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O PAPEL DA CONTROLADORIA NA GESTÃO ADMINISTRATIVA

EMPRESARIAL

Luiz Augusto Aparecido da SILVA1


Murilo Honorato Lira MARCAL2
Fabio José Herrero SARSO3

RESUMO

A controladoria executa um papel fundamental nas empresas, cujo objetivo é demonstrar a


importância da controladoria no processo decisório na gestão administrativa, e garantir que as
informações sejam adequadas, e que esteja sempre pronta para apoiar seus gestores no
processo de gestão. Devido à modernidade e a competitividade, as empresas vem buscando
um processo de gestão bem mais desenvolvido, onde forneça uma estrutura organizacional
mais detalhada para a sua sobrevivência. A controladoria surgiu para ampliar as dimensões do
entendimento no processo de gestão, identificando as razões da empresa nos fatores que possa
contribuir ou não para a eficácia, de maneira que assegure os resultados econômicos
favoráveis para a empresa. A controladoria como órgão administrativo tem como papel zelar
pelo bom desempenho da empresa e administrar as sinergias existentes em suas áreas, na
busca de maior grau de eficiência empresarial. Além disso, a controladoria atua como um
sistema de informações e também como um órgão direcionador de esforços para que os
gestores atinjam o resultado global da organização. Assim, o objetivo deste trabalho foi
demonstrar o quanto a controladoria é de suma importância no auxílio das tomadas de decisão
para os gestores administrativos e para a empresa. A metodologia aplicada foi a pesquisa
bibliográfica, de estudo exploratória e descritiva-interpretativo. Considera-se a controladoria
como uma peça-chave para uma boa administração, podendo garantir a qualidade de
informações que auxilie os gestores nos processos decisórios, abrindo caminhos para que
atinjam os objetivos pretendidos pela empresa.

Palavras-chave: Controladoria. Gestão. Empresa.

ABSTRACT

Controllership plays a fundamental role in companies, whose purpose is to demonstrate the


importance of control in the decision-making process in administrative management, and
ensure that information is adequate, and is always ready to support its managers in the
management process. Due to modernity and competitiveness, companies are looking for a
much more developed management process, where they provide a more detailed
organizational structure for their survival. Controllership has arisen to broaden the
understanding dimensions in the management process, identifying the company's reasons for
factors that may or may not contribute to effectiveness, so as to ensure favorable economic
results for the company. Controlling as an administrative body has the role of ensuring the
good performance of the company and managing the existing synergies in its areas, in the
1
Aluno das Faculdades Integradas de Paranaíba/FIPAR, Paranaíba/MS. luizaugusto@outlook.com
2
Aluno das Faculdades Integradas de Paranaíba/FIPAR, Paranaíba/MS. murilo_honorato@hotmail.com
3
Pós-graduado MBA - Contabilidade, Auditoria e Planejamento Tributário pela Fundace/FEA - USP - Ribeirão
Preto, pós-graduando sctricto sensu - Mestrado em Economia e Agronegócio pela EESP FGV e ESALQ -
USP/Piracicaba, docente das Faculdades Integradas de Paranaíba/FIPAR, Paranaíba/MS. fhsarso@yahoo.com.br
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quest for greater business efficiency. In addition, the controller acts as an information system
and also as a body that directs efforts so that managers achieve the overall result of the
organization. Thus, the objective of this work was to demonstrate how much control is of
paramount importance in the aid of the decision making for the administrative managers and
for the company. The applied methodology was the bibliographical research, of exploratory
and descriptive-interpretative study. Controlling is considered as a key element for good
management, and can guarantee the quality of information that helps managers in the
decision-making processes, opening paths for them to achieve the company's objectives.

Keywords: Controllership. Management. Company.

1 INTRODUÇÃO

O complexo do mundo empresarial da atualidade formou-se com base no


desenvolvimento das empresas e vem sofrendo modificações continuas nas áreas
administrativas; muitas vezes, elas surgem com maior grau de intensidade, assim os gestores
administrativos adotaram alguns conceitos e técnicas que possibilitam o controle e o
desempenho das mudanças.
A controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à
gestão econômica, administrativa e financeira da empresa, onde pode ser vista como um órgão
administrativo com missão, funções e princípios norteados e definidos pelo modelo de gestão
do sistema aderido pela empresa, ou como uma área de conhecimento humano com
fundamentos, conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências, mas sempre
visando buscar melhorias para a empresa e para seus gestores e administradores.
A controladoria tem como seu papel fundamental garantir e coordenar os esforços
para que a empresa consiga atingir seu resultado global, e dar continuidade na missão da
empresa para que ela possa sempre progredir na área administrativa, econômica e financeira.
O controller desenvolve sua função de controle de maneira muito especial, ou seja,
refere-se à maneira de organizar e reportar dados relevantes, exerce uma força ou uma
influência que induz os seus gestores a tomarem uma decisão lógica e consistente com a
missão e os objetivos da empresa.
Assim, esta pesquisa é de suma importância para que se compreenda a eficácia da
controladoria na administração quanto à tomada de decisões, bem como para a obtenção de
informações mais precisas e eficazes, para que os gestores administrativos possam ter mais
segurança nas tomadas de decisões e alcancem os objetivos almejados e seguros para a
empresa.

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Sendo assim, o referido artigo tem como propósito responder a seguinte questão:
qual o papel da controladoria na gestão administrativa? O estudo tem como objetivo geral
demonstrar o papel e a importância da controladoria na gestão administrativa nas empresas,
bem como os seguintes objetivos específicos: descrever e analisar o conceito e a importância
da controladoria na administração; evidenciar o papel da controladoria na gestão
administrativa; e identificar e expor a missão e a função da controladoria e do controller.
O desenvolvimento deste artigo foi elaborado em três etapas, as quais irão abordar os
seguintes assuntos: conceito de controladoria; missão da controladoria; profissional da
controladoria, o controller; ramo do conhecimento da controladoria; papel da controladoria no
planejamento; papel da controladoria no controle; controladoria como órgão de gestão
empresarial; controladoria como modelo de um sistema de gestão; modelo de gestão; modelo
de decisão; modelo de mensuração e modelo de informação. O estudo foi desenvolvido por
meio de uma pesquisa bibliográfica e a abordagem aplicada foi a do estudo exploratório e
descritivo-interpretativo.

2 CONCEITO DE CONTROLADORIA

A controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à


gestão econômica e pode ser considerada como sendo uma área do conhecimento humano
com fundamentos, conceitos, princípios e métodos vindos de outras áreas de ciências, ou
considerada como órgão administrativo com missões e princípios definidos no modelo de
gestão do sistema empresarial existente dentro da entidade. O objeto da controladoria está na
gestão econômica, ou seja, a controladoria é todo o conjunto de decisões e ações alimentado
por resultados desejados mensurados, de acordo com o conceito econômico (MOSIMANN;
FISCH, 1999).
Entende-se que a controladoria não pode ser vista somente como um método que
ensina como executar as tarefas, mas sim como um ramo de conhecimento responsável por
estabelecer toda a base conceitual e como um órgão administrativo que pode responder pela
programação de conhecimentos, modelo e implantação de sistemas de informações e modelos
de controle de gestão econômica, que venha a ser considerada como ferramenta de auxílio
para sanar as necessidades de informações dos gestores administrativos, com intuito de
contribuir no processo de tomada de decisão, para que todas as medidas e decisões ali
tomadas sejam corretas e eficientes (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 1997).

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Cabe ressaltar que a controladoria é uma área coordenadora de informações sobre
gestão econômica, porém ela não substitui a responsabilidade dos gestores por irem à busca
de seus resultados almejados, mas um auxilio na busca de induzi-los à otimização do
resultado econômico, onde cada gestor é responsável pelos seus resultados obtidos e a
controladoria é responsável pela coordenação, organização e fiscalização de sua área
econômica.
Vale destacar ainda que a controladoria é um papel gerencial que precisa e deve ser
desenvolvida por um profissional contábil qualificado e com um conhecimento amplo, onde a
sua busca seja continua por atualização e por novas soluções, entender que isso é apenas o
começo de um caminho para quem pretende seguir neste mercado.
2.1 Missão da Controladoria

A missão da controladoria é de zelar pela continuidade da empresa, assegurando a


otimização do resultado global (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 1997).
Segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 90), “[...] a missão da controladoria é otimizar
os resultados econômicos da empresa, para garantir sua continuidade, por meio de integração
dos esforços das diversas áreas”.
Conforme Catelli (2001, p. 346), a missão da controladoria é:

Assegurar a Otimização do Resultado Econômico da Organização. Para que a


missão da controladoria possa ser cumprida, ela deve deixar claros os objetivos da
controladoria que são: promoção da eficácia organizacional; viabilização da gestão
econômica; e a promoção da integração das áreas de responsabilidade.

Com o raciocínio dos autores acima pode ser feita a conclusão que a controladoria
infere-se do exposto de que a missão e os objetivos da controladoria devem estar intimamente
interligados ao cumprimento da missão e continuidade da empresa, ou seja, idealizado por
meio da coordenação dos esforços dos vários gestores existentes em todos os níveis da
organização; assim, cabe à controladoria servir como indutora da evolução da cultura
organizacional como um todo, com intuito de promover a melhoria na qualidade nas tomadas
de decisões, pois, para que sua atuação seja eficaz, a controladoria tende a envolver a
implementação de um conjunto de ações, cujos resultados materializam-se em informações de
orientação e controle disponibilizados aos gestores administrativos.
Conforme Catelli (2001), a controladoria, para ser eficaz em sua missão, é
profundamente dependente da cultura organizacional vigente, entretanto, essa cultura
organizacional tem sua gênese no subsistema institucional, sendo que no requisito da função e
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da missão, crenças e valores, será definido o Modelo de Gestão que estabelece a maneira
como a empresa será conduzida. Desta forma, a controladoria contribuirá com suas crenças e
valores na definição de regras para os gestores tais como: grau de autonomia dos gestores;
processo de gestão; avaliação de desempenhos; e sistema de recompensas e punições.

2.2 Profissional da Controladoria: Controller

O controller é o gestor encarregado do departamento de controladoria, onde o seu


papel é interligado ao gerenciamento de um eficiente sistema de informação, como também
zelar pela continuidade da empresa, viabilizando as sinergias existentes dentro da empresa,
fazendo com que as atividades sejam desenvolvidas conjuntamente e que possa alcançar os
resultados superiores aos que alcançariam se trabalhassem independentemente.
(FIGUEIREDO; CAGGIANO, 1997).
De acordo com Nakagawa (1993), o contoller desempenha sua atividade no controle
de maneira muito especial, a qual consiste em organizar e reportar dados relevantes para os
gestores administrativos; o controller ainda exerce uma força ou influência que induz os
gerentes a tomarem suas decisões lógicas e consistentes com a missão e objetivos da empresa.
Conforme Lunelli (2017), para ser considerado um bom controller é necessário que
tenha um conhecimento em gestão organizacional, de recursos humanos e produção; esse
conhecimento vem de um controle preciso de indicadores da entidade e de gestores, os quais
envolvem um melhor gerenciamento da contabilidade, dos custos, das finanças e da
tecnologia da informação, dentre outros, assim, o processo de controle precisa envolver
auditorias complexas e que cheguem ao nível de detalhes não demonstrados nos relatórios
contábeis.
E, ainda de acordo com Lunelli (2017), o controller precisa demonstrar a capacidade
de prever os problemas que poderão vir a surgir e seja capaz de coletar as informações
necessárias para as devidas tomadas de decisões, visando à implantação de ações de
melhorias; contudo, o controller precisa fornecer dados e informações em linguagem clara,
simples e direta aos usuários e, principalmente, traduzir os dados e fatos, uma vez que esses
fatos são apresentados em números isolados que não auxiliam a administração da empresa.
Kanitz (1976) descreve que os contadores foram inicialmente encontrados entre
indivíduos das áreas da contabilidade e finanças das empresas, pois os mesmo atuavam em
funções de cargos que tinha ampla visão da empresa e tinham habilidades de enxergar as

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dificuldades como um todo e propor soluções gerais para empresa, auxiliando os seus gestores
nas tomadas de decisões; contudo, relate-se ainda que as informações que chegavam ao
controller são informações predominantemente de natureza quantitativa, física, monetárias ou
ambas.
Figueriredo e Caggiano (1997, p. 29) descrevem que os requisitos necessários para o
desempenho da função da controladoria, podem ser descritos tais como:

a) um bom conhecimento do ramo de atividade ao qual a empresa faz parte, assim


como dos problemas e das vantagens que afetam o setor;
b) um conhecimento da história da empresa e uma identificação com seus objetivos,
suas metas e suas políticas, assim como com seus problemas básicos e suas
possibilidades estratégicas;
c) habilidade para analisar dados contábeis e estatísticos que são a base
direcionadora de sua ação e conhecimento de informática suficiente para propor
modelos de aglutinação e simulação das diversas combinações de dados;
d) habilidade de bem expressar-se oralmente e por escrito e profundo conhecimento
dos princípios contábeis e das implicações fiscais que afetam o resultado
empresarial.

De acordo com as informações apresentadas, para que o controller possa exercer suas
funções, ele deve ter um conhecimento total das mesmas, assim como de todas as atividades
que irá executar na empresa, conhecer a missão e a rotina da empresa na qual irá trabalhar,
como também ter habilidade e facilidade de expor as informações obtidas e expor soluções
que venham a auxiliar os administradores da empresa, de uma maneira clara e eficaz; deve ter,
ainda, pleno conhecimento com a rede de informática, pois ele irá utilizar muito os meios de
informática para que possa desempenhar suas atividades com eficácia, além de ter total
conhecimento dos princípios contábeis para que possa embasar o seu conhecimento na
aplicação dos procedimentos que devem ser exercidos, para que possa atender as melhorias
necessárias para a empresa.
De acordo com Mosimann e Fisch (1999, p.91), as funções do controller são:

a) Fornecer a informação básica para controle gerencial por meio da formulação de


políticas de contabilidade e de custos, procedimentos e padrões, preparação de
demonstrações financeiras e manutenção dos livros contábeis, direção da
auditoria interna e controles de custos;
b) Orçamentar e controlar operações e resultados;
c) Atividades específicas de controle de:
- contas gerais, subtítulos e desdobramentos: delinear verificações sobre as finanças
da empresa e salvaguardar seus ativos; verificar faturas, contas a receber e a
pagar, controle de pagamentos e recebimentos, filha de pagamentos, benefícios
adicionais dos empregados; registros de instalações e equipamentos; atividades
da contabilidade de custos das várias funções administrativas;
- estoques;
- estatísticas; e
- impostos.
d) Preparar e interpretar demonstrações financeiras e relatórios contábeis regulares;
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e) Fazer auditorias interna;
f) Interpretar dados de controle.

Basicamente, as funções do controller estão diretamente ligadas à área administrativa,


sendo ele o controlador de todos os assuntos e dados que estão ligados à contabilidade, desde
pagamentos, recebimentos, entre outros, como também deve e pode atuar como um auditor
interno, fazendo as auditorias com intuito de buscar e analisar dados e fatos que comprovem
que todos os procedimentos estão sendo aplicados e cumpridos, de maneira que assegure a
melhoria do desenvolvimento das atividades de cada área, como o controle de tudo o que rege
a empresa.

2.3 Ramo do Conhecimento da Controladoria

A controladoria denominada como ramo de conhecimento é que possibilitou a


definição do modelo de gestão econômica e o desenvolvimento e construção dos sistemas de
informações num contexto de tecnologia de gestão. O ramo do conhecimento da controladoria
é responsável pelo estabelecimento das bases teóricas e conceituais e necessárias para a
abordagem, assim na construção e na manutenção de sistemas de informações e modelo de
gestão econômica, que venham a suprir adequadamente as necessidades informativas dos
gestores e os induzam durante todo o processo da gestão, para que quando necessário, sejam
usadas para o auxílio à tomada de decisões ótimas e eficazes (CATELLI, 2001).
No processo de interação da empresa com os diversos agentes, começa a surgir uma
série de fenômenos econômicos, sociais, políticos, educacionais, tecnológicos e regulatórios,
fazendo com que as necessidades da empresa na busca de sua eficácia transcendam os
conceitos oferecidos pela administração, assim como também pela contabilidade e a economia
(FIGUEIREDO; CAGGIANO, 1997).
Segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 99):

[...] a Controladoria pode ser conceituada como o conjunto de princípios,


procedimentos e métodos oriundos das ciências da Administração, Economia,
Psicologia, Estatística e, principalmente, da Contabilidade, que se ocupa da gestão
econômica das empresas, com a finalidade de orientá-las para a eficácia.

A área da controladoria está interligada a todas as áreas existentes na empresa,


atuando como suporte nas tomadas de decisões em todas as áreas abrangentes que precisem
de auxílio nas informações e dados.

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2.4 Papel da Controladoria no Planejamento

Planejamento é a mais básica de todas as funções gerenciais, e a habilidade com que


esta função está sendo desempenhada determina o sucesso de todas as operações e atividades;
contudo, planejamento pode ser definido como sendo o processo de reflexão que precede a
ação e é dirigido para a tomada de decisão, tendo como foco o futuro (FIGUEIREDO;
CAGGIANO, 1997).
O planejamento determina as diretrizes estratégicas, políticas e operacionais da
empresa que serão traduzidas em forma de controle e planos quantificados fisicamente e
monetariamente, como também planos orçamentários; contudo, vale dizer que, sem
planejamento não há padrões, sem padrões não há controle e sem o controle o planejamento
não existe, ou seja, os dois devem estar sempre amarrados um ao outro para que possa ser
validos e que possa desenvolver uma estratégia eficaz para empresa (MOSIMANN; FISCH,
1999).
Figueiredo e Caggiano (1997, p. 43) complementam que:

[...] a função de planejamento é um aperfeiçoamento na qualidade do processo


decisório por uma cuidadosa consideração de todos os fatores relevantes, antes de a
decisão ser tomada em conformidade com uma estratégia racional, segundo a qual o
futuro da empresa deve ser orientado.

O planejamento é essencial para todos os fatores que afetam a organização,


independente se eles são controláveis ou não, de forma que o planejamento vem para
aprimorar a qualidade do processo, planejar qual a melhor maneira e melhor decisão deve ser
tomada para a empresa.
Para Mosimann e Fisch (1999), o planejamento em sua primeira fase no processo
decisório é constituído pelos seguintes passos: projeção de cenários; definição de objetivos
que devem ser perseguidos; avaliação das ameaças e oportunidades ambientais favoráveis
para empresa; detecção dos pontos fortes e fracos da empresa; formulação e avaliação de
planos alternativos para uma melhora administrativa e escolha e implementação do melhor
plano alternativo para empresa e para seus gestores.
O processo de planejamento está voltado tanto para a participação no processo de
planejamento da organização, como também para a criação da ferramenta de planejamento e
controle econômico, incluindo alguns sistemas, tais como: sistema de informações
econômico-financeiras, o sistema de padrões, sistemas contábil, modelo de decisão,
mensuração e informação de sistema, cujas modalidades atuem para aperfeiçoamento da
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eficiência e eficácia das diferentes e diversas áreas existente na empresa, mas também para
aperfeiçoar o seu próprio desempenho operacional e administrativo (MOSIMANN; FISCH,
1999).
O papel da controladoria era em princípio muito simples, a equipe de controladoria
tinha como função principal o processamento das transações que apoiavam as operações do
negócio, entretanto, era exigida uma equipe muito burocrática, gerenciada por um pequeno
grupo de pessoas treinadas em técnicas de processamento de transações (SCHMIDT;
SANTOS, 2006).
Schimidt e Santos (2006) afirmam que, basicamente, o papel da controladoria na
elaboração do planejamento de entidade está voltado, em princípio, para a sistematização do
processo de elaboração do plano, ou seja, é de responsabilidade da controladoria fazer com
que o plano seja criado, porém, não é de sua responsabilidade a definição de curso
predeterminado de ação para uma entidade, essa função é exercida pelos executivos e não
pelo controller. E, ainda, que a controladoria deva criar um ambiente favorável para
aperfeiçoar as informações entres os gestores, sendo de suma importância que o estilo da alta
administração seja diagnosticado pela controladoria e que o plano seja abrangente a este
estilo.
Para Mosimann e Fisch (1999, p. 121):

Só é possível á Controladoria atingir seus objetivos por meio do planejamento e


controle econômico da organização, administração do sistema de informações e
coordenação dos esforços dos demais gestores, para maximizar o resultado da
empresa, se a mesma fizer o planejamento e o controle de suas próprias atividades.

Assim, para que a controladoria alcance seus objetivos, é necessário que todo o
complemento administrativo trabalhe junto, como o mesmo pensamento, pensamento em
produtividade com eficácia e veracidade, e para que isso seja possível é necessário que o
primeiro passo a ser tomado pelo planejamento seja da própria entidade, das suas próprias
atividades.
De acordo com Mosimann e Fisch (1999), dentro da controladoria no quesito
planejamento, existem três tipos de planejamento tais como:
a) Planejamento estratégico: a controladora-órgão, como administradora do sistema
de informações econômicas-financeiras da empresa, deve saber interpretar o impacto
econômico dos possíveis eventos na riqueza empresarial; esses referidos eventos são extraídos
da projeção de cenários dos quais a empresa se encontra, devendo sempre considerar os
pontos fortes e fracos da empresa.
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b) Planejamento operacional: a controladoria-órgão cabe a ela gerenciar todo
processo para que os resultados econômicos da empresa sejam otimizados, como também é de
sua função a controladoria transformar planos operacionais não quantificados em planos
orçamentários e, posteriormente, comparar com o que já foi orçado e com o que foi realizado,
apontando os desvios, para que cada área tome a medida necessária para corrigi-los.
c) Planejamento da controladoria: este planejamento está voltado tanto para a
participação no processo de planejamento da organização como para o planejamento de suas
próprias atividades; o planejamento da controladoria é desdobrado em planejamento tático e
planejamento operacional.
O planejamento ocorre em todos os níveis da administração, assim, o sucesso das
outras funções depende da qualidade do planejamento.

2.5 Papel da Controladoria no Controle

O processo de controle da controladoria é descrito como aquele que possibilita


avaliação de cada área para que possa atingir suas metas, dentro de cada planejamento que ali
foi desenvolvido, onde esse controle deve ser eficaz em relação aos planos orçamentários
(MOSIMANN; FISCH, 1999).
Cabe acrescentar que o objetivo do controle exercido pela área de controladorias é de
comparar o processo do que já foi planejado e do que foi por sua vez realizado nos aspectos
financeiros, de maneira que a conduta seja sempre a eficácia empresarial.
Para Figueiredo e Caggiano (1997, p. 46), “controle está intimamente ligado à função
de planejamento, quando se propõe assegurar que as atividades da firma estão em
conformidade com os planos”.
O controle está literalmente interligado ao planejamento, ainda mais quando se lida
com a segurança de informações e desenvolvimentos de atividades na empresa. É, ainda,
considerado como uma fase de processos decisórios, embasados em sistemas de informações,
onde analisa a eficácia da empresa, porém não apenas nos pontos econômicos, mas também
em ações que se destinam a serem corrigidas em eventuais distorções (MOSIMANN; FISCH,
1999).
Cabe ressaltar que o controle está interligado ao sistema da empresa, o qual visa
salvar o patrimônio e definir um caminho para empresa, garantindo sua continuidade, assim

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como também assegurar o cumprimento de sua missão e, para que isso seja alcançado, a
empresa necessita que o controle seja definido por metas e padrões.
Conforme Mosimann e Fisch (1999) compete à controladoria lidar com os aspectos
da gestão econômica, exercendo sua função em todas as áreas e fases dos processos de gestão:
planejamento, execução e controle. A controladoria exerce a função de um órgão de linha e de
staff ao mesmo tempo, pois eles competem na busca de informações e dados a respeito dos
problemas de ordem econômica, em propor soluções aos administradores sobre os problemas
de suas áreas, como também de coordenar o processo de planejamento e controle, sempre
tendo em vista a gestão econômica da empresa (MOSIMANN; FISCH, 1999).

2.6 Controladoria: Órgão de Gestão Empresarial

O órgão administrativo controladoria tem por finalidade garantir informações


eficazes para o processo decisório da empresa, como também de colaborar com os gestores
administrativos para que seus esforços quanto à busca pela eficácia sejam atingidos, tanto
quanto nas suas áreas quanto ao que diz respeito aos aspectos econômicos, assegurando a
clareza e a eficácia empresarial, por meio de esforços de coordenação de seus gestores.
(MOSIMANN; FISCH, 1999).
Ainda para Mosimann e Fisch (1999), à controladoria denominada como órgão
administrativo da empresa, por meio de seu gestor, cabe coordenar e participar de escolha que
seja melhor para a empresa no requisito econômico e no processo de planejamento global, de
modo que venha garantir a eficácia da empresa.
Entretanto, a controladoria, sendo uma unidade administrativa, é vista como órgão
aglutinador e direcionador de esforços dos demais gestores administrativos que conduz à
empresa a uma otimização do seu resultado global, porém, pode-se afirmar que a
controladoria tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório, vindo
a colaborar com os gestores em seus esforços na busca da eficácia nas áreas interligada aos
aspectos econômicos, assegurando que a eficácia empresarial seja alcançada pelos seus
gestores e colaboradores operacionais (CATELLI, 2001).
Para Figueiredo e Caggiano (1997), a função da controladoria quanto ao órgão
administrativo, embora esteja em delineamento da função, do órgão e da posição do executivo
e possa variar de uma empresa para outra, o controller é o responsável pela contabilidade, é
ele que supervisiona e mantém os arquivos financeiros formais dentro da empresa, embora

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suas funções não venham se restringir apenas as atividades contábeis, mas o que mais se
espera é que ele amplie sua atuação ao desenvolvimento da contabilidade em aplicações
gerenciais.
Deste modo, para Figueiredo e Caggiano (1997, p. 21), “o órgão administrativo
Controladoria tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório,
colaborando com os gestores na busca da eficácia gerencial”.
A controladoria é por excelência uma área coordenadora das informações de dados
sobre a gestão econômica, entretanto, ela não substitui a responsabilidade dos gestores por
seus resultados obtidos, mas no requisito na busca contínua de otimização do resultado
econômico; portanto, os gestores administrativos, além das suas especialidades, devem ter
conhecimento adequado sobre gestão econômica, tornando-se gestores de negócios, sendo
suas responsabilidades envolver as gestões operacional, financeira, econômica e patrimonial
de suas respectivas áreas (CATELLI, 2001).
Assim, pode-se dizer que o papel da controladoria como órgão administrativo é de
zelar pelo bom desempenho da empresa, desenvolver sistemas e metodologia que proponham
modelos gerenciais que otimizem o desempenho das empresas por meio de seu sistema de
gestão, vindo a fornecer informações para os seus gestores e supervisores administrativos e
financeiros, que auxiliem na tomada de decisão.

3 CONTRADORIA MODELO DE UM SISTEMA DE GESTÃO

A controladoria está profundamente envolvida com a busca da eficácia e eficiência


organizacional da empresa, para que possa alcanças os seus objetivos empresariais; e, para
que isso ocorra, é preciso que os modelos de gestão sejam bem definidos e que eficientemente
conduzam para o cumprimento de sua missão (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 1997).
Conforme Cateli (2001), o modelo de gestão é formado com base nas crenças e
valores dos acionistas, que acabam refletindo nos princípios permanentes definidos nos outros
modelos existentes na empresa, condicionando a atuação dos gestores.

3.1 Modelo de Gestão

A palavra “modelo” é definido por Nakagawa (1993) como sendo qualquer


representação abstrata e simplificada de objetos, por sistemas, processos ou eventos reais. Nas

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ciências sociais, os economistas foram os pioneiros na elaboração e atuação do sistema de
modelos, assim, um modelo tem por objetivo facilitar a compreensão das relações que
ocorrem com os elementos dos sistemas, bem como os processos e os eventos do mundo real.
Figueiredo e Caggiano (1997) descrevem que um modelo de gestão poderia ser
definido com um conjunto de princípios e definições que decorrem de crenças específicas e
traduzem o conjunto de ideias, crenças e valores dos principais executivos, impactando assim
todos os demais subsistemas empresariais; é, em síntese, um grande modelo de controle, pois
nele são definidas as diretrizes de como os gestores vão ser avaliados, e os princípios de como
a empresa vai ser administrada.
Segundo Schmidt e Santos (2006), o modelo de gestão condiz na identificação de
crenças e dos valores dos controladores da empresa; esses vetores geram a missão da empresa,
onde está fundamentada a concepção teórica do modelo que será operacionalizada nos três
modelos, que são: decisão, mensuração e informação.
O processo de gestão serve de suporte ao processo de tomada de decisão, a qual
realiza por meios dos seguintes passos: planejamento estratégico, o qual é definido em termos
futuros, que consiste no que a empresa vai fazer e como vão ser utilizados estrategicamente os
seus recursos, envolvendo com determinação os seus objetivos e metas da corporação;
planejamento operacional, que consiste no processo decisório que identifica, integra, avalia e
escolhe o plano a ser implementado, dentro dos planos operacionais alternativos dos vários
segmentos da empresa em consonância com as metas, com os objetivos, com as estratégias e
as políticas da empresa; programação, que consiste na distribuição de uma seqüência de
atividades ao longo de um período de tempo; e o controle, que consiste na ação necessária
para verificar os objetivos, os planos, as políticas e os padrões que estão sendo atendidos
(FIGUEIREDO; CAGGIANO, 1997).

3.2 Modelo de Decisão

Modelo de decisão é uma definição de como vai ser a combinação de cursos para que
determinado estado de natureza seja alcançado, ou seja, é um molde para escolher a
alternativa executada de maneira mais objetiva (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 1997).
De acordo com Figueiredo e Caggiano (1997, p. 33):

O modelo de decisão objetiva alcançar a otimização do resultado em termos de


empresa e de áreas. É por isso que as decisões de área devem ter como diretrizes

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teóricas a maximização do resultado global da empresa; isto implica uma
harmonização da missão da área com a missão da empresa.

O objetivo do modelo de decisão é o alcance dos objetivos desejados pela empresa,


mas essas decisões devem ser tomadas com cuidado para que não possa trazer problemas e
nem impactar em pontos negativos na empresa, cujo objetivo deve ser sempre sua melhoria.
Modelo de decisão é considerado como um instrumento utilizado pela gestão
administrativa para predição das consequências que advirão nas alternativas disponíveis e
para a escolha da melhor alternativa para a empresa, entretanto, o modelo de gestão também
orienta a tomada de decisão no planejamento do próprio sistema de informação. O modelo de
decisão é denominado como sendo uma escolha de uma ação, ou um curso de ações, em um
determinado período do tempo (MOSIMANN; FISCH, 1999).
Conforme Figueiredo e Caggiano (1997) existem três etapas de modelo de decisão
que são: estratégicas, operacionais e administrativas, sendo que para cada categoria existe um
modelo proposto, ou seja, o modelo de decisão deve ser acoplado ao modelo de planejamento,
assim como também na execução e controle, pois são tomadas decisões em todas as fases do
processo de gestão.
Para Schimidt e Santos (2006), o modelo de decisão foi o primeiro modelo a ser
definido, assim, a controladoria deverá conhecer a forma como os gestores tomam as decisões
necessárias para empresa, porém, somente após isso ela poderá customizar os sistemas de
informações que atendam às necessidades dos gestores administrativos e operacionais e suas
demais áreas. Dessa forma, a controladoria entra no processo de decisão dos gestores gerando
e repassando informações necessárias para que as devidas tomadas de decisões sejam as mais
corretas possíveis.
De acordo com Mosimann e Fisch (1999), modelo de decisão é suportado por
variáveis independentes, como as transações em termos de especificações, quantidades e no
valor de referências, e variáveis dependentes, tais como: código do produto, o número da
fatura e o mês do orçamento. Essas variáveis têm um papel fundamental e de suma
importância na tomada de decisão.
Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), o processo de tomada de decisão dentro do
modelo de gestão é definido como uma sequência lógica de etapas que expressam a
racionalidade com a qual os gestores buscam soluções ótimas para os problemas da empresa.
Em vista disso, a abordagem do processo da tomada de decisão pode ser descritas nas
seguintes fases: definição do problema; obtenção dos fatos; formulação das alternativas; e

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ponderação e decisão, assim, o processo de decisão finaliza com a escolha da ação a ser
implementada pelas empresas.

3.3 Modelo de Mensuração

No contexto de modelo de mensuração é considerada a maior dificuldade enfrentada


pela maioria das empresas a correta mensuração de suas informações; o processo de
mensuração das informações deverá considerar as características, mensurar as informações,
utilizando as várias possibilidades de mensuração, buscando a melhor adequação às
necessidades informações dos gestores. A responsabilidade de identificar a melhor forma de
mensuração das informações é da controladoria (SCHMIDT; SANTOS, 2006).
Segundo Figueiredo e Caggiano (1997, p. 35):

A mensuração é a atribuição de números aos objetos e eventos em conformidade


com alguma regra; a relevância e significância da mensuração dependem da perfeita
correspondência entre os sistemas relacionais. [...] denomina-se relacional empírico
ao conjunto de objetos e eventos pertencentes ao mundo real, e ao conjunto
numérico, pertencente ao mundo imaginário, denomina-se de sistema relacional
numérico.

A mensuração é a demonstração numérica dos resultados almejados pela empresa,


interligados a regras e relevância significativas, uma depende da outra para um bom
desenvolvimento entre os demais sistemas empresariais.
Cabe acrescentar que o objeto mensurado depende do modelo de decisão ao qual se
propõe, assim, as decisões que completam os eventos econômicos operacionais caracterizam
o modelo de mensuração, já que no requisito das decisões estratégicas são as que possuem
caráter mais qualitativo.
Conforme Schmidt e Santos (2006), o processo de mensuração de informação pode ser
realizado seguindo dois modelos principais: mensuração a valor de entrada ou mensuração a
valores de saída. A mensuração a valores de entrada é mais usada para elaboração de
relatórios contábeis, por possuir maior facilidade de comprovação, principalmente devido à
forte correlação com o fluxo de caixa e cujos documentos comprobatórios forem de fácil
identificação; já a mensuração valores de saída não é aceita para fins societários por serem
mais subjetivos e de difícil comprovação, os valores de saída referem-se ao preço de troca do
ativo no mercado, ou seja, o valor que o mercado pagaria pelo ativo, valor da realização.

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Para Catelli (2001), o planejamento dos resultados adequados deve precaver-se na
coerência de seus modelos de mensuração, tanto de receitas quanto de custos com relação às
realidades operacionais efetivas da empresa.

3.4 Modelo de Informação

O modelo de informação tem como objetivo principal a adequação do sistema de


informação ao processo decisório, fornecendo informações, onde suas tendências são de levar
a decisões corretas em relação ao resultado econômico, fazendo com que os gestores
administrativos, entre as várias alternativas, encontre a melhor informação que aperfeiçoe os
resultados da empresa, vindo a obter a redução dos custos, aumento de receitas, aumento dos
lucros, aumento na eficiência e eficácia da empresa (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 1997).
Schmidt e Santos (2006) relatam que, para que a controladoria possa exercer sua
atividade primária de gestão dos sistemas de informações da empresa, esta área deve ser
composta por vários integrantes de administradores organizacionais, psicólogos industriais,
analistas de sistemas, especialistas em computação, como também estatísticos e matemáticos
que têm a tarefa de analisar e dirigir, à luz de cada uma de suas áreas e seus campos de
conhecimento, um imenso volume de informações necessárias ao cumprimento da função de
controladoria.
Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), a eficácia do modelo de informação será
medida pelo grau em que a necessidade de informações dos gestores seja atendida, deve dar
condições para que sejam avaliados a eficiência no uso dos recursos disponíveis e o grau de
eficácia gerencial, fornecendo informações orçadas e reais para que sejam apuradas variações
que sirvam para a finalidade de avaliação de resultado e de desempenho das áreas, sendo
necessário para isso o uso de conceitos baseados em padrões uniformes que permitem
comparação entre resultados reais e resultados orçados.
Assim, “o propósito básico da informação é habilitar a organização a alcançar seus
objetivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis nos quais se inserem: pessoas, materiais,
equipamentos, tecnologias, dinheiro, além da própria informação” (FIGUEIREDO;
CAGGIANO, 1997, p. 34).
Ressalta-se que a função primária do sistema de informação é dar possibilidades
adequadas e eficazes para a empresa, para que possa atingir o sucesso almejado, dando

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qualificações às pessoas, recursos de melhorias no maquinário e matéria-prima para a
produção e desenvolvimento de suas atividades.
O modelo de informação é muito importante na gestão, e esses modelos são eficazes
para os gestores administrativos quando eles fornecem as seguintes informações: gera
confiança e não medo, como também possibilita aos gestores o domínio das informações; não
causa dúvidas, pois traz certezas das informações; é aceito e não imposto; e valoriza as
habilidades (MOSIMANN; FISCH, 1999).

4 CONCLUSÃO

A empresa deve ser vista como um conjunto de atividades orientadas para um


determinado fim, a empresa é uma entidade econômica criada unicamente para prover a
sociedade dos produtos e serviços necessários ou desejados, compatíveis com as atitudes
sociais das nações e da humanidade, assim, o objetivo de um negócio privado, em uma
economia competitiva, deve ser de obter lucro possível, desde que ele não seja inconsistente
com o crescimento de longo prazo da empresa e que esteja de acordo com os padrões éticos
da sociedade e da organização.
Devido ao aumento da complexidade na área administrativa da empresa,
desenvolveu-se um grau maior de interferência governamental por meio de políticas fiscais,
entretanto, devido à diferença entre as fontes financeiras das atividades, da percepção das
necessidades de padrões éticos e eficazes na conduta dos negócios e, principalmente, à
demanda por melhorias na prática de gestão administrativa, desenvolveu-se então a
necessidade de um bom sistema contábil que fosse mais adequado e qualificado para o
controle gerencial da empresa e que esse controle fornecesse informações mais confiáveis e
precisas para seus gestores e aos interligados ao processo de controle administrativo da
empresa.
A controladoria participa como coordenadora do processo de gestão administrativa,
buscando a otimização do resultado econômico global para dar continuidade para a empresa
atingir sua missão.
A continuidade da empresa em ecossistema pressupõe o alcance de resultados, ou
seja, a empresa atua no processo de gestão econômica, compreendendo o planejamento dos
eventos econômicos futuros, como também a elaboração de padrões para as etapas de
execução de suas atividades administrativas, operacionais e financeiras, o controle

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estabelecido por meio de comparação entre o executado e o planejado, este processo todo é
suportado por um sistema de informação econômico-financeiro administrativo controlado e
executado pela controladoria, que é caracterizada pela centralização de atividades, delegação
de autoridade e participação de todos os gestores.
Ressalta-se a importância da controladoria no processo de gestão das empresas, seja
como órgão formal, definido na estrutura organizacional, ou como união de conceitos para a
identificação, mensuração, comunicação e gestão de eventos econômicos, embutidos no
modelo de gestão e absorvidos por todos os gestores, administradores e empresários.
Cabe ressaltar que o papel da controladoria no processo de gestão empresarial está
interligado à participação no planejamento estratégico, no planejamento operacional, na
execução e no controle no âmbito empresarial, entretanto, são apresentados alguns aspectos
na atuação no sistema de informações para a gestão econômica empresarial, explorado
diretamente pela controladoria no processo de gestão e no sistema de informação de sua
própria área.
A importância do profissional da controladoria, o controller, está principalmente
embasada em sua contribuição para a administração geral das operações da empresa, seja ela
administrativa ou operacional, os gestores administrativos precisam assegurar que as
informações e dados sejam produzidos e sejam relevantes para o processo de mudança que as
empresas estão vivenciando.
Deve-se relatar ainda que a controladoria é de suma importância para a empresa e
para seus gestores, pois a sua presença vem a somar nas tomadas de decisões, assegurando
aos seus gestores veracidade na busca das informações e podendo proporcionar mais
segurança na obtenção de informações. A controladoria pode alavancar a eficácia e a
eficiência das empresas, buscando melhores maneiras para conseguir melhores resultados,
podendo atuar na conscientização para redução de custos, e agregar na busca e conquista de
objetivos e resultados satisfatórios para a empresa.
Portanto, pôde-se verificar por meio da elaboração deste artigo, que todas as
informações são de total importância, pois essas informações proporcionam indicadores que
evidenciam e identificam o desempenho da controladoria na gestão administrativa, assim
como asseguram aos gestores que em tais informações constam veracidade e uniformidade,
proporcionando à empresa diversos pontos positivos e servindo de base no processo decisório.

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REFERÊNCIAS

CATELLI, Armando. Controladoria: uma abordagem da gestão econômica - GECON. 2. ed.


São Paulo. Atlas, 2001.

FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo Cesar. Controladoria: teoria e prática. 2. ed.


São Paulo: Atlas, 1997.

KANITZ, Stephen C. Controladoria: teoria e estudo de casos. São Paulo: Pioneira, 1976.

MOSIMANN, Clara Pellegrinello; FISCH, Silvio. Controladoria: seu papel na


administração de empresas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

NAKAGAWA, Massayuku. Introdução á Controladoria: conceitos, sistemas,


implementação. 2. ed. São Paulo: Atlas.1993.

LUNELLI, Reinaldo Luiz. A importância da controladoria. Portal da Contabilidade, 2017.


Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/importancia-
controladoria.htm>. Acesso em: 14 maio 2017.

SCHMIDT, Paulo; SANTOS, José Luiz dos. Fundamentos de Controladoria: Coleção


Resumos de Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2006. (V. 17)

Recebido em: 13 de novembro de 2017


Aceito em: 23 de novembro de 2017

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