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Trabalho Avaliativo 1 – TA1

Processo Civil IV

1 - As hipóteses de cautelares em tutela provisória de urgência são


variadas, por este motivo não existe um rol fechado ou taxativo. Esta
assertiva está? (1 Ponto)

Correta
ErradaXXXXXXXX

2 - A ação de exigir contas admite a cumulação de pedidos com o


condenatório, pois o magistrado poderá condenar o Réu a ressarcir
quantia ao autor. (1 Ponto)

CorretaXXXXXX
Errada

3 - A ação de consignação em pagamento pode ser precedida de


consignatória extrajudicial, sendo certo que nesta última o beneficiário da
quantia consignada está obrigado a apresentar razões ao órgão
consignador, seja para aceitar ou para rejeitar o valor consignado. (1
Ponto)

Correto
ErradoXXXXXXXXX

4 - Marque a alternativa correta: (1 Ponto)

A ação de exigir contas possui dois momentos processuais distintos. No primeiro o


magistrado analisará o dever de prestar contas e, no segundo, analisará se houve a
prestação ou não;XXX
Na Nunciação de Obra Nova os embargos extrajudiciais não foram abolidos pela
legislação vigente;
No processo de exigir contas a inércia do Réu não pode acarretar a preclusão quanto a
prestar contas e aceitação das contas apresentadas pelo Autor;
Na Nunciação de Obra Nova inexiste a possibilidade de modificação da prestação
jurisdicional para demolitória.
5 - Richard e Rodolfo são vizinhos em suas propriedades situadas na
comarca de Mangaratiba. Ocorre que Richard constatou que as medidas
da testada do imóvel, tanto no registro de imóvel local como na
prefeitura não correspondem a real testada do seu imóvel, posto que o
muro limítrofe entre as duas propriedades está tomando 1 metro da
testada do seu terreno. Levando em consideração que ambos os imóveis
possuem 50 metros de profundidade, o imóvel de Rodolfo está tomando
50m² do terreno de Richard. Na qualidade de advogado de Richard, qual
medida judicial utilizaria e em qual juízo competente? Explique. (2 Pontos)

R: No caso em tela Richard sofreu de turbação visto que a propriedade de Rodolfo


invade a de Richard, através de Muro Limítrofe que entra em 1m de sua propriedade. Ora, o
Novo Código de Processo Civil é bem claro em seu artigo 560, quando diz que “O possuidor
tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.”.

Além dele, o código civil reforça que aquele que sofreu turbação de sua posse, merece
ter sua posse mantida (art. 1210 do Código Civil).

Sendo assim, a medida judicial a ser tomada não poderia ser outra que não a “Ação de
manutenção de posse”

Mesmo se tratando de matéria de direito pessoal, o CPC trata analogamente a matéria


de direito real quando se fala de competência, sendo assim o foro competente para a
propositura da ação recai sobre o foro da situação da coisa, como pode ser visto no art. 47 do
NCPC. Desta maneira, o foro competente seria a __ Vara Cível da Comarca de
Mangaratiba/RJ.

Vale lembrar que este tipo as ações possessórias são dotadas do princípio da
fungibilidade conforme art. 554 do NCPC, sendo assim uma ação de reintegração de posse
PODERIA ser a medida judicial utilizada no caso de dúvida.

O julgado a seguir é cristalino no que tange o exposto anteriormente:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANUTENÇÃO DE POSSE. COMPROVAÇÃO DA


POSSE E DA TURBAÇÃO. PRESENTES OS PRESSUPOSTOS PARA CONCESSÃO DA
LIMIMAR. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. O art. 561 do Código de Processo
Civil de 2015, mantendo as disposições anteriormente constantes do art. 927 do Código de
Processo Civil de 1973, estabelece que, em Ações Possessórias, incumbe ao autor provar: a
sua posse; a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; a data da turbação ou do esbulho; a
continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação
de reintegração. 2. A Agravada ajuizou a Ação de Manutenção de Posse em face do Agravado,
comprovando ser proprietária e exercer a posse na área em questão. 3. A Agravada
comprovou, ainda, a turbação praticada pelo réu, através de fotos, que demonstram a
construção de um muro em parte do terreno, impedindo o acesso ao igarapé, bem como a data
da turbação, através do Boletim de Ocorrência. 4. Trata-se, no caso, de turbação, porque a
Agravada não perdeu a posse da área em questão, apenas ficando impedida de exercê-la
plenamente. 5. Ademais, é irrelevante o argumento do Agravante de que é incabível a Ação de
Manutenção de posse no presente caso, devendo ter sido ajuizada Ação de Reintegração de
Posse, já que as ações possessórias são fungíveis, conforme dispõe o art. 554 do CPC/2015,
mantendo as disposições do 937 do CPC/73. 6. Dessa forma, estavam presentes os requisitos
elencados no art. 561 do CPC/15 para que fosse deferida a liminar de manutenção de posse
em favor da Agravada, não merecendo reparos a decisão de primeiro grau. Recurso conhecido
e desprovido
(TJ-PA - AI: 00015728420078140009 BELÉM, Relator: JOSE MARIA TEIXEIRA DO
ROSARIO, Data de Julgamento: 04/09/2018, 2ª TURMA DE DIREITO PRIVADO, Data de
Publicação: 19/09/2018)”

6 - Isabel lhe procura explicando que seu filho Márcio era casado com
Flávia e, quando da união de ambos, permitiu que residissem no segundo
pavimento de seu imóvel até que conseguissem comprar ou alugar outro
imóvel. Após 15 anos de casamento, Márcio falece e Flávia continua a
residir no segundo pavimento. Com desentendimentos com Isabel, Flávia
informa que seria sucessora de Márcio e que também poderia usucapir e,
por este motivo, não sairia do imóvel. Isabel, no intuito de locar este
segundo pavimento quer que Flávia o desocupe mais rápido possível.
Como advogado de Isabel, qual caminho jurídico e demanda judicial
intentaria em defesa de seus direitos? Explique. (2 Pontos)

R: No caso em tela se trata de um caso de comodato, que se encerra no momento em que a


comodante não aceita mais a presença da comodatária no local, é quando começa o esbulho
não-violento por parte da ré, Flávia, que se recusa a devolver para Isabel a posse do local. Este
fato se enquadra como Esbulho não-violento visto que a proprietária perdeu a posse total do
imóvel no segundo pavimento de sua propriedade. Se tratando de esbulho, o Novo Código de
Processo Civil é bem claro em seu artigo 560, que, dentre outras coisas, afirma que no caso de
esbulho a posse deve ser reintegrada. Sendo assim a demanda judicial abordada é a chamada
Reintegração de Posse.
O Seguinte julgado trata claramente sobre assunto análogo ao exposto no enunciado da
questão, que comprova o alegado anteriormente:

“Ação de reintegração de posse. Autor apelante, um dos filhos da possuidora do imóvel objeto
do litígio, que na qualidade de herdeiro do imóvel do espólio, intenta a presente ação de
reintegração de posse do bem, ocupado pela ré, ex companheira de seu irmão, com esteio em
comodato verbal firmado entre essa e a autora da herança. Sentença de extinção do processo
com fundamento no art. 485, IV do CPC, à míngua de comprovação de notificação prévia da ré
quanto ao término do comodato, em ordem a caracterizar o esbulho possessório. Apelação. Ré
apelada que vivia em união estável com o irmão do autor e ocupara o imóvel objeto do litígio a
título de empréstimo - comodato verbal -- firmado com mãe do autor apelante, morta aos
21/09/11, e que permanecera no bem desde então, do que se recolhe da prova oral produzida
em AIJ, donde se conclui que a pretendida posse que a ré apelada exerce era de caráter
precário, resultante do comodato verbal entre ela - que jamais construíra nada no imóvel -- e a
autora da herança, extinto pela morte desta, intuitu personae que se afigura. Desnecessidade
de notificação prévia da ré apelada para desocupação do bem, suprida por sua citação válida,
com apresentação de contestação. Precedentes. Recusa da ré apelada em sair do imóvel a
configurar o esbulho possessório que autoriza a procedência da ação, na linha do
entendimento jurisprudencial sobre o tema. Recurso provido.
(TJ-RJ - APL: 00018569520148190036, Relator: Des(a). MAURÍCIO CALDAS LOPES, Data de
Julgamento: 12/02/2020, DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL)”

7 - No ano de 2002, Eduardo preencheu todos os requisitos legais para a


aquisição da propriedade imóvel através do instituto da usucapião
ordinária. Somente no ano de 2011 ele iniciou o processo de usucapião
judicial, tendo obtido sentença favorável no ano de 2020. Neste mesmo
ano, a sentença transitou em julgado, mas no mês de fevereiro. Pergunta-
se: Quais são os requisitos que Eduardo preencheu para obter sentença
favorável? Explique cada um deles. Desde quando Eduardo poderá ser
considerado proprietário do imóvel? Explique juridicamente sua resposta.
(2 Pontos)
R: Neste caso em tela exposto temos o instituto da usucapião ordinária que é previsto no
artigo 1.242 caput e Parágrafo Único do Código Civil, que tem como requisitos expostos no
próprio artigo mencionado, os seguintes:

 Posse de Boa-fé;
Explicação: Segundo o art. 1.201 do Código Civil, é de boa-fé a posse quando aquele
que a possui ignora vício, ou até mesmo obstáculo que possa o impedir de adiquirir a
coisa.
 Justo Título;
Explicação: Para os mestres Cristiano Chaves de Faria e Nelson Rosenvald, “Justo título
é o instrumento que conduz um possuidor a iludir-se, por acreditar que lhe outorga a
condição de proprietário. Trata-se de um título que, em tese, apresenta-se como
instrumento formalmente idôneo a transferir a propriedade, malgrado apresente
algum defeito que impeça a sua aquisição. Em outras palavras, é o ato translativo
inapto a transferir a propriedade.”
 Posse ininterrupta e incontestável por 10 anos, podendo ser diminuída para 5 anos
caso tenha sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem
estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e
econômico.
Explicação: Neste caso, a posso por 10 anos é autoexplicativa, de maneira que se dê
justo fim social, como por exemplo o uso como moradia, por 10 anos
ininterruptamente.

Também é importante frisar que esta posse deve ser mansa e pacífica, ou seja, não pode ser
resultante de violência.

Eduardo poderá se considerar Proprietário a partir do momento em que possuiu da


propriedade imóvel por tempo suficiente para a usucapião, ou seja, 2002.

O seguinte julgado somente faz confirmar tudo o exposto anteriormente:

“APELAÇÃO CÍVEL. USUCAPIÃO (BENS IMÓVEIS). AÇÃO DE USUCAPIÃO. CONTRATO DE


COMPRA E VENDA. MODALIDADE ORDINÁRIA OU EXTRAORDINÁRIA. JUSTO TÍTULO, BOA-FÉ E
TEMPO DE POSSE. REQUISITOS PREENCHIDOS. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. I. Aplicável ao caso,
tanto a usucapião extraordinária geral, prevista no art. 1.238, caput, do CC, quanto a
usucapião ordinária, prevista no caput do art. 1.242. II. Há de se admitir a promessa ou
compromisso de compra e venda como justo título apto a gerar usucapião, mesmo que
desprovido de registro, mormente se considerando que o pacto foi firmado há mais de vinte
anos, não havendo qualquer impugnação dos herdeiros do promitente-vendedor quanto à
pretensão aquisitiva. III. Reforma da sentença para julgar procedente o pedido. RECURSO
PROVIDO À UNANIMIDADE.

(Apelação Cível Nº 70060060399, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 25/09/2014).(TJ-RS - AC: 70060060399 RS, Relator:
Liege Puricelli Pires, Data de Julgamento: 25/09/2014, Décima Sétima Câmara Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 01/10/2014)”

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