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O homem do vulgo pode conhecer certo, MAS

(povo, plebe, o comum dos homens)

NÃO TEM CERTEZA DA CERTEZA.” Miguel Reale. lições preliminares do direito 2001, p.9

1 CONCEITOS:

1.1 C I Ê N C I A do D I R E I T O

Toda CIÊNCIA tem uma linguagem própria.


Assim é com as ciências exatas, assim é com a Ciência do Direito, esta é ciência
social aplicada.
A CIÊNCIA é uma verificação de “conhecimentos”, E UM
SISTEMA de “conhecimentos verificados”. Miguel Reale. lições preliminares do direito 2001, p.9

CONHECIMENTO
Desde os tempos mais antigos, este tema sempre preocupou a todos, dos mais sábios aos
menos instruídos.
É a ciência que se ocupa com o problema do Conhecimento, com a sua origem, sua natureza,
seu valor e limites é a chamada Epistemologia.
A partir disso, podemos “conceituar o Conhecimento” como sendo uma relação que se
estabelece entre o sujeito e o objeto, consistindo na apropriação intelectual de um conjunto
de dados EMPÍRICOS(EXPERIÊNICA) OU IDEAIS, com a finalidade de dominá-los e utilizá-los
para entendimento e elucidação da realidade, onde o sujeito APREENDE um objeto e torna-o
presente aos sentidos ou à inteligência.

O Conhecimento tem duas teorias: o Racionalismo e o Empirismo.

CIÊNCIA DO DIREITO tem caráter científico porque:


É um SISTEMA, (sistema jurídico !!!!!)
Tem MÉTODO (senão tiver não há ciência),
“MÉTODO é o caminho que DEVE ser percorrido para a AQUISIÇÃO DA VERDADE,
ou, por outras palavras, de um resultado exato ou rigorosamente verificado.
SEM MÉTODO NÃO HÁ CIÊNCIA.

Tem OBJETO (Ordenamento jurídico, Normas Jurídicas, Direito positivo, os


fatos sociais, econômicos, políticos, religiosos etc),

Com FINALIDADE do conhecimento jurídico etc.


É ESTUDADO de uma forma técnica, rigorosa, fugindo do
senso comum.

1.2. SISTEMA JURÍDICO

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É o conjunto de regras e de princípios jurídicos, que se instituem e
se adotam para regular todo corpo de leis de um país.
Dentro do Sistema Jurídico, estabelecem-se os vários regimes
jurídicos e se fundam as várias instituições legais, sejam de ordem
interna, sejam de ordem externa.
Regime jurídico é o conjunto de direitos, deveres, garantias, vantagens,
proibições e penalidades aplicáveis a determinadas relações sociais
qualificadas pelo Direito.

1.3. ORDENAMENTO JURÍDICO/NORMA JURÍDICA/DIREITO POSITIVADO

É o
conjunto de normas jurídicas interdependentes (depende
reciprocamente), reunidas segundo um princípio unificador, ou seja, a
unidade lógica das “regras”, “conceitos”, “princípios jurídicos”
que regem a aplicação do Ordenamento Jurídico de um país.

Segundo o Professor Paulo Dourado de Gusmão “DIREITO


POSITIVO” é um “sistema de normas vigentes, obrigatórias,
aplicáveis coercitivamente por órgãos institucionalizados, tendo a
forma de leis, de costumes ou de tratados...”

Recebe o nome de ordenamento jurídico todo o conjunto de leis


de um estado, e QUE REÚNE constituição, leis, regras, emendas,
decretos, resoluções, medidas provisórias, etc.
No caso do Brasil, o ordenamento jurídico nacional TEM ORIGEM
na tradição romano-germânica ou civilista (civil Law).
A Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor desde 5 de
outubro de 1988, é a lei suprema do país, definindo-o como uma
República Federativa, formada pela união indissolúvel de estados,
municípios e Distrito Federal.
http://www.infoescola.com/direito/ordenamento-juridico/

Para Miguel Reale, é “o sistema de normas jurídicas in acto(no


ato), compreendendo as fontes de direito e todos os seus
conteúdos e projeções:
É, pois, os sistemas das normas em sua concreta realização,
abrangendo tanto as regras explícitas como as elaboradas para
suprir as lacunas do sistema, bem como as que cobrem os claros
deixados ao poder discricionário dos indivíduos (normas negociais)”.
O ordenamento jurídico não pode deixar a descoberto, sem
dar solução, qualquer litígio ou conflito capaz de abalar o
equilíbrio, a ordem e a segurança da sociedade.
Por isso, ele contém a possibilidade de solução para todas as
questões que surgirem na vida de relação social, suprindo as
lacunas deixadas pelas fontes do direito.

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Segundo Kelsen, NORMAS não estão todas num mesmo plano de
análise.
Existem normas superiores e inferiores.
As inferiores são subordinadas às normas superiores, e este
escalonamento garante unidade ao sistema.
Aprendemos que no SISTEMA JURÍDICO existe a chamada
hierarquia de normas.
Assim, as normas de direito encontram sempre seu fundamento
em outras normas jurídicas.
As normas inferiores encontram seu fundamento de validade em
outras normas de escalão superior.
Desde a norma mais simples até à própria Constituição
ocorre o fenômeno da "pirâmide jurídica".
Representa-se esta estrutura hierárquica de um ordenamento
através de uma pirâmide.
O vértice é ocupado pela norma fundamental e a base pelos atos
executivos.

1.4. CONCEITUANDO O DIREITO


Trata-se, na verdade, de um conjunto de regras obrigatórias que garante a
convivência social, que regula a conduta do homem na sociedade, que coloca
um mínimo de regra ou de norma a ser seguida pela sociedade.

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2. CIVIL LAW - SISTEMA ROMANO-GERMÂNICO OU CONTINENTAL (2).
No caso do Brasil, o Ordenamento Jurídico Nacional TEM
ORIGEM na tradição do SISTEMA JURÍDICO ROMANO-GERMÂNICO
OU CONTINENTAL (civil Law).

Civil Law é a estrutura jurídica oficialmente adotada no


Brasil.
O que basicamente significa que as principais fontes do Direito adotadas
no Brasil são a Lei, o texto.
No Brasil, temos bem definido o que pode, o que não pode pela lei e sabe
que ela é a prioridade.
http://direitoelegal.com/2008/02/28/common-law-e-civil-law/

NOCÃO GERAL:
Notabiliza-se o SISTEMA GERMÂNICO pela observância da lei, extraindo-se dela
definições e princípios gerais de maior ou menor abstração que subsidiam a
INTERPRETAÇÃO a ser dada para o caso concreto.
O juiz na decisão também pode se valer ....
Da analogia: ....
Do costume: é fonte legal, porém acessória de aplicação do direito, na Alemanha.
Princípios gerais do Direito: .....
Da jurisprudência: só possui a mesma força que uma norma legal quando oriunda
do Tribunal Constitucional Federal e outros...
CPC:

Art. 489.  SÃO ELEMENTOS “ESSENCIAIS” DA SENTENÇA:

§ 1o NÃO SE CONSIDERA FUNDAMENTADA QUALQUER DECISÃO JUDICIAL, seja ela


interlocutória, sentença ou acórdão, que:

VI - DEIXAR DE SEGUIR enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente INVOCADO PELA


PARTE, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.

Art. 521.  A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:

IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com “súmula da


jurisprudência” do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou “em
conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos”.

Art. 926.  Os tribunais DEVEM UNIFORMIZAR SUA JURISPRUDÊNCIA e mantê-la estável, íntegra e
coerente.

§ 1o Na forma estabelecida e SEGUNDO OS PRESSUPOSTOS FIXADOS NO REGIMENTO


INTERNO, OS TRIBUNAIS EDITARÃO ENUNCIADOS DE SÚMULA CORRESPONDENTES A SUA
JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE.

§ 2o Ao EDITAR ENUNCIADOS DE SÚMULA, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos
precedentes que motivaram sua criação.

Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão:

§ 3o Na hipótese de ALTERAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE do Supremo Tribunal Federal


e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver
modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.

§ 4o A MODIFICAÇÃO DE ENUNCIADO DE SÚMULA, DE JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA OU DE


TESE ADOTADA em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação
adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e
da isonomia.

978...
Art. 1.035.  O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, NÃO CONHECERÁ DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO QUANDO A QUESTÃO CONSTITUCIONAL NELE VERSADA NÃO TIVER
REPERCUSSÃO GERAL, nos termos deste artigo.

§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:

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I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;

Súmulas dos Tribunais de Inferiores(TJ, TRF, TRT, TER, TJM) e Superiores(STJ, TST, TSE, STM, STF)
Súmulas Vinculantes do STF.
TÍTULO III - DA TUTELA DA EVIDÊNCIA

Art. 311.  A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo, quando:

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;

332, I e IV; 489 § 1, v;

Art. 496.  Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:

§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:

I - súmula de tribunal superior; e IV.

932, IV, a, V, a; 955, p.u, I;

CAPÍTULO IX - DA RECLAMAÇÃO

Art. 988.  Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:

III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado
de constitucionalidade;                   (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)   (Vigência)

1035, § 3, I.

Da doutrina: não é propriamente considerada uma fonte de direito, mas é muito


respeitada e suas teses são objetos de DEBATES em processos judiciais.
REGIMENTOS INTERNOS DOS TRIBUNAIS Inferiores e Superios ...
RESOLUÇÕES ...
PORTARIAS ...

No Civil Law predomina o Direito Escrito(direito positivado).

O MARCO MAIS IMPORTANTE para a consolidação do Sistema Romano-Germânico ou


Continental (Civil Law) foi o INÍCIO DA SISTEMATIZAÇÃO ORDENADA,
unificando as normas em um código garantindo a partir daí a segurança do Direito.
O movimento CODIFICADOR EUROPEU que provocou uma verdadeira luta entre os
corifeus (aqueles que se destacavam no assunto) da Escola Histórica, principalmente Savigny e os
juristas franceses liderados por Thibaut.

Com a CODIFICAÇÃO NAPOLEÔNICA em 1804 foi vencida resistência dos romanistas.


Partindo do pensamento histórico da ESCOLA HISTÓRICA DO DIREITO os
seguidores romanistas de Friedrich Carl Von Savigny, como Georg Friedrich
Puchta e Bernhard Windscheid, DESENVOLVERAM UM MÉTODO JURÍDICO
BASEADO NA LÓGICA conhecido como jurisprudência dos conceitos 
Quase todos os romanistas estabelecem como marco divisório entre a primeira e a
segunda fases da história do direito em Roma a Lei das XII Tábuas.
Antes dela tudo era vago, indeciso, impreciso.
OS COSTUMES regulavam a vida social, especialmente no período entre a
fundação (754 a. C.) e a queda de Tarquinio Soberbo (510 a. C.).
Tarquínio, o Soberbo. Rei Tarquínio, o Soberbo, foi o último rei de Roma e o terceiro dos reis
Tarquínios. Reinou de 535 a.C. até 509 a.C
http://jus.com.br/artigos/3549/a-codificacao-do-direito#ixzz2iABR9vgU

Codificação napoleônica em 1804


Antes do Código outorgado por Napoleão, a França não tinha um único conjunto de
leis, estas eram baseadas em COSTUMES locais, havendo frequentes ISENÇÕES e
PRIVILÉGIOS dados por REIS ou SENHORES FEUDAIS.

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A criação deste código tinha por objetivo reformar o sistema legal francês, seguindo os
princípios da REVOLUÇÃO DE 1789. (liberdade, igualdade, fraternidade)

O NOVO CÓDIGO eliminou os privilégios dos nobres, garantiu a todos os cidadãos


masculinos a igualdade perante a lei, separou Igreja e Estado, legalizou o divórcio,
ALÉM DE DIVIDIR o direito civil em duas categorias:

o da propriedade e o da família,

e de codificar diversos ramos do direito ainda organizados em documentos esparsos.

Seu conteúdo está organizado em QUATRO seções:

 Título Preliminar: Da publicação, dos efeitos e da aplicação das leis em geral (artigos 1º a 6º);

 Livro Primeiro: Das pessoas (artigos 7º a 515);

 Livro Segundo: Dos bens e das diferentes modificações da propriedade (artigos 516 a 710);

 Livro Terceiro: Dos diferentes modos de adquirir a propriedade (artigo 711 a 2302).

Na França, a força da ideologia “liberal” ligada aos valores BURGUESES


“causou” uma CRISE de ordem econômica e social, DERRUBANDO a
“monarquia absoluta”, “a aristocracia feudal” e os “juízes” franceses que
eram ligados a esta última.
Essa crise, conhecida como REVOLUÇÃO FRANCESA, teve uma ruptura com
a ordem política e jurídica da época (ATAÍDE JUNIOR, 2012).
Os revolucionários, que lutavam contra o “absolutismo”, queriam substituir o
REI por outro poder absoluto, A ASSEMBLEIA SOBERANA.
O Absolutismo Francês foi um dos mais influentes do mundo, especialmente na Idade Moderna e no
reinado de seu maior nome, Luís XIV. É da França que vem o termo Antigo Regime, caracterizado pelo
absolutismo monárquico e pela sociedade hierarquizada, que foi combatido e derrubado durante a
Revolução Francesa de 1789. Este evento encerrou um modelo político e social excludente e elitista,
influenciando mudanças que repercutem até hoje em nossas vidas e que, por sua importância para o
Ocidente, é tido como o marco inicial da Idade Contemporânea.
http://www.infoescola.com/historia/absolutismo-na-franca/

O “parlamento” AVOCOU para si a competência exclusiva de CRIAR O


DIREITO, de forma que a atividade dos juízes deveria se restringir apenas a
declarar a lei (ATAÍDE JUNIOR, 2012).
Foi nessa época que MONTESQUIEU elaborou sua TESE de que NÃO
PODERIA HAVER LIBERDADE caso o JUDICIÁRIO não estivesse separado
dos poderes Legislativo e Executivo (teoria da separação dos poderes).
Montesquieu. Filósofo
Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu, conhecido como Montesquieu, foi um
político, filósofo e escritor francês.
Nascimento: 18 de janeiro de 1689, Brède, França
Falecimento: 10 de fevereiro de 1755, Paris, França

Para ele, os JUÍZES não poderiam ter poder de INTERPRETAR as leis NEM
DE IMPERIUM porque, caso contrário, poderiam distorcê-las e assim frustrar os
objetivos do novo regime (ATAÍDE JUNIOR, 2012).
NESSE CENÁRIO QUE SURGIU O SISTEMA CIVIL LAW que nada mais é
que a LEI como fonte principal do direito.
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O “PARLAMENTO” ficou com a atribuição de formular leis claras, objetivas
e universais de forma que ABRANGESSEM TODAS AS SOLUÇÕES
POSSÍVEIS e IMAGINÁVEIS para os conflitos humanos.
Assim, não restaria espaço para interpretação ou criação
dos juízes. Nesse sistema buscavam a segurança jurídica exclusivamente
nos textos das leis.
O Brasil, que é filiado ao sistema do civil law, desde muito já vem sofrendo com o excesso de
divergência jurisprudencial o que torna a lei insuficiente para garantir segurança jurídica à
sociedade. Entretanto, hoje, o que se observa é uma grande mutação dos sistemas, para um
sistema híbrido. Temos um novo civil law e um novo common law, ambos exploram a principal
forma de direito do outro, sem contudo alterar-se.
http://jus.com.br/artigos/24569/teoria-dos-precedentes-judiciais-e-sua-eficacia-no-sistema-brasileiro-atual

Em 1° de janeiro de 1900 entrou em vigor o Código CIVIL ALEMÃO,


conhecido pela sigla BGB.
http://www.infoescola.com/direito/codigo-napoleonico/

STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1063343 RS 2008/0128904-9 (STJ)


Data de publicação: 16/11/2010
Ementa: DIREITO COMERCIAL E BANCÁRIO. CONTRATOS BANCÁRIOS
SUJEITOS AO CÓDIGODE DEFESA DO CONSUMIDOR. “PRINCÍPIO” DA BOA-FÉ
OBJETIVA. COMISSÃO DEPERMANÊNCIA. VALIDADE DA CLÁUSULA. VERBAS
INTEGRANTES. DECOTE DOS EXCESSOS. “PRINCÍPIO” DA CONSERVAÇÃO
DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS. ARTIGOS 139 E 140 O CÓDIGO CIVIL ALEMÃO.
ARTIGO 170 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO.
1. O princípio da boa-fé objetiva se aplica a todos os partícipes da relação
obrigacional, inclusive daquela originada de relação deconsumo. No que diz
respeito ao devedor, a expectativa é a de que cumpra, no vencimento, a sua
prestação.
2. Nos contratos bancários sujeitos ao Código de Defesa do Consumidor, é válida a
cláusula que institui comissão de permanência para viger após o vencimento da
dívida.
3. A importância cobrada a título de comissão de permanência não poderá
ultrapassar a soma dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato,
ou seja, a) juros remuneratórios à taxa médiade mercado, não podendo ultrapassar o
percentual contratado para operíodo de normalidade da operação; b) juros moratórios
até o limitede 12% ao ano; e c) multa contratual limitada a 2% do valor daprestação,
nos termos do art. 52, § 1º, do CDC. 4. Constatada abusividade dos encargos
pactuados na cláusula de comissão de permanência, deverá o juiz decotá-los,
preservando, anto quanto possível, a vontade das partes manifestada nacelebração
do contrato, em homenagem ao princípio da conservação dos negócios jurídicos
consagrado nos artigos 139 e 140 do Código Civil alemão e reproduzido no
artigo 170 do Código Civil brasileiro. 5. A decretação de nulidade de cláusula
contratual é medida excepcional, somente adotada se impossível o seu
aproveitamento. 6. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.
Encontrado em: LEG:FED LEI: 010406 ANO:2002 ART : 00170 CÓDIGO CIVIL DE
2002 CDC-90 LEG:FED LEI: 008078 ANO:1990... CPC-73 LEG:FED LEI: 005869
ANO:1973 ART : 0543C CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973 LEG:FED RES:
000008... DE JUSTIÇA CC-02 LEG:FED LEI: 010406 ANO:2002 ART:
00170 CÓDIGO CIVIL DE 2002 CDC-90 LEG:FED LEI:...
Art. 170. C.C. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de
outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir
supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/26877861/codigo-civil-alemao

Pertencem à família romano-germânica os direitos de toda a América Latina, de toda a


Europa continental, de quase toda a Ásia (exceto partes do Oriente Médio) e de cerca
de metade da África.
Sistema Romano-Germânico ou Continental (Civil Law) mais de 87 países

ORIGEM (sistematização):
Europa ocidental – séc. XII e XIII (ressurgimento do direito romano)
Corpus Juris Civilis (530)
O Corpus Juris Civilis (Corpo de Lei Civil) é uma obra fundamental da jurisprudência,
publicada por ordem do imperador bizantino Justiniano-I.
O livro/obra é composto por 4 partes:
O Código de Justiniano, que continha toda a legislação romana revisada desde século 2;
O Digesto ou Pandectas, composto pela jurisprudência romana;
Os Institutos, os princípios fundamentais do direito; e
As Novelas ou Autênticas, com leis formuladas por Justiniano.
Justiniano escreveu (482-565) foi imperador romano do Oriente de 527 até sua morte. Assim
que assumiu o poder, ORDENOU A COMPILAÇÃO de leis que compõem o Corpus Juris
Civilis.
Organizou as leis que já existiam e formulou novas, que se tornaram a base do Direito Civil
moderno.
Além de representar uma revolução jurídica, é também um documento importante sobre a vida no
Império Romano.

Predominância do direito positivado (lei)


Tendência à codificação do direito.
Sistemas que descenderam do Direito Romano (753 a.C – 565/1453) e receberam o
Movimento da Codificação do Século XIX
Fonte: JÂNIA MARIA LOPES SALDANHA

ABRANGÊNCIA:
Vigente em todos os países da Europa Ocidental (exceção: Reino Unido) e da América Latina,
aplicado na República da África do Sul, Japão, Indonésia ...

Como Japão Termina Décadas de um homem no corredor da morte


procura da alma Por HIROKO Tabuchi 27 mar, 2014
TÓQUIO - Iwao Hakamada era um ex-boxeador magro na casa dos 30 anos, quando ele foi
jogado na prisão pelo assassinato de uma família de quatro que chocou Japão 1960. 
Na quinta-feira, ele mancava de sua cela no corredor da morte, um desnorteado com
aparência de 78 anos de idade, que, seus medos familiares, pode ter perdido a cabeça na
prisão.

Na quinta-feira, doente de câncer e falando com muita dificuldade,


ele apareceu na televisão nacional, bombeando os punhos no ar,
com os olhos cheios de lágrimas.
"Eu sinto muito, sinto muito", disse ele. "Eu gostaria de ter falado
mais naquela época."
Hannah C. Murphy, contribuiu com reportagem de Nova York.

Uma versão deste artigo aparece na imprensa em 28 de março de 2014 na página A1 da edição de Nova Yorkcom a manchete:.
exame de consciência como o Japão Termina Décadas de um homem no corredor da morte 

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+ art. 7º P.U, 7.170/83 Crimes contra segurança nacional + art. 52 CPM

Art. 60. C.F. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

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A ALEMANHA AUMENTOU DE 14 PARA 18/21

CARACTERÍSITICAS:
PRIMEIRA FAMÍLIA DE DIREITOS, que encontramos no mundo “contemporâneo”, é a
família Sistema Romano-Germânico ou Continental (Civil Law), esta tem atrás de si uma
grande história.
Liga-se ao direito da antiga Roma(sistematização), codificação (Direito Francês).
Os direitos da família romano-germânica são os continuadores do direito romano ..., cuja
“evolução” concluiu.
Esta família está atualmente dispersa pelo mundo inteiro.
Ultrapassando largamente as fronteiras do antigo Império Romano, esta expansão deveu-
se em parte à colonização, em parte às facilidades que, para uma recepção, foram dadas
pela técnica jurídica da colonização.

DECISÃO DO STF:

Ext 1306 / DF - DISTRITO FEDERAL


EXTRADIÇÃO
Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento:  29/10/2013           Órgão Julgador:  Segunda Turma
Publicação
ACÓRDÃO ELETRÔNICO

Parte(s)
REQTE.(S) : GOVERNO DO REINO UNIDO
EXTDO.(A/S) : MICHAEL EUGENE MISICK
ADV.(A/S) : LUIZ EDUARDO GREENHALGH

Ementa

Ementa: EXTRADIÇÃO INSTRUTÓRIA. GOVERNO DO REINO UNIDO. EXTENSÃO DO


TRATADO POR TROCA DE NOTAS. ILHAS DE TURKS e CAICOS. CRIMES DE
QUADRILHA E CORRUPÇÃO PASSIVA. DUPLA TIPICIDADE. COMMON LAW.
IMPOSSIBILIDADE DE EXAME DE PROVAS. PEDIDO DE REFÚGIO INDEFERIDO PELO
CONARE. NÃO OCORRÊNCIA DE PERSEGUIÇÃO POLÍTICA. ALEGAÇÕES DE VÍCIOS
DE NATUREZA FORMAL. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE PRESCRIÇÃO.
COMPROMISSO DO ESTADO REQUERENTE DE “COMUTAR” A PENA
EVENTUALMENTE IMPOSTA EM PERIODO NÃO SUPERIOR A 30 ANOS. DETRAÇÃO.
EXTRADIÇÃO DEFERIDA.

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VI - No processo extradicional, OS SISTEMAS JURÍDICOS de natureza diversa, tal
como ocorre na espécie (Civil Law e Common Law), devem ser compatibilizados, sob
pena de a cooperação jurídica internacional tornar-se inviável.
VII - A entrega do extraditando fica condicionada à formalização de compromisso,
pelo Estado requerente, de comutar em pena não superior a 30 (trinta) anos, as penas
de prisão perpétua eventualmente impostas ao extraditando e a observância da
detração em relação ao período de prisão preventiva no Brasil.
VIII - Extradição deferida, condicionada à formalização de compromisso.

VANTAGENS COM RELAÇÃO AOS OUTROS SISTEMAS:

A Civil Law predomina na região central e sul da América, no oeste da


Europa, em países como a França, a Alemanha, Portugal e Brasil.

O Civil Law “surgiu” sob os ideais da Revolução Francesa, CODIFICANDO


a lei, com intuito de não abrir espaço para a criação ou interpretação. A
lei diz pode ou não pode.

STF decide que tem palavra final sobre “perda” de mandato de réus do mensalão
04/09/2013 - 18h19

Seção V - DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES.


Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos
Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva
Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.  
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013, 28/11/2013). Altera o § 2º do art. 55 e o § 4º do art. 66
da Constituição Federal, para abolir a votação secreta nos casos de perda de mandato de Deputado ou Senador e de
apreciação de veto.

Já a Common Law prevalece na Grã-Bretanha, na Irlanda, nos Estados Unidos da América, no Canadá, na


Austrália, na Nova Zelândia, dentre outros.

A remição da pena por meio da educação veio com a súmula 341 do Superior
Tribunal de Justiça em 27/06/2007, súmula não é lei, e depois pela lei 12.433/11
em 29 de julho 2011, alterando a Lei no 7.210, de colocar a súmula 341 e a lei
12.433/11
SÚMULA 341 STJ
A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução
de pena sob regime fechado ou semi-aberto.

Lei 7210/84
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto
poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena.
Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto
poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da
pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).

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Procedendo à análise dos aspectos gerais, tem-se que a CIVIL LAW É
UM SISTEMA FECHADO, tendo em vista que o direito se apresenta
como um conjunto de preceitos agrupados em um ORDENAMENTO
JURÍDICO, ou seja, sob a forma de um DIREITO LEGISLATIVO.
Essa conjugação de normas TRAZ UMA CERTEZA com relação ao
direito a ser aplicado pelo juiz, o que faz com que a JURISPRUDÊNCIA
seja, de certo modo, AFASTADA ou, pelo menos, passa a ficar em
segundo plano.

Ademais, esse sistema apresenta POUCAS LACUNAS, uma vez que


existem inúmeras normas direcionando incontáveis situações que podem
acontecer. Por isso, os códigos, as leis e a Constituição costumam ser
extensos.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/14625/o-contrato-nas-doutrinas-common-law-e-civil-law#ixzz3DojAp0kZ

DESVANTAGENS COM RELAÇÃO AOS OUTROS SISTEMAS:

Os sistemas judiciais “ocidentais” são formados por ordenamentos derivados


ou do Civil Law, ou do Common Law, os quais surgiram em
circunstâncias políticas e culturais muito diversas.

O SISTEMA BRASILEIRO foi estruturado sobre os PRECEITOS do CIVIL


LAW, onde, logo no INÍCIO, acreditou-se que a LEI seria
suficiente para a correta e justa aplicação do direito,
verificando-se, posteriormente, que apenas a lei NÃO era
suficiente para tanto, obrigando os magistrados à interpretação e
criação judicial, desenvolvendo mecanismos que, através da vinculação de
decisões, garantissem os princípios da segurança jurídica e da efetividade
processual.

Cuidado ! ! ! !
“Da análise feita no capítulo anterior, concluímos que o Sistema Jurídico Brasileiro
do século XXI vive uma “transformação” NA APLICAÇÃO DAS FONTES DO
DIREITO, que requer uma reorganização da classificação destas.
EM PROCESSO SEMELHANTE ao vivido nos Estados Unidos no final do século
XVIII e início do XIX, no qual os PRECEDENTES ingleses, fonte primária do
Direito, deram lugar ao chamado judge-made law, ou Direito criado
pelos juízes, promovendo grande transformação social, o Direito Brasileiro
do século XXI começa a inverter a ordem de aplicação DAS FONTES
DO DIREITO, passando os Princípios Gerais do Direito e a
Jurisprudência a se sobrepor à lei. (NÃO SE ESQUECER DAS SÚMULAS e
SÚMULAS VINCULANTES)

Os princípios gerais do Direito e a jurisprudência SE TORNARAM


VERDADEIRAS FONTES INFORMADORAS DO DIREITO POSITIVO, submetendo
as demais fontes ao seu crivo”. 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7338

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A avaliação da constante transição (transitar) do Sistema Jurídico CIVIL
LAW para uma forma híbrida e as consequências decorrentes dessa
modificação.
Parte-se da premissa de que a constitucionalização do direito, no Brasil, foi
o fato gerador para tal modificação e diante dessa ruptura a TEORIA DOS
PRECEDENTES ganha suma importância para garantia da segurança
jurídica, previsibilidade, racionalidade e isonomia.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/24569/teoria-dos-precedentes-judiciais-e-sua-eficacia-no-sistema-brasileiro-atual#ixzz3F8VjFKvO

Contudo, o sistema brasileiro já adota o “precedente vinculante” desde


1993, quando fora inserido o § 2º ao artigo 102 da Constituição Federal
e tem caminhado cada vez mais nessa direção.
Podem-se citar, por exemplo, as súmulas vinculantes, a repercussão geral e
os recursos especial e extraordinário sob o regime das causas repetidas.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/24569/teoria-dos-precedentes-judiciais-e-sua-eficacia-no-sistema-brasileiro-atual#ixzz3F8VnuVNO

SEÇÃO II - DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
§ 2.º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal,
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo. (Incluído em § 1º pela Emenda

Constitucional nº 3, de 17/03/93)

§ 2º As decisões definitivas de MÉRITO, proferidas pelo Supremo Tribunal


Federal, nas AÇÕES diretas de inconstitucionalidade e nas ações
declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,


mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões
sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na
imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma
estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide
Lei nº 11.417, de 2006).
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave
insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão
idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a
ação direta de inconstitucionalidade.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que,
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da
súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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Diante do exposto, verifica-se uma aproximação entre os
dois grandes Sitemas Jurídicos (Famílias) estudados
nesse trabalho.
Primeiramente, o CIVIL LAW, que tem a LEI como fonte primária do
direito, se rendeu a importância da utilização das jurisprudências,
principalmente devido ao constitucionalismo, ou seja, momento em
que a “lei perdeu” sua supremacia submetendo-se à Constituição.
Assim, a atividade dos juízes do CIVIL LAW se tornou “bem
parecida” !!!!!!!!!(para seguir precedente e não criar precedente) com a dos juízes do
COMMON LAW, de forma que passou-se a controlar as leis através da
Constituição.
Já os adeptos do common law, que só usavam as jurisprudências como fonte primária do direito, perceberam a importância das leis para limitar e também para adequar as jurisprudências ao fatos
socias atuais.

Verifica-se também que a utilização dos precedentes judiciais obrigatórios é o melhor caminho para que haja segurança, igualdade e previsibilidade/estabilidade no sistema jurídico.

Não há mais como aceitar que casos iguais sejam decididos de maneira diferente.

O uso dos precedentes vinculantes tem esse importante papel no sentido de que trata os casos iguais de maneira igual, sem surpresas ou prejuízos aos jurisdicionados.

Sendo assim, o uso de precedentes com eficácia vinculante PARECE ser a melhor forma de desafogar o sistema jurídico brasileiro dos milhares de processos existentes (muitos desses iguais) e
também a melhor forma de trazer isonomia, certeza e previsibilidade aos jurisdicionados, acabando assim com as injustiças e com a falta de segurança jurídica vividas atualmente.

Leiamais: http://jus.com.br/artigos/24569/teoria-dos-precedentes-judiciais-e-sua-eficacia-no-sistema-brasileiro-atual/2#ixzz3F8cULSYJ

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3. COMMON LAW (PARAR AQUI) - Sistema anglo-saxônico ou Sistema Anglo-
Americano - (4).

Já na Inglaterra, berço do sistema Common Law, o desenvolvimento do


sistema se deu de forma contínua e gradativa, produto de uma longa evolução.
(ATAÍDE JUNIOR, 2012).
Nesse sistema, o LEGISLATIVO não se opôs ao JUDICIÁRIO, chegando,
em realidade, a com “ele” se confundir.
No direito inglês, o JUIZ(judiciário) esteve ao lado do
PARLAMENTO(legislativo) na luta contra o arbítrio do MONARCA,
reivindicando a tutela dos direitos e das liberdades dos cidadãos.
ELE(juiz) não só interpretava a lei como extraía DIREITOS e DEVERES a
partir do Common Law (MARINONI, 2010).

A tradição Common Law SE CARACTERIZA pelo


direito costumeiro e principalmente pelo respeito
obrigatório aos precedentes.

ESTES(COSTUMES e PRECEDENTES) , nesse sistema, são


considerados como FONTE PRIMÁRIA do direito, conferindo segurança e
previsibilidade nas decisões.
Na Inglaterra, as leis estavam submetidas a um direito superior, O
COMMON LAW, e se assim não fossem, elas seriam nulas e destituídas de
eficácia.
http://jus.com.br/artigos/24569/teoria-dos-precedentes-judiciais-e-sua-eficacia-no-sistema-brasileiro-atual

O PRINCÍPIO DA CODIFICAÇÃO(civil Law) consiste em manter


previamente estabelecidas e reunidas, condutas não admitidas pela
sociedade e penalizadas pelo Estado.
Mencionado princípio(codificação) apresenta como VANTAGEM, a reunião
de condutas contrárias, pré-definidas, ou seja, de conhecimento antecipado
da sociedade(civil Law), NÃO sendo necessário, para cada ato
praticado pelo cidadão, a CONSTRUÇÃO e ANÁLISE DO FATO para
definição de existência de conduta ilícita/criminosa(commom Law).

Atualmente se vislumbra um amplo período de reforma do sistema


jurídico brasileiro em particular, já que na Europa e em outros países
Latinos Americanos este período se deu em fins da década de 90 e
início desta década.
A Constituição brasileiroa de 1988 está em constante adaptação,
seguindo, teoricamente, a melhor forma de proteger os direitos
fundamentais e alcançar as finalidades que a originaram.

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Nota-se claramente que o tradicional SISTEMA
JURÍDICO processual do país, intitulado
“romano-germânico”, ou Civil Law, tem passado a
incorporar características que, até então, marcavam
o, supostamente antagônico, sistema “anglo-
americano”, o qual também é denominado, por parte
da doutrina, de sistema consuetudinário ou
da Common Law. De igual forma, o direito
comparado demonstra que no mundo ocidental a
recíproca é verdadeira (cf.RENÉ, 2002,p.442).
O que diferencia os SISTEMAS processuais SÃO AS FONTES
DE DIREITO UTILIZADAS, sendo que no sistema da Civil Law,
é  utilizada a lei,  lato sensu,  como  regra jurídica positivada com
legítima força obrigatória, enquanto no sistema da Common
Law os  costumes e precedentes judiciais consolidados são
acoimados dessa força (cf.REALE,2003,p.140).

Acontece que, OS PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS,


atualmente, passaram a ter mais importância em nosso
sistema(brasileiro), até às vezes como verdadeira regra
jurídica imposta de forma obrigatória, COMO É CASO DA
SÚMULA VINCULANTE, que inclusive é passível de
Reclamação Constitucional caso não seja obedecida, já
sendo possível encontrar, em nossa Constituição e na
legislação infraconstitucional, preceitos que induzem à
incorporação da jurisprudência como fonte do direito (Didier,
2010,p.348).
O que é certo é que na prática judiciária está se consolidando o
PRECEDENTE judicial COMO FONTE DO DIREITO, ultrapassando
a barreira de mero elemento volitivo(vontade) do julgador,
afastando a sua mera INDICAÇÃO como PRECEDENTE
PERSUASIVO, passando a ser  utilizado realmente como
PRECEDENTE “VINCULANTE”.

Atualmente: CPC
Seção II - Dos Elementos e dos Efeitos da Sentença
Art. 489.  São elementos essenciais da sentença:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos;

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VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento.

LIVRO III - DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE IMPUGNAÇÃO


DAS DECISÕES JUDICIAIS
TÍTULO I - DA ORDEM DOS PROCESSOS E DOS PROCESSOS DE
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 926.  Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável,
íntegra e coerente.
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento
interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua
jurisprudência dominante.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias
fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o,
quando decidirem com fundamento neste artigo.

§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento


de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de
pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.

§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal


Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos
repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no
da segurança jurídica.

§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese


adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de
fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança
jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.

§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por


questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de
computadores.

Art. 928.  Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos
a decisão proferida em:

I - incidente de resolução de demandas repetitivas;


II - recursos especial e extraordinário repetitivos.

Parágrafo único.  O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito
material ou processual.

CAPÍTULO IX - DA RECLAMAÇÃO
Art. 988.  Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;

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III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do
Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;            (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)   (Vigência)

IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de


resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de
competência;             (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)  (Vigência)
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento
compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja
autoridade se pretenda garantir.
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao
presidente do tribunal.
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do
processo principal, sempre que possível.
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese
jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam.
§  5º É inadmissível a reclamação:          (Redação dada pela Lei nº 13.256, de
2016)   (Vigência)
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;         (Incluído pela Lei
nº 13.256, de 2016)   (Vigência)
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com
repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos
extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias
ordinárias.           (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)   (Vigência)

TÍTULO IX - DO PROCESSO NOS TRIBUNAIS; antigo CPC


CAPÍTULO I - DA UNIFORMIZAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA
Art. 476(antigo). Compete a qualquer juiz!!!!!!, ao dar o voto na turma,
câmara, ou grupo de câmaras , solicitar o pronunciamento prévio do
tribunal acerca da interpretação do direito quando:
I - verificar que, a seu respeito, ocorre divergência;
II - no julgamento recorrido a interpretação for diversa da que Ihe haja dado
outra turma, câmara, grupo de câmaras ou câmaras cíveis reunidas.
Parágrafo único. A PARTE PODERÁ, ao arrazoar o recurso ou em petição
avulsa, requerer, fundamentadamente, que o julgamento obedeça ao
disposto neste artigo.
Art. 477. Reconhecida a divergência, será lavrado o acórdão, indo os autos ao
presidente do tribunal para designar a sessão de julgamento. A secretaria distribuirá a
todos os juízes cópia do acórdão.
Art. 478. O tribunal, reconhecendo a divergência, dará a interpretação a ser
observada, cabendo a cada juiz emitir o seu voto em exposição fundamentada.
Parágrafo único. Em qualquer caso, será ouvido o chefe do Ministério Público
que funciona perante o tribunal.

Art. 479. O julgamento, tomado pelo voto DA MAIORIA ABSOLUTA dos


membros que integram o tribunal, SERÁ OBJETO DE SÚMULA e
CONSTITUIRÁ PRECEDENTE NA UNIFORMIZAÇÃO DA
JURISPRUDÊNCIA.
Parágrafo único. Os REGIMENTOS INTERNOS disporão sobre a publicação no
órgão oficial DAS SÚMULAS DE JURISPRUDÊNCIA PREDOMINANTE.

STF - RE 1 SP (STF)
Data de publicação: 12/11/2013

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Ementa: Ementa: PROCESSUAL CIVIL. SEGUNDOS EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. PETIÇÃO PROTOCOLIZADA EM TRIBUNAL DIVERSO.
ENTRADA NA SECRETARIA DESTE TRIBUNAL FORA DO PRAZO.
INTEMPESTIVIDADE. PRECEDENTES DO STF. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS.
Encontrado em: ESTADO DE SÃO PAULO. PROCURADOR-GERAL DO
ESTADO DE SÃO PAULO RE 1 SP (STF) Min. TEORI ZAVASCKI

STJ - HABEAS CORPUS HC 214157 RS 2011/0172497-7 (STJ)


Data de publicação: 29/10/2013

Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO e FURTO. IMPOSSIBILIDADE


DE RECONHECIMENTO DE CONTINUIDADE DELITIVA. CRIMES DE
ESPÉCIES DIFERENTES. PRECEDENTES DO STF E DO STJ.
ORDEM DE HABEAS CORPUS DENEGADA.
1. O crime continuado é ficção jurídica que se evidencia quando o agente,
mediante mais de uma ação ou omissão, comete mais de um crime da mesma
espécie, sendo necessário também que os delitos guardem conexão no que diz
respeito ao tempo, ao lugar, à maneira de execução e a outras características
que façam presumir a continuidade delitiva (art. 71 , caput, do Código Penal ).
2. Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e
furto, pois são infrações penais de espécies diferentes e que têm definição legal
autônoma. Precedentes do STF e do STJ. 3. Ordem de habeas corpus
denegada.

ADI e Brigas de Galo


Por ofensa ao art. 225, VII, § 1º, da CF, que veda práticas que
submetam os animais a crueldade , o Plenário julgou procedente
pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Procurador-Geral da República
da Lei 11.366/2000, do
para declarar a inconstitucionalidade
Estado de Santa Catarina, que autoriza e
regulamenta a criação, a exposição e a realização de
"brigas de galo". Precedentes citados: RE 153531/SC (DJU de
13.3.98) e ADI 1856 MC/RJ (DJU de 22.9.2000).
ADI 2514/SC, rel. Min. Eros Grau, 29.6.2005. (ADI-2514)
Notícias STF
Quinta-feira, 30 de junho de 2011
Julgada procedente ADI contra lei catarinense sobre cancelamento de notificações fiscais
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2345 foi julgada procedente pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal. A ação questionava a Lei nº 11.393/2000, do Estado de Santa Catarina, que cancelava as notificações
fiscais emitidas com base em declarações de informações econômicas e fiscais do exercício de 1998 no estado.
Em 2002, os ministros do STF concederam liminar a fim de suspender os efeitos da norma catarinense. O ministro Sydney
Sanches (aposentado), relator da ação à época, ressaltou que o ato da Assembleia Legislativa do estado agia com
benevolência, “ao ofender a Constituição Federal com a generosa renúncia”.
O relator anterior afirmou que houve violação dos princípios da soberania nacional e independência dos poderes, além de
ofensa à competência privativa do presidente da República em matéria tributária (artigo 61, parágrafo 1º, inciso II, alínea
“b”). Ainda segundo Sanches, a concessão de benefícios fiscais pelos estados depende de deliberação do Congresso (art.
155, § 2º, inciso II, alínea "g").
O atual relator da matéria, ministro Cezar Peluso, votou pela manutenção da liminar. Ele entendeu, portanto, que o pedido
do Governo do Estado de Santa Catarina na ADI 2345 deveria ser julgado procedente. A decisão foi unânime.

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O propósito deste artigo É FAZER UMA ANÁLISE DESTA MUDANÇA 
PAULATINA, passando pelos conceitos do Civil Law   e do Common
Law e da jurisprudência como fonte do direito , apreciando institutos
essenciais desse SISTEMA DE PRECEDENTES JURISPRUDÊNCIAS e
fazendo  análise crítica da pretensão do legislador.

Dizer que a “JURISPRUDÊNCIA” é fonte do direito no


Brasil é quase redundante, apesar da doutrina
tradicional de TEORIA GERAL DO DIREITO tratar a
jurisprudência como uma FONTE SECUNDÁRIA, como
um elemento volitivo(vontade) meramente psicológico, ou
algum conceito afim.
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942.
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.    (Redação dada pela Lei nº 12.376, de 2010

Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

A verdade, entretanto, é que se há um COMANDO NORMATIVO


imposto pelo Estado e exigível obrigatoriamente, isto é o que se
denomina fonte do direito.
http://www.pepedemoraes.com.br/2013/05/os-precedentes-judiciais-dos-tribunais-superiores-na-atualidade-e-no-anteprojeto-do-codigo-de-
processo-civil/ (bom artigo)

NOÇÃO GERAL:
Sistema anglo-saxônico ou Common Law ou Sistema Anglo-Americano.

O Common Law é o Sistema Jurídico elaborado na Inglaterra


a partir do Século XII, em que o Direito se desenvolveu por meio
das decisões dos tribunais, e NÃO mediante atos legislativos ou
executivos como no Sistema Romano-Germânico.

O Common Law é o Direito criado ou aperfeiçoado pelos juízes:


Uma decisão a ser tomada num caso depende das decisões adotadas
para casos anteriores e afeta o direito a ser aplicado a casos futuros .

Nesse sistema, QUANDO NÃO EXISTE UM PRECEDENTE, possuem a os juízes


autoridade para criar o direito, estabelecendo um precedente. (NÃO PRECISA DO
LEGISLATIVO)
O CONJUNTO DE PRECEDENTES é chamado de common law e vincula
todas as decisões futuras.
O precedente judicial (sentença-padrão), fundado no “princípio” de dever
haver julgamento similar quando análogos forem os casos (ride of
precedeni), é a fonte principal do Direito em que a lei (statute law)
desempenha papel secundário.

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Um precedente vinculará os tribunais futuros com base no
princípio do stare decisis. Esse é o cerne de todos os
sistemas de Common Law.
O sistema de common law foi adotado por diversos países do mundo,
especialmente aqueles que herdaram da Inglaterra o seu SISTEMA
JURÍDICO, como:
O Reino Unido, a maior parte dos Estados Unidos e do “Canadá” e as
ex-colônias do Império Britânico.
Sistema Anglo-Saxônico, Common Law ou Sistema Anglo-Americano –
mais de 43 Países

Common Law é uma estrutura mais utilizada por países de origem anglo-
saxônica como Estados Unidos e Inglaterra.
Uma simples diferença é que lá o Direito se baseia mais na
“Jurisprudência”(precedeste ou costumes) que no texto da LEI.
Jurisprudência, caso esteja em dúvida, trata-se do conjunto
de interpretações das normas do direito proferidas pelo Poder
Judiciário. (Podemos ter a Favor ou Contra o que pleiteamos em juízo)
Exemplo:
Se lá nos EUA dois homens desejam realizar uma adoção, eles
procuram outros casos em que outros homossexuais tenham
conseguido adoções e defendem suas ideias em cima disso.
MAS A PARTE CONTRÁRIA pode alegar exatamente casos
opostos, o que gera todo um trabalho de interpretação,
argumentação e a palavra final fica com o Juiz.

É bom lembrar que nos países de Common Law também existem as leis,
MAS O CASO é analisado principalmente de acordo com outros
semelhantes.

Aqui no Brasil, tal fato NÃO DEVERIA OCORRER, mas não é regra.
A regra é usar o texto da lei, seguindo a vontade do legislador (quem
escreveu).
Mas esse texto também pode ser interpretado.
A lei também cai em desuso em alguns casos.
Além disso, quando a lei ainda não aborda o assunto, a
jurisprudência é muito recorrida.

Nos EUA também tem lei, mas sabe que depende DO CASO.

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Eu, ainda no começo da caminhada, acho que em caso de JUÍZES
SENSATOS, a Common Law é a ideal e tenho sentido uma influência
desse pensamento flexibilizador nas recentes aulas de Civil.
Mas e se o Juiz tá doidão ou com raiva, ou é
preconceituoso etc? Aí, o jeito é contar mesmo com o legislador da
Civil Law. (desvantagem do common law...)
Aí nos perguntamos: qual Sistema Jurídico seria o melhor, então?
http://direitoelegal.com/2008/02/28/common-law-e-civil-law/

Sistema Anglo-Saxônico, Common Law ou Sistema Anglo-Americano – mais de 43 Países

ORIGEM:
Common Law  é um termo utilizado nas ciências jurídicas para se referir a um sistema de
Direito cuja aplicação de normas e regras não estão escritas, MAS sancionadas pelo
COSTUME ou pelo PRECEDENTE (jurisprudência).
Tal forma de Direito tem origem na concepção do DIREITO MEDIEVAL inglês que, ao
ser ministrado pelos tribunais do reino, refletia os COSTUMES comuns dos que nele
viviam. Este sistema legal vigora no Reino Unido e em boa parte dos países que foram
colonizados por este país.
http://www.infoescola.com/direito/common-law/

CARACTERÍSTICAS:
Uma das principais características do Common Law é de que as
questões DEVEM SER RESOLVIDAS tomando-se como base
sentenças judiciais “anteriores”, AO CONTRÁRIO de preceitos legais
fixados antecipadamente, como ocorrem no sistema romano-germânico,
utilizado por vários outros países, entre eles o Brasil. 
A reunião de sentenças judiciais sobre várias situações semelhantes
permite extrair REGRAS GERAIS que geram precedentes e que se
convertem em orientações para o julgamento futuro dos juízes, EM
CASOS ANÁLOGOS.
O Common Law representa a lei dos tribunais, como expresso em
decisões judiciais. Além do sistema de precedentes judiciais, outras
características do direito comum são julgamento por júri e da doutrina
da supremacia da lei.

Dentro do sistema Common Law, as disputas são resolvidas


por meio de uma TROCA DE CONTRADITÓRIO de
argumentos e provas. Ambas as partes apresentam seus casos
perante um elemento julgador neutro, seja um juiz ou um júri.

Este juiz ou júri avalia a evidência, aplica a lei adequada aos fatos, e
elabora uma sentença em favor de uma das partes.

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 22


Após a decisão, qualquer das partes pode recorrer da decisão a
um tribunal superior.

Tribunais de apelação neste SISTEMA JURÍDICO podem rever


sentenças apenas de direito, e não determinações de fato.

Sob a Common Law, todos os cidadãos, incluindo os funcionários de mais


alto escalão do governo, estão sujeitos ao mesmo conjunto de leis, e
o exercício do poder do governo é limitado a essas leis.

O Poder Judiciário pode rever a legislação, mas apenas para


determinar se ele está de acordo com normas
constitucionais.
Todo o Canadá, exceto por Quebec e todos os Estados Unidos
exceto pela Louisiana seguem este SISTEMA JURÍDICO.

Nos EUA, os ESTATUTOS ESTADUAIS geralmente prevêem que o


Common Law, a equidade e estatutos em vigor na Inglaterra em
1603(primeiro ano do reinado de Jaime-I) deverão ser considerados como
integrantes do CORPUS JURÍDICO.

Decisões posteriores dos TRIBUNAIS INGLESES têm apenas a validade


persuasiva.
http://www.infoescola.com/direito/common-law/

VANTAGENS e DESVANTAGENS DO USO DE “PRECEDENTES


OBRIGATÓRIOS”
Verifica-se, de acordo com a maior parte da doutrina, que o uso dos
“precedentes vinculantes” geram uma série de VANTAGENS, entre as quais:
Segurança jurídica, previsibilidade, estabilidade, igualdade (perante a
jurisdição e a lei), coerência da ordem jurídica, garantia de imparcialidade do
juiz, definição de expectativas, desestímulo à litigância (pleitear ou questionar em juízo),
favorecimento de acordos, racionalização do duplo grau de jurisdição,
duração razoável do processo, economia processual e maior eficiência do
judiciário.
Entretanto, DESVANTAGENS para o uso dos “precedentes vinculantes”, quais
sejam:
Obstáculo ao desenvolvimento do direito e ao surgimento de decisões
adequadas às novas realidades sociais, óbice à realização da isonomia
substancial, violação do princípio da separação dos poderes, violação da
independência dos juízes, violação do juiz natural e violação da garantia do
acesso à justiça.

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 23


Portanto, diante das VANTAGENS percebidas pelo uso dos PRECEDENTES
OBRIGATÓRIOS e também por muitas das DESVANTAGENS serem mais
aparentes do que reais, os pontos positivos!!!!!!!!!!! parecem suficientes para
demonstrar a importância do uso de precedentes vinculantes.
Leiamais: http://jus.com.br/artigos/24569/teoria-dos-precedentes-judiciais-e-sua-eficacia-no-sistema-brasileiro-atual#ixzz3F8bwe2VO

Cristian é o mais jovem réu julgado como adulto do condado


de Duval, na Flórida. Se condenado, o garoto pode ser
sentenciado à prisão perpétua.

O caso é um dos mais complexos já julgados em TRIBUNAIS DA FLÓRIDA.


Se Cristian for condenado à prisão perpétua, esse
resultado pode modificar a maneira COMO CASOS
SEMELHANTES, envolvendo jovens, são julgados, já
que o SUPREMO TRIBUNAL DOS ESTADOS UNIDOS
decidiu, há menos de um ano, que é inconstitucional
que adolescentes infratores sejam condenados à
prisão perpétua.

INFLUENCIÁVEIS? 
O pedido do pai encontra respaldo num estudo feito por psicólogos e
neurocientistas usado de sete universidades americanas,
como referência pela Suprema Corte dos Estados
Unidos.
Os cientistas afirmam que, enquanto as áreas do cérebro
o córtex
responsáveis pela emoção amadurecem rapidamente,
prefrontal, responsável por funções de
controle, como a capacidade de julgamento e
avaliação de riscos, só se desenvolve completamente no fim
da adolescência. 

Por isso, crianças e adolescentes são facilmente influenciados pela


opinião de terceiros, têm um enorme apetite por situações de risco,
tendem a pensar apenas no prazer imediato daquilo que fazem e
frequentemente subestimam as consquências. 

O ESTUDO não discute se os menores de idade que cometem assassinatos devem


ou não ser condenados à prisão perpétua, que, por causa MAS CONCLUI
dessa demora na formação de partes críticas do cérebro, eles deveriam sempre ter
o Direito a uma reavaliação.

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 24


PUNIÇÃO 
O tratamento que a Justiça dá ao menino Jordan Brown é o que se conhece
aqui nos Estados Unidos como “punição adulta” para um “crime adulto”.

Se ele for condenado aos 12 anos, vai ser a criança mais jovem da história
americana a enfrentar a prisão perpétua sem Direito a liberdade condicional. 

Existem mais de 2,6 mil adolescentes cumprindo a


prisão perpétua nos Estados Unidos. Mas, na maioria
dos casos, principalmente quando há crueldade ou
assassinatos em série, a população concorda com a
punição. No caso de Jordan, pelo histórico do
menino, muita gente se pergunta se não seria
possível uma reabilitação.
O advogado de defesa, Dennis Elisco, espera
convencer o juiz. “Quando essa lei foi aprovada,
anos atrás, havia um sério problema com gangues
que recrutavam garotos de 10 ou 11 anos para
cometer assassinatos. Num caso desses, eu
concordaria com a prisão perpétua. Mas Jordan é
um exemplo oposto”, conclui o advogado.
 

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 25


(i) Há quase um ano, o Supremo Tribunal determinou que
condenar criminosos juvenis à prisão perpétua sem a
possibilidade de “liberdade condicional” violava a
proibição da Oitava Emenda da
Constituição norte-americana contra punições
cruéis e incomuns – mas apenas para crimes que NÃO
envolvem assassinato.
A decisão afetou cerca de 130 prisioneiros condenados
por crimes como estupro, assalto a mão armada e
sequestro.
Agora é inevitável que os casos relacionados comecem a chegar ao
Supremo Tribunal (emenda 8ª). No mês passado, os advogados de
dois outros prisioneiros que tinham 14 anos quando se envolveram
em assassinatos entraram com requerimentos pedindo aos juízes
para estender a decisão do ano passado, do caso “Graham” versus
Flórida, para todos os criminosos de 13 e 14 anos de idade,
quaisquer que tenham sido seus crimes. (Interpretação Extensiva)
O Supremo Tribunal(americano) tem reduzido metodicamente as
sentenças mais severas.
Nos últimos anos, ele baniu a pena de morte para os
criminosos juvenis,
para pessoas com deficiência mental e
para condenados por crimes que não fossem “assassinato”.
A decisão no caso Graham foi um salto, excluindo pela primeira vez
toda uma classe de criminosos de uma punição diferente da pena
de morte.
Essa progressão sugere que não deverá levar muito tempo até que os
juízes decidam lidar com a questão dos requerimentos recentes. Uma
extensão da decisão do caso Graham para todos os criminosos
juvenis afetaria cerca de 2.500 prisioneiros.
http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-prisao-perpetua-de-menores-nos-eua

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SISTEMA MUÇULMANO e CANÔNICO(4).

SISTEMA JURÍDICO MUÇULMANO

Pastor cristão é condenado a pena de morte no Irã por


se recusar a mudar de religião 172

Do UOL Notícias
Em São Paulo
29/09/201116h18

Youcef Nadarkhani com a família; condenado por não se converter ao islamismo, ele poder ser o
primeiro iraniano executado em 20 anos devido à religião

Um pastor que se converteu do islamismo para o cristianismo foi condenado à


pena de morte no Irã por recusar voltar à sua antiga religião. As informações são
do jornal britânico "Daily Mail".
Youcef Nadarkhani, 34, se recusou a cumprir uma ordem judicial que o obrigava a
se converter novamente ao islamismo. A sentença foi proferida por uma corte na
província de Gilan, na cidade de Rasht.
O pastor foi detido em outubro de 2009 quando tentava registrar sua igreja na
cidade. Youcef começou a questionar a supremacia dos muçulmanos para
doutrinar as crianças, e acabou acusado de tentar "evangelizar"
muçulmanos e de abandonar o islamismo, o que pode levar à pena de morte
no país.
Sua primeira condenação aconteceu em 2010, mas a Suprema Corte do Irã
interveio e conseguiu adiar a sentença. Ao ser revisto, o processo resultou
na mesma condenação ao fim do sexto dia de audiência, nesta quinta-feira.
No tribunal, o pastor disse que não tinha intenção de voltar ao islamismo,
chamando sua crença anterior de "blasfêmia". 
Agora, a defesa de Youcef tentará novamente recorre à Suprema Corte, pedindo
a anulação da pena. O advogado de Youcef, Mohammed Ali Dadkhah acredita
que tem 95% de chance de anular a sentença.  No entanto, alguns apoiadores
temem que a Suprema Corte demore para analisar o pedido e o pastor seja
executado nos próximos dias.
O ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, comentou o caso e
pediu que o Irã cancele a sentença. 

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 27


"Eu repudio o fato de que Youcef Nadarkhani, um líder cristão, possa
ser executado por se recusar a cumprir a ordem da Suprema Corte para
que ele se convertesse ao islamismo. Isso demonstra que o regime
iraniano continua não respeitando o direito à liberdade religiosa".
O último cristão executado por questões religiosas no Irã foi o pastor da
Assembleia de Deus, Hossein Soodmand, em 1990.
No entanto, dezenas de iranianos que se converteram ao cristianismo foram
misteriosamente assassinados nos últimos anos.

EXTRA, EXTRA: Pr. Yousef Nadarkhani foi libertado da prisão!


08 jan 2013 IRÃ
Encarcerado pela segunda vez desde o dia de Natal, 25 de dezembro,
Nadarkhani foi solto nessa segunda-feira, 7 de janeiro,  enquanto seu
advogado, Mohammed Ali Dadkhah, permanece preso, com seu
estado de saúde bastante prejudicado.
Em setembro de 2012, o pastor Yousef Nadarkhani foi absolvido da
acusação de apostasia que poderia condená-lo à morte; mas recebeu
uma sentença de três anos de prisão por evangelizar muçulmanos.
Uma vez que ele já havia passado cerca de três anos preso em
Lakan, Rasht, aguardando o julgamento e sua decisão, o pastor foi
liberado imediatamente após pagar fiança.
 

No entanto, em 25 de dezembro, noite de Natal, durante uma ação


irregular, Yousef foi novamente detido por ordens de autoridades da
prisão, que afirmaram que o cristão havia sido liberado
cedo demais devido à insistência de seu advogado,
Mohammed Ali Dadkhah.
 
Dadkhah, um proeminente advogado de direitos humanos, foi
posteriormente condenado a dez anos de prisão e destituído de
suas funções na Ordem dos Advogados do Irã, em setembro de
2012, por promover "ações e propaganda contra o regime
islâmico" e manter livros subversivos em sua casa. Ele também
foi proibido de praticar ou ensinar a lei por dez anos.

Atualmente, Dadkhah está detido na prisão de Evin, em Teerã.


Relatórios sobre a detenção informaram que sua saúde está
terrivelmente debilitada; ele vem sofrendo perda de memória e
vive sob a pressão de confessar uma culpa que não lhe cabe.

O chefe executivo da CSW, Mervyn Thomas, declarou: "Estamos


Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 28
satisfeitos em saber da libertação do pastor Yousef. Mas, ao mesmo
tempo em que nós agradecemos por esta notícia tão boa,
continuamos preocupados com tantos outros cristãos que, assim
como Nadarkhani e Dadkhah, foram detidos injustamente. E sempre
há o risco de uma nova detenção. Nós também ficamos apreensivos
ao saber da condição de saúde de Dadkhah e responsabilizamos o
regime iraniano pela deterioração de sua saúde. Além disso, as
tentativas oficiais para justificar a sua prisão tentando coagi-lo a
prestar uma confissão ao vivo para a TV é mais uma indicação clara
de que as acusações contra ele eram falsas.”

Agradeça ao Senhor pela volta de Yousef para casa e não deixe de


interceder pela libertação de seu advogado e melhora em sua saúde.
Ore também para que o governo iraniano defenda o Estado de direito
e permita que as minorias religiosas do país desfrutem a liberdade
religiosa garantida pelo Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e
Políticos, do qual o Irã é signatário.

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 29


'Versos Satânicos' não seriam publicados hoje, afirma Rushdie
Atualizado em  17 de setembro, 2012 - 08:22 (Brasília) 11:22 GMT

Salman Rushdie foi obrigado a se esconder em 1989 após reação ao seu livro 'Os Versos
Satânicos'

O livro Os Versos Satânicos, que em 1989 provocou a ira de muçulmanos


pelo mundo e levou o escritor Salman Rushdie a ter que viver escondido,
não seria publicado hoje no atual clima de "medo e nervosismo", segundo
avalia o autor.

"Um livro crítico ao Islã dificilmente seria publicado hoje", afirmou


Rushdie em entrevista à BBC, em meio às manifestações antiamericanas no
mundo islâmico deflagradas pela divulgação do vídeo  Innocence of
Muslims, considerado difamador contra o profeta Maomé.

Para o escritor indiano-britânico de 65 anos, a única maneira de resolver a


questão é com os editores assumindo uma postura mais corajosa.

"A única maneira de viver em uma sociedade livre é sentir


que você tem o direito de dizer e fazer coisas", diz Rushdie.

Muitos muçulmanos consideram Os Versos Satânicos blasfemos, e o livro


ainda é proibido em diversos países, incluindo a Índia.

'EFEITO ASSUSTADOR'

Rushdie afirma que a proibição de seu livro e as ameaças contra sua vida criaram
um "efeito assustador de longo prazo".

Ele foi obrigado a viver vários anos escondido e sob proteção policial
após o então líder supremo do Irã, aiatolá Khomeini, ter
publicado uma fatwa (decreto religioso) pedindo a
execução do escritor.

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 30


Publicação de 'Os Versos Satânicos' geraram protestos EM PAÍSES muçulmanos em 1989

Rushdie afirma que a perseguição a escritores permanece um problema sério em


vários países muçulmanos, incluindo Turquia, Egito, Argélia e Irã.

"Se você observar a maneira como a livre expressão está sendo atacada
pelo extremismo religioso, as coisas pelas quais essas pessoas são
acusadas são sempre as mesmas – é blasfêmia, heresia, injúria, ofensa –
é um vocabulário medieval", afirma.
"Estamos em uma posição difícil, porque há muito medo e nervosismo por
aí", diz.

Ele cita como exemplo o fato de que na semana passada o canal de TV britânico
Channel 4 foi obrigado a cancelar a exibição de um documentário
intitulado Islam: The Untold Story(Islã: a história não contada, em tradução
livre) após sofrer ameaças.

"O fato de que um documentário sobre o Islã pode ter sua exibição
cancelada porque alguém teme suas consequências é uma indicação disso
(do clima de medo)", observa.

OTIMISMO

O autor observa, porém, que há alguns anos, no 20º aniversário da FATWA


contra ele, muitas pessoas que haviam ajudado a organizar os protestos
contra ele disseram aos jornais terem se arrependido de suas ações.

"Algumas pessoas pareciam aceitar o argumento da livre expressão e


entendiam que se tinham o direito de dizer como se sentiam, era errado
evitar que as pessoas que tinham sentimentos diferentes pudessem se
expressar", diz.
"Se isso for correto, talvez possamos sair deste clima de medo", diz.
O escritor se prepara para lançar um livro de memórias intitulado Joseph
Anton (o nome que escolheu - em referência aos seus autores preferidos, Joseph
Conrad e Anton Chekhov - a pedido da polícia, no período em que viveu sob
proteção), no qual conta como foi forçado a viver escondido após a fatwa de
Khomeini em 1989.

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Outros comentários sobre o assunto: 'Versos Satânicos' é o nome do
romance do Indiano Salman Bushdie.
Criado em Terça, 05 Fevereiro 2013 11:27 ; Escrito por Prof. João Flávio Martinez; Categoria: Polemicos

O livro não é uma obra escrita de forma aleatória a contar a história/islâmica,


mas de maneira subjetiva e romanceado a experiência de seu autor e sobre sua
frustração com o Islã.
O que vemos, em linha geral, é uma espécie de romance 'ala' Jorge Amado, só que o
autor por ser indiano/ex-islâmico vê as coisas de outra ótica.
O romance é escrito de maneira abstrata/surrealista e mistura fatos, ficções, histórias
e estórias. Sua aguda maneira crítica de escrever não deixa ninguém sem ser
alfinetado, sobra pra todo mundo:
Ocidente, Oriente, Cristianismo, ascetismo, ceticismo e, como era a intenção do
autor, o Islamismo.

No Islã Salman 'bate forte', faz críticas e expõe uma das maiores religiões do
mundo.
Agora, o autor e sua obra não ganharam notoriedade por isso, mas pelo decreto de
morte que foi impetrado. Salman Rushdie foi jurado de morte em fevereiro de
1989 por meio de uma fatwa (edito religioso) impetrada pelo aiatolá Khomeini,
dirigente espiritual do Irã. Seu livro Versos Satânicos foi considerado uma
blasfêmia contra o Islã.
Uma recompensa de US$ 2,5 milhões foi oferecida pela fundação beneficente
iraniana Khordad a quem matasse Rushdie.
Cerca de 500 iranianos também se dispuseram a vender um dos seus rins para
financiar a execução.
As palavras do aiatolá:
'Informo o orgulhoso povo muçulmano do mundo que o autor dos Versos
Satânicos, livro que é contra o Islã, o Profeta e o Alcorão, e TODOS OS
QUE ESTÃO ENVOLVIDOS na sua publicação e estavam conscientes do
seu conteúdo, são condenados à morte.'
O escritor viveu cerca de dez anos na clandestinidade.
Até a companhia aérea British Airway considerava um perigo transportá-lo por causa
de atentados e sequestros. A sentença parecia irrevogável. Segundo as leis
islâmicas, uma fatwa só pode ser anulada por quem a proferiu.
Com a morte do aiatolá Khomeini em junho de 1989, a condenação tornou-se
eterna.
Em setembro de 1998, o presidente iraniano Mohammad Khatami anunciou
que o caso de Salman Rushdie deveria ser considerado completamente
encerrado.
O governo do país fez uma abdicação formal na sede da Organização das Nações
Unidas, em Nova York.
A medida fez o Reino Unido reatar relações diplomáticas com o Irã.
A ameaça, porém, pode persistir porque o escritor não está livre de ser alvo de um
fanático muçulmano.

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No período em que a fatwa esteve em vigor, livrarias que vendiam Versos
Satânicos foram assaltadas e queimadas.
O tradutor japonês Hitoshi Igarashi foi morto a facadas nas ruas de
Tóquio, em 1991, por um radical islâmico.
Outro tradutor, o italiano Ettore Capriolo, sobreviveu a um ataque
em Milão.
Em outubro de 1993, o editor norueguês William Nygaard escapou
com vida depois de levar quatro tiros pelas costas.
O Conteúdo Polêmico do Livro:
O conteúdo do livro é muito rico, mas para ser captado é preciso prestar muita
atenção nas 'entre linhas'. 'Versos Satânicos', segundo o autor do livro, é o
próprio Alcorão com as suas doutrinas e Sunas. Uma das denuncias de
Salman é de que o livro foi inventado por Maomé e que a revelação vinha
sempre segunda as necessidades particulares do profeta. O Anjo
Gabriel nunca teria aparecido realmente a Maomé, mas
que tudo aquilo era fruto de suas alucinações em meio aos
seus ataques epiléticos – tudo fruto de um mentecapto religioso!
Outro ponto bastante relevante é a questão de Alá ser um deus entre os muitos
adorados em Meca e ter três filhas que eram abascantos (que ou aquilo que
preserva de malefícios) da população! Vejam o relato do Livro:
'Pensai também em Al Lat, Al Uzza em Manat.... Elas são os pássaros
exaltados, e sua intercessão é de fato desejada...' (Versos Satânicos – p.114 -
Ed. Cia das Letras {palavras que teriam sido ditas por Maomé}).
Parece corroborar com essa tese o ex-islâmico Dr. Salim Almahdy:
A Enciclopédia do Islamismo nos fala que os árabes pré-islâmicos
conheciam Alá como uma das divindades de Meca. Também já
existia em Meca a pedra negra, por causa da qual as pessoas
peregrinavam para Meca. Os peregrinos beijavam a pedra,
prestando culto a Alá por meio dela. Segundo a Enciclopédia
Chamber's, a comunidade onde Maomé foi criado era pagã, com
diferentes localidades que tinham os seus próprios deuses,
frequentemente representados por pedras. Em muitos lugares
haviam santuários para onde eram feitas peregrinações.
Meca possuía um dos mais importantes, a Kaaba, onde foi colocada a
pedra negra, há muito tempo um objeto de adoração.
Alá era o deus lua. Até hoje os muçulmanos usam a forma do quarto
crescente sobre as suas mesquitas. Nenhum muçulmano consegue dar
uma boa explicação para isso.
Na Arábia havia uma deusa feminina que era a deusa sol e um deus
masculino que era o deus lua.
Diz-se que eles se casaram e deram à luz três deusas chamadas 'as
filhas de Alá', cujos nomes eram Al Lat, Al Uzza e Manat.
Alá, suas filhas e a deusa sol eram conhecidos como os deuses
supremos...

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No começo, Maomé deixava os seus seguidores prestarem culto a Alá, o
altíssimo, e pedirem a intercessão de Allat e Al Oza e Mannat. Depois que
conseguiu se tornar militarmente forte e bem armado, ele lhes
ordenou que somente a Alá prestassem cultos'. Será que
isso teria alguma coisa haver com a ojeriza(antipatia) em que os islâmicos
têm com a ideia de chamar Deus de Pai?

Como já disse, o material é muito rico e nesse sucinto comentário não


conseguiríamos explanar todo o vasto conteúdo do mesmo.
Acredito que vala a pena ser lido e analisado o referido livro com a ótica
crítica(pensamento crítico), pois não passa de uma ficção!!!!!!!!!! e por isso
não sabemos onde termina o conto e começa a verdade! .
http://vejadetudo.com.br/estudos-biblicos/55-polemicos/284-os-versos-satanicos

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Condenado à morte é salvo no último minuto pela mãe de
sua vítima no Irã. Por iG São Paulo | 17/04/2014 15:21 - Atualizada às 17/04/2014 15:55

Balal estava prestes a ser enforcado por assassinar adolescente quando a


mãe do jovem concedeu perdão ao algoz de seu filho
Quando sentiu a corda em seu pescoço, o iraniano Balal deve ter pensado que
estava prestes a dar seu último suspiro.
Mas apenas minutos antes de ser enforcado por um crime que cometeu sete anos
antes, a mãe da vítima concedeu o perdão e o salvou da morte, em Nowshahr,
Irã.
O acusado estava na casa dos 20 anos quando esfaqueou Abdollah
Hosseinzadeh, de 18, durante uma briga de rua na pequena cidade de Royan, no
norte da província de Mazandaran. Em aplicação literal da qisas(qiyâs), a lei de
represálias vigente no país, a família da vítima participava da punição à Balal
quando a mãe de Hosseinzadeh se aproximou, bateu no rosto do condenado
e, em seguida, concedeu o perdão ao assassino de seu filho. O pai da
vítima, então, retirou a corda do pescoço de Balal e sua vida foi poupada.
Fotos tiradas por Arash Khamooshi, da agência de notícias semi-oficial Isna,
mostraram o que se seguiu. A mãe do condenado a forca abraçou a mãe da
vítima. As duas mulheres soluçavam uma nos braços da outra - uma porque
havia perdido seu filho e a outra porque teve a vida do seu poupada.
"Meu filho de 18 anos de idade, Abdollah foi dar um passeio com seus amigos
quando Balal o empurrou", explicou o pai do jovem esfaqueado, Abdolghani
Hosseinzadeh, de acordo com a Isna. "Abdollah ficou ofendido e o chutou, mas
neste momento o assassino tirou uma faca de cozinha de suas meias."
Execuções públicas são comuns no Irã, país que sentencia mais pessoas à
morte do que qualquer outro país, além da China.

Irã enforca suposto espião de Israel por morte de


cientista nuclear
Majid Jamali Fashi foi condenado à pena de morte em 2011 pelo assassinato
de um professor de Física da Universidade de Teerã. iG São Paulo | 15/05/2012 11:23:11

O Irã enforcou nesta terça-feira um homem condenado à morte por matar


um cientista nuclear iraniano em 2010, informou a TV estatal.
Majid Jamali Fashi foi acusado de trabalhar para a agência de espionagem
de Israel, o Mossad, e de ter matado Masoud Ali Mohammadi, professor de Física
da Universidade de Teerã.
Mohammadi foi morto em janeiro de 2010 na explosão de uma bomba
colocada em uma moto em frente à sua casa.
Oficialmente, ele não tinha relação com o polêmico programa nuclear iraniano.
O Ocidente acusa o Irã de buscar armas atômicas, enquanto o governo
iraniano diz que o programa tem fins pacíficos.

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 35


Majid Jamali Fashi, executado nesta terça-feira no Irã, durante julgamento no qual
foi condenado à pena de morte (23/08/2011)

O Irã afirma que Israel e os Estados Unidos estão tentando interromper o


programa nuclear com operações secretas.
Pelo menos cinco cientistas nucleares iranianos, incluindo um gerente da
instalação de Natanz, foram mortos nos últimos anos.
Teerã acusa o Mossad, a CIA (agência de inteligência americana) e o MI-6
(agência de inteligência britânica) de estarem por trás dos assassinatos. EUA e
Reino Unido negaram as acusações, enquanto Israel permaneceu em silêncio.
Jamali Fashi, 24 anos, foi condenado pela morte de Mohammadi em agosto.
Seu advogado recorreu da pena de morte, mas o veredicto foi confirmado
pela Suprema Corte.
 ONU: Irã trabalha para ter armas nucleares

Durante o julgamento, ele foi acusado de cooperar com o Mossad, viajar para
Israel para participar de um treinamento da agência e de receber dinheiro do
governo israelense.
No ano passado, a TV estatal exibiu uma suposta confissão de Fashi de que tinha
sido recrutado pelo Mossad.
No mês passado, agentes iranianos de inteligência anunciaram a prisão de
15 suspeitos de integrar uma "grande rede terrorista e de sabotagem com
ligações com o regime sionista (Israel)". O grupo, segundo as autoridades,
planejava matar mais um cientista iraniano.

Negociações
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) retomou nesta terça-feira em
Viena um diálogo com o Irã, no segundo dia de negociações sobre o programa
nuclear iraniano. Na segunda-feira, as conversas duraram cinco horas e
terminaram sem resultado.
Às 10h desta terça-feira (5h no horário de Brasília), os analistas da ONU,
liderados pelo inspetor chefe de desarmamento, Herman Nackaerts, chegaram à
Embaixada do Irã em Viena para uma reunião com a delegação persa, liderada
pelo embaixador iraniano na AIEA, Ali Asghar Soltanieh.
Enquanto Nackaerts não quis fazer declarações à imprensa, Soltanieh assegurou
que na segunda-feira houve "boas conversas”. “Tudo segue na direção correta e a
atmosfera é muito construtiva", afirmou.
O principal objetivo da AIEA é obter um maior acesso a pessoas, materiais e
locais relacionados ao controverso programa nuclear. "Esclarecer as possíveis
dimensões militares continua sendo nossa prioridade", explicou Nackaerts.

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 36


INTRODUÇÃO

O Direito Muçulmano é o Direito da COMUNIDADE religiosa ISLÂMICA, ou


seja, é um direito que rege os adeptos onde quer que eles se encontrem.

islã
[Var. de islame < fr. islam < ár. islAm, lit., ‘resignação, subjugação (a Deus)’, do v.
salama, ‘estar em paz, em segurança ou em liberdade’.]

1.O mundo do muçulmano; o conjunto dos povos de civilização islâmica, que


professam o islamismo; islã, islão.
2.Islamismo.

O Direito Muçulmano é o direito de um “grupo religioso”, e NÃO de um POVO


ou de um PAÍS.
Este grupo religioso conta com mais de 400 milhões de fiéis, repartidos por mais
de 30 países.

Estado Islâmico(não
Cinco pontos para entender o é o grupo religioso, é uma nova forma) , grupo que
aterroriza “Iraque” e “Síria”
O grupo Estado Islâmico, antes chamado de Estado Islâmico no Iraque e na Síria (Isis), intensificou sua
campanha de violência no Norte e Oeste do Iraque em junho desse ano(2013), quando conseguiu assumir o
controle de Mossul, a segunda maior cidade do país.
Desde então, os extremistas colecionam algumas conquistas importantes, como a tomada de
vastos territórios iraquianos, a obtenção de armamento do Exército, e o controle de infraestruturas
estratégicas. Diante disso, a organização é considerada uma ameaça não só ao país, mas também a
outras áreas do Oriente Médio.
01 - Surgimento
O Estado Islâmico no Iraque e na Síria (Isis) foi criado em 2013 e cresceu como um braço da organização
terrorista al-Qaeda no Iraque.
No entanto, no início deste ano, os dois grupos romperam os laços.
No final de junho, os extremistas declararam um califado, mudaram de nome para o Estado Islâmico (EI) e
anunciaram que iriam impor o monopólio de seu domínio pela força.
O EI é hoje um dos principais grupos jihadistas, e analistas o consideram um dos mais perigosos do mundo.
02 - Áreas de atuação
As atividades do EI se concentram no Iraque e na Síria, onde o grupo assumiu um papel dominante e possui
forte presença. O recente controle de vastos territórios no Norte e Oeste do Iraque, além das áreas dominadas
pelos curdos, ajudaria o grupo islâmico a consolidar seu domínio ao longo da fronteira com a Síria, onde luta
contra o regime de Bashar al-Assad.
03 - Liderança
Seu principal líder é Abu Bakr al-Baghdadi, apontado como um comandante de campo e tático e designado "califa
de todos os muçulmanos". Aparentemente, ele se juntou à insurgência em 2003, logo após a invasão do Iraque,
liderada pelos Estados Unidos. Diante dos avanços do Estado Islâmico, ele pode em breve se tornar o jihadista
mais influente do mundo.
04 - Combatentes ocidentais
O Estado Islâmico conta com um vasto grupo de extremistas: entre 3 mil e 5 mil milicianos, muitos deles
estrangeiros. Vídeos divulgados pelo grupo jihadista mostram britânicos que aderiam à causa islâmica e à luta
armada. Os governos ocidentais temem que esses insurgentes possam voltar para seus países representando uma
ameaça.
05 - Ações cruéis
Nos conflitos nos quais participou, o grupo foi acusado de diversas atrocidades, como sequestros, assassinato de
civis e torturas. A milícia é considerada extremamente agressiva e eficiente em combate. Após a tomada de
Mossul, os EUA afirmaram que a queda da segunda maior cidade do Iraque representava uma ameaça para toda a
região. O avanço dos jihadistas levou os EUA a bombardearem alvos rebeldes.
http://infograficos.oglobo.globo.com/mundo/cinco-pontos-para-entender-o-grupo-isis/acoes-crueis-18885.html#description_text

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 37


 
O Islamismo tem um fundador, Mohamad(Maomé) sua vida
sua história são a própria essência do Islamismo.

Ele é até hoje o guia do Islã. Mohamad(Maomé) nasceu em Meca no ano


de 570 d. C. era de uma família de notáveis da cidade que havia perdido sua
influência.
Cresceu exercendo comércio e empreendendo viagens comerciais.
Em 610, aproximadamente Mohamad(Maomé) fez um retiro longo em uma
gruta no monte Hira(alguns quilômetros de Meca) em pleno deserto e lá teve um
sonho (ou uma visão) ele viu um SER SOBRE HUMANO que lhe
DAVA A ORDEM de recitar (Ler em voz alta e clara, Pronunciar declamando; declamar, Contar, narrar) um texto.
DITADAS
Os muçulmanos consideram essas mensagens como sido
PELO ANJO GABRIEL e foram reunidos alguns anos após a
morte de Mohamad(Maomé) em um livro: O Al(corão). AL
artigo árabe usado antes do substantivo.

Alcorão ou Corão?
Prezado Doutor: tenho observado em revistas a palavra Corão; já em jornais, na televisão e no Aurélio
aparece Alcorão. Gostaria de saber qual é a forma correta.
Marlene C. P. — Araçatuba 
Minha cara Marlene: no bom e velho Português, sempre se usou Alcorão.
Assim vem nos dicionários mais respeitáveis do passado (Bluteau e Morais). Assim escrevia Camões, em
1572:
Uns caem meios mortos, outros vão
A ajuda convocando do Alcorão. 
Os Lusíadas – Cant. III ,50.

Como todos nós sabemos, a permanência dos árabes , por sete séculos, na Península Ibérica
(onde hoje ficam Portugal e Espanha) contribuiu com centenas de vocábulos para o Português, muitos
deles curiosamente iniciados pela letra A: almôndega, alfândega, almoxarife, almofada, açafrão, açouge,
açúcar, açude, adaga, alcova, alcunha, aldeia, alface, algema, algodão, algoz, alicerce, almíscar, alvará, arrabalde,
arroba, arroz, azeite, entre outros. 

Este  AL  ou  A era o artigo árabe usado antes dos substantivos; nossos antepassados simplesmente
incorporaram essa partícula nas palavras que ouviam, sem ter a consciência de sua natureza de artigo. Basta
compararmos nosso açúcar  e nosso algodão  com o sugar e o cotton do Inglês, o sucre e o coton do
Francês, e o zucchero e o cotone  do Italiano, línguas que nunca estiveram em contato direto com o Árabe.

Por esse mesmo motivo, enquanto o Inglês prefere   Koran, nós preferimos a forma com o artigo Al já
assimilado. Há quem prefira simplesmente   Corão, por se assemelhar mais ao termo árabe aportuguesado;
respeito a opção, mas não vejo razão para contrariar o que nossa tradição já fixou tão bem.

Agora, o que não engulo é aquela teoriazinha, defendida por algumas “sumidades”, de que é
preferível Corão porque “o Alcorão”, com a presença dos dois artigos (o nosso e o árabe) seria uma forma de
pleonasmo.
Eu morro, mas não vejo todas as manifestações da ignorância humana!
Por esse mesmo raciocínio de jerico, seria melhor usar camisas de  godão e botar zeitonas na empadinha. Abraço.
Prof. Moreno
http://wp.clicrbs.com.br/sualingua/2009/05/08/alcorao-ou-corao/

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 38


Mohamad(Maomé) luta contra o politeísmo(Religião em que há pluralidade de deuses) e
os velhos ídolos, perseguido, teve de fugir de sua cidade Meca.
Em 622, data que marca o início da era muçulmana, Como
chefe de um grupo, Mohamad(Maomé) reconquista Meca pela “guerra
santa”, ao mesmo tempo em que ORGANIZA a COMUNIDADE religiosa do
Islã.
O Islã é a submissão(Ato ou efeito de submeter(-se) (a uma autoridade, a uma lei, a uma força)) a Deus,
a obediência e aos comandos de Alá.
Alá é o deus único; Mohamad(Maomé) é o seu profeta, o último
dos enviados de Alá, depois de Adão, Noé, Abraão, Moisés, David e Jesus.

Podemos afirmar mais A B S O L U T A M E N T E do que no caso de


qualquer outro direito, QUE ESTE É RELIGIOSO, tendo em vista que “não é
um a ciência autônoma, mas uma das faces da religião”.
Além disso, a PRINCIPAL SANÇÃO compreendida neste direito é o
estado de PECADO, desta forma o direito muçulmano preocupa-se
geralmente, muito pouco COM SANÇÕES NAS REGRAS que prescreve e,
pelo mesmo motivo, somente é aplicável aos fiéis.

É na puberdade que o muçulmano torna-se obrigado à LEI, isto porque se


considera que, a partir deste período, o indivíduo possui o uso da razão.
É costume preparar as crianças para o momento A PARTIR DO QUAL
DEVERÁ obedecer A LEI islâmica.

Puberdade:
Conjunto das transformações psicofisiológicas ligadas à maturação sexual que
traduzem a passagem progressiva da infância à adolescência.

Estado ou qualidade de púbere. [Sin. ger.: pubescência.]

CARACTERÍSTICAS DO DIREITO MUÇULMANO

O DIREITO MUÇULMANO não é uma ciência autônoma, mas uma das


faces da religião.
Esta compreende a teologia(que fixa  os dogmas, aquilo em que o
MUÇULMANO DEVE acreditar) e a CHAR’IA, que prescreve aos
crentes o que DEVEM ou não FAZER.

Então a CHÂR’IA é a via a seguir, a LEI revelada; compreende o


que nos CHAMAMOS DIREITO(conjunto de regras...), mas também o
que o crente DEVE fazer em relação a Deus (oração, jejuns, etc.).
A sanção é o estado do pecado; ela não é, portanto, aplicada senão aos
crentes; o DIREITO MUÇULMANO é inaplicável aos infiéis.

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O FIQH é o conjunto de soluções preconizadas para obedecer a
CHÂR’IA; é a CIÊNCIA DOS DIREITOS e DEVERES dos homens, nas
recompensas das penas espirituais.

Ciência das Normas que podem ser deduzidas por um processo lógico, das
4(quatro) FONTES da CHÂR’IA:
(Alcorão), Revelações de Deus/Alá...
1.O livro sagrado da religião muçulmana. [É a compilação do conjunto das revelações de Deus,
Alá, ao profeta Maomé (c.570-632), e compreende a doutrina religiosa e a codificação da vida
civil e social islâmica.]
2.P. ext. V. maometismo. [Com cap., na acepç. 1.] [Pl.: alcorões e alcorães.]

(Sunna) - A tradição,
1.Entre os muçulmanos, conjunto de preceitos extraídos das práticas do profeta Maomé,
conforme os relatos da tradição, compilados como complemento ao Corão.
2.A ortodoxia muçulmana; a seita dos sunitas.

(Idjma) - O acordo unânime da comunidade muçulmana e


(Qiyâs) - A analogia.
(Fatwa???????)decreto da autoridade religiosa

Os muçulmanos CONCEBEM a ciência do DIREITO como uma árvore:


As quatro fontes são as raízes,
A lei revelada (châr’ia) é o tronco,
Os ramos constituem as soluções especiais deduzidas da lei revelada
(fiqh).

FONTES DO (CHÂR’IA) DIREITO

O Alcorão é o livro sagrado de Islã.


É constituído por revelações de Alá, transmitidas à humanidade pelo seu último
enviado, Mohamad(Maomé)

o Alcorão foi escrito cerca de vinte anos depois da


De fato,
morte de Mohamad(Maomé) por um dos seus
colaboradores.
Compreende cerca de 5000 versículos agrupados em 114 capítulos.

NÃO É UM LIVRO DE DIREITO, mas uma mistura de história sagrada e profana,


de máximas filosóficas, de regras respeitantes aos rituais.
Apenas cerca de um décimo dos versículos pôde ser utilizado pelos Doutores da
Lei PARA ELABORAR O FIQH; trata-se sobre tudo de decisões que dizem
respeito a casos especiais, nomeadamente em matéria de sucessões; as

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 40


SANÇÕES previstas são na maior parte dos casos penas
sobrenaturais, sobretudo o inferno.

Os poucos PRINCÍPIOS JURÍDICOS que se podem deduzir do Alcorão


correspondem às finalidades políticas prosseguidas por
Mohamad(Maomé):
Dissolver a antiga organização tribal dos Árabes e substituí-la por uma
comunidade de crentes sem classes privilegiadas.

As regras impostas tendem a uma maior MORALIDADE:


Proibição do vinho, do jogo, do empréstimo a juros etc
Os Juízes DEVEM, nas suas decisões judiciárias, procurar o que é
justo:
Lutar contra a corrupção;
Impor o testemunho na justiça;
Fazer respeitar o peso e a medida exatos;
Os contratos devem ser executados fielmente;
Os fracos (mulheres, órfãos e escravos) DEVEM ser protegidos.

Alguns pontos do Alcorão:

Justiça e equidade – em um sentido geral, a sociedade muçulmana é


igualitária, visto que não reconhece sacerdócio. Logo, para a lei, todos

DEVEM ser tratados de maneira igual, pois são idênticos na fé. Brasil
na lei

Poligamia – o Alcorão abre a possibilidade de um homem casar-se com


várias mulheres. Entretanto, no islã, hoje, nos países que a poligamia é
permitida, duas condições são impostas:

Primeiro que o número de esposas não ultrapasse 4(quatro) e


Em segundo, que o marido trate a todas com igualdade.

Mulheres – elas são colocadas em situação nitidamente inferior ao


homem.

Em temos gerais é considerado O ÚNICO OBJETIVO DA VIDA de


UMA muçulmana; todo resto deve ser subordinado a isto.

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 41


As mulheres DEVEM manter um pudor completo, não DEVEM
exibir seu corpo, sequer DEVEM olhar as pessoas nos olhos.

Divórcio – A palavra que denomina repúdio (Rejeitar(a esposa) legalmente; divorciar-se de (a


mulher); Rejeitar, repelir, recusar).

O homem tem primacia(primazia) neste direito e, para isso, não é


necessário que ele preste contas a ninguém do seu ato.

Difamação e Injúria – são condenadas objetivamente com ameaças do


juízo final.

A Sunna(tradição)
É o conjunto atos, dos
comportamentos e palavras de
Mohamad(Maomé)(e até do seu silêncio), tal como foram contados
pelos seus discípulos; pode comparar-se aos Evangelhos dos Cristãos,
relatando a vida de Jesus.
Cada uma das ações de Mohamad(Maomé) constitui a narração de
um fato que pode ilustrar o pensamento do Profeta.
Foram feitas numerosas compilações destas ações no decurso dos
séculos VIII, IX; as mais célebres impuseram-se finalmente com definitiva.

Idjmâ
É o acordo unânime da comunidade muçulmana.
De fato, o acordo dos “Doutores da Lei” basta; não é preciso o da
multidão dos muçulmanos.
Se este acordo é atingido, a solução não pode ser contestada, porque
segundo um h´adith Mohamad(Maomé):
“A minha comunidade nunca chegará a acordo sobre um erro”.
O IDJMÃ é, portanto a interpretação infalível e definitiva da
Alcorão e da Sunna, os juízes NUNCA PODEM interpretar eles
próprios estas duas fontes da lei, não podem conhecer senão o IDJMÂ,
fonte dogmática do FIQH.
Esta obra doutrinal foi escrita no decurso dos séculos VIII e IX da
nossa era, do ano 100 ao ano 300 da Hégira.
Hégira: Era maometana, que tem como ponto de partida a fuga de Maomé de Meca para
Medina, em 622 da nossa era.

Este ano 300 (922 da nossa era) é considerado pelos Muçulmanos


como a data na qual TERMINOU A POSSIBILIDADE DE
INTERPRETAÇÃO das fontes da Lei revelada.

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Desde então, a doutrina é IMUTÁVEL.
Imutabilidade que pesou e continua a pesar duramente sobre o
DIREITO MUÇULMANO.

QIYÂS
(raciocínio por analogia) é também considerado com uma fonte da Lei
revelada; constitui tudo aquilo que pode ser deduzido do Alcorão e da
Sunna através do raciocínio. O qiyâs serve para fechar as
lacunas de outras fontes.

OUTRAS FONTES DO DIREITO

A religião muçulmana não admite outras fontes do direito


senão as do Fiqh.
No entanto, o costume e a legislação desempenharam e
desempenham, sobretudo atualmente, um papel importante que se deve
ter em conta.

O Costume é admitido tanto sob a forma de adaptação dos ritos, como,


muito simplesmente, por necessidade social.
Existe na realidade uma imensidade de costumes locais no vasto mundo
islâmico.

A LEI, NO SENTIDO OCIDENTAL do termo, existiu em todos os Estados


muçulmanos; SÃO OS REGULAMENTOS PROMULGADOS PELOS
SOBERANOS ou, nos Estados modernos que adotaram instituições
européias, as leis cotadas pelo Parlamento.

Estas leis são válidas e obrigatórias desde que não contradigam a


châr’ia; mas, como os, juízes religiosos, não julgam senão segundo a
châr’ia, foram instituídos tribunais seculares para julgar as infrações em
certos países.

Os líderes do Islamismo

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 43


Ayman al-Zawahiri

Osama bin Laden; Abu Musab al-Zarqawi; Mohammed Omar; Anwar


al-Awlaki; Muammar al-Gaddafi

Desde a morte do profeta Maomé, em 632, os


muçulmanos vivem uma polêmica:

Quem é o manda-chuva do Islamismo.

Existem muito títulos para designar os líderes religiosos e


políticos.

Porém, as elites islâmicas ainda não chegaram a um consenso.

Aiatolá
O termo vem do árabe ayat allah (manifestação de Deus) e surgiu no Irã, no século XIX. Ele
designava os juristas mais graduados. Mulá e Ulemá(estudiosos do Islamismo). O aiatolá é
a principal referência da comunidade XIITA.

Califa
Do árabe khalifah, que quer dizer sucessor, o termo surgiu depois da morte de Maomé. ABU
BAKR, um dos discípulos do profeta, foi nomeado seu sucessor, ou seja, califa. A palavra
passou a designar o líder político e religioso de um Estado árabe. Os Califas governaram até a
queda do império Otomano, em 1918. No começo viviam com simplicidade, mas a força do império
deu aos califas ares de realeza.

Emir
O título não tem relação com a religião e é dado a lideranças militares, governadores ou
autoridades. Surgiu da palavra árabe amir, que significa comandante ou príncipe.

Imã
O título gera bastante contestação e varia de acordo com regiões e seitas. Geralmente, o imã
é a pessoa que coordena a oração na mesquita. Os SUNITAS chamam de imã um califa ou
um teólogo islâmico. Já os SUNITAS, dão o título a um homem sábio que tem a tarefa de
orientar os muçulmanos nas questões religiosas. 

Marajá e Rajá
No século XII, os rajás eram os chefes de pequenos Estados que formavam a Índia. A palavra vem
do sânscrito rajan, rei. Os reinos eram controlados por um poder central chefiado pelo marajá, que

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significa grande rei. Quando os muçulmanos invadiram a região da Índia, os chefes foram
depostos. Os invasores assumiram os governos e os títulos.

Mulá e Ulemá
São as pessoas que estudaram o Islamismo e viraram autoridade no assunto: professores,

teólogos e advogados .
O termo MULÁ, do árabe muwla, que significa SENHOR OU CHEFE, é usado no IRÃ PELOS
XIITAS.
ULEMÁ, de ulama, os que possuem conhecimento, são da linha SUNITA. 

Paxá
A expressão surgiu no século XIII para nomear os parentes do sultão. Mais tarde, o título de
honra mais alto do Império Otomano(turco) passou a ser concedido a militares,
governadores de províncias e vizires.

Sultão
Do árabe sultan, que significa potência, este título é dado a qualquer um que tenha
autoridade política.
É usado pelos soberanos do mundo islâmico, como nos países Omã e Brunei.
No século XI, quando o califado começou a se fragmentar, os sultões passaram a governar os
pequenos reinos que surgiram.

Vizir
O termo quer dizer? aquele que ajuda a carregar o peso? e vem do árabe wazir.
A função surgiu no século VIII e cabia ao vizir ficar entre o califa e o povo.
Mais tarde, o título foi estendido a todos os integrantes do ministério, até os oficiais e
governadores.
Durante o Império Otomano(turco), o representante do califa era chamado de grão vizir para
diferenciá-lo dos demais vizires. 


O termo tem origem persa: XAh, que quer dizer rei.
Desde o século VI antes de Cristo os líderes políticos da Pérsia, ATUAL IRÃ, recebiam essa
denominação.
O título foi usado até 1979, quando A REVOLUÇÃO ISLÂMICA NO IRÃ INSTITUIU O
GOVERNO DO AIATOLÁ.

Xeque (xeique)
A denominação pode ser usada por qualquer pessoa que tenha autoridade religiosa.
Vem do árabe shaykh, que significa ancião.
Os xeques são bastante respeitados na comunidade muçulmana. 

CONCLUSÃO

O DIREITO MUÇULMANO está intimamente ligado aos preceitos religiosos


de um povo que onde quer que esteja SEMPRE seguirá a lei islâmica,
portanto é um direito que resulta da religião que professam.
O ALCORÃO é basicamente a principal FONTE deste direito, sendo
como um norte guiando seus fieis, ditando o que DEVEM OU NÃO FAZER
e para isso existe o CHÂR’IA que é a via a ser seguida ou o DIREITO
propriamente dito e O FIQH que nada mais é do que um conjunto de
soluções preconizadas para obedecer à CHÂR’IA.
 http://www.recantodasletras.com.br/textosjuridicos/2964338

     

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SISTEMA JURÍDICO CANÔNICO (Instituição Igreja)
Direito Canonico é da idade média etc..., o Código Canônico (C.F, C.C., C.P...aplica
somente as pessoas que tem fé) é de 1917 (o antigo código C.C. era de 1916, foi até 2001.) até 1983,
depois veio ...é dura até hoje....

Tribunais de Primeira Instância - Regionais e Interdiocesanos –

Norte: Manaus – AM; Belém – PA; Nordeste: Fortaleza – CE; Olinda e Recife – PE; Salvador – BA;
Teresina – PI; São Luís – MA;Leste Rio de Janeiro – RJ; Belo Horizonte – MG; Tribunal Interdiocesano de
Vitória – ES; Sul São Paulo – SP; Tribunal Interdiocesano de Aparecida – SP; Campinas – SP; Sorocaba –
SP; Sul Curitiba – PR; Sul Porto Alegre – RS; Sul; Florianópolis – SC; Centro-Oeste Goiânia – GO;
Tribunal Interdiocesano de Brasília – DF etc...brasil todos estados e cidades...

DECRETO Nº 7.107, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2010

Promulga o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e a


Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, firmado na Cidade do
Vaticano, em 13 de novembro de 2008

ACORDO ENTRE A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E A SANTA SÉ 


RELATIVO AO ESTATUTO JURÍDICO DA IGREJA CATÓLICA NO BRASIL 
A República Federativa do Brasil 

A Santa Sé

(doravante denominadas Altas Partes Contratantes), 

Considerando que a Santa Sé é a suprema autoridade da Igreja Católica, regida pelo Direito Canônico; 
Considerando as relações históricas entre a Igreja Católica e o Brasil e suas respectivas responsabilidades a
serviço da sociedade e do bem integral da pessoa humana; 
Afirmando que as Altas Partes Contratantes são, cada uma na própria ordem, autônomas, independentes e
soberanas e cooperam para a construção de uma sociedade mais justa, pacífica e fraterna; 
Baseando-se, a Santa Sé, nos documentos do Concílio Vaticano II e no Código de Direito Canônico, e a
República Federativa do Brasil, no seu ordenamento jurídico; 
Concílio: Assembléia de prelados católicos em que se tratam assuntos dogmáticos, doutrinários ou
disciplinares
Reafirmando a adesão ao princípio, internacionalmente reconhecido, de liberdade religiosa;
Reconhecendo que a Constituição brasileira garante o livre exercício dos cultos religiosos;  
Animados da intenção de fortalecer e incentivar as mútuas relações já existentes; 

Convieram no seguinte:

Artigo 2º 
A República Federativa do Brasil, com fundamento no direito de liberdade religiosa, reconhece à Igreja Católica o
direito de desempenhar a sua missão apostólica, garantindo o exercício público de suas atividades, observado o
ordenamento jurídico brasileiro. 

Artigo 7º 
A República Federativa do Brasil assegura, nos termos do seu ordenamento jurídico, as medidas necessárias para
garantir a proteção dos lugares de culto da Igreja Católica e de suas liturgias, símbolos, imagens e objetos cultuais,
contra toda forma de violação, desrespeito e uso ilegítimo.
§ 1º. Nenhum edifício, dependência ou objeto afeto ao culto católico, observada a função social da propriedade e a
legislação, pode ser demolido, ocupado, transportado, sujeito a obras ou destinado pelo Estado e entidades
públicas a outro fim, salvo por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, nos termos da Constituição
brasileira.

Artigo 10 
A Igreja Católica, em atenção ao princípio de cooperação com o Estado, continuará a colocar suas instituições de
ensino, em todos os níveis, a serviço da sociedade, em conformidade com seus fins e com as exigências do
ordenamento jurídico brasileiro. 

Artigo 12 
O casamento celebrado em conformidade com as leis canônicas, que atender também às exigências
estabelecidas pelo direito brasileiro para contrair o casamento, produz os efeitos civis, desde que
registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração. 
§ 1º. A homologação das sentenças eclesiásticas em matéria matrimonial, confirmadas pelo órgão de
controle superior da Santa Sé, será efetuada nos termos da legislação brasileira sobre homologação de
sentenças estrangeiras. 

Artigo 15 

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 46


Às pessoas jurídicas eclesiásticas, assim como ao patrimônio, renda e serviços relacionados com as suas
finalidades essenciais, é reconhecida a garantia de imunidade tributária referente aos impostos, em
conformidade com a Constituição brasileira. 
§ 1º. Para fins tributários, as pessoas jurídicas da Igreja Católica que exerçam atividade social e
educacional sem finalidade lucrativa receberão o mesmo tratamento e benefícios outorgados às entidades
filantrópicas reconhecidas pelo ordenamento jurídico brasileiro, inclusive, em termos de requisitos e
obrigações exigidos para fins de imunidade e isenção. 

Artigo 19 
Quaisquer divergências na aplicação ou interpretação do presente acordo serão resolvidas por negociações
diplomáticas diretas. 

INTRODUÇÃO

A família sempre fora fundamental no meio social.


Com ou sem a formação de um Estado ela sempre estivera presente.
As uniões humanas nos tempos primórdios eram baseadas, certamente, em
costumes e usos dos povos de acordo com cada região, dentro de um
mesmo clã de pessoas.
Posteriormente estas ligações foram se expandindo. Por falta de uma
organização jurídica as relações familiares possuíam apenas um caráter informal.
Não havendo nenhum registro histórico, que o homem em sua origem tinha
regras rígidas a ser seguidas para se permitir uniões ou separações de
casais.
Com o passar dos tempos adotou-se a união monogâmica – um homem pode
ter relações sexuais com apenas uma mulher. Fora essa relação familiar que
se espalhou por todo o Oriente Médio e chegou à Grécia e a Roma com o
caráter da família patriarcal e que formou o Direito de Família atual.
Ressalta-se que a cultura monogâmica influenciou toda a Europa Ocidental e boa
parte do mundo, no entanto, não é a única. Um exemplo são os seguidores de
Maomé que utilizam a poligamia – um homem com várias mulheres.
Na Idade Média, período de apogeu do domínio católico, os reis, monarcas e
seus súditos estavam sob comando da Igreja Católica.
E é neste contexto que surge o Direito Canônico, representado pela
Igreja Católica. Aquele que influenciou veemente o direito brasileiro.
O direito canônico tem no casamento um sacramento e é contra a
separação.
Afinal, o que permanece imutável daquela época para os dias atuais?
O que modificou?
É preciso uma análise histórica para uma melhor compreensão do direito e
da sociedade como um todo a fim de compreendê-la verdadeiramente.
1. O Direito e a Igreja
Para o entendimento e análise do direito e das suas normas atuais é
necessário o estudo da história de todo o ordenamento jurídico.
E a protagonista deste estudo, neste artigo, é a Igreja Católica – instituição que
na Idade Média manteve fortemente sua autoridade e que,
consequentemente, influenciou veemente o direito.

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 47


Como acentua Pedro Lombardia:
o Direito Canônico é o “ordenamento jurídico da Igreja Católica, vale
dizer, ao conjunto de fatores que estruturam a Igreja como uma
sociedade juridicamente organizada”. (2008, p. 15)
Canônico é uma palavra que advém de canôn, esta que deriva de outra
grega kánon – régua; norma; critério de medida -, significa, pois, lei
posta por uma autoridade social. “Portanto, canônico dizia respeito às
leis eclesiásticas e as que fossem ao mesmo tempo eclesiásticas e
civis: nomocânones”. (LIMA, 2004, p. 18)
eclesiástico
1.Pertencente ou relativo à Igreja; eclesial: ordens eclesiásticas; arquivos eclesiásticos.
3.Membro do clero (1); sacerdote, clérigo, padre.

Eclesiástico refere-se à Igreja – “que em grego se diz ekklesía, do verbo


kalei, que significa chamar, donde ecclésia em latim, empregado para
exprimi o conceito de assembleia convocada, e na linguagem cristã a
reunião dos chamados por Jesus Cristo”. (LIMA, 2004, p.18)
A Igreja era vista como a expressão do povo, “nela se propõe o tema – com
evidente dimensão de justiça - a todos e a cada um – devem ser reconhecidas as
consequências concretas de sua dignidade de filhos de Deus”. (LOMBARDIA,
2008, p. 20)
Ainda era tida como comunidade e sociedade. “Visto ser comunidade, existe uma
dimensão de justiça nas relações de solidariedade na posse dos bens e objetivos
comuns, donde a existência de direitos e deveres relacionados com a
conservação e a pregação da Palavra de Deus e com a celebração e
administração do sacramento, patrimônio comum da Igreja”. (LOMBARDIA, 2008,
p. 21) Bem como um ente social unitário com direitos e deveres concretos.
Explica Pedro Lombardia:
Entre os impulsos que brotam da vida cristã, faz-se necessário salientar a
dimensão comunitária (realizada e significada pela Eucaristia), a missão de
governar o povo de Deus e a comum responsabilidade de todos os fiéis na
consecução do fim da Igreja.
Todos estes impulsos relacionados entre si e suscetíveis de dar lugares a tensões
(unidade e variedade, princípio hierárquico e responsabilidade comum, igualdade
essencial e desigualdade funcional), postulam um princípio de ordem social no
qual encontrem o seu adequado equilíbrio na realização da justiça.
Este princípio de ordem é o direito canônico – a justa ordem social do povo de
Deus -, que não é uma superestrutura em relação às raízes sobrenaturais do
povo e da solidariedade comunitária, pois deriva e vem a ser postulada por elas;
nem é somente uma expressão unilateral da missão de reger, pois, por exigência
dos desígnios divinos a cerca da Igreja, há de ser também, além disso, garantias
de liberdade e normas e ação responsável. (grifo nosso) (2008, p. 21)
Destarte, a Igreja foi o símbolo e a base do Direito Canônico. Este que fora
baseado em princípios divinos que informam as relações jurídicas.
A Igreja era feita para o povo a fim de satisfazer as vontades destes, dotada
de divindade.
Representava, pois, uma justa ordem social do povo de Deus.
Desta maneira, os ideais de justiça e organização social se
entrelaçavam com o religioso, tinham, pois, uma ligação inseparável.

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 48


Os cânones eram regras jurídicas sagradas que tinham que ser cumpridas.
“Mais do que regras, são leis, isto é, são verdades reveladas por um ser
superior, onipotente, e a desobediência, muito mais que uma infração, é um
pecado.
Os cânones são desígnios de Deus, transformados em regras a serem
seguidas sem questionamentos dos homens”. (WOLKMER, 2007, p.224)

2.O Direito Matrimonial Canônico


O Direito Matrimonial Canônico era composto por um conjunto de normas
jurídicas que buscavam a justiça divina.
Normas que sob o conteúdo divino, além de serem formadas por humanos e
serem, portanto, mutáveis, neste caso, tornam-se imutáveis.
No entanto, ao lado destas normas superiores havia também as leis com
disposições meramente humanas, as quais abrangiam também os costumes
(práxis da Cúria Romana). (CF.LOMBARDIA, 2008, p.13)
O Código Matrimonial Canônico fora aos poucos se modelando.
Em 1917 firmou-se o Código de Direito Canônico, o qual ainda ajustou-se
pelo Concílio Vaticano II (1962/1965).
O código de 1917 não possuía um conceito específico de matrimônio.
Assim, a canonística buscava os conceitos doutrinários romanos, a exemplo:
“o matrimônio é a união do homem e da mulher, e o consórcio de
toda a vida, comunicação do direito divino e humano” (nuptiae sun
coniunctio maris et foeminae, consortium omnis vitae, divini et humani
iuris communicatio) . (LOMBARDIA, 2008, p. 15)
Desta maneira, o matrimônio é tido como uma comunhão de Deus
e do homem. Um contrato indissolúvel. É, pois, para toda a vida.
Já o código de 1983 deixa mais claro este conceito no cânon 1055, § 1º, o qual
dizia que o casamento tratava-se de um pacto – UMA ALIANÇA- para toda
a vida, sob o qual a mulher e o homem constituíam um consórcio da vida
toda com direitos e deveres e educação da prole.
“O mais característico do matrimônio é, portanto, que não se refere apenas a
um campo parcial da existência, mas que abrange a toda:
duas pessoas unem suas vidas sob todos os aspectos”. (LOMBARDIA,
2008, p. 18)
Explica o canôn 1134 que “do matrimônio válido origina-se entre os cônjuges
um vínculo que, por sua natureza, é perpétuo e exclusivo”.
Destarte, o casamento é indissolúvel.
Isto significa que o Direito Canônico era contra a separação judicial e
firmava-se na frase “o que Deus uniu, o homem não separa”.
Tinha o matrimônio como um sacramento. O Concílio Vaticano II afirma que:
O instituto do matrimônio e o amor dos esposos estão pela sua índole
natural ordenados à procriação e à educação dos filhos em que culminam
como numa coroa.

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Por isso, o homem e a mulher, que pelo pacto conjugal ‘já não são
dois, mas uma só carne’ (Mt 19,6) prestam-se mutuamente serviço e
auxílio, experimentam e realizam cada dia mais plenamente o senso de sua
unidade pela união íntima das pessoas e das atividades.
Essa união íntima, doação recíproca de duas pessoas, e o bem dos filhos
exigem a perfeita fidelidade dos cônjuges e de sua indissolubilidade.
(apud LOMBARDIA, 2008, p. 26)
Ao tratar de unidade o concílio quis trazer a monogamia. Pois, uma pessoa
não pode ser casada com duas ao mesmo tempo.
A indissolubilidade é por não aceitar a separação, somente nos casos de
morte.
“A indissolubilidade significa, portanto, a exclusão da existência de
vários vínculos conjugais sucessivos que liguem a uma mesma pessoa,
a não ser no caso de morte do cônjuge precedente. A
indissolubilidade opõe-se ao divórcio.” (LOMBARDIA, 2008, p. 29)
A doutrina difere dois tipos de indissolubilidade: intrínseca e extrínseca.
A primeira afirma a impossibilidade de ruptura do vínculo conjugal da parte
dos cônjuges;
A segunda é da parte de autoridade pública. “A indissolubilidade intrínseca é
defendida pela teologia católica como um princípio absoluto, aplicável a
todo e qualquer tipo de matrimônio.
A indissolubilidade extrínseca, porém, admite algumas exceções”. (HORTAL,
2006, p. 19/20) Explicam os cânones 5 e 7:

Canône 5. Se alguém disser que o vínculo do casamento pode ser dissolvido em


razão de heresia, de incompatibilidade de gênios, ou de afastamento simulado por
um dos cônjuges, que seja declarado anátema (Expulsão do seio da Igreja; excomunhão, Maldição, execração,
opróbrio, Indivíduo que sofreu excomunhão, Excomungado, maldito, amaldiçoado, Réprobo, condenado,
Excomungado, amaldiçoado).

Canône 7. Se alguém disser que a igreja errou tendo ensinado e ensinando.


Segundo a doutrina dos Evangélicos e dos apóstolos , que o vínculo do
casamento NÃO pode ser dissolvido pelo adultério de Um dos cônjuges; e que
nem o outro, mesmo inocente que não deu motivo ao adultério, não pode
contrair outro matrimônio enquanto viva a outra parte, mas que cometem
adultério, tanto o marido que.
Tendo abandonado sua mulher culpada, esposa arruma outra, quanto a mulher
que tendo abandonado o marido culpado, toma outro por marido, que seja
declarado anátema.(SANDRI, 2009, p. 4)
Outro fato que deve ser observado é o caráter sacramental (bastante discutido no
Concílio de Trento) do matrimônio canônico – quod Deus conjunxit homo non
separet. (WLAD, 2005, p. 12) O canôn 1055 afirma:
§1. o pacto matrimonial... foi elevado, entre os batizados, pelo Cristo Senhor
à dignidade de sacramento.
§2. Portanto, entre batizados, não pode haver contrato matrimonial válido
que não seja, por isso mesmo, sacramento. (HORTAL, 2006, p. 30)
Desta maneira, o sacramento e o contrato matrimonial são inseparáveis.

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Isto porque quando o homem e a mulher são batizados, estão inseridos em
Cristo. “A natureza crítica recebida no batismo, faz com que o homem e a mulher,
que verdadeiramente se entregam no matrimônio realizem uma união que, sem
perder a virtualidade natural, é também sacramento da Igreja”. (HORTAL, 2006,
p.31)
Ressalta-se que os casamentos não ocorriam somente entre católicos, não
sendo, pois, o sacramento requisito necessário para o casamento, mas um
reforço. Como afirma o canôn 1059: “o matrimônio dos católicos, mesmo que só
uma parte seja católica, rege-se não só pelo divino, salva a competência do poder
civil sobre os efeitos meramente civis desse matrimônio”. (grifo nosso) Desta
maneira, a Igreja busca o caráter sagrado de todo o casamento.
Um grande legado que o direito canônico deixou, foram os impedimentos -
dirimentes e proibitivos.
Aqueles quando ocorrem anulam o casamento, são eles:
Violência, a coação, o erro sobre a pessoa, o parentesco, as ordens
sacras, o crime, a impotência, a diferença de religião, o voto solene, o
direito de honestidade pública, a guarda dos dias do advento e da
quaresma. Já os segundos consubstanciam na loucura, nos
esponsais, no voto simples de religião e no crime de menor potencial
ofensivo. (CF. WALD, 2005, p. 14) 9099/95???????
O direito canônico fora responsável por destacar a importância das relações
sexuais no casamento, “só permitindo que a mulher recebesse o pretium
virginatis após ter tido relações sexuais com o marido”. (WALD, 2005, p. 14)
A Igreja levava em conta para a validade do casamento apenas o consenso dos
nubentes e as relações sexuais voluntárias, não importando a autorização paterna
e “entrando em choque com o direito civil leigo, que, por motivos de ordem
política, considerava-o como um dos requisitos essenciais para a realização do
casamento e sua validade”. (WALD, 2005, p. 14)
Preocupou-se também com as formalidades dos casamentos a fim de evitar
casamentos clandestinos (“a validade do casamento ficava condicionada à
presença do cura da paróquia ou de outro padre, desde que munido de
autorização do cura ou do bispo e mais duas ou três testemunhas”). (SANDRI,
2009, p.03).
Vale lembrar a grande importância do Concílio de Trento no direito matrimonial
canônico. Este vinha sendo atingido pelas reformas protestantes. Diante deste
quadro surge o concílio e modifica algumas reafirmando o poder da Igreja
Católica sobre o Direito da época. Leite afirma:
As decisões do Concílio de Trento são claras e não dão margem à dúvida a
respeito das posições da Igreja sobre a matéria matrimonial.
A doutrina clássica retomada, quase que Integralmente, e reafirmada numa
manifestação de nítida reação à proposta do Reformo:
Reproduzindo a ideia indiscutível de que o casamento é um, contrato, o
concílio afirma o princípio da monogamia e da indissolubilidade do
casamento.
A regra segundo o qual matrimonium facit partium consensus (o
consentimento das partes faz o matrimônio) é alterada pelo concílio, sem
que se alterasse a natureza contratual do casamento.

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O concílio apenas passo a qualificar o casamento como um contrato formal,
fazendo depender a validade do acorde vontade dos nubentes, da
manifestação expresso diante do sacerdote e das testemunhas. (apud
SANDRI, 2009, p. 4)
Desta maneira, percebe-se que não há que se fala em divórcio, uma vez que
o casamento era indissolúvel.
No entanto, existia um tipo de separação de corpos sem dissolver o vínculo.
Wald afirma que a “evolução do direito canônico se realizou no sentido da
elaboração da teoria das nulidades e da regulamentação da separação de corpos
e de patrimônios (divortium quoad thorum et mensam), que extingue a sociedade
conjugal, sem todavia dissolver o vínculo”. (2005, p. 14)
Esta separação de corpos dependia “da autorização do bispo ou do sínodo, só
sendo admitido em casos específicos como adultério, a heresia, as
tentativas de homicídio ou as sevícias de um cônjuge em relação ao outro”.
(WALD, 2005, p.14) Somente após o século XIV, “é que se admite a separação
no caso de acordo entre os cônjuges”. (WALD, 2005, p.15)
Os efeitos da separação para este direito são “a extinção do dever de coabitação,
subsistindo, todavia, entre os separados, os deveres de fornecer alimentos e
fidelidade recíproca”. (WALD, 2005, p.15)

3. O Direito Canônico e o Direito Pátrio: influências e diferenças

Durante três séculos o Brasil ficou sujeito às determinações do Concílio de Trento


no que dizia respeito a casamento. Muito tempo fora o juízo eclesiástico que
regulava as relações matrimoniais de acordo com o Direito Canônico.
No entanto, em 1989 como o advento da República foi instituído o
casamento laico no Brasil, através do decreto nº 181 de 24 de janeiro de
1890.
“Por intermédio do referido Decreto, não só se instaurou o casamento civil,
como também o preceituou o único reconhecido pelo Estado e que devia
preceder a celebração religiosa. (Simone de oliveira, p.6)
Já em 24.02.1891 entrou em vigência uma nova Constituição Federal do Brasil, a
qual só reconheceu como válido o casamento civil de acordo com seu art. 72, §
4º. No entanto, esta separação entre civil e religioso cessou com a nova
constituição de 1934 que trouxe efeitos civis para o casamento religioso.
Atualmente esta relação está presente no art. 226, § 2º da CF/88.
Assim, mesmo não sendo o casamento religioso mais o que regula o direito
brasileiro, o mesmo deixou um forte legado que até hoje vige alguns de seus
cânones. Analisar-se-á a relação dos mesmos como o código civil de 1916 e após
com o de 2002.

3.1 O Código Civil de 1916


O “Corpus Iuri Canonici” influenciou veemente o Direito de Família com o seu
caráter moralizador, ético, repugnando o que fosse desonesto. Por isso que ia
de encontro ao adultério.

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Este que era tido como impedimento matrimonial (impedimentum criminis
adultério). Na lei brasileira estava presente no art. 183, VII, do código civil de
1916.
Com base no direito canônico fora fixada uma idade nupcial que era de 12
anos para mulher e 14 anos para os homens.
A publicação dos proclamas do matrimônio de acordo com o art. 181 do
código de 1916 também advêm do direito canônico.
A Igreja Católica fora oposta ferrenha do concubinato, de maneira absoluta,
sem nenhuma exceção.
E desta maneira fizera o Brasil, com seu caráter moralista, proibiu o concubinato.
Por exemplo, são as proibições de doações dos cônjuges adúlteros ao seu
cúmplice (art. 1.177);
na proibição de reconhecimento de filhos adulterinos (art. 358);
da nulidade da instituição da concubina como beneficiária do contrato de
seguro de vida (art. 1474);
na incapacidade testamentária da concubina (art. 1719, III junto com o
1720).
O canôn 1014 disciplinava o princípio do “matrimonio gaudet favore júris”, ou
seja, a regra do in dubio pro matrimonio (art. 206). Desta maneira, a posse do
estado de casada é um instituto do direito pátrio que adveio do direito canônico.
O art. 222 exige a intervenção de um curador do vínculo na ação de nulidade ou
anulação do casamento. Isto foi criado pelo Papa Benedito XIV. Outra questão
é a contagem de parentesco do direito pátrio (art. 333) que é oriunda do direito
canônico e romano.
O casamento putativo pátrio (art. 221) advém também do direito canônico. O
erro sobre a pessoa (error alius est personae, altus fortunae, altus conditionis
qualitatis) é instituto do direito canônico. Somente o erro sobre a pessoa tinha o
condão de anular um casamento. Daí surge o art. 218 do código civil de 1916
(“embora tenha impresso ao erro sobre a pessoa de cunho especial”). (HORTAL,
2006, p. 3)
O casamento para o direito canônico era indissolúvel. Na época do código de
1916 a sociedade brasileira era grande maioria católica, “fato que repercutia
diretamente na formação dos membros do no Congresso Nacional, onde
muitos líderes eram inclusive da própria hierarquia da Igreja Católica”,
optando por manter no primeiro código civil a indissolubilidade. (OLIVEIRA, 2009,
p.8)
No entanto, com cautela o tema do divórcio (expressão contida na legislação
anterior com o decreto 181 de 90), “visando com isso eliminar qualquer tipo de
mal entendido, optando-se pela expressão ‘desquite’ para representar a
dissolução da sociedade conjugal na codificação”. (OLIVEIRA, 2009, p.8) Rompia
o casamento sem dissolver o vínculo, ficando a pessoa impedida de casar-se
novamente.
Na verdade não mudou muita coisa. As raízes do direito canônico permaneceram
firmes na indissolubilidade do casamento. Explica Simone Oliveira:
Continuava não se permitindo o rompimento do vínculo matrimonial, tanto no
Direito Canônico como no Direito Civil, e a permissão do legislador comum, era

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apenas que se dissolve-se a sociedade conjugal, com a separação dos corpos e
do patrimônio do casal, o que vale dizer, manteve-se o que já tinha em nível de
Decreto 181 de 24 de janeiro de 1890.
O direito constitucional brasileiro, a partir da segunda constituição republicana, de
16 de julho de 1934, resolveu fechar questão com o vínculo matrimonial, onde no
seu art. 144, caput, passou a constar que era indissolúvel, imposição que não
veio a ocorrer com a constituição de 1891.
Essa situação jurídica tornou-se imutável, em todas as Cartas Constitucionais
seguintes, de sorte, que em junho de 1977, veio a Emenda Constitucional nº 9, e
eliminou do texto da Constituição, a indissolubilidade do vinculo matrimonial,
dando origem a nova redação do art. 175, § 1º da Constituição Federal de 1969,
quando então assistiu-se posteriormente a implantação do divórcio a
vinculo, por intermédio da lei n. 6.515/77 de 26.12.77. (2009, p.9)
Desta maneira, o direito brasileiro perdurou por muito tempo com a
indissolubilidade do vínculo matrimonial advinda do direito canônico.
Somente em 1977 que o Brasil tivera um avanço significativo na sua
Constituição quando, finalmente, impôs a figura do divórcio, sendo revogados os
arts. 315 a 328 do Código Civil de 1916 e passou, o antigo desquite, a constituir
dois institutos o da separação judicial e do divórcio.

3.2 O Código Civil de 2002


Durante todos esses séculos desde criação do direito canônico ao código civil de
2002 algumas coisas permaneceram, no entanto, boa parte sofreu
modificações. Isto porque a sociedade é mutável e o direito caminha junto às
aspirações do meio social (que são diferentes de época para época).
O moralismo de antes não é mais o de hoje, tanto é assim que fora excluído do
direito brasileiro o crime de adultério. A sociedade pensa que isto não mais era
questão de direito penal e que foi algo que se “adaptou” ao meio social.
Neste contexto de mudanças ainda assim muitas coisas permaneceram as
mesmas do direito canônico, por exemplo, a contagem da linha de parentesco
continua da mesma forma. A posse do estado de casado disciplinada pelo canôn
1014 ainda permanece no art. 1545 do CC/02. Os impedimentos matrimoniais
ainda existem, no entanto, com uma nomenclatura diferente, dispostos no art.
1521 CC/02 denominados impedimentos e 1523 CC/02 denominados causas
suspensivas. Igualmente ao direito canônico, o atual é cheio de solenidades a fim
de evitar fraudes.

CAPÍTULO III - Dos Impedimentos


Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu
consorte.

CAPÍTULO IV - Das causas suspensivas


Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e
der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois
do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;

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III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a
pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as
respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo,
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do
inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.

CAPÍTULO VII - Das Provas do Casamento


Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar
vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão
do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.

O conceito e finalidade do casamento que hoje ainda são encontrados no


código civil brasileiro, advêm alguns dos canonistas, os quais tinham como
finalidade a educação dos filhos, a colaboração mútua entre os cônjuges
“distinguindo assim fins sociais e fins individuais do casamento que ainda
encontramos hoje”. (WALD, 2005, p. 85)
No entanto, diferente do direito patriarcal do código de 1916, o atual código civil
trata da igualdade entre os cônjuges (art. 1513). A sociedade para o novo código
civil deixa de ser patriarcal, mas passa a ter a mulher no cerne das discussões –
“as questões essenciais são decididas em comum, sendo sempre necessária a
colaboração da mulher na direção da sociedade conjugal. A mulher, em suma,
deixa de ser simples colaboradora e companheira”, segundo o art. 1.565 passa a
ter poder de decisão. (WALD, 2005, p.26)
O casamento não é mais indissolúvel desde 1977 com a lei do divórcio. Está
presente a dissolução matrimonial tanto pelo divórcio como pela separação
judicial. O art. 1571, III e IV afirma: “a sociedade conjugal termina pela separação
judicial ou pelo divórcio”.
Na separação judicial há a separação dos corpos, do patrimônio e domicílio, mas
não rompe o vínculo. Este só se dissolve com a morte de um dos cônjuges ou
com o divórcio, acentua o art. 1572, § 1º CC/02. ????? já mudou agora divórcio
direto.....
Quanto à natureza jurídica há divergências. No direito canônico era tido como um
contrato sacramental. Atualmente alguns autores como Ponte de Miranda
considera o mesmo um contrato; Eduardo Espínola afirma que trata de um
contrato de natureza particular (contrato de direito de família); Arnoldo Wald
afirma que é um ato jurídico complexo e solene que não tem natureza contratual.
(CF. WALD, 2005, p. 88)
O casamento putativo advém do direito canônico e persiste até hoje no
código civil no art. 1.561. É aquele casamento que deveria ser nulo ou anulado,
mas que pela boa-fé dos contraentes, produzem efeitos de como válido fosse até
a data da sentença que o invalida. “Presta, assim, o legislador homenagem à boa-
fé dos contraentes, protegendo os interesses do cônjuge inocente”.
(RODRIGUES, 2007, p. 109).
Ressalta-se que a idade nupcial antes era de 12 anos para as mulheres e 14
anos para os homens, agora para ambos é de 16 anos com a autorização dos
pais ou representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil (18
anos), conforme o art. 1.517 do CC/02.
O concubinato atualmente é visto de maneira diferente. O código civil anterior
somente reconhecia produtora de efeitos a constituição da família pelo
casamento, negando a união livre de pessoas. No entanto, o CC/02 reconhece a

Não substitui NENHUMA obra afim. VERSÃO – 15/01/2017 / 55


união estável como produtora de efeitos jurídicos – art. 1723. Já as relações
entre homens e mulheres impedidos de casar são chamadas de concubinato
– art. 1727 -. Para estas já tiveram várias decisões que obrigaram os cônjuges a
indenizar a concubina, firmado no princípio do enriquecimento ilícito.
TÍTULO III - DA UNIÃO ESTÁVEL
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher ,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de
família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a
incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e
assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros
ao juiz e assento no Registro Civil.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher , impedidos de casar,
constituem concubinato.

Considerações Finais
O direito canônico fora preconizador para o direito pátrio. Este sofreu fortes
influências daquele e que mesmo com o passar de todos esses séculos, da Idade
Média aos dias atuais, vários cânones ainda são usados.
É imprescindível, para a compreensão do direito brasileiro, estudar o direito
canônico. Este que durante o período colonial e imperial regulava as
relações familiares no Brasil, quando o Imperador baixou ato, colocando em
vigência as normas produzidas no Concílio de Trento.
Ressalta-se ainda que o Estado sempre esteve atrelado ao poder espiritual. É
inegável o poder da Igreja na formação do direito brasileiro.
O direito canônico trouxe uma visão sacramental e indissolúvel do matrimonio,
sendo veemente contra o divórcio. Considerava o casamento, base do direito
de família, um contrato, um acordo de vontades, e que exaltando o divino,
dizia que aquele era uma união realizada por Deus: quod Deus conjuxit homo
nom separet. Não sendo os homens competentes a dissolvê-lo. Sendo, pois, de
longa data a discussão sobre a separação judicial do código brasileiro, passando
pelo desquite e chegando ao divórcio como regulado hoje em 1977.
O Direito Canônico fora marcante na criação dos impedimentos (instituto até hoje
usado). Formou um quadro de impedimentos e ressaltou a importância das
relações sexuais no casamento. Vários institutos ainda são usados hoje, como o
casamento putativo – regulado pela boa-fé.
É verdade que o direito civil de 2002 não é mais o mesmo de antes. Até mesmo
porque o direito acompanha as modificações de um meio social, este que de
acordo com cada período tem consigo diferentes valores morais. Desta maneira,
várias normas do direito brasileiro não são mais as mesmas do direito canônico.
No entanto, há de se considerar que este fora a base do direito brasileiro e
de vários outros e que é impossível entender a história da instituição matrimonial
brasileira sem antes compreendê-lo. .
CANON LAW:

Presidência da República

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Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
DECRETO Nº 7.107, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2010.
Promulga o Acordo entre o Governo da
República Federativa do Brasil e a Santa Sé
  relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no
Brasil, firmado na Cidade do Vaticano, em 13 de
novembro de 2008.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
IV, da Constituição, e
Considerando que o Governo da República Federativa do Brasil e a Santa Sé
celebraram, na Cidade do Vaticano, em 13 de novembro de 2008, um Acordo relativo ao
Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil;
Considerando que o Congresso Nacional aprovou esse Acordo por meio do Decreto
Legislativo no 698, de 7 de outubro de 2009;
Considerando que o Acordo entrou em vigor internacional em 10 de dezembro de 2009,
nos termos de seu Artigo 20; 
DECRETA: 
Art. 1o  O Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e a Santa Sé
relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, firmado na Cidade do
Vaticano, em 13 de novembro de 2008, apenso por cópia ao presente Decreto, será
executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém. 
Art. 2o  São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam
resultar em revisão do referido Acordo, assim como quaisquer ajustes complementares
que, nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição, acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional. 
Art. 3o  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 11 de fevereiro de 2010; 189º da Independência e 122º da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA:Celso Luiz Nunes Amorim

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ROTEIRO DE AULA - HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL
(FONTE – INTRODUÇÃO DA HISTORIA DO DIREITO NO BRASIL - Vicente Bagnoli e outros 2014, atlas)

PERÍODO COLONIAL
Momento pré-colonial (30 anos, exploração comercial de pau-brasil) o
território brasileiro é habitado exclusivamente por indígenas, cada qual
pertence a uma tribo, com costumes e tradições próprias que organizavam a
vida em comunidade, contudo estes costumes e tradições não influenciaram
a HD no Brasil.
1530 até 1822(independência)
Monta-se um Governo Geral. Uma só pessoa (Governador Geral) para
exercer as funções Executivas e Judiciárias.
Depois, de 1763, a capital do Brasil fora para o Rio de Janeiro, (A
transferência da capital portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808).
O Governo Geral representava a figura do Rei (Vice-Rei e Capitão-Geral
do Mar e Terra do Estado do Brasil).
Governo Geral dividido em Três setores:
Militar (capitanias); Justiça e função administrativa e Fazenda.
Justiça: Juízes; Ouvidor da comarca por 3 anos;Tribunais de
Relações, instâncias recursais na Bahia, Rio de Janeiro; o
Julgador(tribunal) era o Vice-Rei ou o Governo da Capitania.
Câmaras Municipais:
Pessoas não eleitas e eleitas, homens bons que constituíam a
CLASSE proprietária de terras, até o final do século XVII.
Centralização do poder nas mãos dos representantes da
COROA, AS Câmaras ficaram mais fracas.
Tribunal de Relações:
Regimento de 25/09/1587 determina:
Nomeou o Governador Geral do Brasil. Francisco Giraldes,
Designava desembargadores para comporem o Tribunal de
Relação. Na Colônia.
Primeiro Salvador.
Não foi possível porque Francisco não tomou posse,
sendo assim não foi possível a instauração do primeiro
Tribunal de Relação.
Sendo assim, implantaram os
Regimentos da Casa de Suplicação e as
Ordens do Reino.
A CASA DA SUPLICAÇÃO, instalada em 1382, em Lisboa, era a
instância máxima de apelação, embora não a única, pois de
algumas de suas decisões cabiam recursos ao Desembargo do
Paço, cujo primeiro regimento data de 1521. 
ORDENAÇÕES DO REINO

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Afonsina - 1446, 5 livros:
I – Direito Administrativo e Organização Judiciária.
II – Direito Eclesiásticos do Rei, dos fidalgos e dos
estrangeiros.
III – Processo Civil.
IV – Direito Civil e Comercial.
V – Direito Penal e Processo Penal.
Depois, Manuelinas - 1521, 5 livros,
Idem
e quando Portugal estava sob domínio Espanhol, passou a
vigorar as Ordenações Filipinas – 1603, 5 livros, livro IV até
1916 (Direito civil).

Somente em 07/03/1609 fora implantado o Tribunal de


Relação na Bahia. “governo magistrático”, porque o
desembargo também acumulava atribuições
administrativas, além das judiciais, interferindo no governo
colonial. Encerrado em 05/04/1626 (motivos: caro e invasão
dos holandeses 1624). Em 12/09/1652 restabelece o
Tribunal de Relação.
UM Chanceler: Conforme o regimento, era responsável
pela observação de todas as cartas e sentenças dadas
pelos desembargadores; ....
TRÊS desembargadores de agravos, a partir de 1652(8
Desemb.): guardavam o regimento dos
desembargadores da Casa de Suplicação no despacho
das sentenças; ...
Um ouvidor geral: competia-lhe conhecer ações
referentes aos delitos praticados na cidade de
Salvador; .....
Um procurador dos feitos da Fazenda, Coroa e Fisco:
(ADVOGADO e FISCAL) de todas as causas que envolviam matéria
fazendária ... correta arrecadação da coroa.
Um promotor de justiça: (ADVOGADO e FISCAL) idem acima e
mais causas concernentes à usucapião da jurisdição real por
pessoa eclesiástica ou secular.
Um provedor de DEFUNTOS e Resíduos: conhecer todas
as ações novas de jurisdição de Salvador, desde que
NÃO ULTRAPASSASSE 20 MIL REIS para bens móveis e
15 mil réis para bens de raiz.
9.099/95....atualmente ....

Dois desembargadores extravagantes.


Havia Também escrivão, meirinho e os juízes dos
feitos da fazenda, coroa e fisco, existia ...
jurisdição .....

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PERÍODO IMPERIAL
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - 1822:
Após a independência do Brasil. D. Pedro I, por lei de 20/10/1823,
decretou que as ORDENAÇÕES, LEIS, REGIMENTOS, ALVARÁS,
DECRETOS e RESOLUÇÕES PROMULGADAS pelos reis anteriores,
desde que não tenham sido revogados posteriormente a 07/09/1822,
permaneceriam em VIGOR. (Consolidação)
Determinou também a vigência de alguns decretos de 1821.
A CONVOCAÇÃO DA CONSTITUINTE DE 1823, 03/06/1823
A convocação da Constituinte de 1823, 03/06/1823, foi uma das
primeiras medidas CONTRA os movimentos internos e o processo de
recolonização das Cortes portugueses que, cada vez mais, afligiam a
sociedade Brasileira.
Foram eleitos 100 deputados (MG-20; Bahia-13, Pernambuco-13,
....), a Constituinte dedicou-se, somente, à sua preparação.

A Constituição, OUTORGADA, de 1824


A C.F. 1824 institui a Monarquia hereditária e Constitucional etc; Vigorou
por 65 anos; instituiu QUATRO Poderes.
Executivo; Legislativo; Judicial e o Moderador.
O MODERADOR foi atribuído ao Imperador, que passou a enfeixar as
prerrogativas de dissolução do Congresso e do Gabinete Ministerial e de
convocação de novas eleições parlamentares.
Nesse quadro, o Poder Moderador mediava os conflitos entre os partidos e
os poderes privados.
O Estado imperial brasileiro erigia-se sobre uma contradição, pois, ao
mesmo tempo em que era centralizador, carecia de uma burocracia
sólida capaz de intervir na sociedade civil.
Destarte, a aceitação do funcionamento do Poder Moderador dependia
de um acordo tácito entre os membros da elite brasileira, que admitia a
centralização Monárquica para não mergulhar na desagregação
fratricida.

 A JUSTIÇA, nesse contexto, estava compreendida dentro do Ministério


da Justiça, conforme o modelo francês.
O Poder Judicial imperial, portanto, não gozava de autonomia de
fato.

Apenas o “Supremo” Tribunal de Justiça, criado por lei de 18


de setembro de 1828 e instalado em 1829, estava acima do
Ministério.
Nessa época, o “Supremo” era fundamentalmente a instância
recursal final, ainda destituído da competência de controle da
constitucionalidade das leis, a qual só adviria após a Proclamação da
República.
Especula-se, entretanto, que, pouco antes da Proclamação, Dom Pedro
II, consciente de que a Monarquia se encontrava em crise, estava
disposto a considerar a transferência do Poder Moderador para o
Supremo.

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DIREITO DE VOTO: todo cidadão, casado, ou solteiro, sendo
emancipado e acima de 20 anos.

Estavam excluídos: os religiosos; os estrangeiros


não naturalizados, os criminosos, os que viviam de salários ou
soldadas ... dos ESCRAVOS, que à época NÃO ERAM
considerados nem INDIVÍDUOS e, portanto, nem BRASILEIROS.
  Art. 27. Nenhum Senador, ou Deputado, durante a sua deputação,
póde ser preso por Autoridade alguma, salvo por ordem da sua
respectiva Camara, menos em flagrante delicto de pena capital.
 Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos
Cidadãos Brazileiros, que tem por base a liberdade, a segurança
individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio,
pela maneira seguinte.

IX. Ainda com culpa formada, ninguem será conduzido á


prisão, ou nella conservado estando já preso, se prestar
fiança idonea, nos casos, que a Lei a admitte: e em geral
nos crimes, que não tiverem maior pena, do que a de
seis mezes de prisão, ou desterro para fóra da Comarca,
poderá o Réo livrar-se solto.

X. A' excepção de flagrante delicto, a prisão não póde


ser executada, senão por ordem escripta da Autoridade
legitima. Se esta fôr arbitraria, o Juiz, que a deu, e quem
a tiver requerido serão punidos com as penas, que a Lei
determinar.

XIX. Desde já ficam abolidos os açoites, a tortura, a


marca de ferro quente, e todas as mais penas crueis.

XX. Nenhuma pena passará da pessoa do delinquente.


Por tanto não haverá em caso algum confiscação de
bens, nem a infamia do Réo se transmittirá aos parentes
em qualquer gráo, que seja.

Dois partidos políticos se constituíram no Brasil no período


Conservador e “Liberal- o homem deve ser o alicerce de todo o
sistema social e político – Corrente filosófica, séc. XVIII Rousseau,
Locke e Montesquieu, e propunha que os homens inicialmente vivem
em estado de natureza no qual são livres e, para sua maior
convivência pactuam um CONTRATO SOCIAL no qual transferem
algumas das suas faculdades fundamentais para tornar possível a
formação do ESTADO e do poder social.
Todo poder emana do povo, o ESTADO só deve exercer aquelas
funções que a sociedade, individual ou coletivamente, não consegue
desenvolver.
Dom Pedro II, que, à época em que o pai deixou o poder (1831), ainda não estava em
idade hábil para governar o país.

As Duas faculdades de Direito no Brasil são criadas: 1825 e 1827


A Lei do Império de 11 de agosto de 1827:

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“cria dois cursos de Ciências Jurídicas e Sociais(a partir de 1859 –
Faculdade de Direito); introduz regulamento, estatuto para o curso
jurídico; dispõe sobre o título (grau) de doutor para o advogado”.
A referida Lei possui origem legislativa no Alvará Régio editado por D. Maria
I, a Pia, de Portugal, que outorgou o tratamento de doutor aos bacharéis
em direito e exercício regular da profissão, e nos Decreto Imperial
(DIM), de 1º de agosto de 1825, pelo Chefe de Governo Dom Pedro
Primeiro, e o Decreto 17874A, de 09 de agosto de 1827 que: “Declara
feriado o dia 11 de agosto de 1827”. Data em que se comemora a criação
dos cursos jurídicos no Brasil. Os documentos históricos encontram-se
micro filmados e disponíveis para pesquisa na Biblioteca Nacional, Rio de
Janeiro/RJ.
http://www.oab-sc.org.br/noticias/artigo-advogado-doutor-por-excelencia/6725

As Ordenações Filipinas permanecem, sendo, substituídas


gradativamente por novas legislações.
Não tinha codificação ainda, mas consolidação.
Com o Código Criminal de 1830, cai um dos livros das Ordenações
Filipinas. O nosso C. criminal foi inspirador para o Código Penal
1848 da Espanha.
I – Direito Administrativo e Organização judiciária.
II – Direito Eclesiásticos do Rei, dos fidalgos e dos
estrangeiros.
III – Processo Civil.
IV – Direito Civil e Comercial.
V – Direito Penal e Processo Penal.
Cria o STJ e suprime a jurisdição das Câmaras Municipais em
01/10/1828.
Código Processo Penal 1832 – 29/11/1832. Extinguindo as funções
de corregedores e ouvidores.
Código Comercial do Império Brasil – 25/06/1850. Extinguindo parte
do livro IV – comercial. (Lei 556, 25/06/1850) promulgou o decreto nr.
737, 25/11/1850.
Código Civil de 1916: O livro IV das Ordenações Filipinas fica vigente
até 01/01/1917.
O Brasil iniciou, paulatinamente, desvencilhou da escravidão:
Primeiro aboliu o tráfico de escravos; depois alforriou os sexagenários;
depois aqueles que eram filhos dos escravos e, somente no fim do
período, aboliu a escravidão. 1500 a 1888.
Permaneceu intacta na discussão e na legislação brasileira.
Em 28/09/1865, foi promulgada a denominada LEI DO VENTRE
LIVRE, art. 1º, “os filhos da mulher escrava que nascerem no
IMPÉRIO desde a data desta lei, serão considerados de condição
livre”. Transição para uma nova forma de mão de obra que não
fosse a escravocrata.
LEI DO SEXAGENÁRIOS, NR. 3270. ....ART, 3º, antes ou depois da
lei 60 anos, ainda tinha que trabalhar mais 3 anos a título de
indenização pela sua alforria .... a lei deu com uma mão e tirou

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com outra, escravo era propriedade ou mercadoria ao
estabelecer período indenizatório.
13/05/1888 Lei Áurea tinha 2 artigos: 300 anos
Todo negro tinha que fazer esta
tatuagem...............
1º É declarada extinta desde a da desta Lei a
escravidão no Brasil; (abolição)
2º revogam-se as disposições em contrário.

PERÍODO REPUBLICANO
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