Você está na página 1de 10

Importância da Auditoria Interna como um instrumento de Gestão de Empresas

Sarita Teresa Chirindja1

RESUMO
A evolução das empresas e a consequente competição do mercado tornam as empresas carentes de informações
precisas e fidedignas capazes de levá-las à tomada de decisão segura. Auditoria é uma actividade destinada a
observar, indagar, questionar com a função de avaliar a eficiência e eficácia de controles internos de uma
organização, levando informações seguras aos sócios e interessados na constatação da integridade operacional e
financeira. Desta forma, o presente artigo traz a importância da auditoria interna no cenário actual para as
organizações, como surgimento de proposta para responder às exigências de um mundo empresarial abrangente,
dinâmico podendo ser aplicada pelas diversas organizações.

Palavras-chave: controle, eficiência e eficácia, auditoria interna.

1. INTRODUÇÃO

Nos tempos actuais as empresas enfrentam um nível elevado de concorrência e globalização que
tem originado a necessidade de constante melhoria de produtos e ate a expansão da empresa com
o objectivo de disponibilizar ampla quantidade de produtos no mercado. Para sustentar o
processo da gestão neste ambiente de dinamismo económico as empresas necessitam de ter
informações credíveis e fidedginas para a tomada de decisão e terem actividades operações
eficientes e eficazes para que respondam aos objectivos estabelecidos na empresa.

Com o crescimento das empresas, aumentou também as informações analisadas pela


administração e estas deveriam ser constantes, pois auxiliariam nas tomadas de decisões, por isso
grandes empresas começaram a ter dentro de suas organizações uma Auditoria Interna com a
1
Professora do Curso de Gestão de Empresas e Recursos Humanos do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia
Alberto Chipande – ISCTAC. Email: saritchirindja@gmail.com
finalidade de trazer melhorias para o controle interno e garantir eficiência e eficácia na gestão da
empresa, pela revisão das operações e controle interno para determinar a extensão do exames e
testes a serem empregues no processo de auditagem.

Assim a fundamentação teórica foi alicerçada pela realização de uma pesquisa bibliográfica para
evidenciar os objectivos e importância da auditoria interna.

2. AUDITORIA

A palavra auditoria vem do latim, “audire” que significa ouvir. Auditoria significa cargo de
auditor, lugar ou repartição onde o auditor exerce as suas funções, contabilidade, exame analítico
e pericial que segue o desenvolvimento das operações contabilístico, desde o inicio até o balanço
auditagem.

Esses exames são efectuados de acordo com as normas onde são adoptados procedimento que os
auditores julgarem necessários, dependendo das circunstâncias com o objectivo de comprovar se
os registos foram executados de acordo com os princípios fundamentais de normas da
contabilidade, e se as demonstrações financeiras reflectem a situação económico-financeira do
património.

Auditoria é um exame cuidadoso e independente das actividades desenvolvidas em determinada


empresa ou sector, cujo objectivo é averiguar se elas estão de acordo com as disposições
planejadas e/ou estabelecidas previamente, se foram implementadas com eficácia e se estão
adequadas com os objectivos traçados pela empresa.

De acordo com Gil (1999:59) Auditoria é uma função administrativa que exerce a verificação/
constatação/ validação, via testes e analises dos resultados dos testes, com consequente emissão
de opinião, em momento independente das demais três funções administrativas (planeamento,
execução, controle), consoante os três níveis empresariais principais (operacional, táctico e
estratégico).

Pode-se conceituar Auditoria como exame das demonstrações financeiras e todos os documentos,
livros, registos que foram utilizados para sua elaboração para apurar com exactidão os registos
contabilísticos e a realidade das operações da empresa.

Segundo Franco, Marra (1985: 20): (...) Os exames são efectuados de acordo com as normas de
Auditoria usualmente aceitas e incluem os procedimentos que os auditores julgarem necessários,
em cada circunstância, para obter elementos de convicção, com o objectivo de comprovar se os
registos financeiros foram executados de acordo com os princípios de contabilidade geralmente
aceitos e se a demonstrações financeiros delas decorrentes reflectem adequadamente a situação
económico-financeira do património, os resultados do período administrativo examinado e outras
situações nelas demonstradas.

2.1 AUDITORIA INTERNA

Segundo Almeida (2003: 29) entende-se por auditoria interna a avaliação dos controles internos
dentro de uma empresa, que tem como finalidade avaliar a integridade e adequação dos sistemas
e procedimento das organizações, visando reduzir fraudes, erros e praticas ineficazes.

A administração da empresa, com a expansão dos negócios, sentiu a necessidade de dar maior
ênfase as normas ou aos procedimentos internos, devido ao facto de que o administrador, ou em
alguns casos o proprietário da empresa não poderia supervisionar pessoalmente todas as suas
actividades. Entretanto, de nada valia a implantação desses procedimentos internos sem que
houvesse um acompanhamento, no sentido de verificar se estes estavam sendo seguidos pelos
empregados da empresa.
Porém existem outras definições mais amplas, ampliando a actuação da auditoria para diversas
áreas onde sejam necessárias as análises e pareceres sobre os diversos assuntos organizacionais.
O auditor interno deve analisar, interpretar e documentar as informações físicas, financeiras e
operacionais da empresa, para dar suporte aos resultados de seus trabalhos. Em resumo, o seu
principal objectivo é assessorar os membros da empresa no desempenho de suas funções e
responsabilidades para que os objectivos e metas estabelecidos sejam alcançados.

Franco e Mara (1995: 20) assinalam que:


A auditoria consiste no exame de documentos livros e registos, inspecções, obtenção de
informações e confirmações internas e externas, obedecendo às normas apropriadas de
procedimentos objectivando verificar se as demonstrações financeiras representam
adequadamente situações nela demonstradas, de acordo com os princípios fundamentais e
normas de contabilidade aplicadas de maneira uniforme.

A auditoria apresenta-se como solução na evolução e competitividade dos mercados que cada
vez mais estão em busca das novas certezas que permitam vislumbrar perspectivas futuras e
concretas para sua organização. Para tanto com o auxílio da auditoria é possível aplicar em uma
empresa a ética profissional, técnicas de planeamento e gerência estratégica.

A função da auditoria é verificar, através de documentos e relatórios se as normas internas estão


sendo seguidas, observando a necessidade de melhoramento destas normas e com o exame das
demonstrações económico-financeira fornecerem informações confiáveis aos proprietários e
sócios.

2.2 OBJECTIVOS DA AUDITORIA

Para realização de uma Auditoria o profissional da área necessita de seguir alguns objectivos.

Segundo Machado (1993: 9) o auditor deve seguir esses objectivos:

a) Verificar a situação económica e patrimonial de uma empresa, através de suas


demonstrações financeiras;
b) Analisar a estrutura operacional existente de uma entidade, oferecendo sugestões com
vistas ao seu aperfeiçoamento e racionalização de suas actividades;
c) Revisar a estrutura administrativa existente na entidade, verificando a existência de uma
adequada linha de autoridade e responsabilidade, perfeitamente definida entre os
departamentos, levando em conta a necessária segregação de funções.
2.3 AUDITORIA INTERNA

Com a expansão dos negócios as empresas tiveram a necessidade de uma pessoa que além de
revisar os controles internos e os procedimentos operacionais, também auxiliasse na
administração e na execução das actividades.

Surgiu então o auditor interno, para realizar uma Auditoria mais periódica, com maior grau de
profundidade e visando também outras áreas não relacionadas com a contabilidade, para verificar
se as normas internas vêm sendo seguidas.

Segundo Almeida (1986: 5) O auditor interno é um empregado da empresa, e dentro de uma


organização ele não deve estar subordinado aqueles cujo trabalho examina. Além disso, o auditor
interno não deve desenvolver actividades que ele possa vir um dia examinar (como por exemplo,
elaborar lançamentos contábeis), para que não interfira na sua independência.

O auditor interno é funcionário da empresa, mas como executa auditoria e operacional, deve ter
certa independência dentro da entidade. Se for subordinado ao departamento ou administrativo,
pode sofrer pressões quando da execução de seus trabalhos. Para ter o maior grau possível de
independência, deve ser subordinado à presidência da empresa. Em empresas de grande porte,
existe um verdadeiro departamento de Auditoria Interna.

O trabalho do auditor interno ajuda a empresa fazer o planejamento estratégico para alcançar
maior desempenho nos planos, metas, objectivas e políticas traçadas pela empresa.

A empresa que utiliza a ferramenta da Auditoria Interna é beneficiada na questão de liderança,


eficácia na manutenção e criação de controle interno etc. A empresa que não dispõe de controle
administrativo o seu sistema de contabilidade é considerado por muitos sem valor, por não poder
depositar sua confiança em suas informações e em seus relatórios.

2.4 FUNÇÃO DE AUDITORIA

A função da Auditoria Interna é contínua, ela actua na organização para garantir e preservar a
saúde da mesma, pois somente através de exames periódicos e sucessivos é que poderá
apresentar um parecer/relatório confiável, seguro, completo, pois observa todo o organizacional e
não só parte da organização, tem-se uma visão geral da organização, autonomia de actuação,
livre acesso a todas as áreas e departamentos, possui planejamentos estratégicos e operacionais,
constante controle, vigilância e ajuda, fornecendo dados e informações para colaboração nos
processos de gestão da organização.

Segundo Attie (1987: 33), é necessário uma confiança mutua dos auditores e gestores, pois
tratarão de assuntos junto às áreas, e é vital para o sucesso de um bom relacionamento entre
auditor/auditado, de forma que permita que as portas dessas áreas continuem abertas para
trabalhos futuros.

A administração da empresa é responsável pelo estabelecimento de controle interno, pela


verificação de que está sendo seguido pelos funcionários e por suas possíveis modificações no
sentido de adaptá-los às novas circunstâncias e as principais razões para se definirem as
atribuições são:
 Assegurar para que todos os procedimentos de controles sejam executados;
 Detectar erros e irregularidades;
 Apurar as responsabilidades por eventuais omissões na realização das transações da
empresa.

2.5 CONTROLE INTERNO

De acordo com Attie (2011), controle interno serve como protecção do património contra
qualquer perda ou risco devido a erros e irregularidades. São fundamentais a precisão e a
informação financeira e operacionais com informações adequadas e oportunas e compreende
todos os meios planejados em uma empresa para dirigir, restringir, governar e conferir suas
várias actividades com o propósito de fazer cumprir os seus objectivos.

Para existir um controle eficiente das operações e poder de análise é preciso existir relatórios,
indicadores e outros índices que reflictam a gestão das operações pelos funcionários contratados
e o atendimento aos planos e metas traçados. Um sistema bem desenvolvido de controle interno
pode incluir controle orçamentário, custos - padrão, relatórios operacionais periódicos, análises
estatísticas, programas de treinamento de pessoal e auditoria interna.
Segundo o mesmo autor acrescenta que os controles podem ser peculiares para a contabilidade,
no plano de organização e todos os métodos e procedimentos dizem respeito à eficiência
operacional juntamente com a decisão política traçada pela administração sendo directamente
relacionados principalmente à salvaguarda do património e fidedignidade dos registos contábeis.
Um eficiente sistema de controle interno compreende:
 Plano de Organização: que seja simples e flexível devendo servir para o estabelecimento
de linhas claras de autoridade e responsabilidade proporcionando segregação de funções,
isto é, separando funções de autorizar, executar, registar e contabilizar. A segregação de
funções é importante para não oferecer oportunidade de fraude ou erro de pessoas que
não conseguem resistir, principalmente por aquelas que não possuem formação ética ou
aquelas que executam seu trabalho com o mínimo de atenção.
 Sistema de Autorização e Procedimentos de Escrituração: que proporcione controle
eficiente sobre activo, passivo, receitas, custos e despesas;
 Práticas Salutares: no cumprimento dos deveres e funções de cada um dos departamentos
da organização;
Pessoal Qualificado: que tenha adequação técnica e profissional para a execução de suas
atribuições.

2.6 IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA COMO AUXÍLIO À GESTÃO NAS


ORGANIZAÇÕES

A Auditoria Interna é uma função desempenhada a auxiliar os investidores, administradores, na


condução do seu trabalho.

Para Attie (1992:28) “a Auditoria Interna é uma função independente criada dentro da empresa
para examinar e avaliar suas actividades, como um serviço a essa mesma organização. A
proposta da auditoria interna é auxiliar os membros da administração a desincumbirem-se
eficazmente de suas responsabilidades. Para tanto, a auditoria interna lhes fornece análise,
avaliações, recomendações, assessoria e informações relativas às atividades examinadas”. Esse
contexto demonstra claramente a importância da Auditoria Interna nas organizações.
A finalidade da auditoria interna para Lisboa (2010) é desenvolver um plano que auxilie a
organização a alcançar seus objectivos adoptando uma abordagem sistémica e disciplinada para
avaliação e melhoria da eficácia de gerenciamento com o objectivo de adicionar valor e melhorar
as operações e resultados de uma entidade. É uma ferramenta que auxilia a administração da
empresa a desenvolver adequadamente suas atribuições, desenvolvendo análises, recomendações
e comentários objectivos, assegurando que os controles internos e rotinas de trabalho estejam
sendo executados, sendo uma actividade independente e objectiva de garantia e consultoria,
dentro da entidade, que adiciona valor e melhora os processos de gerenciamento de risco,
controle e governança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final deste artigo, conclui-se que o processo de Auditoria Interna é importância para as
organizações pois esta é a ferramenta imprescindível para o controle das informações aos
administradores e a tomada de decisões.

A Auditoria Interna cumpre um papel fundamental nas organizações sendo considerada como um
controle gerencial que funciona através de medições e avaliações da eficiência e eficácia de
outros controles; por auxiliar o administrador com dados e informações tecnicamente elaborados,
relativos às actividades para acompanhamentos e supervisões mediante o exame da adequação
dos controles, integridade e confiabilidade das informações e registos; por estabelecer sistemas
para assegurar a observância das políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e
regulamentos, economicidade do desempenho e da utilização dos recursos, compatibilidade das
operações e programas com os objectivos, planos e meios de execução estabelecidos.

O gestor munido de uma boa auditoria interna, possui maior possibilidade de acertar
continuamente o processo decisório e atingir eficácia almejada da empresa, seja sob lucro,
sobrevivência empresarial ou mudanças na continuidade dos empreendimentos.
A pesquisa bibliográfica foi fundamental para se alcançar o objectivo geral, pois procurou-se de
modo resumido e bem claro demonstrar a importância da auditoria interna nas organizações.
BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA. Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 3ªed. Saraiva:


1988.

ALMEIDA. Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 5 ªed. São


Paulo: Atlas, 1996.

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria – Um Curso Moderno e Completo. São Paulo, 6ª.
Ed. Atlas, 2003.

ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1992.

ATTIE, Willian. Auditoria Interna . 1ª. Ed. São Paulo: Atlas, 1987.

FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil: Normas de Auditoria,


Procedimentos e Papéis de Trabalho. Programas de Auditoria, Relatórios de Auditoria. São
Paulo: Atlas, 1985.

GIL, Antônio de Lourenço. Auditoria da Qualidade; Auditoria, Qualidade e Fraudes –


Novos Desafios. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.

LISBOA, Ibraim. O que é Auditoria Interna. Portal de auditoria . 2010. 8 par. Disponível em:
<http://www.portaldeauditoria.com.br/artigos/artigo-o-que-e-auditoria-interna.asp >

Você também pode gostar