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Faculdade de Letras e Humanidades

Departamento de Letras e Humanidades


Curso de Filosofia
Cadeira: História da Filosofia Antiga
Resumo dos seminários apresentados
(Elaborado pelo Estudante: Issa Lázaro
Assane)
Introdução

A Cadeira de Historia da filosofia Antiga é Leccionada no curso de filosofia cujo


objectivo é compreender os avanços propostas pelos filósofos Antigos em suas tentativas
de resolver os problemas da aquela época, mas que também podem ser nossos problemas
actualmente.

PENSAMENTO FILOSÓFICO DOS SOFISTAS

Sofista (lat. sophista, do gr. sophistes) Na Grécia clássica, os sofistas foram os mestres da
retórica e oratória, professores itinerantes que ensinavam sua arte aos cidadãos
interessados em dominar melhor a técnica do discurso, instrumento político fundamental
para os debates e discussões públicas, já que na Pólis grega as decisões políticas eram
tomadas nas assembleias.

Outrossim, eles Diziam que os ensinamentos dos filósofos cosmologistas estavam


repletos de erros e contradições e que não tinham utilidade para a vida da polis.
Apresentavam-se como mestres de oratória ou de retórica, afirmando ser possível ensinar
aos jovens tal arte para que fossem bons cidadãos.

Contemporâneos de Sócrates, Platão e Aristóteles, foram combatidos por esses filósofos,


que condenavam o relativismo dos sofistas e sua defesa da ideia de que a verdade é
resultado da persuasão e do consenso entre os homens.
Os sofistas, no entanto, destacam que é um erro comparar as leis que regem os fenômenos
naturais com aquelas que norteiam a vida humana em sociedade. Para eles, A natureza
possui uma ordem (cosmos) que não depende de uma escolha do ser humano. Mas a polis
é regida por leis (nómos) que são convenções humanas.

Protágoras entendeu o homem predominantemente como sensibilidade e sensação


relativizado, Górgias como sujeito de emoções móveis suscetíveis de ser arrastado em
qualquer direcção pela retórica.

Humanismo e Relativismo

Na sofística, encontramos dois grandes princípios: humanismo e relativismo. O primeiro


coloca o homem no centro de tudo. O segundo se refere à impossibilidade de se alcançar
qualquer verdade absoluta ou que não dependia de interpretação pessoal. O fragmento do
sofista Protágoras de Abdera sintetiza esses dois princípios de forma exemplar “ O homem
é a medida de todas as coisas; das que são, enquanto são; e das que não são, enquanto
não são”, ou seja, para Protágoras, cada opinião nada mais é que a avaliação que cada um
faz de sua própria experiência.
Importância dos Sofistas

Os velhos Aristocratas e principalmente os novos comerciantes passam então a contatar


os sofistas, os mestres de retórica e oratória para ensinar essas novas habilidades a seus
filhos.

Se, para a democracia, cada opinião vele igualmente e, desta forma, não há uma verdade
absoluta, tal posição pode ser corroborada por aquilo que defendia os sofistas. E por isso
que embora estrangeiros, os sofistas são muitos importantes para a democracia ateniense.

- Protágoras de Abdera

-Górgias de Leontina

-Paródicos de Ceos

Sofistas famosos e importantes - Hípias de Elis

-Lícofron

- Trasímaco e Isócrates.

PENSAMENTO FILOSÓFICO DE SÓCRATES

(c.470-399 a.C.) A vida de Sócrates nos é contada por Xenofonte (em suas Memorabilia)
e por Platão, que faz dele o personagem central de seus diálogos, sobretudo Apologia de
Sócrates e Fédon. Ele nasceu em Atenas. Sua mãe era parteira, seu pai escultor. Recebeu
uma educação tradicional: aprendizagem da leitura e da escrita a partir da obra de
Homero. Conhecedor das doutrinas filosóficas anteriores e contemporâneas (Parmênides,
Zenão, Heráclito), participou do movimento de renovação da cultura empreendido pelos
sofistas, mas se revelou um inimigo destes. Consolidador da filosofia. Nada deixou
escrito, pois acreditava que o debate discursivo oral era mais adequado à busca do
verdadeiro conhecimento. Através do diálogo, ele procurava recuperar no espírito de seu
interlocutor o significado daquilo que deveria ser o essencial para o ser humano.
Sócrates e a defesa da possibilidade de Conhecimento

Sócrates a firma que a verdade pode ser conhecida e que não depende do contexto nem
da subjetividade humana. É possível conhecer a verdade desde que afastemos as ilusões
dos nossos sentidos e das opiniões preconcebidas e, principalmente, tememos cuidados
com as armadilhas de linguagem. O conhecimento é possível quando usamos a razão.

A razão para Sócrates “é a capacidade para chegar ao conceito pela definição entre
aparência sensível e realidade, entre opinião e verdade, entre imagem e conceitos e
essência. A razão é o poder da alma para conhecer as essências das coisas”

Método Socrático

Sócrates dizia que só é possível filosofar a partir do momento em que reconhecemos nossa
própria ignorância. Por isso, ele desenvolveu um método de busca do conhecimento
composto por duas etapas: a ironia e a maiêutica.

Na primeira etapa, a ironia (do grego eiróneia, perguntar), Sócrates solicita ao seu
interlocutor que o esclareça sobre um determinado tema. A partir daí, interroga-o,
alegando não ter conhecimento suficiente sobre o tema em questão. No entanto, à medida
que o interlocutor vai prestando esclarecimentos sobre o assunto, Sócrates vai formulando
perguntas cada vez mais perspicazes, de modo que o interlocutor acaba dando-se conta
de que aquilo que ele mesmo defendia há pouco agora parece ser contraditório.

Segunda etapa do método socrático é a maiêutica, ou parto das ideias, Enquanto método
filosófico, praticado por Sócrates, a maiêutica consiste em um procedimento dialético no
qual Sócrates, partindo das opiniões que seu interlocutor tem sobre algo, procura fazê-lo
cair em contradição ao defender seus pontos de vista, vindo assim a reconhecer sua
ignorância acerca daquilo que julgava saber. A partir do reconhecimento da ignorância,
trata-se então de descobrir, pela razão, a verdade que temos em nós. Este processo é
chamado de Maiêutica (do gr. maieutiké: arte do parto) parteira (profissão de sua mãe),
sendo que ao invés de dar à luz crianças, o filósofo dá à luz ideias. O filósofo deveria,
portanto, segundo Sócrates, provocar nos indivíduos o desenvolvimento de seu
pensamento de modo que estes viessem a superar sua própria ignorância, mas através da
descoberta, por si próprios, com o auxílio do "parteiro", da verdade que trazem em si.
A sua missão é a de promover no homem a investigação em torno do homem. Esta
investigação deve tender a colocar o homem, cada homem individual, a claro consigo
mesmo, a levá-lo ao reconhecimento dos seus limites e a torná-lo justo, isto é solidário
com os outros; Por isso Sócrates fez sua a divisa délfica "conhece-te a ti mesmo" e fez do
filosofar um exame incessante de si próprio e dos outros: de si próprio em relação aos
outros, dos outros em relação a si próprio.

PENSAMENTO FILOSÓFICO DE PLATÃO

Platão (c.427-348 ou 347 a.C.) Filósofo grego, discípulo de Sócrates, Platão deixou
Atenas depois da condenação e morte de seu mestre (399 a.C.) Peregrinou doze anos.
Conheceu, entre outros, os pitagóricos. Retornou a Atenas em 387 a.C., com 40 anos,
procurando reabilitar Sócrates, de quem guardava a memória e o ensinamento. Retomou
a teoria de seu mestre sobre a "ideia”, deu-lhe um sentido novo: a ideia é mais do que um
conhecimento verdadeiro: ela é o ser mesmo, a realidade verdadeira absoluta e eterna,
existindo fora e além de nós, cujos objetos visíveis são apenas reflexos. A doutrina central
de Platão é a distinção de dois mundos: o mundo visível, sensível ou mundo dos reflexos,
e o mundo invisível, inteligível ou mundo das ideias.

O mundo sensível é o mundo da multiplicidade e da transformação. Como está em


constante mudança, não pode ser conhecido de forma definitiva. Como só o conhecemos
através dos sentidos, que apenas fornecem imagens imprecisas, não pode ser conhecido
de forma segura. É, portanto, o mundo da doxa.

Já o mundo inteligível é formado por ideias ou essências imutáveis, pelas unidades que
dão inteligibilidade à diversidade. Embora também tenhamos opiniões sobre os objetos
que o compõem, nele é possível, através da dialética, alcançar o conhecimento objetivo,
a episteme.

Platão propõe que o universo seja composto de dois tipos de realidade: de um lado,

matéria caótica e disforme; do outro, o mundo perfeito das ideias.


O Homem

Platão concebe homem como um ser composto de corpo e alma. O corpo, constituído de

matéria, está sujeito às leis da physis ( natureza)e está em constante mudança. A alma
(psykhé, princípio que move o homem), é imutável.

Assim a alma do ser humano engloba três funções:

• Prazer, dor, desejo e necessidades corporais (alimentação, repouso e sexualidade);

• Sentimentos (coragem/covardia, amor/ódio, tranquilidade/ira,etc.);

• Razão (faculdade ativa e superior, capaz de diferenciar o bem e o mal, ilusão e a verdade

Teorias das almas

 Reminiscência: para Platão, aprender é recordar. A alma tem acesso ao mundo das
ideais antes de encarnar. Assim, todo aprendizado se faz através a recordação.
Esfera dos princípios (Hierarquia).

 Suprassensível: composto por uno e díade. Uno é o princípio formal de unidade,


definição, determinação, ser. Díade é o princípio material da indeterminação de
multiplicidade. Tudo que existe é um misto de uno e díade.

 Demiurgo: inferior às ideias. É o artífice criador de todas as coisas visíveis. Esfera


dos intermediários compreendem os números, os entes geométricos. Estas
realidades dominam-se intermediarias porque tem ao mesmo tempo
características do mundo ideal e relações com o mundo sensível.
Na Política

Platão tece um paralelo entre o ser humano e a pólis. Assim como o ser humano possui
uma parte concreta (corpo) e abstrata (alma), o Estado também possui uma parte material
( bens, riqueza, pessoas) e imaterial ( as funções desempenhadas para cada cidadão).
Assim como a alma humana se constitui de três elementos, a pólis precisa estar organizada
em três classes de cidadãos. Na sociedade bem ordenada, essas classe seria:

• Classe produtiva ( que corresponde ao elemento aperitivo). Esta classe seria


responsável pela produção dos bens materiais para todas as sociedades, promovendo a
satisfação das necessidades básicas e o conforto.

• Classe dos guardiões ( que corresponde ao elemento irascível). Esta, cuidaria


da pólis ( Estado). Seria também pela arte (cuja finalidade deve ser estimular a
coragem e a fortaleza).
• Classe dos magistrados ( que corresponde ao elemento racional). Incumbida na
educação dos jovens e da administração da cidade ou Estado, esta classe deveria
ser a menos numerosa, restringindo se apenas aqueles que tinham demais
demostrados vocação a vida filosófico.
Na alma, também temos três partes, que são:
- A parte apetitiva;
- A parte irascível;
- A parte racional.
As partes irascível e racional possuem, cada uma, uma virtude específica, assim
como as classes dos guardiões e dos governantes.
As virtudes das partes irascível e racional, bem como das classes dos guardiões e
governantes, possuem, pela ordem, as virtudes da coragem e da sabedoria. A parte
apetitiva e a classe dos agricultores e artesãos não possuem uma virtude que lhes
seja própria.
Os reis-filósofos

Nos livros V-VII da República, Platão apresenta a sua concepção a respeito da figura do
rei-filósofo, o único indivíduo capaz de governar corretamente a cidade ideal. O saber, e
nada mais, pode administrar a cidade do modo adequado no sentido de fazer que esta seja
ordenada e provedora de justiça, ou seja, uma comunidade cujos governantes possuam a
“capacidade de deliberar sobre a organização política e de dirigir a educação”

Tipos de Governo

-Timocracia (ambiciosos);
- Oligarquia (ricos, ávidos de poder e dinheiro);

Corruptos -Democracia (turbulento das massas populares);

-Tirania (déspota, corrompido pelas paixões).


-A República
-As Leis
-Monarquia -Fedro

Puros Obras de Platão -Apologia de Sócrates


-Alegoria da caverna
-Aristocrática
-Fédon
-O Banquete
-Íon e mais…
PENSAMENTO FILOSÓFICO DE ARISTÓTELES

(c.384-322 a.C.) Filósofo grego nascido em Estagira, Macedônia. Discípulo de Platão na


Academia. Preceptor de Alexandre Magno. Construiu um grande laboratório, graças à
amizade com Felipe e seu filho Alexandre. Aos cinquenta anos funda sua própria escola.
O Liceu, perto de um bosque dedicado a Apolo Líelo. Daí o nome de seus alunos: os
peripatéticos. Seus últimos anos são entre meados de lutas políticas. O partido nacional
retoma o poder em Atenas. Aristóteles se exila na Eubéia, onde morre. Sua obra aborda
todos os ramos do saber: lógica, física, filosofia, botânica, zoologia. Metafísica etc.

Seus livros fundamentais: Retórica, bica a Nicómaco, Ética a Eudemo, Órganon: conjunto
de tratados da lógica, Física, Política e Metafísica.

Aristóteles, contrariamente a Platão, que ele critica, a ideia não possui uma existência
separada. Só são reais os indivíduos concretos.

A Lógica

Aristóteles é considerado o pai da lógica por ter sido o primeiro filósofo a formular um
conjunto de princípios e regras formais por meio das quais fosse possível distinguir as
conclusões falsas da verdade no uso da razão.

Para se chegar ao estabelecimento científico, é indispensável estabelecer regras de


raciocínio que possibilitem demostrações corretas e definitivas. Nesse sentido a lógica
difere das técnicas de argumentação dos sofistas, as quais não se preocupavam com a
verdade da conclusão, e sim com o contrato convencimento do interlocutor.
A Física e a teoria das quatro causas

1. Causa formal é a explicação de forma caraterística do ser. A causa formal é a resposta


para a questão “como é X?”

2. Causa material é identificação da matéria do qual o ser se compõe. A tal causa l, é a


resposta para a questão “ do que é efeito X?”

3. Causa eficiente é a explicação do devir, da transformação ou movimento. A causa essa


é a resposta para a questão “ porque X alternou o seu estado inicial?”

4. Causa final é a explicação da finalidade, da intenção que rege certas modificações e


ações. A causa está é a resposta para a questão “ qual é a finalidade de X?” ou
resumidamente “ para que é X?”

Os Primeiros princípios

• Princípio da identificação o ser é e o não ser não é.

• Princípio da não-contradição é impossível que o mesmo atributo pertença e não

Pertença, ao mesmo tempo, ao mesmo sujeito sob o mesmo ponto de vista.

• Princípio do terceiro excluído não é possível que haja qualquer coisa entre as duas

Partes de uma contradição, mais é necessário ou afirmar ou negar uma coisa da outra.
Política

Para Aristóteles o estado, a pólis, é uma forma natural de associação, e sua natureza é,
por si, uma finalidade: assegurar ou viver bem.

Aristóteles afirma que o “homem por natureza é um animal político”. Mas assim como
tudo na nossa natureza pode ser desenvolvido a aperfeiçoado pela educação, também a
sociabilidade ser aprimorada, à medida que os homens são educados para agir
corretamente, mediante a formação do hábito de praticar ações virtuosa.

Formas de constituição em Aristóteles

Aristóteles apresenta uma distinção entre as constituições, estabelecendo a existência de


três constituições corretas e três constituições desviadas

-Monarquia

Constituições Corretas - Aristocracia

- Politeia (Governo constitucional)

-Tirania

Constituições desviadas -Democracia

-Oligarquia
ESCOLAS FILOSÓFICAS

Estoicismo

A história do Estoicismo inicia em 300 a.C., quando Zenão de Cítio funda uma escola em
Atenas. Nascido em Chipre, Zenão não era cidadão ateniense e, pela lei vigente, os
estrangeiros não podiam adquirir propriedades em Atenas. Sem ter onde estabelecer sua
escola, Zenão dava suas aulas em locais públicos de Atenas. O local preferido era um
pórtico (estoá) e, por esse motivo, Zenão e seus seguidores passaram a ser chamados de
filósofos do pórtico ou filósofos estóicos.

O estoicismo surge como uma supervalorização da razão. A ideia de que nada no universo
pode ser superior à razão é o núcleo do estoicismo.

Historicamente, o estoicismo pode ser dividido em três períodos

Antiga Estoá – protagonizada por Zenão de Cítio (332 – 262 a.C.), Cleantes de Assos
(331 – 232 a.C.) e Crísipo de Solis (280 – 206 a.C.). Nesse período, a filosofia estóica é
elaborada como um sistema completo. Foi o período de maior esplendor do estoicismo, e
nenhuma outra escola teve tanto sucesso durante esse período. Após a morte de Crísipo,
a escola, aos poucos, foi perdendo o seu prestígio em Atenas.

Média Estoá – protagonizada por Panécio de Rhodes (185 – 129 a.C.) e Possidônio de
Apanca (c.135 – 51 a.C.). Ao assumir a direção da escola, Panécio introduz no estoicismo
algumas ideias de outros filósofos. Essa versão eclética da doutrina estóica faz a escola
reviver seus dias de glória. Possidônio, discípulo de Panécio, funda uma nova escola em
Rhodes, que também obteve grande sucesso.

Estoá romana ou Nova Estoá – protagonizada por Sêneca (2 a.C. – 65 d.C.) e Marco
Aurélio (121 – 180 d.C.) difundem, principalmente, a ética do estoicismo.

A filosofia a estóica constitui-se num sistema baseado em duas teses fundamentais:

- Tudo no universo é dotado de razão;

- Nada existe no universo que não seja matéria.


A partir dessas duas ideias fundamentais, os estóicos propõem uma metáfora aplicável a
qualquer objeto da natureza: Tudo no universo se assemelha a um ser vivo, no qual existe
um sopro vital que produz a junção e a interdependência das suas partes.

A ética estóica

Tudo na natureza é governado pela Razão (Logos). Essa Razão pode ser chamada de alma
do mundo ou mesmo de Deus. Tudo existe e acontece segundo uma predeterminação
rigorosa. Concebida desta forma, a natureza é, em si mesma, justa e divina.

Já o homem é justo apenas quando consegue estar em acordo consigo mesmo, isto é, com
a sua própria natureza, que é intrinsecamente razão. Assim, de acordo com os estóicos,
tudo o que extrapola o domínio puramente racional é antiético.

Para alcançarmos a tranquilidade, é preciso que nos tornemos insensíveis ao prazer e à


dor. Essa é a tese fundamental da ética estoica.

Zenão de Cítio
Cleantes de Assos
Crísipo de Solis
Panécio de Rodes
Representantes desta escola
Posidônio de Apameia
Epíteto
Séneca
Marco Aurélio
Epicurismo

Doutrina de Epicuro e de seus seguidores segundo a qual, na moral, o bem é o prazer, isto
é, a satisfação de nossos desejos e impulsos de forma moderada, levando assim à
tranquilidade. Por extensão. E de forma imprópria. Este termo passou a aplicar-se a todo
aquele que faz do prazer ou do gozo o objetivo da vida, o assim denominado "epicurista",
Epicuro, o fundador da escola que tomou o seu nome, nasceu em Samos, em 341 a.C., e
morreu em Atenas, em 270 a.C., aos setenta anos de idade.

A principal tese dos filósofos epicuristas é a ideia de que, para alcançar a tranquilidade,
é preciso cultivar o prazer. Os princípios fundamentais do epicurismo são a amizade, a
moderação, o livre arbítrio e a indiferença.

Para o epicurismo, a filosofia é constituída de três partes que se articulam.

Que permitiria identificar nossas crenças infundadas e


Teoria de Conhecimento
auxiliar a reconhecer a verdade.

Deveria mostrar a verdadeira estrutura da


Física realidade na qual o homem se insere.
Ética se insere.

Que deveria indicar um caminho para a felicidade.

A filosofia assim concebida deveria constituir-se na fundamentação racional que


permitisse ao indivíduo tornar-se um artesão de sua própria vida, alguém capaz de
“confecionar” sua própria felicidade.

Ética epicurista

A ética é a parte central da filosofia epicurista. Para Epicuro, a filosofia deveria servir
como via de acesso à verdadeira felicidade.
Cepticismo

Cepticismo (do gr. Skeptikós: aquele que investiga). Concepção segundo a qual o
conhecimento do real é impossível a razão humana. Portanto o homem deve renunciar a
certeza, suspender seu juízo sobre as coisas e submeter toda afirmação a uma dúvida
constante. Oposto do dogmatismo.

A escola céptica foi fundada por Pirro de Élis (365 – 270 a.C.). Pirro, que segundo
algumas fontes era filósofo e pintor, acompanhou Alexandre em sua campanha de
conquista ao Oriente.

O cepticismo é uma das doutrinas que surgem no período helenístico, voltadas para a
obtenção da tranquilidade da alma. A principal tese dos filósofos céticos é a de que, para
alcançar a tranquilidade, é preciso controlar nosso desejo de ter certezas absolutas.

No entanto, ainda que saiba que jamais a alcançará, o filósofo é aquele que não consegue
deixar de desejar e de buscar a verdade. A busca da sabedoria (ou seja, a própria filosofia)
pode ser interrompida de duas formas, quando alguém: perde a esperança de encontrar a
verdade e passa a considerar a essa busca como irracional; ou, pensa que finalmente
encontrou a verdade e que a busca já não é mais necessária. No primeiro caso, o objeto
do desejo do filósofo é visto como inalcançável. Sua vida estaria fadada a ser,
inevitavelmente, frustrante. A única saída para alcançar a felicidade seria aniquilar o
desejo de conhecer a verdade.

Pirro defendia três princípios fundamentais para a obtenção da tranquilidade: a apraxia


(inação), a aphasia (ausência de discurso), apathia (insensibilidade frente ao prazer e à
dor). Através da aplicação desses princípios práticos, seria possível alcançar a ataraxia
(imperturbabilidade) e, consequentemente, a eudaimonia (felicidade).

Indubitavelmente, ainda assim, a indagação céptica desempenhou uma tarefa histórica


notável, afastando as escolas filosóficas contemporâneas da sua estagnação dogmática e
estimulando-as incessantemente à indagação dos fundamentos dos seus postulados.
Cinismo

“Cinismo (do lat. Cynicus, do gr. Kynikós: como um cão). É uma Escola filosófica de
Antístenes (444-365 a.C.), discípulo de Sócrates, assim chamada porque ele ensinava no
Cynosarge (mausoléu do cão) e se considerava a si mesmo o cão. Sua doutrina foi
retomada por Diógenes, que também se considerava o cão, em função do seu estilo de
vida: desprezava todas as convenções sociais e as leis existentes, sua filosofia pregando
um retorno a vida simples conforme a natureza.

Em seu sentido moral, o cinismo é uma atitude individual que consiste no desprezo, por
palavras e actos, das convenções, das conveniências da opinião pública, da moral
admitida.

A primeira ideia é a de autarcia, a capacidade de bastar-se a si mesmo, de não depender


dos outros ou da posse de bens materiais para ser feliz. A outra ideia, complemento da
primeira, é a de autodomínio: a capacidade de suportar a dor, o cansaço e a privação.
Essas duas ideias já eram defendidas moderadamente por Sócrates e por Platão, mas
Antístenes as leva ao extremo. A ética de Antístenes se baseia na fuga dos prazeres, no
combate aos desejos e no esforço voltado a alcançar a insensibilidade ao sofrimento.

Diógenes, o Cínico (c.400-c.25 a.C.) Filósofo grego, nascido cm Sinope. Um dos


principais representantes da escola cínica, viveu em Atenas. Sua filosofia consistia em
desprezar a riqueza e rejeitar as convenções sociais_ defendendo a auto-suficiência: vivia
em um tonel. Conta-se que quando caminhava um dia com uma lanterna acesa na mão
em plena luz do sol, alguém perguntou-lhe o que fazia e Diógenes respondeu: "Procuro
um homem". Numa viagem que fez de Atenas para Egina, foi capturado por piratas que
o venderam como escravo a um rico homem de Corinto, que lhe restituiu a liberdade.
Alexandre. O Grande, foi visitá-lo em Corinto e perguntou-lhe se desejava alguma coisa:
"Sim, que te afastes um pouco, pois estás encobrindo o Sol"
Electismo

Electismo ou ecletismo (fr. Ecletismo, do gr.eklektikós de eklegein: esconder) método


filosófico que consiste em retirar dos diferentes sistemas de pensamento certos elementos
ou teses para fundi-los num novo sistema, Também é uma escola de filosofia, cujo
principal representante é Victor.

Cousin (1792-1867), que procurou construir uma doutrina escolhendo em outros sistemas
as teses que lhe pareciam verdadeiras.

“O Electismo é um método histórico que supõe uma filosofia avançada capaz de dessumir
o que há de verdadeiro e o que há de falso nas diversas doutrinas, e após tê-las extraído e
depurados pela análise e pela dialética, de dar a todas uma parte legitima numa doutrina
melhor e mais ampla” o ver de Cousin.

Ecletismo foi introduzido oficialmente na Academia (a Escola que, mais de todas as


outras, o acolheu e divulgou) por Fílon de Larissa (que se tornou chefe da Escola por
volta de 110 a.C.). A novidade de Fílon, introduzida por volta de 87 a.C.

NEOPLATONISMO

Corrente filosófica do séc.III da era cristã, fundada por Amônio Sacas e divulgada por
Plotino e seus seguidores Porfírio. Iâmblico e Próculo (séc. V). O neoplatonismo se
caracteriza por uma interpretação espiritualista e mística das doutrinas de Platão, com
influência do estoicismo e do pitagorismo. Segundo o neoplatonismo, o real é constituído
por três hipóstases — o Uno, a Inteligência (Nuos) e a Alma, sendo que as duas últimas
procederiam da primeira por emanação. E considerado um sistema um tanto obscuro,
embora tenha tido grande influência no início da formação do pensamento cristão,
sobretudo devido a seu espiritualismo.
O Uno

Na filosofia neoplatônica, notadamente de Plotino, constitui o princípio supremo e


inefável situado no cume da hierarquia das *idéias: ele é a primeira hipóstase, idêntica ao
Bem absoluto.

Nuos (Inteligência)

O Nuos ou Intelecto é a segunda emancipação (hipóstase), originária do Uno, que dá


origem à Alma do Mundo

Alma

Por oposição ao corpo, a alma é um dos dois princípios do composto humano: princípio
da sensibilidade e do pensamento, fazendo do corpo vivo algo distinto da matéria inerte
ou de uma máquina. Plotino se refere a uma alma do mundo divina original, criadora dos
cosmos visível e das almas individuais, como a alma humana.
PENSAMENTO FILOSÓFICO DE SANTO AGOSTINHO

(354-430) Aurélio Agostinho, bispo de Hipona, nasceu em Tagaste, hoje Souk-Ahras, na


Argélia, e é um dos mais importantes iniciadores da tradição platônica no surgimento da
filosofia cristã, sendo um dos principais responsáveis pela síntese entre o pensamento
filosófico clássico e o cristianismo. Estudou em Cartago, e depois em Roma e Milão,
tendo sido professor de retórica. Reconverteu-se ao cristianismo, que fora a religião de
sua infância, em 386, após ter passado pelo maniqueísmo e pelo ceticismo. Regressou
então à Africa (388), fundando uma comunidade religiosa. Suas obras mais conhecidas
são As confissões (400), de caráter autobiográfico. e A cidade de Deus, composta entre
412 e 427. Sto. Agostinho sofreu grande influência do pensamento grego, sobretudo da
tradição platônica, através da escola de Alexandria e do neoplatonismo, com sua
interpretação espiritualista de Platão.

Pensamento

Sua filosofia tem como preocupação central a relação entre a fé e a razão, mostrando que
sem a fé a razão é incapaz de promover a salvação do homem e de trazer-lhe felicidade.
A razão funciona assim como auxiliar da fé, permitindo esclarecer, tornar inteligível,
aquilo que a fé revela de forma intuitiva. Este o sentido da célebre fórmula agostiniana
Credo ut intelligam (Creio para que possa entender). Na Cidade de Deus, Sto. Agostinho
interpreta a história da humanidade como conflito entre a Cidade de Deus, inspirada no
amor a Deus e nos valores cristãos, e a Cidade Humana, baseada exclusivamente nos fins
e interesses mundanos e imediatistas. Ao final do processo histórico, a Cidade de Deus
deveria triunfar. Devido a esse tipo de análise, Sto. Agostinho é considerado um dos
primeiros filósofos da história, um precursor da formulação dos conceitos de historicidade
e de tempo histórico.
Cidade de Deus

A (De Civitate Dei) Obra de Sto. Agostinho, escrita entre 413 e 426, na qual apresenta a
primeira grande Concepção cristã de tempo histórico, desde a criação do mundo até o
termo último, a Parusia (fim dos tempos), precedendo um estado definitivo de paz e de
felicidade eternas. Assim, a humanidade submetida às vicissitudes da história está em
marcha para um destino comandado pela Providência divina. A "cidade terrestre" (pagã),
fundada no "amor de si e no desprezo de Deus", não pode fornecer uni ideal de civilização
nem tão pouco ser fonte de felicidade para os homens.

Os estados terrenos são comandados pela sede de dominação. A "Cidade de Deus", ao


contrário, fundada no "amor de Deus até o desprezo de si", é comandada pelos valores
cristãos que implicam o bom uso da liberdade, prefigurando a cidade celeste.

- Confissões
-Trindade
- De civitate Dei (Cidade de
Deus)
Obras de Sto. Agostinho
- Contra Os Acadêmicos
- Comentários aos Salmos
- A Doutrina Cristã : Manual de
Exegese e formação cristã . Etc.

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