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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 014.

194/2009-8

GRUPO I – CLASSE V – Segunda Câmara


TC 014.194/2009-8
Natureza: Aposentadoria
Órgão: Ministério da Saúde
Interessados: Antônia Alves Feitosa (149.666.031-53); Carmélio Pereira de
Lacerda (158.519.827-72); Cleide de Mattos Maia Leite (152.474.491-34);
Deildes de Oliveira Prado (066.930.673-87); Elzita Martins da Silva
(128.373.341-20); Francisco Bacellar (037.186.037-72); Jardel Antunes
Guimarães (047.896.017-49); José Pereira da Silva (074.415.091-49);
Lázara Maria Cirqueira da Silva (090.839.871-91); Maria Elane de Souza
Araújo (059.636.214-53); Maria Lúcia Ribeiro dos Santos (095.910.953-
68); Raimunda Martins Oliveira (323.204.691-68) e Waldemar da Silva
Sobrinho (072.978.401-06)
Advogado constituído nos autos: não há

SUMÁRIO: PESSOAL. APOSENTADORIA.


ILEGALIDADE DE UM ATO. NÃO
PREENCHIMENTO DO REQUISITO TEMPORAL
DE CONTRIBUIÇÃO PREVISTA NA EC 20/98.
NEGATIVA DE REGISTRO. APRECIAÇÃO
PREJUDICADA DE DOIS ATOS, ANTE O
FALECIMENTO DOS INTERESSADOS.
LEGALIDADE DOS DEMAIS. REGISTRO.

RELATÓRIO

Cuidam os autos dos atos de aposentadoria de Antônia Alves Feitosa, Carmélio Pereira de
Lacerda, Cleide de Mattos Maia Leite, Deildes de Oliveira Prado, Elzita Martins da Silva, Francisco
Bacellar, Jardel Antunes Guimarães, José Pereira da Silva, Lázara Maria Cirqueira da Silva, Maria Elane
de Souza Araújo, Maria Lúcia Ribeiro dos Santos, Raimunda Martins Oliveira e Waldemar da Silva
Sobrinho, ex-servidores do Ministério da Saúde, encaminhados a este Tribunal para apreciação, na
sistemática definida na Instrução Normativa TCU 44/2002, por intermédio do sistema SISAC, com
parecer do órgão de Controle Interno pela legalidade.
2. A Sefip, ao proceder à análise dos fundamentos legais, bem como das informações prestadas
pelo órgão de Controle Interno, manifestou-se nos seguintes termos (fls. 86/7):
“(...)
2. Observa-se no ato de fls. 24/29 que a Sra. Deildes de Oliveira Prado foi aposentada de
forma integral sem ter trabalhado suficientemente para obter o benefício, haja vista as regras do art.
8º, incisos I, II e III, alíneas a e b, da Emenda Constitucional n.º 20/1998 (v. fls. 24 e 84). No Siape, a
concessão está fundamentada no art. 6º da Emenda Constitucional n.º 41/2003 – o que também é um
equívoco, uma vez que a interessada passou para a inatividade antes da promulgação daquela regra
(v. fl. 81).
3. Registro que, com o tempo de serviço total de 29 anos, 8 meses e 1 dia, a servidora tinha o
direito de se aposentar com proventos calculados na proporção de 90% da remuneração em atividade
(v. fl. 85).
4. Em relação aos atos de fls. 13/17 e fls. 53/58, cabe destacar que os interessados já
faleceram (v. fls. 81 e 82). Assim, à luz do art. 7º da Resolução TCU n.º 206/2007, os atos podem ser
considerados prejudicados, por perda de objeto.

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5. Nenhuma irregularidade foi encontrada nos demais atos.


Conclusão
6. De conformidade com o preceituado no artigo 71, inciso III, da Constituição Federal de
1.988; c/c os artigos 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n.º 8.443/92; c/c os arts. 1º, inciso VIII e 260, §
1º, do Regimento Interno/TCU, e tomando por base as informações prestadas pelo órgão de Controle
Interno, na forma prevista no art. 260, caput, do RI-TCU, PROPONHO que seja(m):
a) julgados prejudicados, por perda de objeto, os atos de fls. 13/17 (Carmélio Pereira de
Lacerda) e fls. 53/58 (Lázara Maria Cirqueira da Silva), nos termos do art. 7º da Resolução TCU
n.º  206/2007;
b) julgado ilegal o ato de fls. 24/29 (Deildes de Oliveira Prado);
c)  julgados legais os demais atos constantes deste processo;
d) aplicada a Súmula TCU n.º 106, em relação às importâncias recebidas de boa-fé pela
interessada;
e)  determinado ao Ministério da Saúde, com fulcro no art. 262, caput, do Regimento deste
Tribunal, que faça cessar todo e qualquer pagamento decorrente do ato impugnado, no prazo máximo
de 15 (quinze) dias, contados da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de ressarcimento das
quantias pagas após essa data pelo responsável; e
f)  esclarecido ao Órgão de origem que a concessão considerada ilegal poderá prosperar
mediante a emissão e encaminhamento a este Tribunal de novo ato concessório, escoimado da
irregularidade verificada, nos termos do art. 262, § 2º, do Regimento Interno/TCU.”.

3. O Ministério Público, representado nos autos pelo Procurador Júlio Marcelo de Oliveira,
manifestou-se de acordo com a proposição da Unidade Técnica (fl. 88).
É o Relatório.

VOTO

Apreciam-se, nesta oportunidade, atos de aposentadoria dos Srs. Carmélio Pereira de Lacerda,
Antônia Alves Feitosa, Cleide de Mattos Maia Leite, Deildes de Oliveira Prado, Elzita Martins da Silva,
Francisco Bacellar, Jardel Antunes Guimarães, Jose Pereira da Silva, Lázara Maria Cirqueira da Silva,
Maria Elane de Souza Araújo, Maria Lucia Ribeiro dos Santos, Raimunda Martins Oliveira e Waldemar
da Silva Sobrinho, ex-servidores do Ministério da Saúde.
2. Ante o falecimento dos respectivos beneficiários, a apreciação dos atos de fls. 13/17
(Carmélio Pereira de Lacerda) e 53/58 (Lázara Maria Cirqueira da Silva) deve ser considerada
prejudicada, nos termos do que dispõe o art. 7º da Resolução TCU nº 206/2007.
3. No tocante ao ato constante às fls. 24/29, foi constatado que a interessada, Sra. Deildes de
Oliveira Prado, não preenchia o requisito temporal exigido para a aposentadoria como lhe foi deferida
(com proventos integrais), ante o que dispõe a EC 20/98, motivo pelo qual deve o ato ser considerado
ilegal. Conforme ressaltou a Sefip, com o tempo de serviço de 29a 8m 1 d, ela poderia aposentar-se com
proventos proporcionais.
4. Quanto aos demais atos, ante a ausência de máculas, devem ser considerados legais,
ordenando-se os respectivos registros.
Ante o exposto, acolhendo a proposta da Unidade Técnica, ratificada pelo Ministério Público
junto a este Tribunal, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este
Colegiado.
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TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 09 de março de 2010.

JOSÉ JORGE
Relator

ACÓRDÃO Nº 885/2010 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 014.194/2009-8.
2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria
3. Interessados: Antonia Alves Feitosa (149.666.031-53); Carmelio Pereira de Lacerda (158.519.827-72);
Cleide de Mattos Maia Leite (152.474.491-34); Deildes de Oliveira Prado (066.930.673-87); Elzita
Martins da Silva (128.373.341-20); Francisco Bacellar (037.186.037-72); Jardel Antunes Guimarães
(047.896.017-49); José Pereira da Silva (074.415.091-49); Lazara Maria Cirqueira da Silva
(090.839.871-91); Maria Elane de Souza Araújo (059.636.214-53); Maria Lucia Ribeiro dos Santos
(095.910.953-68); Raimunda Martins Oliveira (323.204.691-68); Waldemar da Silva Sobrinho
(072.978.401-06).
4. Órgão: Ministério da Saúde (vinculador).
5. Relator: Ministro José Jorge.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.
7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam dos atos dos Srs. Carmélio Pereira de
Lacerda, Antônia Alves Feitosa, Cleide de Mattos Maia Leite, Deildes de Oliveira Prado, Elzita Martins
da Silva, Francisco Bacellar, Jardel Antunes Guimarães, Jose Pereira da Silva, Lázara Maria Cirqueira da
Silva, Maria Elane de Souza Araújo, Maria Lucia Ribeiro dos Santos, Raimunda Martins Oliveira e
Waldemar da Silva Sobrinho, ex-servidores do Ministério da Saúde.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara,
diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal
de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º,
inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:
9.1 considerar prejudicada, nos termos do artigo 7º da Resolução – TCU 206/2007, a
apreciação dos atos de aposentadoria de Carmélio Pereira de Lacerda (fls. 13/17) e Lázara Maria
Cirqueira da Silva (fls.53/58);
9.2 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Deildes de Oliveira Prado (fls. 24/29),
negando-lhe o respectivo registro;
9.3 considerar legais os atos de Antônia Alves Feitosa (fls. 08/12), Cleide de Mattos Maia
Leite (fls. 18/23), Elzita Martins da Silva (fls. 30/34), Francisco Bacellar (fls. 35/40), Jardel Antunes
Guimarães (fls. 41/46), José Pereira da Silva (fls. 47/52), Maria Elane de Souza Araújo (fls. 59/64), Maria
Lúcia Ribeiro dos Santos (fls. 65/69), Raimunda Martins Oliveira (fls.70/75) e Waldemar da Silva
Sobrinho (fls. 76/80), ordenando-lhes os respectivos registros;

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9.4 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, pela


Sra. Deildes de Oliveira Prado, a teor da Súmula TCU nº 106;
9.5 determinar ao Ministério da Saúde que:
9.5.1 faça cessar, com fulcro no art. 262, caput, do Regimento Interno deste Tribunal, no
prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados a partir da ciência da decisão deste Tribunal os pagamentos
decorrentes do ato ora impugnado, sob pena de ressarcimento das quantias pagas após essa data pelo
responsável;
9.5.2 comunique aos interessados sobre a presente deliberação, alertando à Sra. Deildes de
Oliveira Prado que o efeito suspensivo decorrente de eventual interposição de recurso não a exime da
devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, em caso de não
provimento;
9.5.3 esclareça à Sra. Deildes de Oliveira Prado que sua aposentadoria pode prosperar com
proventos proporcionais ou pode optar pelo retorno à atividade para completar os requisitos legais para
aposentadoria integral, a qual se dará pelas regras vigentes no momento da concessão, hipóteses em que
novos atos poderão ser emitidos, livres da irregularidade ora apontada, com a consequente submissão à
nova apreciação por este Tribunal, com fundamento nos arts. 262, § 2º, e 260, caput, do Regimento
Interno desta Corte;
9.6 orientar o Ministério da Saúde que, nos termos do art. 262, § 2º, do Regimento Interno
deste Tribunal, poderá emitir novo ato, livre da irregularidade ora apontada, submetendo-o a nova
apreciação por este Tribunal, na forma do artigo 260, caput, também do Regimento;
9.7 determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação da
determinação constante do item 9.5 do presente Acórdão.

10. Ata n° 6/2010 – 2ª Câmara.


11. Data da Sessão: 9/3/2010 – Extraordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0885-06/10-2.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Benjamin Zymler (Presidente), Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro e José Jorge
(Relator).
13.2. Auditor presente: André Luís de Carvalho.

BENJAMIN ZYMLER JOSÉ JORGE


Presidente Relator

Fui presente:

CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA


Procuradora

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