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Copyrights, Patentes e Propriedade

Gary North - 04 de Dezembro de 2017

O conceito de propriedade privada estabelece responsabilidade pelo uso de um


bem que alguém possui ou aluga. É um bem material. Ninguém está permitido de
remover o bem da posse de outro sem a autorização do proprietário.

A hipóteses aqui é que uma parte da propriedades pode ser usada apenas por uma
única pessoa de cada vez. Em outras palavras, uma parte de uma propriedade não
pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Se ela é usada para uma coisa, ela
não pode ser usada para outra. Se ela é usada por uma pessoa a fim de beneficiar
aquela pessoa, outra pessoa não pode tomar aquela propriedade ou os frutos dela
sem a permissão do proprietário.

A ideia aqui é que a propriedade é materialmente peculiar. Ela está sob o controle
do proprietário. ele tem a responsabilidade de colocar ela em uso. Se ele escolhe
incorretamente, ele sofre uma perda. Se ele prejudicar alguém ou a propriedade de
alguém, ele é legalmente responsável. Os tribunais estão na posição de determinar
quem causou qual dano e em qual base. A parte prejudicada é intitulada à
restituição da pessoa que infligiu o prejuízo ou o dano. Em outras palavras,
propriedade é uma extensão de um sistema legal existente que defende tipos
específicos de propriedades.

Uma pessoa pode estabelecer propriedade em seu nome. Seu nome pertence a ele.
Outra pessoa não pode levar crédito pelo que a outra pessoa materialmente
produziu. O impostor pode fazer algo que prejudica outrem, e o indivíduo original
com um nome particular é culpado. Isso prejudica sua reputação. Ele sofre uma
perda.

A aplicação da doutrina dos direitos de propriedade na defesa do nome é um


extensão do costume. É um aspecto de uma hierarquia de responsabilidade. O
governo civil impõe sanções negativas contra o roubo de propriedade, mas ele faz
no âmbito das opiniões amplamente compartilhadas a respeito da legitimidade da
propriedade privada e da necessidade de estabelecer uma responsabilidade para o
uso da propriedade.

As pessoas têm propriedade em seu próprio labor físico ou intelectual. Se eles usam
seu tempo como uma forma de obter renda vendendo-o à outra pessoa, eles não
podem legalmente vender o mesmo labor para outra pessoa a menos que a parte
pagante concorde.

Uma ideia é intangível. O problema do ponto de vista da propriedade é: a ideia é


definida da mesma maneira que uma invenção material é? Esse é o debate com
respeito à patentes e copyright. Se eu uso a ideia de alguém para aumentar meu
minha renda, teria eu roubado dele? Por mais de 400 anos, o estado tem dito cada
vez mais que o uso das palavras ou ideias de outra pessoa sem pagar pelo uso das
idas é uma forma de roubo. Mas isso é apenas por um período de tempo. De
alguma forma, os direitos de propriedade não são permanentes, de acordo com os
defensores de patentes e copyrights. ​Há um tempo em que o direito não deve ser
defendido. Por que é assim? Qual é o fundamento ético para o estado, depois de
um período específico de tempo, não querer mais impor os direitos de propriedade?
Não há lógica moral nisso. É completamente arbitrário. Ela pode ser mudada por
políticos, e foi isso que fizeram com respeito ao ​copyright. Antes de 1978, a
extensão do ​copyright era de 50 anos, se renovada no vigésimo oitavo ano. Hoje, é
a morte do autor mais 70 anos. O congresso acabou com isso em 1978 e, naquele
tempo, muitos críticos comentaram o fato de que Mickey Mouse estava perto de vir
a domínio público. Mas eu discordo.

Há uma descontinuidade moral fundamental envolvida em toda legislação sobre


patente e ​copyright. Aí que há o elemento da arbitrariedade. A defesa de patentes e
copyrights é​ baseada no fato de um suposto direito de propriedade. Mas depois o
governo diz que, no longo tempo, não é algo bom para economia fazer permanentes
as patentes e copyrights. Essa forma de propriedade será usada para estabelecer
um monopólio, que levará a lucros anormalmente altos, o que restringe o acesso à
algo de valioso para o público. ​Então, os políticos dos Estados Unidos colocaram
um limite de 20 anos nas patentes. É completamente arbitrário os políticos
estabelecerem um limite. Isso significa que descobriram que patentes são
contra-produtivas, mas apenas depois de 20 anos. Por que não 19 anos? Por que
não 5 anos? O que há com uma patente que é um enorme benefício para a
sociedade, mas não depois de 20 anos? Não há resposta lógica para isso. É
completamente arbitrário. É completamente político.

Nós queremos confiar direitos de propriedade, quer dizer, na questão moral para o
direito propriedade, ao Congresso dos Estados Unidos? Eu não penso que nós
devemos. Nem pensava o economista Ben Rogge. Ele disse que não deveria haver
lei de patente e copyright a menos que elas fossem perpétuas. Ele reconheceu que
o princípio do limite arbitrário do tempo na concessão de direitos de propriedade é
estritamente político, e ele não confia em políticos para fazer determinar isso. Eu
também não.

Se eu tiver uma ideia, eu posso vender legalmente seus frutos. Alguém pode estar
disposto a me pagar. Mas como eu estabeleço uma alegação moral em minha
ideia? Ela não é física. Talvez, ela veio a mim do nada. Mesmo se eu demorar 20
anos para a descobrir, como eu estabeleço um direito direito de propriedade no
mesmo sentido que eu estabeleço um direito de propriedade em um dispositivo
material? Eu possuo o dispositivo. Eu comprei os componentes para construir isso.
Eu montei eles. ​A ninguém é permitido roubar ele de mim. Mas por que a ideia em si
é exclusivamente minha? Como eu posso provar que eu fiz algo único e que
ninguém mais poderia ter feito para ter a ideia? Eu posso mostrar que eu fiz algo
único para construir o dispositivo. Eu posso mostrar recibos do equipamento. Eu
posso mostrar que eu contratei alguém para me ajudar. Eu tenho todos os tipos de
provas que um dispositivo particular foi o produto do meu dinheiro e esforço. Mas
como eu faço isso em respeito a uma ideia? Eu não posso. Só há a minha palavra.

Alexander Grahan Bell obteve a patente do telefone porque ele chegou à agência de
patentes ​duas horas antes de seu concorrente. Sua vantagem legal foi imensa, mas
foi apenas produto da lei federal. A sociedade como um todo seria mais que
beneficiada se outro indivíduo fosse apto a vender sua ideia também. Haveria mais
telefones, mais baratos e assim por diante. O público teria decidido o ganhador. Mas
ao público não foi dado uma oportunidade de decidir. A agência federal de patentes
tinha o direito exclusivo de conceder o benefício a Bell. Aquela decisão criou o mais
notável monopólio privado do século XX. A ascensão da internet ocorreu
primariamente porque a Suprema Corte deixou de defender o monopólio que as
companhias Bell e AT&T1 possuíam.

Eu posso vender meu trabalho legalmente. Eu posso vender meu trabalho físico
legalmente. Não vejo nenhum argumento de que eu seja capaz de estabelecer um
direito de propriedade no produto da minha mente, diferente de um produto pelo
meu trabalho, dinheiro e equipamento. Eu não posso estabelecer isso em respeito a
uma ideia. Não me machuca que outrem pegue uma de minhas ideias e faça algo
produtivo com elas. É por isso que eu tirei os copyrights de todos os meus livros.
Mas eles não podem ser legalmente reescritos em meu nome. Eu possuo minha
reputação.

Propriedade na forma de labor e instrumentos físicos têm sido implementados


desde o começo do tempo. Patentes são produtos do tardio século XVIII. Copyright
foi uma questão do monopólio estatal até meados do século XIX. O governo da
Grã-Bretanha em 1629 estabeleceu o monopólio da produção das Bíblias de língua
inglesa pela Universidade de Oxford e pela Universidade de Cambridge. Isso
impediu as bíblias de serem produzidas nas colônias inglesas da América do Norte.
Assim que a revolução começou em 1775, o Congresso autorizou a produção das
bíblias King James nas colônias. A história está ​aqui​. Que tipo de sistema legal
poderia autorizar uma venda monopolística de Bíblias por duas instituições
educacionais burocráticas? Isso foi absurdo. Mas foi a lei do país por mais de dois
séculos.

Tradução: Müller Viana

1
​Companhia americana de telecomunicações.

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