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SEMINARIO INTEGRADO EM NUTRIÇÃO

HISTORIA NARRATIVA

Abordando aspectos da nutrição clínica, nutrição em saúde coletiva e unidade de


alimentação e nutrição.

Discente(s): Andressa C Alves Silva

Bianca Santos de Oliveira

Giseli Karine Carvalho Monteiro

Mayra Celeste leal

Maceió-AL, 2020
SEMINARIO INTEGRADO EM NUTRIÇÃO

HISTORIA NARRATIVA

Abordando aspectos da nutrição clínica, nutrição em saúde coletiva e unidade de


alimentação e nutrição.

Discente(s): Discente(s): Andressa C Alves Silva

Bianca Santos de Oliveira

Giseli Karine Carvalho Monteiro

Mayra Celeste leal

Trabalho apresentado à disciplina de


seminário integrado em nutrição, do
curso de Nutrição da Faculdade Estácio
de Alagoas, sob solicitação da Profª
Msc. Jamile Ferro de Amorim.

Maceió-AL, 2020
Certo dia dona Maria, uma mulher forte e guerreira, nos seus 37 anos é mãe,
avó e esposa. Maria é marisqueira, mora há 25 anos na beira da lagoa. Teve seu
primeiro filho com o senhor Joaquim de 40 anos, que é pescador, um homem honrado e
trabalhador de pouco estudo. Eles tiveram 3 filhos: José de 20 anos, João de 17 anos e
Carlos de 11 anos. Seu filho João tem uma filha chamada Júlia, que hoje tem 04 meses.
A mãe de Júlia os abandonou, e a avó precisou cuidar de Júlia, pois o filho João por ser
menor de idade, ainda mora em sua casa e não conseguiu um emprego, apenas ajuda os
pais. Eles enfrentam muitas dificuldades para sustentar a família de forma honesta.
Tiveram bons resultados no trabalho com reciclados. Como todos sempre trabalham
juntos, abdicaram um pouco da frequência escolar, pois necessitavam ajudar no sustento
da família. Foram todos criados da mesma forma, sem conforto e sem luxo.

Maria, desde sua primeira gravidez, nunca teve informações sobre a


importância do aleitamento materno até os seis meses de vida da criança. Ela retirou
precocemente a amamentação de seus filhos para introduzir o leite de vaca na
alimentação deles, para assim se dedicar melhor ao trabalho. Apesar de Maria e
Joaquim já terem o hábito de criar seus filhos substituindo o aleitamento materno antes
dos seis meses e não ter tido nenhum problema, assim o fez com sua netinha que após
um tempo dessa introdução, levaram um susto, pois Júlia começou a ter diarreia
constantemente e algumas dermatites no corpo. Sem demora, Maria procurou uma UBS
(unidade básica de saúde), onde a criança foi diagnosticada com alergia a proteína do
leite de vaca (APLV).

O pediatra que atendeu a criança indicou que fosse encaminhada para o


NASF (núcleo de apoio à saúde da família). E assim dona Maria fez, após a consulta
com o nutricionista do NASF, duas possibilidades foram levantadas: uma fórmula sem
proteínas do leite ou leite vegetal. Em seguida foi informada à família de seu Joaquim
que o custo das fórmulas sem a proteína do leite de vaca, era em média 170,00 reais a
lata, e que sua neta teria que consumir mais ou menos 13 latas por mês. Dona Maria
quase entra em desespero já que tem uma renda familiar proveniente da pesca e que
consegue vender alguns mariscos para restaurantes e bares locais, ganhando uma
pequena quantia em dinheiro, que infelizmente não e o suficiente para suprir as
necessidades básicas da família. O trabalho é árduo e cansativo, acordam cedo todos os
dias para ir atrás do “pão de cada dia” e nem sempre conseguem a quantidade de
mariscos necessários para venda.
Embora não ouvisse notícias boas na sua vida, felizmente mesmo com a
demora, Maria conseguiu que fosse incluída no programa de suplementação alimentar
com leite. Os profissionais do NASF, a encaminharam para participar do programa
governamental do SUS que distribui essas fórmulas. Com certeza é um alívio para dona
Maria e seu Joaquim, que ainda tem como alternativa o leite vegetal ensinado pela
nutricionista no ultimo encontro semanal. Assim sua netinha poderá ao menos ter
segurança alimentar e apoio de profissionais.

O filho mais velho hoje com seus 20 anos, conseguiu seu primeiro emprego
em um dos restaurantes que ela vende mariscos. Junto com essa oportunidade vieram
algumas cobranças por parte do nutricionista da UAN do restaurante. É que ele precisa
ter mais cuidado com a higiene no manuseio dos mariscos. Para isso o nutricionista
disponibilizou um curso de boas praticas na produção de alimentos para que o filho de
dona Maria pudesse trabalhar e ensinar a família como trabalhar de forma correta com
os mariscos.

João e Carlos, os adolescentes, estão estudando em um colégio que doma


Maria quase precisou dormir na porta para conseguir a vaga, de tão difícil que foi.
Ainda que seus pais necessitem de ajuda, Maria e Joaquim sabem da importância que é
estudar e fazem de tudo para que eles não faltem às aulas, principalmente agora que ela
se preocupa um pouco menos, já que eles têm ao menos uma refeição por dia de
qualidade na escola, graça ao programa nacional de alimentação escolar PNAE.

Dona Maria e seu Joaquim sonham com dias melhores. Com dias em que
poderão dormir ouvindo o som da chuva sem ter medo de que o nível da lagoa suba e
inunde seu lar. Sonham em poder ver um futuro melhor para os seus filhos e netos, com
dias de gloria e descanso com uma aposentadoria. Poder deitar e descansar sem se
preocupar com o que vão comer amanhã, porque a geladeira estará cheia, mas por
enquanto dona Maria e seu Joaquim lutam para colocar comida na mesa e se esforçam
para que seus filhos ao menos tenham uma educação e um futuro melhor que o deles.
Referencia:

BRASILIA. Ministério da saúde. Protocolo Clinico e Diretrizes Terapêuticas Alergia


á Proteína do leite da Vaca. Brasília - DF, 2017. Disponível em: <
http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2017/
Relatorio_PCDT_APLV_2017.pdf. >Acesso em: 15 nov. 2020.

VESSONI, Teixeira André. ; JAIME, Constante Patrícia. Programas de suplementação


alimentar com leite e a agenda de segurança alimentar e nutricional. Revista Demetra
Alimentação Nutrição & Saúde, Rio de Janeiro, v.14, n. e 37229, p.1-22, jun, 2019.

SILVA, Pedrosa Anielly Maria et al. Atenção Básica em Alagoas: expansão da


Estratégia Saúde da Família, do Nasf e do componente alimentação /nutrição. Revista
Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 38, n. 103, p. 720-732, out-dez 2014.

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