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libertando-o das noções ordinárias de tempo e espaço para suprimir no puro prazer de jogar
lúdico ao qual não podemos renunciar: exercê-lo significa ser livre e livrar-se da tirania
do trabalho indispensável.
esportivo), nos permite dar tratos à bola e refletir acerca das peculiaridades da cultura
brasileira contemporânea. Ao afirmar que o gol não é o momento lógico do jogo, Paulinho
espetacularização.
esportivo. Neste sentido, cumpre-nos observar que o atleta, ainda segundo Umberto Eco, é
humanos destinados à competição. E tal destinação faz do atleta um ser que hipertrofiou
um único órgão, que faz de seu corpo a sede e a fonte exclusiva de um jogo. Esta
que participamos do jogo da cultura e por ele somos jogados. Eleito mito da sociedade de
remete à distância a que foi deslocada a audiência no espetáculo esportivo, sendo reduzida
então ao mero exercício do olhar na medida em que não tem possibilidade de aderir
fisicamente àquilo que contempla. O espectador de futebol, seja no campo, seja via
televisão, integra-se ao espetáculo não para jogar, mas para ser jogado e enredado nas
tramas do consumo.
Natural, então, que o torcedor venha a exigir do atleta a mesma submissão a que se
sujeita como consumidor do espetáculo: o gol deve ser a lógica do jogo, pois o evento
esportivo está inserido no princípio racionalizador das relações sociais. A cultura de massa,
consumo, devorando a sua existência e o seu tempo e evadindo-se das realidades social,
humana. Espera, então, que o atleta, enquanto operário especializado do espetáculo, utilize
a racionalidade técnica para criar uma segunda natureza do jogo, do futebol – enfim liberto