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Autor:
Edson Subtil da Costa
Supervisor :
dr. Edgar José do Rosário Inácio Faria, MSc
UEM - ESUDER
Vilankulo
2016
DECLARAÇÃO DE HONRA
____________________________
I
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa em memória dos meus pais Arcanjo Teles Domingos Ferreira da Costa e de
Elisa de Magalhães Subtil pelos ensinamentos, força, dedicação e proteção que me concederam
ainda eles em vida.
Dedico também as minhas irmãs, Catia por se fazer mãe, pela força, pelos conselhos, por se
disponibilizar quando mais eu necessitava, mana meu muito obrigado eu te amo muito, a mana
Sandra e Nucha por estarei comigo pra tudo e por tudo, manas não existem palavras suficientes
para expressar a minha gratidão meu muito obrigado, aos meus irmãos Lito, Deco e Ní meu
muito obrigado.
Aos meus pais na fé, o Bispo Inocêncio Varine e a sua esposa Chandinha, pais meu muito
obrigado pelas orações, pelos conselhos, pela força e por me considerarei como um filho, vos
amo beijos.
II
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus todo-poderoso o Alfa e o Ómega, o princípio e o derradeiro pela vida, saúde,
família, graça, misericórdia, sabedoria, longanimidade, benignidade, amor e bondade, dando-me
todos os dias o espirito de um vencedor.
A toda minha família, meu pai Arcanjo da Costa (em memoria), a minha mãe Elisa Subtil (em
memoria), aos meus irmãos, em especial a mana Catia que em tudo incondicionalmente fez-se
mãe me concedendo tudo que precisa-se durante o percurso académico, muito obrigado mana por
tudo. Que Deus ricamente te abençoe, não esquecendo da mana Sandra, Nucha, Lito, Deco, Ní e
aos meus amados pequenininhos, Ivan, Adlaide, Chelcia, Lionel e Sandro meu muito obrigado
maninhos.
Ao meu Supervisor, Mestre Edgar Faria, pela atenção, esclarecimentos e ensinamentos durante
a elaboração do Trabalho.
Aos meus tios, Luís (em memoria), Laurindo, Arnaldo, Tininha e Gina meu muito obrigado.
Aos meus pastores, Inocêncio, Chanda, Madalena, Iria meu muito obrigado pela orações,
conselhos, força e todo fortalecimento na fé.
À toda equipe técnica da Ara-Centro do Chimoio, não esquecendo ao Diretor Omar, meu
muito obrigado pelo auxílio e conhecimentos adquiridos no período do estágio.
À toda minha turma de 2012 de Engenharia Rural, em particular a água e saneamento (Gildo,
Fidel, Cambula, Hamilton, Jaime, Ernesto, Hélio e não esquecendo o meu grande amigo de
trincheira Agusto.
Aos meus grandes amigos, Engenheira Mirene muito obrigado pelo tempo, dedicação e
disponibilidade em discutir comigo a pesquisa, Eng.Tambo muito obrigado pela estadia.
III
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS
Abr – Abril
Ago – Agosto
Dez – Dezembro
Fev – Fevereiro
Jul – Julho
Jun – Junho
Mai – Maio
Mar – Março
Nov – Novembro
Out – Outubro
Jan – Janeiro
Set – Setembro
SIGLAS
IV
Dnaee - Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
SÍMBOLOS
m3 - Metros cúbicos
mm - Milímetros
% - Percentagem
V
LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS
Figuras
Gráficos
Tabelas
VI
Tabela no 3 : Análise da qualidade da água bruta da bacia de Búzi………………...……………38
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice no 8: Relaçao de volume capatado e destribuido (m³) em relaçao a indice de perda (%).
Apêndice no 9: Entrevista por via inquerito aos funcionarios da FIPAG e aos seus clientes.
LISTA DE ANEXOS
VII
GLOSSÁRIO
Água potável é a água que pode ser consumida por pessoas e animais que não possui
substâncias tóxicas sem riscos de adquirir doenças através dela.
Vazão é a quantidade de líquido que passa uma dada área dentro de um determinado período de
tempo.
Calotas polares – região de latitudes elevadas de um planeta, centrada na região polar que
esta coberta de gela.
Água bruta a água inicial que é retirada da bacia,lago,rio, sem nenhum tratamento.
VIII
RESUMO
A disponibilidade hídrica pode ser entendida como o total da vazão, na medida em que uma parte
é utilizada pela sociedade para o seu desenvolvimento e uma parte é mantida na bacia para a sua
conservação da integridade do seu sistema ambiental, bem como para a tender aos usos que não
necessitam de extrair ou derivar de um curso natural, como a navegação e a recriação. A pesquisa
foi realizada na cidade de Chimoio, na ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DAS ÁGUAS DO
CENTRO. O foco primordial deste trabalho tem como avaliar a disponibilidade hídrica na bacia
de búzi para abastecimento da cidade de Chimoio, analisar a qualidade de água bruta abastecida e
suas respetivas demandas e por fim identificar os seus principais problemas de abastecimento.
Para alcançar os objectivos traçados foram selecionados alguns métodos, a disponibilidade
hídrica foi estimada usando a curva de permanência, encontramos como a vazão mínima (Q90) de
2,74 m3/s atendendo suficiente as suas demandas com 2,65m3/s. Mas de salientar que a
disponibilidade da água futuramente estará comprometida na bacia de búzi, pois a sua demanda
passara a ser de 5,8 m3/s e a bacia não terá água suficiente para abastecer a cidade de Chimoio,
tendo como actividade de gerenciamento indispensável para os seus usos futuros. Quanto a
qualidade da água bruta da bacia de búzi foram usados equipamentos tais como, peagâmetro para
a indicação do Ph, turbidímetro para a indicação do grau da turbidez, espectrofotometria para a
determinação de nitratos, nitritos e arsénio. A qualidade da água da bacia esta comprometida,
tendo como a turbidez, cálcio e a cor fora dos parâmetros estabelecidos pelo MINISTÉRIO DA
SAÚDE. Não se aconselha o seu consumo sem que se passe pelos processos de tratamento de
água. A cidade de Chimoio se verifica em grandes problemas de abastecimento de água, tendo-se
deparado com roubos ou desvio dos tubos, abastecimento não regular, sistemas de abastecimento
em condições alarmantes, com tudo 57% da população sente-se satisfeita pelos serviços
fornecidos pela FIPAG e 43% sentem-se insatisfeitas, pois ainda existem obstáculos travados
pela FIPAG para as suas satisfações.
IX
Índice
1.Introdução…………………………………………………………………………………….....1
1.1.Problematização……………………………………………..……………………………...2
1.2.Justificativa…………………………………………………………………………….…...3
2.Objectivos…………………………………………………..…………………………………...4
2.1.Geral………………………………………………………….…………………………..…4
2.2.Específicos………………………………………………..……………………………..….4
3.Revisão da literatura………………………….…………………………………………….…...5
3.1. Ciclo hidrológico…………………………………………………………………………..5
3.1.1 Bacia hidrográfica…………………………………….………………………………..6
3.2. Disponibilidade hídrica………...……………………………………………………….…6
3.2.1 Curva de permanência……………………………………………….…………………6
3.2.2. Demanda de água……………………………………………………………………...7
4. Análise da qualidade de água bruta………………….……………………………….………...9
4.1. Características Físicas…………………………………………………………….…...….10
4.1.1. Características Químicas……………………………………………………………..11
4.2. Características Micro Biológicas………………………………………………………....12
5. Sistema de abastecimento de água……………………………………...……………………..12
5.1. Principais problemas de abastecimento de água……………………………………….…16
5.1.1. Importância do sistema de abastecimento de água………………….………………..16
6. METODOLOGIA………………………………………………………………………….….17
6.1. Descrição da área de estudo………………..……………………………………………..17
6.1.1. Infra-estrutura de abastecimento de água da cidade de Chimoio…………………...…..19
6.2. Descrição do fluxograma……..…………………………………………………………..21
6.2.1. Cálculo da disponibilidade hídrica da bacia…………………...……………………..22
6.2.2. Estimativa de número de habitantes da cidade de Chimoio………………………….23
6.3. Cálculo da demanda actual de água para consumo domestico…………………..………..23
6.3.1. Cálculo da demanda de água para uso agrícola………………………...…………….25
6.3.2. Cálculo da demanda futura de água para o consumo domestico..................................25
6.4. Análise de qualidade de água bruta……………………………………………………….26
6.5. Principais problemas de abastecimento de água.................................................................26
6.5.1 Cálculos de Índice de perdas do sistema do abastecimento………………………..…27
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO………………………………...………………………..….28
7.1. Análise da disponibilidade hídrica e demanda hídrica na bacia…………………….…....28
7.1.1. Disponibilidade hídrica usando curva de permanência………………………….…..28
7.2. Influencia da precipitação na bacia hidrográfica de Búzi…………………………...…30
7.2.1. Análise da demanda actual e futura de água para consumo domestico…….………..31
7.2.2. Demanda de água para abeberamento de gado, bovino, suíno e caprino………..…..33
7.2.3. Demanda de água para agricultura……………………………………………….…..35
7.3. Análise da qualidade de água bruta…………………………………….………………...38
7.4. Principais problemas de abastecimento de água na Cidade de Chimoio………………..39
1.Introdução
O acesso a água potável é um dos indicadores do desenvolvimento de uma determinada
região ou país, visto que é com base nela que a prevalência da vida se mantém, como é o caso do
uso da água para vários fins partindo desde o consumo doméstico, uso na agricultura e para
outros meios subjacentes. A preocupação com a qualidade da água é relativamente recente
(BRANCO, 2006).
1.1.Problematização
Nos últimos anos, tem-se verificado um crescimento rápido da população, aumentando na
demanda pela água potável que é um bem que se encontra cada vez mas em escassez devido as
diversas condições precárias no que concerne a quantidade e a qualidade de água fornecida pelos
sistemas de abastecimento, os mananciais utilizados para abastecimento de água tornam-se
insuficientes devido ao aumento da demanda populacional, industrial, agrícola etc. Ou tem sua
qualidade comprometida e existe a preocupação em abastecer as populações com água de
qualidade e aceitável e em quantidades suficientes.
A quantidade de sedimento suspenso faz com que a água seja imprópria para consumo,
lavagem e irrigação, escondendo a fauna aquática, impedindo a fotossíntese e afectando a
população de peixes existentes. O potencial de águas subterrâneas na bacia hidrográfica do Búzi é
limitado e não poderá satisfazer a procura elevada dos centros urbanos ou periferias urbanas. No
entanto, as águas subterrâneas têm um papel muito importante no fornecimento de água às
comunidades rurais na região da bacia de Búzi. Pois, não há uma boa correlação entre as
demandas e a disponibilidade de água superficial nesta bacia hidrográfica.
Com base nesta situação descrita acima surge a seguinte pergunta de partida: Até que
ponto o caudal da bacia de Búzi tem capacidade de abastecer a Cidade de Chimoio em
quantidade e qualidade suficiente.
1.2.Justificativa
Para a gestão adequada dos recursos hídricos, visando fundamentalmente propiciar a
utilização racional das águas disponíveis, reduzir os conflitos advindos do seu uso múltiplo e
subsidiar o planejamento de políticas públicas, é fundamental conhecer as disponibilidades
hídricas da região ou da bacia hidrográfica.
Ressalta-se que os conflitos de usos naturais e usos antropogénicos dos recursos hídricos na
bacia de Búzi, principalmente pela escassez tendem a aumentar no futuro. Estes conflitos poderão
ser amenizados sempre que a gestão da água considerar a bacia hidrográfica como unidade de
planejamento, e a distribuição da água puder ser acordada entre os próprios usuários. O
desenvolvimento industrial e o crescimento desordenado da densidade populacional do Chimoio
intensificam a estes conflitos (EGIRH, 2005).
Destaca-se que também existem conflitos devido a disponibilidade qualitativa, por causa da
poluição hídrica devido aos lançamentos de efluentes e resíduos nocivos na bacia de Búzi. Existe
um aspecto vicioso nestes conflitos, pois o consumo excessivo de água reduz a vazão de estiagem
deteriorando a qualidade das águas, comprometidas pelo lançamento de poluentes. Esta
deterioração torna a água ainda mais imprópria para o consumo (ESTRATEGIA NACIONAL
DE GESTAO DE RECURSOS HIDRICOS, 2007).
2.Objectivos
2.1.Geral
Avaliar a disponibilidade hídrica na bacia de Búzi para abastecimento da cidade de
Chimoio.
2.2.Específicos
Analisar a disponibilidade hídrica usando a curva de permanência (Q90).
Analisar a demanda de água da bacia.
Identificar os principais problemas de abastecimento de água na cidade de Chimoio.
3.Revisão da literatura
Para dar melhor compreensão a cerca do conteúdo do presente trabalho, importa-nos antes
de tudo, debruçarmo-nos a cerca de alguns conceitos e definições que serão referenciados ao
longo do texto inerentes a disponibilidade hídrica e as metodologias das suas avaliações.
Disponibilidade hídrica pode ser entendida como o total desta vazão, a medida que uma
parte é utilizada pela sociedade para o seu desenvolvimento e uma parte é mantida na bacia para a
sua conservação da integridade do seu sistema ambiental, bem como para atender a usos que não
necessitam extrair ou derivar de um curso natural, como a navegação e recriação. Estas vazões na
literatura da língua inglesa, são chamadas de “instream flow” (KRAMER, 1998). Mas segundo
CRUZ & TUCCI (2008), a disponibilidade hídrica é a vazão que pode ser utilizada nas diversas
actividades de consumo e desenvolvimento da sociedade, sem que para isto ocorra o
comprometimento da demanda ecológica. No entanto no que concerne a disponibilidade hídrica
existe uma correlação de ideias dos dois autores.
Fonte: (UFMG)
Actualmente, o volume de água retirado da natureza pelo homem é da ordem de 3.500 km3
por ano, quase o dobro da média de vazão de todos os cursos de água da Terra. Isto só é possível
em decorrência do ciclo hidrológico, o qual renova por cerca de vinte vezes ao ano a água doce
dos corpos hídricos (rios, lagos, lençóis subterrâneos, etc.), (JUNIOR, 2004).
Demanda de água na agricultura o sector agrícola é o sector que mais consome água, pois as
chuvas nem sempre são suficientes para suprir a umidade necessária para a produção agrícola, a
alternativa para os produtores é a irrigação uma actividade que consome mais de dois terços de
água doce utilizada no planeta. Se isso não ocorre a planta não se desenvolve e pode morrer ou
Não existe na natureza água quimicamente pura, expecto nos laboratórios. Sua composição
e qualidade é muito variável e está determinada pelo substrato do solo por onde a água transita ou
onde está armazenada. Desta forma, quando se refere aos padrões de qualidade da água, não se
As variáveis químicas resultam de ciclos e processos que ocorrem na água e podem estar
associados aos compostos orgânicos ou aos compostos inorgânicos presentes na massa líquida
(VON SPERLING, 2005).
Fósforo Total: O fósforo está presente no ambiente sob várias formas, grande parte destas com
facilidade de reação com coloides, matéria orgânica e outros compostos afins, constituindo na
maioria das vezes ligações de difícil solubilização. Nos meios aquáticos, pode ser encontrado sob
as formas orgânicas e mineral (ANDREOLI & CARNEIRO, 2005).
Coliformes Termo tolerantes: São definidos como microrganismos do grupo coliforme capazes
de fermentar a lactose a 44-45°C, sendo representados principalmente pela Escherichia coli e,
também por algumas bactérias dos gêneros Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter. Dentre esses
microrganismos, somente a E. coli é de origem exclusivamente fecal, estando sempre presente,
em densidades elevadas nas fezes de humanos, mamíferos e pássaros, sendo raramente
encontrada na água ou solo que não tenham. Os coliformes termo tolerantes não são dessa forma,
indicadores de contaminação fecal tão bons quanto a E. coli, mas seu uso é aceitável para
avaliação da qualidade da água. São disponíveis métodos rápidos, simples e padronizados para
sua determinação e se necessário, as bactérias isoladas podem ser submetidas a diferenciação
para E. coli (ANDRADE, s/d).
Enterococos: Os entero cocos são um subgrupo dos Estreptococos representados por S. faecalis,
S. faecium, S. gallinarum e S. avium. Os entero cocos são diferenciados dos demais strepto cocos
por sua capacidade de crescerem em cloreto de sódio a 6,5%, em pH 9,6 e em temperatura entre
10 oC e 45 oC. O grupo é um valioso indicador bacteriano para determinação da extensão da
contaminação fecal de águas superficiais recreacionais. Estudos em águas de praias marinhas e de
água doce indicaram que as gastroenterites associadas ao banho estão diretamente relacionadas à
qualidade das águas recreacionais e que os entero cocos são os mais eficientes indicadores
bacterianos de qualidade de água (ANDRADE, s/d).
Fonte: (UFRGS)
Manancial
É toda fonte de onde se retira a água utilizada para abastecimento residencial, comercial,
industrial e outros fins. De maneira geral, quanto à origem, os mananciais são classificados em:
Manancial Subterrâneo: é aquele cuja água vem do subsolo, podendo aflorar à superfície
(nascentes, minas etc.) ou ser elevado à superfície por meio de obras de captação são: poços
rasos, poços profundos e galerias de infiltração (TSUTIYA,2005).
Captação
A captação é o conjunto de equipamentos e instalações utilizados para a retirada de água do
manancial. Independentemente do tipo de manancial, alguns cuidados são universais. Em
primeiro lugar, a captação deve estar num ponto em que, mesmo nos períodos de maior estiagem,
ainda seja possível a retirada de água em quantidade e qualidade satisfatórias. Em segundo lugar
a qualidade da água bruta deve ser compatível com as tecnologias de tratamento acessíveis, que
devem apresentar viabilidade e técnica além de assegurar condições sanitariamente seguras para a
comunidade em questão, que devera ser consultada (TSUTIYA, 2005).
Adução
A origem da palavra adução (latim adductio, ação de conduzir) determinou a sua escolha
como termo técnico que designa o conjunto de obras destinadas a transportar a água desde a
origem até à distribuição. Embora haja muitos exemplos de sistemas de abastecimento de água
em que a adução é de reduzida dimensão, a verdade é que, qualquer interrupção que venha a
sofrer afetará o abastecimento à população. A adução faz-se por meio das chamadas adutoras que
podem ser canais e galerias, em superfície livre, e condutas em pressão. Nestas últimas, o
escoamento pode processar-se por ação da gravidade ou por meio de bombagem (SOUSA, 2001).
Estações elevatórias
São unidades providas de bombas hidráulicas e tanques que elevam e aumentam a pressão
do líquido em um sistema de captação ou distribuição de água (MATSINHE & RIETVELD,
2005).
Estações tratamento
Por melhor que seja a qualidade da água bruta aquela captada no manancial, ainda assim ela
necessita de alguma espécie de tratamento para se tornar apta ao consumo humano, além da
potabilidade o tratamento visa a prevenir o aparecimento de doenças de vinculação hídrica o
aparecimento da cárie dentária por meio de fluore tacão e ainda proteger o sistema de
abastecimento dos efeitos da corrosão e do encrustamento (RODRIGO et al., 2007).
Reservatório
Tem como finalidade em garantir uma altura manométrica constante para as bombas,
permitindo o seu dimensionamento na eficiência máxima, quando alimentado diretamente pela
adutora de recalque melhoria das condições de pressão da água na rede de distribuição,
possibilitam melhor distribuição da água aos consumidores e melhores pressões nos hidrantes
(principalmente quando localizados junto às áreas de máximo consumo). Permite uma melhoria
na distribuição de pressões sobre a rede, por constituir fonte distinta de alimentação durante a
demanda máxima, quando localizado à jusante dos condutos de recalque além de outras
vantagens como conservação da água, evitar interrupções (RODRIGO et al., 2007).
Rede de distribuição
Segundo ADASA (2013), rede de distribuição é a unidade do sistema constituída por um
conjunto de tubagens, acessórios, que conduz a água tratada com uma determinada pressão para
os diferentes pontos de consumo. As redes são constituídas por dois tipos de canalizações:
a) Principais: são as canalizações de tubagens de maior diâmetro, responsável pela
alimentação das tubagens secundárias. Estas canalizações de tubagens são conhecidas como
condutas.
b) Secundárias: são canalizações de tubagens de menor diâmetro que abastecem a água aos
consumidores a serem atendidos pelo sistema.
6. METODOLOGIA
A área total da bacia hidrográfica são 29.720 km2, dos quais 25.860 km2 (87%) são em
território Moçambicano. Tem como principais afluentes o Lucite e o Revué na sua margem
esquerda, ambos com pequenas áreas no Zimbabwe, para além de vários outros pequenos
afluentes (LAZARO, 1997).
A região pode subdividir-se em duas zonas principais: a zona litoral onde se inserem as
baixas aluvionares dos principais cursos de água sujeitas as inundações frequentes ate uma
altitude de 200 m, e a vertente montanhosa dos 200 aos 2500 m de altitude na escarpa de Manica.
Numa parte considerável da bacia hidrográfica situa-se na zona montanhosa drenando as elevadas
precipitações que ai ocorrem (LAZARO 1997).
A bacia é limitada a oeste por rochas do complexo cristalino, com rochas metamórficas,
riolitos e basaltos das formações do Karroo. Depois de uma transição de formações sedimentares
pós-Karroo do período cretáceo, os sedimentos quaternários formam a parte mas baixa da bacia
hidrográfica. O regime de caudais apresenta valores mínimos em Setembro-Outubro, um lento
crescimento de Novembro-Dezembro, valores máximos entre Janeiro e Abril e um decréscimo
até Setembro (CONSULTEC, 1998).
Clima
água libertada é usada a jusante no açude de Mavúze, construido em 1953 também para a
produção de energia eléctrica e para irrigação (CONSULTEC, 1998).
Para atingir objetivos deste trabalho foi adaptada uma linha metodológica que consistiu
num estágio profissional na ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DAS ÁGUAS DE CENTRO
(ARA-CENTRO), consultas bibliográficas e pesquisas na internet de modo a facilitar a
compreensão geral sobre dados relevantes relacionados com o tema, levantamentos de dados
relativos a precipitação, vazão observada do rio e vazão extraída pelas actividades económicas na
área de estudo. Neste contexto o fluxograma mostra duma forma resumida todas fases das
actividades metodológicas do tema em estudo (Figura no 5).
Revisão Bibliográfica
Estagio
D. Agrícola D. Gado
Recolha das Demanda
amostras
Seleç. D. Estaç. Hidrométr
D.a.domest D.f. domestic
Análise da
qualidade de água Proc. De dados
Para descrever o Fluxograma toma-se como ponto de partida a revisão bibliográfica onde
foram abordados conceitos relativos a disponibilidade hídrica e as metodologias da sua avaliação,
bem como aspectos de investigação de outros autores. Em seguida o estagio na ARA-CENTRO
na qual foi feita a colecta de dados de vazões e medições de escala numa serie histórica de (2009-
2015), quanto as precipitações medias a serie histórica foi de (1952-2015) extraído pela empresa
na bacia de Búzi, também foram extraídos dados de demanda agrícola e demanda de
abeberamento de gados.
Com base no estágio e nas informações adquiridas, foi possível fazer-se a curva de
permanência a partir das principais actividades ou tarefas que retiram água da bacia hidrográfica
e se fazer a análise da disponibilidade hídrica na bacia de búzi.
(2)
Onde:
Q- Vazões observadas;
- Número de ordem;
Foi usado o método da curva de permanência porque fornece uma visão geral das
características hidrológicas de uma bacia, quanto a análise de viabilidade no uso e
controle das disponibilidades hídricas.
Pf Po (1 i ) n (3)
Vários autores como MELLO (s/d) e DE ZOTTI (2013), afirmam que quando não há
registos dos consumos que possibilitam o cálculo dos coeficientes de variação (K1 e K2) nos
SAA, são recomendados os seguintes valores: K1 = 1,2 e K2 = 1,5
Qad = (4)
Onde:
Qad : Demanda actual de água para o consumo doméstico (m/s);
P : População total (hab);
q : Consumo médio per capita (l/hab.dia);
K1 : Coeficiente de consumo máximo diário;
K2 : Coeficiente de consumo máximo horário.
Para a obtenção do consumo médio per capita da água fornecida pela FIPAG na cidade de
Chimoio, baseou-se na ideia de (DE NORONHA, 2012), defendendo que uma das formas de se
obter o consumo médio per capita de uma região, consiste em dividir o volume de água gasto por
ano pela população abastecida, em seguida dividir pelos dias do ano, segundo a equação no 5.
Dg = (6)
Di = (7)
Onde:
Di – é a demanda de água para o uso agrícola (m3); A – é a área de cultivo (ha) e;
Dliqd – é a quantidade de água aplicada a cada cultura a diferentes profundidades e durante todo
o ciclo (m3/ha).
Para o cálculo da demanda futura de água para o consumo doméstico fornecida pela
FIPAG, fez-se uma estimativa do crescimento populacional num período total de 25 anos com
base na equação no 3. Com a ajuda da equação no 8 proposta por GUIMARÃES et al, (2007) fez-
se os cálculos da demanda futura de água para consumo domestico.
Qfd = (8)
Onde:
Qfd : Demanda futura de água para o consumo doméstico (m/s);
Pf : População futura (hab);
q : Consumo médio per capita (l/hab.dia);
K1 : Coeficiente de consumo máximo diário;
K2 : Coeficiente de consumo máximo horário
Edson Subtil da Costa Eng. Rural – Água e Saneamento Página 25
Avaliação da Disponibilidade Hídrica na Bacia de Búzi para Abastecimento da Cidade de Chimoio
Para conhecer a qualidade da água utilizada, atendendo que a listagem dos padrões de
qualidade de água é muito extensa e os usos pela água são diversos. Pela insuficiência de
informação para determinar os padrões de qualidade em todos os seus usos, neste trabalho
baseou-se nos padrões de qualidade de água para abastecimento público e foram realizados
exames laboratoriais para os parâmetros físico-químicos (pH, nitrato, nitrito, sólidos dissolvidos
totais, turbidez, cor, condutividade elétrica, cloretos, temperatura e cálcio), pela falta de
equipamentos para a analise micro biológica não se chegou a fazer. Estas análises foram baseadas
nas normas nacionais estabelecidas pelo Ministério de Saúde.
Considerando que a qualidade das águas variam em função de diversos factores, tais como
uso e ocupação do solo da bacia de drenagem e da existência de indústrias, com lançamento de
efluentes diversificados, verifica-se a importância da análise por ponto, na identificação de
trechos mais críticos. As colectas foram realizadas em garrafas de água plásticas, com volume de
um litro.
IPF = (9)
Onde :
V - volume captado (m3)
V- volume distribuído (m3)
IPF – índice de perdas físicas (%)
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As vazões anuais retiradas das estações hidrométricas de três postos dos quais: Manica
(E 277), Chicamba (E 256) e Mavuzi (E 699) a 90% de permanência de garantia foram de 2.12,
2.18 e 3.93 m³/s (vide em anexo no 1, 2 e 3) correspondendo a uma média de vazão mínima anual
de 2,74 m³/s. Esta vazão é a estimativa da disponibilidade hídrica do rio, contudo demandas
acima deste valor poderão criar escassez de água aos usuários desta bacia.
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Probablidades
60.0
50.0
Precipitação (mm )
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1971 1973 1975 1977 2009 2011 2013 2015
Tempo ( Anos )
De acordo com o gráfico, nota-se que a distribuição das chuvas ou o percurso das
precipitações na bacia do búzi ao longo dos 63 anos não se dão de forma regular. Visto que, o
período de anos que vão desde 2008 a 2012 registou-se menores valores da precipitação numa
média de 0,7 mm, as maiores precipitações registaram-se nos períodos de 1954 a 1964 com uma
média de 31 mm.
Neste contesto verifica-se que no período chuvoso há maior disponibilidade hídrica pois
maiores precipitações são directamente proporcionais a maiores vazões, ocorrendo o mesmo no
período de estiagem, isto é, há menor disponibilidade hídrica em função das baixas precipitações.
Entretanto, esta variação do regime de chuvas influenciou directamente no caudal do rio, a pesar
da bacia não ser somente dependente da chuva, contando afluentes de outros rios como o Lucite e
o Revué.
0.14
0.12
0.1
Demanda (m³/s)
2011
0.08
2012
0.06
2013
0.04 2014
0.02 2015
O gráfico acima descreve a demanda hídrica extraída pela FIPAG num período de 5 anos,
observa-se no gráfico no 4, que existe uma grande variação de extração de caudais mensais ao
longo dos anos, visto que o ano que ouve menor extração da demanda foi em 2011 numa média
de 0,90 m3/s e o ano que se verificou a maior extração da demanda foi em 2015 numa média de
1.018 m3/s, tendo-se verificado o aumento de 0,118 m3/s devido ao crescimento populacional,
industrial, agrícola, etc.
Actualmente a cidade de Chimoio consta com uma demanda hídrica domestica de 1,018
3
m /s mas deste valor apenas 0,598 m³/s, é que chega aos habitantes da cidade de Chimoio, tendo
como media o consumo per capta de 63.45 l/hab.dia, que ainda se encontra abaixo da media
estabelecida pelo BOLETIM DA REPÚBLICA I SÉRIE – Número 26/ 2003, recomendado em
áreas em que o abastecimento é feito para mais de 2000 habitantes no mínimo o consumo per
capta deve ser de 120 l/hab.dia.
Fazendo-se uma projeção futura nota-se que da que a 30 anos a população de Chimoio em
2046 será de 745.288 habitantes e passara a ter uma demanda hídrica doméstica de 2,23 m3/s
nota-se que também a um aumento da demanda hídrica doméstica numa média de 1,21 m3/s visto
que o aumento populacional é diretamente proporcional a sua demanda domestica consoante as
suas necessidades diárias, isto significa que se a demanda domestica ira aumentar
significativamente, a demanda agrícola terá tendência em aumentar, demanda do consumo de
água dos animais também vai aumentar e se as condições climáticas manterem-se como esta ou
seja, se não haver registos de precipitações de grande magnitude iram-se verificar grandes
problemas de água. Vide o gráfico no 5 a baixo da relação entre o consumo domestico actual e
consumo domestico futuro.
2.5
Demanda de água ( m³/s)
1.5
0.5
0
Demanda doméstica actual Demanda doméstica futura
Segundo DFID (2003), a estimativa do consumo total de água dos animais é relativamente
simples. A avaliação do consumo dos animais deve ser realizada, usando dados típicos de água
do consumo per capita para cada tipo de animal e determinando o número de cada tipo de gado
na área que está sendo avaliada.
Na região da bacia segundo os estudos feitos constatou-se uma média de 900 cabeças de
gado bovino, 700 cabeças de gado suíno e 1350 cabeças de gado caprino, correspondendo uma
demanda hídrica de 0.01314 Mm3 de gado bovino, 0.002555Mm3 de gado suíno e
0.00246375Mm3 de gado caprino, vide gráfico no 6 abaixo.
O alto índice do volume de água para o gado bovino deve-se ao seu porte corporal e
funções tarifárias desempenhadas por ela diariamente e o baixo índice do volume de água para o
gado caprino deve-se aos mesmos factos, ou seja seu peso e suas actividades diárias, atendendo
que o gado caprino tem a capacidade de resistir a secas. O gado bovino tem um consumo
percapta de 40 litros/cabeça/dia e enquanto gado caprino tem 5 litros/cabeça/dia.
0.014 0.01314
0.012
Volume (Mm³)
0.01
0.008
0.006
0
Bovino suino caprino
De acordo com o gráfico acima é de salientar que o sector de abeberamento de gados retira
da bacia 0, 38 m3/s de água mas consomem 0,21 m3/s isso pode ser que seja devido as perdas por
evaporação que se fazei sentir, dificuldades de transporte para seus corais, reservatórios de
armazenamento de água deficiente e dentre demais factores.
Nos dias mais quentes de Verão os rebanhos bebem três a quatro vezes ao dia. De manhã,
quando saem para o pasto dirigem-se a um local onde haja água, voltam a beber a meio da manhã
antes de se dirigirem para o abrigo onde vão permanecer durante as horas de calor e normalmente
ficam perto de locais com água, tornam a beber ao fim da tarde quando voltam para o pastoreio e
muitas vezes bebem ainda à noite, tornando o verão o período que é mais extraída água na bacia
para o abeberamento dos animais.
0.6
0.5
0.4
0.3 0.607638889
0.2
0.347222222
0.1
0
Milho Amendoim
De acordo com o gráfico acima nota-se que a cultura de milho consome mais água que a
cultura de amendoim, esta variação deve-se a dotação da demanda liquida fornecida por (FAO,
1995), que estabelece que a cultura de milho tem como demanda liquida 3500 m3/ha e a culta de
amendoim com 2000 m3/ha. A cultura de milho e amendoim gastam 0,95 m3/s daquilo que é
extraído da bacia para agricultura que é 1,26 m3/s, sendo outra quantidade de água utilizada para
outras culturas não muito significativa como couve e tomate.
14%
38%
48%
Segundo o gráfico acima se constata que a agricultura é o sector que mais extrai água na
bacia de Búzi, depois é seguida pela FIPAG e depois vem o abeberamento dos gados. Visto que a
cidade tem-se verificado nos últimos anos um alto crescimento demográfico, assim
impulsionando o aumento da demanda hídrica para a satisfação das diversas actividades inerentes
ao desenvolvimento da cidade.
Segundo o estudo feito não se constatou a retirada da água por nenhuma industria nesta
bacia, generalizando em suma as actividades consumptivas da bacia têm uma demanda hídrica de
2,65 m³/s abaixo da disponibilidade hídrica da bacia que é de 2,74 m³/s, apesar de estar abaixo da
disponibilidade hídrica dizer que esta muito próximo, que futuramente a retirada de água na bacia
por sectores industriais, poderá causar sérios riscos de se verificar períodos largos de estiagens,
veja o gráfico no 9 abaixo da relação entre a demanda hídrica actual, a disponibilidade hídrica e a
demanda hídrica futura.
6 5.8
Demanda de água (m³/s)
3 2.65 2.74
0
Demanda hídrica actual Disponibilidade hídrica Demanda hídrica futura
Actualmente a cidade constata uma demanda de 2,65 m3/s que se encontra próximo da
disponibilidade hidrica que é de 2,74 m3/s, mais ainda abaixo. Visto que a retirada de água na
bacia continua crescendo, futuramente a demanda passara a ser de 5,8 m3/s o que não será
possível ser atendida pela bacia.
De acordo com os resultados acima, a maior parte dos resultados estão dentro dos
parâmetros estabelecidos por MINISTÉRIO DA SAÚDE (Diploma Ministerial no 180/2004).
Com exceição da turvação das três estações acima, que estão fora dos parâmetros. Pois o limite
máximo para turvação estabelecido é de 5 NTU, acima deste valor protegei os microrganismos
dos efeitos das desinfeções e estimulam o crescimento bacteriano no sistema da distribuição
provocando doenças hídricas.
Por fim encontra-se a cor também fora dos parâmetros recomendados em duas estações,
nomeadamente nas estações de Mavuzi (E 699) e Manica (E 277), sendo o limite máximo
permitido para água de consumo humano 15 UC (Unidade de cor), acima deste valor
constata-se a presença de ferro e outros metais e não só pode resultar da contaminação da
água por influentes industriais e pode ser o primeiro indício de uma situação perigosa.
O esforço da FIPAG afim de garantir que a água chegue ao ponto de consumo com caudal
adequado e com carga suficiente ao consumidor, tem se deparado com o desvio do precioso
liquido por parte da população não abrangida pelo sistema de abastecimento de água, devido as
suas politicas de aquisição para a instalações do sistema, isso acarreta diversos prejuízos a
empresa e aos seus clientes devido as perdas excessivas como a figura abaixo mostra.
O aumento das perdas aparentes, que são basicamente acções de carácter gerências
possibilita a diminuição da receita tarifária, prejudicando a eficiência dos serviços prestados e o
desempenho financeiro. Além disso, o aumento de perdas contribui indirectamente para a
redução da oferta efectiva de água, ou seja atendimento de novos consumidores.
A água potável é essencial à vida humana e um bem cada vez mais escasso. Sendo o
abastecimento humano prioritário, as concessionárias regionais e municipais tem por obrigação
uma boa administração de perdas e um consequente melhor aproveitamento dos recursos
hídricos.
A figura abaixo ilustra a quantidade captada pela empresa da FIPAG no ano de 2015 e a
quantidade distribuída pela mesma empresa no mesmo ano, posteriormente destaca-se as perdas
efectuadas do mesmo ano vide as figuras abaixo.
1600000
1400000
1200000
Volume (m³)
1000000
800000 Captado
Distribuido
600000
400000
200000
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ags Set Out Nov Dez
De acordo com a figura acima destacam-se os meses de Outubro a Março como os meses
com maiores volumes de água captados, consequentemente maior volume de água distribuída,
isto porem deve-se aos factos climatológicos ou seja, no verão o consumo de água tem a
tendência de aumentar, visto que as suas temperaturas são elevadíssimas.
O gráfico no 11 abaixo descreve o comportamento das perdas físicas de água durante o ano
de 2015 na empresa FIPAG.
5
4.5
Indice de perdas ( %)
4
3.5
3
2.5
2
1.5
1
0.5
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ags Set Out Nov Dez
IP
Segundo o gráfico acima verificamos que existe semelhança com o gráfico da relação do
volume captado e o volume distribuído, pois os meses que se retiram maior volume de água na
bacia são os meses que se constatam maiores índices de perdas físicas de água ou seja, de
Outubro a Março se verificou 23,35% de perdas físicas de água.
E os meses que se verificaram menores índices de perdas foram de Abril a Setembro com
17,53% de perdas físicas de água, esta variação deve-se, a vários factores dentre eles se
encontram os climatológicos, mas também com os furtos de água e a má gestão do sistema do
abastecimento de água, como se verificam nas figuras no 6 e 7 acima.
60%
Percentagens de familílias
50%
40%
30% 57%
43%
20%
10%
0%
Satisfeitas com a quantidade e Não satisfeitas com a quantidade e
qualidade de água qualidade de água
De acordo com o gráfico acima, nota-se a plena diferença entre a percentagens das famílias
satisfeitas e não satisfeitas com a quantidade e qualidade de água abastecida pela FIPAG, 57% da
população esta feliz pelos serviços prestados pela FIPAG e 43% não se encontram satisfeitas
pelos serviços da mesma, esta diferença tem como as principais causas as variações das
regularidades oferecidas pela empresa, a qualidade da água, a monitoria do sistema de
abastecimento de água e dentre outros factores.
8. Conclusão
De acordo com os resultados conclui-se que a bacia de Búzi tem uma disponibilidade
hídrica de 2,74 m3/s valor pela qual é considerado como a vazão mínima, sem comprometer a
vazão ecologia do rio. Actualmente a cidade de Chimoio constata uma demanda hídrica de 2,65
m3/s ainda abaixo da disponibilidade hídrica da bacia.
Em relação aos indicadores da qualidade da água bruta, a bacia tem a qualidade de água
comprometida em relação ao consumo domestico, visto que a turvação, o carbonato de cálcio e a
cor, se encontram fora dos parâmetros estabelecidos pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE, isto indica
que sem que se faça o tratamento a água não serve para o consumo domestico.
Quanto aos problemas de abastecimento de água, a Cidade de Chimoio a pesar da bacia ter
uma disponibilidade de água suficiente para o seu abastecimento, verifica-se vários problemas
tanto pela entidade abastecedora ( FIPAG), como para a população abastecida. A FIPAG não
consegue cobrir o abastecimento de água a toda população, e a população abastecida não tem
água regularmente. Visto que só fornece água 8 horas durante o dia, a população tem desviado
água para suprir as suas necessidades, provocando a falta de pressão e baixo rendimento do
sistema de abastecimento de água.
7.5.1. Recomendações
Com base nas conclusões tiradas na pesquisa, são apresentadas as seguintes recomendações:
Referências Bibliográficas
AMARAL, L.A. et al (2003) Água de consumo humano como fator de risco à saúde em
propriedades rurais. Portugal.
CARVALHO. eat al,( 2012). Estudos sobre perdas do sistema de abastecimento de água. Brasil.
DEVENDRA, C. & MC LEROY, G.B. (1999). Goat and sheep production in the Tropics. S/c.
FENNESSEY, N. & VOGUEL, R. M. (1990). Regional flow duration curves for ungauged sites
in massachusettes.
SAVENINJE, H.G & ZAAG, V.P. (2000) .conceptual framework for the management of shared
river basins with special reference to the SADC. EU.
TUCCI, C.E.M. & MENDES, C.A. (2006). Avaliação ambiental integrada de bacia
hidrográfica. Brasília.
ZAAG, V.P. (2007). Asymmetry and Equity in Water Resources Management. Critical
Institutional Issues for Southern Africa. Netherland
5
Caudal (m³/s)
0
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Probablidades
I
Apêndice no 3 : Curva de Permanência da Estação Hidrométrica de Mavuzi (E 699)
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Probablidades
Agricultura 1.26
Pastorícia 0.38
Total 2.65
II
Apêndice no 5: Demandas futuras da bacia
Agricultura 2.74
Pastorícia 0.83
Total 5.8
III
Apêndice no 7: Falta de manutenção da adutora de abastecimento de água
Apêndice no 8: Relaçao de volume capatado e destribuido (m³) em relaçao a indice de perda (%)
IV
Apêndice no 9: Entrevista por via inquerito aos funcionarios da FIPAG e aos seus clientes
Identificação
Data: ………/………/………….
V
5. Alguma vez a FIPAG já teve que reduzir a expansão dos seus serviços por falta de
disponibilidade hídrica no manancial?
i. SIM ……. ii. NÃO……
Identificação
Bairro: ……………………........
Data: ………/………/………….
5. Já houve casos de diarreia, cólera, disenteria, malaria e outras doenças por causa do consumo
da água abastecida pela FIPAG?
i. SIM ……. ii. NÃO…….
VI
LISTA DE ANEXOS
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2009 1.28 4.24 4.65 5.40
2010 1.99 1.99 3.70 3.10 2.60 2.41 2.35 2.25 2.26 2.31 2.16 5.16
2011 3.50 3.10 3.46 3.56 3.00 2.84 3.19 2.83 2.25 2.59 2.49 2.38
2012 2.39 2.35 2.31 2.37 2.25 2.40 1.90 2.04 2.56 3.99 2.20 2.08
2013 2.41 2.35 2.25 2.26 2.32 2.30 5.10 3.40 3.10 3.46 3.56 3.00
2014 4.40 4.30 3.36 3.31 4.40 3.40 2.96 2.82 3.15 2.84 2.60 2.57
2015 2.46 2.40 2.37 2.38 2.31 2.36 2.23 2.41 1.90 2.04 2.40 4.76
Fonte: ARA-CENTRO, 2015
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2009 2.14 1.33 2.33 1.59
2010 2.22 1.76 1.84 7.35 3.18 2.50 2.63 3.18 5.13 3.33 2.30 170
2011 116 52.0 21.8 13.4 7.10 3.15 6.26 2.43 2.05 6.34 1.35 1.72
2012 55.4 33.1 27.4 20.4 11.1 6.10 6.30 7.59 7.19 6.97 5.06 15.0
2013 5.80 12.3 45.4 3.14 5.20 14.2 3.14 4.12 6.42 25.1 73.4 27.8
2014 16.0 15.7 11.9 9.50 7.40 7.40 6.25 7.10 8.10 13.6 11.6 10.8
2015 10.1 11.1 15.1 3.65 9.76 11.5 6.34 3.43 7.25 6.56 9.20 10.4
Fonte: ARA-CENTRO, 2015
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2009 11.7 12.3 12.5 11.8
2010 13.0 13.3 17.5 21.3 17.7 14.6 15.1 14.0 14.4 14.1 14.0 14.1
2011 33.4 180 143 90.1 51.4 36.2 35.1 32.3 36.9 35.1 27.3 36.6
2012 30.6 87.3 58.1 32.1 56.6 31.2 20,9 29.7 32.5 38.7 28.7 33.7
2013 26.5 60.6 24.8 25.1 58.6 47.8 34.2 36.1 15.2 31.2 9.31 3.63
2014 94.6 43.4 27.3 58.8 69.7 22.2 19.7 19.6 19.7 19.7 21.8 25.5
2015 25.6 20.6 13.2 8.12 2.32 2.10 3.23 2.02 2.00 4.23 2.97 2.43
VII
Fonte: ARA-CENTRO, 2015
Anos Precipitance
media (mm)
1952 12.7
1953 46.9
1954 22.5
1955 27.2
1956 31
1957 22.6
1958 34.5
1959 34.8
1960 37.6
1961 19.7
1962 51.2
1963 23.2
1964 34.5
1965 25.4
1966 27
1967 37
1968 41.2
1970 27.5
1971 20.8
1972 14
1973 24.8
1974 30.8
1975 3
1976 50.6
1977 7.5
2008 0.7
2009 0.7
2010 0.7
2011 0.7
2012 0.7
2013 0.8
2014 6.2
2015 5.8
VIII
Fonte: ARA-CENTRO, 2015
pH 6.5 – 8.5
C. Eletrica μ/cm 50 - 2000
Turvação (NTU) 5
Temperatura (oC) 23 - 30
Calcio (mg/l CaCO3) 50
Solidos disso. totais (SDT ppm) 1000.00
Cor 15
Nitratos (mg/l NO3) 50
Nitritos (mg/l NO2) 3.0
Cloretos (mg/l cl) 250
IX