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2014
Resumo
Para além da técnica: experiência moral e construção da transparência em processos de
auditoria pública
Abstract
This work analyses the moral experience of auditors in a state inspection and control
agency. The intense debate regarding corruption, taken together with changes in public
audit processes, such as the “inspection responsibility law”, have created a panorama
where transparency and good practice have become central. The aim of this work,
employing the perspective of moral sociology, is to analyse values and practices
developed in the name of transparency, especially that which economists dismiss as
“moralism”; the constitutive nature of the “normative”. The research on auditors allows
us to focus on the technical approach to corruption. However, as the first results show,
the experts themselves doubt the capacity of their practices to “change” the reality of
corruption; since they routinely confront the fact that legalism, even when strict laws
are adopted, permits a wide range of action. Thus, the distinction employed by auditors
between their work and “political will” entails the construction of a set of orientations
and norms regarding how to act for the general good; transparency as a moral value.
2
Para além da técnica: experiência moral e construção da
transparência em processos de auditoria pública
3
valores envolvidos nessa mudança a partir de indivíduos que possuem um
conhecimento e discursos particulares sobre o problema da corrupção e as
possibilidades de ações efetivas em seu combate. Saber quais são os ‘achados’
de auditoria mais recorrentes não nos dirá, exatamente, sobre a efetividade e os
tipos de corrupção. Porém, ajudará a ter uma visão mais objetiva do cotidiano,
dos argumentos morais e mudanças nos valores de órgãos públicos de
fiscalização e responsabilização.
4
“maldição” revelam sua natureza metafísica. A idéia de buscar um olhar mais
técnico veio da necessidade de encontrar uma perspectiva mais objetiva sobre o
problema, capaz de permitir um confronto com as formas de pânico moral.
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fui recebida por um funcionário não tão importante na escala de autoridade e
obtive uma melhor noção das possibilidades de pesquisa. Foi-me pedido que
enviasse um pequeno projeto especificando o problema da pesquisa, o tamanho
da amostra e o nome e cargo das pessoas que iriam compô-la. A sala só estaria
disponível pelas manhãs, horário em que não há expediente. Expliquei a
dificuldade desse horário e me foi sugerido que ligasse diretamente para os
chefes de cada sessão, dizendo o nome do conselheiro que tinha autorizado a
pesquisa e marcando a hora em que cada técnico poderia se apresentar para a
entrevista.
Informante: Três meses??? Isso é muito tempo. Não é possível. Não vão
deixar que um estranho fique circulando por aqui esse tempo todo...
Eu: Dois meses... Mas, não virei todos os dias. Só de vez em quando...
Você sabe, a universidade me toma muito tempo.
Informante: Ótimo. Assim está perfeito. Não vai ter problema nenhum.
Mais uma vez, não posso dizer que essa é uma postura oficial do órgão.
Todavia, somada a outras reações, essa preocupação com minha presença
demonstra um processo de desconfiança que não precisaria ocorrer. Minha
chegada e a questão sobre a “transparência” parece tê-los lembrado que
estavam atrasados na construção de transparência e também de
“intransparências”. Assim, não fossem algumas ‘brechas’ na segurança, os
esquecimentos e lapsos na construção da ‘instransparência’ e a simpatia de
algumas pessoas, a única possibilidade disponível de contato seria apenas
através do telefone. O que é muito difícil porque um funcionário que trabalha por
metas tem muito mais facilidade em negar ou adiar qualquer conversa ou pedido
de entrevista feito por telefone.
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Ao mesmo tempo em que se mostraram oficialmente abertos à pesquisa
e alguns até reclamaram por não haver mais teses sobre o funcionamento do
órgão, os seus representantes tem uma idéia muito específica de pesquisa:
questionários com amostras determinadas. Como já foi mencionado acima, o
espaço de trabalho prometido também se apresentou um pouco problemático.
Apesar da extrema gentileza, só estaria disponível no turno em que só alguns
chefes estariam presentes. Pedi para participar das vistas aos órgãos auditados
junto com a equipe e me informaram que era muito perigoso, poderia trazer
problemas legais. Cheguei a participar de uma, mais uma vez pela mistura de
acaso e uma pequena vergonha de tantos “nãos”. Nesse sentido, as minhas
visitas e o desenho da pesquisa precisaram se orientar por um ritmo ditado pelo
próprio órgão. Mudei da idéia de uma longa observação-participante para uma
aplicação de entrevistas com tempo para terminar definido, se alguém estivesse
contando. Nesse ponto, é importante destacar que a pesquisa continuou para
além do tempo definido. Apesar de criarem regras sistematicamente para minha
presença, eles logo se esquecem.
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Desse modo, com as condições que se apresentaram, a pesquisa foi
orientada para a realização de entrevistas semi-estruturadas. Este artigo está
baseado nas 10 primeiras entrevistas realizadas com auditores e nas
observações permitidas durante esse processo. O grande problema dessas
entrevistas foi que apenas em uma delas obtive autorização para gravar.
Ninguém se negou a gravar, mas o incômodo era tão evidente que sempre optei
por colocar para um ‘próximo momento’. Já que apenas uma entrevista foi
gravada, optei por não usar a sua transcrição para que não ganhasse um peso
superior ao das outras que podem ter tido seu conteúdo prejudicado pelos
ritmos da memória.
1
Para uma análise histórica do conceito ver Filgueiras(2008)
13
é marcada por dificuldades. Estudar a corrupção tem certa familiaridade com os
estudos antropológicos sobre feitiçaria: onde o pesquisador, mesmo
reconhecendo a realidade do fato, tem como objeto uma rede de acusações e o
fato constante de que os praticantes do ‘mal’ são sempre ‘outros’ (Haller e
Shore, 2005). Mesmo os economistas, que têm como foco as estruturas
burocráticas que agem como incentivadoras e os impactos econômicos das
práticas de corrupção de agentes públicos no funcionamento do sistema (e,
muitas vezes, um indicador muito mais delimitado: a propina), têm uma grande
dificuldade em lidar com a posição normativa que precisa assumir todo aquele
que estuda práticas de corrupção (Rose-Ackermann, 2006).
2
Um exemplo seria o problema do “blat” ou do ‘favor’ na cultura russa que não é considerado
por muitos russos como negativo ou corrupção, mas o uso legítimo de uma rede social
(Ledeneva, 1998). Obviamente, eu poderia citar o nosso problema nacional com o “jeitinho” e
trazer o amplo debate antropológico sobre este, mas decidi que o tema pede por um exemplo
que desperte menos paixões.
3
Não se trata de uma justificativa da corrupção, mas de pensar que certas ações podem ser
analisadas de modo distinto quando colocadas em termos de suas finalidades ou resultados
políticos. Por exemplo, o economista Ha Joon Chang lembra a possibilidade de uma ‘propina do
bem’: como foi o caso de Oskar Schindler que subornou oficiais alemães para salvar judeus.
Essa questão retoma um debate importante no pensamento político sobre a relação entre ação
instrumental e moralidade. Esse problema pode ser colocado na fundação do pensamento ético-
político ocidental quando pensamos que Sófocles faz Electra dizer que ‘os fins desculpam
qualquer mal’ e Ovídio afirma, com um sentido muito próximo, nas “Heroides”: “Exitus acta
probat”, depois precisaríamos discutir Maquiavel e Kant. O ponto é apenas mostrar que não é
tão simples, de um ponto de vista teórico, determinar o problema da moralidade da ação política.
4
Ver: Avritzer, 2011
14
No entanto, essa série de considerações sobre as dificuldades
metodológicas que um sociólogo encontra na identificação do fenômeno da
corrupção é exatamente o oposto do que ocorre na experiência social. Para
corroborar a idéia ou o pólo da concretude apontado acima, a corrupção e a
necessidade de seu combate são construídas como cada dia mais ‘evidentes’,
criando um discurso verdadeiramente global de interesse e preocupação sobre
o tema. Segundo o último relatório da organização Transparência Internacional,
talvez uma das organizações mais importantes para a atual centralidade do
debate político sobre a corrupção, no “barômetro 2013”: a corrupção não só
afeta a confiança nos partidos políticos, no judiciário e na polícia, como as
pessoas ‘pagam diretamente’ pelos custos da corrupção. O relatório afirma que
“os custos adicionais dos sistemas de propina podem significar um tradeoff entre
acesso à saúde e alimentação, acesso à escola e a compra de sapatos para ir à
escola”. É central ao discurso dessa organização apontar que a corrupção é um
fardo “muito real” e que interfere diretamente no cotidiano e nas possibilidades
de ação das pessoas mais pobres.
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funcionalidade e ‘aplicações práticas’ -no sentido de que reforçar o pânico moral
sobre a corrupção é parte de uma agenda política particular.
16
pensar na funcionalidade dos valores afirmados no debate transnacional sobre a
corrupção para a manutenção das atuais hierarquias nas figurações de poder e
para o fortalecimento das formas do “sistema de ficções ideológicas” (Said,
2001, p. 325) que Edward Said denominou “orientalismo”. Nesse sentido, a
função de dominação cultural do discurso anticorrupção é muito mais evidente
do que a corrupção em si. Mais uma vez, isso não significa diminuir ou minimizar
a corrupção, mas chamar atenção para o fato de que a criação desse ‘sistema
de ficção ideológica’ particular (os países assolados pela corrupção, países
pobres por causa da corrupção) não tem, necessariamente, relação com a
ampliação de formas democráticas de gestão.
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pela malversação dos recursos públicos, tendo em vista
nossa herança histórica. Com isso, tende-se a naturalizar o
conceito de corrupção, sendo o Estado brasileiro, pelo
conceito de patrimonialismo, o espaço natural dos vícios”
19
assumir que as idéias de “corrupção” e “anticorrupção” precisam ser pensadas
como chaves para compreensão da organização e encenação de valores na
vida cotidiana. Assim, a retórica da corrupção, ou a constituição do moralismo,
pode ajudar a entender desde a fundamentação do normativo nas práticas
sociais contemporâneas até os processos que sustentam a elaboração de
valores e experiências morais por grupos específicos.
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percepção dos auditores sobre os processos de controle. Além da questão da
objetividade e imparcialidade que deve orientar os processos de auditoria,
imaginei encontrar uma percepção mais positiva das formas de controle no
contexto atual, especialmente, a partir da nova legislação e da ampliação do
número de organizações da sociedade civil que se voltam para discutir os usos
do dinheiro público. No entanto, as falas geralmente apresentavam uma certa
desconfiança com relação à Lei de Responsabilidade Fiscal em particular, e em
relação à implantação de boas práticas de uma forma geral. Os entrevistados
argumentam que a LRF é só uma espécie de ‘formalidade’, um instrumento
incapaz de garantir o bom uso dos recursos já que poucos gestores são
realmente punidos e que, principalmente, a maioria da população, ‘o povo’, não
se importa com isso na hora de escolher seus candidatos. Quando comentava
que, apesar de leiga no assunto, tinha lido que o controle vinha aumentando e o
número de processos era muito amplo, as respostas eram recorrentes ao
afirmar que essa era uma visão de ‘fora’, a visão de quem não conhece o
cotidiano da política e de como se usa efetivamente o dinheiro público. Para
eles, que lidam cotidianamente com as formas de desvio e trabalham
diretamente tentando encontrar as práticas de mau uso dos recursos públicos,
seria fácil perceber que as formas de corrupção evoluem ligeiramente mais
rápido que as leis e as formas de controle.
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as escolas 6 onde o auditor pode, numa visita surpresa, perceber se estão
adequados, aqueles outros são de difícil fiscalização 7 e por isso mesmo mais
recorrentes. Os processos geralmente são difíceis de construir porque os
auditores não disporiam de tempo suficiente. E como os auditados sabem disso,
costumam se exercitar em atrapalhar o trabalho do auditor através da lentidão.
6
Esses três tipos de gastos foram mencionados por dois entrevistados como mais “seguros” porque
poderiam ser facilmente observados. Segundo um deles, bastava chegra na escola de surpresa e
perguntar a alguns alunos se a merenda era boa, perguntar às mães no portão se os filhos estavam
gostando da escola e da merenda, e logo seria possível saber se o gasto estava sendo efetivamente
realizado.
7
O gasto com combustíveis foi mencionado pela maioria dos entrevistados como um desvio recorrente. O
argumento é que é muito difícil saber se as viagens realizadas eram necessárias. Um deles informou que já
se cogita o uso de GPS em todos os automóveis para que a fiscalização seja possível.
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Mas, antes de falar nos interesses políticos que lêem e julgam os
processos quando finalizados, é preciso apontar uma outra dimensão de valor
que também permeia a prática da auditoria. Os entrevistados argumentam que o
trabalho de auditoria “é técnico” ou “científico”, mas que os processos só se
completam através de uma outra esfera, uma esfera mais imprecisa e que foi
chamada por diferentes termos: ‘feeling”, “faro”, “experiência”. Essa esfera que é
fundamental para complementação da técnica e da tecnologia “não está nos
livros”. Por isso, não bastaria ao auditor ‘apenas’ conhecer as leis, “aquele que
lê tudo não é necessariamente o melhor” porque existe uma dimensão do
trabalho que precisa ser desenvolvida como uma experiência ou habilidade. Um
dos entrevistados disse que era como um “faro” que precisa ser treinado por
muito tempo. Esse modo de conhecer parece requer uma experiência e um
longo tempo ao lado de auditores mais experientes, de pessoas que possas dar
dicas e informações de “onde olhar”, “como perguntar”, “o que não dizer”. Para
alguns, o desenvolvimento desse tipo de conhecimento que é fundamental para
a prática da auditoria leva pelo menos 5 anos para se formar, alguns
mencionaram 7 e 8 anos. O argumento é que o elemento mais importante de um
auditor é o seu “feeling”. Como me disse um entrevistado que trabalha como
auditor há 15 anos, é preciso “conhecer os detalhes, o modo como se
apresenta e se esconde os dados”. Para ele, os recém-concursados, apesar de
saberem muito da técnica e “dos livros”, não sabem ainda “onde procurar e o
que olhar”. Teoricamente, o trabalho de auditoria levanta e observa todos os
fatos sobre os gastos de uma determinada instituição. No entanto, na prática
isso é inviável por várias razões: pela má vontade do auditado e conseqüente
dificuldade de acesso aos dados, pela falta de tempo do auditor que tem prazos
curtos para fazer visitas, e mais curto ainda para elaborar o relatório final. É
desse modo que, segundo eles, o ‘bom auditor’ não perde tempo porque já
desenvolveu sua própria estratégia para detectar os pontos mais
‘problemáticos’. Um auditor mais jovem confessou que algumas vezes ficava
preocupado porque, talvez, estivesse deixando coisas de lado, estivesse
passando por cima de informações valiosas porque tinha ficado muito preso a
suas intuições. Perguntei se essa era uma preocupação constante de quem é
auditor, ele respondeu que achava que não, uma vez que o “feeling” geralmente
23
funciona, que sempre se encontra algo. Um outro entrevistado disse que o seu
‘faro’ nunca lhe enganou, sempre que seguiu um pressentimento, achou alguma
irregularidade. O mesmo entrevistado disse que o faro é despertado por coisas
simples: um jeito de olhar, o modo de receber o auditor, o modo de pedir que
alguém traga um documento. O tempo e a experiência de casos diversos e em
diferentes setores do órgão permitem ampliar as estratégias e o feeling e
também diminuir as dúvidas. Nas palavras de um auditor, o trabalho de auditoria
é tão difícil porque é um mergulho na “alma humana” e me explicou que todos
aqueles sentimentos que vemos, por exemplo, em Shakespeare entram no
trabalho de auditoria. O auditor precisaria, segundo ele, confrontar a
“inteligência e o egoísmo” que estão em constante mudança e ampliação.
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é importante para a sociologia da moralidade. Nesse sentido, a experiência dos
processo de auditoria pública leva os seu técnicos a uma percepção que em
muitos pontos se aproxima da experiência dos leigos e dos ‘moralistas’ à medida
que desacreditam completamente da efetividade das ações do Estado. Isso se
torna mais significativo quando se percebe que, em nenhum momento, esses
representantes do interesse do Estado consideraram a efetividade do seu papel.
Em termos simples, as ações desses auditores, a sua preocupação com a
realização de um bom trabalho baseado em critérios técnicos, a crítica ás
formas de auditoria que não contribuem para mudanças efetivas, a crítica ás
intervenções políticas nos processo de controle, o reconhecimento da
necessidade de participação da população, já poderiam ser consideradas parte
de uma mudança positiva. No entanto, para além do que demonstra o seu
próprio conhecimento técnico, o cotidiano é nutrido por uma grande
desconfiança da política.
Considerações Finais
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desenvolvem segundo uma economia de valores. O ‘moralismo’, como um
resultado particular dessa economia de valores, seria uma ênfase em
julgamentos morais pré-estabelecidos mais do que num processo racional e
objetivo de confronto de informações e dúvidas. Desse modo, ainda que
apresentem idéias mais objetivas sobre as formas e possibilidades de desvio,
os auditores compartilham da atitude dos leigos ao julgar o povo e os
políticos segundo padrões morais que por princípio assumem a sua
degeneração ou imoralidade. Com esse caso, é possível perceber a
centralidade de uma sociologia da moral para a compreensão dos processos
sociais envolvidos nas formas de corrupção e no seu controle.
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