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DECLARAÇÃO SOCIOLABORAL DO MERCOSUL

OS CHEFES DE ESTADO DOS ESTADOS PARTES DO MERCADO COMUM DO


SUL,

Considerando que os Estados Partes do MERCOSUL reconhecem, nos termos


do Tratado de Assunção (1991), que a ampliação das atuais dimensões de seus
mercados nacionais, por meio da integração, constitui condição fundamental para
acelerar os processos de desenvolvimento econômico com justiça social;

Considerando que os Estados Partes declaram, no mesmo Tratado, a


disposição de promover a modernização de suas economias para ampliar a oferta de
bens e serviços disponíveis e, em conseqüência, melhorar as condições de vida de
seus habitantes;

Considerando que os Estados Partes, além de membros da Organização


Internacional do Trabalho (OIT), ratificaram as principais convenções que garantem
os direitos essenciais dos trabalhadores, e adotam em larga medida as
recomendações orientadas para a promoção do emprego de qualidade, das
condições saudáveis de trabalho, do diálogo social e do bem-estar dos trabalhadores;

Considerando, ademais, que os Estados Partes apoiaram a “Declaração da


OIT relativa a princípios e direitos fundamentais no trabalho” (1998), que reafirma o
compromisso dos Membros de respeitar, promover e colocar em prática os direitos e
obrigações expressos nas convenções reconhecidas como fundamentais dentro e
fora da Organização;

Considerando que os Estados Partes estão comprometidos com as


declarações, pactos, protocolos e outros tratados que integram o patrimônio jurídico
da Humanidade, entre os quais a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948),
o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966), o Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966), a Declaração Americana de Direitos
e Obrigações do Homem (1948), a Carta Interamericana de Garantias Sociais (1948),
a Carta da Organização dos Estados Americanos – OEA (1948), a Convenção
Americana de Direitos Humanos sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
(1988);

Considerando que diferentes fóruns internacionais, entre os quais a Cúpula de


Copenhague (1995), têm enfatizado a necessidade de se instituir mecanismos de
acompanhamento e avaliação dos componentes sociais da mundialização da
economia, a fim de assegurar a harmonia entre progresso econômico e bem-estar
social;

Considerando que a adesão dos Estados Partes aos princípios da democracia


política e do Estado de Direito e do respeito irrestrito aos direitos civis e políticos da
pessoa humana constitui base irrenunciável do projeto de integração;

Considerando que a integração envolve aspectos e efeitos sociais cujo


reconhecimento implica a necessidade de prever, analisar e solucionar os diferentes
problemas gerados, neste âmbito, por essa mesma integração;
Considerando que os Ministros do Trabalho do MERCOSUL têm manifestado,
em suas reuniões, que a integração regional não pode confinar-se à esfera comercial
e econômica, mas deve abranger a temática social, tanto no que diz respeito à
adequação dos marcos regulatórios trabalhistas às novas realidades configuradas por
essa mesma integração e pelo processo de globalização da economia, quanto ao
reconhecimento de um patamar mínimo de direitos dos trabalhadores no âmbito do
MERCOSUL, correspondente às convenções fundamentais da OIT;

Considerando a decisão dos Estados Partes de consubstanciar em um


instrumento comum os progressos já alcançados na dimensão social do processo de
integração e alicerçar os avanços futuros e constantes no campo social, sobretudo
mediante a ratificação e cumprimento das principais convenções da OIT;

Adotam os seguintes princípios e direitos na área do trabalho, que passam a


constituir a “declaração sociolaboral do mercosul”, sem prejuízo de outros que a
prática nacional ou internacional dos Estados Partes tenha instaurado ou venha a
instaurar:

Direitos Individuais

ARTIGO 1º
Não discriminação

1.- Todo trabalhador tem garantida a igualdade efetiva de direitos,


tratamento e oportunidades no emprego e ocupação, sem distinção ou exclusão por
motivo de raça, origem nacional, cor, sexo ou orientação sexual, idade, credo, opinião
política ou sindical, ideologia, posição econômica ou qualquer outra condição social
ou familiar, em conformidade com as disposições legais vigentes.

2.- Os Estados Partes comprometem-se a garantir a vigência deste


princípio de não discriminação. Em particular, comprometem-se a realizar ações
destinadas a eliminar a discriminação no que tange aos grupos em situação
desvantajosa no mercado de trabalho.

ARTIGO 2º
Promoção da igualdade

1.- As pessoas portadoras de necessidades especiais serão tratadas de


forma digna e não discriminatória, favorecendo-se sua inserção social e no mercado
de trabalho.

2.- Os Estados Partes comprometem-se a adotar medidas efetivas,


especialmente no que se refere à educação, formação, readaptação e orientação
profissional, à adequação dos ambientes de trabalho e ao acesso aos bens e serviços
coletivos, a fim de assegurar que as pessoas portadoras de necessidades especiais
tenham a possibilidade de desempenhar uma atividade produtiva.

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ARTIGO 3º

Os Estados Partes comprometem-se a garantir, mediante a legislação e


práticas trabalhistas, a igualdade de tratamento e oportunidades entre mulheres e
homens.

ARTIGO 4º
Trabalhadores Migrantes e Fronteiriços

1.- Todo trabalhador migrante, independentemente de sua nacionalidade,


tem direito à ajuda, informação, proteção e igualdade de direitos e condições de
trabalho reconhecidos aos nacionais do país em que estiver exercendo suas
atividades, em conformidade com a legislação profissional de cada país.

2.- Os Estados Partes comprometem-se a adotar medidas tendentes ao


estabelecimento de normas e procedimentos comuns relativos à circulação dos
trabalhadores nas zonas de fronteira e a levar a cabo as ações necessárias para
melhorar as oportunidades de emprego e as condições de trabalho e de vida destes
trabalhadores.

ARTIGO 5º
Eliminação do trabalho forçado

1.- Toda pessoa tem direito ao trabalho livre e a exercer qualquer ofício ou
profissão, de acordo com as disposições nacionais vigentes.

2.- Os Estados Partes comprometem-se a eliminar toda forma de trabalho


ou serviço exigido a um indivíduo sob a ameaça de uma pena qualquer e para o qual
dito indivíduo não se ofereça voluntariamente.

3.- Ademais, comprometem-se a adotar medidas para garantir a abolição de


toda utilização de mão-de-obra que propicie, autorize ou tolere o trabalho forçado ou
obrigatório.

4.- De modo especial, suprime-se toda forma de trabalho forçado ou


obrigatório que possa utilizar-se:

a) como meio de coerção ou de educação política ou como castigo por não ter ou
expressar o trabalhador determinadas opiniões políticas, ou por manifestar
oposição ideológica à ordem política, social ou econômica estabelecida;
b) como método de mobilização e utilização da mão-de-obra com fins de fomento
econômico;
c) como medida de disciplina no trabalho;
d) como castigo por haver participado em greves;
e) como medida de discriminação racial, social, nacional ou religiosa.

ARTIGO 6º
Trabalho infantil e de menores
1.- A idade mínima de admissão ao trabalho será aquela estabelecida
conforme as legislações nacionais dos Estados Partes, não podendo ser inferior
àquela em que cessa a escolaridade obrigatória.

2.- Os Estados Partes comprometem-se a adotar políticas e ações que


conduzam à abolição do trabalho infantil e à elevação progressiva da idade mínima
para ingressar no mercado de trabalho.

3.- O trabalho dos menores será objeto de proteção especial pelos Estados
Partes, especialmente no que concerne à idade mínima para o ingresso no mercado
de trabalho e a outras medidas que possibilitem seu pleno desenvolvimento físico,
intelectual, profissional e moral.

4.- A jornada de trabalho para esses menores, limitada conforme as


legislações nacionais, não admitirá sua extensão mediante a realização de horas
extras nem em horários noturnos.

5.- O trabalho dos menores não deverá realizar-se em um ambiente


insalubre, perigoso ou imoral, que possa afetar o pleno desenvolvimento de suas
faculdades físicas, mentais e morais.

6.- A idade de admissão a um trabalho com alguma das características


antes assinaladas não poderá ser inferior a 18 anos.

ARTIGO 7º
Direitos dos empregadores

1.- O empregador tem o direito de organizar e dirigir econômica e


tecnicamente a empresa, em conformidade com as legislações e as práticas
nacionais.

Direitos Coletivos

ARTIGO 8º
Liberdade de Associação

1.- Todos os empregadores e trabalhadores têm o direito de constituir as


organizações que considerem convenientes, assim como de afiliar-se a essas
organizações, em conformidade com as legislações nacionais vigentes.

2.- Os Estados Partes comprometem-se a assegurar, mediante dispositivos


legais, o direito à livre associação, abstendo-se de qualquer ingerência na criação e
gestão das organizações constituídas, além de reconhecer sua legitimidade na
representação e na defesa dos interesses de seus membros.

ARTIGO 9ª
Liberdade Sindical

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1. Os trabalhadores deverão gozar de adequada proteção contra todo ato
de discriminação tendente a menoscabar a liberdade sindical com relação a seu
emprego.

2. Deverá garantir-se:

a) a liberdade de filiação, de não filiação e desfiliação, sem que isto


comprometa o ingresso em um emprego ou sua continuidade no mesmo;

b) evitar demissões ou prejuízos a um trabalhador por causa de sua filiação


sindical ou de sua participação em atividades sindicais;

c) o direito de ser representado sindicalmente, de acordo com a legislação,


acordos e convenções coletivos de trabalho em vigor nos Estados Partes.

ARTIGO 10º
Negociação Coletiva

Os empregadores ou suas organizações e as organizações ou


representações de trabalhadores têm direito de negociar e celebrar convenções e
acordos coletivos para regular as condições de trabalho, em conformidade com as
legislações e práticas nacionais.

ARTIGO 11º
Greve

1.- Todos os trabalhadores e as organizações sindicais têm garantido o


exercício do direito de greve, conforme as disposições nacionais vigentes. Os
mecanismos de prevenção ou solução de conflitos ou a regulação deste direito não
poderão impedir seu exercício ou desvirtuar sua finalidade.

2.- Promoção e desenvolvimento de procedimentos preventivos e de


autocomposição de conflitos.

ARTIGO 12º

Os Estados Partes comprometem-se a propiciar e desenvolver formas


preventivas e alternativas de autocomposição dos conflitos individuais e coletivos de
trabalho, fomentando a utilização de procedimentos independentes e imparciais de
solução de controvérsias.
ARTIGO 13º
Diálogo social

Os Estados Partes comprometem-se a fomentar o diálogo social nos âmbitos


nacional e regional, instituindo mecanismos efetivos de consulta permanente entre
representantes dos governos, dos empregadores e dos trabalhadores, a fim de
garantir, mediante o consenso social, condições favoráveis ao crescimento
econômico sustentável e com justiça social da região e a melhoria das condições de
vida de seus povos.

Outros Direitos

ARTIGO 14º
Fomento do emprego

Os Estados Partes comprometem-se a promover o crescimento econômico, a


ampliação dos mercados interno e regional e a executar políticas ativas referentes ao
fomento e criação do emprego, de modo a elevar o nível de vida e corrigir os
desequilíbrios sociais e regionais.

ARTIGO 15º
Proteção dos desempregados

1.- Os Estados Partes comprometem-se a instituir, manter e melhorar


mecanismos de proteção contra o desemprego, compatíveis com as legislações e as
condições internas de cada país, a fim de garantir a subsistência dos trabalhadores
afetados pela desocupação involuntária e ao mesmo tempo facilitar o acesso a
serviços de recolocação e a programas de requalificação profissional que facilitem
seu retorno a uma atividade produtiva.

ARTIGO 16º
Formação profissional e desenvolvimento de recursos humanos

1.- Todo trabalhador tem direito à orientação, à formação e à capacitação


profissional.

2.- Os Estados Partes comprometem-se a instituir, com as entidades


envolvidas que voluntariamente assim o desejem, serviços e programas de formação
ou orientação profissional contínua e permanente, de maneira a permitir aos
trabalhadores obter as qualificações exigidas para o desempenho de uma atividade
produtiva, aperfeiçoar e reciclar os conhecimentos e habilidades, considerando
fundamentalmente as modificações resultantes do progresso técnico.

3.- Os Estados Partes obrigam-se ademais a adotar medidas destinadas a


promover a articulação entre os programas e serviços de orientação e formação
profissional, por um lado, e os serviços públicos de emprego e de proteção dos
desempregados, por outro, com o objetivo de melhorar as condições de inserção
laboral dos trabalhadores.

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4.- Os Estados Partes comprometem-se a garantir a efetiva informação
sobre os mercados de trabalho e sua difusão tanto a nível nacional como regional.

ARTIGO 17º
Saúde e segurança no trabalho

1.- Todo trabalhador tem o direito de exercer suas atividades em um


ambiente de trabalho sadio e seguro, que preserve sua saúde física e mental e
estimule seu desenvolvimento e desempenho profissional.

2.- Os Estados Partes comprometem-se a formular, aplicar e atualizar em


forma permanente e em cooperação com as organizações de empregadores e de
trabalhadores, políticas e programas em matéria de saúde e segurança dos
trabalhadores e do meio ambiente de trabalho, a fim de prevenir os acidentes de
trabalho e as enfermidades profissionais, promovendo condições ambientais
propícias para o desenvolvimento das atividades dos trabalhadores.

ARTIGO 18º
Inspeção do trabalho

1.- Todo trabalhador tem direito a uma proteção adequada no que se refere
às condições e ao ambiente de trabalho.

2.- Os Estados Partes comprometem-se a instituir e a manter serviços de


inspeção do trabalho, com o propósito de controlar em todo o seu território o
cumprimento das disposições normativas que dizem respeito à proteção dos
trabalhadores e às condições de segurança e saúde no trabalho.

ARTIGO 19º
Seguridade social

1.- Os trabalhadores do MERCOSUL têm direito à seguridade social, nos


níveis e condições previstos nas respectivas legislações nacionais.

2.- Os Estados Partes comprometem-se a garantir uma rede mínima de


amparo social que proteja seus habitantes frente à contingência de riscos sociais,
enfermidades, velhice, invalidez e morte, buscando coordenar as políticas na área
social, de forma a suprimir eventuais discriminações derivadas da origem nacional dos
beneficiários.

ARTIGO 20º
Aplicação e Seguimento

1.- Os Estados Partes comprometem-se a respeitar os direitos


fundamentais inscritos nesta Declaração e a promover sua aplicação em
conformidade com a legislação e as práticas nacionais e as convenções e acordos
coletivos. Para tanto, recomendam instituir, como parte integrante desta Declaração,
uma Comissão Sociolaboral, órgão tripartite, auxiliar do Grupo Mercado Comum, que
terá caráter promocional e não sancionador, dotado de instâncias nacionais e regional,
com o objetivo de fomentar e acompanhar a aplicação do instrumento. A Comissão
Sociolaboral Regional manifestar-se-á por consenso dos três setores, e terá as
seguintes atribuições e responsabilidades:

a) examinar, comentar e encaminhar as memórias preparadas pelos Estados


Partes, decorrentes dos compromissos desta Declaração;

b) formular planos, programas de ação e recomendações tendentes a fomentar a


aplicação e o cumprimento da Declaração;

c) examinar observações e consultas sobre dificuldades e incorreções na


aplicação e cumprimento dos dispositivos contidos na Declaração;

d) examinar dúvidas sobre a aplicação dos termos da Declaração e propor


esclarecimentos;

e) elaborar análises e relatórios sobre a aplicação e o cumprimento da


Declaração;

f) examinar e apresentar as propostas de modificação do texto da Declaração e


lhes dar o encaminhamento pertinente.

2.- As formas e mecanismos de encaminhamento dos assuntos acima


listados serão definidos pelo regulamento interno da Comissão Sociolaboral Regional.

ARTIGO 21º

A Comissão Sociolaboral Regional deverá reunir-se ao menos uma vez


ao ano para analisar as memórias oferecidas pelos Estados Partes e preparar
relatório a ser elevado ao Grupo Mercado Comum.

ARTIGO 22º

A Comissão Sociolaboral Regional redigirá, por consenso e no prazo de


seis meses, a contar da data de sua instituição, seu próprio regulamento interno e o
das comissões nacionais, devendo submetê-los ao Grupo Mercado Comum para
aprovação.

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ARTIGO 23º

Os Estados Partes deverão elaborar, por intermédio de seus Ministérios do


Trabalho e em consulta às organizações mais representativas de empregadores e de
trabalhadores, memórias anuais, contendo:

a) o relato das alterações ocorridas na legislação ou na prática nacional


relacionadas à implementação dos enunciados desta Declaração; e
b) o relato dos avanços realizados na promoção desta Declaração e das
dificuldades enfrentadas em sua aplicação.

ARTIGO 24º

Os Estados Partes concordam que esta Declaração, tendo em vista seu caráter
dinâmico e o avanço do processo de integração subregional, será objeto de revisão,
decorridos dois anos de sua adoção, com base na experiência acumulada no curso de
sua aplicação ou nas propostas e subsídios formulados pela Comissão Sociolaboral
ou por outros agentes.

ARTIGO 25º

Os Estados Partes ressaltam que esta Declaração e seu mecanismo de


seguimento não poderão ser invocados nem utilizados para outros fins que os neles
previstos, vedada, em particular, sua aplicação a questões comerciais, econômicas e
financeiras.

Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1998.

______________________________ ______________________________
CARLOS SAUL MENEM FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

______________________________ ______________________________
RAUL CUBAS GRAU JULIO MARIA SANGUINETTI
DECLARACIÓN SOCIOLABORAL DEL MERCOSUR

LOS JEFES DE ESTADO DE LOS ESTADOS PARTES DEL MERCADO COMÚN


DEL SUR,

Considerando que los Estados Parte del MERCOSUR reconocen, en los


términos del Tratado de Asunción (1991), que la ampliación de las actuales
dimensiones de sus mercados nacionales, mediante la integración, constituye
condición fundamental para acelerar los procesos de desarrollo económico con
justicia social;

Considerando que los Estados Partes declaran, en el mismo Tratado, la


disposición de promover la modernización de sus economías para ampliar la oferta de
bienes y servicios disponibles y, consecuentemente, mejorar las condiciones de vida
de sus habitantes;

Considerando que los Estados Partes, además de Miembros de la


Organización Internacional del Trabajo (OIT), ratificaron los principales convenios que
garantizan los derechos esenciales de los trabajadores, y adoptan en gran medida las
recomendaciones orientadas para la promoción del empleo de calidad, de las
condiciones saludables de trabajo, del diálogo social y del bienestar de los
trabajadores;

Considerando además que los Estados Partes apoyaron la “Declaración de la


OIT relativa a los Principios y Derechos Fundamentales en el Trabajo” (1998), la cual
reafirma el compromiso de los Miembros de respetar, promover y poner en práctica los
derechos y obligaciones expresados en los convenios reconocidos como
fundamentales dentro y fuera de la Organización;

Considerando que los Estados Partes están comprometidos con las


declaraciones, pactos, protocolos y otros tratados que integran el patrimonio jurídico
de la Humanidad, entre ellos la Declaración Universal de los Derechos Humanos
(1948), el Pacto Internacional de los Derechos Civiles y Políticos (1966), el Pacto
Internacional de los Derechos Económicos, Sociales y Culturales (1966), la
Declaración Americana de Derechos y Obligaciones del Hombre (1948), la Carta
Interamericana de Garantías Sociales (1948), la Carta de la Organización de los
Estados Americanos – OEA (1948), la Convención Americana de Derechos Humanos
sobre Derechos Económicos, Sociales y Culturales (1988);

Considerando que diferentes foros internacionales, entre ellos la Cumbre de


Copenhague (1995), han enfatizado la necesidad de instituir mecanismos de
seguimiento y evaluación de los componentes sociales de la mundialización de la
economía, con el fín de asegurar la armonía entre progreso económico y bienestar
social;

Considerando que la adhesión de los Estados Partes a los principios de la


democracia política y del Estado de Derecho y del respeto irrestricto a los derechos
civiles y políticos de la persona humana constituye base irrenunciable del proyecto de
integración;

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Considerando que la integración involucra aspectos y efectos sociales cuyo
reconocimiento implica la necesidad de prever, analizar y solucionar los diferentes
problemas generados, en este ámbito, por esa misma integración;

Considerando que los Ministros de Trabajo del MERCOSUR han manifestado,


en sus reuniones, que la integración regional no puede restringirse a la esfera
comercial y económica, sino debe alcanzar la temática social, tanto en lo que se
refiere a la adecuación de los marcos regulatorios laborales a las nuevas realidades
configuradas por esa misma integración y por el proceso de globalización de la
economía, como al reconocimiento de un nivel mínimo de derechos de los
trabajadores en el ámbito del MERCOSUR, correspondiente a los convenios
fundamentales de la OIT;

Considerando la decisión de los Estados Partes de consolidar en un


instrumento común los progresos ya logrados en la dimensión social del proceso de
integración y sostener los avances futuros y constantes en el campo social, sobre todo
mediante la ratificación y cumplimiento de los principales convenios de la OIT;

Adoptan los siguientes principios y derechos en el area del trabajo, que pasan a
constituir la “Declaración sociolaboral del Mercosur”, sin perjuicio de otros que la
práctica nacional o internacional de los Estados Partes haya instaurado o vaya a
instaurar:

Derechos Individuales

ARTIGO 1º
No discriminación

1.- Todo trabajador tiene garantizada la igualdad efectiva de derechos, trato


y oportunidades en el empleo y ocupación, sin distinción o exclusión en razón de raza,
origen nacional, color, sexo u orientación sexual, edad, credo, opinión política o
sindical, ideología, posición económica o cualquier otra condición social o familiar, en
conformidad con las disposiones legales vigentes.

2.- Los Estados Partes se comprometen a garantizar la vigencia de este


principio de no discriminación. En particular se comprometen a realizar acciones
destinadas a eliminar la discriminación respecto de los grupos en situación de
desventaja en el mercado de trabajo.

ARTIGO 2º
Promoción de la igualdad

1.- Las personas con discapacidades físicas o mentales serán tratadas en


forma digna y no discriminatoria, favoreciéndose su inserción social y laboral.

2.- Los Estados Partes se comprometen a adoptar medidas efectivas,


especialmente en lo que se refiere a la educación, formación, readaptación y
orientación profesional, a la adecuación de los ambientes de trabajo y al acceso a los
bienes y servicios colectivos, a fin de asegurar que las personas discapacitadas
tengan la posibilidad de desempeñarse en una actividad productiva.
ARTÍCULO 3º

Los Estados Partes se comprometen a garantizar, a través de la normativa y


prácticas laborales, la igualdad de trato y oportunidades entre mujeres y hombres.

ARTICULO 4º
Trabajadores Migrantes y Fronterizos

1.- Todo trabajador migrante, independientemente de su nacionalidad, tiene


derecho a ayuda, información, protección e igualdad de derechos y condiciones de
trabajo reconocidos a los nacionales del país en el que estuviere ejerciendo sus
actividades, de conformidad con las reglamentaciones profesionales de cada país.

2.- Los Estados Partes se comprometen a adoptar medidas tendientes al


establecimiento de normas y procedimientos comunes relativos a la circulación de los
trabajadores en las zonas de frontera y a llevar a cabo las acciones necesarias a fin
de mejorar las oportunidades de empleo y las condiciones de trabajo y de vida de
estos trabajadores.

ARTICULO 5º
Eliminación del trabajo forzoso

1.- Toda persona tiene derecho al trabajo libre y a ejercer cualquier oficio o
profesión conforme a las disposiciones nacionales vigentes.

2.- Los Estados Partes se comprometen a eliminar toda forma de trabajo o


servicio exigido a un individuo bajo la amenaza de una pena cualquiera y para el cual
dicho individuo no se ofrece voluntariamente.

3.- Además se comprometen a adoptar medidas para garantizar la abolición


de toda utilización de la mano de obra que propicie, autorice o tolere el trabajo forzoso
u obligatorio.

4.- Especialmente suprímese toda forma de trabajo forzoso u obligatorio del


que pueda hacerse uso:

a) como medio de coerción o de educación política o como castigo por no tener


o expresar el trabajador determinadas opiniones políticas o por manifestar
oposición ideológica al orden político, social o económico establecido;

b) como método de movilización y utilización de la mano de obra con fines de


fomento económico;

c) como medida de disciplina en el trabajo,

d) como castigo por haber participado en huelgas;

e) como medida de discriminación racial, social, nacional o religiosa.

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ARTICULO 6º
Trabajo Infantil y de Menores

1.- La edad mínima de admisión al trabajo será aquella establecida


conforme a las legislaciones nacionales de los Estados Partes, no pudiendo ser
inferior a aquella en que cesa la escolaridad obligatoria.

2.- Los Estados Partes se comprometen a adoptar políticas y acciones que


conduzcan a la abolición del trabajo infantil y a la elevación progresiva de la edad
mínima para ingresar al mercado de trabajo.

3.- El trabajo de los menores será objeto de protección especial por los
Estados Partes, especialmente en lo que concierne a la edad mínima para el ingreso
al mercado de trabajo y a otras medidas que posibiliten su pleno desarrollo físico,
intelectual, profesional y moral.

4.- La jornada de trabajo para esos menores, limitada conforme a las


legislaciones nacionales, no admitirá su extensión mediante la realización de horas
extras ni en horarios nocturnos.

5.- El trabajo de los menores no deberá realizarse en un ambiente insalubre,


peligroso o inmoral, que pueda afectar el pleno desarrollo de sus facultades físicas,
mentales y morales.

6.- La edad de admisión a un trabajo con alguna de las características antes


señaladas no podrá ser inferior a los 18 años.

ARTICULO 7º
Derechos de los Empleadores

El empleador tiene el derecho de organizar y dirigir económica y técnicamente


la empresa, de conformidad con las legislaciones y prácticas nacionales.
Derechos Colectivos

ARTICULO 8º
Libertad de Asociación

1.- Todos los empleadores y trabajadores tienen el derecho de constituír las


organizaciones que estimen convenientes, así como de afiliarse a esas
organizaciones, de conformidad con las legislaciones nacionales vigentes.

2.- Los Estados Partes se comprometen a asegurar, mediante dispositivos


legales, el derecho a la libre asociación, absteniéndose de cualquier injerencia en la
creación y gestión de las organizaciones constituidas, además de reconocer su
legitimidad en la representación y la defensa de los intereses de sus miembros.

ARTICULO 9º
Libertad Sindical

1.- Los trabajadores deberán gozar de adecuada protección contra todo


acto de discriminación tendiente a menoscabar la libertad sindical con relación a su
empleo.

2.- Se deberá garantizar:

a) la libertad de afiliación, de no afiliación y de desafiliación, sin que ello


comprometa el ingreso a un empleo o su continuidad en el mismo;

b) evitar despidos o perjuicios que tengan como causa su afiliación sindical o


su participación en actividades sindicales;

c) el derecho a ser representados sindicalmente, conforme a la legislación,


acuerdos y convenciones colectivos de trabajo vigentes en los Estados
Partes.

ARTICULO 10º
Negociación colectiva

Los empleadores o sus organizaciones y las organizaciones o


representaciones de trabajadores tienen derecho a negociar y celebrar convenciones
y acuerdos colectivos para reglamentar las condiciones de trabajo, de conformidad
con las legislaciones y prácticas nacionales.

ARTICULO 11º
Huelga

1.- Todos los trabajadores y las organizaciones sindicales tienen


garantizado el ejercicio del derecho de huelga, conforme a las disposiciones
nacionales vigentes. Los mecanismos de prevención o solución de conflictos o la
regulación de este derecho no podrán impedir su ejercicio o desvirtuar su finalidad.

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2.- Promoción y desarrollo de procedimientos preventivos y de
autocomposición de confictos

ARTICULO 12º

Los Estados Partes se comprometen a propiciar y desarrollar formas


preventivas y alternativas de autocomposición de los conflictos individuales y
colectivos de trabajo, fomentando la utilización de procedimientos independientes e
imparciales de solución de controversias.

ARTICULO 13º
Diálogo Social

Los Estados Partes se comprometen a fomentar el diálogo social en los


ámbitos nacional y regional, instituyendo mecanismos efectivos de consulta
permanente entre representantes de los gobiernos, de los empleadores y de los
trabajadores, a fin de garantizar, mediante el consenso social, condiciones favorables
al crecimiento económico sostenible y con justicia social de la región y la mejora de las
condiciones de vida de sus pueblos.

ARTICULO14º
Fomento del Empleo

Los Estados Partes se comprometen a promover el crecimiento económico, la


ampliación de los mercados interno y regional y la puesta en práctica de políticas
activas referentes al fomento y creación del empleo, a fin de elevar el nivel de vida y
corregir los desequilibrios sociales y regionales.

ARTICULO 15º
Protección de los Desempleados

Los Estados Partes se comprometen a instituir, mantener y mejorar


mecanismos de protección contra el desempleo, compatibles con las legislaciones y
las condiciones internas de cada país, a fin de garantizar la subsistencia de los
trabajadores afectados por la desocupación involuntaria y al mismo tiempo facilitar el
acceso a servicios de reubicación y a programas de recalificación profesional que
faciliten su retorno a una actividad productiva.

ARTICULO 16º
Formación Profesional y Desarrollo de Recursos Humanos

1.- Todo trabajador tiene derecho a la orientación, a la formación y a la


capacitación profesional.

2.- Los Estados Partes se comprometen a instituír, con las entidades


involucradas que voluntariamente así lo deseen, servicios y programas de formación y
orientación profesional continua y permanente, de manera de permitir a los
trabajadores obtener las calificaciones exigidas para el desempeño de una actividad
productiva, perfeccionar y reciclar los conocimientos y habilidades, considerando
fundamentalmente las modificaciones resultantes del progreso técnico.

3.- Los Estados Partes se obligan además a adoptar medidas destinadas a


promover la articulación entre los programas y servicios de orientación y formación
profesional, por un lado, y los servicios públicos de empleo y de protección de los
desempleados, por otro, con el objetivo de mejorar las condiciones de inserción
laboral de los trabajadores.

4.- Los Estados Partes se comprometen a garantizar la efectiva información


sobre los mercados laborales y su difusión tanto a nivel nacional como regional.

ARTICULO 17º
Salud y Seguridad en el Trabajo

1.- Todo trabajador tiene el derecho a ejercer sus actividades en un


ambiente de trabajo sano y seguro, que preserve su salud física y mental y estimule su
desarrollo y desempeño profesional.

2.- Los Estados Partes se comprometen a formular, aplicar y actualizar, en


forma permanente y en cooperación con las organizaciones de empleadores y de
trabajadores, políticas y programas en materia de salud y seguridad de los
trabajadores y del medio ambiente del trabajo, con el fin de prevenir los accidentes de
trabajo y las enfermedades profesionales, promoviendo condiciones ambientales
propicias para el desarrollo de las actividades de los trabajadores.

ARTICULO 18º
Inspección del Trabajo

1.- Todo trabajador tiene derecho a una protección adecuada en lo que se


refiere a las condiciones y al ambiente de trabajo.

2.- Los Estados Partes se comprometen a instituir y a mantener servicios de


inspección del trabajo, con el cometido de controlar en todo su territorio el
cumplimiento de las disposiones normativas que se refieren a la protección de los
trabajadores y a las condiciones de seguridad y salud en el trabajo.

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ARTICULO 19º
Seguridad Social

1.- Los trabajadores del MERCOSUR tienen derecho a la seguridad social,


en los niveles y condiciones previstos en las respectivas legislaciones nacionales.

2.- Los Estados Partes se comprometen a garantizar una red mínima de


amparo social que proteja a sus habitantes ante la contingencia de riesgos sociales,
enfermedades, vejez, invalidez y muerte, buscando coordinar las políticas en el área
social, de forma de suprimir eventuales discriminaciones derivadas del origen nacional
de los beneficiarios.

Aplicación y Seguimiento
ARTICULO 20º

1.- Los Estados Partes se comprometen a respetar los derechos


fundamentales inscritos en esta Declaración y a promover su aplicación de
conformidad con la legislación y las prácticas nacionales y las convenciones y
acuerdos colectivos. Con tal finalidad, recomiendan instituir, como parte integrante de
esta Declaración, una Comisión Sociolaboral, órgano tripartito, auxiliar del Grupo
Mercado Común, que tendrá carácter promocional y no sancionatorio, dotado de
instancias nacionales y regional, con el objetivo de fomentar y acompañar la
aplicación del instrumento. La Comisión Sociolaboral Regional se manifestará por
consenso de los tres sectores, y tendrá las siguientes atribuciones y
responsabilidades:

a) examinar, comentar y canalizar las memorias preparadas por los Estados


Partes, resultantes de los compromisos de esta Declaración;

b) formular planes, programas de acción y recomendaciones tendientes a


fomentar la aplicación y el cumplimiento de la Declaración;

c) examinar observaciones y consultas sobre dificultades e incorrecciones en la


aplicación y cumplimiento de las disposiciones contenidas en la Declaración;

d) examinar dudas sobre la aplicación de la Declaración y proponer aclaraciones;

e) elaborar análises e informes sobre la aplicación y el cumplimiento de la


Declaración;

f) examinar y presentar las propuestas de modificación del texto de la


Declaración y darles el curso pertinente.

2.- Las formas y mecanismos de canalización de los asuntos citados


precedentemente serán definidos por el reglamento interno de la Comisión
Sociolaboral Regional.
ARTICULO 21º

La Comisión Sociolaboral Regional deberá sesionar por lo menos una vez al


año para analizar las memorias ofrecidas por los Estados Partes y preparar informe a
ser elevado al Grupo Mercado Común.

ARTICULO 22º

La Comisión Sociolaboral Regional redactará, por consenso y en el plazo de


seis meses, a contar de la fecha de su institución, su propio reglamento interno y el de
las comisiones nacionales, debiendo someterlos al Grupo Mercado Común para su
aprobación.

ARTICULO 23º

Los Estados Partes deberán elaborar, por intermedio de sus Ministerios de


Trabajo y en consulta a las organizaciones más representativas de empleadores y de
trabajadores, memorias anuales, conteniendo:

a) el informe de los cambios ocurridos en la legislación o en la práctica nacional


relacionados con la implementación de los enunciados de esta Declaración; y

b) el informe de los avances realizados en la promoción de esta Declaración y de


las dificultades enfrentadas en su aplicación.

ARTICULO 24º

Los Estados Partes acuerdan que esta Declaración, teniendo en cuenta su


carácter dinámico y el avance del proceso de integración subregional, será objeto de
revisión, transcurridos dos años de su adopción, con base en la experiencia
acumulada en el curso de su aplicación o en las propuestas e insumos formulados por
la Comisión Sociolaboral o por otros organismos.

ARTICULO 25º

Los Estados Partes subrayan que esta Declaración y su mecanismo de


seguimiento no podrán invocarse ni utilizarse para otros fines que no estén en ellos
previstos, vedada, en particular, su aplicación a cuestiones comerciales, económicas
y financieras.

Rio de Janeiro, 10 de diciembre de 1998.

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CARLOS SAUL MENEM FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

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RAUL CUBAS GRAU JULIO MARIA SANGUINETTI

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