Você está na página 1de 18

Estabelecer SECÇÃO 2

uma parceria
SECÇÃO 2 / CAPÍTULO 1

Estabelecer Princípios gerais


uma parceria

Capítulo 1: Princípios gerais 51 Colaborar para quê?

Capítulo 2: O acordo financeiro 57 • A colaboração permite evitar a duplicação de esforços e o consequente desper-
dício de recursos.
Capítulo 3: O acordo escrito 73 • A colaboração evita que as organizações concorram entre si pelos recursos e por
visibilidade.
• A colaboração permite que as organi-
zações multipliquem os recursos: por
exemplo, falando a uma só voz, defen-
demos melhor os interesses dos nossos
beneficiários.
• A colaboração permite que as organi-
zações utilizem os recursos de que dis-
põem de forma complementar, para
realizar objectivos comuns que nenhu-
ma delas poderia atingir só por si.
• Ao mais alto nível (“parceria plena”), a
colaboração permite que as organizações criem novos
recursos e ideias que não teriam conseguido criar sozinhas.

Eis alguns dos elementos com que cada uma das organi-
zações pode contribuir para uma relação funcional:
• recursos financeiros;
• recursos materiais;
• competências/conhecimentos;
• ideias;
• relações (influência) com as comunidades, os doadores, os governos ou o sector
privado.

Claro que colaborar exige tempo e empenhamento e, regra geral, quanto maiores são

Secção 2 / Capítulo 1: Princípios gerais 51


os benefícios esperados, maior deverá ser o empenhamento. Não é realista pensar Equidade
que todas as relações organizacionais darão origem a uma parceria plena. Um dos Qual é o significado de equidade, numa relação em que há grandes diferenças entre
primeiros passos para a criação de uma relação funcional consiste em avaliar a medi- os parceiros em matéria de poderes, recursos e influência? Equidade significa igual-
da em que cada uma das organizações pode e quer estabelecer uma parceria e inves- dade de direitos de negociação e validação dos contributos que não podem ser medi-
tir o grau de empenhamento necessário. Uma relação funcional simples pode ser per- dos apenas em termos de valor em dinheiro ou de perfil público.
feitamente satisfatória, mesmo que não implique a criação de novos recursos e ideias,
desde que seja vantajosa para as duas partes. Benefício mútuo
Uma vez que todos os parceiros devem contribuir para a parceria, todos eles devem
Princípios que regem a parceria ter direito a beneficiar da parceria. Uma parceria saudável deve contribuir para que
cada um dos parceiros dela derive benefícios específicos, para além dos benefícios
O PAM definiu um conjunto de princípios, apresentados na Caixa 2, que regem as comuns para todos os parceiros. Só assim será possível garantir um compromisso
suas relações com as ONG: duradouro dos parceiros e a sustentabilidade da parceria.

CAIXA 2 O que é que é necessário fazer para que a parceria funcione?

Quadro de parceria PAM-ONG É necessário esclarecer três questões, para estabelecer uma parceria funcional:

Objectivos comuns e respeito e confiança mútuos Clareza dos objectivos:


Os parceiros devem identificar-se igualmente com os programas e partilhar a respon-
• Quais são os objectivos das duas organizações?
sabilidade pelo êxito ou pelo fracasso das actividades do programa, adoptando uma
abordagem comum perante a comunicação social e os doadores. • Quais desses objectivos serão abrangidos pela relação de parceria?
• Com que objectivos as duas organizações estabeleceram a parceria: apenas para
Concepção conjunta das actividades e adopção conjunta de decisões sobre essas acti-
vidades
evitar a concorrência e a duplicação, ou também com outras expectativas?
A decisão de criar uma parceria efectiva só pode ser tomada se o PAM e as ONG con-
siderarem que podem obter melhores resultados com as suas actividades conjuntas Clareza de funções:
do que actuando separadamente.
• Quem contribui com o quê (este aspecto normalmente é esclarecido no docu-
Compromisso de criação e manutenção da parceria mento de parceria)?
As parcerias não se criam num dia, exigem grandes investimentos de tempo e de
recursos humanos.
Clareza de procedimentos:
Disposição de renunciar até certo ponto à independência, para executar conjunta- • Como é que as organizações comunicarão entre si: o que é que deve ser comu-
mente os programas.
nicado; por que meios; com que frequência?
Compromisso de transparência e responsabilidade • Como é que serão tomadas as decisões?
A franqueza e a honestidade são condições indispensáveis para que haja confiança e • Como é que serão discutidas e resolvidas as discordâncias (não esquecer que as
para que a relação seja funcional. Uma parceria baseia-se num compromisso de partil-
ha total da informação e no acordo entre os parceiros no que se refere aos processos discordâncias são normais em todas as parcerias e que podem contribuir para
de prestar contas aos doadores. encontrar melhores soluções)?
• Como é que as duas organizações farão saber uma à outra se acham que a rela-
Fonte: Adaptação de Working with ONGs: A Framework for Partnership (Colaborar com
as ONG: um quadro de parceria), documento político, PAM, Roma, 2001. ção institucional está a resultar?

Claro que todos estes procedimentos podem ser modificados à medida que a relação
institucional evolui ou quando surgem novas questões. As duas partes devem sentir-
Devem acrescentar-se a estes outros dois princípios, extraídos do ‘Manual e ferra- se livres de o fazer, mas em princípio é sempre conveniente debater francamente estas
mentas para a construção de Parcerias’’ (2003): questões.

52 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 1: Princípios gerais 53


É evidente que todas as organizações e todos os sectores têm as suas próprias prio- do da ONG, que abrange beneficiários do PAM e que tem os mesmos objectivos do PAM.
ridades e podem ter alguma dificuldade em aceitar as prioridades do parceiro; porém,
se estes princípios forem respeitados, as divergências e as tensões podem ser discuti- No âmbito desta parceria, o PAM e a ONG contribuem com os recursos que cada
das abertamente, para chegar a consenso. uma das organizações está mais bem colocada para disponibilizar. O PAM fornece
produtos alimentares e a ONG recursos não alimentares.
Que tipo de parceria existe entre o PAM e as ONG?
Um exemplo deste tipo de parceria será o caso de
As ONG com que o PAM colabora podem ser classificadas em cinco categorias uma ONG que mantém em funcionamento cen-
gerais: (1) grandes ONG internacionais; (2) ONG internacionais mais pequenas; (3) tros de formação para mulheres aos quais o PAM
grandes ONG nacionais que trabalham no seu país de origem; (4) ONG locais; (5) fornece alimentos. Prestando ajuda alimentar às
organizações de base comunitária como associações locais e igrejas locais. O PAM mulheres e às crianças que frequentam os centros,
mantém com estas diferentes organizações relações muito diversificadas, que o PAM está a apoiar o seu grupo alvo de benefi-
podem, no entanto, ser classificadas em três tipos principais: (1) “parceria de coope- ciários. Por outro lado, ao proporcionar um incen-
ração”; (2) “parceria complementar”; (3) “parceria de coordenação”. tivo para que as mulheres frequentem os centros, o
PAM ajuda a ONG prestar apoio a um grupo alvo
Estas parcerias não se excluem mutuamente e é mesmo muito provável que coexis- de beneficiários mais numeroso.
tam; e se bem que nem sempre sejam observados todos os princípios referidos no
início do presente capítulo, é possível promover a sua observância. Um outro exemplo de uma parceria complementar é o “pacote essencial” que o PAM
fornece em parceria com outros organismos das Nações Unidas e com as ONG, que
Parceria de cooperação (designada anteriormente por “parceria de execução”) inclui as seguintes componentes: alimentação escolar, ensino básico, desparasitação e
É o tipo de relação mais comum entre o PAM e as ONG. Os parceiros de cooperação fornecimento de suplementos de micronutrientes, educação no domínio do
normalmente são responsáveis pela execução de uma actividade (por exemplo, o trans- VIH/SIDA, prevenção da malária, promoção da utilização de fogões de lenha amigos
porte, o armazenamento e a distribuição) em nome do PAM, geralmente no âmbito de do ambiente e eficientes e projectos de criação de hortas e de plantação de árvores nos
uma intervenção de ajuda alimentar concebida pelo PAM. O PAM é responsável terrenos das escolas. O PAM fornece a componente alimentar do pacote.
perante o Governo e o Conselho Executivo do PAM é responsável pela intervenção.
Não existe ainda um modelo de acordo de formalização deste tipo de parceria. Nalguns
Neste tipo de parceria, a ONG geralmente presta um serviço relacionado com a dis- casso utiliza-se uma versão adaptada do Acordo no Terreno (FLA), em que será neces-
tribuição dos alimentos e o PAM suporta os custos de prestação desse serviço inco- sário especificar os mecanismos de coordenação previstos e como é que serão dividi-
rridos pela ONG. A parceria de cooperação é formalizada num Acordo no Terreno das entre os parceiros as funções de acompanhamento e apresentação de relatórios.
(FLA), concluído entre o PAM e a ONG, em que são claramente especificadas as
responsabilidades das duas organizações, os recursos que devem ser disponibilizados Parceria de coordenação
e por quem (ver Capítulo 3 da presente secção). Numa “parceria de coordenação”, as actividades da ONG e do PAM são executadas
separadamente, mas é vantajoso para as duas organizações partilharem informações
A medida em que esta relação evoluirá para um tipo de parceria mais complementar e manterem-se mutuamente informadas sobre as suas actividades.
dependerá em grande medida da capacidade da ONG, em termos de recursos finan-
ceiros e humanos. Este tipo de parceria é especialmente indicado nos casos em que a ONG executa acti-
vidades de sensibilização, mas é também possível quando uma ONG trabalha numa
Parceria complementar zona do país e o PAM noutra ou quando a ONG mantém contactos principalmen-
Numa parceria complementar, o PAM e a ONG podem conceber conjuntamente uma te com um ministério, ao passo que o PAM está mais ligado a outro. Pode ainda ser
intervenção, com objectivos comuns e dirigida ao mesmo grupo alvo ou, em alternativa, o útil quando a ONG e o PAM trabalham com os mesmos grupos de beneficiários,
PAM pode prestar ajuda alimentar como um dos elementos de um programa mais alarga- mas não concluíram um acordo formal.

54 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 1: Princípios gerais 55


SECÇÃO 2 / CAPÍTULO 2

Quadro 1: Características dos tipos de parcerias entre o PAM e as ONG, em


comparação com uma relação comercial

Comercial Cooperação
(Execução)
Complementar Coordenação
O acordo financeiro
Objectivos comuns Não Sim Sim Não necessariamente
Princípios comuns Não Sim Sim Sim
Concepção conjunta Não Desejável Desejável Não
O PAM disponibiliza • fundos • alimentos • alimentos • informação /
normalmente: • fundos • fundos consultoria
• formação • formação
• influência/apoio • influência/apoio

Que custos serão suportados pelo PAM?


A outra organização • serviços • serviços • recursos não • informação /
disponibiliza: específicos, com específicos, sem alimentares consultoria
fins lucrativos fins lucrativos • fundos De um modo geral, o PAM procurará reembolsar todos os custos justificados rela-
• materiais
cionados com o transporte físico da ajuda alimentar do PAM até aos beneficiários e
• formação
• pessoal / com a gestão dessa ajuda. O grau em que o PAM reembolsará os custos relacionados
consultoria com o transporte e a distribuição dos produtos alimentares ou com qualquer outra
técnica
actividade dependerá dos seguintes factores:
Tipo de acordo Contrato Acordo no terreno Versão adaptada Inexistente
do acordo no
• O tipo de intervenção e as actividades para as quais
terreno a ONG pede um financiamento: por exemplo,
conforme as actividades de ajuda alimentar são ou
não complementares em relação a um programa
Outras leituras e referências: existente da ONG.
International Business Leaders Forum (IBLF) e Global Alliance for Improved • A capacidade financeira da ONG.
Nutrition (GAIN). 2003. Manual e ferramentas para a construção de Parcerias. • Os recursos financeiros do PAM – o montante
dos fundos disponíveis.
PAM. 2001. Participatory Techniques and Tools – A WFP Guide. Roma.
A ONG deve ser transparente em relação a quais-
PAM. 2003. Self-Appraisal of World Food Programme Collaboration/Partnership quer outras fontes de financiamento de uma inter-
with NGOs. Escritório Regional (Joanesburgo). venção específica e ao grau em que contribui com os
seus próprios fundos para essa intervenção.
PAM. 2005. WFP’s Relationship with NGOs in 2004. Roma.
O grau de participação da ONG numa intervenção
‘’Working with NGOs: A Framework for Partnership’’ (WFP/EB.A/2001/4-B). deve ser acordado com o escritório do PAM no país antes da execução da interven-
ção. A responsabilidade por cada uma das etapas da cadeia de distribuição da ajuda
alimentar deve ser clarificada antes da assinatura do acordo no terreno11 e claramen-
te definida nesse acordo (ver Capítulo 3 da presente secção, sobre o acordo no terre-
no). O reembolso dos custos será efectuado com base nas disposições do acordo.

_____________________
11. Designado anteriormente pelo nome de Carta de Entendimento (Letter of Understanding, LoU). O acordo no
terreno (FLA) é uma versão normalizada da carta de entendimento, ou seja, um modelo de acordo normalizado em
que são definidas as funções e responsabilidades do PAM e dos seus parceiros de cooperação.

56 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 2: O acordo financeiro 57


* Se o parceiro está estabelecido no país há vários anos, os custos das instalações administrativas e
Nas Caixas 3 e 4 descrevem-se em pormenor os custos que o PAM procurará cobrir, do material e equipamentos de escritório utilizados ao serviço de um projecto específico do PAM serão
caso esses custos sejam justificados e caso estejam disponíveis os fundos necessários, baixos. Observe-se que esses custos deverão ser calculados em proporção das actividades executadas
pelo parceiro para o PAM no âmbito de um projecto específico.
bem como os custos que não serão cobertos e em que circunstâncias. Além disso, os
financiamentos do PAM estarão sujeitos a possíveis restrições impostas pelos doadores. ** Em casos excepcionais em que uma ONG gere as actividades do PAM a partir da sede, a ONG pode
incluir e apresentar à consideração do PAM uma percentagem dos custos da sede, integrando-os nos
custos normais previstos no acordo de reembolso.
CAIXA 3
CAIXA 4

Custos que o PAM poderá cobrir


Custos que o PAM não cobrirá
• Pessoal que participa no planeamento, na administração, na execução e no acom-
panhamento da distribuição da ajuda alimentar. • Avaliação inicial pela ONG dos custos de uma operação.
• Aluguer de instalações administrativas, numa localização central ou no terreno,
segurança e seguros, material de escritório, comunicações e custos associados, • Todos os custos associados a actividades executadas pela ONG em paralelo com as
directamente relacionados com a função de apoio às operações do PAM*. distribuições da ajuda alimentar, mas independentemente dessas distribuições***.

• Mobiliário, equipamentos e material de comunicações de escritório, adquiridos ou • Uma comissão de gestão, no caso de:
utilizados nas operações do PAM, incluindo os custos de transporte, movimentação - a ONG estar a executar um programa distinto, paralelamente à operação – os cus-
e possível regresso desses equipamentos/activos à sua localização primitiva*. tos de gestão devem ser cobertos pelo outro programa;
- quando foi assinado um acordo entre o PAM e a ONG ao abrigo do qual a ONG
• Custos relacionados com a distribuição física e o armazenamento dos produtos ali- está a financiar aspectos específicos da operação.
mentares do PAM, incluindo a mãodeobra, o aluguer e a manutenção dos armazéns.
Este custos incluem também as despesas com fumigação,protecção contra os incên- • Os custos fixos ou quaisquer outros custos, caso as operações do PAM devam ser
dios ou outras despesas e equipamentos relacionados, tais como medidas, balanças, encerradas e se a ONG receber uma notificação por escrito 30 dias antes da data
contentores para distribuição, sacas/receptáculos para reacondicionamento. de cessação do acordo (tal como é acordado nos termos do ponto 2.2 do Acordo
• Aluguer, manutenção, seguros e combustível para os veículos utilizados no transpor- no Terreno).
te dos produtos alimentares e no acompanhamento da distribuição desses produtos.
• Veículos ligeiros****.
• Custos associados ao reforço da capacidade das ONG locais em matéria de plane-
amento, gestão e acompanhamento da distribuição da ajuda alimentar, quando
directamente relacionados com a operação do PAM em causa, bem como os cus-
tos de formação para esses efeitos. *** Nesses casos aplica-se uma fórmula de partilha dos custos entre as duas organizações. É necessá-
rio que a actividade e as funções da ONG sejam formalmente reconhecidas e deve haver um acordo
• Custos de formação, reforço da capacidade, acompanhamento e apresentação de definindo uma eventual partilha dos custos e/ou reconhecendo a contribuição da ONG para um pro-
relatórios relacionados com a aplicação da política de igualdade entre os sexos grama de apoio paralelo ou associado (por exemplo, de nutrição, saúde, saneamento, etc.).
definida nos Compromissos Reforçados a favor das Mulheres, na directiva do
Director Executivo Directive ED2003/006 – Revised Standards of Conduct in the **** Os veículos ligeiros só serão pagos em casos excepcionais e só mediante aprovação prévia do
International Civil Service (Directiva ED2003/006 – Normas de Conduta Revistas no escritório do PAM no país.
Serviço Civil Internacional) e no Boletim do Secretário-Geral das Nações Unidas –
Special Measures for Protection from Sexual Exploitation and Sexual Abuse
(Medidas especiais de protecção contra o abuso sexual e a exploração sexual).
Como é que o PAM obtém financiamentos?
• Despesas de capital, quando esses activos são utilizados exclusivamente para efei-
tos de distribuição da ajuda alimentar e serviços relacionados e desde que a com-
pra tenha sido previamente acordada com o escritório do PAM no país. Os doadores oferecem ao PAM produtos alimentares em espécie, numerário desti-
nado a adquirir produtos alimentares e um montante normalizado a utilizar para a
• Uma comissão de gestão de 5%, destinada a cobrir parte dos custos administrati-
vos da Sede da ONG**. cobertura dos custos operacionais de execução das actividades de ajuda alimentar,
que incluem a distribuição dos alimentos aos beneficiários. O montante recebido
• Em caso de interrupções do fornecimento de produtos alimentares, os custos da
ONG relacionados com as interrupções da intervenção e os custos resultantes do pelo PAM para cobrir os custos operacionais é calculado com base numa fórmula
prolongamento da duração da intervenção em consequência dessas interrupções fixa - x USD/por tonelada -, ou seja, por y toneladas de produtos alimentares o PAM
em princípio serão cobertos pelo PAM, mas só serão cobertos os custos fixos,
durante um máximo de dois meses. recebe y vezes x USD/por tonelada, em numerário. Este montante deve ser suficien-
te para cobrir todas as despesas relacionadas com a operação, incluindo os custos da

58 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 2: O acordo financeiro 59


intervenção da ONG. O PAM só pode reembolsar os custos da ONG se conseguir tos por unidade de tempo”), a que se adiciona uma estimativa de custos calculada
obter os fundos necessários para o fazer. com base no número de toneladas a distribuir (“custos variáveis”). A ONG deve
preencher as duas secções do mapa orçamental (apresentado no Anexo 1), especifi-
O que é que deve ser incluído no orçamento da ONG? cando os diferentes tipos de custos. Na Secção A são inscritos os custos fixos e na
Secção B os custos variáveis.
Quando elabora um orçamento, a ONG deve saber que terá de apresentar os seguin- Os custos de encerramento sejam incluídos no orçamento - Os custos relacionados
tes documentos: com a fase de encerramento e com o encerramento definitivo de uma intervenção
• mapas orçamentais 1 e 2 (ver Anexo 1); devem ser também incluídos no orçamento. Se a ONG não puder estimar esses cus-
• uma justificação do orçamento (para mais pormenores, ver ponto sobre a justi- tos nas fases de concepção e planeamento da intervenção, terá de o fazer antes de que
ficação do orçamento); a intervenção termine.
• documento da proposta de projecto (para um exemplo, ver Anexo 2).
A justificação do orçamento da ONG deve descrever:
Os mapas orçamentais, a justificação do orçamento e o documento da proposta de • As actividades da intervenção propostas pela ONG, juntamente com pormeno-
projecto devem ser entregues ao PAM simultaneamente. res sobre o pessoal e sobre a forma como foi calculada a estimativa de custos.
• Pormenores sobre as rubricas de equipamento de comunicações e informático e
O orçamento da ONG deve basear-se: o respectivo custo.
Numa estimativa de custos realista - A estimativa de custos da ONG deve ser preci- • Uma previsão das necessidades em termos de deslocações, uma estimativa de
sa, dentro dos limites das circunstâncias conhecidas, pois poderá influenciar os dona- custos das deslocações e o cálculo desses custos.
tivos que o PAM virá a receber. Sempre que possível, recomenda-se que o PAM e a • Pormenores sobre qualquer iniciativa de formação para a qual é pedido um
ONG colaborem na elaboração da estimativa de custos de uma operação. financiamento, indicando a quem se dirige a formação, qual é o tema da mesma,
Numa estimativa de custos proporcional às actividades do PAM com o parceiro - Os porque é que é necessária e quando é que terá lugar.
custos estimados de aluguer e funcionamento das instalações administrativas e dos mate- • Outras actividades complementares que a ONG se propõe executar, se for caso
riais de escritório devem ser proporcionais em todos os casos às actividades do PAM exe- disso, e a sua relação com a ajuda alimentar do PAM.
cutadas em colaboração com o parceiro. Quando a ONG está estabelecida há vários anos • Quaisquer custos que serão incorridos pela ONG na execução de actividades
no país, parte-se do princípio de que os custos de aluguer das instalações administrativas, complementares relacionadas com as intervenções de ajuda alimentar do PAM.
de materiais, equipamento informático e de comunicações e mobiliário de escritório:
• já existem; e/ou O ideal será que a ONG e o escritório do PAM no país discutam e analisem conjun-
• foram já imputados a outro projecto do PAM; ou tamente a justificação do orçamento, para assegurar que sejam incluídas todas as
• a percentagem das actividades executadas para o PAM nas actividades totais do informações de que o PAM necessita para justificar o seu próprio orçamento. A jus-
escritório é baixa em comparação com as que estão relacionadas com outros pro- tificação do orçamento pode ser integrada na proposta de projecto da ONG (por
jectos do parceiro. exemplo, ver no Anexo 2 o modelo de proposta de projecto da ONG utilizado pelo
escritório do PAM no Zimbabué).
A ONG deve garantir que:
Os custos sejam comparáveis aos de outras actividades executadas no país - A ONG Revisões do orçamento
deve garantir que os custos sejam comparáveis aos de operações e situações semel-
hantes a nível do país. Se bem que o PAM não imponha tarifas, quer no que se refe- O PAM considerará a possibilidade de proceder a revisões do orçamento nos seguin-
re aos salários, às rendas ou a quaisquer outros serviços, quando analisa o orçamen- tes casos:
to da ONG compara os custos com os custos normais de operações semelhantes exe- • Quando há atrasos na chegada dos produtos alimentares.
cutadas a nível local. • Quando há interrupções dos fornecimentos.
Os custos fixos e os custos variáveis sejam calculados separadamente - O montante • Quando as distribuições se prolongam para além dos prazos previstos inicialmente.
reembolsado às ONG é calculado com base numa estimativa dos custos fixos (“cus- • Quando as distribuições são aumentadas ou reduzidas.

60 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 2: O acordo financeiro 61


Nestas circunstâncias, a ONG deve apresentar um orçamento revisto que reflicta as • No caso de uma intervenção de menos de seis meses: a ONG receberá 30% dos
alterações verificadas e que inclua os custos suplementares em que incorreu devido custos totais estimados da sua intervenção.
ao atraso ou ao prolongamento da intervenção. A ONG deve utilizar os mesmos
modelos de mapas orçamentais para as revisões do orçamento (ver Anexo 1, no fim Além disso:
do presente capítulo). Os custos em causa incluirão provavelmente custos com pes- • O limite máximo do adiantamento será normalmente de 100 000 USD, a menos
soal, aluguer de instalações e manutenção, bem como outras despesas inevitáveis e já que seja negociado um valor mais elevado com o escritório do PAM no país.
comprometidas e custos com equipamentos. • O adiantamento será pago depois de ter sido recebida a confirmação do finan-
ciamento, mas assim que essa confirmação for recebida será pago rapidamente,
Porém, a ONG deve ter em conta que o PAM se esforçará ao máximo por analisar no prazo de 21 dias, tal como se estipula no Acordo no Terreno (as condições
e dar resposta a todos os pedidos justificados, mas que a sua capacidade para finan- são as que se aplicam ao pagamento de facturas).
ciar operações está directamente relacionada com a atribuição de recursos a uma • O escritório do PAM no país e a ONG elaborarão um mapa orçamental de
intervenção específica. As ultrapassagens de um orçamento podem exigir negociaçõ- reembolso do adiantamento.
es entre o PAM e os doadores e não há garantias de que o PAM receba os fundos
necessários para cobrir os custos extraordinários. Documentos a apresentar ao PAM para obter o reembolso dos custos
O PAM necessita dos seguintes documentos para efectuar um pagamento à ONG:
• No caso específico de interrupções dos fornecimentos: o PAM reembolsará no • notas de entrega do PAM confirmando a transferência das mercadorias do PAM
máximo os custos fixos equivalentes a um período de dois meses. para a ONG;
• Caso o PAM necessite de encerrar uma operação antes do que estava previsto: o • um resumo das notas de entrega atrás referidas;
PAM não reembolsará os custos fixos caso tenha notificado a ONG por escrito • um resumo da entrega e da distribuição para cada uma das instruções de expedi-
com uma antecedência de pelo menos 30 dias relativamente à nova data de ence- ção do PAM;
rramento. Se o PAM não tiver notificado a ONG com essa antecedência, reem- • uma factura;
bolsará no máximo os custos fixos equivalentes a um período de dois meses. • certificação da distribuição pelo sub-escritório do PAM.

Como é que os custos da ONG são reembolsados? Alguns escritórios do PAM exigem que, para que os custos possam ser reembolsa-
dos, seja apresentado juntamente com os documentos atrás referidos um relatório
Adiantamento de fundos para cobrir custos de arranque/aumento da capacidade qualitativo.
As ONG parceiras podem iniciar operações num novo território ou ter necessida-
de de reforçar substancialmente a capacidade existente, para dar resposta a uma Prazos de reembolso dos custos
crise. Se for esse o caso, a ONG poderá incorrer em despesas antes de iniciar a dis- O PAM normalmente reembolsa os custos no prazo de 21 dias, mediante a apresen-
tribuição dos produtos alimentares do PAM e, portanto, tem direito a receber um tação dos documentos atrás referidos e tal como se estipula no acordo no terreno.
adiantamento, para cobrir os custos estimados de arranque da operação. Esses cus- Para acelerar o processo de recolha de notas de pagamento e recibos, o PAM aceita-
tos incluirão provavelmente os seguintes: rá uma declaração de despesas certificada, de modelo a acordar, e na condição de que
• aluguer de instalações administrativas; todos os originais de todos os recibos e notas de pagamento sejam conservados
• pessoal complementar; durante um período de cinco anos e disponibilizados quando solicitados, inclusive
• manutenção; para efeitos de auditoria.
• mobiliário e equipamentos, inclusive de comunicações.
Se o PAM contestar uma factura
O montante do adiantamento dependerá da duração total prevista de uma intervenção: Caso o PAM conteste uma factura ou um extracto de conta, deverá fazê-lo por escri-
• No caso de uma intervenção de seis meses ou mais: será pago um adiantamento to e pagará apenas 75% do valor da factura, no prazo de 21 dias, enquanto aguarda
que permita cobrir os custos totais estimados da intervenção da ONG durante a clarificação da situação. As facturas seguintes em princípio só serão liquidadas
três meses. depois de terem sido resolvidas as questões relacionadas com a factura anterior paga

62 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 2: O acordo financeiro 63


parcialmente ou quando houver acordo no que se refere à resolução da questão liti- Anexo 1: Mapas orçamentais
giosa ou pouco clara.

Atrasos injustificados dos pagamentos e resolução de litígios


Em caso de atrasos excepcionais na liquidação ou de outras queixas relacionadas com
com a aplicação das “Disposições de Partilha dos Custos entre o PAM e os seus
Parceiros de Cooperação”, a ONG começará antes de mais nada por entrar em con-
tacto com o Director no País do PAM. Caso o Director no País não resolva a ques-
tão, a ONG apresentará uma queixa formal ao Director Regional do PAM. Se o
Director Regional não puder resolver a questão, a ONG deverá entrar em contacto
com o Provedor do PAM, cujo nome poderá ser obtido através da Unidade de
ONG, em Roma. As funções do Provedor do PAM são descritas resumidamente no
Anexo 3.

Anexos:
Anexo 1: Mapas orçamentais
Anexo 2: Modelo de proposta de projecto a apresentar ao PAM (modelo utilizado
pelo PAM no Zimbabué)
Anexo 3: Estatuto do Provedor

Outras leituras e referências:


PAM. 2004. Disposições de Partilha dos Custos entre o PAM e os seus Parceiros de
Cooperação. Roma.
PAM. 2004. Payment Guidelines for Implementing Partners. Escritório do PAM no
Sudão, Darfur.

64 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 2: O acordo financeiro 65


66 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 2: O acordo financeiro 67
4.3. PRODUOS (Resultados imediatos):
Anexo 2: Modelo de Proposta de Projecto a apresentar ao PAM – Descrever os bens/serviços a fornecer aos beneficiários no âmbito desta operação, relacionando-os
Exemplo do modelo utilizado pelo PAM no Zimbabué com a ou as causas do ou dos problemas fundamentais.
Indicar os indicadores de desempenho que serão utilizados para avaliar o desempenho no fornecimen-
to destes bens/serviços.

4.4. Beneficiários:
1. Informações gerais
4.4.1. Beneficiários
1.1. Nome da Organização:
4.4.2. Critérios de selecção
2.1. Designação do projecto/programa:
4.4.3. Critérios de exclusão (se aplicável)
3.1. Sector/tipo de projecto/programa:
4.1. Localização geográfica do programa: (país, província, distrito)
Indicar a população que será beneficiada por esta operação e porque é que foi seleccionada como
5.1. Duração do apoio do PAM:(em meses)
população alvo do programa. Descrever os critérios de selecção dos beneficiários, bem como os crité-
6.1. Data de início prevista: (dia/mês/ano)
rios de exclusão (se aplicável). Acrescentar todas as informações relevantes relativas ao grupo alvo
7.1. Data de encerramento prevista: (dia/mês/ano)
(idade, localização, sexo, etc.). Indicar como é que os critérios de selecção têm em conta a igualdade
8.1. Apoio total solicitado ao PAM: (em numerário e em espécie/toneladas)
entre os sexos no acesso aos serviços.
9.1. Estatuto jurídico da organização:
10.1. Participantes: (outros parceiros locais que participam na execução do projecto)
4.5. Principais componentes e actividades:
11.1. Data de apresentação do projecto:
4.5.1. Actividades
4.5.2. Cabaz alimentar
2. Resumo do projecto
Apresentar nesta secção uma breve descrição do projecto. Incluir todos os elementos/actividades e
Descrever as principais componentes do programa e todas as actividades a executar para fornecer os bens/ser-
dados relevantes para a compreensão da operação. Indicar claramente a quem se dirige a operação,
viços identificados.As componentes e actividades devem ser relacionadas com os resultados esperados.
quantificar as tonelagens e os beneficiários, indicar os tipos de mercadorias e a localização geográfica
Descrever em pormenor as rações previstas, por grupo alvo e necessidades alimentares, incluindo o
de execução.
valor nutritivo e as razões que justificam a escolha do cabaz alimentar prescrito.
3. Contexto do projecto
4.6. Processo de execução:
Como é que a operação será executada? Descrever as modalidades de selecção dos beneficiários e de
3.1. Introdução:
distribuição, as disposições logísticas e as etapas e modalidades de acompanhamento e avaliação e de
Apresenta nesta secção uma descrição geral da zona ou zonas de execução, referindo os aspectos geo-
apresentação de relatórios.
gráficos, demográficos, económicos, sociais e culturais, a dimensão de género, bem como quaisquer
outros antecedentes relevantes que expliquem porque é que o projecto é necessário.
4.7. Calendário de execução do projecto:
Apresentar um calendário de execução do projecto, para todas as componentes e actividades.
Fazer uma breve história da presença da organização no país, da sua estratégia global de intervenção e
das suas actividades actuais. Caso seja relevante, referir outros programas executados na mesma zona
4.8. Acompanhamento e avaliação:
de intervenção.
Descrever os procedimentos de acompanhamento e avaliação que o parceiro aplicará durante a execu-
ção e depois do encerramento do programa. Indicar a frequência das acções de acompanhamento exe-
3.2. Explicação do problema:
cutadas pela organização, o acompanhamento de amostras e objectivos, as ferramentas de acompan-
Razão que justifica a intervenção do parceiro e a prestação de apoio a essa intervenção. Descrever os
hamento que serão utilizadas, etc. Métodos de avaliação.
principais problemas identificados, a sua magnitude, prevalência e impacto socioeconómico na zona de
Metodologia de apresentação de relatórios (frequência, conteúdo e datas de apresentação dos relatórios).
intervenção e como é que a intervenção proposta resolverá os problemas identificados. Explicar clara-
mente como é que a ajuda alimentar contribuirá para a realização dos objectivos do programa.
4.9. Riscos e pressupostos:
4.9.1. Factores externos: Identificar os factores exteriores à intervenção: (a) que se devem verificar
4. Descrição do projecto
para que a operação atinja os objectivos identificados a todos os níveis e/ou (b) que podem obstar à
realização desses objectivos.
4.1. IMPACTO (Objectivo global):
Indicar o ou os objectivos globais que a operação se propõe atingir. A descrição deste ou destes objec-
4.9.2. Segurança: Existem regras e procedimentos escritos em matéria de segurança que devem ser
tivos deve ser acompanhada por indicadores, meios de verificação e pressupostos.
respeitados na execução da operação no terreno? De que forma a situação de segurança na zona de
intervenção poderá afectar a realização dos objectivos do programa.
4.2. EFEITO(S) (Objectivos específicos/finalidade):
Indicar o ou os objectivos específicos do projecto em termos de benefícios directos derivados do for-
4.9.3. Integração de outras considerações: Foi tido em conta o impacto da operação do ponto de
necimento dos bens e/ou dos serviços previstos na operação para a população alvo beneficiária. Incluir
vista dos direitos humanos, da prevenção do VIH/SIDA, das questões de género e da protecção do
indicadores, meios de verificação e pressupostos relacionados com os objectivos específicos.
ambiente? Descrever as medidas ou actividades previstas destinadas a integrar estas questões especí-
ficas na operação, caso existam.

68 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 2: O acordo financeiro 69


5. Estratégia de promoção da igualdade entre os sexos
Descrever a estratégia de promoção da igualdade entre os sexos adoptada pela organização e no pre- Anexo 3: Funções do Provedor
sente projecto. Indicar como é que o projecto contribuirá para melhorar a situação da mulher (se pos-
sível, relacionar as actividades com os Compromissos Reforçados a favor das Mulheres do PAM).

6. Coordenação com as partes interessadas Funções do Provedor


Explicar as medidas tomadas para facilitar a execução do projecto (autorizações, compatibilidade com
a legislação nacional e as normas locais) e, caso seja relevante, a participação em fóruns de coordena- • O Provedor apreciará todas as questões relacionadas com divergências na aplicação das
ção nacionais e locais. “Disposições de Partilha dos Custos com os Parceiros de Cooperação” que forem submetidas à sua
consideração quer pelo pessoal do PAM, quer por uma ONG.
7. Estratégia de encerramento
Descrever a estratégia de encerramento do projecto, caso seja necessário cancelar o projecto antes da • O Provedor só terá em consideração essas questões depois de terem sido analisadas pelo Director
data prevista, ou de encerramento normal, no fim do ciclo de vida do projecto. no País e pelo Director Regional do PAM e de terem sido feitos todos os esforços para resolver as
divergências a esse nível.
8. Orçamento e recursos necessários
Apresentar uma memória descritiva e justificativa dos custos do programa, referindo os custos para os • O Provedor actuará como um catalisador, facilitando a resolução satisfatória das questões; para tal
quais é solicitado o apoio do PAM. submetê-las-á à consideração da Direcção do Departamento de Operações e de outros quadros
directivos do PAM, conforme for necessário para facilitar a resolução da questão.
8.1. Orçamento total da operação: utilizar o modelo de orçamento em anexo.
8.2. Contribuição solicitada ao PAM: • O Provedor apresentará anualmente ao pessoal do PAM e aos parceiros de cooperação um resu-
8.3. Recursos humanos: (suportados pelo orçamento da organização e solicitados ao PAM) mo dos casos que foram submetidos à sua apreciação e do seguimento que lhes foi dado. Esse
8.4. Recursos materiais: (suportados pelo orçamento da organização e solicitados ao PAM) resumo será publicado no boletim noticioso das ONG.
8.5. Recursos logísticos: (suportados pelo orçamento da organização e solicitados ao PAM)

9. Informações sobre a organização


9.1. Designação oficial da Organização, endereço, números de telefone e de fax:
9.2. Pessoa de contacto do programa, número de telefone e endereço de e-mail:
9.3. Objectivos estratégicos/missão da Organização:
9.4. Áreas de trabalho da Organização:

Fazer um breve historial das áreas e dos tipos de operações executadas anteriormente, das áreas de
especialização, da colaboração com outras organizações, das fontes de financiamento anteriores e
actuais e de quaisquer outras informações relevantes para o projecto apresentado.

10. Quadro lógico:


Indicadores Meios Riscos
de desempenho de verificação e pressupostos

IMPACTO

EFEITO(S)

PRODUTOS

ACTIVIDADES RECURSOS CUSTOS

70 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 2: O acordo financeiro 71


SECÇÃO 2 / CAPÍTULO 3

O acordo escrito

Que tipos de acordos são celebrados entre o PAM e as ONG?

O acordo no terreno (FLA)


Um acordo no terreno (FLA) é um acordo relativo a um projecto que é elaborado
para cada um dos projectos em que o PAM e a ONG colaboram na distribuição de
alimentos aos beneficiários e para o qual a ONG solicita o financiamento do PAM.
O FLA é elaborado e assinado pela ONG e pelo escritório do PAM no país.

No FLA são definidos:


• os objectivos da parceria;
• as funções e responsabilidades específicas de
cada uma das organizações;
• pormenores relativos às quantidades de produ-
tos alimentares, às rações alimentares e aos
mecanismos de distribuição;
• os requisitos em matéria de gestão financeira e
de apresentação de relatórios;
• os procedimentos de pagamento.

Geralmente, quando a distribuição é efectuada por uma


ONG, as responsabilidades do PAM serão as seguintes:
• desalfandegamento e transporte dos produtos alimentares
para um armazém (ou vários armazéns) no país beneficiário;
• manutenção, fumigação e gestão do armazém em geral;
• movimentação dos produtos alimentares do armazém até
pontos de entrega escolhidos por acordo mútuo (entre o PAM e a ONG);
• informar o PAM com a maior antecedência possível sobre as interrupções da
cadeia de distribuição dos alimentos que prevê ou de que tem conhecimento.

Nos pontos de entrega (que poderão ser o local de distribuição ou uma instalação de
armazenamento distinta), as responsabilidades da ONG são as seguintes:

Secção 2 / Capítulo 3: O acordo escrito 73


• recepção, armazenamento e movimentação dos alimentos; Memorandos de Entendimento relativos a disposições de disponibilidade
• distribuição aos beneficiários; imediata (acordos de disponibilidade imediata)
• acompanhamento e apresentação de relatórios de distribuição. Com vista a aumentar a sua capacidade de resposta a emergências, o PAM celebrou
acordos de disponibilidade imediata com várias ONG internacionais, bem como
No Anexo 1 é apresentado um modelo de FLA. Na sequência da consulta anual de com organizações governamentais e comerciais.
2004 entre o PAM e as ONG, foram apresentadas várias sugestões de melhoria do
FLA destinadas a conferir-lhe mais clareza. Vai ser também efectuada uma avaliação Ao abrigo destes acordos, o parceiro disponibiliza a curto prazo ao PAM pessoal
da aplicação do acordo no terreno. e/ou equipamento de apoio, em preincípio no prazo de 72 horas. Esses destacamen-
tos têm geralmente uma duração de três a seis meses.
Memorando de Entendimento relativo às disposições de colaboração – um
acordo global No caso dos destacamentos de pessoal, os indivíduos em causa são seleccionados em
Ao passo que o Acordo no Terreno é um acordo concluído entre a ONG e o escritório do listas elaboradas pelo parceiro e são cedidos ao PAM. Normalmente recebem forma-
PAM no país que diz respeito a um projecto específico, o Memorando de Entendimento é ção/instruções do PAM antes de serem destacados.
um acordo mais geral, concluído entre a ONG e a Sede do PAM. O primeiro Memorando
de Entendimento foi elaborado no fim da década de 1990, com o objectivo de ter um efei- Qualificações do pessoal destacado
to catalisador para as duas organizações, a nível da Sede e dos países, no sentido de: O pessoal requisitado com mais frequência é o das seguintes categorias:
• iniciarem contactos formais e regulares; • pessoal de telecomunicações;
• trocarem informações, se e quando for caso disso; • pessoal de logística: chefes de movimento, gestores da frota automóvel, encarre-
• colaborarem em operações no terreno, para o que será necessário assinarem um gados de armazém, técnicos de operações aéreas, comandantes de porto, chefes
Acordo no Terreno (em função da natureza da parceria, ver Quadro 1 do de comboios de veículos, chefes de oficina, mecânicos;
Capítulo 1 da presente secção). • engenheiros civis.

O Memorando de Entendimento estabelece um quadro global de parceria entre o Pode ser também requisitado pessoal de outras categorias.
PAM e a ONG, definindo de um modo geral:
• as áreas estratégicas em que as duas organizações podem colaborar; Exemplos de pacotes de serviços (pessoal e/ou equipamento de apoio) disponíveis
• as áreas de responsibilidade de cada uma das organizações, que reflectem as suas • apoio de base aos campos (organização e gestão das instalações administrativas,
vantagens comparativas; do alojamento e do transporte do pessoal, da restauração, dos serviços de saúde,
• os recursos com que cada uma das organizações deve contribuir, em termos gerais. etc., de um novo sub-escritório sediado num local onde não estão disponíveis
esses serviços);
CAIXA 5 • transporte terrestre;
• transporte aéreo.
ONG com que o PAM celebrou um Memorando de
Entendimento global Os acordos de disponibilidade imediata são assinados entre a sede do PAM e a sede
do parceiro e geridos pela ALITE (Equipa reforçada de intervenção logística do
Em 2004, o PAM tinha assinado • Caritas Internationalis
Memorandos de Entendimento globais • Catholic Relief Services (CRS) PAM). O acordo define as funções e responsabilidades específicas de cada uma das
com as seguintes ONG internacionais: • Concern organizações, o tipo de assistência que pode ser prestada e as condições aplicáveis ao
• Rede Action Contre la Faim (ACF) • Food for the Hungry International (FHI) destacamento.
• Adventist Development and Relief • German Agro Action (GAA)
Agency (ADRA) • Lutheran World Federation (LWF)
• CARE/US • Movimondo-Molisv
• CARE/Canada • Save the Children US
• CARE/Australia • World Vision International (WVI)

74 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 3: O acordo escrito 75


CAIXA 6 Anexo 1: Modelo de Acordo no Terreno

ONG parceiras de acordos de disponibilidade imediata em 2005


• Danish Refugee Council (DRC)
• Norwegian Refugee Council (NRC)
• Swiss Federation for Mine Action (SFMA)
• RedR Australia

Acordos tripartidos – Acordo entre o PAM, o ACNUR e a ONG


Em situações em que é necessário prestar assistência a refugiados, o PAM colabora
estreitamente com o ACNUR.
• Quando os refugiados são em número inferior a 5 000, o ACNUR fornece pro-
dutos alimentares, bem como artigos não alimentares;
• Quando os refugiados são em número superior a 5 000, o PAM fornece produ-
tos alimentares e o ACNUR fornece artigos não alimentares.

Nos dois casos, são utilizados os serviços de um parceiro de cooperação (geralmen-


te uma ONG) para distribuir os produtos alimentares aos beneficiários. Quando o
PAM participa na operação (ou seja, se o número de refugiados é superior a 5 000),
o PAM e o ACNUR seleccionam de comum acordo a ONG que distribuirá os ali-
mentos e é assinado um acordo tripartido entre a ONG escolhida, o PAM e o
ACNUR.

No acordo tripartido são especificadas as modalidades de distribuição, as responsa-


bilidades do parceiro de cooperação, os requisitos em matéria de apresentação de
relatórios e outras condições gerais, sublinhando sempre que o parceiro deve prestar
contas tanto ao ACNUR, como ao PAM.

Anexos:
Anexo 1: Modelo de Acordo no Terreno.
Anexo 2: Principais elementos de um Memorando de Entendimento global.

Outras leituras e referências:


Para o modelo de um Memorando de Entendimento, ver:
WFP’s Programme Guidance Manual; disponível em CD-ROM. Pode também ser
pedido um exemplar do manual a: PGM.HelpDesk@PAM.org.

Para mais pormenores sobre os acordos de disponibilidade imediata do PAM, ver:


PAM. 2003. Guidelines for Managing Stand-by Partners. Roma. (Ou contactar
ALITE@PAM.org ou a Sede do PAM em Roma).

76 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 3: O acordo escrito 77


78 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 3: O acordo escrito 79
80 Como colaborar com o PAM Secção 2 / Capítulo 3: O acordo escrito 81
Anexo 2: Principais elementos de um Memorando de Entendimento Global

Esforços conjuntos
O PAM e a ONG:
• colaboram na avaliação das necessidades alimentares, através de avaliações comuns, se possível,
e caso contrário através do intercâmbio de informação;
• colaboram na promoção da participação da comunidade (e especialmente das mulheres) no pla-
neamento, gestão, distribuição e acompanhamento da ajuda alimentar;
• mantêm consultas regulares sobre as possibilidades de simplificação e consolidação dos transpor-
tes e da logística.

As propostas de alteração das rações a distribuir a grupos específicos serão debatidas e acordadas entre
o PAM e as ONG, em consulta com o Governo e outras partes interessadas.

O pessoal do PAM e das ONG será elegível para participar nos programas de formação de emergência
organizados pelos dois parceiros, na base da partilha dos custos.

Responsabilidades do PAM
O PAM é responsável por:
• mobilizar e entregar os produtos alimentares em pontos de entrega acordados e suportar todos
os custos incorridos nesses pontos;
• mobilizar recursos e pagar às ONG o transporte dos produtos desde os pontos de entrega até ao
local de distribuição, a tarifas previamente acordadas (se o ponto de entrega não coincide com o
local de distribuição);
• esforçar-se por mobilizar recursos em numerário destinados a cobrir os custos relacionados com
a distribuição e o acompanhamento pelas ONG;
• manter as ONG informadas sobre a situação da cadeia de distribuição.

O PAM é responsável perante os doadores pela utilização correcta dos produtos.

Responsabilidades da ONG
A ONG é a principal responsável pela distribuição final e pelo acompanhamento de todos os produtos
alimentares entregues pelo PAM e deve prestar contas por esses produtos. Tem as seguintes responsa-
bilidades:
• distribuir os alimentos equitativamente, com base nas necessidades avaliadas e nos critérios de
elegibilidade estabelecidos e de acordo com as políticas, os procedimentos e os planos aprovados
de comum acordo;
• criar um sistema de informação destinado a fornecer ao PAM informação socioeconómica e nutri-
cional, desagregando os dados por sexo, sempre que possível;
• apresentar periodicamente ao PAM relatórios financeiros e operacionais elaborados de acordo
com o modelo aprovado e com a frequência acordada a nível local;
• disponibilizar a documentação para inspecção e auditoria pelo PAM.

82 Como colaborar com o PAM

Você também pode gostar