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Manual CFA
Manual CFA
Coordenador:
1.2 – A azeitona............................................................................................................. 8
2.2 - Transporte........................................................................................................... 20
2.10.4 - Ultrassons................................................................................................... 43
O projeto ........................................................................................................................ 45
Bibliografia ..................................................................................................................... 89
13ª Edição – Projeto Ciência na Escola
CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
A oliveira
"E com um ramo de oliveira o homem se purifica totalmente."
Virgílio, Eneida
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
A oliveira (Olea europaea subesp. europaea var europaea) pertence à família Oleaceae
(Oleáceas) da qual inclui entre 24 a 30 géneros e cerca de 700 espécies, entre as quais
se contam igualmente plantas como o freixo (Fraxinus sp.), o jasmim (Jasminum sp.), o
lentrisco (Phillyrea angustifólia L.) e diversas plantas ornamentais como o lilás (Syringa
vulgaris), a Forsythia e o Ligustrum.
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13ª Edição – Projeto Ciência na Escola
CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
1.2 – A azeitona
Do ponto de vista botânico a azeitona, o fruto da oliveira é uma drupa.
O peso do fruto varia de 0,5 a 20g. As partes que constituem são: a epiderme (1,5 a
3,5% do peso fresco), a polpa (70 a 80%) e o caroço (15 a 28%). O caroço tem no seu
interior a semente a qual representa entre 2 a 4% do peso fresco do fruto.
Independentemente destes valores é bastante difícil definir a composição média de
uma azeitona, devido à enorme variabilidade, traduzida na existência de uma grande
variação na composição dos frutos. A água (40 a 70%) e o azeite (6 a 25%) são os seus
principais constituintes.
O momento ideal de colheita da azeitona tem sido alvo de vários estudos. No entanto
é frequente que esta operação seja efectuada sem ter em consideração os resultados
da investigação sendo orientada sobretudo por factores como sejam a experiência do
agricultor, a tradição da região onde o olival se encontra implantado, a disponibilidade
de mão-de-obra ou as condições climáticas. Quando a colheita seja realizada fora do
momento ideal pode dar origem a azeite com características organolépticas bastante
variadas.
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
A evolução da formação do fruto segue uma curva dupla sigmóide. Após o vingamento
do fruto inicia-se um processo de rápida multiplicação celular que conduz à formação
da semente e endurecimento do caroço (endocarpo), a que se segue uma fase de
aumento de volume do fruto. Na fase final o volume do fruto mantém-se
relativamente estável, observando-se uma alteração da pigmentação da epiderme até
que o fruto atinja o seu volume máximo.
Numa azeitona, o azeite constitui entre 15 a 26% do peso fresco do fruto. O azeite
encontra-se armazenado em estruturas especializadas existentes nas células
denominadas vacúolos, sobretudo nas células do mesocarpo. No processo de
extracção do azeite a moagem rompe estas células, libertando o azeite, o qual será
posteriormente separado da fracção sólida e da água que compõem o fruto.
Variedade Maturação
Azeiteira Temporã
Blanqueta de Elvas Temporã
Carrasquenha Tardia
Cobrançosa Media
Conserva Elvas Media - Tardia
Cordovil Elvas Media - Tardia
Cordovil Serpa Media - Tardia
Galega Grado de Serpa Temporã
Galega vulgar Temporã - Media
Gulosinha Media - Tardia
Maçanilha de Tavira Media
Picual Media
Redondal Tardia
Redondil Temporã - Média
Tentilheira Tardia
Verde Verdelho Media
Verdeal de Serpa Tardia
Verdeal de Trás os Montes Tardia
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Meio de Processo de
transporte colheita
5% 5%
Conservação
10%
Grau de
maturação
30%
Variedade
20%
Sistema de
extração
30%
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Valores do IM = 3,5 são referidos geralmente como uma boa indicação para o
olivicultor iniciar a colheita, sem prejuízo do rendimento em azeite para diversas
cultivares
Actualmente recorre-se à análise de outros parâmetros em laboratório que permitem
orientar o olivicultor sobre o momento ideal de colheita. Esses parâmetros analisados
são o rendimento em gordura (sobre peso húmido e peso seco) e o teor de humidade
da azeitona.
Como orientação poderemos iniciar a colheita quando:
Como regra, azeitonas colhidas ao inicio da maturação dão origem a azeites mais
frutados enquanto as mesmas colhidas à plena maturação dão origem a azeites mais
doces.
Figura 6 – Ilustração de uma possível evolução das características da azeitona ao longo do tempo na fase final de
maturação.
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Plínio no seu livro História Natural refere que a produção de azeite supera em
exigência o vinho. Refere que os azeites, mesmo quando as azeitonas são provenientes
de uma mesma árvore, não são todos iguais. Assim quando ainda imatura a azeitona
origina um azeite de sabor que considera extraordinário. Refere igualmente que o
primeiro azeite a ser extraído na prensagem é o de melhor qualidade, e que esta
diminui com o tempo.
A oliveira seria também conhecida da civilização egípcia, que utilizava o fruto como
alimento, e o azeite como combustível, detergente e na preparação de perfumes.
De acordo coma mitologia Grega, Poseidon e Atena competiram entre si pelo reino de
Ática. Poseidon, o Deus dos mares, cravou o seu tridente no chão e criou um poço de
água salgada e fez surgir um cavalo. Já Atena, a Deusa da Sabedoria e do
Conhecimento, não só domesticou o cavalo como deu aios gregos a oliveira e as suas
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
propriedades benéficas, produzindo esta alimento, óleo e madeira. Foi assim que
ganhou e assim a disputa e a cidade passou a ser conhecida pelo seu nome atual,
Atenas.
Figura 7 - La Dispute de Minerve et de Neptune pour donner un nom à la ville d'Athènes, Halle Noël
(1711-1781), huile sur toile, Hauteur 1.56 m.; Longueur 1.97 m., Paris, musée du Louvre
Os povos que tentaram invadir a Grécia procuraram quebrar a resistência dos gregos
destruindo os seus meios de subsistência. Mas mesmo após lhe cortarem os ramos ou
o tronco a oliveira renasce e continua a produzir. Não admira pois que na cultura
Grega a oliveira seja muitas vezes referida também como um símbolo de força e
resistência.
Julga-se que a cultura da oliveira chegou à Península Italiana desde a Grécia por volta
do século VI a.C.
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Escritores Romanos, como Cato, descrevem as várias etapas desde a preparação para a
colheita até ao armazenamento do azeite. Recomenda este autor que se valorizem as
quintas em função do número e dimensão das instalações destinadas à extração do
azeite. Quando estas sejam em número reduzido tal significa quase de certeza, que
estamos em presença de uma propriedade pouco rentável porque pouco produtiva.
Este autor regista igualmente que o estado de maturação no momento da colheita tem
uma influência significativa na quantidade e qualidade do azeite produzido. É
frequentemente referida a adição de sal às azeitonas após a colheita e antes da
moagem como forma de facilitar a extração do azeite.
Cato apresenta a azeitona como estando na base da dieta alimentar das classes mais
desfavorecidas da população. O azeite de melhor qualidade chegava até às classes
mais privilegiadas: como alimento, na cosmética e na elaboração de perfumes.
Outro autor grego, Columella, corou a oliveira como a rainha de todas as árvores,
sendo simultaneamente a mais fácil de multiplicar. Nas suas obras debruça-se
sobretudo pela botânica e cultivo da azeitona e não tanto pelas tecnologias de
extração do azeite. Identifica diversas variedades de oliveira que classifica em função
da sua aptidão para o consumo dos frutos (azeitona de mesa) ou para a produção de
azeite.
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Por outro lado, o facto de serem inúmeras as referências bíblicas à oliveira e ao azeite,
o seu cultivo acompanhou a disseminação da fé católica. O azeite passa a ser
frequentemente associado às cerimónias de coroação dos reis.
1.3.6 - O Renascimento
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
A extração do
azeite
“A oliveira dá-nos azeitona, a azeitona dá-nos azeite, o azeite dá-nos luz na candeia,
saúde no mal e gosto no prato.”
Ditado popular
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2.1 - Colheita
Já os autores clássicos como Columella e Palladis referem o facto de a colheita da
azeitona ocupar no calendário agrícola o período que se segue à vindima,
correspondendo naquela época aos meses de Novembro e Dezembro.
Figura 8 - Olive harvest shown on a neck amphora by the Antimenes Painter, c. 520 BC, from Vulci, (Museu
Britânico, Londres)
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Já estes autores clássicos reconheciam que ao atingir os ramos com demasiada força
estes sofriam danos significativos, daí resultando uma da produção no ano seguinte.
Recomendavam por isso mesmo que a azeitona fosse colhida com as mão a partir do solo
ou com recurso a escadas e escadotes para chegar aos frutos localizados nos pontos mais
altos da copa. Temos portanto que desde esta altura que existia a noção que a oliveira é
uma árvore sujeita a alternância de produção em que, normalmente, a um ano de boa
produção (safra) se segue uma ano em que a produção é muito baixa ou inexistente
(contra-safra).
Durante séculos a azeitona foi colhida manualmente, com o auxílio de varas e escadas
para chegar aos pontos mais altos das oliveiras.
Em zonas onde a mão-de-obra é reduzida estes sistemas permitem uma redução dos
custos e do tempo necessário para a colheita da azeitona, estando bem adaptados a ser
utilizados em olivais tradicionais e intensivos.
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2.2 - Transporte
O transporte da azeitona deve, preferencialmente, realizar-se em caixas plásticas
perfuradas, de modo a evitar a permitir a ventilação e evitar a ocorrência de
fermentações indesejáveis. A capacidade destas varia entre 25 a 250/300Kg.
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2.3 – Armazenamento
Chegadas ao lagar as azeitonas devem ser processadas no mais curto espaço de tempo
possível. Quando tal não seja possível a azeitona deverá ser armazenada em caixas
perfuradas, numa altura não superior a 25 cm. Este processamento no mais curto espaço
de tempo possível é tanto mais importante quanto piores sejam as condições em que se
encontre a azeitona.
Tabela 2 – Efeito das condições da azeitona e da rapidez de transformação da mesma na acidez do azeite
obtido.
Extração
No dia da Um dia após
colheita a colheita
Azeitona em boas condições Acidez (%) 0,35 0,40
Azeitona em más condições Acidez (%) 1,40 2,30
- pela redução dos compostos fenólicos e dos compostos voláteis, os quais transmitem ao
azeite aromas que são desejáveis;
Para evitar estas situações indesejáveis a azeitona deve ser laborada nas 24 horas que se
seguem à sua colheita.
A remoção de folhas e pequenos ramos que chegam ao lagar misturados com a azeitona
efectua-se através de equipamentos providos de turbina capaz de gerar uma corrente de
ar capaz de separar estes materiais. Alguns equipamentos estão providos igualmente com
um electroíman capaz de reter partículas metálicas que possam vir misturadas com a
azeitona, as quais poderão ser extremamente
Antes da moagem as azeitonas são lavadas por jactos de água. Trata-se de uma operação
bastante importante uma vez que permite a eliminação de resíduos aderentes à
epiderme da azeitona, como vestígios de tratamentos fitossanitários, poeiras ou areias
passíveis de causar abrasão, sobretudo das peças internas da centrífuga horizontal.
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2.4 – Moagem
Antes de serem sujeitas à moagem as azeitonas eram separadas de materiais estranhos
tais como ramos e folhas, prática que ainda se mantém.
A moenda é o processo pelo qual a azeitona é triturada com vista à obtenção de uma
pasta ou pasta. Esta operação tem por principal objectivo a libertação do azeite contido
nos tecidos dos frutos. Como norma estabelece-se que uma moagem demasiado
grosseira dificulta a libertação do azeite. Já uma moagem demasiado fina pode promover
a formação de emulsões que dificultam a extracção e diminuem o rendimento.
Para proceder à moagem podem ser utilizados diferentes equipamentos. Desde tempos
remotos que recorre a moinhos de mós de granito de forma cilíndrica ou troncocónica
(também designados de moinhos de galgas) que se deslocam sobre uma base também ela
em pedra granítica.
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Uma vez que os Romanos reconheciam que os caroços podiam, quando esmagados,
transmitir ao azeite características indesejáveis, desenvolveram alguns equipamentos que
permitiam moer apenas a polpa azeitona. Reconheciam igualmente que as azeitonas
deviam ser esmagadas imediatamente após a colheita.
Este tipo de moagem permite estabelecer uma moenda lenta e regular com um tempo
ideal de processamento (entre 20 a 30 minutos) e uma mistura da pasta de azeitona que
favorece a formação de gotículas de azeite. No entanto deve notar-se que uma moenda
demasiado prolongada expõe demasiado a massa de azeitona ao ar, promovendo
oxidações indesejáveis.
Recentemente os moinhos de pedra têm vindo a ser substituídos por moinhos metálicos.
Com este tipo de equipamentos a moenda da azeitona é realizada mediante uma acção
mais “violenta”, que promove um maior aumento da temperatura da massa de azeitona.
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2.5 - Termobatedura
Após a moenda a massa de azeitona é batida e aquecida numa termobatedeira. Os
lagares modernos possuem uma bateria de termobatedeiras. A batedura é essencial para
promover a uniformização da massa de azeitona e aumentar o rendimento da extração
de azeite. As variáveis mais importantes a ter em conta nesta operação são a velocidade
de rotação da termobatedeira, a temperatura e a duração da mesma. Com esta operação
pretende-se que as gotículas de azeite se agreguem, formando gotas de maior dimensão
de modo a favorecer o processo de extração do azeite.
60
50 Após moenda
Após batedura
40
Percentagem
30
20
10
0
menos de 15
75 a 150
mais de 150
15 a 30
30 a 45
45 a 75
Figura 14 – Distribuição do diâmetro das gotas de azeite imediatamente após a moenda (antes da batedura) e após a
batedura.
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
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2.6.1 - Percolação
Trata-se de um sistema cuja invenção remonta ao início do século XX, que sofreu
significativas melhorias tecnológicas por volta dos anos 50, surgindo na bibliografia sob a
designação de sistema Sinolea.
2.6.2 - Pressão
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É prática do mestre lagareiro recorrer a uma fina vara de marmeleiro (ou outra de igual
flexibilidade), mergulhá-la nas tarefas e com isso conseguir sentir a zona de separação
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
entre a água e o azeite. Tal é facilitado uma vez que na zona de separação azeite/água
existem pequenas bolhas. Ao tocar nelas a vara dá uma indicação da profundidade da
camada de azeite, permitindo ao mestre remover a água situada baixo do azeite
controlando a abertura de uma torneira situada na tarefa.
Muitos lagares que recorrem à extração por prensagem continuam ainda em atividade,
por uma questão de tradição, com certeza, mas também pelo elevado investimento que
os sistemas de extração contínua exigem.
Nos lagares equipados com sistemas de extração de 3 fases a água que é adicionada
arrasta consigo uma maior proporção de compostos hidrossolúveis, daí resultando azeites
com teor fenólico mais baixo, o que diminui a sua capacidade antioxidante e sua
estabilidade.
Nos finais dos anos 80 do século passado, sobretudo para fazer face aos problemas
ambientais resultantes do elevado volume de águas ruças originados pelos sistemas de
extracção de três fases, surgem os sistemas de extracção de duas fases. Estes permitem
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que, em muitos casos, a extracção do azeite da pasta de azeitona seja conseguido sem
qualquer adição de água, evitando-se deste modo a produção de águas ruças. O bagaço
obtido neste sistema apresenta um teor de humidade significativamente mais elevado, na
ordem dos 65 a 72%.
Nos sistemas de extracção de duas fases o bagaço húmido que sai da centrífuga contém
ainda uma quantidade variável de azeite que não foi extraído. Este pode ser recuperado
através de uma segunda centrifugação num outros decanter, uma prática seguida
sobretudo em Espanha. A quantidade de azeite recuperada é relativamente pequena (na
ordem dos 0,3 a 0,6 Kg/100 Kg de azeitona) e o azeite assim obtido pode apresentar
também características diferentes do obtido na primeira extracção. Quando não cumpra
os critérios qualitativos este azeite será classificado como azeite de bagaço de azeitona.
Sistema de extração
Centrifuga Centrífuga 2
Pressão
3 fases fases
Bagaço(Kg/100Kg de azeitona 25-35 45-55 80-85
Humidade (%) 22-35 45-55 65-75
Azeite(%) 6-8 3,5-5 3-4
Caroço(%) 30-45 20-28 12-18
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O decanter possui uma velocidade de trabalho teórica que depende sobretudo do seu
tamanho. Em relação ao seu comprimento e diâmetro e velocidade angular a melhor
extracção consegue-se quando o fluxo de massa de azeitona corresponde a 70 a 90% da
capacidade máxima de trabalho, em função das características da própria azeitona.
Quando o fluxo de massa é demasiado elevado o rendimento em azeite reduz-se,
perdendo-se uma maior percentagem deste quer no bagaço quer nas águas ruças.
= × ×
2× ×
= × ! ×
60
Sendo:
Para um decanter centrífugo, sabe-se qual o diâmetro interno e as rpm a que opera. Virá:
= × "#
Sendo, a massa (m) o produto do volume (v) pela densidade (d), ou seja:
=$×%
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Virá então:
= $ × % × "#
=%×"
Figura 18 – Separação de materiais em função da sua densidade num decanter centrífugo de e fases
(esquerda) e de duas fases (direita).
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Tabela 8 – Perdas de azeite nos subprodutos, segundo o sistema utilizado na extração (valores/1000Kg de
azeitona)
Centrifugação
Produto ou Prensas
3 fases 2 fases
subproduto Perdas de Perdas de Perdas de
Produzido Produzido Produzido
azeite (Kg) azeite (Kg) azeite (Kg)
Borras 4 4
)* %+ ,-+./+ 0 1%2-.%1
&'( =
)* %+ ,-+./1 , / , 341 ,%,
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Para os olivicultores que solicitam uma análise laboratorial do conteúdo de azeite na sua
azeitona, o resultado obtido traduz a totalidade da gordura presente nos frutos. No
entanto esta quantidade de gordura não será a que efetivamente será extraída tendo de
se ter em consideração a existência de perdas durante o processo de extracção. A
percentagem de azeite que se perde é designada por Índice Corretor. A quantificação do
valor deste índice não é fácil, variando o mesmo de um lagar para outro, com o sistema
de extração utilizado, a variedade de azeitona e o teor de humidade da mesma, factor
que varia ao longo da campanha.
Onde:
Sistema de extração
Conceito
Prensas 3 fases 2 fases
1 - Produção de bagaço húmido (Kg) 35 50 70
2 - Teor de humidade do bagaço (%) 25 50 60
3 - Produção de bagaço seco (Kg) 26,25 25 28
4 - Azeite no bagaço húmido (%) 6 3,5 3
5 - Azeite no bagaço seco (%) 8 7 7,5
6 - Azeite no bagaço produzido (Kg) 2,1 1,75 2,1
7 - Produção de água ruça (Kg) 50 100 25
8 - Azeite na água ruça (%) 0,3 0,5 0,5
9 - Azeite na água ruça produzida (Kg) 0,15 0,5 0,13
10 - Azeite total nos subprodutos (6 + 9) 2,25 2,25 2,23
11 - Matéria seca sem gordura na azeitona 25 25 25
12 - Factor “F” (10/11) 0,090 0,090 0,089
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Natal, quando era fraco. No final da época havia normalmente as “filhós” do rancho, que
constavam de um cortejo, desde o último olival, normalmente do patrão, até à casa
deste, com um acordeonista em alguns casos, e os homens, rapazes, mulheres e raparigas
a cantar canções populares. Havia depois um jantar e bailarico até às tantas. Tudo isto era
bem “regado”, sobretudo quando a ano era produtivo, com vantagens para todos, patrão
e trabalhadores. Após a entrada da azeitona no lagar, nova etapa do processo se iniciava,
a sua moedura. Esta fase, uma vez que a capacidade produtiva dos nossos lagares não era
satisfatória nos anos de grande produção, gerava alguma pressão junto do mestre, por
parte dos clientes, no sentido de acelerar a sua moedura, pois que não era aconselhável a
permanência da azeitona muito tempo no lagar. Mas chegada a sua vez, lá entrava no
moinho e se iniciava o fabrico do azeite, com a moedura, a passagem para os capachos,
que eram colocadas em pilha nos carros e depois apertados nas prensas. Durante a
aperto, o enseiramento, nome que era dado a uma pilha de capachos com a massa, tinha
que ser guiado no carro, com umas trancas de madeira, fazendo de alavanca contra as
colunas da prensa, para manter o alinhamento vertical do enseiramento pois que pelo
facto de a massa da azeitona, com o azeite, ser muito escorregadia, havia a tendência
para a pilha entortar. O aperto era lento para assim escorrer o máximo de azeite, o que
era facilitado através de várias regas das seiras com água muito quente, arrastando assim
o azeite, que escorria para o carro e depois, através de um tubo feito de pano, era
conduzido através de uma caleira ou tubo para as tarefas. A rega era feita ou com um
regador, ou em alguns casos, por um tubo circular com muitos furos, montado no tecto
da prensa, o qual recebia a água da caldeira.
A mistura do azeite com a água ficava depois algum tempo nas tarefas, onde decantava,
ou seja, onde a água se separava do azeite. As tarefas tinham uma forma tal que facilitava
esse processo. Eram cilíndricas, com a parte inferior em forma de cone invertido, quando
em chapa, e redondas, com um grande diâmetro na boca e reduzindo o diâmetro até ao
fundo, onde existia um bojo em forma de cântaro pequeno, quando feitas em barro.
Ligeiramente acima do fundo as tarefas de chapa tinham uma torneira e as de barro um
furo, que servia para a saída da água ruça, que era constituída pela água que havia sida
lançada sobre os capachos e os restos da azeitona, que não são azeite nem bagaço. O
sistema de fecho do furo das tarefas de barro, tinha algo de interessante pois era
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
constituído por um pau de diâmetro inferior ao furo e na sua extremidade interior tinha
uma cabeça feita de estopa enrolada em varias camadas, em forma de roca, o qual tinha
o nome de “espicho”. Era colocado na tarefa de dentro para fora. A pressão interior do
azeite empurrava o espicho para fora mantendo o furo tapado. Quando era necessário
retirar a água ruça, bastava empurrar a parte exterior do pau, permitindo que a água
saísse. A estopa enrolada ao pau tinha uma forma cónica para facilitar a vedação. Durante
o processo de decantação, era misturada água muito quente e agitada a mistura, o que
melhorava o processo em causa. Esta agitação era assegurada através de uma vara de
marmeleiro. A fase seguinte do processo de fabrico do azeite consta da retirada da água
ruça, que após a decantação, por ser mais densa que o azeite, se acumulou no fundo das
tarefas. Para isso é feita a abertura da torneira, nas tarefas de chapa, ou se empurra
ligeiramente o espicho, no caso das de barro. A água vai saindo, mas é necessário não
deixar sair o azeite e para isso o “mestre do lagar”, que é o responsável pelas tarefas mais
importantes, através de uma varinha, normalmente de marmeleiro, flexível, vai agitando
ligeiramente nos dois sentidos e mergulhando a varinha, sente quando a sua ponta passa
do nível do azeite para o da água, por esta provocar maior atrito nos movimentos laterais.
É claro que nunca se deixa sair a água toda, ficando sempre no fundo da tarefa uma
pequena quantidade de água, sendo a separação desta do azeite, feita quando se retira o
azeite por cima, sendo utilizada na parte final uma vasilha própria, com a face plana para
recolher o azeite e deixar a água ruça. Para o desempenho desta função é necessário ter
muita sensibilidade e experiência. Atualmente a separação do azeite e feita através de
centrifugadoras, que aumentam ligeiramente a produção, pois executam uma separação
mecânica mais eficiente e o azeite cria depois menos pé. Há opiniões de que o azeite
centrifugado perde algumas qualidades de sabor por ser submetido ao efeito da força
centrífuga contra as paredes do tambor da máquina. O azeite era depois transportado
para casa dos respetivos donos utilizando muitas vezes o transporte do dono do lagar. Em
alguns casos ficavam os excedentes para venda. Além do azeite, saía da azeitona o
bagaço, que ficava nos capachos após a prensagem. Este bagaço, que era constituído
pelos restos da azeitona, incluindo o caroço moído, era em alguns casos depois de
retirado das seiras, molhado, de novo colocado nos capachos, sofrendo uma segunda
prensagem, para retirar mais algum azeite. Era uma operação que nem sempre resultava
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13ª Edição – Projeto Ciência na Escola
CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
e quando se fazia, o primeiro aperto não era tão forte. O bagaço, que normalmente era
entregue ao dono da azeitona, servia em geral para a engorda dos suínos.
O pagamento dos serviços do lagar era feito em azeite, através da chamada maquia, que
era uma percentagem determinada de azeite que ficava para o lagar, para depois ser
vendido. O lucro do lagar dependia assim da capacidade de negociação do seu
proprietário com os armazenistas que compravam grandes quantidades de azeite. O
próprio Governo decretava anualmente, através da Junta Nacional do Azeite, uma tabela
com o seu preço de venda. Havia no entanto uma margem pois os armazenistas muitas
vezes pagavam acima da tabela.
No final dos trabalhos do lagar, havia as filhós, à semelhança do que acontecia com o
rancho, e que, como não podia deixar de ser, constavam de uma grande jantarada em
que não faltavam as filhós, por acontecer próximo do Natal.
Em Mouriscas, na década de cinquenta, havia cerca de vinte lagares de azeite, uma parte
deles com propulsão a motores diesel e ainda alguns movidos a água, e portanto
localizados junto a ribeiras. Também existia pelo menos um lagar em Mouriscas, na Bica
da Pedra, que era movido por um animal de raça muar. Posteriormente os movidos a
diesel passaram o utilizar a eletricidade e os de água vieram a desaparecer. Antes da
existência das prensas hidráulicas, que ainda existem na maioria dos lagares, o aperto
para a extração do azeite era feito por um processo de vara com fuso, que funcionava
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como alavanca. O fuso com rosca entrava num olhal na extremidade da vara e tinha uma
porca que ao rodar por ação da força humana deslocava para baixo a ponta da vara a qual
apertava as seiras colocadas em forma de pilha, com a massa.
38
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2.10.1 - Moagem
Tabela 10 – Parâmetros de qualidade do azeite obtido a partir de pastas integrais e descaroçadas em dois
momentos temporais.
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Para substituir o efeito dos pedaços de caroço no rompimento das paredes celulares a
pasta de azeitona pode ser tratada com ultra-sons.
Durante esta fase do processo extrativo a pasta de azeitona é sujeita a uma batedura
lenta (20 a 30 rpm) por um período de tempo que varia entre os 30 a 45minutos. Isto é
fundamental para que as pequenas gotículas de azeite libertadas durante a moagem se
agreguem em gotas de maior dimensão (fenómeno de coalescência) as quais poderão
facilmente ser separadas por processos mecânicos.
40
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41
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Do ponto de vista físico o aumento ad temperatura favorece a extração de azeite uma vez
que reduz que reduz a viscosidade e promove a agregação das gotículas de óleo. No
entanto, vários trabalhos científicos encontraram uma relação negativa e a qualidade do
azeite obtido. Como regra estabelece-se que a temperatura da massa de azeitona não
deve ultrapassar os 30ºC.
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Na figura acima observa-se que as curvas que relacionam a temperatura com o tempo
necessário para a batedura apresentam um, formato parabólico.
Ensaios realizados permitiram concluir que, por exemplo, numa pasta tratada com um
Campo Elétrico Pulsado (2kV/cm) a temperatura da batedura poderia baixar dos normais
26ºC para os 15ºC, sem que isso afetasse o rendimento em termos de extração de azeite.
2.10.4 - Ultrassons
Os ultrassons são uma forma de energia gerada por ondas sonoras com uma frequência
acima dos 16kHz. Atuam por via mecânica e térmica sobre a massa de azeitona. A ação
mecânica deve-se à cavitação e promove o rompimento das paredes celulares. O
aquecimento acontece quando as ondas de ultrassons são absorvidas pelo meio. Ensaios
realizados permitem observar uma redução do tempo necessário para que a pasta de
azeitona tartada com ultrassons atinja a temperatura necessária na batedura.
2.10.5 - Micro-ondas
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O projeto
Diz a oliveira para o seu dono: ”Olha por mim e alimentar-te-ei.
Rega-me e tornar-te-ei rico.”
Provérbio popular
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Horizonte A1
Horizonte B
Horizonte C
455 B2 20-40 16,5 27,7 27,2 20,2 24,9 6,2 0,94 1,16
Tabela 3.11 – Resumo das propriedades físico-químicas do solo Px. (Fonte: Cardoso, 1965)
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Mês Prec. Temp. Temp. Temp. Geada Hum. Vel vento ETo ETo
media max. min. Rel (2m)
mm °C °C °C nº dias % m/s mm mm/d
Jan 109 10.0 13.6 6.5 4.4 78.0 2.8 38 1.2
Fev 110 10.8 14.6 7.0 2.3 75.9 2.9 46 1.6
Mar 71 12.5 17.0 8.1 1.5 69.7 2.8 78 2.5
Abr 73 14.0 18.7 9.3 0.5 68.7 2.8 97 3.2
Mai 51 17.0 22.3 11.8 0.0 65.3 2.8 133 4.3
Jun 34 20.6 26.5 14.8 0.0 62.0 2.5 154 5.1
Jul 5 23.5 30.1 16.9 0.0 56.4 2.6 189 6.1
Ago 5 23.6 30.3 17.0 0.0 55.4 2.7 181 5.8
Set 35 21.9 27.7 16.2 0.0 59.6 2.4 129 4.3
Out 85 17.8 22.3 13.3 0.0 68.5 2.6 86 2.8
Nov 105 13.2 17.0 9.5 1.3 75.0 2.7 50 1.7
Dez 106 10.5 14.0 7.1 4.2 77.6 2.8 37 1.2
Total 787 1 219
Como nos indica a tabela acima em Mouriscas, Abrantes, o valor mais elevado da
Evapotranspiração de referência (ETo) ocorre no mês de Julho e é de 6,1mm/dia.
ETc = ETo x Kc
O valor da ETc tem agora de ser corrigido em função da área ocupada pela canópia da
cultura (A). Para isso utilizamos o Coeficiente de localização (Kl), que se pode calcular
através de uma das seguintes fórmulas:
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Aljibury: Kl = 1,34 x A
Decroix: Kl = 0,1 + A
Hoareet al.: Kl = A + 0,5x (1 – A)
Keller: Kl = A + 0,15x (1 – A)
Para aplicarmos as fórmulas temos de estimar o valor da área sombreada pela canópia
da cultura (A).
- Estado de desenvolvimento
- Vigor da variedade utilizada
- Sistema de condução e podas
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2,97
= × 100 = =>, ?%
5,06
Ignorando os dois valores extremos e fazendo a média dos dois remanescentes virá:
Kl = (0,787+0,687)/2 = 0,737
Uma vez que os cálculos estão a ser efectuados para um ano médio, em metade dos
anos vamos ter falta de água. Assim, para fazer face a isso temos de entrar em conta
com um coeficiente de segurança. Para tal vamos majorar o valor da Etc corrigida em
20%, e virá:
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Efeito oásis:
Para a área a implantar temos que o valor do fator de correção é de 0,95 (Pizarro,
1990,pp 169). Virá então que:
Nl = Etc – Ac –P +∆z
em que:
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Nl = 3,59mm/dia
Em que:
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Neste caso, Condutividade Elétrica (CE) da água de rega = 0,31mS/cm (valor obtido a
partir de análise de água) e CE do solo para uma produção máxima = 1,5 mS/cm.
(Pizarro, 1990,pp 102).
Neste caso:
2 – (1-Lr) = 1-0,1= 0,9, sendo este o valor adotado para K, e virá que:
Começaremos por efetuar os cálculos para um emissor com um caudal (q) de 2,2 l/h,
com um espaçamento entre gotejadores (Se) de 1m. Este emissor origina num solo
com as características daquele em que estamos a trabalhar (solo franco/médio) um
bolbo húmido com o seguinte diâmetro:
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Nota: a fórmula adotada a partir do quadro acima irá condicionar os cálculos daqui para diante. O ideal
será obter o valor de D em provas de campo.
D = 0,7 + 0,11 x q
Ae = Π x r2
e x Ae ≥ p x Sp
em que:
e : nº emissores/m2
Ae : área molhada por emissor
p : % de superfície molhada (33%=0,33)
Sp : superfície ocupada por planta /compasso
(Nota: o total de área molhada num determinado compasso deve ser pelo menos igual à
percentagem de superfície molhada desse compasso)
e x 0,69m2≥ 0,33x1m2
e ≥ 0,33 x 1/0,69
e ≥ 0,48 emissores/m2
Figura 29 - Superfície molhada pelos emissores, de acordo com a solução proposta. Note-se a ausência
de sobreposição entre bolbos húmidos.
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Sabendo que:
@AB = CB × CD
em que:
Para uma tubagem como a que é proposta, com emissores separados de 1m, temos,
no terreno, a área ocupada por emissor (ou seja, a área de terreno que cabe regar a
cada emissor) é dada por:
Este valor é inferior ao mínimo necessário (e≥0,48 emissores/m2) para garantir uma
percentagem de superfície coberta de 33%, logo a separação entre emissores proposta
parece ser demasiado grande.
p = (e x 100 x Ae)/Sp
Podemos confirmar que para garantirmos uma sobreposição de bolbos húmidos (a) de
15%, de modo a evitar a existência de zonas secas entre bolbos húmidos, a separação
entre emissores teria de ser no máximo de:
H
CB = E × FG − IJJK
Utilizando emissores com o mesmo caudal, podemos tentar utilizar tubagem com uma
menor distância entre emissores/gotejadores. Por consulta da tabela seguinte, o valor
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para a distância entre emissores mais aproximado deste, mantendo o mesmo caudal
de emissor é 0,75m (Se=0,75m).
p = (e x 100 x Ae)/Sp
Valor mais elevado, mas ainda longe dos 33% definidos inicialmente como mínimo
desejável para garantir boas condições de rega.
Figura 30 - Superfície molhada e sobreposição de bolbos húmidos pelos emissores com caudal q=2,2l/h,
para uma Se=0,75m.
Tabela 12 - Débito, espaçamento entre gotejadores e comprimento das rampas para o tubo com
gotejador integrado autocompensante Polidrip PCS (www.plasbene.pt)
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Figura 31 - Superfície molhada e sobreposição de bolbos húmidos pelos emissores pelos emissores com
caudal q=2,2l/h, para uma Se=0,5m.
p = (e x 100 x Ae)/Sp
Façamos os cálculos para um gotejador de maior caudal, que muito embora possa
limitar o comprimento dos ramais, poderá trazer vantagens em termos de duração do
tempo de rega
Comecemos por estimar o diâmetro do bolbo húmido criado por este gotejador:
D = 0,7 + 0,11 x q
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Ae = Π x r2
e x Ae ≥ p x Sp
(Nota: o total de área molhada num determinado compasso deve ser pelo menos igual à percentagem
de superfície molhada desse compasso)
em que:
2
e : nº emissores/m
Ae : área molhada por emissor
p : % de superfície molhada (33%=0,33)
Sp : superfície ocupada por planta /compasso
e ≥ 0,33 x 1/0,98
e ≥ 0,34 emissores/m2
Figura 32 - Superfície molhada e sobreposição de bolbos húmidos pelos emissores, com caudal q=3,8l/h
e uma Se=1m.
p = (e x 100 x Ae)/Sp
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p = (e x 100 x Ae)/Sp
Figura 33 - Superfície molhada e da sobreposição de bolbos húmidos pelos emissores, com caudal
q=3,8l/h e uma Se=0,75m
p = (e x 100 x Ae)/Sp
Figura 34 - Superfície molhada e da sobreposição de bolbos húmidos pelos emissores, com caudal
q=3,8l/h e uma Se=0,5m
Mais uma vez, esta situação satisfaz a necessidade de termos e≥0,34 e p> 33%.
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Sabendo que:
B × LB = MA ×
onde:
e = nº de emissores
Ve = Volume total aplicado por emissor
Nt = Necessidades totais de rega
I = Intervalo entre regas
Para um intervalo de rega de 1 dia (regando todos os dias, I=1), virá, por exemplo:
Q+
PE =
R
12,3O
PE = = 3,24ℎ ≅ 3ℎ: 15
3,8O/ℎ
60
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Tabela 14 – Intervalo entre regas, volume aplicado por emissor e tempo de rega.
Vamos optar pelo menor intervalo entre regas, regando uma vez por dia.
6+ 01 %.301 í$+O
Vú + 1 %+ 3+/1 +3 =
2 ,çã1 %, +*,
Considerando que o tempo disponível é de 10 horas de rega diárias, sete dias por
semana e que a duração da rega é de 3,24 horas por dia sete dias por semana temos:
10ℎ × 7 %.,3
Vú + 1 %+ 3+/1 +3 = = W XBAYEBX
3,24ℎ × 7 %.,3
Iremos dividir o pomar por 4 setores de rega. Vamos optar por regar um dois setores
da cada vez. Se na exploração se realizassem outras culturas, noutras parcelas, esta
seria uma forma de libertar tempo de rega para essas culturas.
40000
= 10000 /3+/1
4 3+/1 +3
Podemos calcular o número de emissores por sector para sabermos o volume de água
necessária, por hora para alimentar cada sector. Virá:
10000
= 3556+ .331 +3/3+/1
3,75 × 0,75
61
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Como cada emissor tem um caudal de 3,8l/h, o caudal necessário por sector será de:
Uma vez que vamos regar dois sectores em simultâneo, as necessidades são de 27m3
de água /hora.
sendo:
DI: diâmetro interno da tubagem (mm)
Q:caudal (l/h)
V :velocidade da água dentro da tubagem (m/s) (Nota: 1m/s na subunidade;
1,5m/s na rede de distribuição)
62
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Caudal de 27000l/h
Tubo: (Listileno PE 80)
Diâmetro exterior – 110 mm
Espessura – 6,6 mm
Diâmetro interior – 96,8mm= 0,0968 m
Cálculo do Nº de Reynolds:
R O/ℎ
Vº %+ &+b 1O%3 &+ = 352,64 ×
%
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R#,de
c = 0,473 × f,de
%
27000#,de
c = 0,473 ×
96,8f,de
J = 0,0099 m/m
64
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
R#,de
c = 0,473 × f,de
%
Neste caso:
507#,de
c = 0,473 ×
13,8f,de
J=0,099m/m
A perda de carga corrigida (J’) devida às perdas de carga em saídas regulares é dada
por:
+ + h+
cg = c × !
h+
65
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Virá finalmente:
0,23 + 0,75
cg = 0,099 × !
0,75
J’=0,13m/m
H = J’ x l x F
66
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Os filtros de areia devem reter as partículas cujo diâmetro se situe entre 1/12 a 1/10
do diâmetro efetivo da areia. Assim, por exemplo, uma areia com um diâmetro efetivo
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32,4 Z /ℎ
h= = 0,54
60 /ℎ
4 × 0,54
>] = 0,829m = 829mm
3,14
Optaremos pela instalação dois filtros Arena, Modelo FAV3, cuja superfície de
filtragem apresenta uma área de 1,418m2, e cujo caudal caudal limite são25 m3/h.
69
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Quanto à areia a utilizar, o diâmetro desta deverá ser igual ao menor diâmetro de
passagem dos gotejadores. Neste caso esse diâmetro é de 0,8mm (tubagem 1).
Optaremos por uma areia nº11, cujo diâmetro efetivo é de 0,78mm.
Utilizando dois filtros em vez de apenas um, facilita-se a limpeza de um pela água
filtrada proveniente do outro. Temos então que:
0,54
h= = 0,27
2
4 × 0,27
>] = 0,586m = 586mm
3,14
O filtro de areia vai introduzir uma perda de carga de 0,8mca, quando limpo, mas
quando colmatado esse valor pode chegar aos 6mca.
De modo a garantir a retrolavagem dos filtros de areia vamos optar pela montagem de
válvulas de retrolavagem (válvulas hidráulicas de limpeza), recaindo a nossa opção
pelo modelo Válvulas Globo VC22, permitindo estas a automatização do processo de
retrolavagem. Vão introduzir uma perda de carga a rondar os 0,8mca.
O diâmetro do intervalo da malha deste filtro deve ser, no máximo 1/7 do menor
diâmetro de passagem da água nos gotejadores (0,8mm).
70
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Neste caso:
Para este diâmetro de menor passagem temos recorrer a um filtro de malha de aço
com 140 mesh, com um diâmetro de passagem inferior a 105µm. (tabela abaixo)
Para dimensionamento do filtro de malha, e tal como fizemos para os filtros de areia,
vamos também introduzir uma margem de segurança no caudal necessário (de + 20%):
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Neste caso:
0,009/3
$+O1n.%,%+ 1 4.O/ 1 = = J, I>o/X
0,04929
Valor este que se aceita, uma vez que é inferior ao valor limite de 0,6m/s.
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A perda de carga imposta pelo filtro de malha é de 2,5mca quando limpo, mas quando
colmatado, essa perda de carga pode atingir os 6mca.
Vamos optar pela instalação de um medidor de caudal Kent, tipo Woltman, modelo
H4000 (ligação 3”). Este origina uma perda de carga entre 1 a 4mca (consideraremos
uma perda de carga de 2mca para efeitos de projeto).
Ventosas
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Manómetros de pressão
De modo a controlarmos a necessidade de limpeza dos filtros de malha serão colocados dois
manómetros de pressão, um antes e outro após o filtro de malha, o que nos vai possibilitar a
observação de eventuais diferencias de pressão, indicadores de colmatação do filtro. Por cada
sector, após a electroválvula com regulador de pressão, montar-se-á igualmente um
manómetro de pressão, de modo a garantir que a pressão à entrada de cada sector é a
desejada.
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Electroválvulas
Vamos optar pela instalação, em cada sector de rega, de uma electroválvula com
regulador de pressão Bermad, DN80T. Cada electroválvula irá introduzir uma perda de
carga de 0,3mca.
Fio elétrico
Para efetuar a ligação entre o programador de rega e as electroválvulas dos sectores será
necessário estender cabo elétrico, cabo este que ficará enterrado, nas valas abertas para fazer
passar as condutas de água.
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s.
p1/+ n., %, 1 q, "r = 0,00272 ⋅
t
Em que:
Q – Caudal necessário (m3/h)
H – Pressão de serviço = somatório das perdas de carga + altura de elevação+ diferença
de cota entre a bomba e o ponto mais alto da conduta primária (m)(ver tabela abaixo)
η - Rendimento da bomba (%), que varia entre 60 e 70%, sendo aqui adotado o valor
de 65%.
Em primeiro temos de calcular a pressão de serviço, necessária, conforme a tabela 5.
27.56,4
p1/+ n., %, 1 q, "r = 0,00272 ⋅ = 6,37"r
0,65
Comprimento(m) J(m/m) H
Pressão necessária nas rampas 20
Dif de cota entre a bomba e o ponto mais alto* 5
Altura de elevação** 6
Sub total 31,0
Conduta principal + secundária 3,23
Rampas 4,75
Sub total 7,98
Filtro de areia 6
Válvula de retrolavagem 0,8
Filtro de malha 6
Medidor de caudal 2
Electroválvula com reg pressão 0,3
Folga (15%) 2,3
Sub total 17,4
TOTAL 56,4
* para um declive de 2%
** desde o nível mais baixo da água até à bomba
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Muito embora se estime que apenas pouco mais de 10% dos olivais do mundo sejam
cultivados em regime de regadio, a tendência para aplicação de água a esta cultura é
crescente. Simultaneamente, a disponibilidade de água terá tendência para ser cada
vez menor, facto que será potenciado pelas alterações climáticas. Com isto, o custo da
água irá certamente aumentar fazendo com que os olivicultores fiquem mais atentos e
sensíveis a esta nova realidade.
Muito embora o olival de regadio seja mais rentável, o lucro dos olivicultores poderá
ser potenciado por uma utilização mais eficiente da água de rega. Para tal ser possível
é necessário conhecer as necessidades hídricas do olival ao longo do ano e identificar
os períodos em que a cultura é mais ou menos sensível ao stress hídrico, controlando o
vigor da árvore mas mantendo a produtividade.
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O ciclo produtivo do olival pode dividir-se em três fases distintas, durante as quais a
cultura manifesta diferente sensibilidade à falta de água:
Durante esta fase o ciclo vegetativo da oliveira sofre uma pausa. Trata-se por isso de
uma fase em que podemos, por isso mesmo, reduzir o fornecimento de água, uma vez
que é um período em que a cultura está mais resistente ao stress hídrico. O
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Noutras culturas como a vinha, por exemplo, rega foi sempre alvo de alguma polémica.
Esteve e continua a estar no entro de muitas discussões. Sabe-se que a rega afecta
vários componentes do crescimento e desenvolvimento da vinha, da produção de
fruto e posterior maturação. Normalmente, o fornecimento excessivo de água tende a
favorecer o desenvolvimento vegetativo da vinha em detrimento da maturação dos
frutos. O fornecimento excessivo de água no início da estação promove o
desenvolvimento de frutos de maior dimensão, enquanto a limitação no seu
fornecimento após o vingamento do fruto reduz a dimensão dos mesmos.
Aproveita-se esta oportunidade para referir duas das técnicas mais recentes em
termos de rega deficitária das culturas são:
A aplicação do sistema RDI começou na Austrália, há cerca de vinte anos, como forma
de controlar o crescimento vegetativo em pomares de pessegueiros instalados com
elevada densidade de plantação. Esta técnica envolve a reposição parcial da água
perdida por evapotranspiração, fornecendo-se menos água do que a necessária,
durante estádios de desenvolvimento específicos.
Esta técnica tem vindo a ser adoptada na Califórnia e Austrália em zonas de reduzida
disponibilidade hídrica. No caso da vinha, a sua implementação conduz, normalmente,
a uma redução do crescimento vegetativo e do tamanho dos bagos, aumentando os
sólidos solúveis, a cor e o aroma. Quando aplicada correctamente, esta técnica
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No sistema RDI a vinha é sujeita a condições de stress hídrico por períodos que se
prolongam por três ou mais semanas, reduzindo-se assim tanto o vigor vegetativo
como a produção. A quantidade total de água de rega aplicada pode não ser
significativamente menor quando comparada com a situação de referência.
Os primeiros ensaios com esta técnica tiveram lugar na Austrália há cerca de dez anos.
Os benefícios, comprovados, e as vantagens associadas levaram a que, em 2001, a
Academia Australiana de Ciências Tecnológicas e Engenharia e o Museu Powerhouse,
incluíssem a PRD entre as 100 maiores inovações tecnológicas australianas do século
XX.
A PRD constitui uma técnica de aplicação estratégica da água de rega com a qual se
pretende obter um maior equilíbrio no desenvolvimento vegetativo, uma maior
eficiência na utilização da água e um aumento da qualidade do vinho.
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A PRD baseia-se no princípio de redução das perdas de água por via estomática através
da manipulação do teor de humidade do solo. Isto consegue-se pela criação de ciclos
alternados de secagem e humedecimento em zonas distintas do sistema radicular da
vinha. Para tal é necessária a instalação de duas linhas de gotejadores que regam
alternadamente cada lado das videiras, permitindo a um dos lados estar sob stress
hídrico enquanto o outro tem um fornecimento normal de água (figura seguinte).
As raízes que se estendem pela parte seca do solo respondem à falta de água com a
produção de ácido abcíssico, cuja síntese aumenta cerca de dez vezes. Este circula pelo
82
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sistema vascular das plantas (xilema) até às folhas, onde induz uma menor abertura
estomática e consequente redução das perdas de água por transpiração.
Tão importante como manter uma parte do sistema radicular sujeito a um stress
hídrico, é garantir que no restante não haja carência de água, e que esta seja fornecida
em quantidade suficiente para suprir as necessidades da planta como um todo. A
redistribuição da água dentro da planta da parte humedecida para a parte “seca”
processa-se durante a noite.
Na vinha, por exemplo, contrariamente ao sistema RDI, o sistema PRD, não tem como
consequência uma redução na produção nem no tamanho dos bagos
Isto fica a dever-se sobretudo à redução de área foliar associada aos crescimentos
laterais/secundários. Esta redução da densidade da canópia perece ser a principal
responsável pelas alterações qualitativas dos frutos.
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Uma rega adequada é fundamental para o crescimento dos ramos, floração, formação
do fruto, produção total e redução da alternância da produção.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Eto (mm/dia) 1,20 1,60 2,50 3,20 4,30 5,10 6,10 5,80 4,30 2,80 1,70 1,20
Etc (mm/dia) 0,78 1,04 1,63 2,24 3,01 3,57 4,27 4,06 3,01 1,96 1,19 0,78
Etc corr (mm/dia) 0,66 0,87 1,36 1,88 2,53 3,00 3,59 3,41 2,53 1,65 1,00 0,66
Nl -2,86 -3,06 -0,93 -0,55 0,88 1,87 3,59 3,41 1,40 -1,10 -2,50 -2,76
Nt 0,00 0,00 0,00 0,00 3,13 3,72 4,44 4,23 3,13 0,00 0,00 0,00
l/dia/planta 0,00 0,00 0,00 0,00 15,86 18,81 22,50 21,39 15,86 0,00 0,00 0,00
Tempo de rega 0h:0m 0h:0m 0h:0m 0h:0m 2h:19m 2h:45m 3h:17m 3h:8m 2h:19m 0h:0m 0h:0m 0h:0m
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CIÊNCIA NUM FIO DE AZEITE
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Eto (mm/dia) 1,20 1,60 2,50 3,20 4,30 5,10 6,10 5,80 4,30 2,80 1,70 1,20
Etc (mm/dia) 0,78 1,04 1,63 2,24 3,01 3,57 4,27 4,06 3,01 1,96 1,19 0,78
Etc corr (mm/dia) 0,66 0,87 1,36 1,88 2,53 3,00 3,59 3,41 2,53 1,65 1,00 0,66
Nl -2,86 -3,06 -0,93 -0,55 0,88 1,87 3,59 3,41 1,40 -1,10 -2,50 -2,76
Nt 0,00 0,00 0,00 0,00 3,13 3,72 4,44 4,23 3,13 0,00 0,00 0,00
Redução (%) 0,00 0,00 0,00 100,00 80,00 20,00 20,00 80,00 80,00 0,00 0,00
l/dia/planta 0,00 0,00 0,00 0,00 15,86 15,05 4,50 4,28 12,69 0,00 0,00 0,00
Tempo de rega 0h:0m 0h:0m 0h:0m 0h:0m 2h:19m 2h:12m 0h:39m 0h:38m 1h:51m 0h:0m 0h:0m 0h:0m
Rega com PRD 71,9 66,0 20,4 19,4 55,6 233,3 1486,2 104 €
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O próprio modelo à escala sofreu diversas alterações por proposta dos alunos
envolvidos mas também de outros docentes, nomeadamente daqueles que têm
assento no Conselho Técnico da Escola.
E que possamos contribuir para por esta ciência ao serviço de um mundo melhor.
Figura 54 – Ilustração final do modelo de rega segundo o sistema de secura parcial nas raízes a ser
desenvolvido.
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Bibliografia
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- Clodoveo, Maria Lisa et al. ,“What’s now, what’s new and what’s next in virgin olive
oil elaboration systems? A perspective on current knowledge and future trends”,
Journal of Agricultural Engineering, Vol . 45, No 2 (2014)
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