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Sistemas de Significação
1 – INTRODUÇÃO
2 – A RESISTÊNCIA DA POESIA
4 – A EXPERIÊNCIA DO SIMBÓLICO
5 – O JOGO E A FESTA
6 – CONCLUSÃO
7 – BIBLIOGRAFIA
1 – INTRODUÇÃO
ora desenvolvemos e foi realizado com o intuito de aclarar e definir com nitidez o
queremos crer que neste trabalho logramos atingir o fulcro da questão que nos
palavra indizível, pois que forjada num sistema de signos absoluto e generalizado
do real pelo culto do ícone pelo ícone, quando acopla-se ao real uma máscara,
com o objetivo lúdico de descobrir o segredo, mas devido ao temor de que por
1
GADAMER, 1985, p. 19.
2
LEMINSKI, 1988.
No entanto, ao império do código a poesia resiste, porque feita com
pode carregar”.3
arbitrariedade do signo, pois todo signo poético deriva da ligação entre partes
tudo, a tentativa de elisão do real, lugar onde o devir se faz nos objetos do sentido
3
Ibidem.
4
Ibidem.
5
ECO, 1981, PP. 628-668.
3 – COMUNICAÇÃO E TROCA SIMBÓLICA
anterior à captura pelo código, possibilita-nos investir num caminho ora olvidado
pelos teóricos. O verbo latino communico (-as, -are, -avi, -atum), em sentido
próprio, significa “por em comum, repartir, dividir alguma coisa com alguém” 6 e,
Ou ainda:
6
FARIA, 1982, p. 121.
7
BAUDRILLARD, [s.d.] p. 151.
8
BAUDRILLARD, 1972, p. 61.
Impossível olvidarmos que toda a poesia significativa do século XX
homens entre os quais e partir dos quais ele cria. A poesia, de fato, está sempre a
obra a nova mentalidade artística, a partir da qual ele cria, ao mesmo tempo como
9
GADAMER, 1985, p.21.
10
BAUDRILLARD, 1973, p. 145.
4 – A EXPERIÊNCIA DO SIMBÓLICO
utilidade que “corrompe todos os setores da vida, nos fazendo crer que a própria
vida tem que dar lucro”. 14. Por isso, o objeto que a poesia inaugura é novo a cada
instante, uma vez que não se lhe sobrepõe um código que, necessariamente,
11
BAUDRILLARD, 1976, p. 56.
12
LEMINSKI, 1988.
13
Ibidem
14
Ibidem.
15
BAUDRILLARD [s.d.] p. 186.
16
BAUDRILLARD, 1973, p. 34.
Nada mais avesso à poesia, antítese da sociedade. “Vivemos num do
contra a vida. A verdadeira vida. Que é feita de júbilo, liberdade e fulgor animal”. 17.
Por isso, “a nova mensagem de conciliação” 18 que o poeta traz impõe à nossa
Logo, poeta e poesia diante do espelho, tal como Narciso – o último deus -,
buscam
Deixar de ser o que é. Mas deixar ser não quer dizer: repetir
apenas o que se sabe. Não na forma de uma vivência de
repetição, mas determinado pelo próprio encontro, deixa-se
ser o que foi para aquele que se é.20
apenas reme para a significação, mas a tornamos presente, como algo único, “um
pedaço do ser que promete completar o algo a ele correspondente, a fim de sanar
17
LEMINSKI, 1988
18
GADAMER, 1985, p. 16.
19
Ibidem, p. 33.
20
Ibidem, p. 75.
21
Ibidem, p. 51
A experiência do simbólico revela-se, então, uma vivência avessa aos
ressalta que estes são liberados apenas em sua objetividade funcional, e não
ser como função, o homem reciprocamente não é liberado senão como usuário
desse objeto.”22
22
BAUDRILLARD, 1973, p. 22
5 – O JOGO E A FESTA
declarar autônomo, além do bem e do mal” 23, além de qualquer utilidade: inútil
artesanato. Portanto, conforme T.S. Eliot, citado por Hugo Friedrich, “a poesia
pode comunicar-se, ainda antes de ser compreendida” 24, pois, situada para além
valor que se lhe possa atribuir e permite que a cognição se desenvolva no sentido
da pluralidade.
linguagem –e, portanto, da própria poesia, enquanto jogo – funda a lírica moderna
e instaura o seu confronto com o mundo, pois o jogo é “um movimento que não
está ligado a uma finalidade última” 27. E, portanto, o jogo anula a racionalidade
23
LEMINSKI, 1988.
24
FRIEDRICH, 1978, p. 15.
25
Ibidem, p. 127.
26
Ibidem, p. 131.
27
GADAMAR, 1985, p. 38
funcional e possibilita a instauração do fazer comunicativo, tendo em vista a
abolição da distância entre aquele que joga e aquele que é jogado pela
esta. O espectador, então, não é mero observador, mas alguém que participa do
linguagem. E os poderes deste mundo não suportam o prazer” 29, conforme afirma
explica que se trata de uma tarefa, “de um trabalho de realização – que não
28
Ibidem, p. 63.
29
LEMINSKI, 1988.
30
GAMAER, 1985, p. 78.
como a um presente, mas justamente tem que construir esta comunhão
31
Ibidem, p. 73.
32
BAUDRILLARD, 1976, p. 98.
6 – CONCLUSÃO
nos assaltaram. Assim sendo, resta-nos afirmar que encontramo-nos nem mezzo
---. Pour une critique de l’économie politique du signe. Paris, Gallimard, 1972.
ECO, Umberto. “Segno” e “Simbolo”. In: ---. Enciclopédia Einaudi. Torini, Giulio
Einaudi Editore, 1981, v.12.
LEMISNKI, Paulo. “A arte e outros utensílios”. In: Folha de São Paulo. São
Paulo, 1988, p. 92, 18/10/88.