Você está na página 1de 7

 

Literatura 
Manuel Bandeira 
 

 
 
 
 
 

O trabalho trata da vida e das obras do autor Manuel bandeira e de sua importância na literatura 
brasileira.  

 
 

  2 

Manuel  Carneiro  de  Sousa  Bandeira  Filho  nasceu em Recife, no dia 19 de abril de 1886. Filho do 


engenheiro  Manuel  de  Sousa  Bandeira  e  de  Francelina  Ribeiro,abastada  família  de  de 
proprietários rurais, advogados e políticos. 

  Com  16  anos  mudou-se  com  a  família  para  o  Rio de Janeiro, onde concluiu o curso secundário 


no  colégio  Pedro  II.  Em  1903  ingressou  no  curso  de  Arquitetura  da  Escola  Politécnica  de  São 
Paulo, mas rompeu os estudos para tratar de uma tuberculose. 

  Em  1913  foi  para  a  Suíça  em  busca  da  cura,  onde  permaneceu  durante  um  ano,  sem  a  menor 
esperança  de  sobreviver,  conforme  confessou  posteriormente  no  poema  Pneumotórax,  do livro 
Libertinagem. 

  Como  poeta  conquistou  sua  posição  de  relevo  na  literatura  brasileira.  Em  1938,  foi  nomeado 
professor de Literatura no Colégio Pedro II.  

  Em 1940 foi eleito para Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de n' 24. Em 1943 foi 
nomeado professor de Literatura Hispano-Americana da faculdade Nacional de Filosofia.  

Manuel Bandeira faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de outubro de 1968. 

 
 

  3 

As  principais  obras  de  Manuel  Bandeira  são:  A  Cinza  das  Horas  (1917),  Libertinagem  (1930)  e 
Estrela  da  Manhã  (1936).  Da  sua  fase  modernista,  muitos  consideram  que  Libertinagem  é  um 
dos  grandes  marcos  de  sua  obras  literária.  Publicado  em  1930,  é  um  livro  com  38  poemas 
escritos  ao  longo  da  década  passada.  Com  linguagem  livre,  direta  e  objetiva,  sem  formalismos 
poéticos, ele explora temas do cotidiano e da infância. 

Já  Estrela  da  Manhã  foi  publicado  em  1936  e  reforça  o  estilo  livre  e  despojado  do  escritor. 
Bandeira  utiliza  uma  linguagem  irônica,  abusando  do  coloquial  e  do  linguajar  do  cotidiano 
brasileiro. Busca romper com a tradição e formalismo poético, explorando temas diversos. 

O  escritor  começou  na  poesia  parnasiana,  mas  ficou  marcado  na  literatura  pela  atuação  no 
modernismo.  “Os  Sapos”  foi  um  dos  poemas  que  se  destacaram  na  obra  de  Manuel  Bandeira, 
principalmente  por  ter  sido  lido  no  início  da  Semana  de  Arte  Moderna.  Muitos classificam esse 
poema  como  um  marco  do  movimento  modernista,  reunindo  as  principais  características  dos 
poetas  modernos,  como  os  versos  sem  rima,  a  liberdade  de  linguagem  e  a  ironia  aos  discursos 
formalistas. 

   

 
 

  4 

Em  1922,  aconteceu  a  Semana  de  Arte  Moderna,  na  qual  vários  artistas,  como  escritores, 
pintores,  artistas  plásticos,  entre  outros,  expuseram  suas  criações,  todas  reunidas  em  torno  de 
um só objetivo: o rompimento com os modelos conservadores antes difundidos. 

Apesar  de  Manuel  Bandeira  não  ter  participado  deste  evento,  contribuiu para a Revista Klaxon, 
uma  das  revistas  baseadas  em ideias revolucionárias perante a situação política que dominava o 
país naquela época, como também propagadora dos ideais modernistas em voga. 

Foi  também  autor  de  várias  poesias  e  de  textos  em  prosa  como  Ritmo  Absoluto,  contribuindo 
também para vários jornais e traduzindo peças teatrais. 

Em  virtude  de  ter  se  formado  com  base  nas  referências  literárias  do  Parnasianismo  e 
Simbolismo,  Bandeira  não  se  mostrou  preocupado  em  se  adequar  a  esta  ou  àquela  tendência, 
mas  sim  em  proferir  de  maneira  magistral  as emoções que desejava transmitir por meio de suas 
criações. Assim sendo, podemos afirmar que sua criação se subdivide em três vertentes básicas: 

A  fase  pós-simbolista,  na  qual  deixa  escapar  traços  ainda  ligados  ao  espírito  decadentista  do 
Simbolismo, como também à musicalidade formal. 

A  fase  modernista,  na  qual  ele “direciona” seus versos para uma linguagem envolta por um tom 


coloquialista (fazendo uso dos versos livres e brancos). 

A  fase  pós-modernista,  na  qual  ele  faz  uma  espécie  de  mesclagem  entre  o  uso  dos  versos 
rimados  e  tradicionais  com  o  uso  de  versos  livres  e  brancos,  bem  como  as  formas  populares, 
como  o  rondó  –  caracterizado por um poema com apenas duas rimas e formado de três estrofes, 
totalizando quinze versos. 

Em  todas  as  fases  aqui  retratadas  há  ainda  aspectos  dignos  de  menção,  entre os quais o fato de 
nelas prevalecem três temas dos quais o poeta fez constante uso: a infância, o amor e a morte. 

 
 

  5 

Abaixo,  uma  carta  de  Pedro  Nava  para  Joanita  van  Ittersum,  comunicando  a  morte  de  Manuel. 
Nava  era  médico  e  escritor  mineiro.  Manuel  Bandeira  o  incluiu  em  sua  Antologia  de  poetas 
bissexatos  em  1946.  Joanita  era pintora, fez ilustrações de livros e retratou personagens da obra 
de  Manuel  Bandeira,  que,  grande  amigo  que  era  de  sua  mãe  (Frederika  Blank) se encarregou de 
lhe dar aulas particulares de todas as disciplinas curriculares. 

"Rio [de Janeiro], 19 de outubro de 1968 

Queridos amigos Pietr e Joanita, 

Hoje  foi  a  missa  de  sétimo  dia  por  alma do noss​ o bardo, rezada na Candelária. Lá estavam todos os 


velhos  amigos:  Graciema,  Rodrigo  [Melo  Franco de Andrade], Prudente [de Morais, Neto], [Gustavo] 
Capanema,  Carlos  Drummond,  [Jorge]  Laclette,  Rachel  [de  Queiroz],  Chico  Barbosa,  Nazareth 
[Costa],  Odilo  [Costa  Filho]  e  Di  Cavalcanti  –  para  só  mencionar  os  mais  chegados.  Muita gente de 
imprensa,  da  Academia  –  além  de  vários  outros  amigos  e  da  família  de  Manuel  [Bandeira].  Os 
jornais  desde  o  dia  da  morte  estão  cheios  de  glorificações,  e  o  fa​to  de  se  saber  terminados  os 
sofrimentos  do  nosso  amigo  é  o  maior  consolo  para  todos  os  que  o  admiravam e queriam. Ele vinha 
arrastando  uma  vida  de  confinamento,  isolamento  e  tristeza  desde  que  completou  os  oitenta anos e 
que  passou,  aos  poucos,  a  ser  inteiramente  dependente.  Depois  que  ele  teve  um  acidente  vascular  e 
que  perdeu  os  sentidos,  tomou  verdadeiro  pavor  de  sair  sozinho  e  com  isso  foi  ficando  sem 
autonomia  e  numa  grande  solidão,  pois  nós  tínhamos  oportunidades  muito  escassas  de  obter  o 
consentimento  para  vê-lo.  No  dia  23  do  passado,  ele  escorregou  vindo do banheiro e fraturou o colo 
do  fêmur  direito  –  acidente  geralmente  fatal  na  sua  idade.  Tudo  se  agravou  com  as  hesitações 
quanto  ao  tratamento  e  aos  empecilhos  que  tiveram  os  seus  médicos  no  sentido  de  socorrê-lo  de 
modo  mais  adequado.  Uma  semana  ou  menos antes de morrer, teve de mudar-se de casa de saúde – 
devido ao comportamento da sua acompanhante – e foi para o Hospital Samaritano, à rua Bambina, 
onde  morreu  domingo,  13  do  corrente,  entre  uma  e  duas  da  tarde.  A  causa  imediata  da  morte  do 
Manuel  foi  anemia  aguda  devida  à  hemorragia  proveniente  de  úlcera  gástrica,  começada  com 
pequeno  sangramento,  logo  depois  de  seu  transporte  para  o  Samaritano,  e  subitamente  agravada e 
tornando-se  hematêmese  mortal.  Fui  o  primeiro  dos  amigos  a  chegar  ao  hospital  e,  logo  depois, 
Graciema  e  Rodrigo,  Dolores  e  Carlos  Drummond.  Da  família,  lá  havia  a  Helena,  e  logo  depois 
chegou  também  o  Maurício.  O  corpo  foi  transportado  para  a  Academia  de Letras, e foi comovente o 
número  de  rapazes  e  moças  que  acorreram  dos  colégios  para  vê-lo  no  dia  seguinte  de  seu  enterro. 
Esse  foi  às  14h,  às  quatro  da  tarde,  no  Cemitério  de  São João Batista, no mausoléu da Aca​demia de 

 
 

  6 

Letras.  Eis  aí,  meus  amigos,  as  horas,  datas  e  ocorrências  mais  importantes  que  transmito,  porque 
tenho  certeza  de  que  Joanita  há  de  querer  conhecê-las,  e  que  peço sejam passadas à Guita. Essa é a 
verdade,  diferente  do  que  dizem  os  jornais,  vão  repetindo  os  mal  informados  e  que  não 
testemunharam  nada. Os detalhes, só de viva voz, e esses espero dar a vocês muito breve. Devemos ir 
à  Europa  no  ano  próximo  e  já  reservamos  passagens  por  mar,  saindo  daqui  a  9  de  março. 
Pretendemos nos demorar em Lisboa alguns dias e teremos ocasião de muito conversar. 

Não sei se vocês tiveram informação da morte de monsenhor Nabuco, ocorrida antes de ontem. 

Recebam a visita muito carinhosa da Nieta e o nosso afetuoso abraço 

do Nava." 

 
 

  7 

Fontes: m.brasilescola.uol 

correioims.com 

m.wikipédia.org 

Você também pode gostar