de 300 fitoviroses, sendo os únicos transmissores de
geminivírus (Jones, 2003; Navas-Castillo et al., 2011; Polston et al., 2014). Na cultura do
feijoeiro, os danos diretos são pouco expressivos. Já os danos indiretos, sobretudo a
transmissão de vírus, são os principais responsáveis pela importância da mosca-branca nesta
cultura (Faria, 1997; Stansly e Naranjo, 2010; Faria et al., 2016).
A transmissão de viroses na planta pela B. tabaci é do tipo circulativa ou
persistente, para a planta hospedeira, no ato da sucção da seiva, podendo levar a planta à
morte (Villas Bôas et al., 1997). Ao se alimentar, o inseto adquire partículas virais, que
circulam livremente pelo seu corpo através da hemolinfa até chegar às glândulas salivares.
Assim, quando o inseto que contém o vírus se alimenta de uma planta sadia, ele inocula junto
com a saliva as partículas virais, contaminando a planta (Villas Bôas et al., 1997).
O principal vírus que a mosca-branca transmite para o feijoeiro é o Bean golden
mosaic vírus (BGMV) (Faria, 1997; Stansly & Naranjo, 2010). O BGMV é um vírus do
gênero Begomovirus, família Geminiviridae com material genético do tipo DNA (Gilbertson
et al., 1993). Caracteriza-se por apresentar partículas geminadas e resultar em sintoma de
mosaico nas plantas hospedeiras (Faria et al., 2000). No feijoeiro, os principais sintomas do
vírus mosaico dourado são a redução do crescimento da planta, a deformação e o
amarelecimento das folhas, a deformação das vagens, a redução do número e do tamanho
19

das vagens, a redução do número, do tamanho e do peso médio de sementes. Em condições


de campo, os primeiros sintomas aparecem de 14 a 17 dias após o plantio, quando ocorre
alta infestação de moscas virulíferas (Faria, 1997).
No Brasil, em condições de campo, as perdas causadas pelo BGMV ficam em
torno de 40% a 85%, podendo chegar a 100% quando ocorrem altas populações da mosca-
branca no início de desenvolvimento da planta do feijão, dependendo da cultivar, do estágio
das plantas quando infectadas e do isolado do vírus (Menten et al., 1980; Rocha & Sartorato,
1980; Galvez & Morales 1989; Quintela, 2004). As perdas anuais variam entre 90.000 e
280.000 toneladas na produção de feijão, e em muitas regiões o cultivo dessa leguminosa
tem sido inviabilizado devido à alta prevalência do BGMV (Aragão, 2014).
Em plantas de tomateiro, B. tabaci MEAM1 é apontada como uma das principais
pragas da cultura e seu controle é dificultado pelo seu hábito de permanecer na face abaxial
das folhas (Villas Bôas et al.,1997). Esse inseto pode ocasionar perdas de até 100% na
produção de tomate. A sucção da seiva da região do floema e ação toxicogênica resulta em
amarelecimento dos frutos e alterações na consistência da polpa (Gallo et al., 2002). Os
geminivírus transmitidos pela praga causam amarelecimento e nanismo das plantas, além do
enrugamento das folhas terminais (Villas Bôas et al., 1997).
Foi observado recentemente, o Cowpea mild mottle virus (CpMMV) do gênero
Carlavirus, em altos níveis de infestação em linhagens de feijoeiro geneticamente
modificado nos ensaios de valor de cultivo e uso realizados pela Embrapa. Acredita-se que
essa doença já estivesse presente no feijoeiro, mas os seus sintomas eram camuflados pela
presença do BGMV que é uma doença muito mais agressiva. O CpMMV já tinha sido
descrita no Brasil no ano de 1979 como um carlavírus infectante de plantas de feijão cultivar
Jalo (Costa et al., 1981).
Em 1979, Costa et al. (1981) descreveram CpMMV como sendo transmitido pela
mosca-branca, com sintomas de um mosaico amarelo bastante conspícuo em plantas de
feijoeiro cv. Jalo e de mosqueado ou infecção latente em outras variedades, ao qual deram o
nome de vírus do mosaico angular do feijoeiro jalo (Bean angular mosaic virus -BAMV).
Esse vírus foi constatado como sendo semelhante ao CpMMV e, posteriormente,
determinado sendo o mesmo (Costa et al., 1983).
Costa et al. (1983) e Marubayashi et al. (2010) descreveram a relação vírus-vetor
do CpMMV como do tipo não persistente, não circulativa. Isto é, o vírus é perdido
20

rapidamente quando moscas-brancas adultas infectadas pelo vírus se alimentam por quatro
horas ou mais em plantas sadias de feijoeiro, sendo a capacidade infectiva perdida.
O CpMMV pode ser transmitido facilmente por inoculação mecânica e, também,
pela mosca-branca. Costa et al. (1983), em seus estudos de transmissão com B. tabaci em
feijoeiro cv. Jalo, verificaram que com apenas um inseto pode-se transmitir o vírus, mas em
porcentagem relativamente baixa, com 6,7%. Nesse ensaio, ao se utilizarem nove insetos por
planta a taxa de transmissão foi, em média, de 44,7%.
Na soja os sintomas são necrose na haste, queima do broto, escurecimento do
pecíolo e das nervuras foliares, nanismo e deformação no limbo e mosaico de aspecto
bolhoso. Os sintomas manifestam-se 15 dias após a inoculação. Em secções ultrafinas
observadas em microscópio eletrônico é possível notar presença de partículas falcadas,
agrupadas na forma de feixes em plantas de soja, característicos de infecção por carlavírus
(Marubayashi, 2006).

2.2 MANEJO DA MOSCA-BRANCA

2.2.1 Controle químico

Em muitos sistemas agrícolas o uso de agrotóxicos é uma estratégia primária


empregada no controle de B. tabaci. Isto foi, principalmente, evidenciado nos EUA durante
a década passada, onde B. tabaci demonstrou um potencial para causar danos de milhões de
dólares em diversas culturas (Palumbo et al., 2001). Segundo este autor, a longo prazo, a
sustentação do manejo de B. tabaci com inseticidas tem-se tornado difícil, tanto em campo
como em cultivo protegido. Em muitos cultivos, repetidas aplicações de inseticidas têm sido
necessárias, e frequentemente resultam no uso excessivo destes agrotóxicos e selecionam
indivíduos resistentes.
Os inseticidas mais utilizados, atualmente, para o controle da mosca-branca são os
neonicotinóides, juvenóides e os inibidores de síntese de quitina, além das misturas de
neonicotinóides + piretróides. O uso de neonicotinóides, tanto individualmente como em
misturas, tem se tornado a principal ferramenta no controle de adultos da mosca-branca
(Quintela et al., 2013a).
Segundo Palumbo et al. (2001) o primeiro inseticida neonicotinóide registrado
para B. tabaci foi o imidacloprid. Este mostrou um período residual longo e eficiente contra
21

B. tabaci em muitas culturas, quando utilizado no tratamento de sementes, no solo e aplicado


sobre as folhas. Embora essa formulação tenha sido utilizada para o controle de insetos em
vários países do mundo desde 1991, o tratamento do solo com aplicações de imidacloprid,
foi primeiramente utilizado nos últimos anos para o controle de B. tabaci em diversas
culturas anuais, melão e em casas-de-vegetação.
Vários inseticidas neonicotinóides surgiram, além do imidacloprid, como
thiamethoxam, thiacloprid e acetamiprid, para controle de mosca-branca e afídeos (Liu,
2004). Contudo, em testes realizados por Scarpellini et al. (2002) na cultura do feijoeiro,
nenhum dos tratamentos utilizados, com imidacloprid, thiamethoxam e diafenthiuron,
apresentaram eficiência satisfatória no controle de adultos de B. tabaci MEAM1, devido a
altas infestações em culturas vizinhas.
A necessidade de uma grande diversidade de inseticidas para o controle de B.
tabaci, foi encontrada com o desenvolvimento dos inseticidas reguladores de crescimento
(IGRs). O buprofezin foi o primeiro IGR seletivo disponível no mercado para o controle de
B. tabaci (Horowitz & Ishaaya, 1992). Ele atua inibindo a síntese de quitina, agindo
especificamente no desenvolvimento das formas imaturas resultando na mortalidade de
ninfas durante a ecdise. Segundo Sohrabi et al. (2011) o buprofezin retardou a eclosão dos
ovos e foi eficiente no controle de ninfas até o terceiro ínstar, sendo que as ninfas no quarto
ínstar foram menos suscetíveis a esta molécula. Ainda segundo estes autores este inseticida
reduz a longevidade dos adultos de mosca-branca.
O flupyradifurone e o spiromesifen são inseticidas que apresentam alta eficiência
no controle de B. tabaci e possuem perfis toxicológicos e ecotoxicológicos favoráveis
(Nicolaus et al., 2005; Nauen et al., 2015). O spiromesifen é um inseticida com mecanismo
de ação que atua no controle de mosca-branca e ácaros, principalmente em suas formas
jovens (Bretschneider et al., 2003). Esta molécula age na biossíntese de lipídios, inibindo a
lipogênese, principalmente pelo efeito na acetil CoA-carbolxylase (Nauen et al., 2003).
Segundo Liu (2004), o spiromesifen foi altamente toxico a ninfas de B. tabaci, em testes de
laboratório com melão (cantaloupe, var. “Primo”) e couve (var. “Georgia LS”),
especialmente para ninfas de primeiro e segundo ínstar. O efeito não-tóxico do produto foi
observado sobre os ovos, no entanto, sobre ninfas recém-eclodidas de ovos tratados com
spiromesifen, a mortalidade ocorreu rapidamente, após se tornarem sésseis sobre a superfície
das folhas tratadas. Para ninfas de terceiro e quarto ínstar e para adultos, o spiromesifen
causou baixa a moderada mortalidade.
22

O flupyradifurone é um inseticida sistêmico que pertence a uma nova classe


química, butenolida (Nauen et al., 2015). Este inseticida interage com os receptores de
acetilcolina agindo como agonista. O efeito dessa molécula nos receptores induz uma
corrente iônica despolarizadora com subsequente excitação da célula nervosa. Ao contrário
da acetilcolina, o flupyradifurone não pode ser inativado pela acetilcolinesterase, resultando
em desordem no sistema nervoso e a morte dos insetos tratados (Nauen et al., 2015). Este
inseticida apresenta efeito rápido em vários insetos sugadores e excelente eficiência no
campo em diversas culturas e em diferentes métodos de aplicação incluindo pulverização
foliar e tratamento do solo e das sementes. Além disso, esta molécula é eficaz no controle
de insetos resistentes a outros inseticidas químicos como neonicotinoides e pymetrozine
(Nauen et al., 2015). No entanto, o flupyradifurone ainda não está registrado para o controle
de mosca-branca na cultura do feijoeiro no Brasil. Está registrado apenas para as culturas de
café, citros, couve e fumo (Agrofit, 2018).

Para o desenvolvimento de estratégias de manejo de B. tabaci, um dos pontos


fundamentais é a disponibilidade de produtos eficientes e seletivos a inimigos naturais. Além
disso, outras estratégias podem ser utilizadas, como a redução na taxa de aplicação, uso de
produtos menos persistentes, mudanças temporais e espaciais dos métodos de aplicação e na
formulação. O uso, de formulações sistêmicas como o imidacloprid, entre outros inseticidas
do gênero (Naranjo, 2001), visa alcançar seletividade evitando contaminação da superfície
de planta.

2.2.2 Controle biológico

A mosca-branca possui diversos inimigos naturais que podem ser efetivos para
seu controle, destacando-se parasitoides, predadores e patógenos. No controle microbiano,
os fungos entomopatogênicos têm sido os mais utilizados, representando uma importante
tática dentro do manejo integrado desta praga.
23

2.2.2.1. Parasitoides e predadores

Um grande número de inimigos naturais é encontrado associados ou atacando B.


tabaci. Gerling et al. (2001) catalogou 114 artrópodes predadores de B. tabaci pertencentes
a 9 ordens e 31 famílias. Muitos predadores são generalistas, e avaliações reais de predação
são difíceis em condições de campo, enquanto que, para parasitoides que atacam B. tabaci,
esta avaliação é mais simples.
Segundo Gerling et al. (2001), o controle biológico de B. tabaci tem sido realizado
basicamente através da utilização de himenópteros parasitos dos gêneros Encarsia Foerster
e Eretmocerus Haldeman (Hymenoptera: Aphelinidae). Há uma estimativa incluindo 34
espécies de Encarsia (Hymenoptera: Aphelinidae), 14 espécies de Eretmocerus
(Hymenoptera: Aphelinidae) e muitas espécies pertencentes aos gêneros Amitus
(Hymenoptera: Platygasteridae) e Metaphycus (Hymenoptera: Encyrtidae) parasitando B.
tabaci (Naranjo, 2001). Também foi descrito um hiperparasitoide em mosca-branca do
gênero Signiphora spp. (Hymenoptera: Signiphoridae).
A produção e comercialização de inimigos naturais têm crescido muito. Entre 2011
e 2014, o mercado mundial de produtos biológicos destinados à agricultura teve crescimento
médio de 15,3% ao ano. No Brasil, a expectativa é manter essa curva ascendente com espaço
para um incremento ainda maior, de até 20% ao ano (ABCBio, 2016). A produção massal
de inimigos naturais se desenvolveu muito rapidamente durante as três últimas décadas.
Além do crescimento no número de produtores, o número de espécies disponíveis no
mercado tem aumentado expressivamente, e uma visível evolução nos métodos de produção
massal também tem sido observada (Faion, 2004).

2.2.2.2 Fungos entomopatogênicos

Os primeiros patógenos a serem utilizados no controle biológico de insetos


foram os fungos (Davidson, 2012) que em sua grande maioria estão concentrados na ordem
Hypocreales (Shapiro-Ilan et al., 2012). A maioria dos gêneros de fungos
entomopatogênicos já relatados ocorre no Brasil, sendo que, desses, mais de 20 incidem
sobre pragas de importância econômica (Alves, 1998). A rota de infecção mais comum
utilizada por esses microrganismos é através do tegumento embora a infecção via trato
digestivo também seja possível (Inglis et al., 2012). A transferência dos propágulos deste
24

patógeno é realizada horizontalmente o que proporciona a ocorrência de epizootias, sendo o


vento e a chuva os principais fatores abióticos responsáveis pela sua dispersão (Shapiro-Ilan
et al. 2012).
Dentre os fungos entomopatogênicos mais utilizados tanto no controle de insetos
e ácaros como na forma de ingredientes ativos de produtos comerciais estão, Beauveria
bassiana (Bals.) Vuill., B. brongniartii (Sacc.) Petch, Isaria fumosorosea Wize e
Lecanicillium spp. (Ascomycota: Hypocreales: Cordycipitaceae) e Metarhizium spp.
(Ascomycota: Hypocreales: Clavicipitaceae) (Faria & Wraight, 2007).

2.2.2.2.1 Isaria spp.

O gênero Isaria é um grupo de muitas espécies que podem infectar diferentes


ordens de insetos em todas as fases do desenvolvimento do inseto e pode ser frequentemente
isolada do solo (Samson, 1974; Tigano-Milani et al., 1993). Os conídios são geralmente de
cor hialina, unicelular e produzidos em cadeias basípeta.
Representantes do gênero Isaria foram, por mais de 30 anos, incluídos na seção
Isarioidea do gênero de Paecilomyces que, posteriormente foi reconhecido como sendo
polifilético. Estudos filogenéticos reportaram, portanto, que Isaria é um grupo monofilético
dentro da família Cordycipitaceae apresentando no seu clado as espécies I. amoenerosea, I.
cateniannulatus, I. cateniobliquus, I. cicadae, I. farinosa, I. fumosorosea, I. ghanensis, I.
javanica e I. tenuipes (Luangsa-Ard et al., 2005; Sung et al., 2007; Zimmermann, 2008).
Este gênero tem ampla ocorrência pelo mundo infectando um número relativamente alto de
hospedeiros (Zimmermann, 2008). Os produtos biológicos a base de Isaria spp, tem como
principal alvo espécies da família Aleyrodidade (Hemiptera) especialmente B. tabaci (Faria
& Wraight, 2007; Cabanillas et al., 2013). Diversos estudos têm revelado o uso promissor
de isolados desta espécie no controle de Diaphorina citri Kuwayama, 1908 (Hemiptera:
Psyllidae), vetor da doença Greening (Huanglongbing), podendo ser utilizado como uma
estratégia complementar no manejo integrado desta importante praga (Avery et al., 2013;
Hoy et al., 2010; Meyer et al., 2008).
O primeiro registro de infecções naturais causadas por I. javanica foi no extremo
sul da América do Sul em Trialeurodes vaporariorum e B. tabaci (Scorsetti et al., 2008). No
Brasil I. javanica foi detectada infectando lagartas de Lonomia obliqua (Specht et al., 2009).
Na safra 2012/2013, epizootias de I. javanica foram observadas sobre ninfas e adultos da
25

mosca-branca no feijoeiro, soja, tomate e goiabeira no Distrito Federal e Goiás (Quintela et


al., 2016).
Características como alta virulência, capacidade de produção de conídios em
substratos artificiais e produção de inóculos nos cadáveres dos insetos são importantes na
seleção de isolados para produção de produtos comerciais (Mascarin et al., 2013). O genêro
Isaria apresenta estas qualidades, o que estimula as pesquisas sobre o uso deste
entomopatógeno no controle de B. tabaci.

2.3 PRODUÇÃO DE BIOINSETICIDA COM FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS

A utilização de fungos entomopatogênicos no controle biológico é uma


alternativa viável devido à facilidade de produção, aplicação e eficácia. Podem ser usados
isoladamente ou integrados com outros métodos, como os inseticidas naturais de origem
vegetal, feromônios, variedades de plantas resistentes a insetos, etc (Lourenção et al., 1993).
Uma característica essencial da produção de todos as agentes de controle
biológico é a adoção de medidas de controle de qualidade eficientes. Mesmo com um sistema
simples de produção com baixo nível tecnológico é possível se obter produtos com alta
qualidade, desde que as medidas de controle de qualidade sejam rigorosas. Isto ajuda a
maximizar a eficiência do produto, garantir a segurança ao ambiente, padronizar os custos
de produção aumentando assim, a confiança no método de controle (Jenkins & Grzywacz,
2000).

2.3.1 Seleção de fungos entomopatogênicos

O primeiro passo no desenvolvimento de bioinseticidas a base de fungos,


consiste em selecionar a melhor cepa fúngica para controlar um alvo de inseto suscetível, e
os atributos de seleção geralmente envolvem testes de virulência, persistência, tolerância a
estresses abióticos e bióticos encontrados associados ao hospedeiro alvo e seu habitat.
Geralmente, esse primeiro estágio é demorado e pode exigir testes de várias cepas antes de
escolher o candidato mais adequado, juntamente com seu tipo de propágulo infeccioso que
atende aos requisitos de controle de pragas (Mascarin, 2015).
A quantidade de conídios produzidos por um fungo entomopatogênico é
importante na seleção de um isolado, pois quanto maior sua produção maior será o potencial
26

do inóculo, em determinada quantidade de substrato, viabilizando o custo desse controle. A


germinação de conídios também é um aspecto biológico relevante, pois está relacionada
diretamente com a virulência. Quanto maior o índice de germinação de conídios maior será
a virulência (Alves, 1998).
A eficiência dos fungos entomopatogênicos é influenciada por vários fatores
bióticos e abióticos que interferem diretamente na sobrevivência e propagação dos mesmos.
Entre os fatores bióticos, para haver uma epizootia, é necessário que a população da praga
esteja elevada para favorecer a disseminação do parasita e dispersão do inseto contaminado
na área; o patógeno apresente alta virulência, alta capacidade de reprodução e persistência
no ambiente (Alves, 1998). Entre os fatores abióticos a temperatura, a umidade relativa e
radição ultravioleta são os mais importantes e que afeta a viabilidade do conídio e ainda o
crescimento do micélio, assim como a estabilidade de estocagem e sua patogenicidade no
campo (Lanza et al, 2009).

2.3.2 Produção de conídios de fungos entomopatogênicos

Depois de selecionar isolados fúngicos virulentos, o próximo passo é à produção


em massa desses agentes de biocontrole, nos quais se enfatiza sua capacidade de produzir
eficientemente o tipo de propágulo preferido para uso no controle biológico. Três técnicas
principais são descritas para alcançar diferentes biomassas fúngicas e envolvem a
fermentação sólido, fermentação líquida e fermentação bifásica. Em todos as técnicas, a
ênfase é dada à otimização de meios de cultura sólidos ou líquidos com o objetivo de
maximizar a produção de biomassa e alcançar alta sobrevivência após a dessecação e durante
o armazenamento (Jackson, 1997).
As estruturas mais produzidas e comercializadas em todo o mundo são os esporos
assexuados conhecidos como conídios (Faria & Wraight, 2007), que são naturalmente
formados pela maioria dos fungos entomopatogênicos. Esse propágulo infeccioso,
normalmente, é produzido em meio de cultura sólido (Alves, 1998).
As técnicas de produção de fungos para controle de pragas devem ter baixo custo e
permitir a obtenção de alta concentração e formas viáveis e virulentas do patógeno, que
possam ser formuladas e utilizadas (Alves, 1982). A seleção de um meio de cultivo e o
conhecimento das condições de cultivo mais adequadas para uma espécie ou linhagem são
dois fatores mais importantes na produção massal de fungos entomopatogênicos para
27

garantir bom crescimento com alta esporulação (Verhaar & Hijwegen, 1993; Khalil et al.,
1985).
Um meio de cultura deve possuir, basicamente, uma fonte de carbono (C) e
nitrogênio (N), sais minerais e alguns fatores de crescimento (Soper & Ward, 1981). As
fontes de C geralmente utilizadas são: amido, glicose, sacarose, dextrose e diversos outros
açúcares, enquanto as fontes de N são geralmente componentes ricos em proteínas e ou
aminoácidos, como extrato de soja e outros subprodutos vegetais, extrato de levedura e
peptona. O arroz e o trigo são os substratos mais utilizados. O fungo é produzido na
superfície de meio sólido, dentro de diferentes recipientes conforme objetivo e escala
comercial (Leite et al., 2003).

2.3.3 Formulações com fungos entomopatogênicos

Outro passo crítico no desenvolvimento de bioinseticidas diz respeito à tecnologia


de formulação. A formulação tem como finalidade agregar valor ao ingrediente ativo,
alterando os atributos químicos e físicos de um propágulo fúngico para melhorar a atividade
inseticida sob variadas condições ambientais.
Formulação refere-se à mistura do ingrediente ativo (propágulo vivo do fungo),
com um diluente, dispersor, agente molhante, aderente, protetores contra radiação
ultravioleta e fatores promotores de virulência ou sinergistas (Latgé & Moletta, 1988; Moore
& Caudwell, 1997; Jones & Burges, 1998).
Os principais objetivos do preparo de uma formulação de produtos biológicos são:
aumentar a atividade biológica; melhorar a persistência no campo; auxiliar o manejo e
aplicação do produto; fornecer biossegurança; e estabilizar a vida das células durante a
distribuição e armazenamento (Burges, 1998; Brar et al., 2006).
Um dos fatores limitantes à utilização em maior quantidade de fungos
entomopatogênicos é a dificuldade na manutenção da viabilidade dos conídios por longos
períodos (McClatchie et al., 1994). Para o maior sucesso de tempo de prateleira os
biopesticidas requerem de 12-18 meses de vida útil, mas na maioria dos produtos têm apenas
de 6-12 meses de armazenamento em temperatura ambiente (Devi et al., 2005; Kim et al.,
2010).
Os principais fatores que influenciam de forma direta a viabilidade dos conídios
durante o armazenamento são a umidade, a temperatura e a luminosidade. A umidade e a
28

temperatura baixas são geralmente fatores de estabilidade do produto mantendo-o viável por
maior tempo. A luminosidade requer embalagem especial que não possibilite que a luz atinja
os conídios durante o armazenamento (Alves, 1998).

2.4 TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS

No controle de pragas e doenças, não é suficiente conhecer apenas aspectos


relacionados ao alvo biológico (biologia, comportamento ou estádio de desenvolvimento do
alvo), mas também garantir que o processo de aplicação dos produtos fitossanitários seja
eficiente, economico e seguro. Segundo Matuo (1990), entende-se por tecnologia de
aplicação dos produtos fitossanitários o conjunto de conhecimentos que proporcionem a
correta colocação do produto no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica e com
o mínimo de contaminação em outras áreas.
Muitos produtos fitossanitários foram desenvolvidos pela indústria nos últimos
anos para as diversas culturas. Porém, poucas mudanças têm ocorrido na maneira como esses
produtos são aplicados. Existem vários casos de aplicações ineficientes, com excesso ou
déficit de ingrediente ativo no alvo (Derksen & Breth, 1994). Desperdícios de produtos
fitossanitários podem variar de 15 a 70% em relação ao total do produto aplicado (Chaim et
al., 2003; Costa et al., 2008).
A tecnologia de aplicação de produtos fitossanitário ainda é um dos pontos de
estrangulamento na produção agrícola, pois há uma necessidade emergente de melhoria da
eficiência nas aplicações, diminuindo gastos e evitando contaminações ambientais,
melhorando o retorno econômico e se tornado mais sustentável. Dentre as etapas que
compõem o processo de produção agrícola, a aplicação de produtos fitossanitários é uma das
mais exigentes, pois tem que atender vários aspectos não somente ao tratamento da área
cultivada, mas também a preservação ambiental (Christofoletti, 1999).

2.4.1 Pulverização eletrostática

Na tentativa de melhorar a eficiência da aplicação vários pesquisadores procuram


alternativas que aumentem a deposição dos produtos diretamente nos alvos e reduzam a
contaminação ambiental.
29

Várias pesquisas têm demonstrado que o emprego de gotas pequenas proporciona


os melhores resultados em relação aos problemas fitossanitários. Porém, como as gotículas
com pequenas massas possuem pouca energia cinética, sofrem grande efeito da deriva com
baixa captura pelos alvos. Desta maneira, as vantagens esperadas de maior eficiência de
utilização de gotas pequenas se verificam, somente, em condições muito especiais (Chaim,
2006).
Segundo Chaim (2006), para que essas pequenas gotas sejam eficientemente
coletadas pelo alvo, com controle de deriva é necessário acrescentar a elas uma força extra.
Pode-se introduzir uma força elétrica nessas gotas com grandeza suficiente para controlar
seus movimentos, inclusive contra a gravidade, induzindo sua deposição na face abaxial das
folhas durante as pulverizações.
Há muitos anos, o método de pulverização eletrostática é utilizado na indústria, na
pintura de automóveis (Miller, 1973), por exemplo, e em impressoras à jato de tinta
(Swatick, 1973). O seu emprego na agricultura só foi possível com o desenvolvimento do
“Electrodyn” projetado por Coffee (1981). Para a tecnologia se tornar acessível, houve
necessidade do suporte da multinacional inglesa, Imperial Chemical Industries, para
desenvolvimento das formulações adequadas ao processo. No Brasil, Chaim (1984)
desenvolveu um protótipo manual, que foi testado com sucesso no controle de tripes em
amendoim, usando uma formulação especial de deltametrina.
Hislop (1988), numa revisão sobre o emprego de gotas com carga eletrostática para
aplicação de produtos fitossanitários, afirmou que é possível reduzir, com facilidade, mais
de 50% dos ingredientes ativos recomendados nas aplicações, sem reduzir a eficácia
biológica. Além de aumentar a eficiência no controle, a pulverização eletrostática reduz os
efeitos dos inseticidas sobre os organismos que vivem no solo, porque as perdas para o solo
chegam a ser 20 vezes menores que numa pulverização convencional. Em trabalhos
realizados por pesquisadores da Embrapa, gotas sem carga apresentaram uma eficiência de
deposição de 18% de um produto marcador, no entanto, quando essas gotas estavam
carregadas eletricamente, aumentaram significativamente a deposição para 62% do total do
marcador aplicado (Chaim et al., 2002).
Para saber a relação existente entre gotas eletrificadas e seus alvos, é necessário
entender duas leis básicas da eletrostática: Lei nº1- Cargas de polaridades opostas se atraem
e cargas de polaridades iguais se repelem; Lei nº 2- A carga de um corpo ou nuvem de
partículas eletrificadas induzirá uma carga elétrica igual e oposta em outro corpo condutor
30

aterrado próximo. Portanto, uma nuvem de gotas carregadas eletricamente, ao se aproximar


de um objeto neutro e aterrado – no caso, a planta - provoca um desequilíbrio entre prótons
e elétrons e induz na sua superfície uma carga de sinal contrário sendo então, atraída e fixada
pela planta. Assim, a taxa de perda é reduzida consideravelmente e, portanto, a cobertura do
alvo aumenta (Chaim, 2006).

2.4.2 Processos para geração de gotas com carga eletrostática

Segundo Chaim (2006), existem alguns processos utilizados para geração de gotas
carregadas eletricamente. Dentre os quais, o processo de eletrificação de gotas por “efeito
corona”, onde um eletrodo pontiagudo submetido a altas tensões ioniza o ar, e as cargas
livres entram em contato com as gotas produzidas pelo bico, tornando-as eletricamente
carregadas. Esse processo é adequado para eletrificar gotas de até 20 micrômetros, pois gotas
maiores não adquirem carga com intensidade suficiente para aumentar a eficiência da
aplicação.
No processo de carga por indução com eletrificação indireta, o líquido é mantido
aterrado, ou seja, com voltagem igual a zero. Nesse processo, as gotas adquirem a carga na
presença de um intenso campo eletrostático, formado entre o eletrodo de indução mantido
em alta voltagem e o jato de gotas. O eletrodo de indução deve ser posicionado na região da
borda do jato onde as gotas se formam, em uma distância mínima suficiente para evitar
centelhas de descarga entre o eletrodo e o líquido (Chaim, 2006).
Uma desvantagem desse processo é que as gotas adquirem carga oposta ao eletrodo
de indução e são atraídas pelo mesmo molhando-o e causando gotejamento (Carroz & Keller,
1978). Com isso, ocorre um colapso no sistema e a eletrificação das gotas é prejudicada.
Para contornar essa situação, foram projetados bicos pneumáticos eletrostáticos que se
caracterizam por proporcionar jatos concêntricos de ar e líquido. Assim, o próprio ar que
pulveriza o líquido arrasta as gotas carregadas para longe da influência do eletrodo,
mantendo-o seco (Law, 1978; Chaim et al., 1998, 1999, 2002).
Resultados com economia superior a 50% da dose dos produtos fitossanitários
registrados em algumas culturas têm sido divulgados, quando utilizam bicos pneumáticos
eletrostáticos (Electrostatic Spraying Systems, 2007).
Num outro tipo de processo, a indução por eletrificação direta, a indução ocorre
entre a planta e o jato de gotas mantido em alta tensão. Como não existe eletrodo, a voltagem
31

deve ser alta o suficiente para criar um intenso campo eletrostático entre o bico e a planta.
Assim, a carga das gotas é dependente da distância que o bico é posicionado em relação às
plantas, fazendo com que o campo eletrostático seja variável. A voltagem necessária para
eletrificação de gotas deverá ser superior a 30 kV. Nesse caso, todo o circuito hidráulico é
submetido a uma tensão de eletrificação do jato de gotas, exigindo que sejam adotadas
medidas para isolamento do tanque, bomba hidráulica, tubulações entre outras para que seja
garantida a segurança do aplicador (Chaim, 2006).
Nos principais processos utilizados para eletrificação de gotas, o sucesso ainda
depende de algumas soluções tecnológicas que, se atendidas, promoverão um aumento da
eficiência no controle de pragas e doenças pelo aumento da deposição das gotas na superfície
abaxial das folhas.
3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 SELEÇÃO DE ISOLADOS DE Isaria javanica PARA PRODUÇÃO EM ARROZ


PARBOILIZADO

Foram avaliados os isolados de Isaria javanica CNPAF 14, CNPAF 17 e


CNPAF 20, pertencentes a coleção Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão localizada
na Embrapa Arroz e Feijão. Os isolados foram repicados em placas de Petri (9,0× 1,5 cm)
contendo BDA (Batata-Dextrose-Ágar) e incubados durante dez dias em câmera de
crescimento do tipo BOD à temperatura de 26 ± 0,5 °C, UR > 60% e com 12 horas de
fotofase para promover o crescimento e a esporulação do isolados. Em trabalhos realizados
anteriormente, mostraram que esses isolados apresentaram maior virulência e por isso foram
escolhidos para este trabalho.
Para a produção do fungo em meio sólido foram utilizados 2 kg de arroz
parboilizado que ficaram embebidos em água destilada por 50 minutos em temperatura
ambiente. Em seguida o excedente de água foi retirado e o arroz úmido foi divido em 4
frascos do tipo Erlenmeyer (1000 mL) para cada isolado. Cada frasco foi preenchido com
200 g do arroz úmido e foram fechados com rolhas de algodão cobertas por papel alumínio
e levados para a autoclave para serem esterilizados por 30 minutos a 120 ° C. Após a
autoclavagem, os frascos foram retirados e ficaram em temperatura ambiente até esfriarem.
Para a inoculação no arroz foram preparadas suspensões de conídios em
frascos de vidros para cada isolado. Das suspensões conidiais foram inoculados 20 mL
(10%) nos frascos contendo 200 g de arroz autoclavado com concentração final de 5x106
conídios/g de arroz e agitando bem manualmente para homogeneizar os conídios na massa.
Os frascos foram incubados em BOD a 26 ± 0,5 °C por 10 dias. Logo após a
incubação, foram retiradas quatro amostras por frasco de arroz com o fungo e pesadas em
tubos do tipo Falcon (50 mL). Utilizou-se solução de Silwet a 0,05% para lavar o arroz e
extrair
33

os conídios. Procedeu-se com as diluições seriadas e contagem em câmera de Neubauer para


determinar o rendimento de conídios por grama de arroz.
Cada isolado foi considerado um tratamento e foram feitas quatro repetições por
tratamento. Sendo que de cada repetição foram retiradas quatro amostras. Totalizando em
16 amostras por isolado para a contagem dos conídios.

3.2 MÉTODOS DE APLICAÇÕES DO FUNGO ENTOMOPATOGÊNICO Isaria javanica


NO MANEJO DE Bemisia tabaci MEAM1 EM FEIJOEIRO

O experimento foi conduzido na Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de


Goiás, GO, Brasil, em casa telada (9 x 8 m) com tela fina (malha 50). As condições
ambientais foram monitoradas com um datalogger (Hobo® U12-012, Onset Computer Corp.
Ltd., Massachusetts). As temperaturas variaram de 15,65 a 43,19 ° C (média de 26,9 ° C) e
de 13,7 a 78,9% de umidade relativa do ar (média de 39,17%).

3.2.1 Obtenção das plantas de feijão

Sementes de feijão cultivar Pérola foram plantadas em vasos plásticos de 2 L


(11,8 cm de diâmetro x 13 cm de altura) contendo uma mistura de terra e adubo. Após a
emergência das plantas foi feito desbaste mantendo apenas 4 plantas por vaso. Assim que as
plantas de feijão expandiram completamente suas folhas primárias, os vasos foram
colocados na criação estoque de mosca-branca.

3.2.2 Infestação de Bemisia tabaci em casa de vegetação

Os vasos contendo as plantas de feijão foram expostos a adultos de B.tabaci da


colônia estoque da criação da Embrapa Arroz e Feijão até que fossem feitas posturas
suficientes. Após esse período, todos os adultos foram retirados das plantas e os vasos foram
transferidos para outra casa de vegetação sem a presença dos adultos.
As folhas primárias com as posturas eram observadas diariamente até que as
ninfas de mosca-branca atingissem o 2º ínstar. Após atingirem esse ínstar foram realizadas
as aplicações com os tratamentos.
34

3.2.3 Aplicação de bioinseticidas por meio de diferentes métodos

As pulverizações com diferentes métodos foram realizadas nas plantas de feijão


assim que as ninfas atingiram o 2º ínstar. Para a pulverização eletrostática foi utilizado um
protótipo desenvolvido pelo pesquisador Aldemir Chaim da Embrapa Meio Ambiente. Este
protótipo era alimentado por duas pilhas alcalinas AA para gerar a carga elétrica, onde um
fio de metal ligado ao equipamento foi aterrado, a fim de servir como fio terra. O
pulverizador trabalhou na pressão de 0,8 bar e utilizando a eletrificação direta, onde a
indução ocorre entre a planta e o jato de gotas que é mantido em tensão. A pressão do
equipamento era gerada por um compressor de ar.
Para a pulverização convencional foi utilizado o pulverizador costal
pressurizado por CO2, acoplado a uma barra contendo bico de jato do tipo cone vazio do
modelo TXVS-10 Teejet®. Este pulverizador trabalhou com a pressão de 15 libras a uma
distância de aproximadamente 30 cm de altura dos vasos de plantas.
A fim de ter uma testemunha positiva dos métodos utilizados na pulverização do
experimento, também se utilizou o pulverizador manual tipo Air Brush. Para este método,
todas as folhas de feijão de cada vaso foram pulverizadas, uma a uma, apenas na parte
abaxial, a fim de atingir diretamente o alvo desejado.
Para cada tipo de pulverizador foram escolhidos três tratamentos. No tratamento
1 (T1) utilizou-se apenas solução de Tween 80® a uma concentração de 0,05%. No
tratamento 2 (T2) foi usado o fungo entomopatogênico Isaria javanica. O isolado escolhido
foi o CNPAF 14 a uma concentração de 1x107 conídios.mL-1. O isolado CNPAF 14 foi o
mais produtivo em fermentação sólida. E no tratamento 3 (T3) foi utilizado um produto
fitossanitário para controle de mosca-branca em feijoeiro, o espiromesifeno, na sua dose
comercial (Tabela 1). Esta molécula age contra ovos e ninfas de mosca-branca e reduz a
fecundidade e fertilidade de fêmeas adultas quando aplicadas em concentrações bem abaixo
das recomendadas em condições de campo.
35

Tabela 1. Tratamentos para avaliação da eficiência de diferentes métodos de aplicação no


controle de Bemisia tabaci. Santo Antônio de Goiás, GO. 2017
Formulados Métodos de aplicação Volume pulverizado
Tween 80® 0,05% Eletrostático 30 mL
(T1) CO2 30 mL
Brush 250 µL
Isaria javanica Eletrostático 30 mL
CNPAF 14 1x107 CO2 30 mL
(T2) Brush 250 µL
Espiromesifeno Eletrostático 30 mL
0,5 L / ha CO2 30 mL
(T3) Brush 250 µL

3.2.4 Delineamento experimental

O experimento foi conduzido no delineamento inteiramente casualizado (DIC),


com nove tratamentos e cinco repetições para cada método de pulverização, sendo cada
repetição representada por cinco vasos contendo quatro plantas de feijão com duas folhas
primárias. Para cada pulverização foi disposta uma fileira de 1 metro com os 5 vasos de cada
tratamento.

3.2.5 Avaliações de mortalidade de ninfas de mosca-branca

As avaliações de mortalidade de ninfas de mosca-branca foram realizadas do


terceiro ao sétimo e aos dez dias após as pulverizações. Para esta avaliação era retirada, por
tratamento, uma folha de cada repetição e feita a contagem de ninfas mortas e vivas. Eram
escolhidos, aleatoriamente, dois locais da folha e marcados 20,6 mm diâmetros em cada
lugar para fazer a contagem das ninfas no estereomicroscópio de bancada (40x de aumento).
Para o tratamento 2, foram realizadas avaliações de esporulação para a
confirmação da morte das ninfas pelo fungo entomopatogênico. Após a avalição de
mortalidade das ninfas, as folhas eram colocadas, individualmente, em placas de Petri com
algodão umedecido e eram armazenadas em câmera de crescimento do tipo BOD à
36

temperatura de 26 ± 0,5 °C, UR > 60% e com 12 horas de fotofase por três dias. Após este
período as folhas foram retidas da BOD e feita a confirmação da morte das ninfas pelo fungo.

3.2.6 Análise estatística

Os tratamentos do experimento foram distribuídos no esquema fatorial 3 x 3 (3


formulados combinados a 3 métodos de pulverização). Os resultados foram submetidos à
análise de variância pelo teste de F, e as medias dos tratamentos comparadas através do teste
de Duncan, a nível de 5% de probabilidade.

3.3 DEPOSIÇÃO E PERSISTÊNCIA DE CONÍDIOS DE Isaria javanica EM FEIJOEIRO


COMPARANDO MÉTODOS DE APLICAÇÃO

O experimento foi conduzido na casa de vegetação e no laboratório de


Entomologia da Embrapa Arroz e Feijão, localizado em Santo Antônio de Goiás, GO. As
condições ambientais, da casa de vegetação, foram monitoradas com um datalogger (Hobo®
U12-012, Onset Computer Corp. Ltd., Massachusetts). As temperaturas variaram de 10,34 a
40,34 ° C (média de 23,11 ° C) e de 16,28 a 85,97% de umidade relativa do ar (média de
47,8%).
O isolado do fungo entomopatogênico utilizado foi CNPAF 14 de Isaria
javanica pertencente a coleção Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão. O isolado na
forma de conídios puros e preservado em glicerol 10% entre -20 e 80ºC, foi repicado em
placas de Petri (9,0× 1,5 cm) contendo 20 mL BDA (Batata-Dextrose-Ágar) e incubado
durante 7 dias em câmera de crescimento do tipo BOD à temperatura de 26 ± 0,5 °C, UR >
60% e com 12 horas de fotofase para promover o crescimento e a esporulação do isolado.
Os métodos de pulverização utilizados foram: eletrostático e CO2. Para a
pulverização foram preparadas as suspenções conidiais na concentração de 5x106
conídios.mL-1. Foram utilizados cinco vasos contendo quatro plantas de feijão com duas
folhas primárias por método de pulverização.
37

3.3.1 Delineamento experimental

O experimento foi conduzido no delineamento inteiramente casualizados (DIC),


com dez tratamentos e cinco repetições, sendo cada repetição representada por cinco vasos
contendo quatro plantas de feijão com duas folhas primárias.

3.3.2 Avaliações de deposição e persistência de conídios nas superfícies das folhas de feijão

Para a avaliação de deposição de conídios nas superfícies das folhas de feijoeiro,


após as pulverizações da suspensão de conídios com o pulverizador eletrostático e CO2, foi
coletada uma folha/vaso de cada tratamento e feita extração dos conídios da face abaxial e
adaxial, separadamente. As faces das folhas foram lavadas com 8 mL de Tween 80® a 0,05%
com o auxílio do Air Brush. As suspensões extraídas foram colocadas na câmara de
Neubauer e realizada a contagem do número de conídios.
Para a avalição de persistência foram realizadas avaliações de 0 a 4 dias após a
aplicação do fungo com o pulverizador eletrostático e o CO2. Em cada avaliação foi coletada
uma folha/vaso de cada repetição. Cada folha foi colocada em um tubo do tipo Falcon (50
mL) com Tween 80® a 0,05%, que foi levado ao agitador de soluções tipo Vortex por 5
minutos. Após a extração dos conídios, 0,1 ml da solução foi colocado para germinar na
placa do tipo Petri (6,0 x 1,5 cm) com 5 mL de BDA e as placas de Petri foram incubadas
durante um período de 12 a 18 horas em câmera de crescimento do tipo BOD à temperatura
de 26 ± 0,5 °C, UR > 60%. Após esse período foi feita contagem de conídios germinados e
não germinados, no microscópio de contraste de fases (Leica® DM2500 LED), para
determinar a persistência da viabilidade dos conídios do isolado.

3.3.3 Análise estatística

Os resultados do experimento de deposição de conídios foram submetidos à


análise de variância pelo teste de F. Já o experimento de persistência de conídios, os dados
foram submetidos a uma regressão linear.
4 RESULTADOS

4.1 SELEÇÃO DE ISOLADOS DE Isaria javanica PARA PRODUÇÃO EM ARROZ


PARBOILIZADO

Os isolados de Isaria javanica mostraram variabilidade na produção de


esporos em arroz (df = 2,45; P < 0,05). O isolado CNPAF 14 (C14) proporcionou o maior
rendimento de conídios (1,20 x 1010 conídios/ g de arroz), seguido pelo isolado CNPAF
17 (C17) (3,19 x 109 conídios/ g de arroz). O isolado CNPAF 20 (C20) teve o menor
rendimento (1,73 x 109 conídios/ g de arroz) (Figura 1).

1,60E+10
a
Produção de conídios/grama de arroz

1,40E+10

1,20E+10

1,00E+10

8,00E+09

6,00E+09

4,00E+09 b
c
2,00E+09

0,00E+00
C14 C17 C20

Figura 1. Produção de isolados de conídios de Isaria javanica em arroz


parboilizado. Santo Antônio de Goiás, GO. 2017
Médias seguidas por letras iguais não diferem estatisticamente entre si (Duncan, P ≥ 0,05).
39

4.2 MÉTODOS DE APLICAÇÕES DO FUNGO ENTOMOPATOGÊNICO Isaria


javanica NO MANEJO DE Bemisia tabaci MEAM1 EM FEIJOEIRO

Para as aplicações com o pulverizador eletrostático, apenas no terceiro dia


após a aplicação (DAA) apresentou diferença nos tratamentos com o isolado CNPAF 14
e espiromesifeno. Já nas avaliações seguintes (4, 5, 6, 7, 10 DAA) esses mesmos
tratamentos não apresentaram diferenças quando comparados em um mesmo nível do
pulverizador eletrostático (Tabela 2).
Nas aplicações com o pulverizador CO2 nos 3 e 4 DAA tiveram diferença
significativa para os tratamentos com o isolado CNPAF 14 e espiromesifeno. Esses
tratamentos não apresentaram diferença nos demais dias (5, 6, 7 e 10 DAA) quando
comparados em um mesmo nível do pulverizador CO2 (Tabela 2).
Já o brush, por se tratar de uma testemunha positiva dos métodos de aplicação,
apresentou diferença em todos os dias de avaliações entre todos os tratamentos (Tabela
2).
O tratamento com o isolado de Isaria javanica causou baixa mortalidade de
ninfas de mosca-branca. Não houve diferença para as aplicações com o pulverizador
eletrostático e CO2 em todos os dias de avalições (Figura 2). A maior mortalidade na
pulverização eletrostática ocorreu aos 4 DAA (21,61%), no CO2 ocorreu aos 5 DAA
(23,48%) e para o brush a maior mortalidade ocorreu aos 7 DAA (43,35%) (Tabela 2).
O tratamento com o espiromesifeno também não apresentou diferença para
as aplicações com o pulverizador eletrostático e CO2 em todos os dias de avalições
(Figura 2). A maior mortalidade na pulverização eletrostática ocorreu aos 5 DAA
(36,52%) e no CO2 ocorreu aos 4 DAA (38,97%) (Tabela 2). Já para o brush a
mortalidade foi de 100% nos dias 4, 6, 7 e 10 DAA (Tabela 2). Com esses resultados é
possível afirmar que para causar elevada mortalidade de ninfas é necessário que os
tratamentos atinjam diretamente o alvo desejado.
40

Tabela 2. Mortalidade (%) de ninfas de B. tabaci, em folhas de feijoeiro, comparando a


eficiência de diferentes métodos de aplicação até dez dias após a aplicação dos
tratamentos. Santo Antônio de Goiás, GO. 2017
Formulados Dias Após Métodos de
Aplicação Aplicação
(DAA)

Eletrostático CO2 Brush

Tween 80® 0,05% 3 1,86 bA 0,43 bA 0 cA

Isaria javanica 2,84 bB 3,14 bB 13,24 bA


(1 x 107)
Espiromesifeno 12,07 aB 11,84 aB 54,91 aA
(0,5 L/ha)
- - -
Tween 80® 0,05% 4 1,7 bA 2,58 cA 2,74 cA
Isaria javanica 21,61 aB 20,65 bB 41,15 bA
(1 x 107)
Espiromesifeno 27,12 aB 38,97 aB 100 aA
(0,5 L/ha)
- - -
Tween 80® 0,05% 5 1,02 bA 2,09 bA 2,55 cA
Isaria javanica 21,17 aA 23,48 aA 41,42 bA
(1 x 107)
Espiromesifeno 36,52 aB 29,24 aB 82,10 aA
(0,5 L/ha)
- - -
Tween 80® 0,05% 6 0 bA 1,74 bA 1,95 cA
Isaria javanica 20,83 aA 21,49 aA 40,93 bA
(1 x 107)
Espiromesifeno 34 aB 30,71 aB 100 aA
(0,5 L/ha)
- - -
Tween 80® 0,05% 7 1,96 bA 1,79 bA 2,22 cA
Isaria javanica (1 18,61 aB 20,97 aB 43,35 bA
x 107)
Espiromesifeno 25,67 aB 24,56 aB 100 aA
(0,5 L/ha)
- - -
Tween 80® 0,05% 10 0 bA 1,79 bA 1,32 cA
Isaria javanica (1 16,17 aB 20,08 aB 41,22 bA
x 107)
Espiromesifeno 24,04 aB 27,11 aB 100 aA
(0,5 L/ha)
- - -
Médias seguidas por letras minúsculas iguais, na coluna, e letras maiúsculas iguais, na linha, não diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Duncan (P ≥ 0,05).
41

A) I SARIA JAVANICA
Brush CO2 Eletrostático

60
MORTALIDADE DE NINFAS (%)

50

40

30

20

10

0
3 4 5 6 7 10
DIAS APÓS APLICAÇÃO

B) E SPIROMESIFENO
Brush CO2 Eletrostático

100
MORTALIDADE DE NINFAS (%)

90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
3 4 5 6 7 10
DIAS APÓS APLICAÇÃO

Figura 2. Mortalidade de ninfas de Bemisia tabaci em folhas de feijoeiro comparando


métodos de pulverização, com aplicação de Isaria javanica (A) e espiromesifeno (B).
Santo Antônio de Goiás, GO. 2017
42

4.3 DEPOSIÇÃO E PERSISTÊNCIA DE CONÍDIOS DE Isaria javanica EM


FEIJOEIRO COMPARANDO MÉTODOS DE APLICAÇÃO

No experimento para avaliar a deposição de conídios na face abaxial das


folhas do feijoeiro, não houve diferença entre a aplicação com o pulverizador eletrostático
e CO2. O pulverizador eletrostático teve uma média de 47 x 104 conídios/mL e o CO2
uma média de 50 x 104 conídios/mL (Figura 3).

70
a
a
Número de conídios (x10^4)

60

50

40

30

20

10

0
Eletrostático CO2

Figura 3. Quantidade média de conídios de Isaria javanica depositados na face


abaxial das folhas de feijoeiro comparando o pulverizador eletrostático e CO2.
Santo Antônio de Goiás, GO. 2017
Médias seguidas por letras iguais não diferem estatisticamente entre si (P ≥ 0,05)

Na avaliação de persistência dos conídios também não houve diferença entre


os pulverizadores. No pulverizador eletrostático a porcentagem de germinação foi de
90,9% ao zero dias após a aplicação (DAA); 56,9% ao um DAA; 30,3% aos dois DAA;
18,4% aos três (DAA) e 9,6% aos quatro DAA (Figura 3). Para o pulverizador CO2 a
porcentagem de germinação foi de 87,5% ao zero dias após a aplicação (DAA); 53,1%
ao um DAA; 26,8% aos dois DAA; 19,1% aos três (DAA) e 10,9% aos quatro DAA
(Figura 4).
43

A)
Eletrostático

B) CO2

Figura 4. Persistência de conídios de Isaria javanica em folhas de feijoeiro, aplicados


com os pulverizadores eletrostático (A) e CO2 (B). Santo Antônio de Goiás, GO. 2017
5 DISCUSSÃO

5.1 SELEÇÃO DE ISOLADOS DE Isaria javanica PARA PRODUÇÃO EM ARROZ


PARBOILIZADO

A fermentação sólida do fungo I. javanica ainda não foi muito estudada por
outros pesquisadores, mas espécies do mesmo gênero já apresentam vários estudos como
por exemplo o fungo I. fumosorosea. As comparações na produção de conídios através
da fermentação sólida não podem ser feitas diretamente devido às variações de
metodologia utilizadas, como tipo de arroz e método de produção, quanto à forma de
apresentação do rendimento dos conídios. Neste estudo os valores de conídios produzidos
foram apresentados por grama de arroz úmido ao final da produção.
Silva et al. (2012) conduziram estudos sobre a seleção de isolados de I.
fumosorosea e revelaram que a produção de conídios foi de 1,39 x 108 conídios mL-1.
Murillo-Alonsoa et al. (2015) observaram que a produção de conídios do fungo I.
fumosorosea foi de 5,33 x 109 conídios g-1 de arroz. Mascarin et al. (2010) estudaram a
produção dos fungos I. fumosorosea e I. farinosa cultivados em arroz integral umedecido
em um processo de fermentação bifásico e obtiveram um rendimento máximo de 1,1 x
109 e 1,3 x 109 conídios g-1, respectivamente.
Em estudos conduzidos por Kim et al. (2014) para selecionar o melhor meio
de produção em massa do fungo I. javanica por meio da fermentação sólida obtiveram
um rendimento de 3,05 x 1010 conídios g-1 em arroz integral. Esse resultado foi semelhante
ao observado nesse estudo para o isolado CNPAF 14 que apresentou o melhor rendimento
(1,20 x 1010 conídios g-1) em arroz parboilizado. Ainda no estudo conduzido por Kim et
al. (2014) foi comparado os efeitos de vários aditivos na produção de conídios. Ao
adicionar glúten (3% e 1,32%) no arroz integral a produção de conídios aumentou em 14
e 6 vezes, respectivamente, em relação ao arroz integral sem aditivos.
O rendimento de conídios é um fator importante na seleção de isolados, pois
pode viabilizar comercialmente um produto pelo menor custo de produção para o controle
de pragas (Alves, 1998). O principal sistema de produção de conídios de fungos
45

entomopatogênicos é por meio da fermentação sólida e o arroz é o substrato mais utilizado


(Li et al., 2010). O arroz parece ser altamente propício ao suporte de maiores rendimentos
de conídios na fermentação em estado sólido, devido às suas melhores propriedades
físicas e nutricionais.

5.2 MÉTODOS DE APLICAÇÕES DO FUNGO ENTOMOPATOGÊNICO Isaria


javanica NO MANEJO DE Bemisia tabaci MEAM1 EM FEIJOEIRO

Na tentativa de melhorar a eficiência da aplicação vários cientistas procuram


alternativas que aumentem a deposição dos produtos diretamente nos alvos e reduzam a
contaminação ambiental. Apenas uma pequena quantidade do produto fitossanitário
aplicado é depositada no alvo pretendido, como por exemplo, na superfície abaxial das
folhas. Existem vários casos de aplicações ineficientes, com excesso ou déficit de
ingrediente ativo no alvo (Derksen & Breth, 1994). Desperdícios de produtos
fitossanitários podem variar de 15 a 70% em relação ao total do produto aplicado (Chaim
et al., 2003; Costa et al., 2008).
Os resultados obtidos neste trabalho diferiram de outros presentes na literatura.
Assim algumas hipóteses foram levantadas para tentar compreender essa diferença de
resultados em relação a outros trabalhos, são elas: o pulverizador eletrostático utilizado
foi um protótipo em fase inicial de testes; foram utilizados equipamentos e pontas
diferentes para a pulverização eletrostática e convencional; regulagem inadequada da
vazão; baixa carga elétrica gerada nas gotas.
Law e Cooper (1988) relataram que as deposições das pulverizações
eletrostáticas podem ser sete vezes maiores àquelas obtidas com as gotas desprovidas de
carga elétrica, dependendo das características morfológicas do alvo e da própria
intensidade de carga das gotas. Segundo a empresa Electrostatic Spraying Systems
(1992), em teste comparando um pulverizador manual convencional com sistema
eletrostático, o sistema com eletrificação das gotas proporcionou a deposição de 60% do
corante pulverizado em várias culturas em casa-de-vegetação, enquanto o sistema
convencional resultou em apenas 16% dos depósitos.
Resultados obtidos por Sumner et al. (2000) para o controle da mosca-branca
(Bemisia tabaci) sugeriram que o uso de pulverização eletrostática assistida por ar pode
reduzir em 50% a quantidade de inseticida requerido para o controle desse inseto,
46

podendo também melhorar a efetividade do uso de inseticidas biológicos. No entanto, a


arquitetura da planta, estádio de desenvolvimento da cultura, cultivar e comportamento
do inseto podem influenciar no controle pelo grau de exposição do alvo em superfícies
tratadas. E, nessa em particular, a pulverização eletrostática pode restringir os depósitos
para áreas mais expostas da planta.
Segundo Almekinders et al. (1992), o uso das forças eletrostáticas reduzem a
capacidade das gotas de penetrar no dossel de plantas densas. E, em experimento
realizado por Sumner et al. (2000), com pulverizador eletrostático e assistência de ar,
testes conduzidos a campo na cultura de algodão constataram que houve maior deposição
da pulverização quando utilizada a assistência de ar comparativamente a ausência dessa
tecnologia.
Serra et al. (2008) testaram a eficiência de controle do ácaro-rajado
(Tetranychus urticae) com o acaricida azociclotina com diferentes pontas e técnicas de
pulverização. Nas avaliações de controle do ácaro, utilizando ou não a pulverização
eletrostática, a maior eficiência de controle foi obtida com a ponta AXI 110015, que
apresentou índice médio de 75,7% de controle, porém esse valor é insuficiente para atestar
que o uso da eletrostática à 200 L/ha com azociclotina foi eficiente no controle de T.
urticae. A porcentagem média de eficiência de controle do ácaro-rajado com o acaricida
espirodiclofeno foi maior quando a pulverização eletrostática foi utilizada, porém em
níveis de controle menores que a azociclotina, para as três pontas de pulverização
testadas. Mas no sétimo dia após a aplicação, a pulverização convencional apresentou
uma eficiência maior que a eletrostática.
Com os resultados desse trabalho e de outros encontrados na literatura é
possível observar que em alguns casos a pulverização eletrostática é bastante promissora,
mas em outros casos não. A falta de padronização de equipamentos com sistema
eletrostático, a combinação errada de pontas de pulverização, a vazão inadequada e a
baixa carga elétrica gerada nas gotas comprometem a eficiência desse tipo de
pulverização.

5.3 DEPOSIÇÃO E PERSISTÊNCIA DE CONÍDIOS DE Isaria javanica EM


FEIJOEIRO COMPARANDO MÉTODOS DE APLICAÇÃO
Segundo Serra et al. (2008) ao comparar a deposição de pulverização, com e
sem o sistema eletrostático, do corante Rodamina B nas superfícies foliares do crisântemo
47

testando quatro tipos de pontas observou que os valores médios dos depósitos do corante
Rodamina B, na superfície abaxial das folhas, variam de acordo com o diâmetro mediano
volumétrico das gotas produzidas por cada ponta de pulverização. Chaim et al. (2002)
afirmou que o aumento da vazão de pulverização diminui a intensidade da carga das gotas
e o aumento da carga aumenta significativamente a deposição da pulverização, em alvos
artificiais esféricos.
Silva et al. (1997), avaliando deposição de gotas da pulverização eletrostática e
convencional sobre a cultura do algodoeiro, concluíram que na face inferior da folha
houve um incremento nos depósitos foliares, mas estes não foram suficientes para se
recomendar o uso sistemático dessa técnica.
Serra et al. (2011) ao comparar três tecnologias de pulverização: assistida por ar,
assistida por ar associada a gotas com carga elétrica e convencional (sem ar e carga
elétrica) combinadas aos volumes de 50 e 100L.ha-1, constatou que o sistema eletrostático
quando associado à assistência de ar promoveu maiores depósitos dos marcadores em
ambos os sistemas de condução da cultura do algodoeiro (convencional e adensado), nas
diferentes partes da planta, mas principalmente na base da planta quando esta se
encontrava na fase de desenvolvimento mais avançada.
Sumner et al. (2000) concluíram que o método de pulverização influencia na
penetração e deposição do material pulverizado, para a cultura do algodão e que se faz
necessário adequar os pulverizadores a cada tipo de controle fitossanitário a ser realizado
numa lavoura.
A eficácia dos fungos entomopatogênicos no controle de pragas depende em
parte da persistência do inóculo aplicado no campo (O'Callaghan, 1998; Inyang et al.,
2000).
Oliveira et al. (2009) com o objetivo de avaliar, em condições de laboratório, a
influência da temperatura e do tempo de exposição de viabilidade dos fungos Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae demonstraram que quanto maior o tempo de
exposição e maior temperatura, menor é a germinação e consequentemente menor é a
mortalidade ocasionada pelos fungos. Esta tendência já era esperada, visto que muitos
trabalhos encontrados na literatura evidenciam os efeitos detrimentais da temperatura.
Pilz et al. (2011) avaliou o estabelecimento e a persistência de duas estirpes de
M. anisopliae em campos de milho para o controle de Diabrotica virgifera virgifera
(lagarta da raiz do milho). Os esporos aplicados nas folhas do milho foram capazes de
48

sobreviver por no máximo três dias após a aplicação. A persistência a curto prazo de
esporos de M. anisopliae nas folhas de milho mostra que estudos mais detalhados sobre
formulações de esporos, bem como técnicas de aplicação, tempos de aplicação e
experimentos relacionados à dose são necessários para otimizar a persistência do fungo.
Fatores que influenciam na persistência a curto prazo de esporos são alta
temperatura, baixa umidade, substâncias fungicidas, crescimento de plantas (diluição do
inóculo), adesão de conídios, morfologia e química da planta, bem como precipitação e
densidade da cultura, mas o parâmetro mais importante é a inativação dos esporos pela
radiação solar (Zimmermann, 1982; Fargues et al., 1996; Butt & Goettel 2000; Inyang et
al., 2000; Klingen et al.,2002).
Formulações para proteger os conídios das radiações nocivas devem ser testadas.
Vários óleos ou filtros solares solúveis em óleo aumentaram significativamente a
sobrevivência (Ferron, 1981; Inglis et al. 1998; Ibrahim et al. 1999).
6 CONCLUSÕES

Baseados nos dados obtidos nas condições do presente trabalho podem ser
extraídas as seguintes conclusões:
 O isolado de Isaria javanica com a maior produção de conídios em arroz
parboilizado foi o CNPAF 14;

 Os métodos de pulverização eletrostático e CO2 não apresentaram diferenças na


mortalidade de Bemisia tabaci com o fungo entomopatogênico Isaria javanica;

 O isolado de Isaria javanica, CNPAF 14, apesar de ter uma elevada produção de
conídios, apresentou um baixo índice de mortalidade sobre as ninfas de mosca-
branca;

 A aplicação de Isaria javanica utilizando o pulverizador eletrostático e CO2,


não incrementaram a quantidade de conídios na face abaxial das folhas de
feijoeiro e não interferiu na persistência.
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