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Teste1 Pessoaortnimo 151031094323 Lva1 App6891 PDF
Teste1 Pessoaortnimo 151031094323 Lva1 App6891 PDF
Porque verdadeiramente
10 Não sei se estou triste ou não,
E a chuva cai levemente
(Porque Verlaine¹ consente)
Dentro do meu coração.
Fernando Pessoa, Poesias (Ortónimo), Col. Mundo das Letras,
Porto, Porto Editora
1. Identifica o acontecimento do real que suscita a reflexão do sujeito poético, relacionando--o com o
seu estado de espírito.
2. Refere, justificando, de que modo se verifica neste poema a dúvida e a indefinição do eu poético.
3. Analisa formalmente o poema, referindo recursos que te pareçam significativos para a progressão
temática do texto, como a metáfora presente na primeira quadra.
3.1. Comenta a inclusão da expressão entre parênteses (verso 12), associando-a à estrutura externa
(ir)regular do poema.
4. Relaciona, sucintamente, este poema com outro texto pessoano estudado.
B
1
5. Das propostas apresentadas, escolhe apenas uma:
5.1. Atenta no cartune que se segue. Num texto entre 60 e 80 palavras, comenta-o, relacionando-
o com a arte poética pessoana.
5.2. PartindoVLAHOVIC, Jugoslav (Sérvia), 2009, "Felicidade", in World Press Cartoon, Sintra: WPC
da citação que a seguir se apresenta (retirada do Livro do Desassossego, de Bernardo
Soares), redige um texto entre 60 e 80 palavras, relacionando-a com a arte poética pessoana.
“Não soube nunca o que sentia. Quando me falavam de tal ou de tal emoção e a descreviam,
sempre senti que descreviam qualquer coisa da minha alma, mas, depois, pensando, duvidei
sempre. O que me sinto ser, nunca sei se o sou realmente, ou se julgo que o sou apenas. Sou
bocados de personagens de dramas meus.”
GRUPO II
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta. Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra
que identifica a opção escolhida.
Lê o texto B.
1 Define-se como ser humano o homem, que é um animal que pertence à família do homo sapiens.
Embora seja comum definirmos a nível genérico como homens, este termo pode provocar alguma
confusão, já que também faz referência ao sexo masculino.
Segundo dizem os historiadores, na pré-história, o género homo era composto por várias espécies.
5 Porém, desde que o homem-de-neandertal se extinguiu (facto que teve lugar há cerca de 25 mil anos
atrás) e que desapareceu da terra o homo floresiensis (extinção que aconteceu há cerca de 12 mil anos),
a única espécie que subsiste deste clã é a do homo sapiens.
O homem é o resultado de uma evolução dos primatas conhecidos como hominídeos. O
seu desenvolvimento original esteve no continente africano, vindo posteriormente o género a expandir-se
pelo resto do mundo.
10 O ser humano representa o nível mais alto de complexidade alcançado pela escala evolutiva. O
cérebro tem um grande desenvolvimento e permite-lhe concretizar numerosas atividades racionais e
elaborar pensamentos abstratos, criativos e de outro tipo. A partir do momento em que completa os três
anos de idade, no pensamento humano prevalece o simbólico.
Convém referir que os seres humanos constam entre os animais com características pluricelulares
15 mais longevas da atualidade, chegando a ir além dos 100 anos de idade em alguns casos. Esta circunstância
tem variado com o passar dos anos, uma vez que, nos primeiros séculos desta era, a esperança de vida
dos seres humanos não passava dos 25 anos de idade.
Outra particularidade do ser humano é o facto de se tratar da única espécie que tem consciência
da sua finitude: ou seja, o homem sabe que, a uma determinada altura, acabará po r morrer. O ser humano
20 também acredita na existência da alma ou de entidades semelhantes, que transcendem a experiência
corporal.
2
In http://conceito.de/ser-humano (cons. dia 14/10/2015)-com adapt.
Seleciona um dos temas apresentados e redige um texto argumentativo, entre 180 e 240 palavras,
onde apresentes, pelo menos, dois argumentos e dois contra-argumentos para sustentares o teu ponto de
vista.
A) Deverá Portugal abrir as suas fronteiras aos refugiados que fogem dos países em guerra ou de
terceiro mundo?
B) Será que a venda de drogas leves, como marijuana e haxixe, deveria ser descriminalizada?
3
C) Poderá um governo de coligação entre o PSD, o CDS e o PS garantir a estabilidade político-financeira
em Portugal?
D) Poderão as imagens chocantes nos maços de tabaco ser eficazes no combate ao consumo desta
substância?
E) Será que a distribuição de preservativos grátis durante o Campeonato do Mundo de Mundo de
Futebol, no Brasil, em 2014, foi uma medida acertada?
GRUPO I GRUPO II GRUPO III
1 2 3 3.1 4 B. 1 2
15 20 15 10 20 5 30 20 50
(C9+F6) (C12+F8) (C9+F6) (C6+F4) (C12+F8) 20 (12x2,5) (5x4) ETD-30
(C12+F8) CL-20
PROPOSTA DE CORREÇÃO
GRUPO I (grupo retirado, em grande parte (perguntas e proposta de correção), do livro Poemas de Fernando Pessoa
Ortónimo e Heterónimos, da Coleção Resumos, páginas 18-19)
1. Um dia chuvoso e um céu cinzento são o acontecimento real que desperta no sujeito poético a reflexão interior.
Associando a chuva que escorre do céu, sem ter “razão de ser” (verso 2), a um sentimento de grande tristeza que se
acrescenta à que já tinha, o sujeito poético sente inevitavelmente o peso da consciência dessa dor- “Quero dizer-ma
mas pesa” (verso 7). A consciência dessa tristeza exacerbada incomoda-o, fazendo com que o seu pensamento tenha
também “chuva nele a escorrer” (verso 4).
2. A tristeza sentida e a tristeza pensada, associadas, geram no sujeito poético dúvida e incerteza em relação a si próprio.
Numa dualidade permanente de sinceridade e fingimento, o “eu poético” não sabe o que verdadeiramente sente, o que
o leva a afirmar “Não sei se estou triste ou não” (verso 10). Perdido no labirinto de si próprio, Pessoa não se conhece.
3. O poema apresentado não escapa à estrutura paradigmática da poesia do cancioneiro do ortónimo - estrofes regulares
(duas quadras e uma quintilha), com métrica igualmente regular (verso de redondilha maior), obedecendo a um
esquema rimático de raiz popular (rima cruzada). Utilizando uma linguagem simples, o sujeito poético desenvolve o
assunto da sua composição a partir da metáfora da chuva. Iniciado com “Cai chuva do céu cinzento” (verso 1), o sujeito
lírico assume que até no seu “pensamento/ Tem chuva nele a escorrer” (versos 3-4), já que a chuva é um símbolo da
tristeza que o invade. O poema vai-se desenvolvendo e encerra, de novo, com a imagem da chuva, mas agora “Dentro
do meu coração” (verso 13).
3.1. Sendo as duas primeiras estrofes compostas por quatro versos, a última estrofe destoa, aparentemente, das
anteriores por ser uma quintilha. Todavia, o verso 12, funcionando como um aparte ou um pensamento do
sujeito lírico, que se assume um admirador de Verlaine, é um verso adicional que poderia ser suprimido sem
que o poema visse a sua mensagem afetada.
4. Cenários de resposta:
A dúvida ou desconfiança em relação aos seus próprios sentimentos assentam no permanente exercício de
intelectualização a que submete os sentimentos e aproximam o poema em análise de “Autopsicografia”,
nomeadamente da analogia entre os versos “chega a fingir que é dor/ A dor que deveras sente” e “Quero dizer-
ma mas pesa/ O quanto comigo minto”.
A indefinição relativamente à sua identidade e a angústia existencial de que Pessoa padece também ecoam
noutros textos poéticos e reflexivos, como “Não sei quem sou, que alma tenho”.
Os versos “Quero dizer-ma mas pesa/ O quanto comigo minto” ilustram a dualidade entre o sentir e o pensar,
marca distintiva da arte poética pessoana, evocada em outros textos poéticos como “Tenho tanto sentimento”.
4
5.1. Neste cartune vemos a figura de um homem que só revela felicidade quando o seu cérebro desaparece
completamente, numa imagem inviável, mas que podemos associar à poesia pessoana, nomeadamente a poemas como
“Gato que brincas na rua”. Nesta composição, o sujeito lírico discorre sobre a admiração que sente pelo facto de o gato,
ser irracional que não se preocupa com as convenções sociais, ser feliz e descontraído por estar privado de raciocínio
e obedecer unicamente aos seus instintos. (78 palavras)
5.2. Nesta citação do Livro do Desassossego identificamos várias das temáticas que atravessam a poesia pessoana, a
saber: a indefinição do ser, o fingimento poético (sempre associado à dor de pensar) ou a questão da heteronímia são
temáticas que atravessam os poemas de Fernando Pessoa e que nos revelam a mente torturada de alguém amargurado
pela extrema lucidez que o caracteriza e que resulta numa explosão heteronímica como meio de expressar todos os
pensamentos que o dominam. (76 palavras)
GRUPO II
1. A) 12
B) 7
C) 1
D) 13
E) 10
F) 6
G) 4
H) 5
I) 2
J) 3
K) 11
L) 8
GRUPO III
Resposta livre