Você está na página 1de 13

BEATO JOÃO DUNS ESCOTO: status quaestionis, vida e obra

Autor: Frei Jonas Matheus Sousa da Silva, OFM cap / Serviços de secretaria: Izana Vitória
Sousa Passos.

Resumo
Apresenta o status quaestionis sobre o beato Duns Escoto e suas obras na construção do
pensamento moderno, a sua inovação estética sublinhada por U. Eco e a crítica deletéria de
grupos conservadores atuais do catolicismo. Elucida a sua biografia, através das ênfases às
suas jornadas religiosa e intelectual, bem como em suas virtudes religiosas ressaltadas por
autores atuais. Mostra o panorama de suas obras através das perspectivas de Giordanis e
de Boni.

Palavras-chave: Duns Escoto. Vida. Obras.

"Domine Deus noster, qui te primun esse ac novissimun praedicasti, doce servum tuum, te
esse primun efficiens et primun eminens finemque ultimun, ostendere ratione, quod
certissima fide tenet - Ó Senhor Deus nosso, que proclamaste que Tu és o primeiro e o
novíssimo, ensina este teu servo a provar pela razão o que crê certissimamente pela fé, a
saber, que Tu és o primeiro eficiente, o primeiro eminente e o fim último" (SCOT, 2015, p.
52-53). Amém.

INTRODUÇÃO

Ao passo que a ciência e a filosofia contemporânea sobretudo nos Estados Unidos


valorizam o pensamento do Doutor Sutil como forma de compreensão do pensar moderno
ocidental e suas consequências no direito atual, percebe-se ao interno da Igreja Católica o
surgimento de grupos radicais conservadores que se embasam, como em tábua de
salvação, na filosofia e na teologia de Santo Tomás de Aquino e, por isso, buscam
vilipendiar a figura do Beato Duns Ecoto, bem como seu pensamento. Esta não é a postura
abraçada pelo magistério recente da Igreja Católica expresso em São Paulo VI, São João
Paulo II e Bento XVI que se pronunciaram elogiosamente a respeito do Beato que
argumentou a favor do dogma da Imaculada Conceição e deu azo ao cristocentrismo na
piedade e na teologia católicas, sete séculos antes do Concílio Vaticano II.
Percebe-se o interesse pela vida e obra do doutor Sutil limitada a círculos de estudiosos
laicos e a círculos eclesiásticos seletos vinculados a parte da família Franciscana ou a
cultura medieval. Assim como São Boaventura e São Lourenço de Bríndes, o beato Duns
Escoto não goza da piedosa popularidade que estão envoltos São Francisco de Assis,
Santo Antônio de Pádua e São Pio de Pietrelcina; assim, mesmo a maioria dos membros da
família franciscana, nas três ordens, desconhecem o Doutor Sutil a não ser por sua
memória litúrgica celebrada pelos franciscanos, pelo reconhecimento à sua defesa do
dogma da Imaculada Conceição e, talvez, por um recente filme sobre sua vida.
Desse modo, o presente trabalho traz à baila, à maneira de pórtico que se abre para um
mais profundo e honesto conhecimento de Duns Escoto e suas obras, sobre o egrégio
Doutor Mariano, o status quaestionis, uma síntese de sua vida e um panorama das suas
obras.

1 STATUS QUAESTIONIS

O sétimo centenário de nascimento do beato João Duns Escoto, celebrado em 1966,


manifestou um crescente interesse acerca do pensamento e das obras escotianos, o que
ficou expresso na Carta Apostólica “Alma Parens” de São Paulo VI, ao II Congresso
Internacional de Escolástica que se dedicou ao pensamentos do "Doutor Sutil e Mariano",
considerando a “arquitetura sacra” do pensamento de Escota ao lado a do "Doutor Angélico
Santo Tomás de Aquino” (cf: ALLUNTIS, 1968, p. XVIII).
Em 2008, no VII centenário da morte de Duns Escoto, a conferência dos ministros gerais da
Primeira Ordem Franciscana e da TOR, expediram a Carta Circular “João Duns Scotus:
Genialidade e audácia” à toda a Família Franciscana, considerando que Escoto "é a favor
de uma práxis, mas não de um evangelismo impaciente e superficial, alérgico às
especulações e à reflexão profunda e meditativa” (CARBALLO et all., 2008, p. 1), reflita-se
sobre a atualidade do seu pensamento frente sua reflexão sobre Deus face ao ateísmo
contemporâneo, seu Cristocentrismo como visão mística do universo conforme a
espiritualidade sanfranciscana, sua antropologia pessoal de interiorização e alteridade e sua
sabedoria de vida que leva em conta “o princípio teológico de que o amor divino
transcendeu o infinito para vincular-se ao finito. Em contrapartida, somente o amor humano
da vontade livre poderá transcender o finito para unir-se ao infinito” (CARBALLO et all,
2008, p. 6).
No mesmo ano, o papa Bento XVI, remeteu Carta Apostólica ao arcebispo de Colônia, o
Cardeal Joachim Meisner, por ocasião da mesma celebração escotista, colocando-se
alinhado com os seus predecessores, S. Paulo VI e S. João Paulo II, que oportunamente
exaltaram Duns Escoto, respectivamente, através da “Alma Parens” (1966) e da
beatificação (20/03/1993), reconhecendo-o como “homem tão eminente, que se tornou tão
benemérito ao contribuir para o progresso da doutrina da Igreja e da ciência humana”
(BENTO XVI, 2008, p.1), reconhecendo-o como “mestre e guia da Escola Franciscana, luz e
exemplo para todo o cristão” (BENTO XVI, 2008, p.2). Em 2010, na Audiência Geral de 7 de
julho, sua catequese pontifícia tratou sobre o Beato João Duns Escoto, enfatizando sua vida
e contribuição para a Teologia, a partir do seu Cristocentrismo e piedade e mariologia.
Não obstante, o mundo teológico, o pensamento de Escoto é fundamental para o direito e
as bases da sociedade moderna.

1.1 Escoto e o pensamento moderno

Conhece-se a influência comprovada da filosofia do Doutor Sutil nos pensamentos de C. S.


Peirce e de M. Heidegger (cf: BONI, 2008, p.18; CÁRDENAS, 2018).
O fato é que Duns Escoto ao dissociar, a partir da primazia metafísica dada à vontade sobre
a ciência, a lei positiva da lei natural, deu azo aos desenvolvimentos da filosofia moderna,
com os seus sistemas econômico, jurídico e político centrados na livre escolha dos sujeitos
individuais. Para Franco Todescan (2005, p.20), em Duns Escoto “a liberdade exprime a
transcendência do homem sobre o mundo das criaturas que é submetido à lógica da
necessidade natural”.
Na influência de Escoto sobre o direito moderno, Todescan (2005, p.31) enfatiza que a
partir do seu pensamento da transcendente liberdade divina, que, se quisesse, poderia
determinar como justa outra coisa que não seja compreendida pela Lei natural, ou seja, que
está na segunda tábua dos dez mandamentos da Lei de Deus - IV ao X mandamentos, pois
“alguns autores [E. Gilson; Welzel; Parisoli] sustentaram que a filosofia escotista comporta,
como sua consequência lógica, o positivismo jurídico, que é a soberania absoluta da lei
positiva dentro da experiência jurídica”, onde adquire relevância o direito à propriedade,
que, nesse sentido, é unicamente consequência de, segundo Harris, um ato humano
positivo em acordo com o ditame da razão que assegura o bem comum, o que daria lugar
aos pensamentos político-econômicos dos contratualistas T. Hobbes, J. Locke e J-J.
Rousseau.
Para C. Helferich (2006, p.104) a inovação de Escoto foi a importância dada à vontade no
processo gnosiológico, pois a vontade faria o sujeito selecionar e eleger uma dentre as
diversas imagens do mesmo objeto; nesse sentido “a vontade é livre e, como vontade
divina, inteiramente soberana”. Assim, para a ontologia, torna-se questionável a afirmação
da existência de conceitos universais, considerados como abstrações puras de
pensamentos. Isso exerceu influência na gnosiologia moderna (Descartes, Hume, Kant,...
etc.) e seu "subjetivismo gnosiológico"; também, a determinante distinção escotiana entre
razão (filosofia) e fé (teologia) será recebida por Kant na sua distinção entre "fenômeno" e
"númeno" (cf: SILVEIRA, 2015, p. 7-8).
G. Figueiredo, ao investigar a conciliabilidade da “Razoabilidade da Vontade em Duns
Escoto” (2009), considera que, para Escoto, o intelecto é a raiz que antecede a vontade,
mas se ordena a um ato da vontade, dado que “a intelecção não produz a vontade como
uma causa produz seu efeito” (FIGUEIREDO, 2009, p.389). Assim, mesmo que a origem de
um ato da vontade esteja na inteligência, esta está a serviço da vontade, pois “o papel da
inteligência consiste em apresentar o objeto à vontade, mas não em inclinar a vontade a
querê-lo” (FIGUEIREDO, 2009, p.390).
Roberto Pich (2019) redigiu um artigo sobre a fundamentação teórica que Escoto deu à
oposição à servidão e a escravidão, como consequência de seu voluntarismo, opondo-se às
concepções aristotélico-tomistas sobre a questão, pois "as posições de Scotus dependem
de seus pareceres sobre a liberdade, a propriedade e a lei positiva, bem como sobre o
significado do livre-arbítrio como condição prático-racional de todos os seres
humanos"(PICH, 2019, p.1).
Para Carballo et all (2008, p.5), apesar da antropologia escotiana apresentar a solidão como
lugar de autoconhecimento humano mais privilegiado e pleno, como encontro consigo
mesmo, tal experiência abre o ser humano para a alteridade prática, evitando o solipsismo,
num impulso dinâmico de razão de desejo e de abertura factual às relações interpessoais .
Nessa linha, Bento XVI (2010, p.5) enfatizou que a genuína liberdade, para Escoto,
aperfeiçoa-se na busca de Deus, reconciliada com a verdade e impulsionada a construir
uma civilização verdadeiramente humana.
A partir deste enfoque escotista da liberdade na verdade e na justiça, com raiz
transcendente no desejo de Deus, entramos na dimensão estética do Doutor Sutil.
1.2 Uma inovação estética

Para Umberto Eco (2010, p.190-194), a concepção da beleza em Escoto, representa uma
alternativa crítica à estética do organismo de Sto. Tomás de Aquino, a partir do enfoque no
indivíduo, pois seus acenos à estética estão mesclados em seus textos metafísicos e
gnosiológicos. Para Escoto, “a beleza é resultado da agregação de tudo o que se une a ela
[grandeza, figura, cor], junto a agregação dessas relações que tais propriedades mantêm
com o corpo e entre si”. Assim, tais propriedades não perdem suas próprias formas
substanciais para configurar um organismo belo, mas, sem perder suas individualidades,
subordinam-se à forma última; tal concepção acentua o caráter relacional da beleza.
Essa alternativa à concepção tomista do organismo belo, exemplificado em suas Sumas,
vem sendo hostilizada por hodiernos grupos radicais de extrema direita e “conservadores”,
ao interno do catolicismo, que se agarram ao Tomismo como tábua de Salvação e buscam
a todo custo vilipendiar, numa atitude desobediente ao recente magistério eclesiástico [S.
Paulo VI, S. João Paulo II, Bento XVI, Francisco], ao Beato Duns Escoto e seu pensamento,
por ele ter se contraposto e aperfeiçoado certas peculiaridades do pensamento do egrégio
Aquinate.

1.3 Crítica atual tomista-conservadora

Sabemos que quando Escoto defendeu que as verdades da fé são apoiadas unicamente na
Revelação [ex: "Hoc, si mihi esset possibile, scire vellem. Adiuva me, Domine, ... - Isto que
creio é o que, se me fosse possível, gostaria eu de compreender. Ajuda-me, Senhor,..."
(SCOT, 2015, p. 24-25)] e não podem ser demonstradas e compreendidas pela razão,
separando em distintas esferas a Filosofia e a Teologia (compreendida como "Teologia de
joelhos" ou "mística", ao invés de ciência escolar), “colocou-se numa posição
diametralmente oposta à de Santo Tomas de Aquino” (cf: MATOS, 1989, p.VII) e devolveu à
Teologia o caráter prático e vital, não redutível à especulação teórica.
Para as ondas de tradicionalismos atuais que têm como marco moderno, o cisma do Bispo
Marcel Lefebvre (1905-1991) que se posicionou contra documentos do Concilio Vaticano II
(1962-1965), fundou a Fraternidade Sacerdotal São Pio X em 1970 e desobedeceu à
proibições de São Paulo VI em 1976, que lhe levou a receber suspensão “a divinis” (cf:
GRILLO, 2018).
Tais grupos, surgem como reação às Teologias Liberais e da Libertação, que ganharam
espaço no período pós-conciliar e feriram a reta transmissão, na prática e na teoria, da
própria liturgia romana, bem como a do magistério e a conduta moral de membros do clero,
da vida consagrada e do laicato. Nesse sentido, os grupos tradicionalistas, também aversos
aos movimentos de renovação carismática, buscam à força de observância legalista
“purificar” à Igreja. Nisto, valem-se da doutrina tomista junto à de Santo Afonso de Ligório,
nutrindo ojeriza a toda teologia que não se enquadre nos seus cânones, o que os leva a
nutrir hostilidade à filosofia franciscana, sobretudo a do Doutor Sutil, aceitando dele, apenas
a o "Tratado do Primeiro Princípio" como páginas "de um gênio metafísico que apresenta
sua prova acerca da existência de um Primeiro Princípio" (SILVEIRA, 2015, p.20) e seus
argumentos a favor do Dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria.
Deste grupo, a página virtual da “Associação Cultural Montfort” exibe um artigo de Orlando
Fedeli (2008) que ignorando a Carta Apostólica de Bento XVI ao cardeal J. Meisner, tenta
citar a sua “aula de Regensburg” para dar a impressão, de um modo bastante sofístico que
o pontífice considera Escoto como “a fonte originária de todo o mal na Filosofia, após São
Tomás”. É fato, que a catequese pontifícia de 7 de julho de 2010, revelou o quão
equivocada é tal hermenêutica de Fedeli. Ademais, esse articulista, numa tentativa de
apontar Sto. Tomás como o sempre correto e o B. Escoto como errado, segue criticando o
pensamento escotiano nas áreas metafísica, gnosiológica e teológica, apontando o
voluntarismo escotista como causa do relativismo moderno, tentando a todo custo afirmar a
doutrina tomista e concluindo de um modo deselegante e passional com uma referência
sem autoridade a Gênesis III, equiparando o Beato Duns Escoto à serpente que diz “Sereis
como deuses” e com o pensamento “Não sem razão Deus fez a serpente ter uma língua
bífida” (FEDELI, 2008), que tentando atingir a fama do Doutor Sutil é como "um tiro que sai
pela culatra" e revela as soberbas e vaidades diabólicas de Fedeli e dessa "Associação
Cultural Monfort", mostrando quem, de fato, deseja usurpar a glória que cabe a Deus,
erigindo para si um ídolo que adoram no lugar do Deus vivo e verdadeiro.
Ainda, nesta linha, Sidney Silveira (2015, p. 7-20) apresenta Duns Escoto como filósofo de
ruptura. Esse, mais acadêmico que Fedeli, vai apresentando as raízes do subjetivismo
moderno “provavelmente sem querer”, “neste piedoso frade franciscano” (p.9), elucida a
obra “De Primo Principio” como obra-prima metafísica e conclui ressaltando a permanente
tensão entre Tomismo e Escotismo, considerando que “varias teses teológicas scotistas, se
forem levadas às últimas consequências – simplesmente derrogam a fé católica”
(SILVEIRA, 2015, p.18). No entanto, o pensamento do Beato Duns Escoto é um converter
teoria em prática, ciência em caridade, por isso, feito para não ser mais alterado, atinge seu
escopo: a encarnação da Filosofia e da Teologia.
Conhecidos alguns aspectos do Status Quaestionis acerca do Beato João Escoto,
passaremos a considerar sua biografia.

2 VIDA

Apesar de escassos e duvidosos dados sobre a biografia do doutor Sutil, Luis A. De Boni
(2008), oferece-nos um cronograma, com parte hipotética, abaixo:

"[1265-66] Nascimento em Duns, na Escócia.

[Primeira alternativa:]
[1278-1283] Estudos, inclusive de filosofia,
concluídos em Oxford.
[1284] Noviciado.
[1285-1288] Leitorado em Paris e talvez em
Cambridge.
[1288-1298] Estudo de teologia em Oxford.

[Segunda alternativa:]
[1278] Estudos em Haddington.
[1280] Noviciado.
[1280/81-1287/88] Estudo de filosofia na
Inglaterra.
[1291-1298] Estudos de teologia em
Oxford ou, em parte, em Paris
[1298] Encontra-se em Oxford.
1291 (17 de março) Ordenação sacerdotal em Northampton.
1300 (6 de julho) Apresentado ao bispo para ser autorizado a ouvir confissões.
Nesse mesmo ano:
– No Prólogo da Ordinatio, faz referência à derrota dos árabes ante os turcos.
– Disputa como bacharel na promoção de seu confrade Bridlington.
[1300/1301] Nomeado leitor em Paris pela Província da Inglaterra.
1302 Indicado, pelo Capítulo Geral, para estudos e promoção em Paris.
– Provavelmente assistente de Gonçalo de Espanha, na disputa deste com Mestre
Eckhart, em Paris.
1303 (25 de junho) – Expulso da França por Filipe, o Belo, por se recusar a subscrever a
lista dos que solicitavam a convocação de um concílio contra Bonifácio VIII.
1303 (dezembro) Oponente de Nicolau de Trivet, em uma disputa em Oxford.
1304 (abril) No Livro IV da Ordinatio, Scotus se refere a procedimentos ilegítimos do
Papa Bento XI, a 31 de janeiro de 1304.
1304 [outubro] Respondente na inceptio de Egídio de Ligny, em Paris.
1304 (18 de novembro) Gonçalo de Espanha, Ministro-Geral da Ordem, seu antigo mestre,
indica-o para o cargo de regente em Paris.
[1304(dezembro) ou 1305 (março/abril)] Inceptio, isto é, obtém o título de Mestre em
Teologia.
1307 (25/26 de outubro) Alexandre de Alexandria é o regente em Paris.
1308 (20 de fevereiro) Já é leitor em Colônia.
1308 (8 de novembro) Morre em Colônia"
(BONI, 2008, p.8)

Carlos Matos (1989, p. VII), apresenta o contexto de Escoto e seu pensamento no


arquipélago britânico bem como a peculiaridade de sua cultura de pensar atrelada às suas
necessidades econômicas, sociais e políticas e, aplicando a explicação dos fenômenos
naturais à linguagem matemática (R. Grossateste) e enfatizando, mesmo no setor religioso,
a primazia da experiência (R. Bacon), distanciando-se das abstrações e da lógica
escolásticas que dominavam desde Paris o território continental europeu onde, " a filosofia
Escolástica atingiu seu ponto maior de desenvolvimento com a síntese entre as entre as
verdade da Revelação bíblica e os conceitos da razão aristotélica" (MATOS, 1989, p. VII).
Conforme o historiador Mário Giordani ( 1983, p.98), João Duns Escoto nasceu no condado
de Berwich na Escócia, em Duns, no ano 1266; esteve no correr de sua vida por
Northampton, Paris, Cambridge, Oxford e Colônia, onde faleceu em 1308, aos 42 anos.
Giordani cita seu famoso epitáfio: " Scotia me genuit, Anglia me suscepit, Gallia me docuit,
Colonia me tenet- A Escócia me gerou, a Inglaterra me recebeu, a França me instruiu,
Colônia me retém".
Outro marco na sua história foi sua adesão ao Papa Bonifácio VIII, contra o apelo
conciliarista, de Filipe IV, o Belo, rei de França, o que lhe obrigou a deixar Paris para Oxford
em 1303 e, posteriormente, o levou para Colônia em 1307, após retorno a Gália num
período de carreira acadêmica. (cf: REALE; ANTISERI, 1990, p. 597; BONI, 2008, p. 16).
Tendo em vista esses panoramas geográficos e histórico da existência de Duns Escoto,
apreciaremos os aspectos da sua biografia eclesiástica e intelectual.

2.1 Jornada franciscana

Conforme Boni (2008, p. 9-10), em torno de 1278, quando tinha 12 anos, Escoto fez seus
estudos iniciais numa escola dos franciscanos em Haddington, onde seu tio, Frei Elias
Duns, certamente o encaminhou para a vida religiosa Franciscana. De 1280 a1288 esteve
em Oxford no Studium Generale da ordem Franciscana onde cursou filosofia e teologia;
quanto ao seu ano de noviciado seguido da profissão religiosa, há duas hipóteses que
apresentam os anos de 1280 ou 1284.
Pesquisadores levantam a hipótese que Escoto fez seu período de leitorado em Paris de
1291 a 1300, outros pensam que tal período se sucedeu de 1301 a 1302. Há um
documento relevante de 1300 que menciona seu nome junto a 21 confrades em Paris,
impetrando para eles a autorização para ouvir confissões.
Segundo Reale e Antiseri (1990, p. 597), Escoto " estudou teologia em Northhampton, na
Inglaterra, onde foi ordenado sacerdote em 1291".
José Merino (2007, p. XVIII-XIX) redigiu que após a morte de Duns Escoto, em 8 de
dezembro de 1308, em Colônia, seu corpo foi sepultado na Igreja dos Frades menores
conventuais (Minoritenkirche) onde esculpido o epitáfio citado acima. Seus contemporâneos
o ao cunharam por "Doctor Subtilis", a piedade e a Igreja o chamou de "Doutor Mariano",
por sua defesa a Imaculada concepção da Virgem Maria proclamada como Dogma católico
em 1854.
Não obstante as sucessivas críticas injustas da parte de intelectuais suspeitos que,
inclusive, negavam sua santidade, com a sua beatificação em 1993 se encerra as suspeitas
sobre suas ortodoxia e ortopráxis dentre os intelectuais genuinamente católicos.
Tendo apreciado a sua jornada religiosa, é necessário enfocar, agora, a sua biografia
intelectual.

2.2 Jornada intelectual

Giovanni Reale e Dario Antiseri (1990, p. 597-598) destaca que Escoto recebeu da
Universidade de Oxford, representada pelos pensamentos de Grossateste, Roger Bacon e
Peckhan, uma rigorosa concepção do método demonstrativo; porém, foi em Paris, devido as
polêmicas entre Tomistas, Averroistas e Agostinianos, que lhe amadureceu a necessidade
de transcender tais contrastes, devido a consciência da limitação e da autonomia da
filosofia perante as questões teológicas.
Luis Boni (2008, p. 9-15) apresenta com precisão o itinerário intelectual de Escoto; assim,
sabe-se que em Oxford cursou Filosofia de 1280 a 1288. Há, porém, divergências entre os
estudiosos sobre a estrada de Escoto em Paris, se foi entre 1291 e 1300 ou, para outro
grupo, de 1301 a 1302, no período de leitorado, como aludido acima. Nesse sentido,
aventa-se que Escoto cursou a Teologia em Oxford de 1288 até 1301, quando se tornou
Bacharel formado. Nesse período teológico foi "Ouvinte" de 1288 até 1293, "Oponente" de
1294 a 1296, "Respondente" de 1296 a 1297, "Curador da leitura das Sentenças de Pedro
Lombardo" de 1297 a 1298, "Leitor das Sentenças" de 1298 a 1299 e, por fim, "Comentador
da Sagrada Escritura" de 1299 a 1300. Tais etapas do curso teológico se ordenavam
conforme as funções e métodos dos debates escolásticos que nos legaram as Sumas do
período.
Em 1302 Escoto se encontrava em Paris para comentar as sentenças de Pedro Lombardo,
cumprindo os requisitos para sua promoção acadêmica; no ano de 1303, tendo Escoto
permanecido contrário às pretensões de Filipe IV, o belo, rei de França, contra o Papa
Bonifácio VIII, junto a 86 confrades franciscanos teve de abandonar a Paris por decreto real;
as evidências apontam que Escoto viajou para Oxford no ano acadêmico 1303/1304; neste,
com o falecimento do Bacharel Roger Marston, em Cambridge, os superiores franciscanos
enviaram para lhe suceder na cátedra Universitária o recém-formado para bacharel, Duns
Escoto.
Em 1304, após a morte do Papa Bonifácio VIII, com a paz firmada entre o Papa Bento XI e
Felipe IV e a concessão do retorno aos exilados da Gália por parte do Rei, Escoto pode
retornar a Paris.
Na data de 18 de novembro de 1304, o então ministro geral da ordem Franciscana, Frei
Gonçalo de Espanha, firmou correspondência ao ministro provincial de França indicando
Escoto, que foi seu antigo aluno, para assumir a cátedra de professor em Paris.
O teor sumamente elogioso, acerca de Escoto, deste escrito, segundo a nota 28 de Boni
(2008, p. 15) só se equipara neste período da história Franciscana ao encômio dirigido por
Frei João de Parma ao indicar seu sucessor São Boaventura para Ministro geral da Ordem:
“Dilectum in Christo Patrem Joannem Scotum, de cujus vita laudabili, scientia excellenti,
ingenioque subtilissimo, aliisque insignibus conditionibus suis, partim experientia longa,
partim fama, quae ubique divulgata est, informatus sum ad plenum, dilectioni vestrae
assigno - Proponho à vossa indicação o padre João Scotus, dileto em Cristo, de cuja vida
irrepreensível, a ciência excelente, a inteligência sutilíssima e outras insignes qualidades,
estou perfeitamente informado, em parte por longa convivência, em parte pela fama
divulgada por todo lugar” (BONI, 2008, p. 15).
Nesse ano, Escoto iniciou sua incumbência de Regente da cátedra da Universidade de
Paris, onde se empenhou em diversos trabalhos. Nesse período de labor intelectual
apresentou as suas "Questões Quodlibetais", entre o advento de 1305 e a quaresma de
1306, e, também, redigiu parte de suas "Collationes", o tratado "De Primo principio" e partes
da "Ordinatio" ; foi, ainda, nesse período que ele participou do debate com os dominicanos
sobre a Imaculada Conceição da Virgem Maria.
Em 1307, o ministro geral Frei Gonçalo de Espanha transferiu Escoto para Colônia. Boni
(2008, p. 16), levanta hipótese que a motivação dessa transferência foi a preservação da
vida de Escoto contra a possível vingança de Felipe IV que, provavelmente teria a oposição
do Doutor Sutil, então no papel de autoridade investida do cargo de mestre regente de
Paris, aos processos que o rei estava armando contra a Ordem dos Templários, o que
resultou na supressão desta ordem e na incineração pública do mestre da ordem Jacques
de Molay, em 1314.
No entanto, em 08 de novembro de 1308, João Duns Escoto faleceu piedosamente em
Colônia. Sua fama de santidade destacaram suas virtudes, não desprovida de
perseguições, desde a família franciscana naquela época até a catolicidade atual.
2.3 Virtudes

Dentre os vários autores atuais que tratam sobre a vida e o pensamento do Beato Duns
Escoto, podemos citar elogios às suas virtudes, além da própria citação do ministro geral da
época, Frei Gonçalo de Espanha, que recebemos através do texto de Luis Boni e referimos
acima.
Félix Alluntis (1968, p. XIV -XV) indica que Escoto permaneceu fiel à tradição dos
intelectuais franciscanos de abrirem suas obras com um prólogo bíblico, donde emana a
ordem metodológica de cada obra.
Carballo et all (2008, p. 1) enfatizam que o Doutor Sutil é "franciscano santo e mestre
audaz, original e criador da cultura em resposta aos desafios do seu tempo, filho fiel de São
Francisco, conseguiu encarnar o Evangelho e estar atento às realidades sócio-culturais da
sua época, às quais jamais se eximiu e pelas quais ofereceu a sua contribuição a partir das
propostas filosófico-teológicas de então".
São João Paulo II, na beatificação de Duns Escoto, em 20 de Março de 1993, colocando-se
na trilha de São Paulo VI, o havia elogiado e lhe apontado como modelo para época atual,
"rica em recursos humanos, técnicos e científicos, mas em que muitos perderam o sentido
da vida e se distanciaram de Cristo e do Evangelho", "no seu gênio agudo e em sua
capacidade extraordinária de penetração do mistério de Deus, bem como sua força de
persuasão e sua santidade".
Bento XVI (2010), em sua catequese sobre o Doutor Sutil, afirmou que o Beato Duns
Escoto, como fiel seguidor de São Francisco, além da meditação sobre o mistério da
Encarnação do Verbo, "gostava de contemplar e pregar o Mistério da Paixão salvífica de
Cristo, expressão da vontade de amor, do amor imenso de Deus, o Qual transmite com
grandíssima generosidade para fora de si os raios da sua bondade e do seu amor. [...] E
este amor não se revela só no Calvário, mas também na Santíssima Eucaristia, da qual
Duns Escoto era devotíssimo e que via como o Sacramento da presença real de Jesus e
como o Sacramento da unidade e da comunhão que conduz a amar-nos uns aos outros e a
amar Deus como o Sumo Bem".
Enfatizados tais destaques contemporâneos às virtudes do Doutor Sutil e Mariano, cabe ao
nosso empenho indicar agora as suas obras intelectuais.

3 OBRAS

A guisa de arremate deste texto, apontar-se-á as principais obras literárias de Duns Escoto
que abrangem sua filosofia e sua teologia.
No texto de Luis de Boni (2008, p. 17-28), há sólidas referências ao trabalho dos editores e
críticos literários para recomposição da opera omnia do Doutor Sutil. Boni indica o trabalho
empenhativo na discriminação entre os escritos autênticos e os escritos atribuídos, bem
como da purificação do texto, através da comparação dos diversos manuscritos e cópias
antigas e o discernimento, determinação ou eliminação de interpolações e glosas inseridas
nos textos por copistas, mas que não pertencem ao texto autoral.
Mario Giordani (1983, p. 98) cita como as principais obras de Escoto, as relacionados
abaixo:
"'Opux oxoniense' ou 'Ordinatio'
'Opus parisiense' ou 'Reportata parisiensia'
'De primo principio'
'Quaestiones Quodlibetales'
'Quaestiones in Metaphysicam'- (9 livros autênticos)".
Outrossim, o texto de Luis de Boni (2008 p. 17-28) oferece uma melhor perspectiva dos
escritos escotianos principais. Nessa via, temos:

A. Comentários a textos filosóficos :

(i) Quaestiones in librum Porphyrii Isagoge, 23 manuscritos.


(ii) Quaestiones super Praedicamenta Aristotelis, 14 manuscritos.
(iii) Quaestiones in primum librum Perihermeneias Aristotelis e Quaestiones in duos libros
Perihermeneias Aristotelis, 13 manuscritos.
(iv) Quaestiones super librum Elenchorum Aristotelis, 2 manuscritos.
(v ) Quaestiones super libros Metaphysicorum Aristotelis, 18 manuscritos.
(vi) Quaestiones super secundum et tertium De anima, 25 manuscritos.

B. Lectura, Ordinatio, Reportatio:

Trata-se das tarefas em torno da missão de comentar os quatro livros das sentenças de
Pedro Lombardo. Conforme C. Balic, eis os significados destes três jargões: "A Lectura era
o texto elaborado pelo bacharel para apresentar em aula – seria algo como um rascunho ou
uma primeira redação; a Ordinatio, o texto que o professor preparava para entregar aos
livreiros, a fim de serem feitas cópias, isto é, tratava-se da obra definitiva do autor; já a
Reportatio compunha-se das notas de aula, tomadas pelos alunos ou assistentes" (BONI,
2008, p.21).
Após tal esclarecimento, prosseguimos com a catalogação apresentada por Boni.

(I) Comentários ao Primeiro Livro das Sentenças


(i) Ordinatio I, 103 manuscritos.
(ii) Lectura I, 3 manuscritos.
(iii) Reportatio I-A, 5 manuscritos.
(iv) Reportatio I-B, 1 manuscrito.
(v) Reportatio I-C, 1 manuscrito.
(vi) Reportatio I-D, 1 manuscrito.
(vii) Reportatio I-E, 1 manuscrito.

(II) Comentários ao Segundo Livro das Sentenças


(i) Ordinatio II, 74 manuscritos
(ii) Lectura II, 3 manuscritos.
(iii) Reportatio II, 7 manuscritos.
(III) Comentários ao Terceiro Livro das Sentenças
(i) Ordinatio III, 57 manuscritos.
(ii) Lectura III (aqui se encerra o que se possuía da Lectura em 2008), 3 manuscritos.
(iii) Reportatio III-A, 4 manuscritos.
(iv) Reportatio III-B, 1 manuscrito.
(v) Reportatio III-C, 2 manuscritos.
(vi) Reportatio III-D, 1 manuscrito.

(IV) Comentários ao Quarto Livro das Sentenças


(i) Ordinatio IV, 78 manuscritos.
(ii) Reportatio IV-A, 5 manuscritos.
(iii) Reportatio IV-B, 4 manuscritos.

C. Additiones magnae:
Em si é uma obra hipotética, constituindo um adendo aos livros primeiro e segundo da
Ordinatio, com fim de completá-los.

D. Quaestiones quodlibetales:
A tradução deste título é "questões sobre qualquer tema". Desta, há 67 manuscritos. É uma
tradição que se iniciou em Paris e se espalhou para outras universidades européias,
consistindo num debate escolástico, no qual se centrava a vida da Universidade e da cidade
que a sediava, nos períodos do Advento e da Quaresma. O Quodlebit de Duns Escoto se
deu no ano acadêmico 1306/1307, em Paris.

E. De primo principio:
É a obra mais famosa do Doutor Sutil, desta há 15 manuscritos. Foi o primeiro inscrito nos
séculos XIII e XIV dedicado propriamente a questão da existência de Deus e seus atributos.

F. Theoremata:
É constituída por pequenos tratados colecionados nesta obra, que é incompleta, na qual
Escoto reflete, de modo sucinto, temas tratados em suas outras obras maiores. Tem-se 4
manuscritos.

G. Collationes:
São 43 pequenos tratados: 24 de Oxford e 19 de Paris. Tem-se 8 manuscritos.

H. Debates acadêmicos:
São textos seletos e colecionados pelos editores da Opera Omnia que documentaram
debates entre Escoto e outros bacharéis da época, como os franciscanos Frei Egídio de
Ligny e Frei Filipe de Bridlington e, com o dominicano Frei Guilherme Pedro Godino.

Tendo seguido a via de apresentação às obras completas escotianas, ensejada por Luis
Boni (2008), indicamos o empenho na pesquisa sobre a filosofia e a teologia do Doutor Sutil
e Mariano, bem como a leitura das suas obras acompanhadas de abalizados estudos
críticos, como via promissora ao qual este trabalho pode abrir as portas.
CONCLUSÃO

Por tudo isso, compreende-se como o interesse pelo conhecimento do Beato Doutor Sutil,
seus escritos e sua piedade prática é um fator engrandecedor não só para o estudo da
espiritualidade Franciscana, bem como ressaltou os mais recentes pontífices, mas o é para
toda a vida cristã, fazendo compreender que não há azo para as atitudes
pseudo-conservadoras de aviltamento e difamação do Doutor Sutil e de suas obras como
suposto meio de favorecer o pensamento do Doutor Angélico, utilizando-se de maneira
indevida e com uma postura indócil ao atual magistério da Igreja, buscar na afirmação
fundamentalista da doutrina do Aquinate, junto ao tomismo, e na consequente exclusão de
Escoto, um modo de reconstruir uma cristandade medieval diacrônica para o mundo
contemporâneo e os desafios da nova evangelização da Igreja no mundo atual, urgência
pastoral à qual pode contribuir de modo fecundo, como ressaltou São João Paulo II (1993) e
Bento XVI (2010) o próprio pensamento do Doutor Sutil e Mariano. Ademais, como não
vislumbrar a caridade e a ciência práticas de Sua Santidade o Papa Francisco como um
fruto vital da Árvore da vida (a kenose da Sabedoria encarnada e glorificada), que está ao
centro da ciência de Amor, cantada e percorrida como cultura pelo Serafim de Assis e sua
milícia, na qual o beato João Duns Escoto é membro supereminente?!

REFERÊNCIAS

ALLUNTIS, Félix. Introducción. In: ___. ESCOTO, Juan Duns. Cuestiones Cuodlibetales.
Madrid:BAC, 1968. p. XIV-XVIII.
BENTO XVI. João Duns Escoto: audiência geral. Roma, 7 jul. 2010.
BENTO XVI. Carta apostólica ao cardeal J. Meisner. Roma, 28 out. 2008.
BONI, Luis Alberto de. Sobre a vida e a obra de Duns Scotus. In: Veritas. Porto Alegre, v.
53, n.3, jul/set. 2008, p. 7-31.
CARBALLO, Fr. J. R. et all. João Duns Scotus: genialidade e audácia. Roma: CMGPOFT,
2008.
CÁRDENAS, P. R. Duns Scotus and Peirce on the importance of Universais and Scientific
Realism. 2018. Disponível em
<​http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-12632018000100083​>.
Acesso em: 23 jul.2020.
ECO, Umberto. Arte e beleza na estética medieval. Rio de Janeiro/São Paulo: Record,
2010.
FEDELI, Orlando. Jean Duns Scoto (1266-1308). 2008. Disponível
em:<​http://www.montfort.org.br/bra/veritas/historia/jean-duns-scoto/​>. Acesso em: 22 jul.
2020.
FIGUEIREDO, Gonçalo A razoabilidade da vontade em Duns Escoto. In: Philosophica.
Lisboa, v.34, 2009, p. 387-403.
GIORDANI, Mario Curtis. João Duns Escoto. In: ____. História do mundo feudal II/2.
Petrópolis: Vozes, 1983, p. 98-104.
GRILLO, Andrea. A 30 anos do cisma lefebvriano: um jogo duplo na cúria romana. 2018.
Disponível
em:<​http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/580536-a-30-anos-do-cisma-lefebvriano-um-jogo
-duplo-na-curia-romana-artigo-de-andrea-grillo​>. Acesso em: 21 jul. 2020.
HELFERICH, Christoph. História da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
JUAN PABLO II. CEREMONIA DE RECONOCIMIENTO DEL CULTO LITÚRGICO A DUNS
ESCOTO Y BEATIFICACIÓN DE DINA BÉLANGER: homilia. 20 mar. 1993. Disponível em:
<​http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/es/homilies/1993/documents/hf_jp-ii_hom_19930
320_scoto-belanger.html​>. Acesso em: 23 jul.2020.
MATOS, Carlos Lopes. Duns Scot. In: Os Pensadores: Duns Scot-Ockham. São Paulo:
Nova Cultural, 1989, p. VI-VII.
MERINO, José Antonio. Juan Duns Escoto: introducción a su pensamiento
filosófico-teológico. Madrid: BAC, 2007.
PAULUS PP.VI. Alma Parens: epistula apostolica. 1966. Disponível em:
<​http://w2.vatican.va/content/paul-vi/la/apost_letters/documents/hf_p-vi_apl_19660714_alma
-parens.html​>. Acesso em 22 jul. 2020.
PICH, Roberto H. João Duns Scotus sobre a escravidão. 2019. Disponível em:
<​https://doi.org/10.1590/0101-3173.2019.v42esp.16.p291​>. Acesso em 22 jul. 2020.
SILVEIRA, Sidney. Duns Scot, filósofo de ruptura. In: SCOT, Duns. Tratado do primeiro
princípio. São Paulo: É Realizações, 2015, p. 7-20.
TODESCAN, Franco. Giovanni Duns Scoto: una introduzione bibliografica. In: Veritas. Porto
Alegre, v.50, n.3, set. 2005, p. 5-40.

Você também pode gostar