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TRATAMENTOS TÉRMICOS DE METAIS DE BASE

E JUNTAS SOLDADAS

Prof. Valtair Antonio Ferraresi


Universidade Federal de Uberlândia

Tratamentos Térmicos
Operações de aquecimento e resfriamento controlados, que visam afetar as
características dos aços e ligas especiais, são denominadas tratamentos
térmicos.
Os principais objetivos dos tratamentos térmicos são os seguintes:
- Remoção de tensões (oriundas de esfriamento desigual, trabalho mecânico
ou outra causa);
- Aumento ou diminuição da dureza;
- Aumento da resistência mecânica;
- Melhora da ductibilidade;
- Melhora na usinabilidade;
- Melhora da resistência ao desgaste;
- Melhora das propriedades de corte;
- Melhora da resistência a corrosão;
- Melhora da resistência ao calor;
- Modificação das propriedades elétricas e magnéticas;
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Tratamentos Térmicos

Para a realização de um tratamento térmico em um aço os seguintes fatores


devem ser levados em consideração:
Aquecimento;
Tempo de permanência à temperatura de aquecimento;
Resfriamento;
Atmosfera do forno.

Os principais Tratamentos Térmicos são:


- Recozimento;
- Normalização;
- Têmpera;
- Revenimento.

RECOZIMENTO

Recozimento – visa reduzir a dureza do aço, aumentar a usinabilidade, facilitar o


trabalho a frio ou atingir a microestrutura ou as propriedades desejadas.

Tipos de recozimento:
- Recozimento pleno;
- Recozimento isotérmico
- Recozimento subcrítico;
- Esferoidização ou recozimento intercrítico.

Recozimento pleno – consiste em


austenitizar o aço (500C acima da linha A3
para os aços hipoeutetóides e de 50oC acima
da linha A1 para hipereutetóides), resfriando-
o lentamente, usualmente dentro do forno.
Busca obter uma estrutura próxima do
equilíbrio.
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RECOZIMENTO

RECOZIMENTO
TEMPERATURE

Austenite
TA Ciclos de recozimento recomendados para aços carbono
Ac3 Temperatura de *Ciclo de Faixa de
Ferrite α + Austenite Ac1 Aço Austenitização resfriamento de dureza
ABNT (oC) - até (0C) (Brinell)

Ferrite α 1020 855 – 900 855 – 700 11 – 149


1030 845 – 885 845 – 650 126 – 197

TIME 1040 790 – 870 790 – 650 137 – 207


TA
1050 790 – 870 790 – 650 156 – 217
TEMPERATURE

Ac3
Ac1 1060 790 – 845 790 – 650 158 – 217
A.+F.
A.+F.+P. 1070 790 – 845 790 – 650 167 – 229
Austenite
1080 790 – 845 790 - 650 167 – 229
Ferrite +
A. + Bainite pearlite 1090 790 - 830 790 - 650 167 - 229

A. + Martensite * Resfriamento a 28oC por hora no interior do forno

Martensite

log(t)
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RECOZIMENTO

TEMPERATURE
Recozimento isotérmico: consiste no
aquecimento do aço nas mesmas Austenite
condições do recozimento total, seguido de
um resfriamento rápido até uma Ac3
determinada temperatura, sendo que no Ferrite α e Austenite
diagrama de transformação isotérmico e
Ac1
mantido constante até produzir a
transformação completa. Obtém os Ferrite α
mesmos constituintes do recozimento
pleno.
A estrutura final é mais uniforme que no TA

TEMPERATURE
caso do recozimento pleno Ac3
Ac1
TB
A.+F.
A.+F.+P. Ferrite
Austenite e perlite

A. + Martensite
A. + Bainite
Martensite

log(t)
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RECOZIMENTO
Recozimento subcrítico (alívio de tensões) – o aquecimento se dá a uma
temperatura abaixo da linha A1 – utilizado para recuperar a ductilidade do aço
trabalhado a frio (encruado) – recuperação das fases encruadas.
Normalmente, o aquecimento do aço carbono fica na faixa de 595 a 6750C,
seguido do resfriamento ao ar.
As principais transformações que ocorrem neste tratamento são a recuperação e
a recristalização das fases encruadas.
São também aplicados quando se deseja reduzir tensões residuais em estruturas
ou componentes após soldagem, dobramento, resfriamento brusco (têmpera),
etrc.

Falta a Fig 3.3 - PM

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Alívio de Tensões
T
Tmax

Treatment temperature for different low alloyed steels


• Aço carbono e C-Mn Td=550°C-600°C;
• Aço Cr-Mo: Td 630°C to 780°C;
• Aços de baixa liga Td=530°C-580°C.

• Velocidade de aquecimento/resfriamento - máx de 200oC/h


• Tempo na temperatura de tratamento – depende da espessura
– min 30 min.
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RECOZIMENTO

Esferoidização - Consiste num aquecimento e resfriamento


subseqüente, em condições tais a produzir uma forma globular ou
esferoidal de carboneto no aço. Há várias maneiras de produzir tal
estrutura, a saber:
- aquecimento a uma temperatura logo acima da linha inferior de
transformação, seguido de esfriamento lento;
- aquecimento por tempo prolongado a uma temperatura logo
abaixo da linha inferior da zona crítica;
- aquecimento e resfriamento alternados entre temperaturas que
estão logo acima e logo abaixo da linha de transformação inferior.
A esferoidização objetiva melhorar a usinabilidade de aços de alto
carbono.

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RECOZIMENTO

11

RECOZIMENTO

Microestrutura da liga Fe-


0,003%C encruada em 60%
antes (a) e após (b) recozimento
por 2h a 538ºC. Após o
recozimento (b), 80% da
estrutura recristalizaram
formando grãos equiaxiais finos.
Microscopia ótica.

Ataque: nital 3% Aumento: 100X

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NORMALIZAÇÃO
Normalização – consiste na austenitização completa do aço, seguida de
resfriamento ao ar parado ou agitado.
É indicado para homogeneização da estrutura após o forjamento e antes da
têmpera ou revenimento. Aços ligados que temperam (endurecem) ao ar não
são normalizados.

Diagrama de equilíbrio Fe-C


com as faixas de temperatura
de deformação a quente e dos
tratamentos térmicos de
homogeneização,
normalização e recozimento
pleno.

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Normalização e Recozimento

Ciclos térmicos (esquemáticos) dos tratamentos térmicos de recozimento pleno e


normalização. No recozimento pleno, devido ao resfriamento mais lento, a
transformação em ferrita e perlita ocorre a temperatura mais elevada e a
microestrutura é mais grosseira, quando comparadas com as da normalização.
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NORMALIZAÇÃO
A normalização pode ser usada para as seguintes aplicações:
- Refino de grão (por meio de recristalização) e homogeneização da estrutura
visando obter uma melhor resposta na têmpera ou no revenimento posterior.
- Melhoria da usinabilidade
- Refino de estruturas brutas de fusão (peças fundidas, por exemplo).
- Obter propriedades mecânicas desejadas.

Aço oC Aço oC

Temperaturas de normalização 1020 915 5120 925

recomendadas para os aços 1030 900 5135 870


carbono e baixa liga 1045 860 5147 870
1080 830 5160 870
1340 870 8640 870
4032 900 8720 925
4140 870 9850 870
4340 870 81B45 870
4720 925 94B40 900 15

NORMALIZAÇÃO

Aço

1015

1020

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Têmpera
Têmpera - Consiste no aquecimento de um do aço até a completa
austenitização seguido de resfriamento rápido para causar a formação de uma
estrutura martensitica. O objetivo, sob o ponto de vista de propriedades
mecânicas, é o aumento do limite de resistência à tração e de sua dureza.

O meio de resfriamento
depende do teor de carbono
presente no aço, da forma e
dimensões da peça submetida à
têmpera. Pode ser líquido ou
gasoso.
No caso de um meio líquido os
mais comuns são: água, água
contendo sal ou aditivos cáusticos,
óleo e soluções aquosas de
polímeros. Os meios gasosos
podem ser ar ou gases inertes
como hélio e argônio.
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Têmpera
Resultam da têmpera redução da ductilidade (baixos valores de
alongamento e estricção), da tenacidade e o aparecimento de apreciáveis
tensões internas. Esses inconvenientes são atenuados pelo revenido

Influência do teor de
carbono na dureza de
aços com estrutura
constituída
integralmente de
martensita, ferrita-perlita
e esferoidita.

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Têmpera
Como os diferentes aços apresentam curvas ITT distintas, a taxa mínima de
resfriamento necessário (denominada velocidade crítica) para evitar as
transformações perlítica e bainítica varia em uma faixa bastante larga.

19

Têmpera
Aumentando-se o teor de C diminui-se a temperatura para início e fim da
formação da martensita. A dureza da martensita também aumenta

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Têmpera

Influência do
teor de carbono
na dureza da
martensita de
ligas Fe-C
revenidas em
diferentes
temperaturas.

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Revenimento
A martensita como temperada é extremamente dura e frágil – altas tesões
internas – podendo trincar – sem emprego prático.
Para atingir valores adequados de resistência mecânica e tenacidade, deve-se,
logo após a têmpera proceder o revenimento.

Consiste em aquecer
uniformemente até
uma temperatura
abaixo daquela de
austenitização,
mantendo o aço nesta
temperatura por um
tempo suficiente para
equalização de
temperatura e
obtenção das
propriedades
desejadas.
22
Revenimento

Variação das
propriedades mecânicas
do aço 4340 em função
da temperatura de
revenimento

23

Revenimento

Efeito da duração
do revenimeno de
um aço com
0,28%C sobre a
dureza para quatro
temperaturas
diferentes.

24
Revenimento

Efeito do tempo
de revenimento
na dureza de
aços carbono

25

Revenimento

Influência da temperatura de revenimento na energia de impacto Charpy


V de aços baixa liga e médio carbono temperados.

26
Revenimento

Influência da temperatura de revenimento na dureza de aços com


diferentes teores de carbono.
27

Revenimento

Curva tensão-deformação do aço Fe-C nos estados temperado e


temperado e revenido.
28
Têmpera e Revenido

Variação da
dureza (atraso
do
amolecimento e
endurecimento
secundário) no
revenimento de
aços com
diferentes
teores de Mo.

29

Revenimento

Influência dos elementos na dureza de ligas Fe-C revenidas a 540ºC.

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Martêmpera
Martêmpera – Objetivo é minimizar o efeito das tensões de resfriamento na têmpera. O
resfriamento é interrompido por alguns instante a uma temperatura pouco superior ao
início de transformação martensíica, diminuindo os gradientes térmicos. Diminui perda
de peças por trinca.. Maior custo em relação a têmpera convencional

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Martêmpera

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Austêmpera
Austêmpera – transformação isotérmica para a produção de uma estrutura
bainítica. Consiste em: Austenitizar o aço; Resfriamento rápido em banho de sal,
óleo ou chumbo para a região de formação bainítica Transformação da austenita
em bainita; Resfriamento ao ar ate a temperatura ambiente.

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Austêmpera
O principal objetivo da austêmpera é obter produtos com alta ductilidade e resistência
ao impacto, sem perda expressiva de dureza. Reduzir a formação de trincas e
empeno

A escolha do aço
para austêmpera é
baseada em sua
curva ITT

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Solubilização e Envelhecimento

O tratamentos térmicos de solubilização e envelhecimento são aplicados


em Ligas endurecíveis por precipitação Nestes materiais, consegue-se um
aumento considerável de resistência mecânica e dureza por.

Tais ligas possuem um


diagrama de equilíbrio do
tipo mostrado na figura
abaixo, de forma que,
aquecendo-as a uma
temperatura T1, ocorre a
dissolução da fase β,
estável à temperatura
ambiente. O tratamento de
solubilização consiste em
aquecer o material até T1,
para a dissolução de β, e,
em seguida, resfriá-lo
rapidamente de forma a
impedir que esta fase se
precipite novamente.
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Solubilização e Envelhecimento

Como resultado, obtém-se uma solução sólida super-saturada de β que tende a


ser macia e dútil. Contudo, se o material for aquecido a uma temperatura
moderada (T2), a fase β, ou uma outra fase meta-estável (isto é, diferente da
fase β, a esperada pelo diagrama de equilíbrio, mas cuja velocidade de
formação seja maior), poderá se precipitar em uma forma extremamente fina,
endurecendo o material consideravelmente (tratamento de envelhecimento).

A escolha da temperatura T2 (e do tempo de permanência nesta temperatura) é


muito importante pois, se esta for muito elevada (T3, por exemplo), os
precipitados obtidos podem ter um tamanho excessivo para causar o aumento
desejado nas propriedades mecânicas (super-envelhecimento).

São exemplos de ligas endurecíveis por precipitação: ligas de alumínio e cobre


(ANSI série 2000), alumínio e zinco (série 7000), ligas de magnésio (AZ80A,
ZK60A e HM21A conforme a norma ASTM B275), ligas de níquel contendo Al ou
Nb (Waspalloy, Nimonic 90, etc), ligas de titânio e certos aços inoxidáveis (17-7
PH, 17-4 PH, etc).

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Solubilização e Envelhecimento

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TRATAMENO TERMOQUÍMICO

Visam à adição, por difusão, de elementos quimicos (C, N, B e outros) na superfície


do aço.
Objetivo – aumentar a dureza e a resistência ao desgaste da superfície, mantendo
dúctil o núcleo do material.
Outros propósitos – aumentar a resistência à fadiga, á corrosão em altas
temperaturas e etc.
Processos mais utilizados são: Cementação, nitreação, cianetação,
carbonitretação, nitrocarbonetação, boretação e outros.

Fatores que influenciam no controle do processo são:


1 –Potencial do meio (sólido, líquido, gasoso ou plasma), em que a peça está
imersa, de fornecer o elemento químico (C, N, B e etc.)
2 – Capacidade da peça absorver este elemento químico. Isto está relacionado com
a solubilidade e a difusão do elemento químico.

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TRATAMENO TERMOQUÍMICO

Solubilidade do
elemento químico
no aço

As temperaturas
utilizadas para a
introdução de
nitrogênio são
menores que as
utilizadas para a
introdução de
carbono ou boro.

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TRATAMENO TERMOQUÍMICO

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Cementação

Consiste na introdução de carbono no aço, de modo que este, depois de


temperado, apresente uma superfície dura.
O processo é utilizado em aços carbono (ABNT/AISI 1010 a 1035) e aços baixa
liga (AISI/ABNT 2317, 2325, 3115, 4617, 9310, etc.).
A cementação pode ser feita por via sólida, gasosa, líquida, vácuo ou Plasma.

Cementação sólida:
As peças são acondicionadas em caixas metálicas, adiciona carvão de madeira
ou coque, catalisador constituído de uma mistura de 50 a 70% de carbonato de
bário com outros carbonatos (cálcio, potássio e sódio) e um óleo ligante.
Temperaturas – Normalmente de 815 a 955oC.
Profundidade da camada cementada – varia de 0,6 a 7mm (depende das
condições de tempo e temperatura empregada) A profundidade é feita por
medida de dureza.
Considera-se “camada cementada efetiva” a região com dureza maior que 50RC.

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Cementação sólida

Efeito do tempo de
cementação na
profundidade da camada
cementada (a) e na
distribuição do carbono (b)
para o aço 3115,
cementado a 925oC com
carvão de madeira, coque
e carbonato de sódio.

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Cementação sólida

Vantagens:
- Pode utilizar uma grande variedade de fornos, pois produz sua própria atmosfera
cementante;
- É ideal para peças que precisam de resfriamento lento após a cementação, como
as que serão usinadas antes do tratamento de têmpera.

Desvantagens:
-Não é indicada para camadas que devem ser controladas dentro de uma tolerância
estreita;
- Não permite controle do potencial de carbono na superfície da peça;
- É mais lenta que os outros processos de cementação, pois é preciso aquecer e
resfriar a peça junto com a caixa que a contém.

OBS.: Por requerer mão-de-obra intensiva, é pouco utilizada atualmente, tendo sido
substituído por processos que permitem uma maior automatização, como a
cementação a gás.
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Cementação gasosa

Consiste em se colocar a peça a ser cementada em um forno com atmosfera de


potencial de carbono controlado.
Gás cementante – gás natural, propano, butano e álcool etílico volatizado
Gás veículo – empregados para diluir o gás cementante e manter uma pressão
positiva no forno – são misturas de gases (nitrogênio, dióxido de carbono,
hidrogênio.
Profundidade da camada cementada – varia de 0,5 a 2,0mm

44
Cementação gasosa

45

Cementação gasosa
Vantagens:
- Processo mais limpo que por via sólida;
- Melhor controle do teor de C e da espessura;
- Processo rápido e para produção contínua;
- Possibilita a têmpera direta, evitando o resfriamento;
Desvantagens:
- Custo alto dos equipamentos – comparado com a cementação sólida;
- Requer pessoal habilitado

Equipamento para
cementação gasosa e
têmpera posterior com
produção contínua.
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Cementação líquida

Consiste em se manter o aço em um banho de sal fundido em uma temperatura


acima de A1. A profundidade da camada cementada depende da composição do
banho e, principalmente, da temperatura utilizada.
Como sal fundido contém cianeto
de sódio (NaCN) e cianato de sódio
(NaCNO), a camada endurecida
contém apreciável quantidade de
nitrogênio, que pode formar
nitretos. Os nitretos aumentam a
resistência ao desgaste e reduzem
o amolecimento durante os
tratamentos térmicos, como o
revenimento.

Perfil de distribuição do carbono


após cementação líquida, em
barras do aço 1020, utilizando
diferentes temperaturas do banho.
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Cementação líquida – Tipos de fornos

Vantagens:
-Obtenção de apreciável
profundidade de penetração em
tempo relativamente mais curto,
que na cementação a gás, pois
a peça entra em contato direto
com a massa líquida;
- Possibilidade de operação
contínua, pela colocação ou
retirada das peças, enquanto
outras ainda estão em
tratamento.
Desvantagens:
- Produz resíduos tóxicos de
cianeto;

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Cementação a vácuo

O aço é austenitizado em uma câmara a vácuo (0,1 a 0,5 torr), com


posterior injeção de gás cementante (metano, ou propano, puros ou
misturados) em uma pressão parcial entre 10 e 200 torr e mantido entre uma
a três horas na temperatura de austenitização para possibilitar a difusão do
carbono.
Em seguida a câmara é evacuada e, posteriormente, preenchida com gás
nitrogênio, sendo o aço temperado diretamente em óleo.
O processo oferece uma melhor uniformidade e um controle mais preciso da
camada cementada (comparada com a gasosa).
Processo a vácuo – peças mais limpas – não requer limpeza posterior.
Menor emissão de gases é menor que a cementação gasosa.
Em contrapartida – custo do equipamento é alto.

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Cementação iônica ou a plasma

Colocar a fig 4.24 PMei


– pag 171

50
Cementação iônica ou a plasma

Comparação entre cemetação Perfil de distribuição do C – aço


iônica e a gás – aço 1020 1020 – cementado a 900oC pelo
processo iônico e a gás

51

Cementação iônica ou a plasma


A camada cementada na
cementação iônica é
mais uniforme que na
cementação a gás ou a
vácuo, especialmente
em regiões de acesso
mais difícil, como raiz
dos dentes de uma
engrenagem, por
exemplo.
Outra vantagem da
cementação iônica é seu
maior poder de manter
uma camada uniforme
em furos de peça.
O custo de operção é
maior na cementação
iônica.

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Nitretação
É o processo de introdução de nitrogênio no aço, pelo aquecimento dele entre 500 e
570oC, para formar uma camada dura de nitretos. Nesta faixa de temperatura o aço
encontra-se na condição ferrítica.
Temperaturas menores que a cementação – implica em menor distorção da peça e
tem menor tendência a causar trincas.
Após a nitretação não é necessária têmpera para produzir o endurecimento na
camada nitretada.
Razões para utilizar a nitretação;
- Obter altíssima dureza superficial (em torno de 70 RC) e alta resistência ao
desgaste;
- Melhorar a resistência à fadiga e à corrosão (exceto para aços inoxidáveis);
- Obter superfície resistente ao amolecimento por aquecimento até temperaturas
próximas à nitretada.
Técnicas de nitretação: Gás, Líquida e Iônica.
Para alcançar os resultados desejados é conveniente que as peças sejam resfriada
rapidamente após a nitretação, a fim de que o nitrogênio seja mantido em solução
sólida na peça.
53

Nitretação a Gás

Consiste em submeter a peça a uma atmosfera de amônia entre 500 e 565oC .


Aços empregados: (basicamente os que contêm elementos formadores de
nitretos estáveis à temperatura de nitretação, como Al, Cr, V. Classificação:
- Aços baixa liga, contendo Al;
- Aços médio carbono, ao Cr das séries 41xx, 43xx, 51xx, 61xx, 86xx, 87xx e 98xx;
- Aços ferramentas com 5% Cr, do tipo H11, H12 e H13;
- Aços baixo carbono, ao Cr, das séries 33xx, 86xx e 93xx;
- Aços ferramentas endurecíveis ao ar como A2, A6, D2, D3 e S7;
- Aços inoxidáveis ferríticos e martensíticos (série 400 e 500), austeníticos da série
200 e 300;
- Aços inoxidáveis endurecidos por precipitação, tais como 13-8 PH, 15-5 PH, 17-4
PH, 17-7 PH e etc.
OBS.: aços carbono em geral não são utilizados na nitretação a gás, pois formam
uma camada nitretada extremamente fina e quebradiça.
Camada nitretada – aprox. 0,7 mm
54
Nitretação Líquida
O aquecimento é feito
na mesma faixa de
temperatura da
nitretação a gás (500 a
570oC), utilizando um
banho à base de cianeto
ou cianato. Em vista
disso, adiciona-se
também um pouco de
carbono à peça.

Gradiente de nitrogênio no
aço 1015 em função do
tempo de nitretação líquida
a 565oC.

Equipamento – igual ao da
cementação líquida.
55

Nitretação Iônica

Equipamento e técnica semelhante a cementação iônica


Gás – Nitrogênio
Vantagens:
- Melhor controle da camada nitretada;
- Menor tempo de nitretação;
- Não poluente.
-Desvantagens:
-- Alto custo do equipamento.
- Necessidade de fixar as peças com conectores para passagem de corrente
elétrica.

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Cianetação

Consiste em aquecer o aço em temperaturas acima de A1, em um banho de sal


fundido, de modo que a superfície do aço absorva carbono e nitrogênio. Após a
têmpera em óleo ou água, o aço desenvolve uma camada dura, resistente ao
desgaste e à fadiga.
Os banhos de sal contêm cianeto de sódio (30 a 97%), carbonato de sódio (2 a
40%).
Temperaturas – variam de 760 a 870oC e os equipamentos são os mesmos
empregados na cementação líquida.
Aços: carbono, baixa liga, ferramenta e inoxidáveis

57

Cianetação

58
Carbonitretação

É um processo para introduzir C e N no aço a


partir de uma mistura gasosa apropriada. O C
provem de um gás rico em carbono e o N a partir
da amônia dissociada.
É um processo misto de cementação a gás e
nitretação a gás
Temperaturas – 700 a 900oC e num tempo menor
que a cementação a gás.
Equipamentos: o mesmo da cementação a gás.
Objetivo: formar no aço uma camada dura e
resistente ao desgaste de 0,07 a 0,70mm.
Aços: 10xx, 11xx, 12xx, 13xx, 14xx, 15xx, 41xx,
46xx, 61xx, 86xx e 87xx, com teores de carbono
na faixa de 0,25%. Alguns casos com até 0,5%
em peso.

59

60
Nitrocarbonetação

Envolve a adição conjunta de carbono e nitrogênio, estando o


aço no campo ferrítico.
Objetivo: obter uma região branca como na nitretação e melhorar
a resistência ao desgaste.
Pode ser realizado a gás e plasma
Temperatura: 570oC por um período de três horas. Após o
tratamento, o aço é resfriado rapidamente em óleo para manter o
nitrogênio em solução sólida e aumentar a resistência à fadiga.

61

Boretação
Consiste em se aquecer o aço 700 e 1000oC por 1 a 12 horas em contato com um
agente boretante, objetivando a formação de boretos de ferro (Fe2B e FeB) na
superfície do aço.

O boro pode ser fornecido por


via gasosa, líquida, sólida ou
pastosa.
Boretação gasosa: gás BCl3
diluído na proporção de 1:15
com H;
Boretação líquida: banhos de
sais fundidos por eletrólise ou
aquecimento externo -
Na2B4O7 (borás ou tetraborato
de sódio), B4C e KBF4.
Relação entre a espessura da região
Boretação sólida: boro amorfo
boretada e tempo do processo a 1000oC
puro, ferro-boro e carboneto de
boro - são misturados com
diluentes.
62
Boretação
Aplicados em aços carbono, baixa liga, ferramenta e inoxidáveis
Vantagens:
- A dureza da camada boretada é extremamente alta, acima das obtidas por
cementação e nitretação de aços carbono;
- Alta resistência a corrosão por ácidos inorgânicos (clorídicos, sulfúricos e
fosfóricos);
- Apresenta elevada resistência ao resgaste.

Desvantagens:
Elevada dureza dificulta o ajuste da peça
– só por lapidação com diamante;
Resistência a fadiag – inferior à obtidas
na peça cementada ou nitretada.

Efeito do tempo e da temperatura na


espessura da camada boretada em
aço baixo carbono, utilizando a
boretação sólida. 63

Resumo dos tratamentos termoquímicos

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Referências

Costa e Silva, Andre Luiz & Mei, Paulo Roberto, Aços e ligas
especiais, Editora Edgard Blucher, São Paulo, 2006.
ASM Metals handbook. 8. ed. Metals Park, 1974.
Chiaverini, Vicente, Aços e Ferros Fundidos - ABM, 1982.
Krauss, G. Steels: heat treatment and processing principles,
ASM, 1997.

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