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2020/2021

Portefólio Reflexivo de Aprendizagens


LUÍS CARLOS GODINHO GALVÃO

RVCC – Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências

Ensino Secundário
Contents
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1. Autobiografia

Eu, Luis Carlos Godinho Galvão, nascido a 29 de Novembro de 1992,


Santarém, Portugal, sou natural da freguesia de Santana do Mato conselho
Coruche. Sou filho de Rafael da Graça Galvão, natural da freguesia das
Cortiçadas de Lavre conselho de Montemor-o-Novo distrito de Évora e filho de
Ana Cristina Calado Godinho Borges, natural da freguesia de Santana do Mato
conselho Coruche.

Da minha Infância recordo-me de viver com a minha avo paterna no seu monte,
perto das Cortiçadas de Lavre. Levantava me cedo e já a minha avó Elizabete
tinha as torradas e o chá feito no Lume de chão, a partir dai era só brincadeira,
uma autêntica diversão. Ali, eu sabia o que era viver em paz, onde respirava ar
puro sem se ouvir o som dos carros, simplesmente se ouvia os passarinhos.

Em 1998, os meus pais separaram-se e eu vim viver com os meus avós


maternos, com 6 anos de idade na aldeia de Santana do Mato. Foi lá que
frequentei o 1º Ciclo do Ensino Básico, estava um pouco nervoso vinha de uma
realidade um pouco diferente, tive de conhecer pessoas novas bem como
novos métodos de trabalho. Nas primeiras semanas foi um pouco difícil para
mim, mas habituei-me.

Adorava jogar Futebol e, foi ai que ingressei no clube da aldeia, nas Escolinhas
do Santanense, já naquela altura a bola para mim era tudo. No clube fiz novas
amizades, conheci amigos que, talvez esses, levo para a vida toda porque
crescemos e partilhamos muitas vivências juntos, na aldeia, onde permanecem
todas as memórias.

No ano seguinte, já com 7 anos de idade, eu já tinha consciência que podia vir
a ser uma grande futebolista, bastava treinar diariamente, porque o talento
nasceu comigo, era nato, e tinha pessoas que acreditavam em mim, mesmo
não tendo por vezes, possibilidades financeiras. Acreditavam que eu podia ir
mais longe, principalmente, os meus avós maternos.

Os meus avós maternos foram um pilar muito importante na minha vida. Após a
separação dos meus pais, a maior preocupação dos meus avós foi transmitir
valores importantes para o meu crescimento e desenvolvimento como pessoa,
sobretudo, o respeito por eles porque era eles que estavam a fazer o sacrifício
para criar o neto. Sou grato, pela educação e humildade que me transmitiram,
durante a minha infância e adolescência, porque contribuíram para ser um
pouco da pessoa que sou hoje e, por tudo, o que eles fizeram por mim em
tempos bastantes difíceis, fizeram muito com o pouco que tinham.

Os meus avós sempre trabalharam os dois, no entanto, a minha avó teve de o


deixar de fazer para poder tomar conta de mim sendo só o meu avô a
trabalhar. Sempre vi no meu avô como um exemplo a seguir, não que fosse o
modo de vida que queria para mim no futuro mas, o ser humano que me
mostrava diariamente ser: guerreiro, humilde, cheio de força de vontade para
enfrentar as batalhas mais difíceis. Tinha consciência que não podia exigir mais
dele, era a única fonte de rendimento de casa.

Após quatro anos passados à separação dos meus pais, a 20 de Janeiro de


2002, um domingo calmo para uma boa almoçarada em família (sempre que
faziam os almoços da minha família paterna o meu pai e o meu tio levavam me
sempre com eles para também poder passar algum tempo com eles, já que eu
vivia como os meus avós maternos e o tempo com eles era, relativamente,
pouco, e eu ia sempre com eles). Contudo, nesse fim-de-semana eu tive jogo
de futebol e não fui com o meu pai, era um jogo importante e eu queria muito
jogá-lo e acabei por não ir (até parecia que alguma coisa não queria que eu
fosse). Cerca das 22 horas, a minha avo recebeu um telefonema, o mais triste
que alguma vez eu podia ter recebido para um menino de 7 anos, lembro como
se fosse hoje, esse telefonema era a confirmar que o meu pai tinha falecido
num acidente de viação, perto da aldeia onde os meus avós paternos viviam.
Apesar de nós não termos uma ligação muito forte, era o meu pai e aquela
noite foi muito difícil para mim.

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