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CONSTITUCIONAL
Ordem Econômica e Financeira
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Ordem Econômica e Financeira
Aragonê Fernandes
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divisão
de custos
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1. Introdução
Sabemos que o Brasil adotou o sistema capitalista. Essa escolha fica clara desde o artigo
1º da Constituição, quando se diz que a valorização do trabalho e da livre iniciativa é um dos
fundamentos da RFB.
Ao tratar da Ordem Econômica e Financeira, a valorização do trabalho e da livre iniciativa
é novamente ressaltada – art. 170 da Constituição.
Entendo ser necessário fazer um breve apanhado histórico para facilitar a compreensão
da matéria.
A partir da Revolução Francesa, o mundo viveu a época do liberalismo, com o afastamento
da intervenção do Estado na economia.
Esse liberalismo orientou o movimento chamado de Constitucionalismo, servindo de vetor
na elaboração da Constituição dos Estados Unidos (1787) e da França (1791).
É comum recordarmos as aulas de história, quando nos foi ensinado que um dos lemas da
burguesia era o laissez faire, laissez passer (em tradução livre, “deixai fazer, deixai passar”).
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O artigo 170 da Constituição diz que a ordem econômica terá por fim assegurar a todos
existência digna, salientando os seguintes princípios:
I – soberania nacional;
II – propriedade privada;
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Se, de um lado, a Constituição protege a propriedade privada, de outro lado deixa claro que
a esse bem deve ser dada uma destinação que promova a circulação de riquezas, não poden-
do servir para a mera especulação.
Vemos a influência desse princípio, por exemplo, na possibilidade de usucapião dos bens,
ou ainda nas políticas urbanas e rurais, estudadas mais à frente.
IV – livre concorrência;
Está aqui um dos pontos altos da matéria. É que a Súmula Vinculante n. 49 diz que:
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de esta-
belecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
Esse assunto já era tratado por meio de súmula do STF (Súmula n. 646), que depois foi
transformada em vinculante, para ganhar mais importância. Então, vale ficar de olho.
Ainda sobre a súmula, lembro a você questão sempre cobrada, dizendo respeito à
inconstitucionalidade de lei que imponha distância mínima entre farmácias, num deter-
minado município.
Aqui no Distrito Federal, inclusive, temos a “Rua das Farmácias”, quadra na qual vários esta-
belecimentos dessa espécie se encontram lado a lado.
Fique de olho, pois o STF entende ser válida a lei que determine distância mínima entre
postos de gasolina, tendo em vista razões de segurança (STF, RE n. 204.187). Mais: o Tribunal
confirmou a constitucionalidade de lei distrital que proibia o funcionamento de postos de ga-
solina dentro das áreas de supermercado (STF, n. 597.165).
Para você entender melhor a polêmica, no estado de Goiás – em especial, na capital, Goi-
ânia –, os postos de gasolina que ficam no interior dos supermercados oferecem preços mais
agressivos, gerando uma ampliação na concorrência. Então, tentou-se fazer a mesma coisa
no DF, o que foi vedado por lei distrital.
Por falar em liberdade da iniciativa econômica, foi declarada a inconstitucionalidade de lei
municipal que obrigava supermercados ou similares à prestação de serviços de acondiciona-
mento ou embalagem das compras (STF, RE n. 839.950).
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de problemas de possíveis excessos de produção; (ix) maior eficiência pelo fim de subsídios
cruzados entre departamentos com desempenhos diferentes; (x) redução dos custos iniciais
de entrada no mercado, facilitando o surgimento de novos concorrentes; (xi) superação de
eventuais limitações de acesso a tecnologias ou matérias-primas; (xii) menor alavancagem
operacional, diminuindo a exposição da companhia a riscos e oscilações de balanço, pela
redução de seus custos fixos; (xiii) maior flexibilidade para adaptação ao mercado; (xiv) não
comprometimento de recursos que poderiam ser utilizados em setores estratégicos; (xv) di-
minuição da possibilidade de falhas de um setor se comunicarem a outros; e (xvi) melhor
adaptação a diferentes requerimentos de administração, know-how e estrutura, para setores
e atividades distintas (STF, RE n. 958.252).
Agora repare no que aconteceu aqui no DF (mas o raciocínio vale para qualquer estado da
Federação): por meio de decreto, o governador estabeleceu a possibilidade de consignação
em folha de pagamento de empregados pertencentes ao quadro de pessoal das empresas
públicas e sociedades de economia mista do Distrito Federal.
Acontece que ele deu exclusividade na concessão de empréstimo consignado entre deter-
minada instituição financeira – no caso, o BRB – e o ente federado.
Essa norma foi questionada no STF e, ao final, entendeu-se que os contratos de exclu-
sividade pactuados entre instituição financeira e ente federado violam os princípios da livre
concorrência e da livre escolha do consumidor (STF, ARE n. 884.000).
V – defesa do consumidor;
A defesa do consumidor, além de princípio da ordem econômica, está listada dentro dos
direitos e deveres individuais e coletivos – artigo 5º, inciso XXXII, da Constituição.
Visando dar efetividade ao texto constitucional, foi editado, no ano de 1990, o Código de
Defesa do Consumidor.
Essa norma, segundo jurisprudência do STF e do STJ, é também aplicável às instituições
financeiras (STF, ADI n. 2.591 e STJ, Súmula 297).
Outro ponto relevante, para as provas e para a vida: o STF entendeu que as normas e os
tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de pas-
sageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação
ao Código de Defesa do Consumidor (STF, RE n. 636.331).
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Talvez você não tenha entendido ainda o tamanho da confusão... é o seguinte: a juris-
prudência do STJ e dos Tribunais de 2ª instância era no sentido de que mesmo nos voos
internacionais, se sumisse uma mala, o passageiro deveria ser indenizado, por danos morais
e materiais, na extensão do dano sofrido.
Acontece que as Convenções Internacionais (Varsóvia e Montreal) impõem limites no de-
ver de indenizar. Em outras palavras, o limite de ressarcimento agora será menor, seguindo
uma tabela internacional, o que de certo modo prejudica os consumidores, antes regidos pelo
CDC tanto nos voos domésticos quanto internacionais.
Mudando de assunto, eu sei que você já viu propagandas na TV, no rádio ou nas mídias
impressas sobre automóveis. Lá no finalzinho aparece algo do tipo “se beber, não dirija”, “pro-
teja o pedestre” etc.
Pois é, mas a lei que determinou a veiculação de mensagens educativas de trânsito em
campanhas publicitárias de produtos da indústria automobilística – Lei n. 12.006/2009 – foi
questionada no STF, sob a alegação de violação da livre iniciativa e da liberdade de expressão.
No entanto, o STF entendeu que a norma é válida, pois mostra uma cooperação entre o
Estado e a iniciativa privada para o aperfeiçoamento da educação de todos no trânsito.
Prevalecem no caso os princípios da proteção ao consumidor e da função social da proprie-
dade (STF, ADI n. 4.613).
Foi com base na defesa do meio ambiente que o STF entendeu ser proibida a importa-
ção de pneus usados. Na ocasião, foi dito que essa vedação não violaria o princípio da livre
iniciativa, o qual deveria se compatibilizar com os outros princípios da ordem econômica
(STF, STA n. 171).
Esse é também um dos objetivos internos da RFB, tema tratado no artigo 3º da Constituição.
Outra coisa: ao tratar sobre o Sistema Tributário Nacional, a Constituição consagra, no ar-
tigo 151, I, o princípio da uniformidade geográfica, admitindo, contudo, a concessão de certos
incentivos fiscais.
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Foi com base nesse dispositivo que o STF disse ser constitucional o artigo 13, § 3º, da LC
n. 123/2006. Ele prevê a isenção de recolhimento das contribuições instituídas pela União e
demais entidades de serviço social autônomo (“Sistema S”) às microempresas e empresas de
pequeno porte optantes pelo Regime do Supersimples (STF, ADI n. 4.033).
Avançando, a Constituição prevê ser assegurado a todos o livre exercício de qualquer ati-
vidade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
previstos em lei.
Em importante julgamento, no qual se discutia a possibilidade de o governo se valer do
protesto das Certidões de Dívida Ativa como instrumento para obrigar o devedor a pagar ao
Estado, o STF fixou a seguinte tese:
Ou seja, é válido lançar a protesto em Cartório a dívida que o particular possua o ente pú-
blico, materializada em uma Certidão da Dívida Ativa.
De outro lado, o Tribunal reiteradamente destaca ser inconstitucional restrição imposta
pelo Estado ao livre exercício de atividade econômica ou profissional, quanto aquelas forem
utilizadas como meio de cobrança indireta de tributos (STF, ARE n. 914.045).
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Vamos agora ver as formas pelas quais o Estado intervém no domínio econômico.
De acordo com o artigo 173 da Constituição, a intervenção direta é uma forma excepcional
de atuação estatal.
Assim, ressalvados os casos previstos no texto da Lei Maior, a exploração direta de ativi-
dade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segu-
rança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
A intervenção direta no domínio econômico é viabilizada através de empresas públicas
(EP) e de sociedades de economia mista (SEM). Essas entidades fazem parte da Administra-
ção Indireta, ao lado das autarquias e das fundações públicas.
Há uma divisão entre empresas públicas e sociedades de economia mista prestadores de
serviço público e exploradoras de atividade econômica.
De acordo com o § 1º do artigo 173 da Constituição, cabe à lei estabelecer o estatuto jurí-
dico da empresa pública e da sociedade de economia mista, bem assim de suas subsidiárias,
exploradoras de atividade econômica. Essa lei deverá esclarecer:
A esse respeito, a Súmula n. 556 do STF diz ser competência da Justiça comum (estadual
ou federal) julgar as causas em que seja parte sociedade de economia mista.
Tem mais:
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Todavia, esse benefício não se estende àquelas entidades que exploram atividade eco-
nômica, em regime de concorrência ou que tenham como objetivo distribuir lucros aos seus
acionistas. Afastou, com base nessa premissa, a aplicação do regime de precatórios à Eletro-
norte (STF, RE n. 599.628).
Agora preste atenção na seguinte tese fixada pelo STF:
Não ofende o art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, a escolha legislativa de reputar
não equivalentes a situação das empresas privadas com relação a das sociedades de
economia mista, das empresas públicas e respectivas subsidiárias que exploram ati-
vidade econômica, para fins de submissão ao regime tributário das contribuições para
o PIS e para o PASEP, à luz dos princípios da igualdade tributária e da seletividade no
financiamento da Seguridade Social (STF, RE n. 577.494).
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Fazendo a leitura dos dois artigos, fica claro que a Administração Direta, as Autarquias e
as Fundações Públicas deveriam ser tratadas por meio da mesma lei em relação às licitações.
Foi, então, que exercendo sua competência privativa, a União editou a Lei n. 8.666/1993,
com a qual você já deve estar habituado. Nela são previstas hipóteses em que a licitação será
dispensada (artigo 17), dispensável (artigo 24) e inexigível (artigo 25).
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A referida lei tratou do regime licitatório das empresas estatais, tema que mereceu bas-
tante atenção. A norma fala, em seu artigo 28, sobre as hipóteses de realização de licitação,
ressalvando nos artigos 29 e 30 as hipóteses de licitação dispensável e da contratação direta.
Concluindo, para as EP e para as SEM, é necessária a realização da licitação para as ativi-
dades-meio, de acordo com o procedimento próprio da Lei n. 13.303/2016.
Mas, assim como ocorre com a Administração Direta, com as Autarquias e com as Fun-
dações Públicas, mesmo nas atividades-meio há hipóteses de licitação dispensável (juízo de
oportunidade e conveniência) ou de contratação direta (inviabilidade de competição).
De outro lado, há previsão específica da desnecessidade de licitação quanto à atividade-fim
da empresa, que é definida no seu estatuto social.
Estabelecendo verdadeira regra de transição, a Lei n. 13.303/2016, previu um prazo de 24
meses para que as estatais constituídas anteriormente à sua vigência (Petrobras, inclusive)
se adaptassem à nova legislação.
A fim de evitar favorecimentos ilegais, diz a Constituição que as EP e as SEM não poderão
gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. Está aí mais um ponto que vive
sendo explorado pelos examinadores...
Em matéria de responsabilidade civil, embora o artigo 37, § 6º, da Constituição diga que
o Estado responde objetivamente pelos prejuízos causados por seus agentes, no tocante às
EP e SEM exploradoras de atividade econômica, a regra será a de responsabilidade subjetiva,
mesmo regramento ao qual se submetem as empresas privadas.
Outra coisa: a ECT (Correios) está protegida pela imunidade recíproca, de modo que seus
automóveis e seus imóveis não precisam pagar IPVA e IPTU, respectivamente, tributos esta-
duais e municipais (STF, ACO n. 765). Ah, a imunidade se estende inclusive para as atividades
nas quais a empresa não age em regime de monopólio.
Trocando em miúdos, a ECT não pagará IPVA nem das motocicletas utilizadas para en-
trega de correspondências normais, nem para a entrega de encomendas expressas – SEDEX.
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O questionamento que havia era o seguinte: várias empresas atuam na entrega de enco-
menda expressa – entre outras, TAM Cargo, Jad Log, FEDEX. Elas precisam pagar o IPVA dos
veículos utilizados.
Esse aparente desequilíbrio provocado pela concessão de benefício tributário apenas aos
Correios foi justificado pela necessidade de equilibrar as contas da empresa, pois em sua
atividade de monopólio (entrega de correspondências), muitas vezes a ECT sofre prejuízos
severos (STF, RE n. 601.392).
Avançando, o inciso XX do art. 37 da CF/1988 dispõe que depende de autorização legisla-
tiva a criação de subsidiárias das entidades listadas, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada.
Interpretando o dispositivo constitucional, o STF entende ser dispensável autorização le-
gislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na
própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz (STF, ADI n. 1.649).
Por fim, em respeito ao princípio do paralelismo das formas (ou simetria), a extinção des-
sas entidades deve respeitar a mesma exigência feita para a criação.
Agora, fique atento(a) a um ponto: o Plenário do STF, em decisão cautelar na ADI n. 5.624,
entendeu que a Lei n. 13.303/2016 (Lei das Estatais) deveria ser interpretada no sentido de
que a alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista
exige autorização legislativa e licitação.
Por sua vez, a exigência de autorização legislativa, como se viu na ADI n. 1.649, citada
anteriormente, não se aplicaria à alienação do controle de suas subsidiárias e controladas.
Para elas, pode ser realizada a alienação sem a necessidade de licitação, desde que siga pro-
cedimentos que observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da CF.
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De acordo com o artigo 175 da Constituição, cabe ao poder público, na forma da lei, dire-
tamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre por meio de licitação, a prestação
de serviços públicos.
Prosseguindo, o STF entende que o serviço de táxis é de utilidade pública, prestado no
interesse exclusivo do seu titular, mediante autorização do poder público. Em outras palavras,
o serviço de táxis não se inclui na categoria de serviço público (STF, RE n. 1.002.310).
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Já no parágrafo único do artigo 175, está previsto que a lei disporá, sob o regime das
empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu
contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e resci-
são da concessão ou permissão.
Com base nesse dispositivo, foi julgado um recurso encaminhado ao STF pela CEMIG, em-
presa fornecedora de energia elétrica. Na discussão, a CEMIG pedia a prorrogação do contrato
de concessão, alegando possuir direito líquido e certo.
No entanto, o Tribunal reforçou a orientação de que o contrato administrativo se encer-
ra no prazo nele definido, salvo a realização de ajuste, ao final do termo, pela prorrogação
contratual, se atendidas as exigências legais para tanto e se presente o interesse público na
permanência do contrato. Além disso, a discricionariedade da prorrogação é uma das marcas
mais acentuadas do contrato administrativo e assim está, inclusive, prevista nas sucessivas
legislações relativas às concessões de energia elétrica (STF, RMS n. 34.203).
Quando tratamos dos bens da União – artigo 20, XI, da Constituição –, vimos pertencerem
a esse ente os recursos minerais, inclusive os do subsolo.
Nesse contexto, o artigo 176 disciplina que as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos
minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo,
para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessio-
nário a propriedade do produto da lavra.
A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais referidos aí
em cima somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no
interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha
sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas
quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.
Além disso, é assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na
forma e no valor que dispuser a lei.
A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e con-
cessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmen-
te, sem prévia anuência do poder concedente.
Por fim, não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de
energia renovável de capacidade reduzida.
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a) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
b) a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
c) a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previs-
tas nos incisos anteriores;
d) o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo
produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus deriva-
dos e gás natural de qualquer origem;
e) a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, co-
mercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas
b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.
permitir a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais, afas-
tando indesejável monopólio da União, que poderia acarretar prejuízos no desenvolvimento cientí-
fico e tecnológico relacionado aos radioisótopos.1
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 23ª edição, São Paulo: Atlas, 2008, pág. 799.
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Diz o artigo 179 da Constituição que a União, os estados, o Distrito Federal e os municí-
pios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei,
tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obriga-
ções administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução
destas por meio de lei.
Micro e pequenas empresas recebem tratamento diferenciado, com vistas a preservar a
sua competitividade no mercado.
Veja-se, por exemplo, que o artigo 44 dessa lei complementar prevê que haverá preferên-
cia de contratação para microempresas e empresas de pequeno porte, sendo essa caracterís-
tica considerada critério de desempate nas licitações.
Aplicando na prática a regra constitucional, o STF decidiu que:
6. da PolítIca urbana
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Essa norma federal se limitará a tratar de regras gerais, até mesmo porque compete à
União elaborar normas gerais em direito urbanístico (artigo 24, I, Constituição). Aos estados-
-membros é atribuída a competência legislativa suplementar.
Para atender ao mandamento constitucional, foi editada, no ano de 2001, a Lei n.
10.257/2001, chamada de Estatuto das Cidades.
Os municípios devem elaborar um Plano Diretor – no caso do DF, é o chamado Plano Di-
retor de Ordenamento Territorial (PDOT) –, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para
cidades com mais de vinte mil habitantes. Esse documento é o instrumento básico da política
de desenvolvimento e de expansão urbana.
Você viu anteriormente que o Estatuto das Cidades é uma lei federal, certo?
Pois é, mas o STF entendeu que a Constituição conferiu protagonismo aos municípios
para tratar sobre o ordenamento territorial e para atuar na concepção e execução dessas
políticas públicas.
Em razão disso, foi declarada a inconstitucionalidade de dispositivo presente em Consti-
tuição Estadual, segundo o qual ficava dispensada a exigência de alvará ou de qualquer outro
tipo de licenciamento para o funcionamento de templo religioso e proibida limitação de cará-
ter geográfico a sua instalação (STF, ADI n. 5.696).
A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamen-
tais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Em relação às desapropriações de imóveis urbanos, diz o artigo 182, § 3º, que elas serão
feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
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Essa é a chamada desapropriação-sanção. Ela ocorre quando não está sendo respeitada
a função social da propriedade urbana. Note-se que neste caso não se fala em indenização
em dinheiro, mas, sim, mediante títulos da dívida pública.
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fraconstitucional que estabeleça módulos urbanos na respectiva área em que situado o imó-
vel (dimensão do lote). No caso julgado, a lei municipal definia a área mínima de 360 m² como
módulo urbano, e acabou sendo reconhecida a usucapião de 225 m² (STF, RE n. 422.349).
Avançando, não há dúvidas de que a usucapião especial guarda estreita relação com o
princípio da função social da propriedade. Isso porque o dono anterior perderá seu imóvel por
não ter lhe dado destinação adequada, tendo, no mais das vezes, abandonado o local.
Tem mais: a Constituição assegura que o título de domínio (propriedade) e a concessão de
uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
Para evitar que a pessoa se torne um “invasor profissional”, o dispositivo da Constituição
faz uma observação, no sentido de que o direito de usucapião especial não será reconhecido
ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Outra coisa muito importante: os imóveis públicos não podem ser adquiridos por usucapião.
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Elas são acréscimos feitos pelo proprietário, possuidor ou detentor de um bem. As neces-
sárias se prestam à conservação da coisa, enquanto as úteis são aquelas que aumentam ou
facilitam o seu uso.
Reparem que não se fala em indenização de benfeitorias voluptuárias, que são aquelas
que servem para mero deleite, como piscinas, cascatas, fontes etc.
Outra coisa: são isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Fique de olho para o artigo 185 da Constituição, pois ele proíbe a desapropriação para fins
de reforma agrária nas seguintes hipóteses:
a) a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não pos-
sua outra;
b) a propriedade produtiva.
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A gente viu há pouco que o Constituinte criou a usucapião especial urbana, com critérios
voltados a concretizar a função social da propriedade.
Pois é, instituto semelhante existe em relação às áreas rurais.
Os requisitos para a usucapião especial rural são os seguintes: posse por cinco anos
ininterruptos, sem oposição; área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares;
torná-la produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia. Satisfeitas tais
exigências, haverá a aquisição do imóvel rural.
Aqui também vale a regra segundo a qual os imóveis públicos não serão adquiridos
por usucapião.
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Atualmente, o artigo 192 se limita a dizer que o sistema financeiro nacional, estruturado
de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da co-
letividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será
regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital
estrangeiro nas instituições que o integram.
Agora fique de olho numa decisão frequentemente destacada nas provas: o STF entende
ser inconstitucional lei estadual que imponha às agências bancárias o uso de equipamento
que, embora seja indicado pelo Banco Central, ateste a autenticidade de cédulas de dinheiro
nas transações bancárias (STF, ADI n. 3.515).
Súmula Vinculante n. 7
A norma do § 3º do art. 192 da Constituição, revogada pela EC n. 40/2003, que limitava a taxa
de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à edição de lei complementar.
Súmula Vinculante n. 49
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabe-
lecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
Súmula n. 668
É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da EC n. 29/2000, alíquo-
tas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social
da propriedade urbana.
Súmula n. 556
É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de eco-
nomia mista.
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QUESTÕES DE CONCURSO
deral, os títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o
c) das desapropriações de imóvel urbano que não esteja cumprindo sua função social.
e) das desapropriações por utilidade pública das pequenas e médias propriedades rurais.
desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cida-
a) o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
urbana.
b) a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamen-
tais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
c) as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em
títulos da dívida pública.
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d) aquele que possuir como sua área urbana de até trezentos e cinquenta metros quadrados,
por três anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.
e) aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos metros quadrados, por cinco
anos, de forma ininterrupta, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio.
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b) A desapropriação para fins de reforma agrária deve ser paga mediante justa e prévia in-
denização em dinheiro, exceto as benfeitorias que serão pagas por meio de títulos da dívida
agrária.
c) Os imóveis públicos urbanos não podem ser adquiridos por usucapião, exceto aqueles até
250 m2 possuídos, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizados para moradia,
d) Não podem ser desapropriadas para fins de reforma agrária as pequenas e médias proprie-
dades rurais, mesmo que seu proprietário possua outra, bem como as grandes propriedades
produtivas.
a) o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório para cidades com mais de
15.000 habitantes.
c) para que se configure a usucapião especial urbana, exige-se posse ininterrupta e sem opo-
sição, por 3 anos, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirindo-lhe o domínio,
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que não promova o seu adequado
aproveitamento.
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c) Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
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família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.
d) É facultado ao Poder Público municipal, para área incluída no plano diretor, exigir do pro-
prietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu ade-
quado aproveitamento, sob pena, direta e imediata, da aplicação do imposto sobre a proprie-
e) A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, tem por ob-
jetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir a ampliação
Econômica
(TJ-SP/JUIZ DE DIREITO/2018) É correto afirmar que, em seu Título VII (Da Or-
às finalidades estatutárias.
b) é permitida, nos termos da lei, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado, en-
tre outras hipóteses, quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou relevante
interesse coletivo.
c) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos
constituem monopólio da União, que poderá contratar a sua realização com empresas esta-
tais ou privadas, observadas as condições estabelecidas em lei.
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d) a pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser efetuadas mediante auto-
rização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa brasileira
de capital nacional.
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e) não se submete ao controle instituído pela legislação antitruste, eis que tal controle é vol-
tado exclusivamente a agentes privados que explorem atividade econômica sujeita à livre
iniciativa.
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GABARITO
Política Urbana e Agrária
1. c 4. e 7. c
2. b 5. d
3. c 6. e
Econômica
1. c
2. e
3. a
4. b
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GABARITO COMENTADO
Letra c.
A questão aborda a desapropriação com fundamento no não cumprimento da função social
da propriedade (art. 182 da Constituição).
A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Em relação às desapropriações de imóveis urbanos, dispõe o art. 182, § 3º, que serão feitas
com prévia e justa indenização em dinheiro.
É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutili-
zado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamen-
te, de:
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• IPTU progressivo no tempo. Fique de olho, pois a Súmula n. 668 do STF dispõe ser
mente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 anos, em parcelas
Essa é a chamada desapropriação-sanção. Ocorre quando não está sendo respeitada a fun-
ção social da propriedade urbana. Note-se que, nesse caso, não se fala em indenização em
desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cida-
a) o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
urbana.
b) a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamen-
tais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
c) as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em
títulos da dívida pública.
d) aquele que possuir como sua área urbana de até trezentos e cinquenta metros quadrados,
por três anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
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família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.
e) aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos metros quadrados, por cinco
anos, de forma ininterrupta, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio.
Letra b.
a) Errada. Segundo art. 182, § 1º, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório
para cidades com mais de 20 mil habitantes.
c) Errada. De acordo com o art. 182, § 3º, as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas
com prévia e justa indenização em dinheiro.
d/e) Erradas. De acordo com o art. 183, aquele que possuir como sua área urbana de até 250
m2, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de
sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano
ou rural.
Logo, sobra a letra “b” como resposta correta (art. 182, § 2º).
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c) O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
urbana.
d) Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por dez anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a como sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.
Letra c.
a) Errada. Segundo o art. 191 da Constituição, aquele que, não sendo proprietário de imóvel
rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra,
em zona rural, não superior a 50 hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua
b) Errada. De acordo com o art. 173, § 2º, as empresas públicas e as sociedades de economia
mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
c) Certa. O plano diretor é exigido dos municípios com mais de 20 mil habitantes, como cons-
d) Errada. O art. 183 prevê que aquele que possuir como sua área urbana de até 250 m2, por
cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua famí-
lia, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
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Letra e.
A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Em relação às desapropriações de imóveis urbanos, dispõe o art. 182, § 3º, que serão feitas
com prévia e justa indenização em dinheiro.
É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutili-
zado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamen-
te, de:
• parcelamento ou edificação compulsórios;
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• IPTU progressivo no tempo. Lembre-se de que a Súmula n. 668 do STF dispõe ser “in-
constitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da EC 29/00, alíquotas pro-
gressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social
da propriedade urbana”.
• desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previa-
mente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 anos, em parcelas
anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
a) Errada. Essa é a chamada desapropriação-sanção. Ocorre quando não está sendo respei-
tada a função social da propriedade urbana. Note-se que, nesse caso, não se fala em indeni-
zação em dinheiro, mas, sim, mediante títulos da dívida pública.
b) Errada. O art. 184, § 1º, dispõe que as benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas
em dinheiro.
c) Errada. O erro C está no fato de o art. 183, § 3º, estabelecer que os imóveis públicos não
serão adquiridos por usucapião.
d) Errada. O erro está no fato de o art. 185 da Constituição prever que são insuscetíveis de
desapropriação para fins de reforma agrária a pequena e média propriedade rural, assim de-
finida em lei, desde que seu proprietário não possua outra.
e) Certa. Se estivermos diante da desapropriação-sanção, a indenização será em títulos da
dívida pública. No entanto, em outras desapropriações (utilidade e necessidade pública e in-
teresse social), a indenização é prévia, justa e em dinheiro.
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c) para que se configure a usucapião especial urbana, exige-se posse ininterrupta e sem opo-
sição, por 3 anos, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirindo-lhe o domínio,
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que não promova o seu adequado
aproveitamento.
são urbana.
Letra d.
a/e) Erradas. O plano diretor (e não a lei orgânica municipal) conduz o ordenamento territorial
no município. Deve ser aprovado pela Câmara Municipal só é obrigatório para cidades com
b) Errada. Seguindo, de acordo com o art. 182, § 2º, “a propriedade urbana cumpre sua fun-
plano diretor.”
c) Errada. O erro está no fato de que para se configurar a usucapião especial urbana, exige-se
d) Certa. O IPTU progressivo no tempo é uma das ferramentas que o poder público pode se
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Letra e.
São muitas questões repetidas da Vunesp no assunto. Vamos lá, começando pelas erra-
das, ok?
a) Errada. De acordo com o art. 182, § 2º, a propriedade urbana cumpre sua função social
quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano di-
retor.
b/c) Erradas. O plano diretor é aprovado pela Câmara Municipal, sendo obrigatório para cida-
des com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento
e de expansão urbana.
d) Errada. O erro está no fato de o art. 183 da Constituição limitar o imóvel em até 250 m2.
e) Certa. Conforme o art. 182 § 1º.
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títulos da dívida pública, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
b) A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das fun-
ções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, mediante plena mobilidade
para acesso aos serviços públicos.
c) Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.
d) É facultado ao Poder Público municipal, para área incluída no plano diretor, exigir do pro-
prietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu ade-
quado aproveitamento, sob pena, direta e imediata, da aplicação do imposto sobre a proprie-
dade predial e territorial urbana progressivo no tempo.
e) A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, tem por ob-
jetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir a ampliação
do uso da propriedade de forma produtiva.
Letra c.
A usucapião é uma forma de aquisição da propriedade – móvel ou imóvel – desde que preen-
chido certo lapso temporal, além de outros requisitos porventura preenchidos na lei.
O Constituinte de 1988 criou duas espécies de usucapião: a especial urbana e a especial rural.
Vamos aos requisitos exigidos pelo art. 183 da Constituição: a pessoa precisa possuir como
sua área urbana de até 250 m², por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-
-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprie-
tário de outro imóvel urbano ou rural.
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Quando se fala em “aquisição de domínio”, a Constituição deixando claro que haverá a aqui-
sição da propriedade.
Ah, segundo o STF, se forem preenchidos os requisitos do art. 183 da Constituição, o reconhe-
cimento do direito à usucapião especial urbana não pode ser impedido por legislação infra-
constitucional que estabeleça módulos urbanos na respectiva área em que situado o imóvel
(dimensão do lote). No caso julgado, a lei municipal definia a área mínima de 360 m² como
módulo urbano, e acabou sendo reconhecida a usucapião de 225 m² (RE n. 422.349, STF).
Avançando, não há dúvidas de que a usucapião especial guarda estreita relação com o princí-
pio da função social da propriedade. Isso porque o dono anterior perderá seu imóvel por não
ter lhe dado destinação adequada, tendo, no mais das vezes, abandonado o local.
Tem mais: a Constituição assegura que o título de domínio (propriedade) e a concessão de
uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
Para evitar que a pessoa se torne um “invasor profissional”, o dispositivo da Constituição faz
uma observação, no sentido de que o direito de usucapião especial não será reconhecido ao
mesmo possuidor mais de uma vez.
Outra coisa muito importante: os imóveis públicos não podem ser adquiridos por usucapião.
Econômica
(TJ-SP/JUIZ DE DIREITO/2018) É correto afirmar que, em seu Título VII (Da Or-
dem Econômica e Financeira), a Constituição dispõe que
jeitarão ao regime próprio das empresas privadas e gozarão de privilégios fiscais adequados
às finalidades estatutárias.
b) é permitida, nos termos da lei, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado, en-
tre outras hipóteses, quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou relevante
interesse coletivo.
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c) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos
constituem monopólio da União, que poderá contratar a sua realização com empresas esta-
d) a pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser efetuadas mediante auto-
de capital nacional.
Letra c.
a) Errada. Começaremos achando os erros das alternativas. Segundo o art. 173, § 2º, da CF/88,
b) Errada. Ainda de acordo com o art. 173, a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a re-
levante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Assim, não há possibilidade de outras
hipóteses.
presa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na
forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desen-
a) É lícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
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d) É constitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas
e) Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabele-
Letra e.
Questão simples que aborda a literalidade das súmulas. Transcrevo todas as súmulas cobra-
das na questão:
Súmula Vinculante n. 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
Súmula Vinculante n. 23
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decor-
rência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
Súmula Vinculante n. 21
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admis-
sibilidade de recurso administrativo.
Súmula Vinculante n. 2
É inconstitucional a lei ou ato normativo Estadual ou Distrital que disponha sobre sistemas de con-
sórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Súmula Vinculante n. 49
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos
comerciais do mesmo ramo em determinada área.
Logo, podemos perceber que a única alternativa que corresponde à súmula corretamente é a
“e”, que trata da SV n. 49.
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CF, Art. 173, § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de econo-
mia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercializa-
ção de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
§ 4º lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação
da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros”.
Lei n. 12.529/11, Art. 31. Esta Lei aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou
privado, bem como a quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de
direito, ainda que temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam ativi-
dade sob regime de monopólio legal”.
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minada área é
b) inconstitucional, porque viola o princípio da livre concorrência, previsto como princípio ex-
d) constitucional, porque os Municípios são competentes para legislar sobre assuntos de in-
Letra b.
Segundo a Súmula Vinculante n. 49: “ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que
Fique de olho, pois o STF entende ser válida a lei que determine distância mínima entre postos
de gasolina, tendo em vista razões de segurança (RE n. 204.187, STF). Mais: o tribunal confir-
Para você entender melhor a polêmica, no estado de Goiás – em especial, na capital Goiânia
–, os postos de gasolina que ficam no interior dos supermercados oferecem preços mais
agressivos, gerando uma ampliação na concorrência. Então, tentou-se fazer a mesma coisa
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Outra coisa: o STF entendeu pela constitucionalidade de lei federal que concedia gratuidade
às pessoas com deficiência que sejam carentes, mesmo no transporte interestadual de pas-
Tem mais: com base na livre iniciativa, foi declarada a inconstitucionalidade de lei munici-
pal que proibia os serviços de transporte por aplicativo, como Uber, Cabify, 99 POP (ADPF n.
449, STF).
Aragonê Fernandes
Atualmente, atua como Juiz de Direito do TJDFT. Contudo, em seu qualificado percurso profissional, já
se dedicou a ser Promotor de Justiça do MPDFT; Assessor de Ministros do STJ; Analista do STF; além
de ter sido aprovado em vários concursos públicos. Leciona Direito Constitucional em variados cursos
preparatórios para concursos.
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