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DESIGUALDADE SOCIAL
Algumas considerações
Abordar os que são constituídos como pobres: penetrar num
“universo marcado pela subalternidade, pela revolta silenciosa,
pela humilhação e alienação e sobretudo, pela resiliência aliada
às estratégias para melhor sobreviver, apesar de tudo”
(YAZEBK, 2010).
Consequências graves
para Democracia
NO BRASIL, a pobreza não pode ser explicada com base
numa suposta escassez de recursos, mas, deve considerar a
maneira pela qual se distribui a riqueza gerada socialmente –
com alto grau de desigualdade – e, mais do que isso, com alto
grau de concentração, com tendência a reproduzir-se ou,
mesmo, a aprofundar-se (LEITE, 2002).
IMPACTOS POSITIVOS
• A focalização como um instrumento dentro da política
social para reduzir desigualdades. o PBF gerou queda na
desigualdade de renda e na pobreza, mesmo na ausência de
crescimento econômico (CARVALHO SILVA, 2006);
• Famílias beneficiadas percebem melhorias significativas
em suas condições de vida, sobretudo relacionadas ao bem-
estar dos filhos e incentivo à permanência ou retorno de
jovens e adultos ao sistema educacional (Campos Filho,
2007);
• O foco na família e o repasse de benefício monetário,
atrelado ao acesso a serviços básicos se constituem em
inovações nas formas de atenção, nos serviços
(FONTENELE, 2007);
IMPACTOS POSITIVOS
O Brasil vem seguindo o sentido da regressão de suas políticas sociais.
Pode-se, resumidamente estar diante da transição de um complexo,
diversificado e universalista sistema de proteção e promoção social para
o de focalização e residualista.
O Estado de Direito Democrático se converte em Estado Democrático de
Direita. A convergência entre os interesses de poder/ acumulação capitalista, já
não assimila sequer o discurso democrático, mesmo retórico.
CONTEXTO PÓS-GOLPE
BRASIL ( Estudo IBGE, Instituto Brasileiro de
Economia (Fundação Getúlio Vargas):
Após uma década de queda na desigualdade, milhões retornam à
miséria. Em dois anos, quase 2 milhões de indivíduos rumaram
para a pobreza extrema
DESMANTELAÇÃO DAS TÊNUES REDES DE PROTEÇÃO
SOCIAL A PARTIR DE 2016 E SUAS CONSEQUÊNCIAS:
Após uma década de uma redução jamais vista na desigualdade,
aqueles que vivem abaixo da linha de pobreza extrema ( ganhos
de 7 reais diários), saltaram de 13,5 milhões em 2016 para 15,2
milhões em 2017.
Famílias com renda mensal menor que 406 reais por mês: o total
subiu de 53,7 milhões para 55,4 milhões.
Desigualdade no mercado de trabalho: a renda dos 10% mais
ricos cresceu 3,3% e a fatia mais vulnerável da população teve
uma perda acumulada de mais de 20%.
Pesquisa do IPEA (2016) :Aumento nos pedidos de
benefícios como o Bolsa Família, auxílio-doença e o
Benefício de Prestação Continuada.
Os novos miseráveis do Brasil não estão apenas
cozinhando com lenha, trocando a casa por uma
marquise ou um viaduto. Na Zona da Mata
pernambucana, o governo lida com uma crise de fome
e desnutrição causada pelo empobrecimento da
população. Dependentes do trabalho braçal para o
setor sucroalcooleiro, os habitantes estão sem receber
salário.
As crianças já são as mais afetadas pela extrema
pobreza. O Unicef estima que seis em cada dez crianças
brasileiras são vítimas e sofrem as dimensões desse
drama.
Relatório sobre a insegurança alimentar no mundo : FAO
(Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura): no atual estado de desenvolvimento, a agricultura
mundial poderia alimentar normalmente 12 bilhões de seres
humanos, ou seja, quase o dobro da humanidade (7,7 bilhões de
pessoas hoje). Não há fatalidade. A fome é feita pelas mãos do
homem e pode ser eliminada pelos homens. Uma criança que
morre de fome é assassinada.
O debate sobre a necessidade de combate à fome – uma das
dimensões mais perversas da pobreza – tem um expoente no
Brasil, o cientista pernambucano Josué de Castro, referência
internacional, cuja enorme importância foi, ao se tornar
cidadão do mundo, desnaturalizar a fome e clamar por políticas
públicas de combate a ela.
• 14.072.368 milhões de
beneficiários famílias (13,5 MILHÕES
SETEMBRO)
repasse
• R$ 2.627.861.441,00(2,5
mensal bi em setembro)
• Recebimento mensal médio : R$
Valor 186,74 por família(189,21
médio set/19)
Fonte: Elaborado pela autora, com base nas informações do site do MDS (2019) http://www.mds.gov.br/
Acesso 23/07/2019 e 26/9/2019).
PIB do Brasil em 2018- 6,8
trilhões
PBF de 2019(projeção) –Total- 31,5
bilhões
Porcentagem do Programa Bolsa Família
em relação ao PIB /Brasil: 0,46%
EDUCAÇÃO BRASILEIRA – UM POUCO DE
HISTÓRIA
Período colonial – chegada dos jesuítas em 1534
O sistema colonial organizou-se sobre um modo de produção
escravocrata, primeiro sobre os índios e posteriormente a
escravidão se fundamenta basicamente na mão de obra do
negro africano. Intenso tráfico de escravos africanos.
Por 210 anos, de 1549, quando chegaram ao Brasil, até 1759,
quando se deu sua expulsão pelo Marquês de Pombal, os
jesuítas foram praticamente os únicos educadores do Brasil.
Nesses 210 anos, eles catequizaram os índios, formaram
novos sacerdotes e a elite intelectual brasileira, promoveram
o controle da fé e da moral dos habitantes e a difusão e
unificação da língua portuguesa de Norte a Sul do país
Constituição de 1824: apenas dois parágrafos: ao tratar da
"inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos
brasileiros", estabelece que "A instrução primária é gratuita a
todos os cidadãos" (art. 179, § 32).
Período de forte racismo e preconceito à prática do trabalho
manual, considerado indigno e degradante: “tese da
incapacidade do povo”.
Composição da sociedade imperial:
ELITES: escravocratas latifundiários, senhores de engenho,
fazendeiros do café (aristocratas livres);
CLASSE DOMINADA: colonos brancos e pobres, mestiços
(mamelucos, cafuzos e caboclos), negros escravos e alforriados
(semi-escravos
Brasil IMPÉRIO
O trabalho escravo e semi-escravo garantia a produção
econômica brasileira do açúcar, tabaco, algodão, café
A educação no período imperial formou as elites rurais
(aristocráticas e personalistas) e eram fator de distinção
entre o trabalho intelectual e o trabalho manual.
Educação classista, restrita às elites e com viés religioso
(jesuítico e escolástico).
A educação do povo: não era laica nem pública e estava
praticamente abandonada. Em 1888, o ensino era
acessível a tão somente 1,8% da população . A
quantidade de analfabetos chegava a 85%, sendo que,
dos 15% de alfabetizados, se forem relacionados
somente os que eram letrados, a porcentagem é
infimamente sumária.
D. Pedro II passou o ensino primário e secundário às
Províncias, que tentaram repassar esta
responsabilidade, principalmente o primário, aos
fazendeiros do café e senhores de engenho. Quanto
ao ensino superior, manteve centralizado.
Primário relegado ao abandono: pouquíssimas
escolas, sobrevivendo à custa do sacríficio de alguns
mestre-escolas, que, destituídos de habilitação para o
exercício de qualquer profissão rendosa, se viam na
contigência de ensinar.
CONSTITUIÇÃO DE 1891
- voto direto, descoberto e reservado aos homens maiores de 21
anos e separação entre Estado e Igreja.
- bandeira da laicidade, assim como a separação entre os poderes.
- separação entre Estado e Igreja;
- grande inovação : a laicidade do ensino - diferença entre
católicos e liberais, questão que se aprofundará no curso da
República.
- a proibição do voto aos analfabetos , exclusão do direito à
cidadania que somente será superada pela Constituição de 1988.
Primeira República(1889-
1930)
REVOLUÇÃO DE 1930 - CONSTITUIÇÃO DE
1934
Movimentos importantes : anarquismo, movimentos sindicais
Revoltas Tenentistas (1922 e 1924), Getúlio Vargas no poder, Revolução
Constitucionalista de 1932.
No campo econômico, em reação à crise de 1929, busca-se a substituição
de importações como alternativa ao desenvolvimento industrial.
Cria-se o Ministério de Educação e Saúde (1930), Reforma do ensino
superior e secundário.
No campo do ideário pedagógico: forte a influência do
ESCOLANOVISMO, traduzido no Manifesto dos Pioneiros da Escola
Nova (1932), marco referencial importante do pensamento liberal com
repercussões sobre ideias e reformas propostas
LUTAS IDEOLÓGICAS: CATÓLICOS X
LIBERAIS
ENSIno religioso "de freqüência facultativa [...] nas escolas
públicas primárias, secundárias, profissionais e normais" (art.
153).
Apoio irrestrito ao ensino privado através da isenção de
tributos a quaisquer "estabelecimentos particulares de
educação gratuita primária ou profissional, oficialmente
considerados idôneos" (art. 154)
FUNDEF
FUNDEB
CONCEPÇÕES CRÍTICAS DA EDUCAÇÃO
“Teoria da reprodução” ou “teoria do sistema de
ensino enquanto violência simbólica” (Bourdieu-
Passeron)
Teoria da escola enquanto aparelho ideológico de
Estado” (Althusser)
Teoria da escola dualista” (Baudelot-Establet)