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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

CAMPUS DE JEQUIÉ- DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E EXATAS

DISCIPLINA: QUÍMICA ANALÍTICA III- EXPERIMENTAL

DOCENTE: BRUNO FERREIRA DOS SANTOS

Potenciometria direta: Determinação de pH em


amostras líquidas, pastosas, sólidas e suspensões.

Carine Souza dos Santos

Vanessa Neres Santana

Setembro de 2015

Jequié-BA

INTRODUÇÃO
Medidas potenciométricas diretas provêm um método rápido e
conveniente para determinar a atividade de uma variedade de cátions e ânions.
A técnica requer apenas uma comparação do potencial desenvolvido na célula
quando o eletrodo indicador é imerso na solução do analito, com seu potencial
quando imerso em uma ou mais soluções padrão de concentrações conhecidas
do analito. Se a resposta do eletrodo é específica para o analito, como
geralmente o é, nenhuma etapa prévia de separação é necessária. As medidas
potenciométricas diretas também são prontamente adaptadas para as
aplicações que requerem o registro contínuo e automático de dados
analíticos[1].

Na convenção de sinais na potenciometria o eletrodo indicador sempre é


tratado como o da direita e o eletrodo de referência como o da esquerda. Para
as medidas potenciométricas diretas, o potencial de uma célula pode ser
expresso em termos dos potenciais desenvolvidos pelo eletrodo indicador,
eletrodo de referência e um potencial de junção [1].

Para um cátion Xn+ a 25 °C, a resposta do eletrodo toma a forma


nernstiana geral em que L é uma constante e aX é a atividade do cátion. Para
os eletrodos indicadores metálicos, normalmente L é o potencial padrão do
eletrodo; para eletrodos de membrana, L é a soma de várias constantes,
incluindo o potencial de assimetria, que é dependente do tempo e de valor
incerto, e os termos constantes entre parênteses podem ser combinados para
gerar uma nova constante K, como representado na Equação 1. Para um ânion
An-, o sinal da Equação se inverte[1].

− ( Ecélula −K ) −n( E célula −K )


pX=−log ax= =
0,0592 0,0592
n

Eq1.

Com isso tem-se que para um eletrodo seletivo a cátions, um aumento


em pX resulta em uma diminuição de Ecélula. Assim, quando um voltímetro de
alta resistência é conectado à célula da forma usual, com o eletrodo indicador
ligado ao terminal positivo, a leitura no medidor diminui à medida que pX
aumenta. Outra maneira de se colocar isso é que à medida que a concentração
(ou atividade) do cátion aumenta, pX = - log [X] diminui e Ecélula aumenta.
Note que o sentido dessas variações é exatamente o oposto do que
esperaríamos que ocorresse com a leitura do pHmetro em razão do aumento
da concentração dos íons hidrônio. Para eliminar essa inversão de nossa
noção sobre a variação da escala de pH, os fabricantes de instrumentos
geralmente invertem os contatos de forma que os eletrodos seletivos a cátions
como os eletrodos de vidro sejam conectados ao terminal negativo do
dispositivo de medida de voltagem. Dessa forma, as leituras no medidor
aumentam com a elevação de pX e, como resultado, elas diminuem com o
aumento da concentração do cátion. Portanto, os eletrodos seletivos a ânions
são conectados ao terminal positivo do medidor para que um aumento em pA
também gere leituras maiores.

O método de calibração de eletrodo oferece as vantagens associadas à


simplicidade, velocidade e aplicabilidade no monitoramento contínuo de pX ou
pA. Sofre, contudo, de uma exatidão limitada por causa das incertezas nos
potenciais de junção. Uma desvantagem séria do método de calibração de
eletrodos é o erro inerente que resulta da consideração que K permanece
constante após a calibração. Esta premissa raramente pode ser considerada
verdadeiramente exata porque a composição eletrolítica da solução
desconhecida difere quase inevitavelmente daquela da solução de calibração.
O termo referente ao potencial de junção contido em K varia ligeiramente como
consequência desse fato, mesmo quando uma ponte salina é utilizada. Esse
erro é frequentemente da ordem de 1 mV ou mais. Infelizmente, em
decorrência da natureza da relação potencial/atividade, essa incerteza tem um
efeito amplificado na exatidão da análise [1].
OBJETIVOS

Este relatório tem por objetivo identificar os elementos que compõem um


eletrodo de vidro para medidas de pH, aprender a calibrar e manusear um
pHmetro e aprender a realizar medidas diretas de pH a partir de amostras
líquidas, pastosas, sólidas e suspensões.

MATERIAIS
(Vide roteiro de aulas práticas de Química analítica III- Prática 8)

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
(Vide roteiro de aulas práticas de Química analítica III- Prática 8)
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Obteve-se informações sobre a forma como operar o pHmetro,


calibrando-o em pH 7 e 4, com solução tampão. Em seguida transferiu-se uma
pequena quantidade das amostras líquidas, pastosas, solidas e em suspensão .

Amostra pH Temperatura (ºC)

Vinho 3,01 22,5


Vinagre 2,23 22,0
Refrigerante de limão 2,59 21,2
Refrigerante cola 2,26 21,2
Tomate 4,05 21,4
Shampoo 5,33 22,7
Detergente 5,74 21,2
Farinha 5,91 21,7
Biscoito 6,60 22,1
Café 5,31 21,4

Antes de determinar o pH nas amostras foi preciso utilizar duas


soluções-padrão, uma com pH = 4 e outra com pH = 7 para calibrar. Um fator
importante que pode interferir na calibração é a temperatura, geralmente, as
soluções devem estar em temperatura ambiente, pois os equipamentos,
normalmente, são sensíveis à variação da temperatura.

A maioria dos equipamentos precisa ser calibrada antes de realizar a


análise, e geralmente são utilizadas soluções padrões para realizar esta
calibração. Entretanto, cada equipamento tem uma especificação e para cada
análise existe um padrão adequado.

Algumas vezes, dependendo do tempo e número de amostras, o


equipamento pode perder a calibração. Para garantir que o equipamento esteja
calibrado, entre as amostras são colocados padrões, e por meio do resultado
obtido é possível saber se o equipamento ainda está ou não calibrado .

CONCLUSÃO
Conclui-se que foi possível compreender o funcionamento de um
pHmetro. Sendo a calibração do equipamento de extrema importância, pois por
meio dela o equipamento será aferido. Ou seja, serão utilizados padrões, que
são soluções com concentração conhecida do composto de interesse, para que
o equipamento correlacione o valor obtido na análise com a concentração.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SKOOG, D. A.; HOLLER, F. J; NIEMAN, T. A. Fundamentos de Química
Analítica, Tradução da 8ª edição Norte-Americana, Thomson Learning, São
Paulo, 2006.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA


CAMPUS DE JEQUIÉ- DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E EXATAS

DISCIPLINA: QUÍMICA ANALÍTICA III- EXPERIMENTAL

DOCENTE: BRUNO FERREIRA DOS SANTOS

Titulações Potenciométricas de Neutralização.

Carine Souza dos Santos

Vanessa Neres Santana

Setembro de 2015

Jequié-BA

INTRODUÇÃO
Uma titulação potenciométrica envolve medidas do potencial de um eletrodo
indicador adequado em função do volume do titulante. A informação fornecida
por uma titulação potenciométrica não é a mesma daquela obtida a partir de
uma medida potenciométrica direta[1].

As titulações potenciométricas fornecem dados que são mais confiáveis


que aqueles gerados por titulações que empregam indicadores químicos e elas
são particularmente úteis com soluções coloridas ou turvas e na detecção da
presença de espécies insuspeitas. As titulações potenciométricas têm sido
automatizadas em uma variedade de diferentes maneiras e tituladores
comerciais estão disponíveis no mercado. As titulações potenciométricas
manuais, entretanto, sofrem da desvantagem de consumirem mais tempo que
aquelas envolvendo indicadores[1].

As titulações potenciométricas oferecem vantagens adicionais sobre a


potenciometria direta. Como a medida é baseada no volume de titulante que
provoca uma variação rápida no potencial próximo do ponto de equivalência, as
titulações potenciométricas não são dependentes da medida de valores
absolutos de Ecel. Isso torna a titulação relativamente livre das incertezas do
potencial de junção, pois este permanece relativamente constante durante a
titulação. Por outro lado, os resultados dependem muito do uso de um titulante
com uma concentração exatamente conhecida. O instrumento potenciométrico
sinaliza meramente o ponto final e comporta-se, portanto, de modo idêntico a
um indicador químico. Os problemas com o recobrimento da superfície do
eletrodo ou com a produção de respostas não-nernstianas não são tão sérios
quando o sistema de eletrodos é empregado para monitorar uma titulação. Da
mesma forma, o potencial do eletrodo de referência não precisa ser
exatamente conhecido e estável nas titulações potenciométricas. Outra
vantagem da titulação é que o resultado é a concentração do analito, embora o
eletrodo responda à atividade. Por essa razão, os efeitos da força iônica não
são importantes em procedimentos titulométricos[1].

O emprego para o aparato típico para a realização de titulações


potenciométricas manuais envolve a medida e o registro do potencial da célula
(em unidades de milivolts ou pH, conforme for apropriado) após cada adição do
reagente. O titulante é adicionado inicialmente em incrementos grandes que
são reduzidos à medida que se aproxima do ponto final (indicado por grandes
variações na resposta por unidade de volume) [1].

Diversos métodos podem ser utilizados para determinar o ponto final de


uma titulação potenciométrica. O mais simples envolve um gráfico direto do
potencial em função do volume de reagente. Uma segunda abordagem para a
detecção do ponto final consiste em calcular a variação do potencial por
unidade de titulante, ou seja, estimamos a primeira derivada numérica da curva
de titulação. Um gráfico dos dados da primeira derivada, em função do volume
médio, produz uma curva com um máximo que corresponde ao ponto de
inflexão. Alternativamente, essa razão pode ser avaliada durante a titulação e
registrada, em vez do potencial. Se a curva de titulação é simétrica, o ponto de
máxima inclinação coincide com o ponto de equivalência. Para as curvas de
titulação assimétricas, que são observadas quando as semi-reações do
titulante e do analito envolvem números diferentes de elétrons, um pequeno
erro de titulação ocorre se o ponto de inclinação máxima for empregado. A
segunda derivada dos dados altera o sinal no ponto de inflexão. Essa mudança
é empregada como sinal analítico em alguns tituladores automáticos. O ponto
no qual a segunda derivada passa pelo zero é o ponto de inflexão, que é
tomado como ponto final da titulação; este pode ser localizado de maneira
bastante precisa.

As curvas de titulação de neutralização experimentais se aproximam


bastante das curvas teóricas. Normalmente, as curvas experimentais são, de
alguma forma, deslocadas em relação às curvas teóricas ao longo do eixo do
pH porque concentrações, ao invés das atividades, são utilizadas em sua
obtenção. Esse deslocamento tem pouco efeito na determinação dos pontos
finais e assim as titulações potenciométricas de neutralização são muito úteis
na análise de misturas de ácidos ou de ácidos polipróticos. O mesmo é
verdadeiro para as bases[1].

OBJETIVOS
Este relatório tem por objetivo aprender a realizar titulações
potenciométricas na determinação do teor de uma substância em uma amostra,
aprender a fazer gráficos de titulação potenciométrica para localização do
ponto final usando-se uma planilha eletrônica, assim como determinar a
concentração de uma solução de ácido clorídrico usando-se titulações
potenciométricas de neutralização.

MATERIAIS
(Vide roteiro de aulas práticas de Química analítica III- Prática 11)

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
(Vide roteiro de aulas práticas de Química analítica III- Prática 11)
RESULTADOS E DISCUSSÃO

1. Titulação potenciométrica do HCl.

Com a realização da titulação em triplicada, pode-se observar que o


ponto de viragem do pH se encontra entre os volumes 8,0 e 8,4 mL, como
mostrado na tabela 1. Após identificar o ponto de equivalência foi diminuído a
quantidade do titulante, adicionando-se apenas 0,2 mL.

Tabela 1: Titulação potenciométrica do HCl.

VNaOH 0,09463 mol/L (mL) 1º pH 2º pH 3º pH Media pH

0,0 1,69 1,53 1,55 1,59

1,0 1,74 1,59 1,59 1,64

2,0 1,78 1,67 1,66 1,70

3,0 1,82 1,76 1,73 1,77

4,0 1,88 1,86 1,94 1,89

5,0 1,96 1,98 1,94 1,96

6,0 2,12 2,18 2,10 2,13

7,0 2,36 2,46 2,35 2,39

8,0 3,58 3,53 2,96 3,35

8,2 5,56 5,41 3,43 4,8

8,4 6,16 5,96 5,20 5,77

8,6 7,05 6,60 5,20 6,28

8,8 8,46 7,24 6,28 7,32

9,0 8,86 8,43 6,82 8,03

9,2 9,18 9,08 9,33 9,20

9,4 9,39 9,39 9,98 9,58

9,6 9,60 9,66 10,28 9,84

9,8 9,82 9,90 10,55 10,09

10,0 10,0 10,1 10,74 10,28

Tirou-se uma média dos valores de pH em seus respectivos volumes


para que fosse possível fazer uma relação do pH e o volume do titulante, e esta
pode ser visualizada no gráfico 1, onde observa-se nitidamente o ponto final da
titulação no volume de 8,2 mL, assim como nos gráficos 2, 3 e 4 que
representam os resultados da primeira, segunda e terceira derivada
respectivamente. Com este volume, pode-se calcular a concentração do ácido
utilizado a partir da formula de diluição, sendo assim, afirma-se que a
concentração do HCl é de 0,07760 mol/L.

Gráfico 1: Titulação do HCl.

12

10

6
pH

4
Ponto de
2 Equivalência

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

Volume de NaOH

Gráfico 2: Titulação do HCL (primeira drivada).

12

10

8
ΔpH/ΔV

0
0 5 10 15 20 25 30
Volume de NaOH

Gráfico 3: Titulação do HCl (segunda derivada).


20

10

0
∆²pH/∆V² 0 5 10 15 20 25 30

-10

-20

-30

-40
Volume de NaOH

2. Titulação potenciométrica do vinagre.

Para a titulação do vinagre repetiu-se o procedimento em triplicata, sendo


assim retirou-se a média dos valores encontrados como o representado na
tabela 2, em seguida traçou-se gráficos com relações entre o pH e o volume do
titulante (Gráfico 4), entre o volume do titulante e a primeira derivada (Gráfico
5) e com a segunda derivada (Gráfico 6). Observa-se nitidamente nos gráficos
que o ponto de inflexão se encontra aproximadamente do volume de 7,5 mL.
De posse do ponto final da titulação, pôde-se calcular, através da fórmula de
diluição, a concentração do ácido acético na amostra de vinagre, que é de
0,7097 mol/L.

Tabela 3: Titulação potenciométrica do vinagre.


VNaOH 0,09463 mol/L (mL) pH pH pH Média de pH

0,0 3,19 3,18 3,2 3,19

0,5 3,49 3,52 3,44 3,48

1,0 3,75 3,78 3,73 3,75

1,5 3,96 3,98 3,92 3,95

2,0 4,13 4,16 4,12 4,13

2,5 4,29 4,3 4,28 4,29

3,0 4,45 4,44 4,41 4,43

3,5 4,58 4,58 4,55 4,57

4,0 4,72 4,71 4,7 4,71

4,5 4,88 4,86 4,83 4,85

5,0 5,04 5,03 4,99 5,02

5,5 5,24 5,23 5,19 5,22

6,0 5,5 5,48 5,39 5,45

6,5 5,89 5,8 5,71 5,8

7,0 6,45 6,33 6,17 6,31

7,5 7,98 7,48 6,85 7,43

8,0 10,27 10,08 9,98 10,11

8,5 10,77 10,64 10,49 10,63

9,0 11,05 10,97 10,87 10,96

9,5 11,27 11,18 11,12 11,19

Gráfico 4: Titulação do vinagre.


12

10

6
pH

4 Ponto de
Equivalência
2

0
5 2 5 5 5 8 5 1 5 4 5 7 5 0 5 3 5 6 5
0. 3. 6. 9 . 1 12 . 1 1 5 . 1 18 . 2 21 . 2 24 . 2 2 7 .
Volume NaOH

Gráfico 5: Titulação do vinagre (primeira derivada).

4
ΔpH/ΔV

0
0 5 10 15 20 25 30
Volume NaOH

Gráfico 6: Titulação do vinagre (segunda derivada).


8
6
4

∆²pH/∆V² 2
0
0 5 10 15 20 25 30
-2
-4
-6
-8
-10
Volume NaOH

CONCLUSÃO

Considerando os fatos aqui apresentados, conclui-se que foi de grande


êxito a realização deste trabalho, de forma que foi possível a o entendimento
da realização da titulação potenciométrica, proporcionando um ensino efetivo
na realização de gráficos para a localização do ponto final e em consequência
pôde-se calcular a concentração de amostras desconhecidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. SKOOG, D. A.; HOLLER, F.J.; NIEMAN, T.A. Princípios de Análise


Instrumental. Editora Artmed, 5ª edição, Porto Alegre, 2002.

2. CIENFUEGOS, F.; VAITSMAN, D. Análise Instrumental. Editora


Interferência, Rio de Janeiro, 2000.

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